Você está na página 1de 23

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/261417359

Trunfos de uma Geografia Activa. Desenvolvimento local, ambiente,


ordenamento e tecnologia

Book · November 2011


DOI: 10.14195/978-989-26-0244-8

CITATIONS READS

6 398

2 authors:

Norberto Santos Lúcio Cunha


University of Coimbra University of Coimbra
216 PUBLICATIONS   330 CITATIONS    398 PUBLICATIONS   1,206 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Tourism in the Azores islands View project

Investigação sobre riscos naturais - Riscos climáticos, hidrológicos e geomorfológicos (Projecto informal) View project

All content following this page was uploaded by Norberto Santos on 08 April 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


G
TRUNFOS DE UMA
EOGRAFIA ACTIVA
DESENVOLVIMENTO LOCAL,
AMBIENTE,
ORDENAMENTO
E TECNOLOGIA

Norberto Santos
Lúcio Cunha
COORDENAÇÃO

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA


2011
(Página deixada propositadamente em branco)
D O C U M E N T O S
C o - e diç ão
Imprensa da Universidade de Coimbra
Comissão de Coordenação e Desnvolvimento Regional do Centro

C onc e pç ão gr á f ic a

António Barros

C a pa
Fotografia © Ilda Castro

P r é -I m pr e s s ão
www.artipol.net

E x ecuç ão gr á f ic a

www.artipol.net

ISBN
978-989-26-0111-3

D e pósito l eg a l

333429/11

O br a P u bl ic a da com o a poio de :

CEGOT
Universidades de Coimbra,
Porto e Minho

O br a C o -F i na nci a da por :

© N ov e m bro 2011, I m pr e ns a da U n i v e r si da de de C oi m br a
G
TRUNFOS DE UMA
EOGRAFIA ACTIVA
DESENVOLVIMENTO LOCAL,
AMBIENTE,
ORDENAMENTO
E TECNOLOGIA

Norberto Santos
Lúcio Cunha
COORDENAÇÃO

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA


2011
(Página deixada propositadamente em branco)
SUMÁRIO

NOTA INTRODUTÓRIA ..................................................... 15


Norberto Santos e Lúcio Cunha

PARTE I
GEOGRAFIA E CIDADANIA. FORMAÇÃO E DIDÁCTICA.

O PROCESSO DE BOLONHA E AS REFORMAS CURRICULARES DA GEOGRAFIA EM PORTUGAL


Anabela Gil e Herculano Cachinho ....................................... 23

CONTOS DE UMA CIÊNCIA PERIFÉRICA: BACK, WITH A VENGEANCE


André Carmo e Maria José Aurindo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

NO LIMIAR DA MUDANÇA DIDÁCTICA: APRENDER A SER SOCIALMENTE INTERVENTIVO NAS


AULAS DE GEOGRAFIA
Branca Miranda e Manuela Malheiro Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

“CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE” – UMA NOVA DISCIPLINA LECCIONADA POR PRO-


FESSORES DE GEOGRAFIA – REFLEXÃO SOBRE OS DESAFIOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
QUE ENCERRA PARA OS PROFESSORES-GEÓGRAFOS
Cristiana Martinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

PROJECTOS DE EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO E A CIDADANIA NO CONTEXTO


ACADÉMICO – ESTUDO DE CASO DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DO MINHO
Francisco da Silva Costa e Paula Cristina Remoaldo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

CONTIG – AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NOS ENSINOS BÁSICO E


SECUNDÁRIO
Madalena Mota ....................................................... 65

PARTE II
NATUREZA E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO.
A CONQUISTA DE NOVOS ESPAÇOS PARA A GEOGRAFIA.

PROJECTOS PIN (POTENCIAL INTERESSE NACIONAL): UM INSTRUMENTO PARA PROMOVER O


CRESCIMENTO ECONÓMICO À CUSTA DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL?
Flávio Nunes e Cecília Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
POLÍTICAS DE MONTANHA E COESÃO TERRITORIAL. DA DIMENSÃO EUROPEIA AO CASO
PORTUGUÊS
Gonçalo J. Poeta Fernandes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

DINÂMICA(S) DEMOGRÁFICA(S) NOS MUNICÍPIOS COM ÁREAS CLASSIFICADAS E O QUADRO


VIGENTE DAS ESTRATÉGIAS NACIONAIS DE SUSTENTABILIDADE DO AMBIENTE E DO
6 DESENVOLVIMENTO. UMA ANÁLISE PROSPECTIVA
J. Cruz lopes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

ÁREAS PROTEGIDAS E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO: INDICADORES DE ANÁLISE


Susana da Cruz Clemente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103

PARTE III
LAZER, TURISMO E QUALIDADE DE VIDA.
UMA SOCIEDADE DO TRABALHO A CRIAR TEMPO LIVRE.

MUSEUS E NÚCLEOS MUSEOLÓGICOS: FACTOR DE VALORIZAÇÃO DO TOURING CULTURAL


DA REGIÃO CENTRO – AS ALDEIAS HISTÓRICAS
António Costa Gonçalves e Fernando João Moreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113

VIVER ALBUFEIRA – AVALIAÇÃO DE EFEITOS DO PROGRAMA POLIS


Aquiles Marreiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

O DESPERTAR DO “PAÍS SONOLENTO”: CONTRIBUTO DAS FEIRAS DE PRODUTOS LOCAIS


PARA UM NOVO PROJECTO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
Nuno Azevedo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131

IMAGINÁRIOS TURÍSTICOS E (IN)VISIBILIDADES URBANAS:


GEOGRAFIAS DO TURISMO NA CIDADE DE COIMBRA
Carina Sousa Gomes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141

AMBIENTES AQUÁTICOS NÃO MARÍTIMOS NO BAIXO MONDEGO: MARGENS PARA A


RECREAÇÃO, O LAZER E O TURISMO
Claudete Oliveira Moreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149

NOITE, OPORTUNIDADES E INOVAÇÃO NO TERRITÓRIO – OS EVENTOS CULTURAIS À NOITE


COMO EXPRESSÃO SOCIAL DO LAZER
Diana Almeida e Teresa Alves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159

ANTECIPANDO OS IMPACTOS DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS NO TURISMO: PERCEPÇÃO DOS


AGENTES ECONÓMICOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E ADAPTAÇÃO
Eduardo Brito Henriques, Carlos Cardoso Ferreira, Henrique Andrade, Raquel Machete
e José Couto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167

A PRODUÇÃO DO ESPAÇO PELO E PARA O TURISMO: O CASO DA PRAIA DE JERICOACOARA,


CEARÁ, BRASIL
Fabio Silveira Molina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
DESPERDÍCIO, A CULTURA DO CONTRADITÓRIO. REFLEXÕES PARA UM “NOVO” PARADIGMA
Fernando Martins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187

TRANSFORMAÇÕES E RUPTURAS NA OCUPAÇÃO E USO DO SOLO NAS SERRAS DA


CORDILHEIRA CENTRAL
Gonçalo J. Poeta Fernandes e Patrícia Abrantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195 7

A NÁUTICA DE RECREIO COMO FACTOR DE DESENVOLVIMENTO LOCAL: O CASO DO


ESTUÁRIO DO TEJO
João Figueira de Sousa, Milvia Fonseca, André Fernandes e Sónia Galiau . . . . . . . . . . . . 203

AS PAISAGENS URBANAS ENQUANTO TERRITÓRIOS TURÍSTICOS E IDEOLÓGICOS – O CASO


PARTICULAR DO SZOBORPARK, EM BUDAPESTE
João Luís Jesus Fernandes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211

O TURISMO RELIGIOSO NO MINHO: CONTRIBUTO PARA A COMPREENSÃO DO PAPEL DOS


SANTUÁRIOS NO DESENVOLVIMENTO DO NOROESTE DE PORTUGAL – ORIENTAÇÕES
METODOLÓGICAS NA SELECÇÃO DOS SANTUÁRIOS E NA ELABORAÇÃO DA GRELHA DE
ANÁLISE.
João Luís Figueiredo da Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219

A PERCEPÇÃO DA MUDANÇA: O CENTRO HISTÓRICO DE TRANCOSO


João Sarmento e Maria João Costa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227

TURISMO DE NEGÓCIOS – CONVENTION & VISITORS BUREAU NA REGIÃO CENTRO


Jorge Humberto Soares Marques e Norberto Pinto dos Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237

ESTUDO DAS SEGUNDAS RESIDÊNCIAS EM PORTUGAL: DESAFIOS CONCEPTUAIS E METO-


DOLÓGICOS
José António Oliveira, Zoran Roca e Maria de Nazaré Roca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247

TURISMO, SUSTENTABILIDADE E AMBIENTES DE MONTANHA: O CASO DO PIÓDÃO.


REFLEXÕES EM TORNO DAS PERSPECTIVAS DOS VISITANTES
Juliana Correia e Paulo Carvalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257

TURISMO E PATRIMÔNIO IMATERIAL. DAS POLÍTICAS E IMPLICAÇÃO E SUAS REALIDADES NO


CASO DAS FESTAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA
Maria Geralda de Almeida, Maria Idelma Vieira d’Abadia, Jakeline Graziela Pinto e
Rosiane Dias Mota . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265

AS TRADIÇÕES DO PÃO, TERRITÓRIOS E DESENVOLVIMENTO


Norberto Pinto dos Santos e António Gama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273

SUSTAINABLE TOURISM CLUSTERS: THE CASE OF ALENTEJO NATURAL PARKS


Regina Salvador, Jorge Ferreira, José Lúcio, Vanessa Camilo e Ivânia Monteiro . . . . . . . 283

O CONTRIBUTO DOS IMPACTES ECONÓMICOS DO PARQUE ALQUEVA NO DESENVOLVI-


MENTO LOCAL DE REGUENGOS DE MONSARAZ
Soraia Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
PARTE IV
PODER LOCAL, PLANEAMENTO E GESTÃO TERRITORIAL.
NOVAS OPORTUNIDADES DE UMA VELHA DISCIPLINA.

HEDONISMO OU ALIENAÇÃO? O CENTRO COMERCIAL NA CONTEMPORANEIDADE


Ana Estevens e André Carmo . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 305
8
TEORIA CRÍTICA, PRÁTICA GEOGRÁFICA E DESENVOLVIMENTO LOCAL
Ana Francisca de Azevedo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 313

O PAPEL DAS PRÁTICAS QUOTIDIANAS DAS FAMÍLIAS NA DEFINIÇÃO DE COMUNIDADES


SUSTENTÁVEIS À ESCALA URBANA
Ana Louro, Eduarda Marques da Costa e Soraia Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 321

«GEOMETRIA DO PODER», VALORES, REPRESENTAÇÕES E PRÁTICAS DE CIDADANIA


André Carmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331

PLANEAMENTO URBANO E FINANCIAMENTO DAS AUTARQUIAS: O ESTADO (DES)REGULADOR


DA EXPANSÃO URBANA?
Carlos Gonçalves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 339

OS PLANOS REGIONAIS DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E A COESÃO TERRITORIAL:


REFLEXÕES SOBRE A SUB-REGIÃO OESTE
Daniel Nascimento Matoso Gil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 347

PLANEAMENTO E GESTÃO DE FRENTES DE ÁGUA – A FRENTE RIBEIRINHA NORTE DE


ALMADA, NOVOS USOS, NOVOS TEMPOS.
Diana Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355

COOPERAÇÃO TRANSFRONTEIRIÇA RECENTE VS ANTIGA. PORTUGAL-ESPANHA E SUÉCIA-


NORUEGA
Eduardo Medeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 363

DESENVOLVIMENTO RURAL: NOVOS DESAFIOS E NOVAS OPORTUNIDADES


Hélder Marques e Ângela Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371

A EVOLUÇÃO DAS ACESSIBILIDADES RODOVIÁRIAS E FERROVIÁRIAS EM PORTUGAL


CONTINENTAL
João Figueira de Sousa, Sónia Galiau e André Fernandes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 379

COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS COMO EXPRESSÃO SOCIAL DA SUSTENTABILIDADE URBANA


João Fumega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 389

ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES DO PROJECTO AEROPORTUÁRIO DE BEJA NO DESEN-


VOLVIMENTO DO BAIXO ALENTEJO
José Freitas e João Figueira de Sousa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 397
UNIDADES DE EXECUÇÃO: A TÉNUE FRONTEIRA ENTRE INSTRUMENTOS DE PROGRAMAÇÃO
DO USO DO SOLO E DE PLANEAMENTO MUNICIPAL
Júlia S. C. Reis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 405

DAS MARGENS PARA O CENTRO: AS GEOGRAFIAS PÓS-MODERNAS NO ESTUDO DA


9
NOBILITAÇÃO URBANA
Luís Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 413

COESÃO TERRITORIAL E GOVERNANÇA: ABORDAGEM MULTI-ESCALAR


Margarida Pereira e Maria Adelaide Carranca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 421

URBANISMO ESCOLAR: CONTRIBUTOS PARA A DEFINIÇÃO E APLICAÇÃO DO CONCEITO


Margarida Pereira e Paulo Pisco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429

TERRITÓRIOS EMERGENTES VS. TERRITÓRIOS ADMINISTRATIVOS: CONFLITO E


COOPERAÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DAS CULTURAS DE PLANEAMENTO
Margarida Queirós . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 437

PÓLOS DE CULTURA E CRIATIVIDADE EM LISBOA – QUE PAPEL NA COESÃO DA CIDADE?


Maria Adelaide Carranca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 445

POLIS XXI, GOVERNÂNCIA E PLANEAMENTO URBANO NO NORTE DE PORTUGAL: IMPACTOS


DO PROGRAMA DE REGENERAÇÃO URBANA.
Pedro Chamusca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 453

OS IMPACTOS, PROVENIENTES DA IMPLANTAÇÃO DE DOIS NOVOS CENTROS COMERCIAIS,


PARA A CIDADE DE BRAGA
Pedro Porfírio Coutinho Guimarães . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 461

ALGARVE: DINÂMICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E POLÍTICAS PÚBLICAS


Renato Miguel do Carmo e Sofia Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 469

SOCIEDADE DO CONHECIMENTO E TERRITÓRIOS INTELIGENTES : O SISTEMA DE


CONHECIMENTO DE COIMBRA
Ricardo Fernandes e Rui Gama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 479

INFRA-ESTRUTURA DIGITAL E INTELIGÊNCIA DOS TERRITÓRIOS EM PORTUGAL:


A INTERNET, A WORLD WIDE WEB E AS EMPRESAS
Rui Gama e Ricardo Fernandes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 487

CARTA DE EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS DA AMADORA


Sofia Casanova . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 495

ALTA VELOCIDADE: AS ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO E OS EFEITOS DA ESTAÇÃO


Sónia Galiau e João Figueira de Sousa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 505
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE ECO-BAIRRO NUM BAIRRO DO MUNICÍPIO DA AMADORA:
UMA ABORDAGEM EXPERIMENTAL
Susana Pereira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 513

A CASA DE ILHA E A CASA DO BAIRRO MUNICIPAL: DOIS MÓDULOS NA CONSTRUÇÃO DE


MORFOLOGIAS DE PADRÃO GEOMÉTRICO
10 Vasco Cardoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 521

PLANEAMENTO E GESTÃO URBANÍSTICA MUNICIPAL – REPERCUSSÕES NO DESENVOLVI-


MENTO RECENTE DA CIDADE DE SETÚBAL
Vasco Raminhas da Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 529

PARTE V
NOVOS MODOS DE REPRESENTAR O TERRITÓRIO.
ENTRE A LEITURA DA NATALIDADE E A CONSTRUÇÃO DE MODELOS.

MODELAÇÃO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA DA AVALIAÇÃO DA SUSCEPTI-


BILIDADE A MOVIMENTOS DE VERTENTE NA ÁREA AMOSTRA DE LOUSA-LOURES (REGIÃO A
NORTE DE LISBOA)
Aldina Piedade, José Luís Zêzere, José António Tenedório, Ricardo A. C. Garcia,
Sérgio Cruz de Oliveira e Jorge Rocha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 539

A IMPLEMENTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ESTRUTURANTES COMO FACTOR DE DESEN-


VOLVIMENTO DO SISTEMA URBANO
Ana Márcia Ferreira e Andreia Rosário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 547

MODELAÇÃO DE REDES TERRITORIAIS: O CASO DO INTERREG III C


Ana Mendes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 553

MEMÓRIAS AFRICANAS, LUGAR EUROPEU: A IDENTIDADE DO «RETORNADO»


Bruno Machado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 561

INFRA-ESTRUTURAS DE DADOS ESPACIAIS NOS MUNICÍPIOS – CONTRIBUTO PARA A


DEFINIÇÃO DE UM MODELO DE IMPLEMENTAÇÃO
Clara Afonso e Rui Pedro Julião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 569

APLICAÇÃO DE ÍNDICES QUANTITATIVOS NA CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DAS CIDADES


Eduarda Marques da Costa, Jorge Rocha e Michael Rodrigues . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 577

MODELAÇÃO GEOGRÁFICA EM SIG DO RISCO DE RE - EMERGÊNCIA DE MALÁRIA EM


PORTUGAL CONTINENTAL
Eduardo Gomes, César Capinha, José António Tenedório, Jorge Rocha, A. Paulo G.
Almeida, Virgílio E. do Rosário e Carla A. Sousa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 585

LICENCIAMENTO EM ÁGUAS PÚBLICAS E CARTOGRAFIA – O CASO DO RIO AVE NO ÍNICIO DO


SÉCULO XX
Francisco da Silva Costa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 593
POLÍTICAS DE PREVENÇÃO RODOVIÁRIA – UM CASO DE GEO-REFERENCIAÇÃO
Jorge Ferreira e João Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 603

A GEOGRAFIA DA CRIMINALIDADE
Jorge Ferreira e José Martins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 613
11
ORLANDO RIBEIRO, A CIDADE, E A TRANSIÇÃO PARADIGMÁTICA DA GEOGRAFIA PORTU-
GUESA NOS ANOS SESSENTA
José Ramiro Pimenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 621

CONSTRUÇÃO DE MODELOS DE AVALIAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL A RISCOS


NATURAIS E TECNOLÓGICOS. O DESAFIO DAS ESCALAS
Lúcio Cunha, José Manuel Mendes, Alexandre Tavares e Susana Freiria . . . . . . . . . . . . 627

OS SIG E A CONSTRUÇÃO DE MODELOS TERRITORIAIS NO ÂMBITO DO PLANEAMENTO


MUNICIPAL
Luis Ramos, Nuno Azevedo, Ricardo Bento e Paulo Gonçalves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 639

O RURAL EM MUDANÇA – BREVE NOTA SOBRE OS PROCESSOS DE URBANIZAÇÃO


Maria de Lurdes Roxo Mateus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 649

CAPITAL HUMANO E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: DIFERENÇAS DE GÉNERO


Maria de Nazaré Oliveira Roca e Nuno Leitão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 657

SIGMDL – PORTAL DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA


Maria Manuel Gouveia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 665

NOVA MÉTRICA FOCAL DO ACIDENTADO DO TERRENO: AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE ESCALA


E DE CONTEXTO
Nuno Neves, Nuno Guiomar, Marco Freire e Lénia Duarte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 671

IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL
Paula Lopes Costa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 681

A EMIGRAÇÃO NA ILHA GRACIOSA. ESTUDO DE CASO DOS EMIGRANTES GRACIOSENSES NOS


ESTADOS DA CALIFÓRNIA E MASSACHUSETTS (EUA)
Paulo Espínola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 693

OS SIG NA FISCALIDADE MUNICIPAL – APLICAÇÃO AO CÁLCULO E GESTÃO DA TRMIU


Raquel de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 701

CENTRALIDADES URBANAS – TEMPOS E PROCESSOS NO NOROESTE DE PORTUGAL –A ÁREA


CENTRAL DE VIANA DO CASTELO
Rogério Barreto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 709

MODELAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA POPULAÇÃO DA ÁREA METRO-


POLITANA DE LISBOA COM RECURSO A PARÂMETROS EMPÍRICOS
Sérgio Freire . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 717
CLASSIFICAÇÃO DE IMAGENS DE SATÉLITE DE ALTA RESOLUÇÃO COM INTRODUÇÃO DE
DADOS LIDAR. APLICAÇÃO À CIDADE DE LISBOA
Teresa Santos, Sérgio Freire, José António Tenedório e Ana Fonseca . . . . . . . . . . . . . . . 725

PARTE VI
12 PARA UMA GEOGRAFIA FÍSICA PRESENTE.
O COMPROMISSO DE SUSTENTABILIDADE.

EVOLUÇÃO DOS CAUDAIS NO RIO BEÇA: RESPOSTA À VARIABILIDADE CLIMÁTICA OU ÀS


MUDANÇAS NO USO DO SOLO?
Adélia N. Nunes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 735

PARÂMETROS GEOMORFOLÓGICOS PARA A CARACTERIZAÇÃO DE TIPOLOGIAS DE TERRAS


ÚMIDAS
Adriana de Fátima Penteado e Jurandyr Luciano Sanches Ross . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 745

ALTERAÇÕES AMBIENTAIS RECENTES E RISCOS ASSOCIADOS NO MÉDIO CURSO DO RIO ZÊZERE


– O COUTO MINEIRO DA PANASQUEIRA.
Anselmo Casimiro Ramos Gonçalves . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 753

A PERCEPÇÃO DO TERMO «DESERTIFICAÇÃO» NA COMUNICAÇÃO SOCIAL EM PORTUGAL


Bruno Neves e Maria José Roxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 761

CHEIAS RÁPIDAS EM ÁREAS URBANAS: O CASO DE SACAVÉM


Catarina Ramos e Ana Ramos-Pereira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 769

IMPACTES DAS BARRAGENS NOS REGIMES FLUVIAIS: COMPARAÇÃO ENTRE VILARINHO DAS
FURNAS (HIDROELÉCTRICA) E MONTE NOVO (HIDROAGRÍCOLA)
Catarina Ramos, Miguel Leal e Patrícia Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 779

A SUSTENTABILIDADE DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DE ÓLEOS ALIMENTARES


USADOS: O CASO DA FREGUESIA DA ERICEIRA
Cláudia Caseiro e Maria José Roxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 791

CHEIAS E MOVIMENTOS DE MASSA COM CARÁCTER DANOSO EM PORTUGAL CONTINENTAL


I. Quaresma e J. L. Zêzere . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 799

AVALIAÇÃO E VALIDAÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE E PERIGOSIDADE DE INCÊNDIO FLORESTAL


EM PORTUGAL CONTINENTAL
J. C. Verde e J. L. Zêzere . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 809

MIAVITA – MITIGATE AND ASSESS RISK FROM VOLCANIC IMPACT ON TERRAIN AND HUMAN
ACTIVITIES
J. Fonseca, H. Ferreira e M. Matias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 819

O PLANEAMENTO E GESTÃO DAS ALBUFEIRAS DE ÁGUAS PÚBLICAS DE SERVIÇO PÚBLICO


Lara M. Alves de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 827
EXTENSÃO TEMPORAL E MAGNITUDE MÁXIMA DA ILHA DE CALOR URBANO – ESTUDO DE
CASO EM PARANHOS, PORTO
Licinia Balkeståhl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 835

AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA EM PLANOS DIRECTORES MUNICIPAIS


Luis Ramos, Paulo Gonçalves, Nuno Azevedo e Ricardo Bento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 845 13

A MUDANÇA DO USO DO SOLO PÓS ALQUEVA E OS NOVOS DESAFIOS AMBIENTAIS :


O CASO DO OLIVAL
Maria José Roxo, José Eduardo Ventura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 853

AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO CONCELHO DO PORTO: UM ESTUDO HIDRO-HISTÓRICO


N. Devy-Vareta, L. Freitas, A. Gomes, M. J. Afonso e H. I. Chaminé . . . . . . . . . . . . . . 861

MODELO DE AVALIAÇÃO DA PERIGOSIDADE DE INCÊNDIO FLORESTAL


Nuno Neves, Nuno Guiomar, Marco Freire, João Paulo Fernandes e Lénia Duarte . . . . 871

A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARUNCA. FACTORES CONDICIONANTES E CARTOGRAFIA


DOS PROCESSOS DE CHEIA/INUNDAÇÃO
Pedro Santos, Ana Isabel Andrade e Alexandre Tavares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 879
(Página deixada propositadamente em branco)
NOTA INTRODUTÓRIA

A Associação Portuguesa de Geógrafos organizou, em colaboração com o Departamento


de Geografia da Universidade de Coimbra e com o Centro de Estudos de Geografia e Orde-
namento do Território (CEGOT), o VII Congresso da Geografia Portuguesa, Trunfos de
uma geografia activa. Desenvolvimento local, ambiente, ordenamento e tecnologia, que
teve lugar no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, de 26 a 28 de Novembro
de 2009.
A Comissão Organizadora, constituída por Margarida Pereira (Presidente da Associação
Portuguesa de Geógrafos), Lúcio Cunha, Norberto Santos, Dulce Pimentel, Claudete Mo-
reira, Isabel Paiva, Clara Guedes e Manuel Mateus, tem a certeza de que este evento cientí-
fico da comunidade de geógrafos portugueses, em que foi proposto o debate dos aspectos
aplicados de uma Geografia actual e útil, particularmente no desenvolvimento local, no am-
biente e no ordenamento do território, encontrou os temas que lhe possibilitaram partilhar a
investigação em processo de desenvolvimento assim como a discussão dos temas que no
tempo presente mobilizam os geógrafos.
Os Congressos da Geografia Portuguesa têm sido, ao longo dos anos, uma forma de a
investigação geográfica mostrar as suas potencialidades, os seus dilemas, os seus trunfos e os
seus triunfos. Têm servido para dar a conhecer à sociedade em geral formas de fazer que, pela
sua interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, conseguem eviden-
ciar uma abordagem muito própria dos problemas e uma capacidade efectiva de encontrar
soluções.
A História dos Congressos é já relevante. O I Congresso da Geografia Portuguesa rea-
lizou-se em Lisboa e foi intitulado Portugal uma Geografia em Mudança, tendo decorrido
em Abril de 1991. A 2ª edição decorreu em Coimbra, em Outubro de 1994 e foi
subordinada ao título A Geografia Portuguesa. Debater as mudanças, preparar o futuro. O
III Congresso veio a decorrer no Porto, em Setembro 1997, e teve como tema A inter-
disciplinaridade na Geografia Portuguesa: novos e velhos desafios. O IV Congresso realizou-se
quatro anos mais tarde, em Outubro de 2001, em Lisboa, tendo como mote a Geografia:
Territórios de Inovação. O V Congresso, Territórios e Protagonistas, realizou-se na Universi-
dade do Minho, em Outubro de 2004, tendo o VI Congresso acontecido em Lisboa, em
Outubro de 2007, subordinado ao tema Pensar e Intervir no Território. Uma Geografia
para o Desenvolvimento. A sétima edição, motivo para a presente publicação, teve pois uma
responsabilidade enorme, visto os Congressos da Geografia Portuguesa serem uma das
principais montras da investigação geográfica nacional.
Na verdade, sempre tentando tornar a Geografia uma ciência mais interventiva e pro-
motora de mais cidadania e melhor qualidade de vida, a troca de ideias, os debates e as
questões suscitadas por estes eventos científicos têm contribuído, tanto para suscitar novas
linhas de investigação, como para dar resposta, do ponto de vista da Geografia, a
16 problemas diversos com que se debate o mundo actual.
O VII Congresso da Geografia Portuguesa teve a honra de poder contar com o apoio
Científico de uma Comissão que muito prestigiou o evento e que integrou os Doutores Ana
Paula Santana (Departamento de Geografia, Faculdade de Letras, Coimbra), António
Antunes Martins (Departamento de Geociências Universidade de Évora, Évora), António
Campar de Almeida (Departamento de Geografia, Faculdade de Letras, Coimbra), Celeste
Coelho (Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro, Aveiro),
Dulce Pimentel (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova, Lisboa),
Fernanda Delgado Cravidão (Departamento de Geografia, Faculdade de Letras, Coimbra),
Fernando Manuel da Silva Rebelo (Departamento de Geografia, Faculdade de Letras,
Coimbra), Helena Maria Gregório Pina Calado (Departamento de Biologia, Universidade
dos Açores, Ponta Delgada), Herculano Cachinho (Departamento de Geografia, Faculdade
de Letras, Lisboa), José Alberto Rio Fernandes, (Departamento de Geografia, Faculdade de
Letras, Porto), José António Tenedório (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas,
Universidade Nova, Lisboa), José Luís Zêzere (Departamento de Geografia, Instituto de
Geografia e Ordenamento do Território, Lisboa), José Manuel Simões (Departamento de
Geografia, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Lisboa), Lucinda Fonseca
(Departamento de Geografia, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Lisboa),
Lúcio Sobral da Cunha (Departamento de Geografia, Faculdade de Letras, Coimbra), Luís
Saldanha Martins (Departamento de Geografia, Faculdade de Letras, Porto), Manuela
Malheiro Dias (Departamento de Ciências da Educação, Universidade Aberta), Margarida
Pereira (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova, Lisboa), Maria
Helena Dias (Departamento de Geografia, Instituto de Geografia e Ordenamento do Terri-
tório, Lisboa), Maria José Roxo (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade
Nova, Lisboa), Miguel Bandeira, (Departamento de Geografia, Instituto de Ciências Sociais,
Universidade do Minho), Norberto Pinto dos Santos (Departamento de Geografia,
Faculdade de Letras, Coimbra), Paula Remoaldo (Departamento de Geografia, Instituto de
Ciências Sociais, Universidade do Minho), Teresa Barata Salgueiro (Departamento de
Geografia, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território, Lisboa), Teresa Pinto Cor-
reia (Departamento de Geociências Universidade de Évora, Évora), Teresa Sá Marques
(Departamento de Geografia, Faculdade de Letras, Porto), Zoran Roca (Faculdade de Arqui-
tectura, Urbanismo, Geografia e Artes, Universidade Lusófona, Lisboa), que foram também
responsáveis pela selecção e arbitragem dos trabalhos aqui publicados.
Os temas das investigações em processo de desenvolvimento assim como a discussão
dos temas que na actualidade mobilizam os geógrafos foram inscritos em seis assuntos
principais, que estruturaram o modo como o Congresso foi composto em termos de apre-
sentação ao longo dos dois dias em que decorreram as sessões. Esta organização teve
sempre em consideração a investigação integrada em Geografia, ao mesmo tempo que se
propôs dar expressão à investigação em Geografia Humana, em Geografia Física, em
Didáctica da Geografia e nas disciplinas instrumentais que são fundamentais em Geografia
(Cartografia, Sistemas de Informação Geográfica, Estatística)
Assim o 1º tema foi intitulado Geografia e cidadania. Formação e didáctica e teve como
coordenadores Paula Remoaldo, António Campar de Almeida e Herculano Cachinho. O 2º
tema versou as questões da Natureza e ordenamento do território. A conquista de novos
espaços para a Geografia e foi coordenado por Lúcio Sobral da Cunha, Maria José Roxo e
Teresa Pinto Correia. O tema 3 foi orientado para o Lazer, turismo e qualidade de vida. 17
Uma sociedade do trabalho a criar tempo livre e teve a coordenação de Fernanda Delgado
Cravidão, Teresa Barata Salgueiro e Luís Saldanha Martins. O tema 4, sobre o Poder local,
planeamento e gestão territorial. Novas oportunidades de uma velha disciplina, foi coor-
denado por José Alberto Rio Fernandes, José Manuel Simões e Norberto Pinto dos Santos.
O 5º tema, Novos modos de representar o território. Entre a leitura da realidade e a
construção de modelos, foi coordenado por Ana Paula Santana, Maria Helena Dias, José
António Tenedório, enquanto o 6º e último tema, Para uma geografia física presente. O
compromisso da sustentabilidade, teve a coordenação de Fernando Rebelo, Celeste Coelho,
António Antunes Martins.
Como é normal em realizações com estas características, os temas do Congresso resul-
taram do pressuposto de que a investigação geográfica em Portugal apresenta orientações
concretas a que se quis dar uma expressão relevante.
Assim, o tema Geografia e cidadania. Formação e didáctica foi aventado como tema
porque a educação geográfica precisa de ser uma proposta de interpretação, explicação e
intervenção no espaço. Saber pensar o espaço de forma consciente é uma condição de
cidadania. Esta representa um modo de identidade, do local ao global, da inclusão à
exclusão, da norma à transgressão. A promoção de uma educação geográfica é orientadora
para os espaços, os tempos e as práticas da sociedade civil e fundamental para a sua com-
preensão. Da sala de aula ao mundo, os modos de intervenção da geografia e da educação
geográfica necessitam de ser dinâmicos e integradores.
O tema Natureza e ordenamento do território. A conquista de novos espaços para a
Geografia surge perante a importância das intensas modificações no uso do espaço, os novos
modos de territorialização das economias e, particularmente, os processos de acelerada urba-
nização verificados nas últimas décadas que tiveram como consequência uma modificação
muito marcada das relações entre a Natureza e a Sociedade. Hoje, problemas como a
degradação ambiental, a necessidade de conservação da Natureza, os riscos naturais nos mais
diversos espaços ou a valorização dos espaços rurais progressivamente abandonados são
problemas centrais nas políticas de ordenamento do território e, consequentemente, objecto
de trabalho, em termos de investigação pura e aplicada na ciência geográfica.
Sendo um propósito crescentemente importante na nossa sociedade e nos estudos
geográficos o Lazer, turismo e qualidade de vida. Uma sociedade do trabalho a criar tempo
livre foi uma temática muito valorizada pelos participantes. A redução do tempo de
trabalho, o aumento do tempo de lazer no seio do tempo livre, o entendimento do lazer
como valor social, o acesso a novas formas de relação social e a orientação democratizante do
acesso aos lazeres são algumas das adaptações de um mundo que alguns denominam por
civilização dos lazeres. Hoje, o mundo global dá aos lazeres significados no âmbito da inter-
venção social, da valorização socioeconómica, do desenvolvimento local, da imagem dos
territórios, da qualidade de vida das populações, da organização espacial, e da intervenção
política, entre outros.
Outro tema transversal nos estudos geográficos é o do Poder local, planeamento e gestão
territorial. Novas oportunidades de uma velha disciplina. Por isso mesmo foi-lhe atribuído,
pelos participantes no Congresso, grande significado, resultante das investigações em curso.
Efectivamente, a geografia sempre encontrou no estudo das fronteiras, das áreas de influên-
cia, dos territórios do quotidiano, das acessibilidades e, agora, das redes, modos relevantes de
fazer ciência. Estas são questões de grande relevância para todo o poder político, mas
18
revestem-se de especial significado quando o nível de actuação é sub-regional ou local. O
enorme significado do poder autárquico em Portugal, a importância do Quadro de Referên-
cia Estratégico Nacional, a aprovação das políticas e planos de referência territoriais, como o
são o PNPOT, os PROT, os PDM (na sua reafirmação enquanto instrumentos de planea-
mento), os Planos sectoriais, impõem uma releitura das relações, quiçá uma outra organização
dos territórios. Um País que potencia a sua pequena dimensão com uma enorme diversidade
precisa de um entendimento claro entre política, sociedade, economia e ambiente, de modo
a tornar sustentável o seu desenvolvimento.
Na base da expressão geográfica, tanto a presente, como a passada e a futura, estão as
percepções, as representações e as ferramentas que ajudam o geógrafo a melhor interpretar o
espaço local/global à sua volta. O tema Novos modos de representar o território. Entre a
leitura da realidade e a construção de modelos deu significado a essa relação do geógrafo
com o espaço. A percepção, o estudo, o uso e, mesmo, o domínio dos territórios depende
muito dos modos como estes são representados. Por essa razão, a cartografia tem vindo a
ganhar relevância crescente, não só na investigação geográfica, em que é, ao mesmo tempo,
ponto de partida e chegada, mas também noutras áreas científicas e em diferentes actividades
económicas, sociais e culturais, em que diferentes tipos de mapas permitem análises mais
rápidas, sínteses mais completas ou previsões mais ajustadas. Com o desenvolvimento dos
Sistemas de Informação Geográfica, o tratamento de informação de base territorial ganhou
um significativo impulso, quer se trate da criação de mapas tecnicamente mais evoluídos,
mais legíveis e mais facilmente actualizáveis, quer se trate da construção de complexos
modelos territoriais que permitam a compreensão da dinâmica territorial, a construção de
cenários evolutivos e, consequentemente, uma melhor gestão do território.
O último tema em referência deu expressão à investigação em Geografia Física. Assim,
foi proposto o título Para uma geografia física presente. O compromisso da sustentabili-
dade. A sustentabilidade dos sistemas ambientais e, particularmente, dos meios naturais, face
ao rápido crescimento económico das últimas décadas e à consequente pressão sobre os
recursos naturais, justifica a importância de um estudo rigoroso e completo da Natureza nas
suas diferentes vertentes. Água, ar, terra e vida, estudadas de per se ou de modo integrador,
em termos de ciência pura ou de ciência aplicada, sem ou com relação, directa ou indirecta,
aos modos de vida das populações e sociedades, continuam a ser objectos de trabalho de uma
geografia física moderna, actuante e útil.
A organização do Congresso teve o prazer de contar com a presença de cerca de 250
participantes que se distribuíram pelos seis temas propostos, tendo sido organizadas três
sessões plenárias que corresponderam a outras tantas conferências proferidas por eminentes
geógrafos. Efectivamente, tivemos a honra de contar com a Presença do Professor Rafael Mata
Olmo, geógrafo da Universidade Autónoma de Madrid, que proferiu a conferência inaugural
do Congresso sobre Paisages, del conocimiento a la acción. La contribución geográfica. Ainda no
primeiro dia do Congresso o Professor Jean-Robert Pitte, geógrafo, especialista em estudos de
Geografia cultural e paisagens culturais, especialmente através da gastronomia e dos vinhos,
Presidente da Société de géographie, co-director científico do Festival international de géogra-
phie Saint Dieu des Voges, membro da Academia de Ciências Morais e Políticas, na secção de
Geografia e História e Reitor da Universidade de Paris IV SORBONNE, de 2003 a 2008,
proferiu a conferência Geographie Culturelle et les questions concernant la gastronomie. A
conferência de encerramento foi proferida pelo Professor Diogo Brochado de Abreu, geógrafo
e Coordenador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, que intitulou
como Geografias do futuro: o futuro da Geografia. 19
Em reuniões científicas de Geografia, o trabalho de campo tem sempre um papel im-
portante, como modo de promover a discussão entre os participantes perante temas e
problemas concretos. Neste caso, privilegiou-se a região da Bairrada, através de uma
viagem de estudo com o sugestivo título A Bairrada: terras de barro, espaços de vinho,
tempo de saber, que, através de contactos com a região vitivinícola, com produtores
particulares de vinho e com o Museu do Vinho, permitiu aos participantes a compreensão
dos principais problemas de desenvolvimento local e de ordenamento numa região em
rápida mudança e de forte inovação ao nível agrícola, industrial, comercial e de serviços.
Ao fazer este balanço do Congresso, é-nos muito grato referir um conjunto de institui-
ções que em muito contribuíram para a concretização deste encontro científico e que abaixo
inscrevemos: Reitoria da Universidade de Coimbra, Faculdade de Letras, Departamento de
Geografia de Coimbra, Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território,
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro, Câmara Municipal de
Coimbra, Câmara Municipal de Castelo Branco, Câmara Municipal de Penela, Câmara
Municipal de Anadia, Câmara Municipal de Lisboa, Museu Nacional Machado de Castro,
Museu do Vinho da Bairrada, Associação da Rota da Bairrada, Fundação para a Ciência e
para a Tecnologia, Fundação Eng. António de Almeida, Imprensa da Universidade de
Coimbra, Instituto Geográfico Português, Turismo do Centro De Portugal, Empresa Muni-
cipal de Turismo - Coimbra, Alliance Française - Coimbra, Embaixada de França, Instituto
dos Museus e da Conservação, Águas do Luso, Marques e Associados, GeoPint e ESRI
Portugal.
O âmbito destes trabalhos foi pois, muito alargado, mostrando a capacidade da Geo-
grafia estudar o espaço, perceber os lugares, organizar territórios, sentir as pessoas, promover
o desenvolvimento, criar as opções para a decisão política, mesmo decidir e promover o
desenvolvimento, assim como de trabalhar ao lado de todos aqueles que têm nestas referên-
cias uma parte maior no estudo dos territórios através da percepção, da representação, da
acção e/ou do protagonismo. Os organizadores deste volume esperam que os textos aqui
publicados ajudem a construir a imagem de uma Geografia Activa em resultado das apresen-
tações e discussões havidas no VII Congresso da Geografia Portuguesa.

Coimbra, Setembro de 2011

Norberto Santos
Lúcio Cunha
Série Documentos
Imprensa da Universidade de Coimbra
Coimbra University Press
2011

Obra publicada em co-edição com:

Co-financiamento

View publication stats

Você também pode gostar