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o trabalhador

da CM
L

19 de Maio
Exigimos a mudança de políticas!
Outro rumo é possível! Pág. 4
ANO XXXII ● N.º 145 ● Maio/junho 2011

Em defesa dos serviços públicos municipais


Págs. 8 e 9

5 de Junho: O Voto é uma Arma! Pág. 5


Editorial

É urgente uma ruptura


pós vários anos de políticas de direita, os resul-

A tados, infelizmente, estão à vista, quer para os tra-


balhadores portugueses em geral, quer para os
trabalhadores da autarquia de Lisboa em particular.
Na Câmara Municipal de Lisboa, está em curso o pro-
cesso de reorganização de serviços. Sem informação e
muito menos, sem o envolvimento dos trabalhadores do
município. O actual executivo, inventou para os milhares
de trabalhadores da autarquia, a denominada "bolsa de
preferências", não se percebendo até ao momento, se
esta "bolsa" terá alguma implicação na constituição de
futuras "bolsas de excedentários".
No plano dos serviços, percebe-se agora com maior
facilidade, o que o STML denunciou durante meses, isto
é, a duplicação de competências, a burocratização, a
desvirtuação de um número considerável de serviços
municipais, com implicações na vida dos trabalhadores e
na vida dos lisboetas, no plano dos serviços que lhes muito pelo contrário. A banca portuguesa lucrou, em
deve ser prestado. Para os mais cépticos, não temos dú- apenas 2 dias, 350 milhões de euros só com o anúncio
vidas que o futuro nos dará ainda mais razão sobre o que da ajuda externa! Estima-se que o FMI, lucrará com a
afirmamos. "ajuda" a Portugal, cerca de 520 milhões de euros!
O executivo suspendeu os concursos de motoristas e A "receita FMI" já todos conhecemos! Defendem, na
cantoneiros que iria resolver um problema antigo, a falta perspectiva da redução da despesa pública: despedi-
de pessoal, a uniformização dos horários de trabalho mentos de trabalhadores da administração pública; re-
nestes sectores nevrálgicos para a cidade e população tirada do subsídio de férias e do 14.º mês; privatização
de Lisboa além de, responder a uma reivindicação antiga de todas as empresas do sector público; diminuições das
dos trabalhadores e do seu sindicato. Sem qualquer tipo verbas para a saúde, a educação, a segurança social…
de problema e muito menos, qualquer tipo de justifica- Resumidamente, defendem o fim do Estado social. A
ção, o executivo camarário, hipotecou as expectativas a tudo isto, é preciso adicionar as medidas que visam
mais de trezentos trabalhadores. aumentar a receita, nomeadamente, no aumento dos
No plano mais geral, aumenta em catadupa o preço impostos, dos preços dos transportes, do gás, da elec-
dos bens essenciais, dos transportes, do gás, da energia, tricidade…
dos combustíveis, das rendas, consequência dos su- Face ao cenário de agravamento da crise económica e
cessivos aumentos do IVA e da procura sem limite, do social, a continuidade e aprofundamento da luta e da
lucro máximo pelas respectivas empresas que operam e contestação é essencial. Neste contexto, a jornada de
exploram estas áreas de interesse público. luta nacional convocada pela CGTP-IN para dia 19 de
A título de exemplo, referir que os lucros da GALP em Maio, com acções em Lisboa e no Porto, torna-se im-
2010, foram de 611 milhões de euros e os da EDP de prescindível no combate e na exigência pela mudança de
1662 milhões de euros. Os lucros da GALP quintuplica- políticas.
ram desde a liberalização do mercado dos combustíveis: Contudo, o combate às políticas de direita não pode
o lucro médio anual da GALP foi de 138,8 milhões de eu- parar. No dia 5 de Junho, teremos uma nova oportuni-
ros entre 2000 e 2003 e passou a ser de 678,3 milhões dade de contestar e criar as condições para uma ver-
de euros entre 2004 e 2010. Lucros obtidos, obviamente dadeira ruptura! A nossa arma, o voto, deve servir para a
à custa dos consumidores. mudança que todos ambicionamos. Na criação de um
Verificámos, este ano, o roubo descarado dos salários, governo que implemente políticas que defenda os nos-
o congelamento das pensões, a extinção de um número sos direitos, os nossos salários e que respeite a sobe-
considerável de prestações sociais, como o abono de fa- rania e a independência de Portugal, com medidas que
mília, entre muitas outras malfeitorias. permitam efectivamente, fazer avançar a nossa econo-
No início do mês de Abril e a pedido dos maiores ban- mia e combater, simultânea e eficazmente, a grave crise
cos portugueses, o governo demissionário do PS com a que PS, PSD e CDS-PP provocaram.
ajuda inestimável do PSD e do CDS-PP, logo se apron- A abstenção não resolve os problemas, agrava-os!
taram a pedir ajuda financeira ao FMI. Contudo e até pela Votar nos defensores das políticas de direita, ajuda ao
experiência da Grécia e da Irlanda, sabemos que esta aprofundamento da situação que hoje vivemos. É urgen-
"ajuda" não se destina ao povo português e a Portugal, te uma ruptura! ■

Director: Delfino Serras ■ Corpo Redactorial: Luís Dias, Vítor Reis, Mário Rosa, Mário Souto, Francisco Raposo, Frederico
Bernardino ■ Propriedade: Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa ■ Administração e Redacção: Rua de São
o trabalhador
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2 O TRABALHADOR DA CML
Aniversário do STML

34 anos de luta
o dia 20 de Abril celebrou-se, na sede do Sindicato,

N o 34.º aniversario desta histórica instituição. Com a


participação de algumas dezenas de associados,
delegados e dirigentes sindicais, saudamos um percurso
ímpar na maior autarquia do país. Um percurso em que a pró-
defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores do sindical dos Trabalhadores do Município de Lisboa;
município de Lisboa, é a marca que nos separa de todos - 6 de Abril de 1977 – fundação do STCML;
as outras estruturas sindicais que por aí andam... - 24 de Novembro de 1977 – eleição da 1.ª Direcção do
O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa STCML;
(STML), como já referido, é um Sindicato com 34 anos, - 21 de Novembro de 1985 – aprovada em Assembleia
criado no dia 6 de Abril de 1977, dia da realização da As- Geral de Sócios a adesão do sindicato à CGTP-IN;
sembleia Constituinte e aprovação dos Estatutos. -1987 – Alteração dos Estatutos e da designação para
Nesta altura a sua denominação era STCML – Sindicato STML, para poder sindicalizar os trabalhadores da Juntas
dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa. de Freguesia e das Empresas criadas pelo Município de
Este Sindicato é um Sindicato de Abril, porque nasceu Lisboa; é reforçado o papel dos Delegados Sindicais;
em Abril, mas acima de tudo, porque é fruto das liberdades - 2001 – nova alteração dos Estatutos do STML, para
poder abranger os trabalhadores da empresas inter-mu-
e direitos conquistados com a Revolução de Abril de 1974.
nicipais e de capitais mistos, criadas fora do concelho de
A luta pela criação do STML começou logo após o 25 de
Lisboa, ou seja, manteve a sua designação, mas alterou o
Abril de 1974, tendo como base algumas lutas dos tra- seu âmbito;
balhadores do Município, ainda antes desta data histórica, - 6 de Abril de 2007 – 30.º aniversário do STML.
nomeadamente, a luta dos tarefeiros pela integração no O STML é filiado na CGTP-IN, na União dos Sindicatos
Quadro de Pessoal da CML. de Lisboa (USL), integra a Frente Comum de Sindicatos da
Vários foram os momentos que conduziram á sua imple- Administração Pública, onde estão agrupados a maioria
mentação no seio dos trabalhadores. dos Sindicatos da Administração Pública (nomeadamente
- Maio de 1974 – criação da Comissão "Ad Hoc" do Pes- os Sindicatos da Função Pública, o STAL, os Sindicatos
soal da CML para discutir as formas de organização de tra- dos Professores, dos Enfermeiros e dos Médicos entre
balhadores do Município; outros, num total de 30 sindicatos), e na Confederação
- 23 de Maio de 1974 – despacho da Junta de Salvação Portuguesa dos Quadros Técnicos e Científicos.
Nacional, a ceder o edifício do Campo Grande n.º 29 (onde O STML tem hoje, 4500 associados continuando a ser a
hoje se encontra o Edifício Central do campo Grande) para estrutura sindical mais representativa no Município de
a instalação das organizações dos trabalhadores da CML; Lisboa.
- 27 de Maio de 1974 – constituição do Secretariado, A luta pelos interesses, direitos e aspirações dos tra-
pela reunião geral de representantes do pessoal da CML, balhadores do município de Lisboa, é o único objectivo que
convocada pela Comissão Ad-Hoc; norteia este sindicato. Assim foi durante 34 anos, assim
- 7 de Abril de 1975 – eleição da 1ª Comissão Pró-sin- será nos próximos 34 anos.
dical dos trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa; A luta continua! Contigo, somos mais fortes. Dá força ao
- 23 de Março de 1976 – eleições para a organização teu sindicato! Sindicaliza-te! ■

Milhares nas ruas


a evocar Abril
om as temperaturas a subir e o Dia da Liberdade a
C colar-se ao fim-de-semana da Páscoa, temia-se que
o desfile anual das comemorações do 25 de Abril não
fosse capaz de juntar tantos milhares de pessoas como
acabou por acontecer. A situação dramática do País pe-
rante a ditadura dos mercados e das entidades estran-
geiras, os ataques incessantes da direita às conquistas e a data histórica. Mas, o momento serviu também para
valores de Abril e a vontade de fazer ecoar a vontade de fazer soar bem alto o protesto perante os ataques desfe-
luta e protesto dos portugueses foram motivos mais do ridos por uma política de traição aos valores da Revo-
que suficientes para largas dezenas de milhar de pes- lução de Abril consumada por PS/PSD/CDS ao longo de
soas encherem, uma vez mais, a Avenida da Liberdade, décadas e que, no actual cenário e com a reestruturação
até ao Rossio. do Município em marcha, fazem antever momentos de
Como é hábito, o STML, sindicato de Abril, esteve pre- grandes dificuldades, que só a unidade e a determinação
sente no desfile, contribuindo com a luta e determinação de todos os trabalhadores pode combater. Em nome do
dos trabalhadores do Município de Lisboa para assinalar futuro e das portas que Abril abriu. ■
O TRABALHADOR DA CML 3
19 de Maio – Jornada de Luta Nacional

Com luta outro rumo é possível!


STML convoca todos os trabalhadores da Câmara

O Municipal de Lisboa e de todas as Empresas mu-


nicipais, para participarem na grande manifes-
tação nacional da CGTP–IN, a realizar no dia 19 de Maio,
em Lisboa.
Os trabalhadores em geral, têm razões para demons-
trar a sua repulsa contra as políticas seguidas até aqui por
este governo (mesmo sendo de gestão), com o apoio do
PSD e a bênção de Cavaco Silva.
As políticas já anunciadas pelos mandantes da União
Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário In-
ternacional, prontas a ser executadas por um governo de
"união nacional", que se antevê, com PS, PSD e CDS, vi-
sam unicamente o agravamento das condições de vida
para o povo que depende do rendimento do trabalho, de-
sempregados, reformados e jovens estudantes e à pro-
cura do 1.º emprego.
Em nome do controlo do défice, a receita aplicada pelo
directório neo-liberal da UE, apenas está interessada em
pagar aos credores em prazos absolutamente irreais,
nem que para isso destrua económica e socialmente o
país (veja-se os casos da Grécia e Irlanda).
Diminuindo drasticamente o poder de compra dos tra-
balhadores, aumentando o desemprego, reduzindo as
comparticipações sociais, fazendo um acerto de contas
com o mundo do trabalho, demonstrando preconceito
ideológico, retirando direitos aos trabalhadores, aumen-
tando o número de contratos a prazo, aumentando as car- colha de resíduos sólidos, etc., privando os mais desfa-
gas horárias de trabalho, ou seja, fazendo da preca- vorecidos de serviços essenciais, tornando estes serviços
riedade e salários baixos, a regra. em negócios lucrativos para os abutres que falam em me-
Ao mesmo tempo a banca, os grandes monopólios pas- nos Estado para encherem ainda mais os bolsos com o
sam ao lado da "crise", continuando a beneficiar de isen- fornecimento destes bens e destruindo postos de trabalho
ções fiscais e a acumular lucros recorde, e ditando o ritmo com direitos, levando ao despedimento de trabalhadores
a governos fantoches. da Administração Pública.
Para completar o ramalhete, privatiza-se o resto que Por todos os motivos apontados e outros (roubo do 13.º
falta das empresas públicas e ameaça-se com a entrega mês, subsídio de férias, aumento da idade para a refor-
a preço de saldo de importantes áreas de interesse pú- ma, etc.) apesar do governo ser de gestão, é fácil prever
blico, como a saúde e a educação, destruindo também que é intenção dos partidos do "arco do poder" prosse-
por aqui, o Estado Social e negando simultaneamente, guirem as políticas de perseguição aos trabalhadores em
essenciais funções sociais do Estado ao povo e aos tra- geral e da Administração Pública em particular. Só uma
balhadores portugueses. atitude enérgica por parte dos trabalhadores na defesa
Os trabalhadores da Administração Pública (central, re- dos postos de trabalho e do Estado Social, poderá impe-
gional e local), têm motivos acrescidos para participarem dir tais políticas, só através da luta poderemos impedir
nesta manifestação. Depois dos ataques desferidos pelo maiores perdas.
governo PS de Sócrates, através da redução efectiva de O conformismo não é a solução! Lutar, elevar a nossa
salários, do fim do vínculo definitivo, da destruição das consciência e organizarmo-nos numa frente unida e po-
carreiras, das alterações altamente gravosas nas condi- derosa, é a única solução para travar estas medidas e po-
ções de aposentação, na criação de um sistema de ava- líticas anti-civilizacionais, anti-democráticas, lesivas dos
liação parcial e perverso, o SIADAP, cujo único intuito, é interesses dos portugueses e do próprio país! Não te dei-
travar as progressões e promoções, ou ainda, na criação xes enganar! Luta pelos teus direitos. Junta-te a nós! Lu-
da mobilidade especial, na tentativa de impor a adapta- tar de forma organizada dá mais força à nossa luta! ■
bilidade dos horários..., apesar de toda esta autêntica vila-
nagem aos trabalhadores da administração pública, o
coro dos servidores do grande capital querem mais. Dispensa ao abrigo da Lei Sindical
A troika portuguesa PS, PSD e CDS/PP, apadrinhada
pelo presidente Cavaco, mais a troika estrangeira UE, das 13.00 às 18.00 horas
BCE e FMI, querem reduzir as funções sociais do Estado,
desmantelar os serviços nacionais de saúde e educação Concentração às 14.30 horas
e quiçá a segurança social, os transportes, serviços mu- em S. Bento!
nicipais de abastecimento de água e saneamento, de re-
4 O TRABALHADOR DA CML
É imprescindível a mudança de políticas!
O voto é uma arma!
ortugal vive, actual - deste país por muitos e mui-

P mente, um dos perío-


dos mais conturbados
dos últimos anos. No contex-
tos anos. Acções de luta que
foram essenciais para a redu-
ção e limitação do espaço de
to económico e social, agra- intervenção do go ver no de
vam-se as dificuldades da José Sócrates. Espaço que
imensa maioria dos trabalha- terminou com a auto-demis-
dores e do povo português. são do governo no momento
O resultado das políticas de da apresentação de um novo
direita do governo do PS, li- plano de austeridade, o PEC
derado por José Sócrates e IV.
sempre com a conivência im- A contestação social que se
prescindível do PSD e do aprofundou nos últimos me-
CDS-PP, conduziu o país a ses, foi decisiva e principal-
uma crise económica, apa- mente, consequente.
rentemente, sem fim à vista. Contudo, a luta tem que
A destruição do aparelho continuar!
produtivo nacional, na área As soluções que insistente-
das pescas, da agricultura, da indústria, obriga hoje, o mente são canalizadas pelos principais órgãos de co-
país a importar o que antes conseguia produzir interna- municação social, já consubstanciadas na ajuda ao FMI,
mente. Um exemplo desta infeliz mas não irreversível rea- solicitada pelo 1º ministro demissionário (?), dão-nos
lidade, diz respeito aos bens alimentares. Importamos conta de um rumo inevitável e sempre com mais sacri-
hoje, 75% do que consumimos, na sua maioria, bens e fícios. Será verdade que não temos outra solução? Claro
produtos que antes eram produzidos no nosso país. Há, que não! As propostas existem, as soluções para os pro-
todavia, outros exemplos, concretamente, no plano da in- blemas económicos do país, também e a CGTP-IN já as
dústria naval, no caso da destruição da Lisnave, conside- apresentou. O que efectivamente está em causa, são
rados em tempos, os melhores estaleiros navais do mun- opções políticas! A favor ou contra os trabalhadores, o
do ou no caso da Sorefame, empresa responsável pela povo português e o próprio país. Já vimos de que lado
produção de material circulante ferroviário. Agora temos está o PS, o PSD e CDS-PP…
que comprar lá fora, o que antes era produzido cá dentro É neste contexto que a data de 5 de Junho se revela de
com grande competência e qualidade. Assim se vê, que maior importância. As eleições são mais uma oportunida-
"interesses nacionais" defendem PS, PSD e CDS-PP… de que temos para inverter o rumo que há anos nos im-
No plano social, é mais do que evidente as consequên- põem. Podemos agora, nas urnas, derrotar as políticas de
cias desastrosas das mesmas politicas de direita. O ata- direita e os seus defensores. A ruptura que se exige tem
que e o roubo sem escrúpulos aos salários dos trabalha- que se materializar também em votos.
dores da administração pública e do sector privado. Votar sim, na alternativa em vez da habitual alternância!
Verificamos o aumento do desemprego de forma de- Votar sim, em políticas que defendam os nossos inte-
senfreada. É o resultado imediato, tenebroso e cínico da resses enquanto trabalhadores. Votar sim, em políticas
destruição de milhares e milhares de postos de trabalho que defendam a independência e a soberania de Por-
pelo dito "governo de salvação nacional", PS, PSD e CDS tugal.
-PP. Mais de 760 mil trabalhadores estão hoje desempre- A luta que se trava um pouco por todo o país, é a luta
gados. Mais de 50% destes trabalhadores não recebem que travamos na Câmara Municipal de Lisboa. A luta em
subsídio de desemprego, apesar de terem descontado, defesa dos serviços públicos, das condições e dos postos
efectiva e obrigatoriamente, para a Segurança Social. de trabalho com a imprescindível valorização dos traba-
Verificamos, igualmente, a generalização da precarieda- lhadores do município.
de, afectando principalmente os mais jovens, mas não só! Há muito que a matriz que norteia as políticas de direita
Na linha do que defende o PSD e o CDS-PP, o PS exe- se instalou na maior autarquia do país. O processo de re-
cuta na perfeição a teoria do "menos Estado, melhor Es- estruturação de serviços municipais em curso é exemplo
tado", diminuindo serviços públicos e atacando impiedo- mais paradigmático do que afirmamos. Um processo que
samente os seus trabalhadores, atacando as funções so- tem como única intenção, esvaziar, reduzir e extinguir ser-
ciais do Estado, negando a milhões de portugueses, o di- viços públicos municipais, diminuir o número de trabalha-
reito à saúde, à educação, à habitação, à segurança so- dores, degradar as condições de trabalho e, simultanea-
cial ou à justiça. Direitos consagrados na Constituição da mente, diminuir a qualidade dos serviços que devem ser
República Portuguesa, lei magna do nosso país. prestados à população e à cidade de Lisboa.
Levemos então, a luta ao voto! Dia 5 de Junho, não
Face à escalada anti-social, anti-mundo do trabalho,
podemos ficar em casa, não nos podemos resignar, não
anti-patriota, de verdadeiro retrocesso civilizacional, da
podemos deixar que decidam o nosso futuro por nós!
única e exclusiva responsabilidade das políticas de direita
e dos seus executores, os trabalhadores desenvolveram Dia 5 de Junho, votamos pela ruptura
nos últimos meses importantes e significativas acções de com as políticas de direita!
luta. Destacar, entre outras, a grandiosa greve geral de 24
de Novembro, uma jornada de luta que ficará na história A luta continua! ■
O TRABALHADOR DA CML 5
Brigada de Calceteiros
semelhança de outros sectores, também a Briga-

À da de Calceteiros da Direcção Municipal de Pro-


jectos e Obras (DMPO), tem sido votada ao es-
quecimento e abandono, seja ao nível de recursos huma-
nos ou no plano dos meios materiais, como é o caso das
respectivas instalações.
Apesar de reconhecida internacionalmente – este últi-
mo ano estiveram destacados na cidade do Rio de Janei-
ro, 4 trabalhadores desta Brigada – esta profissão, por
muitos considerada uma arte, não tem o devido reconhe-
cimento pelo actual executivo da CML, pese embora a
calçada portuguesa ser um ex-líbris da capital portugue-
sa, e aparecer amiúde nas capas de revistas camarárias.
balhadores desta brigada, depois de várias notícias so-
A brigada é constituída por pouco mais de duas de-
bre possíveis mudanças, com projectos inclusivamente
zenas de dedicados trabalhadores, sendo que a média aprovados, que justificaram a não reparação dos inúme-
de idades está acima dos quarenta anos, não se verifi- ros problemas que se constatam nestas instalações,
cando nenhuma entrada há longos anos (desde 2005), houve finalmente uma inversão e decidiram-se os servi-
tornando a transmissão de conhecimentos, essencial ços pelos desejados melhoramentos.
nesta área, impossível. Contudo, logo foram avisando que a situação das ins-
A escola de calceteiros da CML tem estado pratica- talações era provisória e que aquilo que deveriam ser
mente parada, sendo que dos últimos formandos a gran- obras de fundo, não passava de uma "lavagem de cara",
de maioria foram trabalhar para empresas externas, ape- chegando ao ponto de manterem um esquentador do-
nas um elemento da última formação desta escola se méstico em funcionamento, que apenas permite o banho
mantém ao serviço da CML. Um investimento, o da esco- a uma pessoa de cada vez, quando têm nestas instala-
la, mal aproveitado por única e exclusiva (ir)responsabili- ções (há vários anos) uma caldeira de 200 litros nova ain-
dade (e incompetência) da gestão camarária. da embalada!!! Afirmam as chefias, que não dispõem de
A Câmara Municipal tem custos (se bem aproveitados verba para contratar a respectiva firma para efectuar a
seriam considerados um investimento) na formação de montagem da referida caldeira (?!).
trabalhadores especializados que, acabam por não inte- Parece, assim, traçado o futuro da calçada portuguesa
grar os carenciados quadros da autarquia. Acabam sim, construída e mantida pela CML ao longo de dezenas de
por trabalhar na "concorrência", mais concretamente no anos mas que agora, opta por não investir, nem em
sector privado. Será esta a verdadeira intenção dos res- meios humanos, nem em meios materiais.
ponsáveis da autarquia? Entregar a manutenção da cal- Quando os últimos calceteiros se reformarem (ou até
çada a entidades externas? antes), algum empreiteiro irá certamente desempenhar e
De referir que o nível de vencimentos é baixo, havendo lucrar com o trabalho de manutenção da calçada, não
vários calceteiros que auferem o salário mínimo nacional. com tanta qualidade e zelo, mas de certeza apresentan-
Nas instalações, a precariedade é a norma. Na Rua do do um serviço bem mais caro, pago, claro está, pelos
Saco, onde estão concentrados o maior número de tra- munícipes. ■

Que se passa na Medicina do Trabalho?


resce o número de trabalhadores sinistrados de traba- quem, desde Setembro de 2010, é recusado o tratamento,
C lho que têm contactado o STML com reclamações so-
bre a forma como os seus processos de tratamento e re-
a recuperação, os medicamentos e o pagamento de des-
pesas decorrentes do seu processo de recuperação. Isto,
cuperação estão a ser conduzidos pela Medicina de Tra- mesmo depois da Câmara ter sido intimada pelo Tribunal
balho. Administrativo e da DMRHU ter ordenado o reatamento de
A Medicina do Trabalho, cuja missão é promover o bem- tratamentos e apoios. Aliás, este caso, conforme outros si-
estar integral dos trabalhadores, assegurando, no caso de nistrados nos referem, tem sido usado como desculpa pa-
acidente de trabalho, o tratamento, recuperação e apoio ra o "endurecimento" das condições de acompanhamento
aos sinistrados, está contudo a gerar um crescente núme- dos sinistrados. Ora, a verdade, é que há reclamações
ro de situações de stress e recusa de cumprimento dos crescentes dos trabalhadores há muito mais tempo.
objectivos para que existe. O trabalhador sinistrado tem o direito a ser tratado com
São dadas altas de acidente a trabalhadores que obvia- dignidade e os actos médicos no caso de alta exigem a
mente não se encontram em situação de poderem traba- descrição de motivos e fundamentação. Não é, nunca foi,
lhar, o pagamento de despesas começa a ser recusado, a política do "quero, posso e mando".
um crescente autoritarismo toma um crescente papel em O STML, em estreita colaboração com os Representan-
detrimento de uma preocupação clínica e humana na re- tes dos Trabalhadores para a Segurança e Saúde, está a
cuperação daqueles que sofreram acidentes de trabalho, acompanhar vários casos de injustiças flagrantes.
muitas vezes por absoluto desleixo e incúria da entidade Exigimos à CML que reveja os procedimentos e rectifi-
empregadora. que as ilegalidades que infelizmente crescem neste servi-
O caso mais gritante é o de uma sinistrada de trabalho a ço tão essencial aos trabalhadores. ■
6 O TRABALHADOR DA CML
SIADAP
O hábito de prejudicar os trabalhadores
té aqui, todos sabíamos os 10 pontos na classificação de

A que o SIADAP foi cria-


do para travar a pro -
gressão dos trabalhadores da
2009. Mais uma vez, os responsá-
veis da CML mostraram-se coeren-
tes com o hábito de prejudicar os
Administração Pública e Lo- mes mos de sempre, os trabalha -
cal. Também já todos sabía- dores.
mos que um sistema burocrá-
tico e opaco como este não
iria significar uma melhor qua- STML avança
lidade nos serviços prestados com acção em tribunal
às populações nem sequer in-
crementar melhorias no fun-
O STML decidiu avançar para o tri-
cionamento interno do Estado
e autarquias. Todos sabemos, bunal competente com uma acção
ainda, a vergonha que tem si- que denuncia a exclusão de alguns
do a aplicação do SIADAP na trabalhadores da opção gestionária
Câmara Municipal de Lisboa e de 2009. Em causa, estão tra -
a falta de verdade que tem balhadores que passaram por pro-
pautado o comportamento do cessos disciplinares e que, ao
actual executivo e da Direcção serem excluídos, foram vítimas de
Mu nicipal de Recursos Humanos çamento do Estado. Em suma, um uma dupla pena, o que nos parece
em relação a esta matéria. parecer da DGAL, citado pelos res- totalmente inaceitável.
O que não sabíamos (mas ficá- ponsáveis daquele departamento,
parece sustentar um estranho fenó- Outras situações relacionadas
mos a saber) é a existência de tra-
balhadores que após a homologa- meno de retroactividade que, por com o SIADAP e processos de ava-
ção da classificação de 2009, e ao aca so, só afectou trabalhadores liação continuam em estudo pelo
perfazer os benditos 10 pontos que que, por incompetência dos respon- nos so Gabinete Jurídico, não es -
dão direito à subida de posição re- sáveis pela área, tiveram classifica- tando excluídas mais acções para
muneratória, foram informados pelo ções de "Muito Bom" e "Excelente", outros tipos de situação que tenham
DGRH que as carreiras estão con- já que todos os outros subiram de revestido prejuízos para os trabalha-
geladas por imposição da Lei do Or- posição remuneratória ao cumprir dores. ■

MUDE
Um museu municipal na "moda" dos despedimentos
pós um percurso algo turbulento e envolto em polé- Contando com a presença do STML, os trabalhadores
A micas que remontam ao tempo do executivo de San-
tana Lopes, o Museu do Design e da Moda (MUDE) tor-
manifestaram-se no dia 1 de Abril à porta do museu e, de-
pois, junto do edifício dos Paços do Concelho onde entre-
nava-se, em Maio de 2009, o mais recente equipamento garam uma carta destinada ao presidente António Costa
cultural da cidade sob dependência da Câmara Municipal e à vereadora do pelouro da cultura, Catarina Vaz Pinto.
de Lisboa. Desde logo, e ao que apurou o STML, a direc- Precisamente nesse dia, a CML tratou de procurar, en-
ção do novo museu municipal evitou ao máximo ter ao tre os seus trabalhadores, interessados em integrar a
seu serviço trabalhadores do quadro da CML, tendo re- equipa do MUDE, tendo o STML tido conhecimento da
corrido a intermediários, nomeadamente a uma "obscura" passagem de alguns funcionários de serviços adstritos à
entidade, denominada Associação Aumento d`Ideias, que Direcção Municipal de Cultura para o museu da Rua Au-
tratou, desde Março de 2009, de recrutar trabalhadores gusta. Curiosamente, e dois anos após a abertura ao pú-
para este novo equipamento cultural da cidade. blico, o presidente da câmara viria a reconhecer, na im-
Esta estranha entidade, da qual não se encontra se- prensa, que a CML tem capacidade humana para asse-
quer uma presença na internet que pudesse ajudar a es- gurar o regular funcionamento daquele equipamento.
clarecer a boa-fé de todos os intervenientes neste pro-
cesso, acabou por mediar e esconder falso trabalho in- Em toda esta história, há a lamentar, uma vez mais, o
dependente prestado à CML desde o nascimento do uso e o abuso de esquemas ilícitos para contratar e des-
MUDE na Rua Augusta. Entretanto, a 31 de Março deste pedir trabalhadores. Ainda mais, no seio da CML! Mas, in-
ano, através de uma mensagem de e-mail, a dita asso- teressa saber, também, quanto custou à autarquia esta
ciação despediu os 70 trabalhadores que tinha ao ser- dita associação e que responsabilidades irão ser pedidas
viço do museu. a quem de direito por toda esta vergonhosa trapalhada. ■

O TRABALHADOR DA CML 7
Forte adesão à
Greve Nacional
de 6 de Maio
dos trabalhadores
da CML
Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lis- e 88 motoristas. Com argumentos sustentados na crise e

O boa saúda todos os trabalhadores que aderiram à


greve nacional da administração pública realiza-
da no passado dia 6 de Maio. A oportunidade e a justeza
na entrada do FMI em Portugal, António Costa afirma que
só esta em condições financeiras de concretizar a entrada
destes trabalhadores em Janeiro de 2012. Referir que o
da greve têm na ofensiva sistemática aos trabalhadores argumento financeiro cai por
da administração pública a sua principal fundamentação. O ATAQUE AO SECTOR terra, quan do se sa be que,
DA LIMPEZA URBANA E para a gestão dos jardins da
A destruição em curso dos serviços públicos, através
REMOÇÃO DE RESÍDUOS cidade de Lisboa, se gastam
do seu desinvestimento e consequente esvaziamento ou
SÓLIDOS POR PARTE 26 milhões de euros para um
as consequências negativas da implementação da "re-
DO ACTUAL EXECUTIVO "bolo" de 10 empresas que de-
forma da administração pública" do governo José Sócra-
tes com a conivência do PSD e CDS-PP, consubstancia- verão efectuar este serviço nos próximos 4 anos. Num
das por exemplo, num sistema de avaliação injusto e ar- outro plano, transferem-se 18 milhões de euros para um
bitrário, o SIADAP ou na lei da mobilidade especial, nos clube de futebol da capital. Só nos resta afirmar que, para
mapas de pessoal ou ainda através da lei dos vínculos, algumas coisas, há dinheiro, para os trabalhadores e para
carreiras e remunerações, foram e continuam a ser, ra- a melhoria dos serviços, já não! Opções, claro está.
zões mais do que suficientes para os trabalhadores te- O concurso de admissão destes trabalhadores, canto-
rem aderido à greve, lutando pelos seus direitos e pela neiros e motoristas, é o resultado de uma antiga reivindi-
sua valorização profissional. cação do sector da limpeza urbana e remoção de resí-
A situação dos trabalhadores da administração pública duos sólidos. Uma luta prolongada e uma tenaz negocia-
poderá agora agravar-se com a entrada do FMI. ção no âmbito da uniformização dos horários de trabalho
A"receita mais musculada" do FMI, na sua essência, do sector, especificamente, na implementação para to-
uma continuação das políticas de direita do PS, do PSD dos os trabalhadores da semana de trabalho de 5 dias.
e do CDS-PP, e tendo como referência o sucedido na Após o acordo alcançado entre o STML e executivo de
Grécia e na Irlanda, poderá passar pelo despedimento de maioria PS, no objectivo de contratar o número de traba-
trabalhadores do Estado, pela redução das suas remune- lhadores que seriam necessários para a já referida unifor-
rações, incluindo o 13º e/ou o 14º mês, pela redução de mização dos horários de trabalho, António Costa desres-
verbas para os serviços públicos, incluindo as autarquias, peita o acordo celebrado, desvalorizando por um lado, as
pela destruição das funções sociais do Estado, nas áreas expectativas de dezenas de trabalhadores e, por outro
da saúde, da educação ou da segurança social. lado, colocando em risco a prestação de um serviço ne-
Na Câmara Municipal de Lisboa, além das questões vrálgico para a população e cidade de Lisboa.
mais gerais, está em curso o processo de reorganização Deste modo, o STML e os trabalhadores do DHURS
de serviços. Verifica-se agora, muitos das consequências prolongaram o período da greve, nomeadamente, do dia
denunciadas e combatidas pelo STML e pelos trabalha- 7 ao dia 9 de Maio, com as seguintes reivindicações:
dores do município nos últimos meses, concretamente: ■ Contra a externalização de serviços nas áreas de
1. Duplicação de competências em inúmeros serviços, actividade da limpeza urbana;
com a implementação das Unidades Territoriais (coorde- ■ Pela admissão urgente de cantoneiros de limpeza e
nação, intervenção e flexíveis); com consequências ne- de condutores;
gativas para os serviços, trabalhadores, população e ci- ■ Pela semana de trabalho de 5 dias;
dade de Lisboa; ■ Pela admissão urgente de jardineiros e coveiros;
2. Criação de uma "bolsa de preferências", instalando a ■ Pela actualização do Subsidio de Insalubridade, Pe-
desconfiança, a insegurança e a instabilidade no seio dos nosidade e Risco, referente ao ano de 2009.
trabalhadores; A luta irá agora continuar, concretamente para a mobili-
3. Aposta continuada na total desresponsabilização da zação e participação na grande acção nacional convoca-
CML num conjunto significativo de áreas de intervenção da pela CGTP-IN para 19 de Maio, em Lisboa e no Porto.
através da externalização / privatização de serviços, com Uma nova greve no sector da limpeza urbana e remo-
destaque para as instalações desportivas municipais ou ção de resíduos sólidos durante as Festas de Lisboa, não
para a gestão dos jardins da cidade. está excluída, caso o presidente António Costa não recue
Num outro contexto, o executivo camarário chefiado por nas suas intenções. A entrada de cantoneiros e motoris-
António Costa suspende o concurso de ingresso de tas, além de uma obrigação para o actual executivo, é
241 cantoneiros (com lista inclusivamente publicada) uma matéria de carácter urgente. ■
8 O TRABALHADO
Reforma Administrativa da Cidade
Que espécie de reforma, que
objectivos, que consequências?
Reforma Administrativa da Cidade, apresentada refas que se perspectivam. Um dos últimos exemplos diz

A por António Costa e aprovada pelo PS e pelo PSD


da cidade de Lisboa, a que se juntaram os Cida-
dãos por Lisboa de Helena Roseta e Sá Fernandes, foi
respeito à Freguesia de Nossa Sra. de Fátima e a res-
ponsabilidade que a junta tem na manutenção de vários
espaços verdes.
fruto de (mais) uma negociata entre estes dois partidos, Apesar de a Junta de Freguesia receber verbas desde
que incluiu a provação do Orçamento Municipal para o princípio de Abril do município, ao abrigo dos habituais
2011 e a venda do saneamento em baixa à EPAL. protocolos, quem tem assegurado a manutenção dos jar-
Esta "reforma" não visa seguramente o bem-estar das dins são os jardineiros da autarquia!
populações, mas sim interesses eleitorais destes parti- Como este exemplo, há várias negociatas mal explica-
dos e o desmantelamento dos serviços públicos munici- das com desfecho geralmente lesivo para o município.
pais. A Reforma Administrativa da Cidade, aguarda Para juntar a este triste cenário referir, ainda, a aprova-
agora, que a próxima Assembleia da República se pro- ção em sessão de câmara de uma proposta que visa a
nuncie sobre esta matéria. manutenção dos espaços verdes de toda a cidade por
A redução de 53 para 24 freguesias, levanta-nos dúvi- um grupo de 10 empresas previamente escolhidas, vá-
das sobre a eficácia desta medida, pois se é certo o des- lido por 4 anos e no valor de 26 milhões de euros!!!
povoamento das freguesias do centro da cidade, tam- A intenção de passar parte da Limpeza Urbana (varre-
bém a grande dimensão populacional doutras freguesias dura e lavagem) para as juntas de freguesia, é dupla-
dificulta a prestação dos serviços municipais essenciais. mente perigosa para os serviços e trabalhadores, já que
Ora, não é no número de freguesias que residem os pro- põe em causa o serviço coeso da limpeza urbana (varre-
blemas de Lisboa, mas sim nas políticas de direita segui- dura e lavagem mais recolha), e abre a porta à privatiza-
das pelo governo e executivo camarário do PS, apoiados ção deste sector, por parte das freguesias.
sempre pelo PSD, que têm reflexos na vida da cidade e Citámos os Espaços Verdes e Limpeza Urbana, mas
na incapacidade da gestão municipal em resolver os pro- as preocupações estendem-se a todas as áreas opera-
blemas da população, não tendo em conta aspectos his- cionais e áreas técnicas a elas ligadas, bem como à ges-
tórico-culturais, as relações de proximidade e vizinhança tão de equipamentos desportivos e culturais.
presentes, assim como não atende à evolução demográ- As apregoadas proximidade e descentralização que se
fica prevista no PDM. procuram com esta reorganização administrativa, não
É proposta desta "reorganização administrativa" dotar passa da continuação da receita neo-liberal, que este
as Freguesias de mais competências próprias e de mais governo/executivo CML/PS, com o apoio do PSD tem
recursos. Competências próprias, em domínios como es- vindo a aplicar, nomeadamente: enfraquecimento da ca-
paço público, higiene, fiscalização, gestão de equipa- pacidade do município para desempenhar as suas fun-
mentos sociais, habitação e intervenção comunitária. ções, entrega a empresas externas (neste caso via fre-
O STML receia fundamentadamente duas questões: guesias), que prestam pior serviço e mais caro, destruin-
1. A continuação da prestação do serviço público muni- do postos de trabalho com direitos, promovendo o traba-
cipal de qualidade e universal; lho precário, mal pago e sem direitos.
2. A manutenção dos postos de trabalho na administra- O STML irá continuar a luta em torno da defesa dos
ção local (freguesias e câmara). serviços públicos municipais, em defesa dos direitos e
Quanto à primeira, temos razão para duvidar da capa- postos de trabalho dos milhares de homens e mulheres
cidade das Juntas de Freguesia no desempenho das ta- que laboram na autarquia de Lisboa. ■

LHADOR DA CML 9
Dia Nacional da Juventude Trabalhadora
com milhares de jovens nas ruas de Lisboa!

ealizou-se, no dia 1 de Abril, a manifestação de jovens formista e de inevitabilidade que lhes tem sido sucessiva-

R que comemorou o Dia Nacional da Juventude Traba-


lhadora. Esta manifestação que contou com milhares
de jovens vindos de todo o país e encheu algumas das prin-
mente vendido.
Saíram à rua para denunciar as políticas de direita do PS,
do PSD e do CDS, responsáveis pela incerteza em relação
cipais artérias de Lisboa, teve também, uma excelente parti- ao futuro, além de penhorar as justas expectativas e espe-
cipação de jovens trabalhadores do município de Lisboa que rança numa vida melhor.
integraram a manifestação organizados num espaço próprio Manifestando-se por uma mudança efectiva de políticas,
do STML. diferentes daquelas que nos têm conduzido a este misto de
Todos estes jovens saíram à rua para lutar por uma vida precariedade e de falta de perspectiva na construção de um
melhor, uma vida com direito ao emprego e ao emprego com futuro ou até mesmo de uma vida familiar estável.
direitos, por salários dignos e justos, pelo direito à saúde, à O futuro pertence-nos e como afirmamos inúmeras vezes,
educação e à habitação, pelo direito à igualdade e à neces- temos que ser nós próprios a construir o nosso futuro. Não
sidade de uma maior equidade e justiça na distribuição da ri- aceitamos que decidam por nós!
queza que se produz no nosso país. A luta irá continuar, porque a nossa vida tem ainda um
Saíram à rua denunciando e não aceitando o discurso con- longo caminho para percorrer. ■

A Questão da Habitação
orreio da Manhã de 5ª feira Santa – Um caderno claro que quando as taxas de juro sobem…
C especial de 28 páginas, da responsabilidade da Di-
recção Geral de Contribuições e Impostos da Amadora,
Se num contexto normal, o custo da habitação é exorbi-
tante, num contexto de crise generalizada, - com mais de
divulga muitas dezenas de execuções fiscais de habi- 760.000 desempregados, com 50% dos mesmos sem o
tações. direito a subsídio de desemprego, além do aumento bru-
A completa ausência de um programa público de habi- tal de famílias totalmente desempregadas - aumentam
tação e a pressão da especulação imobiliária e financeira em flecha os despejos. Para onde irão estas famílias?
faz de Portugal um dos países com a maior taxa de "pro- Ora isto é absolutamente injusto e brutal. É necessária
prietários de habitação urbana" de toda a Europa. Na uma intervenção de emergência que assegure às famí-
verdade, a esmagadora maioria das famílias trabalhado- lias desempregadas o direito à habitação. Os bancos, as
ras que adquiriram casas recorrendo ao crédito da habi- políticas de direita defendidas e implementadas pelo PS,
tação, são absolutos reféns dos bancos e sujeitos ao pa- PSD e CDS-PP, que criaram a crise e o desemprego,
gamento de duas e mais vezes o custo real da casa por roubam agora a habitação aos trabalhadores. Só uma
força dos juros que os bancos cobram. Numa palavra, os nova política que ponha os interesses das pessoas à
bancos arrecadam rios de dinheiro em "renda" sem ne- frente dos lucros dos bancos pode começar a dar uma
nhuns encargos de conservação. Claro que para a con- nova resposta ao crescente problema da Habitação. Um
servação da habitação, mais uma vez os trabalhadores direito consagrado na Constituição da República Portu-
têm de recorrer ao crédito e o ciclo infernal continua. E guesa! Cumpra-se então a Constituição! ■

10 O TRABALHADOR DA CML
No Dia Internacional
do Trabalhador
uma exigência essencial:
A mudança de política!
ilhares de trabalhadores

M marcaram presença nas co-


memorações do Dia Interna-
cional do Trabalhador do passado
dia 1 de Maio.
Nem a chuva intensa que se fez
sentir no início da manifestação, des-
mobilizou a esmagadora maioria dos
homens e mulheres, jovens e menos
jovens que, a uma só voz, gritaram
bem alto: "Maio está na Rua! A luta
continua!"
Dezenas de trabalhadores da Câ-
mara Municipal de Lisboa respon-
deram de igual forma ao apelo do
seu sindicato e não deixaram de
contestar as políticas defendidas e
implementadas por António Costa.
Lutámos contra o processo de re-
organização de serviços, nomeada-
mente, na duplicação de funções e
competências, na externalização =
privatização de serviços essenciais,
na transferência de serviços munici-
pais para as juntas de freguesia,
como a lavagem e varredura. Lutá-
mos contra a forma abrupta, incoe-
rente e desorganizada no plano da
afectação de trabalhadores às novas
unidades de coordenação territo-
rial, através de uma "bolsa de pre-
ferências". Lutámos contra o esva-
ziamento e desinvestimento dos ser-
viços, quer no plano material, quer
no plano humano.
E é no plano dos recursos humanos, que António Costa convocada pela CGTP-IN, do próximo dia 19 de Maio, em
dá a sua mais grave machadada, com a suspensão dos Lisboa e no Porto.
concursos de cantoneiros e motoristas. Uma decisão que O 1.º de Maio foi igualmente, um momento em que se
impossibilita a implementação do horário de trabalho de 5 contestou a entrada da troika FMI, Banco Central Europeu
dias, principalmente para os trabalhadores do período e União Europeia. Bem alto afirmámos que os trabalha-
nocturno. É a frustração das expectativas de centenas de dores portugueses não estão dispostos a novos planos de
trabalhadores que, ao abrigo deste concurso, poderiam austeridade, à continuação da política de direita que pro-
ver a sua vida estabilizada. É o possível despedimento de vocou a crise económica e social que actualmente vive-
mais 100 trabalhadores com contrato a prazo que, sem a mos, da única e exclusiva responsabilidade do PS, do
entrada nos quadros/mapas de pessoal da autarquia atra- PSD e do CDS-PP.
vés do concurso agora suspenso, vêem o seu futuro com Bem alto gritámos: BASTA, BASTA, BASTA! A DIREITA
preocupação e incerteza. Sem o essencial reforço de pes- JÁ ESTÁ GASTA!
soal é a prestação do serviço público municipal à cidade e A luta irá continuar, primeiro no dia 19 de Maio, como já
população de Lisboa, que fica agora em risco. referido e depois no dia 5 de Junho, com o dia das eleições
Do 1.º de Maio à greve nacional do dia 6 de Maio, os tra- para a Assembleia da República. Um dia em que os traba-
balhadores da maior autarquia do país, contestaram as lhadores deverão fazer do seu voto, uma arma! Uma arma
injustas e arbitrárias medidas de António Costa. Assim em defesa dos seus direitos, dos seus interesses e das
será, não temos dúvidas, na grandiosa acção nacional suas aspirações. Exigimos a mudança de política! ■
O TRABALHADOR DA CML 11
As propostas da CGTP-IN
para combater a crise
governo em funções do nos- As soluções que o FMI apresenta não resolvem
O so país, a troika constituída
pelo PS, PSD e CDS-PP, de-
cidiram em Março passado, chama-
os problemas do País e muito menos
dos trabalhadores portugueses
rem o FMI para uma pseudo "ajuda
financeira" a Portugal.
Através da esmagadora maioria
dos órgãos de comunicação social,
politólogos, economistas, jornalistas
e muitos outros "entendidos", que-
rem-nos fazer acreditar que não exis-
tem outras soluções para combater a
crise e que este cenário, da entrada
do FMI, é uma inevitabilidade.
A receita do FMI já nós a conhece-
mos! Mais despedimentos, desem-
prego, esvaziamento e extinção de
serviços públicos, retirada do 13.º
e/ou 14.º mês, destruição das fun-
ções sociais do Estado, como a saú-
de, a educação ou a segurança so-
cial e ainda, em novos e gravosos
aumento de impostos, aumento do
preço dos transportes, dos combus-
tíveis, da electricidade ou do gás.
Há outras soluções para com-
bater a crise e a CGTP-IN apresen-
tou-as no passado dia 14 de Abril, no-
meadamente:
■ Renegociação da dívida pública,
à semelhança do que aconteceu na
Irlanda ou na Islândia; gociatas da prestação de serviços lhadores.
■ Assegurar caminhos para a ob- privados à administração pública. A implementação das medidas
tenção de recursos financeiros; ■ Dinamizar a política de crédito apresentadas pela CGTP-IN só de-
■ Defender as funções sociais de que deve estar orientada para o in- pende de um único factor: vontade
Estado e assegurar políticas de coe- vestimento produtivo e não para o política.
são da sociedade; consumo e especulação financeira. Dia 19 de Maio, saímos à rua na
■ Fixar um horizonte alargado para ■ Definição e aplicação de um pro- jornada de luta nacional convocada
a redução da dívida pública. Propõe- grama nacional de apoio ao desen- pela central sindical dos trabalhado-
se que o limiar do défice de 3% seja volvimento do sector produtivo – sec- res portugueses, a CGTP-IN. A única
alcançado não antes de 2016. tor primário – Agricultura, Pescas, di- central que nunca traiu os trabalha-
Aposta num programa de redução versos subsectores do mar; sector dores. Em Lisboa e no Porto, exigire-
do défice público, centrado na receita Mineiro; na Indústria, com a impres- mos a mudança de política, impres-
sem deixar de atacar a despesa des- cindível reindustrialização do país. cindível para o progresso social e
necessária e a eliminação dos des- ■ Aumento das exportações e melhoria das condições de vida dos
perdícios. substituição das importações – ata- trabalhadores, dos reformados e
Ideias chave sobre o aumento das ca-se o problema do défice externo. aposentados, dos jovens, precários e
receitas que incidam sobre: Defender a necessidade de: desempregados.
1. Os maiores rendimentos; 1. Promover a melhoria do poder Está nas mãos dos trabalhadores
2. A propriedade; de compra dos salários, das pensões portugueses e do povo em geral, a
3. Os lucros das empresas; e das prestações sociais; possibilidade de inverter, mais de três
4. Os artigos de luxo; 2. Garantir apoios efectivos ao em- décadas de políticas de direita e, com
5. A eliminação de benefícios fis- prego e recentragem das políticas de a arma que é o VOTO, criar as condi-
cais não justificados; formação e qualificação; ções para uma mudança de política.
6. O combate à fraude e evasão fis- 3. Alargar a cobertura das presta- Dia 5 de Junho, votemos em função
cal e aos paraísos fiscais. ções ao desemprego; dos nossos interesses, dos nossos
É ainda importante: 4. Actualizar o SMN para 500 eu- direitos e pela soberania e indepen-
■ Acabar com as políticas no âmbi- ros; dência de Portugal.
to das parcerias públicas e privadas; 5. Dar combate eficaz à precarie- A resignação, o conformismo
■ Acabar com os negócios especu- dade, reconstruindo solidariedades ou a passividade não é solução!
lativos do "cimento-armado" e as ne- entre as diversas gerações de traba- Luta pelos teus direitos! ■
12 O TRABALHADOR DA CML
Departamento dos Bombeiros

Nada pode ser tão mau e durar tanto


tempo!
STML tem efectuado neste úl-

O timo mandato, através do Depar-


tamento de Bombeiros, um tra-
balho que não tem passado desper -
cebido aos trabalhadores a desenvolver
serviço no Regimento de Sapadores
Bombeiros.
Mais importante que falar das vitórias alcançadas, é Que é feito dos jipes que, dois anos após da sua aquisi-
falar do trabalho que temos vindo a desenvolver para ção, se encontram parados não beneficiando o socorro
garantir a mais elementar aplicação da legislação, as vi- aos munícipes, o objectivo, aparentemente, para o qual
tórias conseguidas foram, não pela atribuição de qualquer foram adquiridos!?
"benesse" da Edilidade ou do seu director mu nicipal PROMESSA DE QUARTEIS NOVOS – Pergunta-se:
(comandante), mas sim, pela aplicação de direitos pre- Onde estão e onde foram construídos? O que constata-
vistos na legislação do trabalho e sonegados até á data mos, é a triste realidade onde os bombeiros continuam a
aos bombeiros. operar e trabalhar em quartéis sem as mínimas condições
O trabalho efectuado em prol dos Bombeiros pelo De- de saúde, higiene e segurança.
partamento de Bombeiros está, e estará, na análise da
especificidade da missão destes profissionais, no estrito Que comandante é este que tira o comer da boca
cumprimento da Lei do trabalho. Nada teria sido conse- dos seus Homens?
guido se nos desviássemos deste caminho.
Os Bombeiros assistiram recentemente à retirada do re-
Aquele que em primeira estância devia defender os
forço alimentar, pela prestação de serviço nocturno.
Bombeiros tem, pelo contrário e passados quase três anos
Além desta afronta, o comandante também questionou a
de mandato, vindo a prejudicar-nos, retirando-nos direitos
legalidade do prémio atribuído aos elementos do destaca-
e condições de trabalho dificultando-nos a missão e bai-
mento do aeroporto.
xando-nos a moral.
Verifica-se o atraso do pagamento do trabalho realizado
em dia feriado referente ao ano de 2009. A correcção rela-
Promessas e mais promessas nos últimos três
tiva aos feriados de 2010; a falta de pagamento de ajudas
anos, e agora, o que temos?
de custo em varias deslocações para fora de Lisboa, si-
PROTOCOLOS - Efectuados vários protocolos, pergun- tuações que continuam a desrespeitar os trabalhadores de
tamos: Quais os benefícios para o Regimento de Sapado- forma grave e continuada.
res? Como exemplo, o protocolo com o INEM em que nos Exigimos ao comando o rápido pagamento das horas
deparamos sem um elemento credenciado para poder extraordinárias aos estagiários a bombeiros sapadores,
desempenhar este serviço por falta da devida certificação, que desde o início da recruta estão a efectuar 5 horas além
após a nossa escola ter dado formação gratuita e o regi- das 35 horas semanais estabelecidas por lei.
mento ter efectuado serviço para este organismo, assu- A tentativa por parte do comando em realizar um simu-
mindo a câmara os devidos encargos com o pessoal. lacro durante o dia de greve de 19 de Março, desrespeitou
GRUPOS DE TRABALHO – Começou o mandato im- os serviços mínimos acordados entre o STML e a CML,
plementando vários grupos de trabalho como: obrigando o STML à rápida intervenção no quartel da CIE
- Sobre o novo fardamento: Até ao momento só vimos o exigindo o cumprimento integral dos serviços mínimos es-
fardamento de apresentação e nada mais se vê. tabelecidos.
- Escalas: O resultado do trabalho efectuado, não se co- O Departamento de Bombeiros do STML luta contra
loca em prática. este estado de coisas! Na salvaguarda dos trabalha-
- Novo cartão de bombeiros: Segundo foi anunciado dores do Regimento e da garantia do socorro na cidade.
pelo comando traria-nos benefícios. Perguntamos: Onde O Departamento de Bombeiros do STML tem vindo e
está o cartão e os anunciados benefícios? vai continuar a realizar plenários nos quartéis, dando conta
- Novo regulamento interno, que há mais de um ano se aos bombeiros, como não podia deixar de ser, das acções
encontra concluído. No princípio de 2011 o Sr. vereador que tem vindo a desenvolver para contrariar este "estado
afirmou a este sindicato desconhecer este regulamento! de coisas", reportando a estes profissionais o trabalho já
Quais as razões, após a conclusão do referido regula- desenvolvido junto da CML para a resolução dos proble-
mento, o mesmo não ter sido enviado para a câmara para mas que têm afectado os Bombeiros pela deficiente apli-
a sua aprovação? cação da legislação ao sector.
E outros grupos de trabalho foram constituídos, mas do Juntos, vamos mudar este "estado de coisas"!
trabalho desenvolvido, nada se sabe. Dignificar a profissão e repor o BOM nome do RE-
PROMESSA DE CARROS NOVOS – Perguntamos: GIMENTO DE SAPADORES BOMBEIROS DE LISBOA!
Onde estão? Quando, cada vez mais, observamos o en- Participa na jornada de luta do dia 19 de Maio, na Mani-
velhecimento e/ou o abatimento das nossas viaturas por festação Nacional a realizar em Lisboa convocada pela
falta de condições mínimas na plano da sua operaciona- CGTP-IN.
lidade. Lutamos pelos nossos direitos! ■
O TRABALHADOR DA CML 13
Espaço dos Aposentados

“Levanta-te meu povo não é tarde...”


esmo antes de se falar de crise mais desfa vo recidos. Ou alguém tas alternativas apresentadas e sis-

M poucas foram as vezes, nos últi-


mos anos, que as pensões de
reforma acima dos 1.000€ tiveram
tem dúvida que os senhores do gran-
de capital não precisarão de deitar
contas à vida para comprar o pão, o
tematicamente chumbadas pela
maioria parlamentar PS, PSD, CDS.
Dêem-lhes ao menos o benefício da
aumentos. Com estas novas medi- leite ou as conservas? dúvida, àqueles cujo percurso longo
das as pensões acima dos 1.500€ Porque é que em vez do aumento e coerente tem sido sempre ao lado
(ilíquidos!) não serão congeladas, do IVA o PSD não contrapõe o au- dos trabalhadores, dos reformados e
como já era hábito, mas sim sofrer mento da tributação à especulação dos mais desfavorecidos, em suma,
cortes efectivos. Mas não se trata de bolsista, financeira, dos offshores, aos que verdadeiramente defendem
uma redução como nos vencimentos aos lucros dos bancos, aos prémios este país.
dos trabalhadores no activo, é uma obscenos atribuídos a empresas? O voto é a arma que temos e que
con tribuição espe cial. Ao que poderosa ela é!
parece, com este nome, já não pode COM AMIGOS DESTES Como diz a canção: Levanta-te
ser considerada ilegal.
QUEM PRECISA DE INIMIGOS? meu povo não é tarde... pois quando
o povo acorda é sempre cedo.
É TUDO UMA QUESTÃO
E como se tudo isto não bastasse
DE NOME! aí está o FMI. De concreto uma coisa ACTIVIDADES LÚDICAS
já sabemos – pela "ajuda" o FMI
Mas não se ficam por aqui as no- embolsará de juros 520 milhões de DA COMISSÃO
vas medidas, a somar ao roubo (se é euros e os juros a pagar à EU pelo DE REFORMADOS DO STML
tudo uma questão de nome, pode- "favor" ficam-se pela módica quantia
mos chamar-lhe o que quisermos) de 1060 milhões de euros. Não é
de 3,5% a 10% das pensões, haverá Em Abril foram 20 os reformados
pre ciso ser adivinho para saber que estiveram na visita guiada à
também novo aumento do IRS, mas quem vai pagar tudo isto.
para esse não especificam nem o Galeria do Loreto. Partindo do Re-
montante nem se serão abrangidos servatório da Patriarcal, no Príncipe
ELEIÇÕES Real, até ao Jardim de S. Pedro de
todos os reformados.
Por ironia, o novo PEC foi anun- Alcântara, são 410m abertos ao pú-
ciado poucos dias depois da con- Vem-nos à lembrança aquele ve- blico desde Maio de 2010. Esta é
ceituada revista Forbes ter publicado lho ditado "as moscas mudam, uma das 5 galerias principais que se
a lista das maiores fortunas mun- mas..." estendem por toda a cidade numa
diais. Ficámos a saber que a crise A alternância não é inevitável co- ex tensão de cerca de 12km. Era
internacional de 2010 deu à luz mais mo nos querem fazer crer. E não são através delas que, no séc. XVIII, a
214 multimilionários! E dos 1.210 todos iguais, como se ouve por aí. A água chegava aos palácios e o povo
agora existentes, 3 deles totalizam prová-lo estão as inúmeras propos- se podia abastecer nos chafarizes. ■
4,5 biliões de dólares.
Por cá, com a crise que tem gras-
sado no país – CRISE PARA QUEM?
– as fortunas dos três mais ricos
cresceram 1,4 mil milhões em 2010!
A soma dessas 3 fortunas (Manuel
Amorim, Soares dos Santos e Belmi-
ro de Azevedo) totaliza 6.380 mi -
lhões de euros, mais do que o ren-
dimento anual de cerca de três mi-
lhões de portugueses!
Entretanto o Governo demitiu-se e
na pré-campanha eleitoral, que ime-
diatamente começou, veio o timo-
neiro do PSD, demagogica mente
de clarar o seu veemente repúdio
pelo corte e congelamento nas re-
formas mais baixas, explicando que
o seu partido recorreria a outras me-
didas, por exemplo, o aumento do
IVA. Poder-se-ia era perguntar-lhe a
quem é que o aumento do tal im -
posto cego, que a todos afecta, irá
prejudicar. E a resposta é clara: aos
reformados, aos trabalhadores, aos
14 O TRABALHADOR DA CML
Arquivamento do processo
contra trabalhadores de cemitérios
de Lisboa
o decorrer de 2006 foram lançadas suspeitas in-

N fundadas e caluniosas, como agora ficou prova-


do, de práticas de corrupção por parte de alguns
trabalhadores do cemitério de Benfica. Por isso, foi ins-
taurado o processo-crime e processo disciplinar, no
qual esses e outros trabalhadores foram constituídos
arguidos.
Esses trabalhadores acabaram por ser menospre-
zados, julgados, condenados e achincalhados por
vários jornais diários do país, tais como o Público,
Correio da Manhã, Sábado, Global, Destak, etc., que,
certamente, foram fortemente "alimentados" e "muni-
ciados" por pessoas que bem sabiam que a única con-
denação que acabariam por conseguir seria a da Praça
Pública, já que sem facto "criminoso" alguma Justiça
pode condenar.
É nossa profunda convicção que toda essa campa-
nha caluniosa foi orquestrada para punir aqueles que
não se subordinavam aos interesses duma bem conhe-
cida multinacional que anseia o monopólio e a gestão
dos cemitérios de Lisboa.
Temos pena que agentes do Município se possam
prestar a esse malfadado, lamentável e triste papel e per-
guntamo-nos a troco de quê, é que tudo isso foi possível!
Como quer que seja, a verdade é que, volvidos cerca
de cinco anos de investigações e diligências realizadas,
algumas vezes, em condições que roçaram um pouco a
humilhação, e que causaram, por isso, vergonha e sofri-
mento a gente simples e pouca habituada aos mean-
Uma parte da Justiça já foi feita com esta absolvição.
Falta ainda repor total justiça para alguns destes tra-
balhadores que, tal como foi noticiado na edição n.º 141
deste jornal, foram punidos pela CML que decidiu aplicar
penas disciplinares antecipando-se aos tribunais e pre-
sumindo a culpa destes trabalhadores com base em in-
dícios e não em factos.
Para que esta justiça seja reposta os trabalhadores já
apresentaram queixa em sede de tribunal administrativo
contra a CML para que sejam anuladas as penas disci-
plinares.
De realçar que, em todo esse calvário os trabalhadores
puderam contar com a pronta intervenção do STML, que
em boa hora, providenciou ajuda e aconselhamento jurí-
dico por intermédio dos técnicos juristas afectos ao sin-
dicato.
dros da justiça, o processo penal depois de ter sido Para terminar manifestamos o nosso total repúdio pe-
anteriormente arquivado pelo tribunal de instrução cri- los mais diversos jornais que, violando segredo de Jus-
minal e depois do recurso por parte do Ministério tiça, publicaram as mais torpes notícias contra os traba-
Publico, teve agora o desfecho final com o transitar em lhadores mas não esboçaram qualquer notícia no sentido
julgado do despacho que absolve todos os réus já que de divulgar o despacho que reconhece a inocência deles.
não foram recolhidos quaisquer indícios de prática de Tal postura diz muito sobre a isenção e o sensaciona-
qualquer crime. lismo por que se pauta certo jornalismo neste País!
Não obstante todo o desconforto que acabaram por A luta, a determinação e a confiança de quem tem ra-
experimentar, os trabalhadores sempre acreditaram zão deu-nos, neste exemplo, uma excelente prática para
que a Justiça seria feita e que por mais kafkianas que o futuro. A luta pelos nossos direitos, pelos nossos inte-
possam ser certas mentes não seriam capazes de enla- resses e aspirações, deve ser pautada pelas mesmas
mear eternamente o bom nome das pessoas. características. ■
O TRABALHADOR DA CML 15
Breves
Piquenique do STML a 29 de Maio
A Direcção do STML vai realizar, no próximo dia 29 de anos não pagam.
Maio, o já habitual piquenique dos seus associados. O preço referido, inclui a deslocação em autocarro, os
A constatação do enorme sucesso da última edição habituais "comes & bebes" e a participação em diversos
levou-nos a escolher a localidade de Constância, repe- jogos tradicionais.
tindo assim o local e, esperamos nós, a respectiva ade- As inscrições apenas se efectuarão na sede do sin-
são. dicato, mediante o pagamento integral do preço es-
Este convívio destinado aos associados do STML e tabelecido. A data limite para as inscrições é até ao dia
respectivas famílias é mais um momento de luta e de 20 de Maio.
aproximação em torno do nosso sindicato. A saída será às 8H30 na Gare do Oriente, junto ao
O preço será o mesmo dos anos anteriores, nomea- AKI. Inscreve-te a ti e à tua família. Vem conhecer Cons-
damente, 5 Euros por pessoa. As crianças até aos 10 tância connosco! ■

Líbia: Não à intervenção imperialista!


ração militar na Líbia, faz parte de uma agenda militar
mais vasta no Médio Oriente e na Ásia Central, a qual
consiste em obter controlo e propriedade corporativa
sobre mais de 60 por cento das reservas mundiais de
petróleo e gás natural, incluindo as rotas dos oleodutos e
gasodutos.
Como nos exemplos recentes dos Balcãs, do Iraque e
do Afeganistão, mais uma vez, o verdadeiro móbil desta
intervenção é o controlo dos recursos naturais e o domí-
nio militar e político da região.
Contra o cinismo e hipocrisia das potências capitalistas
ma delegação do STML, constituída por dirigentes e
U delegados sindicais, participou num acto de protesto
contra a intervenção militar imperialista na Líbia, pro-
mundiais, reflectida em actos assassinos motivados ape-
nas por interesses económicos e escudados em falsos ar-
gumentos como "a defesa da população civil, da liberda-
movida pelo Conselho Português para a Paz e Coope- de e da democracia", a mesma população que é massa-
ração, a CGTP e muitas outras organizações políticas e crada por bombardeamentos com a inevitável e imediata
sociais. consequência de consideráveis "baixas colaterais".
Sob o pretexto de "intervenção humanitária" assiste-se O STML defende o direito dos povos a decidirem o seu
a uma deliberada ingerência e intervenção militar num próprio destino. O conflito que se desenrola na Líbia só
país soberano, com o objectivo de apropriação de recur- pode ser superado pelos trabalhadores e povo líbio, não
sos e garantir uma base estável aos "senhores do mun- pela intervenção imperial que continua a fazer-se sentir.
do" face aos seus instáveis vizinhos, a Tunísia e o Egipto, Ao mesmo tempo que manifestamos apoio ao povo líbio,
onde movimentações populares colocaram fim a regimes recusamos esta "intervenção humanitária" comandada
ditatoriais. pela NATO, braço político militar dos EUA, da Inglaterra e
A Operação "Odyssey Dawn", nome concedido à ope- da França. ■

Protocolos do STML
● ISEC – Instituto Superior de Educação e Ciências - Instituto Superior D. Dinis
Para os nossos associados, cônjuges e descendentes - Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes
em 1.º grau: - Escola Superior de Educação Almeida Garrett
- 10% de desconto nas propinas; ● Lancaster College
- 12% de desconto na propina da licenciatura em Gestão ● Universidade Lusíada
autárquica. ● Universidade Autónoma
● ISLA – Instituto Superior de Línguas e Administração
● Mundial Travel
● ISG – Instituto Superior de Gestão
● Teatro da Cornucópia
● IPES – Instituto Português de Estudos Superiores
● Viaggiatore – Companhia de Lazer e Turismo
● IESC – Instituto de Estudos Superiores de Contabilidade
● Campiférias – Centro de Férias e Turismo
● Escola Superior de Educação João de Deus
● ISTEC – Instituto Superior de Tecnologias Avançadas ● Millenium BCP
● COFAC – Universidade Lusófona Lisboa/Porto ● ENAL – Escola Nacional de Automobilismo
- Instituto Superior de Humanidade e Tecnologias de ● Mind – Project – Psicologia, Psicoterapia e Medicina
Lisboa ● Sagres – Companhia de Seguros
- Instituto Superior Politécnico do Oeste ● Aldeamento Turístico de Palmela ■

16 ■ O TRABALHADOR DA CML

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