Você está na página 1de 103

PORTUGUÊS

0
SUMÁRIO
AULA 01 - FONÉTICA .................................................................................................................................................................. 3
AULA 02 - FONÉTICA .................................................................................................................................................................. 5
AULA 03 - FONÉTICA .................................................................................................................................................................. 7
AULA 04 - FONÉTICA .................................................................................................................................................................. 9
AULA 05 - FONÉTICA ................................................................................................................................................................ 12
AULA 06 - FONÉTICA ................................................................................................................................................................ 14
AULA 07 – MORFOLOGIA ........................................................................................................................................................ 16
AULA 08 - MORFOLOGIA ......................................................................................................................................................... 18
AULA 09 – CLASSES GRAMATICAIS .................................................................................................................................... 21
AULA 10 – CLASSES GRAMATICAIS .................................................................................................................................... 23
AULA 11 – CLASSES GRAMATICAIS .................................................................................................................................... 27
AULA 12 - CLASSES GRAMATICAIS ..................................................................................................................................... 28
AULA 13 - CLASSES GRAMATICAIS ..................................................................................................................................... 32
AULA 14 – CLASSES GRAMATICAIS .................................................................................................................................... 36
AULA 15 – CLASSES GRAMATICAS ..................................................................................................................................... 39
AULA 16 – CLASSES GRAMATICAIS .................................................................................................................................... 42
AULA 17 – VERBOS ................................................................................................................................................................... 44
AULA 18 - VERBOS .................................................................................................................................................................... 48
AULA 19 - VERBOS .................................................................................................................................................................... 48
AULA 20 - VERBOS .................................................................................................................................................................... 51
AULA 21 - VERBOS ................................................................................................................................................................... 54
AULA 24 – CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................................................................. 58
AULA 25 – CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................................................................. 60
AULA 26 – SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES ...................................................................................................................... 62
AULA 27 - SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES ....................................................................................................................... 63
AULA 28 - SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES ....................................................................................................................... 63
AULA 29 - SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES ....................................................................................................................... 64
AULA 30- SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES ........................................................................................................................ 66
AULA 31 - SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES ....................................................................................................................... 68
AULA 32 E 33 – SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO ....................................................................................................... 69
AULA 34 E 35 - SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO ........................................................................................................ 70
AULA 36 - SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO ................................................................................................................. 70
AULA 37 - SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO ................................................................................................................. 72
AULA 38 E 39 - CONCORDÂNCIA NOMINAL ....................................................................................................................... 74
AULA 42 - CRASE ....................................................................................................................................................................... 78
AULA 43 - CRASE ....................................................................................................................................................................... 79
AULA 44 – PONTUAÇÃO .......................................................................................................................................................... 79
AULA 45 - PONTUAÇÃO .......................................................................................................................................................... 81
AULA 46 - PONTUAÇÃO ........................................................................................................................................................... 82

1
AULA 47 - PONTUAÇÃO ........................................................................................................................................................... 82
AULA 48 – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .......................................................................................................................... 83
AULA 49 – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .......................................................................................................................... 84
AULA 50 - INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ........................................................................................................................... 84
AULA 51 A 52 - INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ................................................................................................................. 85
AULA 53 – REGÊNCIA NOMINAL ........................................................................................................................................... 88
AULA 54 – TIPOLOGIA TEXTUAL .......................................................................................................................................... 90
AULA 55 – TIPOLOGIA TEXTUAL .......................................................................................................................................... 92
AULA 56 – SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS ......................................................................................................................... 95
AULA 57 A 59 – ACENTUAÇÃO GRÁFICA ........................................................................................................................... 99

2
AULA 01 - FONÉTICA

Fonética

A Fonética é o estudo dos aspectos acústicos e fisiológicos dos sons efetivos (reais)
dos atos de fala no que se refere à produção, articulação e variedades. Em outras palavras, a
Fonética preocupa-se com os sons da fala em sua realização concreta. Quando um falante
pronuncia a palavra 'dia', à Fonética interessa de que forma a consoante /d/ é pronunciada: /d/ /i/
/a/ ou /dj/ /i/ /a/.

Fonologia

A Fonologia é o estudo dos Fonemas (os sons) de uma língua. Para a Fonologia, o fonema é
uma unidade acústica que não é dotada de significado. Isso significa que os fonemas são os
diferentes sons que produzimos para exprimir nossas ideias, sentimentos e emoções a partir da
junção de unidades distintas. Essas unidades, juntas, formam as sílabas e as palavras.

A palavra 'Fonema' tem origem grega (fono = som + emas = unidades distintas) e representa
as menores unidades sonoras que formam as palavras. As palavras são a unidade básica da
interação verbal e são criadas pela junção de unidades menores: as sílabas e os sons, na fa-
la, ou as sílabas e letras, na escrita.

• Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Essa classificação


existe em virtude dos diferentes tipos de sons produzidos pela corrente de ar que sai dos nossos
pulmões e é liberada, com ou sem obstáculos, pela boca e/ou pelo nariz.

Fonemas e Aparelho fonador

Fonemas são as entidades capazes de estabelecer distinção entre as palavras.


Exemplos: casa/capa, muro/mudo, dia/tia.
A troca de um único fonema determina o surgimento de outra palavra ou um som sem sentido. O
fonema se manifesta no som produzido, sendo registrado pela letra e representado graficamente
por ela. O fonema /z/, por exemplo, pode ser representado por várias letras: z (fazenda), x (exa-
gerado), s (mesa).

• Classificação dos Fonemas e Dígrafos

Os fonemas da Língua Portuguesa classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.


Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo à passagem de ar, chegando livremente ao
exterior. Exemplos: pato, bota.

3
Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vogal, formando com esta uma só sílaba.
Exemplos: couro, baile.

• Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonos funcionam como semivogais. Para que não
sejam confundidos com as vogais i e u serão representados por [y] e [w] e chamados, respecti-
vamente, de iode e vau.

Consoantes: são fonemas produzidos mediante a resistência que os órgãos bucais (língua, den-
tes, lábios) opõem à passagem de ar. Exemplos: caderno, lâmpada.

Dicas:
Em nossa língua, a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a formação
da sílaba. Você encontrará sílabas constituídas só de vogais, mas nunca formadas so-
mente com consoantes. Exemplos: viúva, abelha.

Dígrafos

É a união de duas letras representando um só fonema. Observe que no caso dos dígrafos não
há correspondência direta entre o número de letras e o número de fonemas.
Dígrafos que desempenham a função de consoantes: ch (chuva), lh (molho), nh (unha), rr (carro)
e outros.
Dígrafos que desempenham a função de vogais nasais: am (campo), en (bento), om (tombo) e
outros.

Os dígrafos ocorrem quando duas letras são usadas para representar um único fonema,
ou seja, uma única emissão de som. Os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos.
Os dígrafos ocorrem quando duas letras são utilizadas para representar um único fonema.

Existem dois tipos de dígrafos na Língua Portuguesa:


Dígrafos consonantais;
Dígrafos vocálicos.

Vejamos cada um deles:


1. Dígrafos consonantais

ch – machismo, choro, chuva.


lh – agulha, milho, palhaço.
nh – sobrinho, sonho, pertinho.
rr – correto, carro, arriscado.
ss – pássaro, assumir, assassino.
sc – descendência, descer, crescer.
sç – cresço, nasço, desça.
xc – exceto, excelência, excerto.

4
xs – exsuar, exsudar.
gu – gueixa, sagui, linguiça.
qu – aquilo, quarto, queijo.

AULA 02 - FONÉTICA

Atenção:
Somente serão considerados dígrafos as letras gu e qu quando estiverem seguidas
das vogais 'e' ou 'i', representando os fonemas /g/ e /k/.

Observe os exemplos:
☼ Guia, queijo, quilo, água, águia, quando.
Veja que, nesses casos, a letra 'u' não representa nenhum fonema.
Na divisão silábica, alguns dígrafos consonantais separam-se e outros não.

Observe os exemplos:

1. São separados na divisão silábica:


rr – car-ro-ça
ss – pas-sa-gem
sc – as-cen-der
sç – cres-ça
xc – ex-ce-to
xs – ex-su-dar

2. Não são separados na divisão silábica:


ch – cho-veu
lh – i-lha-do
nh – ti-nha
gu – gui-sa-do
qu – quei-jo

2. Dígrafos vocálicos
Os dígrafos vocálicos são formados quando as vogais são sucedidas das consoantes 'n' ou 'm',
representando fonemas vocálicos nasalizados, isto é, quando as correntes de ar que saem dos
pulmões passam pelo nariz e pela boca.

Observe alguns exemplos:


am – amparo, ampola.
an – sanguento, antítese.
em – emprego, empada.
en – frequento, entrada.
im – limpeza, Pimpão.

5
in – introdução, tinta.
om – arromba, ombreira
on – sonsa, onça.
um – umbigo, nenhum.
un – untar, denúncia.

Classificação das Vogais e Consoantes

1- Quanto à zona de articulação:

A zona de articulação está relacionada com a região da boca onde as vogais são articuladas.
a- média - é articulada com a língua abaixada, quase em repouso. Ex.: a (pasta).
b- anteriores - são articuladas com a língua elevada em direção ao palato duro, próximo ao den-
tes. Ex.: é (pé), ê (dedo), i (botina).
c- posteriores - são articuladas quando a língua se dirige ao palato mole. Ex.: ó (pó), ô (lobo), u
(resumo).

2- Quanto ao papel das cavidades, bucal e nasal:

A corrente de ar pode passar só pela boca (orais) ou simultaneamente pela boca e fossas nasais
(nasais).
a- orais: (pata), (sapé), (veia), (vila), (sol), (aborto), (fluxo).
b- nasais: (fã), (tempo), (cinto), (sombrio), (fundo).

3- Quanto à intensidade:

A intensidade está relacionada com a tonicidade da vogal.


a- tônicas: café, cama.
b- átonas: massa, bote.

4- Quanto ao timbre:

O timbre está relacionado com a abertura da boca.


a- abertas: (sapo), (neve), (bola).
b- fechadas: ê (mesa), ô (domador), i (bico), u (útero) e todas as nasais.
c- reduzidas: são as vogais reduzidas no timbre, já que são vogais átonas (orais ou nasais, finais
ou internas). Exemplos: (cara, cantei).

Encontros Vocálicos e Consonantais


Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato e tritongo.

Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente), ou vice-versa (diton-
go crescente), na mesma sílaba.
Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo crescente).

6
AULA 03 - FONÉTICA

Hiato: é a junção de duas vogais pronunciadas separadamente, formando sílabas distintas.


Ex.: saída, coelho

Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba.


Ex.: Paraguai, arguiu.

Atenção:
Não se esqueça que só as vogais /i/ e /u/ podem funcionar como semivogais. Quando se-
mivogais, serão representadas por /y/ e /w/, respectivamente.

Encontros consonantais
Quando existe uma sequência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra, denomi-
namos essa sequência de encontro consonantal.

O encontro pode ocorrer:

- na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo

- em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio

Atenção:
Nos encontros consonantais, somos capazes de perceber o som de todas as consoantes.

Hiato
O encontro vocálico entre duas vogais que pertencem a sílabas diferentes é chamado de
hiato.

Observe as palavras:
coelho
saída
país

Podemos notar que há um encontro vocálico em cada uma delas, não é mesmo? Agora, veja
a divisão silábica dessas palavras:
co-e-lho
sa-í-da
pa-ís

Perceba que cada uma das vogais que fazem parte do encontro vocálico pertence a uma sílaba
distinta. Isso ocorre porque as vogais são a base da sílaba, ou seja, são elas que possuem a
tonicidade vibrante e mais forte.

7
Dessa maneira, podemos justificar a separação realizada acima, tendo cada uma a composição
de uma sílaba diferente. A esse fenômeno fonético damos o nome de hiato. Assim, podemos
conceituar que:

→ HIATO é o encontro de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes.


Exemplos de hiato:
ruído = ru-í-do
dia = di-a
Paraíba = Pa-ra-í-ba
juízes = ju-í-zes
maresia = ma-re-si-a
seriado = se-ri-a-do
fiel = fi-el
burocracia = bu-ro-cra-ci-a
saúde = sa-ú-de

Divisão silábica

A divisão silábica é feita de acordo com a quantidade de fonemas pronunciados em uma


única emissão sonora.
Como sabemos, as sílabas são fonemas pronunciados por meio de uma única emissão de
voz e também que a base das sílabas da língua portuguesa são as vogais: a - e - i - o - u. As-
sim, todo fonema pronunciado em uma única emissão de voz tem, pelo menos, uma vogal.
É importante ressaltarmos que, em algumas palavras, os fonemas /i/ e /u/ não são vogais, já
que aparecem apoiados a outra(s) vogal(is), formando uma só emissão de voz (uma sílaba). Es-
sas vogais que apoiam as outras são chamadas de semivogais. O que diferencia
as vogais das semivogais é o fato de que as últimas não desempenham o papel de núcleo silá
bico. A palavra “papai”, por exemplo, é formada por duas sílabas (dissílaba), sendo a segunda
formada por uma vogal (a) e por uma semivogal (i).
A par dessas informações, podemos afirmar que, para saber o número de sílabas que com-
põem as palavras, basta identificar quantas vogais há nessa palavra.

Vejamos os exemplos:
pipoca – pi – po – ca (emissão de três fonemas sequenciais que estão ligados a vogais);
aparelho – a – pa – re – lho (emissão de quatro fonemas sequenciais que estão ligados a vo-
gais);
pernambucana – per – nam – bu – ca - na (emissão de cinco fonemas sequenciais que estão
ligados a vogais.

Classificação das palavras quanto ao número de sílabas


Monossílabas: palavras que possuem apenas uma sílaba: pé, flor, mão.
Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas: balão (ba-lão); suco (su-co); santo (san-to).
Trissílabas: palavras que possuem três sílabas: hóspede (hós-pe-de); lareira (la-rei-ra); sapato
(sa-pa-to).

8
Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas: literatura (li-te-ra-tu-ra); amaciante
(a-ma-ci-an-te); sambódromo (sam-bó-dro-mo).

AULA 04 - FONÉTICA

→ Os dígrafos “ch”, “lh”, “nh”, “gu” e “qu” devem pertencer a uma única sílaba:
chu – va
o – lho
fe - char
que – ri – do
vo - zi – nho

Os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs” e “xc” devem ser separados em sílabas diferentes.
car – ro - ça
as – sas – si – no
cres – cer
nas – ceu
ex – ce – ção

Ditongos e tritongos devem permanecer na mesma sílaba.


U – ru – guai
ba – lai – o

→ Os hiatos devem ser separados em duas sílabas distintas.


di – a
ca – de – a – do
ba – ú

Os encontros consonantais devem ser separados, exceto aqueles cuja segunda consoante é
“l” ou “r”.
bru – to
blu – sa
cla - ro
tra – go

Os encontros consonantais que iniciam palavras são mantidos juntos na divisão silábica.
pneu – má – ti – co
gno – mo

Acento tônico e acento gráfico

O acento tônico está relacionado com a intensidade dos fonemas, e o acento gráfico, co-
mo o agudo e o circunflexo, marca a sílaba tônica.

9
É bastante comum que algumas pessoas apresentem dúvidas sobre o que é acento tônico e o
que é acento gráfico. Para esclarecer essas dúvidas, selecionamos algumas dicas para você.

Acento tônico

O acento tônico ou prosódico (referente à fala, à oralidade) está relacionado com


a intensidade dos fonemas que formam as sílabas das palavras.

Exemplo:
Marinheiro: ma – ri – nhei – ro.
Observe que a sílaba nhei é a que apresenta maior intensidade fonética, ou seja, é o acento
tônico da palavra marinheiro.

Água: á – gua.
Observe que a letra/sílaba á possui a maior intensidade fonética, ou seja, é o acento tôni-
co da palavra água.

Classificação das palavras quanto à tonicidade

As palavras podem ser classificadas de acordo com sua tonicidade, ou seja, de acordo com a
sílaba mais intensa/tônica. Dessa forma, as palavras podem ser oxítonas (quando o acento tô-
nico encontra-se na última sílaba, como a palavra 'abacaxi'), paroxítonas (quando o acento tô-
nico encontra-se na penúltima sílaba, como a palavra 'orelha') e proparoxítonas (quando o acen-
to tônico encontra-se na antepenúltima sílaba, como a palavra 'árcade').

Acento gráfico
O acento gráfico marca a sílaba tônica na escrita e é utilizado de acordo com regras
de acentuação. Na Língua Portuguesa, temos os seguintes acentos gráficos:

→ Acento Agudo (´)


Utilizamos o acento agudo sobre as vogais com timbre aberto e na sílaba '-em', indicando que
essas letras/sílabas são tônicas.

Exemplos:
Amapá
picolé
índio
óculos
vovó
baú
convém

10
→ Acento Circunflexo (^)
Utilizamos o acento circunflexo sobre as vogais tônicas 'a', 'e' e 'o' com timbre fechado.

Exemplos:
bebê
ônibus
mês
âncora
vovô
âmbito

Classificação das palavras quanto ao acento tônico


As palavras são classificadas de acordo com a posição da sílaba que possui maior grau
de intensidade do som, ou seja, a posição da sílaba que recebe o acento tônico.

Compare a pronúncia das palavras a seguir:


(1) azul
(2) escola
(3) público

Você percebeu que a sílaba que possui maior intensidade possui uma localização diferente em
cada uma das palavras? Leia de novo:

(1) azul
(2) escola
(3) público

Em (1), notamos que a última sílaba é a que possui maior grau de força. Já em (2), o som é mais
intenso na penúltima sílaba e, em (3), na antepenúltima sílaba. Essa variação de posição confere
às palavras diferentes classificações. Assim, temos:

a) palavras oxítonas: são assim classificadas quando o acento tônico recai na última sílaba.
Exemplos:
café
parabéns
funil
Bebês

b) palavras paroxítonas: são assim classificadas quando o acento tônico recai na penúltima
sílaba.
Exemplos:
brasileiro
sabonete

11
baía
Colégio

c) palavras proparoxítonas: são assim classificadas quando o acento tônico recai na antepe-
núltima sílaba.
Exemplos:
lâmpada
público
álibi
médico
Exército

ATENÇÃO! Acento tônico não é a mesma coisa que acento gráfico. Como o nome nos indica, o
acento tônico refere-se à tonicidade, ao som de uma sílaba. Já o acento gráfico refere-se à orto-
grafia da palavra e, portanto, o seu uso ou não está submetido à observação das regras ortográ-
ficas.

AULA 05 - FONÉTICA

Ortoépia e Prosódia

Ortoépia
Ortoépia é a correta pronúncia dos grupos fônicos.
A ortoépia está relacionada com: a perfeita emissão das vogais, a correta articulação das conso-
antes e a ligação de vocábulos dentro de contextos.

Erros cometidos contra a ortoépia são chamados de cacoepia. Alguns exemplos:

a- pronunciar erradamente as vogais quanto ao timbre:


- pronúncia correta, timbre fechado (ê, ô): omelete, alcova, crosta...
- pronúncia errada, timbre aberto (é, ó): omelete, alcova, crosta...

b- omitir fonemas: cantar/ canta, trabalhar/trabalha, amor/amo, abóbora/abóbra, prostrar/


prostar, reivindicar/revindicar...

c- acréscimo de fonemas: pneu/peneu, freada/ freiada,bandeja/ bandeija...

d- substituição de fonemas: cutia/cotia, cabeçalho/ cabeçário, bueiro/ boeiro.

e- troca de posição de um ou mais fonemas: caderneta/ cardeneta, bicarbonato/ bicabor-


nato, muçulmano/ mulçumano.

12
f- nasalização de vogais: sobrancelha/ sombrancelha, mendigo/ mendingo, bugiganga/
bungiganga ou buginganga

g- pronunciar a crase: A aula iria acabar às cinco horas./ A aula iria acabar "àas" cinco
horas.

h- ligar as palavras na frase de forma incorreta:


correta: A aula/ iria acabar/ às cinco horas.
Exemplo de ligação incorreta: A/ aula iria/ acabar/ às/ cinco horas.

Prosódia
A prosódia está relacionada com a correta acentuação das palavras, tomando como padrão a
língua considerada culta.
Abaixo estão relacionados alguns exemplos de vocábulos que frequentemente geram dúvidas
quanto à prosódia:

1) oxítonas:
Cateter, Cister, condor, hangar, mister, negus, Nobel, novel, recém, refém, ruim, sutil, ureter.

2) paroxítonas:
Avaro, avito, barbárie, caracteres, cartomancia, ciclope, erudito, ibero, gratuito, ônix, poliglota,
pudico, rubrica, tulipa.

3) proparoxítonas:
Aeródromo, alcoólatra, álibi, âmago,antídoto, elétrodo, lêvedo, protótipo, quadrúmano, vermífu-
go, zéfiro.
Há algumas palavras cujo acento prosódico é incerto, oscilante, mesmo na língua culta.
Exemplos:
Acrobata e acróbata / crisântemo e crisantemo/ Oceânia e Oceania/ réptil e reptil/ xerox e xérox
e outras.

Outras assumem significados diferentes, de acordo a acentuação:


Exemplos:
Valido/ válido
Vivido /Vívido

ACENTUAÇÃO
A acentuação existe para estabelecer um sistema que organize a tonicidade das palavras,
classificando as sílabas de uma palavra como tônicas ou átonas.

A acentuação está relacionada com a ortografia, sistema convencional que representa a correta
escrita da língua, e com a prosódia, estudo que trata do conhecimento da sílaba predominante,
chamada sílaba tônica. Para proferirmos corretamente as palavras, é necessário que saibamos
sobre os seus sons, fazendo assim o uso de maior ou menor intensidade conforme a sílaba tôni-
ca.

13
Às sílabas de menor intensidade atribuímos o nome de sílabas átonas, ou seja, sílabas que são
pronunciadas com pouca intensidade tonal. A acentuação gráfica diz respeito ao estudo das re-
gras que disciplinam o uso adequado dos sinais que indicam a posição da sílaba tônica, entre
outras particularidades, como o timbre e a nasalização das vogais.

Regras fundamentais:

Monossílabos tônicos
Graficamente, acentuam-se os monossílabos terminados em:
-a(s): chá, pá...
-e(s): pé, ré,...
-o(s): dó, nó...

Entretanto, os monossílabos tu, noz, vez, par, quis, etc., não são acentuado

Observações:
Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento.
Exemplos: réis, véu, dói.

No caso dos verbos monossilábicos terminados em-ê, a terceira pessoa do plural termina
em eem. Essa regra se aplica à nova ortografia. Perceba:
Ele vê - Eles veem
Ele crê – Eles creem
Ele lê – Eles leem

AULA 06 - FONÉTICA

Forma verbal que antes era acentuada agora é grafada sem o sinal gráfico.

Diferentemente ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, haja vista


que a terceira pessoa termina em “-êm”, embora acentuada. Perceba:
Ele tem – Eles têm
Ela vem – Elas vêm

Oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de “s”.
Pará, café, carijó, armazém, parabéns

Paroxítonas:
Acentuam-se todos os vocábulos terminados em:
-l: amável, fácil, útil.
-r: caráter, câncer.
-n: hífen, próton.

14
Observação: Quando grafadas no plural, essas palavras não recebem acento.

Exemplos: polens, hifens.


-x: látex, tórax.
-ps: fórceps, bíceps.
-ã(s): ímã, órfãs.
-ão(s): órgão, bênçãos.
-um(s): fórum, álbum.
-on(s): elétron, nêutron.
-i(s): táxi, júri.
-u(s): Vênus, ônus.
-ei(s): pônei, jóquei.
-ditongo oral (crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”: história, série, água, mágoa.

Observações importantes:

a) De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi não são mais
acentuados. Perceba como eram antes e como agora são grafados:
Entretanto, o acento ainda permanece nas oxítonas terminadas em –éu, -ói e éis:

chapéu – herói - fiéis...

b) Não serão mais acentuados o “i” e “u” tônicos quando, depois de ditongo, formarem
hiato.
No entanto, o acento permanece se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem seguidos
de “s” ou no final da palavra. Confira:

Piauí – tuiuiú(s) – sauí(s).

O mesmo acontece com o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, não antecedidos de ditongos:

saída – saúde – juíza – saúva – ruído.

As formas verbais que possuem o acento na raiz com o “u” tônico precedido das letras
“q” e “g” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Veja:
Atenção:

- Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando “a” ou “i” tônicos, essas
vogais serão acentuadas:

Exemplos:
eu águo, eles águam, eles enxáguam (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas, que eles apazíguem.

15
- Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado:

Exemplos:
Eu averiguo, eu aguo.

Não será mais usado o acento agudo para diferenciar determinados vocábulos, tais como:
Contudo, o acento permanece para diferenciar algumas palavras, representadas por:

pôde = 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo (verbo poder)


pode = 3ª pessoa do presente do indicativo (verbo poder)

pôr = verbo
por = preposição

AULA 07 – MORFOLOGIA

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

A palavra é subdivida em partes menores, chamadas de elementos mórficos.


Exemplo: gatinho – gat + inho
Infelizmente – in + feliz + mente

ELEMENTOS MÓRFICOS

Os elementos mórficos são:


Radical;
Vogal temática;
Tema;
Desinência;
Afixo;
Vogais e consoantes de ligação.

RADICAL

O significado básico da palavra está contido nesse elemento; a ele são acrescentados outros
elementos.
Exemplo: pedra, pedreiro, pedrinha.

16
VOGAL TEMÁTICA

Tem como função preparar o radical para ser acrescido pelas desinências e também indicar a
conjugação a que o verbo pertence.
Exemplo: cantar, vender, partir.

OBSERVAÇÃO:
Nem todas as formas verbais possuem a vogal temática.
Exemplo: parto (radical + desinência)

TEMA
É o radical com a presença da vogal temática.
Exemplo: choro, canta.

DESINÊNCIAS

São elementos que indicam as flexões que os nomes e os verbos podem apresentar. São subdi-
vididas em:

DESINÊNCIAS NOMINAIS;
DESINÊNCIAS VERBAIS.

DESINÊNCIAS NOMINAIS – indicam o gênero e número. As desinências de gênero são a eo; as


desinências de número são o s para o plural e o singular não tem desinência própria.
Exemplo: gat o
Radical desinência nominal de gênero
Gat o s
Radical d.n.g d.n.n
d.n.g » desinência nominal de gênero
d.n.n » desinência nominal de número

DESINÊNCIAS VERBAIS – indicam o modo, número, pessoa e tempo dos verbos.


Exemplo: cant á va mos

17
Radical v.t d.m.t d.n.p
v.t » vogal temática
d.m.t » desinência modo-temporal
d.n.p » desinência número-pessoal

AFIXOS
São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras. Os afixos podem
ser:

PREFIXOS – quando colocado antes do radical;


SUFIXOS – quando colocado depois do radical

Exemplo:
Pedrada.
Inviável.
Infelizmente

VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO


São elementos que são inseridos entre os morfemas (elementos mórficos), em geral, por motivos
de eufonia, ou seja, para facilitar a pronúncia de certas palavras.
Exemplo: silvícola, paulada, cafeicultura.

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS


Inicialmente observemos alguns conceitos sobre palavras primitivas e derivadas e palavras sim-
ples e compostas:

PALAVRAS PRIMITIVAS – palavras que não são formadas a partir de outras.


Exemplo: pedra, casa, paz, etc.

PALAVRAS DERIVADAS – palavras que são formadas a partir de outras já existentes.


Exemplo: pedrada (derivada de pedra), ferreiro (derivada de ferro).

AULA 08 - MORFOLOGIA

PALAVRAS SIMPLES – são aquelas que possuem apenas um radical.

18
Exemplo: cidade, casa, pedra.

PALAVRAS COMPOSTAS – são palavras que apresentam dois ou mais radicais.


Exemplo: pé-de-moleque, pernilongo, guarda-chuva.
Na língua portuguesa existem dois processos de formação de novas pala-
vras: derivação e composição.

DERIVAÇÃO
É o processo pelo qual palavras novas (derivadas) são formadas a partir de outras que já exis-
tem (primitivas). Podem ocorrer das seguintes maneiras:

Prefixal;
Sufixal;
Parassintética;
Regressiva;
Imprópria.

PREFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo a um radical.


Exemplo: desfazer, inútil.

Vejamos alguns prefixos latinos e gregos mais utilizados:

SUFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um sufixo a um radical.


Exemplo: carrinho, livraria.

Vejamos alguns sufixos latinos e alguns gregos:

PREFIXO PREFIXO SIGNIFICADO EXEMPLOS


LATINO GREGO

PREF. LATINO PREF. GREGO

Ab-, abs- Apo- Afastamento Abs ter Apo geu

19
Ambi- Anfi- Duplicidade Ambí guo Anfí bio

Bi- di- Dois Bí pede Dí grafo

Ex- Ex- Para fora Ex ternar Êx odo

Supra Epi- Acima de Supra citar Epi táfio

PARASSINTÉTICA – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo e sufixo simulta-


neamente ao radical.

Exemplo: anoitecer, pernoitar.

OBSERVAÇÃO :
Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, mas não são formadas por parassíntese. Pa-
ra que ocorra a parassíntese é necessários que o prefixo e o sufixo juntem-se ao radical ao
mesmo tempo. Para verificar tal derivação basta retirar o prefixo ou o sufixo da palavra. Se a pa-
lavra deixar de ter sentido, então ela foi formada por derivação parassintética. Caso a palavra
continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá sido formada por
derivação prefixal e sufixal.

REGRESSIVA – processo de derivação em que são formados substantivos a partir de verbos.


Exemplo: Ninguém justificou o atraso. (do verbo atrasar)
O debate foi longo. (do verbo debater)

IMPRÓPRIA – processo de derivação que consiste na mudança de classe gramatical da palavra


sem que sua forma se altere.
Exemplo: O jantar estava ótimo

COMPOSIÇÃO
É o processo pelo qual a palavra é formada pela junção de dois ou mais radicais. A composição
pode ocorrer de duas formas:
JUSTAPOSIÇÃO e AGLUTINAÇÃO.

20
JUSTAPOSIÇÃO – quando não há alteração nas palavras e continua a serem faladas (escritas)
da mesma forma como eram antes da composição.
Exemplo: girassol (gira + sol), pé-de-moleque (pé + de + moleque)

AGLUTINAÇÃO – quando há alteração em pelo menos uma das palavras seja na grafia ou na
pronúncia.
Exemplo: planalto (plano + alto)
Além da derivação e da composição existem outros tipos de formação de palavras que
são hibridismo, abreviação e onomatopeia.

ABREVIAÇÃO OU REDUÇÃO
É a forma reduzida apresentada por algumas palavras:
Exemplo: auto (automóvel), quilo (quilograma), moto (motocicleta).

AULA 09 – CLASSES GRAMATICAIS

1 – Substantivo

Trata-se da palavra que dá nome aos seres em geral, sejam eles animados ou inanimados,
apresentando variações de gênero, número e grau. Os substantivos podem ser classificados
como:
Substantivo comum;
Substantivo próprio;
Substantivo concreto;
Substantivo abstrato;
Substantivo simples;
Substantivo composto;
Substantivo primitivo;
Substantivo derivado;
Substantivo coletivo.
Exemplos de substantivos:
Roberto, beleza, elefante, livro e cadeira.

2 – Verbo
Entre as 10 Classes de Palavras, o verbo é outro dos principais. Ele consiste na palavra variável
que exprime um processo que se passa no tempo, indicando:
Ação: comer, beber, falar, fazer, rezar, correr, andar etc.;
Estado: está;
Mudança de estado: ficou (Ex: Rodrigo ficou doente);
Fenômeno da natureza: nevou, choveu, amanheceu, nublou etc.;
Existência: havia;
Desejo: quero;

21
Conveniência: convém. (Ex: Aquele trabalho não me convém).

3 – Adjetivo

O adjetivo é a palavra utilizada para caracterizar o substantivo ou qualquer palavra que possui
valor de substantivo, indicando-lhe um atributo, estado, propriedade, aspecto ou maneira de ser.
Os adjetivos admitem flexão de gênero, número e grau. Exemplos: perigoso, honesto, belo, leal,
inteligente etc.

4 – Pronome
Entre as 10 Classes de Palavras está também o pronome. Ele consiste numa palavra variável
em gênero, número e pessoa que acompanha ou representa o substantivo, indicando-o como
pessoa no discurso ou situando-o no espaço e no tempo. Os pronomes são classificados em:
Pronomes pessoais: eu, tu, ele, ela, nós etc.;
Pronomes de tratamento: Vossa Alteza, Vossa Senhoria, Vossa Excelência etc.

5 – Artigo
Artigo consiste na palavra que se antepõe a um substantivo, determinando-o de maneira precisa
conforme suas flexões, indicando gênero e número. Os artigos podem ser classificados em:
Artigos definidos: o, a, os, as;
Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas.

6 – Numeral
Trata-se da palavra utilizada para indicar a quantidade exata de seres ou a posição que um ser
ocupa numa determinada série. Os numerais são classificados em:
Cardinais (indicam quantidade determinada): um, dois, três, oitenta etc.;
Ordinais (indicam ordem de sucessão): primeiro, terceiro, quinto etc.;
Multiplicativos (indicam multiplicação): dobro, triplo, quíntuplo etc.;
Fracionários (indicam partes iguais em que se subdivide um todo): meio, terço, doze avos etc.

7 – Preposição
Entre as 10 Classes de Palavras, a preposição é a palavra invariável responsável por ligar dois
termos da oração, subordinando um ao outro. As preposições podem ser classificadas em:
Essenciais: a, após, entre, perante, desde, sobre, trás etc.;
Acidentais: durante, exceto, conforme, afora etc.

8 – Conjunção
A conjunção consiste na palavra invariável que tem a função de ligar palavras, grupos de pala-
vras, orações e frases, exprimindo uma relação de sentido entre as unidades ligadas. As conjun-
ções podem ser:
Aditivas: e, mas também, mas ainda etc.;
Adversativas: porém, contudo, mas, todavia, entretanto, no entanto;
Alternativas: ou, ora etc.

22
9 – Interjeição
Trata-se da palavra invariável que serve para exprimir emoções e sentimentos súbitos, tais co-
mo:
Alívio: Ufa!
Alegria: Oh! Oba! Aleluia!
Dor: Ai!
Desejo: Tomara!
Advertência: Cuidado! Atenção!

10 – Advérbio
Advérbio é a palavra invariável que serve para modificar o verbo, exprimindo determinada cir-
cunstância (lugar, tempo causa etc.). Os advérbios são classificados em:

De afirmação: certamente, efetivamente, deveras, com certeza etc.;


De dúvida: acaso, talvez, possivelmente, provavelmente etc.;
De intensidade: pouco, muito, bastante, menos, demais, excessivamente, demasiadamente,
completamente etc.;
De lugar: lá, aqui, ali, longe, abaixo, perto, acima, além, adiante, junto, ao lado etc.;
De tempo: hoje, amanhã, agora, ontem, tarde, cedo, sempre, jamais, nunca etc.;
De modo: depressa, bem, mal, assim, devagar, à vontade, às escondidas, devagar etc.;
De negação: tampouco, não, absolutamente, de forma alguma, de modo algum etc.

Substantivo é uma classe de palavras que nomeia seres, objetos, fenômenos, lugares, qualida-
des, ações, dentre outros.
Eles podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural)
e grau (aumentativo e diminutivo).

Substantivo Comum
Os substantivos comuns são as palavras que designam os seres da mesma espécie de forma
genérica:
Exemplos: pessoa, gente, país.

AULA 10 – CLASSES GRAMATICAIS

Substantivo Próprio
Os substantivos próprios, grafados em letra maiúscula, são palavras que particularizam seres,
entidades, países, cidades, estados da mesma espécie.
Exemplos: Brasil, São Paulo, Maria.

Substantivo Simples
Os substantivos simples são formados por apenas uma palavra.
Exemplos: casa, carro, camiseta.

23
Substantivo Composto
Os substantivos compostos são formados por mais de uma palavra.
Exemplos: guarda-chuva, guarda-roupa, beija-flor.

Substantivo Concreto
Os substantivos concretos designa as palavras reais, concretas, sejam elas pessoas, objetos,
animais ou lugares.
Exemplos: menina, homem, cachorro.

Substantivo Abstrato
Os substantivos abstratos são aqueles relacionados aos sentimentos, estados, qualidades e
ações.
Exemplos: beleza, alegria, bondade.

Substantivo Primitivo
Os substantivos primitivos, como o próprio nome indica, são aqueles que não derivam de outras
palavras.
Exemplos: casa, folha, chuva.

Substantivo Derivado
Os substantivos derivados são aquelas palavras que derivam de outras.
Exemplos: casarão (derivado de casa), folhagem (derivado de folha), chuvarada (derivado de
chuva).

Substantivo Coletivo
Os substantivos coletivos são aqueles que se referem a um conjunto de seres.
Exemplos: flora (conjunto de flores), álbum (conjunto de fotos), colmeia (conjunto de abelhas).

Gênero dos Substantivos


De acordo com o gênero (feminino e masculino) das palavras substantivas, elas são classifica-
das em:

Substantivos Biformes: apresentam duas formas, ou seja, uma para o masculino e outra para o
feminino, por exemplo: professor e professora; amigo e amiga.

Substantivos Uniformes: somente um termo especifica os dois gêneros (masculino e feminino),


sendo classificados em:

Epicenos: palavra que apresenta somente um gênero e refere-se aos animais, por exemplo:
foca (macho ou fêmea).

Sobrecomum: palavra que apresenta somente um gênero e refere-se às pessoas, por exemplo:
criança (masculino e feminino).

24
Comum de dois gêneros: termo que se refere aos dois gêneros (masculino e feminino), identifi-
cado por meio do artigo que o acompanha, por exemplo: "o artista" e "a artista".

Fique Atento!
Quanto ao gênero, os substantivos de origem grega terminados em "ema" e "oma" são masculi-
nos, por exemplo: teorema, poema.
Há os substantivos chamados de "gênero duvidoso ou incerto", ou seja, aqueles utilizados para
os dois gêneros sem alteração do significado, por exemplo: o personagem e a personagem.
Existem alguns substantivos que variando de gênero, mudam seu significado, por exemplo: "o
cabeça" (líder), "a cabeça" (parte do corpo humano).

Número dos Substantivos


De acordo com o número do substantivo, eles são classificados em:

Singular: palavra que designa uma única coisa, pessoa ou um grupo, por exemplo: bola, mulher.

Plural: palavra que designa várias coisas, pessoas ou grupos, por exemplo: bolas, mulheres.
Em número, os substantivos flexionam-se em singular (criança, cão e cebola) e plural (crianças,
cães e cebolas).
Grande parte dos substantivos formam plural através do acréscimo do -s. É assim que acontece
com as palavras terminadas em vogal ou ditongo, com as palavas paroxítonas e algumas oxíto-
nas:

Abacaxi – abacaxis Guri - guris


Acórdão – acórdãos Irmão - irmãos
Benção – bênçãos Jiló - jilós
Carta – cartas Mãe - mães
Cidadão – cidadãos Órfão - órfãos
Cortesão – cortesãos Órgão - órgãos
Cristão – cristãos Pagão - pagãos
Dente – dentes Rei - reis
Estudante – estudantes Sótão - sótãos
Guaraná – guaranás Troféu - troféus

Vamos conhecer outras regras:


1. Plural dos substantivos terminados em –ão
1.1. A maior parte das palavras terminadas em –ão vira –ões:
Botão - botões
Canção - canções
Eleição - eleições
Fração - frações
Ladrão - ladrões

Algumas palavras terminadas em –ão viram –ães:


Alemão - alemães

25
Capelão - capelães
Capitão - capitães
Catalão - catalães
Charlatão - charlatães
Escrivão - escrivães
Guardião - guardiães
Pão - pães
Sacristão - sacristães

É importante observar que o timbre de alguns substantivos muda na passagem para o plural:
Caroço - caroços
Esforço - esforços
Fogo - fogos
Imposto - impostos
Jogo – jogos
Miolo - miolos
Olho – olhos

Enquanto isso, há outros cujo timbre se mantêm:


Avô - avôs
Bolo - bolos
Encosto - encostos
Forro - forros
Molho - molhos
Namoro - namoros
Pescoço - pescoços
Rosto - rostos

Plural dos substantivos terminados em consoantes

2.1. Substantivos terminados em –r, –z e –n formam o plural pelo acréscimo de –es:


Abdômen - abdômenes
Açúcar - açúcares
Cartaz - cartazes
Cânon - cânones
Feitor - feitores
Giz - gizes
Mar - mares
Pilar - pilares
Rapaz - rapazes
Vez - vezes

2.2. Substantivos oxítonos terminados em –s formam plural pelo acréscimo de –es. Mas, se os
oxítonos forem paroxítonos ou proparoxítonos, não variam:
Ananás - ananases

26
Atlas - os atlas
Inglês - ingleses
Lápis - os lápis
Lilás - lilases
Ônibus - os ônibus
Pires - os pires
Retrós - retróses
Revés - reveses
Vírus - os vírus

AULA 11 – CLASSES GRAMATICAIS

2.3. Substantivos terminados em –al, –el, –ol e –ul substituem o –l por –is:
Álcool - álcoois
Animal - animais
Anzol - anzóis
Farol - faróis
Móvel - móveis
Nível - níveis
Papel - papéis
Pastel - pastéis

Exceções:
Cônsul - cônsules
Mal - males
Real (moeda antiga) - réis

2.4. Substantivos oxítonos terminados em –il substituem o –l por –s:


Antifebril - antifebris
Ardil - ardis
Barril - barris
Canil - canis
Carril - carris
Civil - civis
Covil - covis
Funil - funis
Fuzil - Fuzis
Redil - redis

2.5. Substantivos paroxítonos terminados em –il substituem o –il por –eis:


Ágil - ágeis
Débil - débeis

27
Plural dos substantivos terminados em –zinho e –zito
O substantivo primitivo e o sufixo vão para o plural de forma separada, mas ao juntá-los, o -s do
substantivo primitivo é retirado:
Anelzinho - anéi(s) + zinhos = aneizinhos
Balão - balõe(s) + zinhos = balõezinhos
Bar - bare(s) + zinhos = barezinhos
Cão - cãe(s) + zito = cãezitos
Colar - colare(s) + zinhos = colarezinhos
Coronel - coronéi(s) + zinhos = coroneizinhos
Fogãozinho - fogõe(s) + zinhos = fogõezinhos
Mulher - mulhere(s) + zinhas = mulherezinhas
Pãozinho - pãe(s) + zinhos = pãezinhos
Papel - papéi(s) + zinhos = papeizinhos
Os substantivos terminados em -r, tais como bar, colar e mulher (acima), são frequentemente
encontrados nas formas barzinhos, colarzinhos e mulherzinhas. Essas já são aceitas por alguns
gramáticos.

Plural dos substantivos compostos


Formados por palavras unidas sem hífen são tratados como substantivos simples:
Aguardente - aguardentes
Claraboia - claraboias
Ferrovia - ferrovias
Girassol - girassóis
Lobisomem - lobisomens
Malmequer - malmequeres
Passatempo - passatempos

AULA 12 - CLASSES GRAMATICAIS

Regras dos Substantivos Compostos com Hífen

1) Substantivo + substantivo que especifica o primeiro


Apenas o primeiro elemento passa para o plural. Exemplos: caneta-tinteiro (canetas-tinteiro),
salário-família (salários-família), banana-prata (bananas-prata).

2) Palavras unidas por preposição


Apenas o primeiro elemento passa para o plural, tal como a regra acima. Exemplos: estrela-do-
mar (estrelas-do-mar), mula-sem-cabeça (mulas-sem-cabeça), peroba-do-campo (perobas-do-
campo).

3) Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo


Apenas o segundo elemento passa para o plural. Exemplos: abaixo-assinado (abaixo-
assinados), beija-flor (beija-flores), sempre-viva (sempre-vivas).

28
4) Palavras repetidas ou onomatopaicas
Apenas o segundo elemento passa para o plural, tal como a regra acima. Exemplos: pingue-
pongue (pingue-pongues), teco-teco (teco-tecos), tique-taque (tique-taques).

5) Palavra variável + palavra variável


Os dois elementos passam para o plural. Lembrando que são palavras variáveis substantivos,
verbos, adjetivos, pronomes, artigos e numerais. Exemplos: cota-parte (cotas-partes), mão-boba
(mãos-bobas), segunda-feira (segundas-feiras).

Plural dos Substantivos Compostos

Quando os substantivos compostos são escritos sem hífen, o plural é feito tal como a
maior parte dos substantivos simples: acrescenta-se a letra "s".

Mas se os substantivos compostos são escritos com hífen, devem ser observadas 5 re-
gras simples:

Substantivo + substantivo que especifica o primeiro. Exemplo: notícia-bomba, notícias-bomba.


Palavras unidas por preposição. Exemplo: água-de-colônia, águas-de-colônia.
Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo. Exemplo: bate-boca, bate-bocas, alto-falante, alto-
falantes.
Palavras repetidas ou onomatopaicas. Exemplo: tico-tico, tico-ticos.
Palavra variável + palavra variável. Exemplo: quinta-feira, quintas-feiras.
Adjetivo é a classe de palavras encarregada de atribuir características aos substantivos, ou
seja, ele indica suas qualidades e estados.
Os adjetivos são termos que variam em gênero (feminino e masculino), número (singular e plu-
ral) e grau (comparativo e superlativo), sendo classificados em: simples, composto, primitivo e
derivado.

Tipos de Adjetivos

Adjetivo Simples - apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro, triste.


Adjetivo Composto - apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro, superinteressan-
te.
Adjetivo Primitivo - palavra que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: bom, alegre, puro.
Adjetivo Derivado - palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: escultor (verbo
esculpir), formoso (substantivo formosura).

Gênero dos Adjetivos

Adjetivos Uniformes - apresentam uma forma para os dois gêneros (feminino e masculino).
Exemplo: feliz.
Adjetivos Biformes - a forma varia conforme o gênero (masculino e feminino). Exemplo: carinho-
so, carinhosa.

29
Número dos Adjetivos

Os adjetivos podem estar no singular ou no plural, concordando com o número do substantivo


a que se referem. Assim, a sua formação se assemelha à dos substantivos.

Regras Exemplos

Adjetivos terminados em a, e, o, u,
bonita-bonitas, leve-leves, comprido-compridos.
acrescenta-se o -s.

Adjetivos oxítonos, plural em -is. azul-azuis, anil-anis, gentil-gentis.

Adjetivos oxítonos terminados em -el,


fiel-fiéis, cruel-cruéis.
plural em -éis.

Adjetivos não-oxítonos terminados em - incrível-incríveis, invencível-invencíveis, aceitá-


el, plural em -eis. vel-aceitáveis.

Adjetivos não-oxítonos terminados em -


fácil-fáceis, difícil-difíceis, útil-úteis.
il, plural em -eis.

Adjetivos terminados em -m, plural em -


bom-bons, jovem-jovens, ruim-ruins.
ns.

Adjetivos terminados em r, ês, z, plural melhor-melhores, cortês-corteses (sem acento no


em -es. plural), feliz-felizes.

Adjetivos terminados em -al, plural em -


leal-leais, rural-rurais, bucal-bucais.
ais.

Adjetivos terminados em -ão, plural


cristão-cristãos; alemão-alemães; brigão-brigões.
em -ãos, -ães ou -ões.

O plural dos adjetivos compostos é feito da seguinte forma:

1. Apenas o segundo elemento é flexionado, no caso de adjetivos compostos formados por dois
adjetivos.

30
Exemplos:

pacto sócio-econômico e causa sócio-econômica (flexão de gênero)


escola anglo-americana e escolas anglo-americanas (flexão de número)
Exceção: meninos surdos-mudos.

2. Os adjetivos compostos em que o segundo elemento é um substantivo são invariáveis em gê-


nero e número.

Exemplos:
Vestido verde-alface e Camisa verde-alface (flexão de gênero)
Tinta amarelo-ouro e tintas amarelo-ouro (flexão de número)

Flexão de Grau
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativos e superlativos.

Comparativos
Com grau comparativo comparam-se as características atribuídas aos substantivos. Podem ser
de:

Igualdade - quando equivale ao adjetivo com o qual se compara. Exemplo: Esse filme é tão en-
graçado quanto aquele.

Superioridade - quando se intensifica mais um adjetivo do que o outro com o qual se compara.

Exemplo: Esse filme é mais engraçado do que aquele.

Inferioridade - quando se intensifica menos um adjetivo do que o outro com o qual se compara.

Exemplo: Esse filme é menos engraçado do que aquele.

Formação
Geralmente, são obedecidas as seguintes formas:

Igualdade: tão + adjetivo + quanto, como.


Exemplo: Essa Matéria é tão fácil quanto aquela.

Superioridade: mais + adjetivo + (do) que.


Exemplo: Essa Matéria é mais fácil do que aquela.

Inferioridade: menos + adjetivo + (do) que.


Exemplo: Essa Matéria é menos fácil do que aquela.

31
Superlativos
Reforça as características atribuídas aos substantivos. Podem ser:

Relativo - expressa-se em relação a outros elementos de forma superior ou inferior.

Exemplos:
O menino é o mais atencioso daquele grupo. (superlativo relativo de superioridade)
O menino é o menos atencioso daquele grupo. (superlativo relativo de inferioridade)

AULA 13 - CLASSES GRAMATICAIS

Absoluto - não se expressa em relação a outros elementos. Pode apresentar a for-


ma sintética ou analítica.

Exemplos:
O menino é muito atencioso. (superlativo absoluto analítico).
O menino é atenciosíssimo. (superlativo absoluto sintético)

Formação
A flexão do superlativo relativo é sempre feito de forma analítica. Quanto à flexão do superlativo
absoluto:

Superlativo absoluto analítico - geralmente, é feita com o auxílio de um advérbio.


Exemplo: Esta paisagem é a mais bela.

Superlativo absoluto sintético - é feita com o auxílio de sufixos, sendo o mais comum -íssimo.
Exemplo: Esta paisagem é belíssima.

Estado Adjetivo

Acre acriano ou acreano

Alagoas alagoano ou alagoense

Amapá amapaense

Amazonas amazonense

Bahia baiano (sem h)

Ceará cearense

32
Espírito Santo espírito-santense ou capixaba

Goiás goiano

Maranhão maranhense ou maranhão

Mato Grosso mato-grossense

mato-grossense-do-sul ou sul-mato-
Mato Grosso do Sul
grossense

Minas Gerais mineiro ou geralista

Adjetivos Pátrios Compostos

Frequentemente se utilizam adjetivos pátrios compostos. Nesses casos, o primeiro elemento é


empregado na forma alatinada e reduzida, enquanto o segundo elemento permanece igual e são
sempre hifenizados.

Os adjetivos pátrios compostos mais comuns são:

anglo = inglês. Exemplo: Colégio anglo-americano


euro = europeu. Exemplo: Amizade euro-africana
franco = francês. Exemplo: Império franco-germânico
greco = grego. Exemplo: Mitologia greco-romana
hispano = hispânico ou espanhol. Exemplo: Câmara de comércio hispano-portuguesa
luso = lusitano ou português. Exemplo: Associação luso-turca
nipo = nipônico ou japonês. Exemplo: Comércio nipo-brasileiro
teuto = teutônico ou alemão. Exemplo: Relações teuto-francesas

Locução Adjetiva

A Locução Adjetiva é a união de duas ou mais palavras que possuem valor de adjetivo. A pa-
lavra locução vem do Latim "locutio" e significa modo de falar.

Exemplos de Locuções Adjetivas


As locuções adjetivas são normalmente formadas por preposição + substantivo ou preposição
+ advérbio. A locução adjetiva nunca é formada por verbo, nesse caso corresponde a uma ora-
ção.

33
Exemplos de frases:

O amor de mãe é o mais forte de todos. (maternal)


Os trabalhadores receberam o pagamento do mês. (mensal)
Janaína ganhou um anel de ouro. (dourado)
Mariana estava com cólica de abdômen. (abdominal)
O sapato era feito de couro de boi. (bovino)
deixou marcas de dedo no computador. (digital)
Pegou o bloco de gelo sem ajuda dos amigos. (glacial)
Recebemos um tratamento de gato. (felino)
Isabela tirou uma fotografia de face. (facial)
O calendário do ano foi entregue. (anual)

Lista de Locuções Adjetivas


Confira abaixo uma lista com as locuções adjetivas e os adjetivos correspondentes:

Locução Adjetiva Adjetivo Correspondente

de abdômen abdominal

de abelha apícola

de abutre vulturino

de águia aquilino

de alma anímico

de aluno discente

de anjo angelical

de ano anual

de aranha aracnídeo

de asno asinino

de astro sideral

de baço esplênico

34
de bispo episcopal

de boca bucal, oral

de bode hircino

de boi bovino

de bronze brônzeo ou êneo

de cabelo capilar

de cabra caprino

de campo rural ou campestre

de cão canino

de carneiro arietino

de cavalo equino, cavalar ou hípico

de chumbo plúmbeo

de chuva pluvial ou chuvoso

de cidade urbano

de cinza cinéreo

de criança infantil ou pueril

de cobre cúprico

de coelho cunicular

de couro coriáceo

de decoração decorativo

35
de dedo digital

de dia diário

de diamante diamantino ou adamantino

de elefante elefantino

de enxofre sulfúrico

de escola escolar

de esmeralda esmeraldino

AULA 14 – CLASSES GRAMATICAIS

Conforme a convenção gramatical, classifica-se como artigo definido as palavras a, o (com as


variações para plural: as, os) e como artigo indefinido as palavras um, uma (com as variações
para plural: uns, umas), reconhecidas por aparecerem na estrutura textual antepostas
aos substantivos; ou seja, antecedem os nomes.

ATENÇÃO: Quanto à definição de artigo, vale ressaltar que: alguns gramáticos, como Evanildo
Bechara (2009), por exemplo, denominam artigo autêntico apenas aqueles classificados como
definidos (a, o, as, os), analisando as palavras “um, uma, uns, umas”, como semelhantes aos
artigos, principalmente, por também funcionarem como adjunto do substantivo. Por esta seme-
lhança as gramáticas em geral aproximam essas palavras tornando-as artigos indefinidos.

Porém, diferem do artigo autêntico pela origem, tonicidade, comportamento no discurso, valor
semântico e papeis gramaticais. Marcando, dessa forma, a diferença entre os termos que deter-
minam o nome, daqueles que tornam o nome indeterminado dentro do contexto linguístico.

Funções do artigo

Indicar que se refere a um termo identificado pelo interlocutor uma vez mencionado anteriormen-
te no contexto oral ou escrito, ou ainda, por ser objeto de um conhecimento de experiência, co-
mo pode ser verificado nestes exemplos:
Exemplo: Maria da Fé é uma personagem da obra literária de titulo “Viva o Povo Brasileiro”de
João Ubaldo Ribeiro. Trata-se de uma mulher forte, firme e solidária. A personagem compõe,
juntamente com outros, uma história de formação do povo e da cultura do país; o Brasil.

Explicação: De acordo com o exemplificado acima, nota-se o artigo definido no gênero feminino
“A” identificando o sujeito Maria da Fé, já citado anteriormente no texto.

36
Em seguido o artigo definido no gênero masculino “o” referindo-se ao termo “Brasil” reconhecido
pelos leitores e referido no título na palavra “brasileiro”.
Fazer referência a um elemento representante de um grupo ao qual não se fez menção anterior
dentro do contexto comunicativo:

Exemplo: Um livro, dentre tantas outras possibilidades, exige uma narrativa ampla, com histórias
atravessadas, que se misturem entre fatos e descrições. Refere-se a um modelo simples de ela-
boração de romance.

Explicação: o elemento “livro” não está referido anteriormente no texto, nem especificado. Um
livro: O termo refere-se ao conjunto de possibilidades de livros, ou seja; o artigo é utilizado para
se referir a um exemplo não determinado, bem como o segundo artigo no gênero feminino “uma”
referindo-se à narrativa.
Na primeira função descrita o artigo é DEFINIDO; na segunda função é INDEFINIDO

Número dos Adjetivos


Os adjetivos podem estar no singular ou no plural, concordando com o número do substantivo
a que se referem. Assim, a sua formação se assemelha à dos substantivos.

Artigos definidos Artigos indefinidos

Singular Plural Singular Plural

Masculino o os um uns

Feminino a as uma umas

Formas combinadas do artigo definido


O artigo definido pode combinar-se com as preposições “a, de, em e por”, resultando no quadro
a seguir:

Artigo definido
Preposições
O A OS AS

A Ao A Aos Às

De Do Da Dos Das

Em No Na Nos Nas

Por (per) Pelo Pela Pelos Pelas

37
Formas combinadas do artigo indefinido
O artigo indefinido pode contrair-se com as preposições “em” e “de”, originando:
Num - Numa
Dum - Duma
Nuns - Numas
Duns – Dumas

Valores do artigo

A DETERMINAÇÃO: A determinação dos substantivos pode ser mais precisa, à medida que se
passa do ARTIGO INDEFINIDO (um, uma) para o ARTIGO DEFINIDO (o, a) e, ainda se tornar
mais específica se fizer uso do DEMONSTRATIVO (este, esta).

O artigo indefinido indica a espécie dos substantivos que são apresentados ao ouvinte. O artigo
definido restringe a extensão do significado dos substantivos, individualiza-os, definindo-os.
Exemplificando:
Um aluno tirou boas notas no resultado final do semestre.
O aluno tirou boas notas no resultado final do semestre.
Este aluno tirou boas notas no resultado final do semestre.

Nesse sentido, observa-se que o artigo definido é um sinal de conhecimento prévio por parte dos
interlocutores. O artigo indefinido coloca-se exatamente na contramão deste primeiro, demons-
trando a falta de conhecimento e determinação do elemento ao qual ele se refere.

Em outras palavras; seja definido (o e suas variações a, os, as), seja indefinido (um e suas vari-
ações uma, uns, umas), O ARTIGO caracteriza-se por ser a palavra que introduz o substantivo
indicando-lhe o gênero e o número. Por esta razão o artigo torna toda palavra que precede em
substantivo.

Numeral é a classe de palavra variável (flexionadas em número e gênero) encarregada de de-


terminar a quantidade de pessoas, objetos, coisas ou o lugar ocupado numa dada sequência.
Em outros termos, o numeral é a palavra que indica, em termos numéricos, um número exato ou
a posição que tal coisa ocupa numa série.

Classificação dos Numerais


Os numerais são classificados em cinco tipos, a saber:

Cardinais
Forma básica dos números (1, 2, 3,4,5…), as quais adjetivam uma quantidade, sendo que al-
guns deles variam em gênero, por exemplo: um-uma, dois-duas, alguns no grupo das centenas
(duzentos, duzentas, trezentos, trezentas, etc.).

38
AULA 15 – CLASSES GRAMATICAS

Além disso, alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão-milhões, bi-
lhão-bilhões, trilhão-trilhões, e assim por diante.

Ordinais
Indica ordem de uma sequência, ou seja, representa a ordem de sucessão e uma série, seja de
seres, coisas ou objetos (primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto…).
Importante destacar que alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. São palavras
que variam em gênero (masculino-feminino) e número (singular e plural), por exemplo: primeiro-
primeira, primeiros-primeiras; terceiro-terceira, terceiros-terceiras, etc

Fracionários
São os números fracionários que indicam a diminuição das proporções numéricas, ou seja, re-
presentam uma parte de um todo, por exemplo, ¼ (lê-se um quarto, um sobre quatro), ½ (lê-se
meio ou metade, um sobre dois), ¾ (lê-se três quartos ou três sobre quatro).

Coletivos
Número exato que faz referência a um conjunto de seres, por exemplo, dúzia (conjunto de 12),
dezena (conjunto de 10), centena (conjunto de 100), semestre (conjunto de 6), bimestre (conjun-
to de 2).

Multiplicativos
Relaciona um conjunto de seres, objetos ou coisas, dando-lhes uma característica, de forma que
determina o aumento da quantidade por meio de múltiplos, por exemplo, dobro, triplo, quádruplo,
quíntuplo, etc.

Os multiplicativos são numerais, flexionados em gênero e número quando atuam em função ad-
jetiva, e, do contrário, são invariáveis (função substantiva).

Dessa forma, de acordo com sua função, os numerais podem apresentar valor de substantivo ou
adjetivo, sendo classificados em:

Numerais substantivos: caracterizados pelos numerais multiplicativos, esses numerais podem


substituir outros substantivos. Exemplo: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo da
produção.

Numerais adjetivos: são os numerais cardinais, ordinais, coletivos e fracionários, os quais modi-
ficam o substantivo, indicando valor adjetivo. Exemplo: Essa carne é de segunda (indica a quali-
dade da carne).

39
Tabela de Numerais

ardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários

um (1) primeiro - -

dois (2) segundo dobro, duplo meio

três (3) terceiro triplo, tríplice terço

quatro (4) quarto quádruplo quarto


cinco (5) quinto quíntuplo quinto
seis (6) sexto sêxtuplo sexto

sete (7) sétimo sétuplo sétimo

Emprego dos Numerais

Algumas regras são fundamentais para o emprego do numeral:

Todos os numerais concordam com o nome, exceto os numerais multiplicativos que sem-
pre são masculinos, por exemplo, um-uma (cardinal), primeiro- primeira (ordinal), dobro e triplo
(multiplicativo).
O uso dos artigos nos números fracionários é opcional, enquanto, os numerais multiplica-
tivos, geralmente, vêm precedidos de artigos, por exemplo: o dobro e o triplo.
Quando indica dias do mês, utilizam-se os numerais cardinais, exceto na indicação do
primeiro dia, feita pelo ordinal, por exemplo: 23/01 (vinte três de janeiro) e 01/10 (primeiro de ou-
tubro)
Quando indica leis e decretos, o numeral ordinal é utilizado até o nono, depois utiliza-se
os cardinais, por exemplo, Artigo 9° (artigo nono), Artigo 10 (Artigo 10).
No caso da utilização de numeral romano, a regra básica: depois o substantivo emprega-
se o numeral ordinal até o décimo e posteriormente, utiliza-se os números cardinais. Antes do
substantivo, é empregado o numeral ordinal, por exemplo: João Paulo II (segundo), Capítulo XI
(onze).

A palavra ambos (as) é considerado por muitos gramáticos como numeral uma vez que
indica, “os dois” ou “as duas”, por exemplo: Joana e Beatriz adoram andar. Ambas gostam de
caminhar ouvindo música.

Pronomes são palavras que substituem ou determinam os substantivos. Existem vários tipos de
pronomes: pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos, pronomes
interrogativos, pronomes relativos e pronomes indefinidos. Além desta classificação principal, os
pronomes também podem ser classificados em pronomes adjetivos e pronomes substantivos.

40
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais subdividem-se em pronomes pessoais do caso reto, pronomes pessoais
oblíquos e pronomes pessoais de tratamento.

Pronomes pessoais do caso reto são aqueles que substituem os substantivos e indicam as
pessoas do discurso, assumindo maioritariamente a função de sujeito da oração.
Eu fui ao cinema.
Ele gosta de futebol.
Exemplos de pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas.

Pronomes pessoais oblíquos podem ser tônicos ou átonos. Quando tônicos, são sempre pre-
cedidos de uma preposição e substituem um substantivo que tem função de objeto indireto.
Quando átonos, não são precedidos de uma preposição e podem substituir um substantivo que
tem função de objeto direto ou de objeto indireto.
Pedro gosta de mim.
Eu encontrei-o na praia.

Exemplos de pronomes pessoais oblíquos tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, nós,
conosco, vós, convosco, eles, elas.
Exemplos de pronomes pessoais oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.

Pronomes de tratamento são formas mais corteses e reverentes de nos dirigirmos à pessoa
com quem estamos falando ou de quem estamos falando.
Vossa Excelência estará presente na cerimônia de abertura?
Sua Eminência estará presente no conclave?

Exemplos de pronomes de tratamento: você, senhor, senhora, senhorita, Vossa Senhoria,


Vossa Excelência, Vossa Eminência, Vossa Santidade, Vossa Reverendíssima, Vossa Alteza,
Vossa Majestade, Vossa Magnificência, Vossa Paternidade, Vossa Majestade Imperial, Vossa
Onipotência.

Pronomes possessivos transmitem, principalmente, uma relação de posse, ou seja, indicam


que alguma coisa pertence a uma das pessoas do discurso.
Não sei onde pus minhas chaves.
Você pode me emprestar sua caneta, por favor?

Exemplos de pronomes possessivos: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu,
sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus,
suas.

Pronomes demonstrativos situam alguém ou alguma coisa no tempo, no espaço e no discurso,


em relação às próprias pessoas do discurso: quem fala, com quem se fala, de quem se fala. Es-
tes pronomes contraem-se com as preposições a, em e de.
De quem é aquela mochila?
Veja esta reportagem.

41
Exemplos de pronomes demonstrativos: este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, es
sas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
Exemplos de outras palavras que atuam como pronomes demonstrativos: o, a, os, as,
mesmo, mesma, mesmos, mesmas, próprio, própria, próprios, próprias, tal, tais, semelhante,
semelhantes.

Pronomes interrogativos referem-se sempre à 3.ª pessoa gramatical e são utilizados para in-
terrogar, ou seja, para formular perguntas de modo direto ou indireto.
Quem chegou?
Diga-me, por favor,que horas são.

Exemplos de pronomes interrogativos: que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos,
quantas.

Pronomes relativos relacionam-se sempre com o termo da oração que está antecedente, ser-
vindo de elo de subordinação das orações que iniciam.
Eu comprei o vestido azulqueestava na vitrine.
A casa onde cresci era enorme.

Exemplos de pronomes relativos: que, quem, onde, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo,
cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Veja também:

AULA 16 – CLASSES GRAMATICAIS

Pronomes indefinidos referem-se sempre à 3.ª pessoa gramatical, indicando que algo ou al-
guém é considerado de forma indeterminada e imprecisa.
Foi apresentada alguma justificativa para o atraso na entrega da mercadoria?
Ninguém se quer responsabilizar por esta tarefa.

Exemplos de pronomes indefinidos: alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo, algum,
algumas, nenhuns, nenhuma, todo, todos, outra, outras, muito, muita, pouco, poucos, certo, cer-
ta, vários, várias, tanto, tantos, quanta, quantas, qualquer, quaisquer, bastante, bastantes.

Pronomes adjetivos e pronomes substantivos


Conforme acompanham ou substituem os substantivos, os pronomes são classificados em pro-
nomes adjetivos e pronomes substantivos.

Pronomes adjetivos acompanham os substantivos, como se fossem adjetivos, determinando e


modificando o substantivo.

Minha irmã é bióloga.

42
Aqueles alunos são indisciplinados.

Pronomes substantivos substituem o substantivo numa frase.

Esse é meu.
Ela viu-o.

Pronomes adjetivos e pronomes substantivos


Conforme acompanham ou substituem os substantivos, os pronomes são classificados em pro-
nomes adjetivos e pronomes substantivos.

Pronomes adjetivos acompanham os substantivos, como se fossem adjetivos, determinando e


modificando o substantivo.

Minha irmã é bióloga.


Aqueles alunos são indisciplinados.
Pronomes substantivos substituem o substantivo numa frase.
Esse é meu.
Ela viu-o.

Pronomes pessoais retos são aqueles que substituem os substantivos, assumindo maioritari-
amente a função de sujeito da oração. Podem, contudo, assumir também a função de predicativo
do sujeito.

Os pronomes pessoais do caso reto indicam ainda as pessoas do discurso, ou seja, quem fala
(eu e nós), com quem se fala (tu e vós) e de quem se fala (ele, ela, eles, elas).

Pronomes pessoais retos


1.ª pessoa do singular - eu
2.ª pessoa do singular - tu
3.ª pessoa do singular - ele, ela
1.ª pessoa do plural - nós
2.ª pessoa do plural - vós
3.ª pessoa do plural - eles, elas

Exemplos de uso dos pronomes pessoais retos


Eu escrevi o texto.
Tu escreveste o texto.
Ele escreveu o texto.
Nós escrevemos o texto.
Vós escrevestes o texto.
Eles escreveram o texto.

Omissão dos pronomes pessoais retos

43
Para que se evitem repetições desnecessárias, pode ocorrer a omissão do pronome pessoal do
caso reto nos enunciados, uma vez que a pessoa do discurso é marcada pela desinência verbal
indicada pelos pronomes pessoais do caso reto.

Cursei veterinária, mas nunca segui a profissão. (eu)


Passeamos muito no domingo passado. (nós)
Gostaste do jogo? (tu)

Dúvidas na utilização dos pronomes pessoais do caso reto

Em alguns casos, é fácil confundir se deve ser usado um pronome pessoal reto ou
um pronome pessoal oblíquo.
Para eu, para tu, para mim e para ti
As expressões para eu e para tu deverão ser usadas quando assumem a função de sujeito, sen-
do seguidas de uma ação, ou seja, de um verbo no infinitivo.
Façam silêncio para eu telefonar para este cliente.
Para eu fazer isso, vou precisar da sua ajuda.
Vê se tem algum erro para tu corrigires.
É errado dizer “Ela comprou este caderno para eu.” ou “Ela comprou este caderno para tu.”. Não
se pode usar preposição com os pronomes retos eu e tu. Com preposições têm que ser usados
os pronomes oblíquos correspondentes: mim e ti.
Ela comprou este caderno para mim.
Ela comprou este caderno para ti.
Vi ele, ajudei ele, encontrei ele ou vi-o, ajudei-o, encontrei-o

É comum ouvirmos, na linguagem oral, as seguintes construções frásicas: “Ajudei ele na arru-
mação do armário.” e “Encontrei ela na praia.”. Contudo, estas construções estão erradas! Nes-
tas frases, os pronomes ele e ela não se referem ao sujeito da ação, por isso não podem ser uti-
lizados pronomes pessoais do caso reto. Têm que ser usados os pronomes oblíquos correspon-
dentes: o e a.
Ajudei-o na arrumação do armário.
Encontrei-a na praia.

Os pronomes pessoais do caso oblíquo assumem, maioritariamente, a função de objeto direto


ou objeto indireto, podendo ser tônicos ou átonos.

AULA 17 – VERBOS

Estrutura das Formas Verbais


Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:

a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo:
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo.
Por exemplo:

44
fala-r

São três as conjugações:


1ª - Vogal Temática - A - (falar)
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
3ª - Vogal Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Por


exemplo:
falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse (indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)

d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso (1ª, 2ª ou 3ª) e


o número (singular ou plural). Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam(indica a 3ª pessoa do plural.)

Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertencem à
2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver desapa-
recido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação


tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do
verbo:

opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no
radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.

Classificação dos Verbos

a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja fle-
xão não provoca alterações no radical.
Por exemplo:
Canto
Cantei
Cantarei
Cantava
cantasse

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências.
Por exemplo:
Faço
Fiz

45
Farei
Fizesse

c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se


em impessoais, unipessoais e pessoais.

Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa
do singular. Os principais verbos impessoais são:

a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Por exemplo:Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo). Por exemplo:


Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia

c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar,
gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, "Amanheci mal-
humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, em-
pregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal. Por exemplo:
Amanheci mal-humorado.

Sujeito desinencial:
eu)
Choveram candidatos ao cargo.
(Sujeito:
candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

d) São impessoais, ainda:


o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
Ex.: Já passa das seis.
os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.: Basta
de tolices. Chega de blasfêmias.

3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica
bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?

46
Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas do
singular e do plural. Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais, co-
mo:
bramar (tigre)
bramir (crocodilo)
cacarejar (galinha)
coaxar (sapo)
cricrilar (grilo)

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).
Observe os exemplos:
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito:
que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

Formas combinadas do artigo indefinido


fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que. Observe os exem-
plos:
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar)
Vai para dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos.
Por exemplo:
verbo falir
Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do ver-
bo falar - o que provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos.
Por exemplo:
verbo computar

Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas
de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes
não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso
é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem
sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente,
esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas
em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular). Observe:

47
Infinitivo Particípio regular Particípio irregular

Anexar Anexado Anexo


Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

AULA 18 - VERBOS

f) Auxiliares
São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais.
O verbo principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nomi-
nais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Tempos Compostos
São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e haver e como prin-
cipal, qualquer verbo no particípio. São eles:

1) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o princi-
pal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência ultimamente. Por exemplo:
Eu tenho estudado demais ultimamente.

AULA 19 - VERBOS

2) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o
principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido. Por exemplo:
Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.

48
3) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicati-
vo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicati-
vo simples. Por exemplo:
Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.

4) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjun-
tivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
simples. Por exemplo:
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.
Obs.: perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A frase Se
eu estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria apren-
dido.

5) Futuro do Presente Composto do Indicativo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do
Indicativo. Por exemplo:
Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.

6) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do
Indicativo. Por exemplo:
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

7) Futuro Composto do Subjuntivo:


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e
o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples. Por exemplo:
Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km.

Veja os exemplos:

Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Manuel.


Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas.

No primeiro caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segun-
do, primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio "já". Assim, observe que o mesmo
ocorre nas frases a seguir:
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Manuel.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Manuel.

49
8) Infinitivo Pessoal Composto:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o
principal no particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala. Por exemplo:
Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro.

Locuções Verbais
Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as locu-
ções verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo.
São conjuntos de verbos que, numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo úni-
co. Nessas locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas
nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos verbos auxiliares. Observe
os exemplos:

Estou lendo o jornal.


Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.
Ninguém poderá sair antes do término da sessão.
A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo exprimir
por meio delas os mais variados matizes de significado.
Ser (estar, em algumas construções) é usado nas locuções verbais que exprimem a voz passiva
analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a potencialidade ou a necessida-
de de que determinado processo se realize ou não.

Veja:
Pode ocorrer algo inesperado durante a festa.
Deve ocorrer algo inesperado durante a festa.
Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo. Por exemplo:
Quero ver você hoje.
Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar
a, pôr-se a, ir, vir e estar, todos ligados à noção de aspecto verbal.

Aspecto Verbal

No que se refere ao estudo de valor e emprego dos tempos verbais, é possível perceber diferen-
ças entre o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo. A diferença entre esses tem-
pos é uma diferença de aspecto, pois está ligada à duração do processo verbal. Observe:

- Quando o vi, cumprimentei-o.


O aspecto é perfeito, pois o processo está concluído.
- Quando o via cumprimentava-o.
O aspecto é imperfeito, pois o processo não tem limites claros, prolongando-se por período im-
preciso de tempo.

O presente do indicativo e o presente do subjuntivo apresentam aspecto imperfeito, pois não im-
põem precisos ao processo verbal:

50
- Faço isso sempre.
- É provável que ele faça isso sempre.
Já o pretérito mais-que-perfeito, como o próprio nome indica, apresenta aspecto perfeito em su-
as várias formas do indicativo e do subjuntivo, pois traduz processos já concluídos:
- Quando atingimos o topo da montanha, encontramos a bandeira que ele fincara (ou havia fin-
cado) dois dias antes.
- Se tivéssemos chegado antes, teríamos conseguido fazer o exame.
Outra informação aspectual que a oposição entre o perfeito e imperfeito pode fornecer diz res-
peito à localização do processo no tempo. Os tempos perfeitos podem ser usados para exprimir
processos localizados num ponto preciso do tempo:
- No momento em que o vi, acenei-lhe.
- Tinha-o cumprimentado logo que o vira.
Já os tempos imperfeitos podem indicar processos frequentes e repetidos:
- Sempre que saía, trancava todas as portas.
O aspecto permite a indicação de outros detalhes relacionados com a duração do processo ver-
bal. Veja:
- Tenho encontrado problemas em meu trabalho.
Esse tempo, conhecido como pretérito perfeito composto do indicativo, indica um processo repe-
tido ou frequente, que se prolonga até o presente.
- Estou almoçando.
A forma composta pelo auxiliar estar seguido do gerúndio do verbo principal indica um processo
que se prolonga. É largamente empregada na linguagem cotidiana, não só no presente, mas
também em outros tempos (estava almoçando, estive almoçando, estarei almoçando, etc.).
Tudo estará resolvido quando ele chegar. Tudo estaria resolvido quando ele chegasse.
As formas compostas: estará resolvido e estaria resolvido, conhecidas como futuro do presen-
te e futuro do pretérito compostos do indicativo, exprimem processo concluído - é a ideia do as-
pecto perfeito - ao qual se acrescenta a noção de que os efeitos produzidos permanecem, uma
vez realizada a ação.
- Os animais noturnos terminaram de se recolher mal começou a raiar o dia.
Nas duas locuções destacadas, mais duas noções ligadas ao aspecto verbal: a indicação do
término e do início do processo verbal.
Eles vinham chegando à proporção que nós íamos saindo.
As locuções formadas com os auxiliares vir e ir exprimem processos que se prolongam.
- Ele voltou a trabalhar depois de deixar de sonhar projetos irrealizáveis.
As locuções destacadas exprimem o início de um processo interrompido e a inter

AULA 20 - VERBOS

Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal

Infinitivo Impessoal
Quando se diz que um verbo está no infinitivo impessoal, isso significa que ele apresenta sentido
genérico ou indefinido, não relacionado a nenhuma pessoa, e sua forma é invariável.
Assim, considera-se apenas o processo verbal. Por exemplo:
Amar é sofrer.

51
O infinitivo pessoal, por sua vez, apresenta desinências de número e pessoa. Veja:

Eu
-

falar -es Tu

vender - Ele

partir -mos Nós

-des Vós
-em Eles

Observe que, embora não haja desinências para a 1ª e 3ª pessoas do singular (cujas for-
mas são iguais às do infinitivo impessoal), elas não deixam de referir-se às respectivas pessoas
do discurso (o que será esclarecido apenas pelo contexto da frase). Por exemplo:

Para ler melhor, eu uso estes óculos. (1ª pessoa)


Para ler melhor, ela usa estes óculos. (3ª pessoa)

Note: as regras que orientam o emprego da forma variável ou invariável do infinitivo não
são todas perfeitamente definidas. Por ser o infinitivo impessoal mais genérico e vago, e o infini-
tivo pessoal mais preciso e determinado, recomenda-se usar este último sempre que for neces-
sário dar à frase maior clareza ou ênfase.

Observações importantes:

O infinitivo impessoal é usado:

1. Quando apresenta uma ideia vaga, genérica, sem se referir a um sujeito determinado;

Exemplos:
Querer é poder.
Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.

2. Quando tiver o valor de Imperativo;

Exemplos:
Soldados, marchar! (= Marchai!)

52
3. Quando é regido de preposição e funciona como complemento de um substantivo, adje-
tivo ou verbo da oração anterior;

Exemplos:
Eles não têm o direito de gritar assim.
As meninas foram impedidas de participar do jogo.
Eu os convenci a aceitar.
No entanto, na voz passiva dos verbos "contentar", "tomar" e "ouvir", por exemplo, o Infinitivo
(verbo auxiliar) deve ser flexionado. Por exemplo:
Exemplos:
Eram pessoas difíceis de serem contentadas.
Aqueles remédios são ruins de serem tomados.
Os CDs que você me emprestou são agradáveis de serem ouvidos.

4. Nas locuções verbais;

Exemplos:
Queremos acordar bem cedo amanhã.
Eles não podiam reclamar do colégio.
Vamos pensar no seu caso.

5. Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo do verbo da oração anterior;

Exemplos:
Eles foram condenados a pagar pesadas multas.
Devemos sorrir ao invés de chorar.
Tenho ainda alguns livros por (para) publicar.

Observação: quando o infinitivo preposicionado, ou não, preceder ou estiver distante do verbo


da oração principal (verbo regente), pode ser flexionado para melhor clareza do período e tam-
bém para se enfatizar o sujeito (agente) da ação verbal. Por exemplo:
Na esperança de sermos atendidos, muito lhe agradecemos.
Foram dois amigos à casa de outro, a fim de jogarem futebol.
Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
Antes de nascerem, já estão condenadas à fome muitas crianças.

6. Com os verbos causativos "deixar", "mandar"e "fazer" e seus sinônimos que não for-
mam locução verbal com o infinitivo que os segue;
Exemplos:
Deixei-os sair cedo hoje.

53
7. Com os verbos sensitivos "ver", "ouvir", "sentir" e sinônimos, deve-se também deixar o
infinitivo sem flexão.
Exemplos:
Vi-os entrar atrasados.
Ouvi-as dizer que não iriam à festa.

Observações:

a) É inadequado o emprego da preposição "para" antes dos objetos diretos de verbos como
"pedir", "dizer", "falar" e sinônimos;
Pediu para Carlos entrar. (errado)
Pediu para que Carlos entrasse. (errado)
Pediu que Carlos entrasse. (correto)
b) Quando a preposição "para" estiver regendo um verbo, como na oração "Este trabalho é para
eu fazer", pede-se o emprego do pronome pessoal "eu", que se revela, neste caso, como sujei-
to. Outros exemplos:
Aquele exercício era para eu corrigir.
Esta salada é para eu comer?
Ela me deu um relógio para eu consertar.
Atenção:
Em orações como "Esta carta é para mim!", a preposição está ligada somente ao pronome, que
deve se apresentar oblíquo tônico.

AULA 21 - VERBOS

Infinitivo Pessoal

Quando se diz que um verbo está no infinitivo pessoal, isso significa que ele atribui um agente ao
processo verbal, flexionando-se.

O infinitivo deve ser flexionado nos seguintes casos:

1. Quando o sujeito da oração estiver claramente expresso; Por exemplo:


Se tu não perceberes isto...
Convém vocês irem primeiro.
O bom é sempre lembrarmos desta regra (sujeito desinencial, sujeito implícito = nós)

2. Quando tiver sujeito diferente daquele da oração principal; Por exemplo:


O professor deu um prazo de cinco dias para os alunos estudarem bastante para a prova.
Perdoo-te por me traíres.
O hotel preparou tudo para os turistas ficarem à vontade.
O guarda fez sinal para os motoristas pararem.

54
3. Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizado na terceira pessoa do plural); Por
exemplo:
Faço isso para não me acharem inútil.
Temos de agir assim para nos promoverem.
Ela não sai sozinha à noite a fim de não falarem mal da sua conduta.

4. Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação; Por exemplo:


Vi os alunos abraçarem-se alegremente.
Fizemos os adversários cumprimentarem-se com gentileza.
Mandei as meninas olharem-se no espelho.

Nota: como se pode observar, a escolha do Infinitivo Flexionado é feita sempre que se quer en-
fatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.

DICAS:

a) Se o infinitivo de um verbo for escrito com "j", esse "j" aparecerá em todas as outras formas.
Por exemplo:
Enferrujar: enferrujou, enferrujaria, enferrujem, enferrujarão, enferrujassem, etc. (Lembre, con-
tudo, que o substantivo ferrugem é grafado com "g".)
Viajar: viajou, viajaria, viajem ( 3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo, não confundir com
o substantivo viagem) viajarão, viajasses, etc.

b) Quando o verbo tem o infinitivo com "g", como em "dirigir" e "agir" este "g" deverá ser trocado
por um "j" apenas na primeira pessoa do presente do indicativo. Por exemplo:
eu dirijo/ eu ajo

c) O verbo "parecer" pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo.


- Quando "parecer" é verbo auxiliar de um outro verbo: Elas parecem mentir.
- Elas parece mentirem - Neste exemplo ocorre, na verdade, um período composto. "Parece" é o
verbo de uma oração principal cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida
de infinitivo "elas mentirem". Como desdobramento dessa reduzida, podemos ter a oração "Pa-
rece que elas mentem."

Vozes do Verbo

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente
ou paciente da ação.
São três as vozes verbais:

55
a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa Por exemplo:

Ele fez o trabalho.

sujeito objeto (paci-


ação
agente ente)

b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa


pelo verbo. Por exemplo:

O trabalho foi feito por ele.

sujeito paciente ação agente da passiva

c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a
ação. Por exemplo:

O menino feriu-se.
Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade. Por exemplo:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)

Formação da Voz Passiva


A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.

1- Voz Passiva Analítica

Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada.
O trabalho é feito por ele.

Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a
construção com a preposição de. Por exemplo:
A casa ficou cercada de soldados.
- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase. Por exemplo:
A exposição será aberta amanhã.

56
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe
a transformação das frases seguintes:

Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo prin-
cipal da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem
eventualmente funcionar como auxiliares. Por exemplo:
A moça ficou marcada pela doença.

2- Voz Passiva Sintética

A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do prono-
me apassivador SE. Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.
Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

Curiosidade: A palavra passivo possui a mesma raiz latina de paixão (latim passio, passionis)
e ambas se relacionam com o significado sofrimento, padecimento. Daí vem o significado de voz
passiva como sendo a voz que expressa a ação sofrida pelo sujeito.
Na voz passiva temos dois elementos que nem sempre aparecem: SUJEITO PACIENTE e
AGENTE DA PASSIVA.

Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva


Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. Por
exemplo:

57
Gutenberg inventou a imprensa (Voz Ativa)

Sujeito da Ati- Objeto Direto


va

A imprensa foi inventada por Gutenberg (Voz Passiva)

Sujeito da Agente da Passiva


Passiva

Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da
passiva e o verbo ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.

Observe mais exemplos:

Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos.


Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres.
Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim.

Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente na pas-
siva.

Por exemplo:
Prejudicaram-me.
Fui prejudicado.

AULA 24 – CONCORDÂNCIA VERBAL

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.

Exemplos:
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de
ser.

Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples

Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.

58
Ex.: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.

Ex.: A multidão gritou pelo rádio.

Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai
para o plural.

Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou


do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.


d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou


concordar com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.

f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quan-
tos de..., etc. - o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o
pronome pessoal (nós ou vós).

Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?

Dicas:

Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com eles


em pessoa e número.

Ex.: Qual de vós me punirá.

59
AULA 25 – CONCORDÂNCIA VERBAL

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não vier precedido
de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o
artigo.

Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o
verbo concorda com o numeral.

Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.

i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte, etc. - o
verbo poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).

Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no
singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.

Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade,
temendo a violência da rua, permanecem em casa.

2) Sujeito composto

Regra geral
O verbo vai para o plural.

Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:

a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes - o verbo fica-


rá no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.

Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

60
Atenção:
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.
Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.

Ex.: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo


concordará com os dois núcleos.

Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

Atenção:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.

Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.


c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá fi-
car no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o


ajudava a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo pode concordar com todos os núcleos (ló-
gica) ou apenas com o núcleo mais próximo.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concordará
com o aposto resumidor.

Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro... - o
verbo poderá ficar no singular ou no plural.

Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou - o verbo irá para o singular quan-
do a ideia for de exclusão, e para o plural quando for de inclusão.
Exemplos:

Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)

61
A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim...
como/ não só... mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, embo-
ra o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Exemplos:

Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.

Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:

1) Partícula “SE”:

a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.

Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará, obrigatoriamente, no


singular.
Exemplos:

Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.

AULA 26 – SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES

SUJEITO

Sintaxe - Termos da Oração - Período Simples


A frase apresenta, basicamente, dois elementos: sujeito e predicado (termos essenciais). Podem
ocorrer ainda termos integrantes: complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), com-
plemento nominal e agente da passiva. E ainda os acessórios: adjuntos (adnominal e adverbial)
e aposto. O vocativo é termo independente. Os predicativos ( do sujeito e do objeto) não são en-
quadrados pela NGB em nenhum dos casos citados.

Sujeito e predicado

Sujeito: termo do qual se declara algo.


Predicado: tudo o que se declara do sujeito.
Exemplo:
O pacto social visava à contenção da inflação.
(sujeito) (predicado)

62
Classificação do sujeito

a) Simples: um único núcleo.


Exemplo:
O presidente sonha com a reeleição.

b) Composto: dois ou mais núcleos.


Exemplo:
Estão coligados o PT e o PDT.

AULA 27 - SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES

c) Elíptico: implícito na desinência verbal ou no contexto.

Exemplo:
(nós) Participamos das discussões acaloradamente.
Oscar é candidato a senador; poderá ter muitos votos. (O sujeito da segunda oração é o mesmo
da primeira: Oscar)

d) Indeterminado: quando não se quer ou não se pode explicitar.

Exemplos:
Assaltaram o bando da esquina.
Assistiu-se ao assalto passivamente.
e) Inexistente (oração sem sujeito): ocorre com verbos impessoais.

fenômenos da natureza:
Ventou demais durante a noite.

AULA 28 - SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES

Classificação do sujeito
Haver significando existir, ocorrer, acontecer ou indicando

Tempo decorrido:
Haverá eleições para presidente, senador e deputados.
Há dias que não chove.

ser indicando datas, horas ou distâncias:


É meio-dia e meia.
Hoje são cinco de maio.
Daqui até o centro são oito quilômetros.

63
Predicação verbal

a) Verbo transitivo direto: exige objeto direto.

Exemplo:
O escritor contemporâneo escreveu várias obras importantes.

b) Verbo transitivo indireto: exige objeto indireto.

Exemplo:
O banqueiro não necessitava de dinheiro.

c) Verbo transitivo direto e indireto: exige objeto direto e objeto indireto.

Exemplo:
O empresário enviou a planilha de custos ao Ministério.

d) Verbo intransitivo: não exige complemento (objeto).

Exemplo:
Os trabalhadores retornaram às fábricas.

Predicação verbal/COMPLEMENTO VERBAL

e) Verbo de ligação: liga o sujeito a uma característica (adjetivo ou expressão substituível por
adjetivo) chamada de predicativo do sujeito.

Exemplo:
O dia está chuvoso.
O cão parece com fome. (= faminto)

Complementos verbais

a) Objeto direto (sem preposição obrigatória)

Exemplo:
Escreveram várias obras importantes.

AULA 29 - SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES

COMPLEMENTO VERBAL/PREDICATIVOS

b) Objeto indireto (com preposição obrigatória)

64
Exemplo:
Necessitavam de muito dinheiro.

Predicativos

a) do sujeito: caracteriza o sujeito.

Exemplo:
Suas palavras foram sinceras.
OS

b) do objeto: caracteriza o objeto.

Exemplo:
Considero suas palavras sinceras.
PO

SINTAXE

Adjunto adnominal
Termo determinante de um núcleo nominal (substantivo).
É representado por artigos, adjetivos, locuções adjetivas, numerais adjetivos e pronomes adjeti-
vos.

Exemplo:
Os meus primeiros bons amigos de infância visitaram minha casa de campo.
AA AAAAAA subst. AA AA subst. AA

Complemento Nominal
Termo preposicionado que completa o sentido de um nome transitivo.

a) Substantivo

Exemplo:
O país tinha dependência de empréstimos externos.
subst. CN

b) Adjetivo

Exemplo:
O país continua dependente de empréstimos externos.
adj. CN

c) Advérbio

65
Adjunto Adverbial

Termo que atribui ao verbo, adjetivo ou advérbio uma circunstância adverbial de tempo, modo,
lugar, negação, afirmação, dúvida, intensidade, concessão, companhia, causa, condição, con-
formidade, assunto etc. É representado por advérbio ou locução adverbial.

Exemplos:
Amanhã iremos com os estudantes ao museu.
AA Tempo AA Companhia AA lugar

Aquela garota é bastante estudiosa.


AA Intens.

Aquele atleta joga muitíssimo bem.


AA Intens.

AULA 30- SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES

Agente da passiva/ Aposto

Agente da passiva

Termo que indica o agente da ação de um verbo na voz passiva analítica.

Exemplo:
A negociação da dívida era defendida pelo ministro da Fazenda.

Sujeito Paciente Agente da Passiva

Aposto

Termo que explica, enumera, resume, especifica outro termo chamado fundamental.

Exemplos:
O mestre, estudioso do idioma, ensinava literatura. (aposto explicativo)
Encontrei três alunos na praia: Pedro, Paulo e Teresa..(aposto enumerador)
Gritos, choros, lamentos, nada o comoveu. (aposto resumitivo)
A cidade de Itapetininga fica na região sul. (aposto especificador)

Vocativo

Termo que coloca em evidência o destinatário da mensagem. Admite anteposição de interjeição


(Ó! Olá! ). É independente da estrutura da oração, pois não pertence ao sujeito nem ao predica-
do.

66
Exemplos:
Amor, eu quero seu carinho.
O trabalho, meus amigos, engrandece o homem.
Ajudai-me, ó meu senhor, nos momentos difíceis.

Funções sintáticas dos pronomes pessoais oblíquos átonos

Os pronomes oblíquos átonos (ME, TE, SE, O, A, LHE, NOS, VOS, SE, OS, AS, LHES) podem
exercer várias funções sintáticas, dependendo do contexto em que se acham inseridos, a saber:

a) Objeto direto

Exemplo:
Nunca mais me amarás como antes.

b) Objeto indireto

Exemplo:
Sempre me obedeceu, apesar de tudo.

Observação:
Os objetos também podem assumir valor reflexivo ou recíproco.

Exemplos:

O jovem feriu-se com o afiado canivete. (OD reflexivo)


A mulher atribuía-se grande inteligência. (OI reflexivo)
O técnico e o presidente cumprimentaram-se friamente. (OD recíproco)
Deram-se as mãos e caminharam lado a lado. (OI recíproco)

Adjunto adnominal / Complemento nominal

c) Adjunto adnominal

Assumem valor de pronomes possessivos.


Exemplo:
Beijou-lhe ternamente a testa.
(= Beijou ternamente a sua testa.)

d) Complemento nominal

Relacionados a adjetivos.

67
Exemplo:
Foi-me favorável a decisão do júri.
(= Foi favorável a mim.)

Classificação do predicado

a) Nominal: constrói-se com verbo de ligação, tendo como núcleo o predicativo do sujeito.

Exemplos:
núcleo
A menina era inteligente.
VL PS

núcleo
Seus desejos são minhas vontades.
VL PS

b) Verbal: constrói-se com verbo intransitivo ou transitivo, não possuindo predicativo.

Exemplos:
núcleo
Os jogadores da seleção voltaram ao Brasil.
VI

núcleo
O governador pediu o apoio da população.
VTD

AULA 31 - SINTAXE DE PERÍODO SIMPLES

c) Verbo nominal: constrói-se com verbo intransitivo ou transitivo, possuindo, também, predicati-
vo (do sujeito ou do objeto).

Exemplos:
núcleo/ núcleo
A torcida abandonou o estádio irritadíssima.
VI PS

núcleo
O tribunal considerou inocente o réu.
VTD PO OD

68
AULA 32 E 33 – SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO

SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO

Período Composto Contém mais de uma oração, o que equivale a dizer que no período com-
posto há sempre dois ou mais verbos. Como a uma oração corresponde uma forma verbal, no
período composto haverá tantas orações quantos forem os verbos. Por exemplo: A ausência di-
minui as paixões medíocres e aumenta as grandes, como o vento apaga as velas e atiça as fo-
gueiras. Neste período há quatro verbos; logo, há quatro orações..

TIPOS DE PERÍODO COMPOSTO


PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO = orações coordenadas.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO = orações subordinadas.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E POR SUBORDINAÇÃO = orações coordena-
das e orações subordinadas.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO


É constituído de orações que não representam membros de outras orações sendo, portanto, in-
dependentes, coordenadas.

As orações coordenadas podem ser:

Assindéticas = vêm justapostas, não iniciadas por conjunção coordenativa. Por exemplo: O dia é
belo, esplende ao sol a baía, os aviões rumorejam, passam mulheres perfumadas.

Sindéticas = são introduzidas por uma conjunção coordenativa qualquer, da qual tomam o nome.
Assim, há cinco espécies de orações coordenadas sindéticas:

SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO

Sindéticas Aditivas = iniciadas por conjunção coordenativa aditiva. Por exemplo: Eu leio os origi-
nais e você corrige os erros. Não falava nem se mexia.

Sindéticas Adversativas = iniciadas por conjunção coordenativa adversativa. Por exemplo: É po-
bre mas é honesto. Estudou muito, porém foi reprovado.

Sindéticas Alternativas = iniciadas por conjunção coordenativa alternativa. Por exemplo: Ou tra-
balha, ou estuda. No Rio, ora chove, ora faz calor.

Sindéticas Explicativas = iniciadas por conjunção coordenativa explicativa. Por exemplo: Não
chores, porque é pior. Faça silêncio, pois aqui é uma sala de aula.

69
Sindéticas Conclusivas = iniciadas por conjunção coordenativa conclusiva. Por exemplo: Penso,
logo existo. Menti ao papai, por isso apanhei.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

Neste período figuram orações de duas naturezas, ou seja, orações principais e orações subor-
dinadas.

Oração Principal é aquela que apresenta um de seus membros representado em outra oração do
período, chamada, portanto, de subordinada. A oração principal é na verdade um fragmento de
frase, já que seus termos constitutivos não estão desenvolvidos nela mesma. Por isso, a oração
subordinada vem completar o sentido da principal.

Há três tipos de orações subordinadas:

Substantivas = na maioria das vezes, as orações subordinadas substantivas são introduzidas por
conjunção subordinada integrante, sendo as principais a partícula QUE e a SE. Tais orações são
assim denominadas porque exercem função sintática própria de substantivo.

Adjetivas = são introduzidas por pronomes relativos, sendo o mais comum o relativo QUE quan-
do substituível por O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS, sem alterar o sentido do período.
Tais orações exercem a função de adjuntos adnominais. Como a função de adjunto adnominal é
própria de adjetivo, a oração do mesmo valor chama-se adjetiva.

AULA 34 E 35 - SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

EXPLICATIVAS = vêm entre vírgulas e a noção de predicado que elas possuem é própria do
termo a que se referem. Por exemplo: O mel, que é doce, não diminui as agruras da vida. O ho-
mem, que é mortal, deve bem aproveitar o seu tempo.

RESTRITIVAS = não vêm entre vírgulas e a noção do predicado que elas possuem restringe o
termo a que se referem. Por exemplo: O livro que comprei é muito bom. A pessoa que encontrei
estava uniformizada.

AULA 36 - SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

CAUSAIS = justificam o fato expresso na oração principal, sendo introduzidas por uma conjun-

70
ção subordinativa causal. Por exemplo: Não paguei à empregada, porque não tinha dinheiro.
Como faltasse energia elétrica, a aula foi suspensa..

CONCESSIVAS = indicam empecilho que não impede a realização do fato expresso na oração
principal, sendo introduzidas por conjunção subordinativa concessiva. Por exemplo: Embora fos-
se pobre, comprou uma bela residência. Ainda que chegue atrasado, conseguirei ingresso.

CONDICIONAIS = estabelecem dependência para que se realize o processo do verbo da oração


principal, sendo introduzidas por conjunção subordinativa condicional. Por exemplo: Se ganhar
na loteria, viajarei para a Europa. Caso o veja, avise-me.

CONFORMATIVAS = dão idéia de conformidade, sendo introduzidas por uma conjunção subor-
dinativa conformativa. Por exemplo: Fiz a lição conforme o professor pediu. Dei o recado como
estava escrito.

COMPARATIVAS = estabelecem um confronto com um termo da oração principal, sendo introdu-


zidas por uma conjunção subordinativa comparativa. Por exemplo: Teus lábios são doces como o
mel. A praça é do povo como o céu é do condor. Nota = muitas vezes, o verbo ficará subentendi-
do, sendo o mesmo verbo que aparece na oração principal. A isto dá-se o nome de elipse.

CONSECUTIVAS = exprimem consequência do processo do verbo da oração principal, sendo


introduzidas por uma conjunção subordinativa consecutiva. Por exemplo: Gritou tanto que ficou
rouco. Teve uma emoção tão forte que desmaiou.

FINAIS = indicam ideia de finalidade relacionada com o que se diz na oração principal, sendo
introduzidas por uma conjunção subordinativa final. Por exemplo: Fiz sinal ao ônibus que paras-
se. Economize muito para que possa ter alguma coisa na vida.

PROPORCIONAIS = dão ideia de proporcionalidade, de paralelismo quanto ao desenvolvimento


do processo verbal tanto da subordinada quanto da principal. São introduzidas por uma conjun-
ção subordinativa proporcional. Por exemplo: À medida que se vive, mais se aprende. À propor-
ção que estudamos, mais descobrimos a nossa ignorância.

TEMPORAIS = exprimem o tempo em que se desenrola o processo do verbo da oração princi-


pal, sendo introduzidas por uma conjunção subordinativa temporal. Por exemplo: Quando che-
guei, mamãe dormia. Enquanto você lê o livro, eu escrevo as cartas.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E POR SUBORDINAÇÃO

É um período misto, e nele há três tipos de orações:


coordenada principal subordinada

Por exemplo: Quando cheguei, apaguei as luzes e me deitei no sofá.

71
Analisando esta oração = Quando cheguei(oração subordinada adverbial temporal); apaguei as
luzes(oração principal); e me deitei no sofá(oração coordenada sindética aditiva).

Observações = Pode haver várias orações principais, várias subordinadas e coordenadas num
período. Orações coordenadas e subordinadas são ao mesmo tempo principais, havendo outras
que representam membros das referidas orações.

AULA 37 - SINTAXE DE PERÍODO COMPOSTO

ORAÇÕES REDUZIDAS

Têm o verbo no infinitivo, gerúndio ou particípio. Geralmente podem ser desenvolvidas em ora-
ções subordinadas introduzidas por conjunções subordinativas ou por pronomes relativos, e às
vezes em orações coordenadas iniciadas por conjunções coordenadas. As orações reduzidas
que não se desdobram chamam-se fixas. Por exemplo: Eu tenho vontade de falar com você. O
desdobramento da oração reduzida em oração desenvolvida é feito da seguinte maneira: o verbo
passa da forma nominal à forma não-nominal e o conectivo(conjunção ou pronome relativo) é
indicado no início da oração. Por exemplo: Reduzida = Amanhecendo, sairemos..

Desenvolvida = Quando amanhecer, sairemos.

Há três espécies de orações reduzidas:

De Infinitivo:

Substantivas subjetivas = Não convém agir assim(= Não convém que ajas assim). É importante
te-res paciência (= É importante que tenhas paciência).
Substantivas objetivas diretas = Ignoro tê-lo como amigo. Dizem estarem com razão(= Dizem
que estão com razão).

Substantivas objetivas indiretas = Aconselho-te a estudar(= Aconselho-te a que estudes). Ele


gosta de ouvir música popular.

Substantivas predicativas = O importante é ter calma(= O importante é que tenha calma). Sua
von-tade era viajar para o Ceará.
Substantivas completivas nominais = Estou disposto a praticar esporte. Elias tem necessidade
de falar com Roberta.

Substantivas apositivas = Só me falta isto: concluir o curso superior.

Adverbiais temporais = Ao despedir-se, não conteve as lágrimas(= Quando se despediu, não


conte-ve as lágrimas).

72
Adverbiais finais = Canto para te alegrar.

Adverbiais concessivas = Apesar de ser velho, ouvia os conselhos de qualquer pessoa(= Embo-
ra fosse velho, ouvia os conselhos de qualquer pessoa).
Adverbiais condicionais = Nada farás sem me consultares previamente(= Nada farás se não me
consultares previamente).

Adverbiais causais = Por se achar doente, não viajou(= Porque estivesse doente, não viajou).

Adverbiais consecutivas = Falou a ponto de deixar o público boquiaberto.

Adjetivas = Encontrei um poeta a namorar o crepúsculo(= Encontrei um poeta que namorava o


cre-púsculo).

De Gerúndio:

Subordinadas adjetivas = Vi um menino engraxando sapatos num bar da avenida(= Vi um meni-


no que engraxava sapatos num bar da avenida).

Adverbiais temporais = Anoitecendo, partiremos(= Quando anoitecer, partiremos).

Adverbiais concessivas = Mesmo amando Carlos, será uma mulher infeliz(= Embora ame Carlos,
será uma mulher infeliz).

Adverbiais condicionais = Estudando, vencerá todas as dificuldades(= Se estudar, vencerá todas


as dificuldades).

Adverbiais causais = Estando gripado, não fui à escola(= Como estivesse gripado, não fui à es-
cola).

Adverbiais modais = Aprendeu lendo os escritores clássicos. Nota = as adverbiais modais geral-
mente são fixas.

Coordenadas sindéticas aditivas = O automóvel caiu no abismo incendiando-se(= O automóvel


caiu no abismo e incendiou-se).

De Particípio:

Subordinadas adjetivas = A casa visitada por mim era bonita(= A casa que foi visitada por mim
era bonita).

Adverbiais temporais = Terminada a prova, os alunos foram dispensados(= Depois que termina-
ram a prova, os alunos foram dispensados).

73
Adverbiais concessivas = Humilhado por todos os torcedores, demonstrou sua superioridade(=
Em-bora fosse humilhado por todos os torcedores, demonstrou sua superioridade).

Adverbiais condicionais = Aceito meu pedido, terá uma recompensa(= Se aceitar meu pedido,
terá uma recompensa).

AULA 38 E 39 - CONCORDÂNCIA NOMINAL

CONCORDÂNCIA NOMINAL
Regra geral: mais próximo ou plural

SINGULAR OU PLURAL
· Sujeito composto, de mesmo gênero, singular e posposto = depois (ex: lindo/lindos rosto e
corpo)

MASCULINO PLURAL OU MAIS PRÓXIMO


· Sujeito composto, de gêneros diferentes, singular e pospostos (ex: linda/lindos boca e braço)
· Sujeito composto, de gêneros diferentes, plural e posposto (ex: linda/lindos boca e braços)
· Sujeito composto, de gêneros diferentes, números diferentes e posposto (ex: linda/lindos
pernas e ombro)

MAIS PRÓXIMO OU PLURAL


· Sujeito composto, ligado por “ou” (ex: traga faca ou colher prateada/prateadas)
· Sujeito composto por ordinais (exs: a primeira e a segunda fila/filas, primeira e segunda sé-
rie/séries)

VARIAM EM GÊNERO E NÚMERO


· Sujeito composto por “mesmo”, “próprio”, “só” (sozinho), “anexo”, “incluso”, “junto”, “nenhum”,
“dado”, visto”

MAIS PRÓXIMO
· Sujeito composto por sinônimos (ex: gratidão e reconhecimento profundo)

VÁRIAS FORMAS
· Sujeito composto, com artigo
Ex: As línguas inglesas e francesas
A língua inglesa e francesa
A língua inglesa e a francesa

VARIAM
· O mais...possível, só, obrigado

INVARIÁVEIS
· Advérbios de modo (exs: menos, em anexo, meio, muito, bastante, caro, somente)
· Alerta (ex: os soldados estavam alerta), menos (quantidade), a sós, em mão

74
Obs: um e outro assuntos / uma e outra parede sujas
a cerveja é boa / cerveja é bom
estou quite / estamos quites
bastantes pessoas falaram bastante bem de você

CONCORDÂNCIA VERBAL
Regra geral: sujeito composto anteposto = plural (ex: paulo e elias foram) / posposto = singular
ou plural (ex: foi/foram paulo e elias)

SINGULAR
· Sujeito composto por “nem um nem outro”, “um ou outro”, “é muito”, “é pouco”, “é mais de”, “é
menos de”, “é tanto” = quantidade, “mais de um” (ex: mais de um faz), “um dos que”, “algum de”,
“uma parte de”
· Sujeito composto por coletivo (ex: uma porção de homens viu o que aconteceu)
· Sujeito composto, ligado por “com” = companhia / “ou” = exclusão/sinomia (exs: paulo ou eu-
gênio vai, paulo com eugênio vai)
Obs: verbo antes = mais próximo

ª
3 PESSOA DO SINGULAR
· Sujeito composto por “quem” / “qual” (exs: qual de vóis é?, sou eu quem diz)
· Verbo + índice de indeterminação do sujeito “se” (precisa-se de motoristas)
Obs: pregam-se botões
· Verbos impessoais = haver/fazer/estar/ir - tempo/existir/temperatura (exs: faz/há três dias que
ele saiu, fazia dez horas, fazia dez graus)
Obs: Locuções verbais = transmissão de impessoalidade (ex: vai haver)
hão de existirem / hão de fazer = ênfase (ex:vão haver muitas pessoas)
existir/acontecer = pessoais (ex: existem muito motivos)
o sofrimento, as desilusões, as traições da vida, nada/tudo faz (“resuminadora”)

MAIS PRÓXIMO OU PLURAL


· Sujeito composto posposto (ex: foi/foram Paulo e João)
· Sujeito composto por “não só... mas também”, “não só... como”, “bem como” (exs: não só eu,
mas meus filhos, estou/estamos com gripe. luiz, bem como seus irmãos, foi/foram a missa)
· Sujeito composto por “tanto... como”, “tanto...quanto” (exs: tanto o marido como a mulher men-
tiram, tanto você quanto seus amigos estão certos)

ANTECEDENTE DO SUJEITO

· Sujeito composto por “que” (ex: fui eu que resolvi)

PLURAL
· Sujeito composto anteposto (ex: paulo e joão foram)
· Ligados por “como” (ex: o jovem como o idoso são sensíveis)
· Sujeito composto por “quantos de” (ex: quantos de nós serão aceitos)

75
a a a a a
· Pronomes pessoais diferentes: a 1 . prevalece sobre a 2 . e 3 . e a 2 . sobre a 3 (exs: eu, tu e
ele somos / tu e ela sois)
· Sujeito ligado por “com” = cooperação / “ou” = inclusão, antomímia, retificação (ex: a viúva
com os filhos saíram)
Obs: já não se fazem mais casas como antigamente

SINGULAR OU PLURAL
· Sujeito composto por “um e outro” (um e outro ficou/ficaram)
· Sujeito composto por “a maioria”, “a maior parte de” / “grande parte de” / “alguns de” / “um
grande número de” / “muitos de” + nome no plural (ex: a maior parte dos alunos fiajou/viajaram)
· Sujeito composto por “um dos que” (ex: sou um dos que foi/foram)
· Sujeito composto por “cerca de”, “mais de”: concorda com o numeral (exs: mais de um morreu,
cerca de vinte escaparam)
· Sujeito composto por porcentagem ou fração (exs: vinte porcento sobreviveu/sobreviveram, um
terço foi)
“Tudo”, “isso”, “aquilo”, “o que” + verbo ser + nome plural (ex: tudo é/são flores)

Obs: o filho é as alegrias dos pais (ser humano) / o problema são as dívidas (coisa)
os Estados Unidos são uma potência (com artigo) / Estados Unidos é uma potência
Os Luzíadas imortalizaram Camões
hajam vistos os perigos / haja visto a incidência
elas mesmas se corrigiram
raiva, ódio, inveja, tudo é reprovável (palavra “resuminadora”)
hoje são 14 de abril / hoje é dia 14 de junho / são 10 horas / são 10km até lá
entre mim e você
fomos à cantina e voltamos da cantina / acredito nas pessoas e gosto das pessoas
eles propôs o acordo, mas ela discordou do acordo
a escola em que estudei / a pessoa a quem obedeço / a mulher de quem nunca esqueço
a cidade em que morava / a praia a que iremos / o filme de que mais gostei / a empresa em que
trabalho
deram três horas no relógio / o relógio deu dez horas
faltam poucas horas para acabar
é proibido entrada / é proibida a entrada

AULA 40 E 41 - CRASE

Acento Grave
O acento grave usa-se exclusivamente para indicar a crase da preposição "a" com os artigos a,
as e com os demonstrativos a, as, aquele(s), aquela(s), aquilo: à, às, àquele(s), àquela

CRASE

A palavra crase é de origem grega e significa "fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome
que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposi-

76
ção "a" com o artigo feminino "a" (s), com o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial
dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o"a" do relativo a qual (as quais). Na escri-
ta, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a crase. O uso apropriado do acento grave, de-
pende da compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento
da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição "a". Aprender a usar
a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição e
um artigo ou pronome.

Observe:

Vou a a igreja.
Vou à igreja.

No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar)
e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando ocorre
esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave.

Observe os outros exemplos:


Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.

No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer algo ou alguém), logo não exige pre-
posição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir-se
a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". Portanto, a crase é possível, desde que o termo
seguinte seja feminino e admita o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados.
Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a" (s) ou de um pronome de-
monstrativo "a" (s) após uma preposição "a":

1 - Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que se está em dúvida.


Se surgir a formação, ocorrerá crase antes do termo feminino.

Veja os exemplos:
Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno.
Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna.2- Trocar o termo regente acompanhado da preposi-
ção a por outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, sobre).
Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se não surgirem novas
formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase.

Veja os exemplos:
- Penso na aluna.
- Apaixonei-me pela aluna.

77
Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da preposição "a" ou do
artigo "a", é preciso provar que existem os dois.
Evidentemente, se o termo regido não admitir a anteposição do artigo feminino "a" (s),
não haverá crase. Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre:

- Diante de substantivos masculinos:


Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.
Assisitimos a espetáculos magníficos.

- Diante de verbos no infinitivo:


A criança começou a falar.
Ela não tem nada a dizer.
Estavam a correr pelo parque.
Estou disposto a ajudar.
Continuamos a observar as plantas.
Voltamos a contemplar o céu.

Obs.: como os verbos não admitem artigos, constatamos que o "a" dos exemplos acima é
apenas preposição, logo não ocorrerá crase.

- Diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das for-
massenhora, senhorita e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
Mostrarei a vocês nossas propostas de trabalho.
Quero informar a algumas pessoas o que está acontecendo.
Isso não interessa a nenhum de nós.
Aonde você pretende ir a esta hora?
Agradeci a ele, a quem tudo devo.

AULA 42 - CRASE

Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes podem ser identificados pelo
método explicado anteriormente. Troque a palavra feminina por uma masculina, caso na
nova construção surgir a forma ao, ocorrerá crase. Por exemplo:

Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)


Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Cláudio para sair mais cedo.)

78
- Diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.

Casos em que a crase SEMPRE ocorre:

- Diante de palavras femininas:


Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.

- Diante da palavra "moda", com o sentido de "à moda de" (mesmo que a expressão moda
de fique subentendida):
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.

- Na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
Ele saiu às duas horas.
Obs.: com a preposição "até", a crase será facultativa.
Por exemplo: Dormiram até as/às 14 horas.

AULA 43 - CRASE

- Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que participam palavras femini-


nas. Por exemplo:

Crase diante de Nomes de Lugar


Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo "a". Outros, entretanto, admitem o
artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposi-
ção "a".

AULA 44 – PONTUAÇÃO

Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pau-
sa, bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte,
o papel desempenhado pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão
da informação transmitida.

79
1. Ponto (.)

O ponto pode ser utilizado para:

a) Indicar o final de uma frase declarativa:


Acho que Pedro está gostando de você.

b) Separar períodos:
Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:
V. Ex.ª (Vossa excelência)

2. Dois-pontos (:)

Deve ser utilizado com as seguintes finalidades:

a) Iniciar fala de personagens:


Ela gritou:
– Vá embora!

b) Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que expli-


cam e/ou resumem ideias anteriores.
Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.
Anote meu número de telefone: 863820847.

c) Anteceder citação direta:


É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar.”

3. Reticências (...)

Usa-se para:

a) Indicar dúvidas ou hesitação:


Sabe... preciso confessar uma coisa: naquela viagem gastei todas as minhas economias.
b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:
Talvez se você pedisse com jeitinho...
c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:
Pedofilia, estupros, assassinatos, pessoas sem ter onde morar, escândalos ligados à corrup-
ção... assim caminha a humanidade.
d) Suprimir palavras em uma transcrição:
“O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” (Chico
Xavier)

80
AULA 45 - PONTUAÇÃO

4. Parênteses ( )

Os parênteses são usados para:


a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e, também, podem substituir a
vírgula ou o travessão:
Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc (1871).
Numa linda tarde primaveril (meu caçula era um bebê nessa época), ele veio nos visitar pela úl-
tima vez.

5. Ponto de exclamação (!)

Em que situações utilizar:


a) Após vocativo:
Juliana, bom dia!
b) Final de frases imperativas:
Fuja!
c) Após interjeição:
Ufa! Graças a Deus!
d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:
Que lástima!

6. Ponto de interrogação (?)

Quando utilizar:
a) Em perguntas diretas:
Quando você chegou?
b) Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:
Não acredito, é sério?!

7. Vírgula (,)

Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece em várias
situações. A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos por ela separados não
formam uma unidade sintática, apesar de estarem na mesma oração.

A seguir confira as situações em que se deve utilizar vírgula.


a) Separar o vocativo:
Marília, vá à padaria comprar pães para o lanche.
b) Separar apostos:
Camila, minha filha caçula, presenteou-me com este relógio.
c) Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:
Os políticos, muitas vezes, visam somente os próprios interesses.
d) Separar elementos de uma enumeração:

81
Meus bolos prediletos são os de chocolate, coco, doce de leite e nata com morangos.
e) Isolar expressões explicativas:
Faça um bolo de chocolate, ou melhor, de chocolate e morangos

AULA 46 - PONTUAÇÃO

f) Separar conjunções intercaladas:


Os deputados não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.
g) Separar o complemento pleonástico antecipado:
Havia no rosto dela ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa.
h) Isolar o nome do lugar na indicação de datas:
São Paulo, 10 de Dezembro de 2016.
i) Separar termos coordenados assindéticos:
Vim, vi, venci. (Júlio César)
j) Marcar a omissão de um termo:
Maria gosta de praticar esportes, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)
Antes da conjunção, como nos casos abaixo:
k) Quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:
Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres.
l) Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto):
Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém nunca me
escuta.
m) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam senti-
do de adição (adversidade, consequência, por):
Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca.
Entre orações:
n) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:
Amélia, que não se parece em nada com a Amélia da canção, não suportou seu jeito grosseiro e
mandão.

AULA 47 - PONTUAÇÃO

o) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações
iniciadas pela conjunção “e”:
Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe.
p) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente
se estiverem antepostas à oração principal:
A casa, tão cara que ela desistiu da compra, hoje está entregue às baratas.
q) Para separar as orações intercaladas:
Ficou doente, creio eu, por conta da chuva de ontem.
r) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:
Quando me formarei, ainda não sei.

82
8. Ponto e vírgula (;)

a) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:

Para preparar o bolo vamos precisar dos seguintes ingredientes:


1 xícara de trigo;
4 ovos;
1 xícara de leite;
1 xícara de açúcar;
1 colher de fermento.

b) Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito extensas ou
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciada-
mente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que so-
fria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior
um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

9. Travessão (—)

O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins:


a) Iniciar a fala de um personagem no discurso direto:
Então ela disse:
— Gostaria que fosse possível fazer a viagem antes de Outubro.
b) Indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
— Querido, você já lavou a louça?
— Sim, já comecei a secar, inclusive.
c) Unir grupos de palavras que indicam itinerários:
O descaso do poder público com relação à rodovia Belém—Brasília é decepcionante.
d) Substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
Dizem que Elvis — o rei do rock — na verdade, detestava atuar.

10. Aspas (“”)

As aspas são utilizadas com os seguintes objetivos:


a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, pala-
vrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares:
A aula do professor foi “irada”.
Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

AULA 48 – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Considerada como complicada pela maioria dos estudantes, a interpretação de textos é, efeti-
vamente, um exercício complexo!

83
A interpretação de textos…
Implica a mobilização dos conhecimentos prévios que cada pessoa possui antes da leitura de
um determinado texto;
Pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça uma relação com a informação
já possuída, levando ao crescimento e à ampliação do conhecimento do leitor;
Pretende que haja uma apreciação pessoal e crítica aquando da análise do novo conteúdo
lido, afetando de alguma forma o leitor.
Assim, podemos afirmar que existem diferentes tipos de leitura: uma leitura prévia, uma leitura
seletiva, uma leitura analítica e, por fim, uma leitura interpretativa.

AULA 49 – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Como interpretar um texto?

Para uma correta compreensão e interpretação do texto, siga os seguintes passos:

1) Leia lentamente o texto todo.


A primeira leitura do texto deverá ser feita com calma e sem interrupções. No primeiro contato
com o texto, o mais importante é tentar compreender o sentido global do texto e identificar o seu
objetivo. Não é essencial entender a totalidade do texto, nem o significado de todas as palavras.

2) Releia o texto quantas vezes forem necessárias.


Nas leituras seguintes, será mais fácil identificar as ideias principais de cada parágrafo e com-
preender o desenvolvimento do texto, ou seja, a relação que diversas ideias estabelecem umas
com as outras.

AULA 50 - INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

3) Sublinhe as ideias mais importantes.


A realização de sublinhados deverá ser feita apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. De outra forma, pode haver excesso de sublinhados,
o que complica mais do que ajuda.

4) Separe fatos de opiniões.


Na leitura do texto, o leitor deverá separar claramente o que é um fato (verdadeiro, objetivo e
comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mutável). É importante também dife-
renciar as ideias transmitidas pelo autor das suas próprias ideias, que não deverão prevalecer
sobre ou refutar as ideias transmitidas no texto.

5) Retorne ao texto sempre que necessário.


Deverá haver um retorno ao texto para nova leitura de parágrafos, frases, expressões,... (ou até
do texto completo) quando for necessário responder a perguntas, identificar palavras, expres-
sões, frases, pontuação, funções da linguagem,... É importante, também, entender com cuidado
e atenção os enunciados das questões.

84
6) Reescreva o conteúdo lido.
Para melhor compreensão ou memorização, muitos estudantes recorrem à reescrita do texto
feita com as suas próprias palavras. Para tal efeito podem ser feitos resumos, tópicos, esque-
mas,...

Dicas para a interpretação de texto


Leia estas dicas, para que a leitura e interpretação de textos se torne um processo cada vez
mais fácil!

Dica 1: Leia muito e com vontade.


É de extrema importância que haja uma leitura frequente de diversos conteúdos, que haja um
hábito de leitura assíduo e um gosto na realização dessa leitura.

Dica 2: Crie familiaridade com o conteúdo escrito.


Apesar da leitura frequente ser o mais importante, há outros pequenos hábitos que contribuem
para a criação de uma familiaridade com as palavras e os diversos conteúdos escritos, como:

AULA 51 A 52 - INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

a análise de palavras em diversas fontes, como músicas, provérbios, ditados, propagandas,...;


a análise de informação estruturada em gráficos, tabelas, diagramas, mapas,…
o uso de técnicas que contribuam para a diversificação vocabular, como o uso de sinônimos e
antônimos;
o uso recorrente de dicionários e gramáticas para esclarecer qualquer dúvida ou aumentar co-
nhecimentos sobre uma palavra ou matéria;
a realização de palavras cruzadas e outras atividade lúdicas

Dica 3: Pratique a interpretação de textos.


Quanto mais pratica tivermos na realização de alguma coisa, mais fácil será a realização dessa
mesma coisa. Com a interpretação de texto é assim também. Se a interpretação de texto for rea-
lizada apenas em concursos e provas, será sempre um pouco difícil, mas se for constantemente
praticada, ficará cada vez mais fácil. Para isso, em qualquer conteúdo escrito pratique:

Identificar ideias principais;


Relacionar as ideias e as situações presentes no texto com a realidade;
Resumir as principais ideias do texto;
Parafrasear o conteúdo do texto, tirando conclusões pessoais sobre as ideias apresentadas pelo
autor

85
A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus
textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor
a

a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais.


b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis.
c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo.
d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis.
e) consumir produtos de modo responsável e ecológico...

a) Mafalda emprega o mesmo valor semântico para o vocábulo “indicador” no primeiro e no últi-
mo quadrinho.
b) Mafalda não sabe a importância do dedo indicador.
c) A expressão “dedo indicador” é utilizada de maneira metafórica pelo autor da tirinha.
d) Mafalda ainda não sabe exatamente o significado da expressão “indicador de desemprego”

86
e) Apesar de ser uma criança, Mafalda já percebe as injustas relações de trabalho estabelecidas
entre patrões e operários...

A partir da leitura da tirinha de Calvin e Haroldo, criação do desenhista Will Watterson, é possível
inferir apenas:

a) A linguagem verbal é predominante. Sendo assim, a linguagem não verbal não auxilia na
construção de sentidos da tirinha.
b) O desenhista, por meio da personificação da personagem Haroldo, discute sobre a importân-
cia da indústria da guerra para a promoção da paz mundial.
c) A ironia é a figura de linguagem predominante na linguagem verbal, presente nas falas de Cal-
vin no terceiro e quarto quadrinhos. Por meio de metáforas, Bill Watterson faz uma dura crítica à
indústria norte-americana de guerra...

87
d) A linguagem verbal não contribui para o melhor entendimento da tirinha, pois todo efeito de
humor está contido na linguagem não verbal por meio das expressões exibidas por Calvin e Ha-
roldo no último quadrinho.

AULA 53 – REGÊNCIA NOMINAL

A regência nominal é um dos tipos de regência existentes e, como o nome já sugere, ocorre
apenas entre nomes (substantivo, adjetivo ou advérbio). Quando um termo influencia outro em
uma sentença, dizemos que se trata de um termo determinante. A essa relação de subordina-
ção entre o termo determinante e o termo determinado (ou subordinado), damos o nome
de regência. A preposição que liga um termo ao outro costuma marcar a relação de subordina-
ção.

Como ocorre a regência nominal?


A regência nominal trata da relação entre um nome e outro termo. O nome, que será o
termo determinante, pode ser classificado como substantivo, adjetivo ou advérbio. O outro termo
é o complemento e/ou a preposição. Observe os exemplos:

→ Apto a
Vocês, agora, estão aptos a dirigir.

→ Disposto(a) a
“Não estou disposto a esquecer seu rosto de vez.” (Compositor: Hyldon Silva)

→ Fácil de/difícil de
Aquela era uma situação fácil de se resolver.
O movimento feito pelo ginasta era um dos mais difíceis de se executar.

Firme em
Eu me mantive firme em meu propósito.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

→ Grato(a) a/por
Estar grato(a) a alguém por algo:
Ela ficou muito grata a eles por toda a ajuda.

→ Luta contra
Ele sabia de toda a luta contra aquela injustiça.
Natural de
Lima Barreto era natural de Olinda.
Obediente a
Era um garoto muito bonzinho, sempre foi obediente à família.

→ Perto de/longe de
Estamos ainda muito longe da próxima parada, motorista?

88
Já cumpriram quase todas as etapas, estão perto de ganhar a competição.
Perto de/longe de
Estamos ainda muito longe da próxima parada, motorista?
Já cumpriram quase todas as etapas, estão perto de ganhar a competição.

→ Satisfeito com
Nós ficamos muito satisfeitos com o resultado.

Substantivos
admiração (a, por)
Sentia admiração por fenômenos naturais.
dificuldade (de, em)
Tenho dificuldade em língua portuguesa.
aversão (a, para, por)
Sentia verdadeira aversão às imposições arbitrárias.
capacidade (de, para)
Possuía grande capacidade de crescer profissionalmente.
dúvida (acerca de, em, sobre)
Temos dúvidas acerca de alguns pontos do contrato.
medo (de)
Ela afirmou que tem medo de avião.
receio (de)
Tinha receio de permanecer no mesmo lugar.
respeito (a, com, para com, por)
Ela tem respeito pela própria história.
obediência (a)
É preciso ter obediência aos princípios da natureza.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)


Adjetivos
alheio (a, de)
Não é possível permanecer alheio aos processos.
apto (a, para)
Estava apto para trabalhar.
acostumado (a, com)
Estava acostumado a não medir esforços.
ansioso (de, para, por)
Estou ansioso para mudar a casa.
benéfico (a)
Alimentação saudável é benéfica ao corpo.
capaz (de, para)
Ela é capaz de tudo para ser feliz.
comum (a)
A prática é comum a todos.
compatível (com)

89
Suas atitudes não são compatíveis com suas palavras.
contrário (a)
Somos contrários às negociações.
essencial (a, para)
Cálcio é essencial para a saúde dos ossos.
generoso (com)
Foi generoso com os menores.
interessado (em, por)
Ele é interessado em língua portuguesa.
necessário (a, em, para)
Trouxe dinheiro necessário para meu regresso.
relacionado (com)
O conteúdo está relacionado com gramática.
útil (a, para)
Este conteúdo é útil para você.

Veja também: Locuções prepositivas – grupos de palavras que exercem a função de pre-
posição

Advérbios

Os advérbios terminados em -mente seguem a mesma regência dos adjetivos de que são origi-
nados.
análogo a - analogamente a
relativo a - relativamente a
semelhante a - semelhantemente a
favorável a - favoravelmente a
É importante destacar que perto e longe são seguidos da preposição de.
Fique aqui, bem perto de mim.
Longe dos olhos, longe do coração.

AULA 54 – TIPOLOGIA TEXTUAL

O Que É Tipologia Textual?

Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras
gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um
texto: A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e
a injunção. Ao todo são 5 (cinco) tipos textuais.

NARRAÇÃO
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu com
outros, pois nosso dia-a-dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja na
forma escrita ou na oralidade, esta é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das ca-
vernas quando o homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.

90
Regra gramatical para este tipo de texto (NARRAÇÃO):
Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São apresentadas
ações e personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.
Segue a seguinte estrutura:

Exemplo:
Minha vida de menina
Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como está, coita-
dinha e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se esquecerá de
sua avozinha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu larguei dos
braços dela e vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.
Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de mim e
de meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui nesta
hora, que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer tanto.
Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas lições? Então
vá se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena Morley

DESCRIÇÃO
a intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do que
está sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:

A-) A enumeração:
Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma ideia de
ausência de ações dentro do texto.

B-) A comparação:
Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que percebemos,
podemos utilizar a comparação, pois este processo de comparação faz com que o leitor associe
a imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor. Utilizamos compa-
rações do tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um gosto que lembra ..., o
cheiro parece com ..., etc.

C-) Os cinco sentidos:


Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos utilizando
também os cinco sentidos: Audição, Visão, Olfato, Paladar, Tato como auxílio para criação desta
imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o local ou a pessoa
descrita.
Por exemplo: Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O
que você perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pesso-
as à sua volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas
pessoas ao redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente estes dois,
você pode utilizar também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descre-
ver.

91
Regra Gramatical para este tipo de texto (Descrição):
Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém.
Pode ser:

Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Neste tipo de descri-
ção não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o que é
visto, em detrimento do sujeito que vê.

Subjetiva: aparecem, neste tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de quem


descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi des-
crito.

Características do texto descritivo


- É um retrato verbal
- Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases
- As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas
- Como na narração há a utilização da enumeração e comparação
- Presença de verbos de ligação
- Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado)
- Emprego de orações coordenadas justapostas

AULA 55 – TIPOLOGIA TEXTUAL

A estrutura do texto descritivo


A descrição apresenta três passos básicos:
1- Introdução: apresentação do que se pretende descrever.
2- Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3- Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Exemplo:
Alguns dados sobre Rudy Steiner
“Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis
esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos seis filhos dos Steiner, estava sempre com
fome. Na rua Himmel, era considerado meio maluco ...”

DISSERTAÇÃO

Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é debater.
Este tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apre-
sentação detalhada de determinados temas e conhecimentos.
Para construção deste tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do assun-
to/tema tratado.

92
Regra gramatical para esse tipo de texto (Dissertação):
Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto de vista
sobre um tema, por meio de argumentos.

Exemplo:
Redução da maioridade penal, grande falácia
O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por que é contrário à mudança na maioridade
penal.
Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um
adolescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do
ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade
penal, mas logo descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão,
para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas
17% adotam idade menor de 18 anos como definição legal de adulto.
Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos
admitindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu
a proteção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo
infrator da sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo.
Com a redução da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.
Cerca de 85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por
atuarem no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida.

93
Afirmar que os adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tan-
tas vezes dita, transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a
falta de ação do Estado. Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infra-
tores são punidos com muito mais rigor do que os adultos.
Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do
disposto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, §
4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à
Constituição os direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea.
A prevenção à criminalidade está diretamente associada à existência de políticas sociais básicas
e não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a cer-
teza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão social.

Dalio Zippin Filho é advogado criminalista. 10/06/2013


Texto publicado na edição impressa de 10 de junho de 2013

EXPOSIÇÃO
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece
sem a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.

Regras gramaticas para este tipo textual (Exposição):


Neste tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos; expõe
ideias; explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja sua
opinião a respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos está
no presente do indicativo.
Exemplos: Notícias Jornalísticas

INJUNÇÃO
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por
exemplo quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar manual de instruções
para o funcionamento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando
lemos a bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita.

Os textos injuntivos são aqueles textos que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.

Regras gramaticais para este tipo de texto (Injunção):


Como são textos que expressão ordem, normas, instruções tem como característica principal a
utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:

-Instrucional: O texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.
-Prescrição: O texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.

Exemplo:
BOLO DE CENOURA
Ingredientes
Massa

94
3 unidades de cenoura picadas
3 unidades de ovo
1 xícaras (chá) de óleo de soja
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 colheres (sopa) de fermento químico em pó
Cobertura
1/2 xícara (chá) de leite
5 colheres (sopa) de achocolatado em pó
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de Margarina
Como fazer Massa
Coloque os ingredientes no liquidificador, e acrescente aos poucos a farinha.
Leve para assar em uma forma untada.
Depois de assado cubra com a cobertura.
Cobertura
Misture todos os ingredientes e leve ao fogo e deixe ferver até engrossar.

Breve Resumo Para Fixação


Narração: Personagens, Enredo, Espaço...
Descrição: Enumeração, Comparação, Retrato Verbal...
Dissertação: Expositiva, Argumentativa, Debater...
Injunção: Instrucional (Manuais, Receitas, Bulas...)
Exposição: Fatos, Impessoal (Notícias Jornalísticas)

AULA 56 – SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS

Significação das palavras

HOMÔNIMOS
São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos de homônimos:

HOMÔNIMOS PERFEITOS
Têm a mesma grafia e o mesmo som.
- A manga está uma delícia.
- A manga da camisa ficou perfeita.

HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS
Têm a mesma grafia, mas sons diferentes.
- Eu começo a trabalhar em breve.
- O começo do filme foi ótimo.

HOMÔNIMOS HOMÓFONOS
Têm o mesmo som, mas grafias diferentes.

95
-Os concertos são realizados nas maiores e mais importantes salas de Viena, como a Ópera de
Viena.
-O conserto do meu celular durou uma semana.

Antônimos
São palavras diferentes na forma e opostas na significação.
Ex.:
sim – não
abaixar – levantar
nascer – morrer
correr – parar
sair – chegar
belo – feio
vida – morte

Homônimos
Vem do grego “homós” que quer dizer: “igual”, “ónymon” que significa “nome”. São palavras
iguais na forma e diferentes na significação.
Homônimos podem ser:
a) Homônimos homófonos
b) Homônimos homógrafos

Homônimos Homófonos
São os que têm som igual e significação diferente.
cerrar (fechar)
serrar (cortar)
chá (bebida)
xá (soberano do Irã)
cheque (ordem de pagamento)
xeque (lande do jogo de xadrez)
concertar (ajustar, combinar)
consertar (corrigir, reparar)
coser (costurar)
cozer (preparar alimentos)
esperto (inteligente, perspicaz)
experto (experiente, perito)
incerto (não certo, impreciso)
inserto (introduzido, inserido)
incipiente (principiante)
insipiente (ignorante)
ruço (pardacento, grisalho)
russo (natural da Rússia)
tachar (atribuir defeito a)
taxar (fixar taxa)
acender (pôr fogo)

96
ascender (subir)
acento (símbolo gráfico)
assento (lugar em que se senta)

Homônimos Homógrafos
São palavras que têm grafia igual e significação diferente; devemos notar que as vogais podem
ter som diferente, bem como pode ser diferente o acento da palavra. Sendo que se escrevam
com as mesmas letras e tenham significação diferente.

Ex.:
sede(residência) – sede (vontade de beber água)
cará (planta) – cara (rosto)
sabia (verbo saber) – sabiá (pássaro) – sábia (feminino de sábio)
Nota: As palavras podem ser ao mesmo tempo homônimos homófonos e homônimos ho-
mógrafos

Ex.:
mato (bosque) – mato (verbo)
livre (solto) – livre (verbo livrar)
rio (verbo rir) – rio (curso de água natural)
amo (verbo amar) – amo (servo)
canto (ângulo) – canto (verbo cantar)
fui (verbo ser) – fui (verbo ir)
recrear (divertir, alegrar)
recriar (criar novamente)
sortir (abastecer)
surtir (produzir efeito)
tráfego (trânsito)
tráfico (comércio ilegal)
vadear (atravessar a vau)
vadiar (andar ociosamente)
vultoso (volumoso)vultuoso (atacado de congestão na face)
imergir (afundar)
emergir (vir à tona)
inflação (alta dos preços)
infração (violação)
infligir (aplicar pena)
infringir (violar, desrespeitar)
mandado (ordem judicial)
mandato (procuração)
ratificar (confirmar)
retificar (corrigir)
emigrar (deixar um país)
imigrar (entrar num país)

97
01. Assinale a alternativa correta:
“Pedro e João ____ entraram em casa perceberam que as coisas não iam bem, pois sua irmã
caçula escolhera um ____ momento para comunicar aos pais que iria viajar nas férias; _____
seus, dois irmãos deixaram os pais _____ sossegados quando disseram que a jovem iria com os
primos e a tia.”

a) mau - mal - mais - mas;


b) mal - mal - mais - mais;
c) mal - mau - mas - mais;..
d) mal - mau -mas - mas;

02. Complete as lacunas com (estada / estadia /onde / aonde):


“_______ quer que eu me hospede, procuro logo saber o preço da _______, quanto custa a
_______de um carro alugado, bem como _______ se possa ir à noite.”

a) aonde – estadia – estada – onde;


b) onde – estada – estadia – aonde;..
c) onde – estadia – estada – aonde;
d) aonde – estada – estadia – onde;

03. - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;


- Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em Marte.
- As _________ da câmara são programas de humor.
- ___________ dias que não falo com Alfredo.

Escolha a alternativa que oferece a sequência correta de vocábulos para as lacunas existentes:

a) concerto – há – a – cessões – há;


b) conserto – a – há – sessões – há;
c) concerto – a – há – seções – a;
d) concerto – a – há – sessões – há;..

04. “O _______ de veículos de grande porte, em vias urbanas, provoca ________ no trânsito;
forçando a que os motoristas dos carros menores ________,muitas delas, completamente sem
_________ ;

a) tráfico – infrações – inflijam – concerto;


b) tráfego – infrações – inflijam – conserto;
c) tráfego – inflações – infrinjam – conserto;
d) tráfego – infrações – infrinjam – conserto;..

06. Observe as frases abaixo:


1. O perigo de desabamento está próximo.
2. No levantamento da população de São Paulo houve distorções.

98
3. Na repartição das armas, a presença do furriel é importante.
4. Toda espécie de contrabando de drogas deve ser repreendido.

Os vocábulos grifados equivalem respectivamente a:


a) iminente, censo, seção e tráfego.
b) iminente, censo, seção e tráfico.
c) eminente, senso, cessão e tráfico.
d) eminente, senso, sessão e tráfego.

07. Em: O Prefeito ratificou o Decreto e O Prefeito retificou o Decreto, as palavras sublinhadas
podem ser substituídas, sem que haja perda de sentido, por,
respectivamente:

a) modificou / publicou
b) escolheu / saudou
c) anunciou / arquivou
d) confirmou / corrigiu

09. Assinale a alternativa em que as formas completam corretamente as lacunas das frases, pela
ordem:

1. Ele foi logo embora e ninguém sabe o ..............


2. Nomearam-no ................?
3 ........................ vos entristeceis?
4. Muita maldade acontece .......... o dinheiro é o grande envenenador da alma.

a) por que, por quê, porquê, porque.


b) por quê, por que, porquê, porque.
c) porque, porquê, por quê, por que.
d) porquê, por quê, por que, porque.

GABARITO - AULA 56
01 02 03 04 06 07 09
C B D D B D D

AULA 57 A 59 – ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Regras básicas

99
As regras de acentuação gráfica procuram reservar os acentos para as palavras que se enqua-
dram nos padrões prosódicos menos comuns da língua portuguesa. Disso, resultam as seguin-
tes regras básicas:

Proparoxítonas – são todas acentuadas. Têm a antipenúltima sílaba tônica e, nesse caso, é a
sílaba que leva acento. É o caso de: lâmpada, relâmpago, Atlântico, trôpego, Júpiter, lúcido, óp-
timo, víssemos, flácido.

Paroxítonas – são as palavras mais numerosas da língua e justamente por isso as que recebem
menos acentos. Têm a penúltima sílaba tônica. São acentuadas as que terminam em:

-i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri.


-us, um, uns, on, ons: vírus, bónus, álbum, parabélum, álbuns, parabéluns.
-l, n, r, ei, x, ps’: incrível, útil, ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen, éter, mártir, caráter, revólver,
jóquei, tórax, ônix, fênix, bíceps, fórceps, Quéops.
-ã, ãs, ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos.

Ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s: água, árduo, pónei, cáries, má-
goas, jóqueis.

FONÉTICA E FONOLOGIA

M / N As letras M e N devem ser analisadas com muito cuidado. Elas podem ser:

Consoantes = Quando estiverem no início da sílaba.

Semivogais = Quando formarem os grupos AM, EM e EN, em final de palavra - somente em


final de palavra - sendo representadas foneticamente por Y ou W.
Ressôo Nasal = Quando estiverem após vogal, na mesma sílaba que ela, excetuando os três
grupos acima. Indica que o M e o N não são pronunciados, apenas tornam a vogal nasal, portan-
to haverá duas letras (a vogal + M ou N) com um fonema só (a vogal nasal).

Por exemplo, na palavra manchem, terceira pessoa do plural do presente do subjuntivo do


verbo manchar, teremos o seguinte: man-chem, 2 vogais = a, e; 2 consoantes = o 1º m, x(ch); 1
semivogal = y (o 2º m); 1 ressôo nasal = an (ã). mãxẽy.

Oxítonas/ Monossílabos

Oxítonas – Têm a última sílaba tônica. São acentuadas as que terminam em:

-a, as: Pará, vatapá, estás, irás, cajá.


-e, es: você, café, Urupês, jacarés.
-o, os: jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó.
-em, ens: alguém, armazéns, vintém, parabéns, também, ninguém.

100
Monossílabos tônicos – são acentuados os terminados em:

-a, as: pá, vá, gás, Brás, cá, má.


-e, es: pé, fé, mês, três, crê.
-o, os: só, xô, nós, pôs, nó, pó, só.

Ditongo – abertos tónicos quando em palavras oxítonas

-éi: anéis, fiéis, papéis


-éu: céu, troféu, véu
-ói: constrói, dói, herói

-Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloi-
de, boia.

-Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exem-
plo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R.

Hiato – i e u nas condições:

-sejam a segunda vogal tônica de um hiato;


-formem sílabas sozinhos ou com s na mesma sílaba;
-não sejam seguidas pelo dígrafo nh;
-não forem repetidas (i-i ou u-u);
-não sejam, quando em palavras paroxítonas, precedidas de ditongo;
-ex.: aí: a-í; balaústre: ba-la-ús-tre; egoísta: e-go-ís-ta; faísca: fa-ís-ca; viúvo; vi-ú-vo; heroína:
he-ro-í-na; saída: sa-í-da; saúde: sa-ú-de.
-Não se acentuam as palavras oxítonas terminadas em i ou u (seguidos ou não do s). Palavras
como baú, saí, Anhagabaú, etc., são acentuadas não por serem oxítonas, mas por o i e o u for-
marem sílabas sozinhos, num hiato.

Acento diferencial

O acento diferencial é utilizado para diferenciar palavras de grafia semelhante. Usamos o acento
diferencial – agudo ou circunflexo – nos vocábulos da coluna esquerda para diferenciar dos da
direita:

-pôde (pret. perf. do ind. de poder) – pode (pres. do ind. de poder)


-pôr (verbo) – por (preposição)
-fôrma (substantivo) – forma (substantivo e verbo)
-O acento em “fôrma” pode ser considerado opcional.

Acento dos verbos

-Verbos arguir e redarguir (agora sem trema)

101
Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas): eu arguo
(fale: ar-gú-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas não acentue.

-Verbos terminados em guar, quar e quir

Observe: Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentu-
amos estas vogais:
eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas.

-Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o,
mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue).

-Os verbos ter e vir

Ele vem aqui; eles vêm aqui.


Eles têm sede; ela tem sede.

102

Você também pode gostar