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CAMILO CASTELO BRANCO, AMOR DE PERDIÇÃO

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu em Lisboa a 16 de março de 1825.


Ficou órfão bastante cedo, recebendo, a partir daí, uma educação provinciana e irregu-
lar. A acidentada vida passional foi a mais importante fonte da própria novela camiliana.
Camilo conheceu bem os principais movimentos culturais do seu tempo e estabeleceu
com eles uma relação profícua. Jacinto do Prado Coelho considera-o «ideologicamente
Contextualização flutuante», ou seja, a sua escrita oscila entre características românticas e realistas.
histórico-literária • Camilo é um narrador de histórias românticas ou romanescas «com lances empol-
gantes e situações humanas comoventes».
• O seu romantismo é marcado, em boa parte, pela contenção e bom senso ligados
às tradições e a certos cânones clássicos.
• A fidelidade à linguagem e aos costumes populares permanece como uma das
suas maiores qualidades.

SUGESTÃO BIOGRÁFICA

NARRADOR SIMÃO

Identificação com o autor Tio

• Rebeldia juvenil: várias relações • Rebeldia juvenil: relações familiares


amorosas; temperamento inconstante; conflituosas; temperamento violento;
• A paixão por Ana Plácido: • A paixão por Teresa: o apaziguamento;
o apaziguamento; • Prisão na Cadeia da Relação resultante
• Prisão na Cadeia da Relação resultante do assassínio (por «paixão»);
da paixão. • Clausura de Teresa num convento (= prisão).

A CONSTRUÇÃO DO HERÓI ROMÂNTICO

O herói romântico é, em geral, um ser dotado de idealismos, de honra e de coragem. Cedendo aos apelos
do coração ou da justiça, põe frequentemente a própria vida em risco. A sua ação revela a natureza de um
sujeito em permanente tensão consigo mesmo e com a sociedade, de acordo com os valores paradoxais do
Romantismo.
• Destaque na luta pela liberdade do ser humano: ideais jacobinos assumidos publicamente.
• Comportamentos de rebeldia na busca desses ideais.
• Busca do absoluto no âmbito amoroso.
• Defesa incondicional da honra.
• Força anímica na superação de barreiras e interdições (revolta contra o poder patriarcal; eliminação do rival).
• Egocentrismo: o seu idealismo leva-o ao isolamento, à ação individual.
• Recusa das soluções apresentadas pela sociedade por significarem a assunção da derrota (automarginalização).
• Destruição física e moral que conduz à destruição de outros: Teresa e Mariana.

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