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inníi méer thþadð er heimur

Stoltur gamall.
No daudðlega hefur aldrei sedéð
hesturinn sem éeg stoökki.

Rune calling
Rune Calling – O Chamado da Runa

Óðodin meðd méer


Þóthor vwerdður aðd fylgja méer.
FreIya wveit hvernig jaárnbrautum
til aðd takast áa wvidð Fenrisúlfur

Guilherme Barba-Ruiva
“144. Aprende como cortá-las, aprende como lê-
las, aprende como pintá-las, aprende como prová-
las, aprende como evocá-las, aprende como anotá-
las, aprende como espalhá-las, aprende como
dispensá-las;

145. Não pedir nada antes de muito empenho, o


Dom procura o talento; melhor não transmitir do
que desperdiçar: isso, antes do homem, escreveu
Thund.”
Runatál
“Conhece as runas de guerra se quiseres ser o maior,
Cunha-as na lâmina temperada de tua espada
E algumas no cabo e na bainha,
Gravando duas vezes o nome Týr.

Aprende bem as palavras das runas


Se precisares te defender daqueles q tu magoaste,
Tece-as, trança-as, risca-as ao teu redor
Quando tiveres que falar nas assembléias.

Descobre as sabedorias das runas trançadas


Se desejares curar doenças e feridas,
Grava-as nas cascas e nas folhas
Dos galhos virados para o leste.

Todas essas e muito mais


Foram criadas e cortadas,
Misturadas com a bebida sagrada
E enviar para vários caminhos.

Algumas permanecem com os Elfos,


Outras com os AEsir e com os sábios Vanir,
Porém, algumas foram deixadas
Para o conhecimento da humanidade.

São todas elas poderosas e muito puras,


Mas para serem possuídas,
Tu deverás conhecer as suas lendas
E estudar seus mistérios até o fim de teus dias.”

Sigrdfumál, trecho da Volsung Saga


Introdução – O Autor e as Runas

Salve pessoal !

Apresento para vocês o Rune Calling, o Chamado da Runa, meu compêndio sobre runas mais místico e mais voltado
para religiosidade Asatrú, em contraste com o blog que mantenho que detêm uma pesquisa mais teórica.

Este pequeno e-book é fruto de minhas meditações e reflexões sobres os mistérios que cercam a existência humana. Eu
conheci runas por um acaso, estava traduzindo uma música de uma banda de viking metal, chamada Tiwaz, de nome
Invoking Týr Twice (Evocando Týr duas vezes) um trecho que mais tarde identifiquei como baseado no Sigridfumál, um
trecho da Saga dos Volsung.

A primeira runa que conheci foi Teiwaz... e ela me respondeu muitas dúvidas em um período complicado da vida,
literalmente, só tinha meu estimado Deus barbudo, Odin, para contar. E como é dito num dos trechos desse livro, deve-
se repartir esse conhecimento, pois ele foi pra mim uma dádiva.

Eu demorei exatos 25 dias para ler e entender cada uma delas (eu lia uma runa por dia), foi muito gratificante e
compensador, entendi coisas que até então julgava difíceis sobre a vida humana, digo que é impossível aprender tudo, é
um tipo de estudo q leva uma vida... estamos falando de uma essência cósmica, aspectos da própria vida interna e
externa do ser humano, natureza primitiva de quando o homem era realmente homem, representada por sinais
mágicos, diretamente ligada com o UNIVERSO !!!

Acha que foi demorado? Não existe nada que seja realmente bom que não venha com sacrifício. Foi uma força
irresistível que me levou a fazer isso. Para aprender eu usei internet, para decorar os nomes e os desenhos uma coisa
realmente básica, livrinho de runas da revistinha de Wicca (dessas que você compra na banca de jornal)... precisava ter
um texto fora do computador, pois ler no computador todo dia é bem cansativo, a melhor coisa que achei foi aquela, e
enchi de rabiscos, pois discordava do que a autora escrevia. Como talvez vocês discordem desse que escrevi.

Espero que este pequeno livro ajude tanto aqueles que conhecem Asatrú quanto aqueles que gostam de mitologia
nórdica, e espero também que essas runas ajudem a encontrar aquilo que o ser humano tinha no passado... Saber o
valor do nosso espírito, da nossa fé, do céu e da terra....
A PARTE DO SÁBIO

Entender a natureza;

Aprender os caminhos da vida;

Encontrar os Deuses em todas as coisas.

Você que está sentado em sua tranquila casa, cercado de paz, conforto e civilização.
Você que agora lê estas palavras, preste atenção...
Este é um tempo que não é um tempo,
Num lugar que não é um lugar,
Num dia que não é um dia.
Estamos distantes, observando a selvagem arena da vida.
Vivemos uma vida espiritualizada
E isso nos dá poderes inimagináveis.
Sabendo disso, prosperamos em sabedoria.
Feito por feito, alcançamos novos feitos.
E agora, temos as runas...
Misteriosos símbolos de poder
Fonte de sabedoria dos antigos e dos nobres de coração.
Mesmo o frio mais intenso,
O calor mais quente,
A distância mais longa
E o braço mais forte não me impediriam de trazê-las à tona.
Se você segue os valores que os antigos seguiam
Então siga-me...
E que os antigos nos protejam em nossa viagem mágica...
Sei que fiquei dependurado naquela árvore,
Fustigado pelo vento;
Lá balancei por nove longas noites,
Ferido por minha própria lança,
Sacrificado a Odin,
Eu em oferenda a mim mesmo;
Amarrado à árvore,
Que homem nenhum sabe,
Para onde suas raízes correm.

Ninguém me deu pão,


Ninguém me deu de beber
Para as mais profundas profundezas
Olhei
Até que vi as runas.
Com um grito aterrador eu as peguei
Então, fraco e atordoado, caí.

Nove poderosos versos do filho de Bolthorn,


famoso pai de Bestla, eu aprendi;
ele me serviu precioso hidromel do mágico Odraerir.
Bem-estar eu conquistei
E sabedoria também.
De uma palavra a outra
Fui guiado a outra palavra.
De um feito a outro feito.

Saiba que nenhum caminho é curto mas também nao e tao longo a ponto de
nao ter final
A parte poética

“Muito tempo atrás, o espírito do Homem ainda não havia sido corrompido pelas
coisas mundanas.
Costumávamos ser livres para cavalgar, para sentir a chuva cair sobre nosso rosto,
para cuidar da nossa terra, para sentir o cheiro das árvores e ouvir o barulho dos
animais.

Éramos livres dos grilhões da falsa conduta, dos falsos homens, dos falsos
padrões.

Éramos moldados pelo vento, pelo sangue e pela honra.

Sabíamos o valor do nosso espírito, da nossa fé, do céu e da terra, do nosso povo.

Sabíamos que esse corpo é um cárcere temporário que nos ensina a ter paciência,
para que nossa morada final pareça ainda mais doce na plenitude de sua liberdade.

Muito tempo atrás, nós ainda éramos homens...”

Autor Desconhecido
A parte teórica
São 24 runas, mais a Wyrd que não encaixa nesses grupos, divididas em 3 linhas ou
famílias de 8 runas cada, ditas Aetts.

A 1ª linha (dita Aett)é consagrada ao deus Freyr, vão da runa Fehu até a runa Wunjo, e
são runas relacionadas com aspectos físicos e também da alma. A segunda linha é
consagrada ao deus Odin, vai da runa Hagalaz até a runa Sowelu, são runas relacionadas
com a natureza interna e externa da pessoa e do ambiente. Já a terceira linha é
consagrada ao deus Tyr, esta linha vai da runa Teiwaz até a runa Othila e são runas
relacionadas com o espírito e com a vida terrena.

Cada runa é associada a um Deus ou ser divino, pois evoca os aspectos dele. Existem
Deuses em todas as coisas, assim eu penso, como as runas representam todas as coisas
então existem Deuses nas runas.

Quando é dito evoca-la, significa usar o canto de galdr para trazer a força da runa até
você, chamando-a (por isso o nome do livro é Rune Calling, no bom português, O
Chamado da Runa).

Chega de enrolar agora e vamos pras runas propriamente ditas.


Fehu - Saúde
O poema da runa - Primeiro verso
A saúde é uma dádiva para todos,
Todo homem pode consegui-la de graça
Se tiver fé em seus deuses.

Runa associada tanto ao Deus Freyr quanto a Deusa Freyja, ambos deuses da Fertilidade e da alegria diz
respeito a prosperidade, riqueza e saúde. Entenda que prosperar diz respeito também a prosperar em
sabedoria, portanto não falamos apenas de riqueza material. Evocá-la traz conforto quando a tristeza nos
aflige. Em posição inversa, ela avisa sobre perdas e derrotas.

Uruz - Força
O Poema da runa - Segundo verso
O Auroque é aterrorizante com seus poderosos chifres,
Um lutador feroz, cujo mugido ecoa na planície
Com uma coragem poderosa.

Uruz é a força primordial, o espírito bruto e selvagem que corre livre pela planície. Associada a vaca primordial
Audhumbla, a personificação da fecundidade, pois ela trouxe a tona a primeira vida ao mundo, o Deus Buri.
Simboliza a virilidade do homem e a fertilidade da mulher com a qual a junção é necessária para se formar a
vida. Chamá-la traz força, quando a fraqueza e o desânimo dominam os membros dos homens. Em sentido
contrário, representa justamente a fraqueza, algo que precisa de força para prosseguir.
Thurisaz - Espinho
O poema da runa - Terceiro verso
O espinho é afiado para todos
Seu ferimento é doloroso,
e extremamente severo com aqueles que vivem entre ele.

Thurisaz é associada ao poderoso Deus do Trovão e da Chuva, Thor e simboliza também a fúria dos gigantes. A
fúria do Mjolnir que protege a humanidade e o punho do gigante que faz a terra tremer. Representa tanto a
besta interna furiosa que todos nós temos, quanto as adversidades que temos que enfrentar. Em sua forma
normal, quando se diz a respeito de oráculo, Thurisaz quer dizer um obstáculo diante da pessoa, em sentido
contrário significa fúria, como se fosse um porco-espinho acuado pelo predador. É bom evoca-la em situação de
grande desespero na qual é válido todo sacrifício necessário para proteger o que nos é precioso.

Ansuz - Comunicação
O Poema da runa - Quarto verso
Da boca se origina a fala,
O suporte da sabedoria
O conforto dos sábios
E o prazer e a esperança de todos.

Aqui está o centro do elo entre você, as runas e os Deuses. Ansuz é associada ao Altíssimo, senhor da Magia e
Sabedoria, Odin e é a ele quem recorremos primeiramente, quando precisamos de um conselho ou quando
vamos usar encantamentos, seja para batalha ou para cura. É sábio evocá-la quando precisamos resolver
grandes contendas através da palavra. Em sentido contrário, ela representa a mensagem mal-entendida, ou o
mau conselho, quando se diz sobre o conselho vindo das runas.
Raido - Jornada
O Poema da Runa - Quinto verso
Cavalgar pelo salão é confortável
Mas é mais difícil do que parece
para quem cavalga sem maestria
e se perde no meio do caminho.

Nenhuma jornada é longa demais para não ter fim. Raido é associada as Nornes, pois elas quem ditam as
jornadas de todas as coisas vivas e também com a jornada do sol ao redor de Midgard. A jornada por si só é a
vida. É bom evoca-la quando se perde o caminho. Quando esta runa está ao contrário, simboliza a jornada que
termina mal e deve ser evitada.

Kano - Fogo
O Poema da Runa - Sexto verso
Uma tocha para todos os vivos
Que é brilhante e reluzente,
e que brilha com mais força
onde os de coração nobre estão descansando.

Associada a Loki, pois ele representa o próprio fogo, é traiçoeiro, ao manter suas mãos perto você se aquece, se
chegar muito perto desejando seu calor, ele te queima. Se alimentá-lo demais, ele cresce e pode consumir tudo
ao seu redor, causando destruição. Do Fogo vem a sabedoria, o conforto da alma, porém se faz sábio não
encostar no fogo demais para não queimar as mãos. Já dizia Odin, É melhor para o homem ser meio sábio. Nem
demasiado inteligente ou engenhoso, a vida mais querida é levada por aqueles que são completamente
capazes no que fazem. É sábio evocá-la quando precisar clarear vossos pensamentos. Em seu sentido oposto,
Kano simboliza a ignorância, que o frio amanhece na mente do homem.
Gebo - Dádiva
O Poema da Runa - Sétimo Verso
A generosidade num homem
Traz glória e exaltação,
e ajuda em sua subsistência
quando não lhe resta mais nada.

Nada que é bom vem sem sacrifício. É preciso sacrifício para se construir uma boa casa, é preciso algum
sacrifício para vencer uma batalha. Ela é associada a Freyja pois ela é consagrada como sacerdotisa dos
sacrifícios entre os Aesires. A runa realmente diz que a sorte nos favorece, porém, toda dádiva que nos é dada
é também exigido que façamos bom uso dela. Quando recebemos uma dádiva devemos mostrar generosidade,
repartindo-a com nossos irmãos e ela retornará em dobro.

Wunjo - Alegria
O poema da runa - Oitavo verso
Ele é o que possui a alegria
ele sabe muito pouco sobre necessidade e tristeza
e enriquece todos ao redor dele com isso.

Wunjo lembra um cata-vento, e não é sem razão. A alegria é como o vento, ela está sempre em volta de nós,
basta senti-la. Quando digo senti-la, digo que o homem tem exatamente aquilo que precisa ao redor dele. A
Balder ela é associada, pois ele trazia alegria a todos com sua presença e digo ainda que é bom evoca-la quando
se sente falta de algo que não se sabe o que é. Em posição contrária, ela simboliza a tristeza e a frustração.
Hagalaz - Granizo
O poema da runa - Nono verso
Hagal é o grão mais branco,
que cai do alto do céu,
Para depois chegar a terra
e se tornar a água pura.

A tempestade é necessária para a terra. Faz o granizo descer do céu e cair na terra, virando água e assim
fertilizando a mesma. A própria história do Ragnarok, nos ensina que é preciso do caos e da tempestade para
trazer a renovação, e por essa razão são os Gigantes associados a essa runa, pois ele são a personificação das
forças destrutivas da natureza. Evocá-la destrói obstáculos, mas também pode causar graves consequências.

Nauthiz - Necessidade
O poema da runa - Décimo verso
A dificuldade sempre endurece o coração
Mas ela também é uma benção
Pelas lições que ela ensina.

A necessidade é mãe de todos os homens. Ela ensina a sobreviver diante das adversidades. Hel, Deusa da
Morte, está associada a essa runa pois o destino de todas as coisas é a morte, para trazer renovação para a
terra. Uma planta gera frutos, espalha suas sementes e prolifera sua espécie, pois isso é uma necessidade, mas
também ela precisa morrer para dar espaço a suas novas descendentes, eis aí que o tempo age sobre ela e
suavemente ela encerra sua existência, ciente de que cumpriu sua parte em sua jornada por Midgard. Sábio é
evocar essa runa quando se precisa de entendimento diante de momentos complicados.
Isa - Gelo
O poema da runa - Décimo primeiro verso
Embora o gelo seja frio e escorregadio
e transparente como o vidro,
ele é como as pedras preciosas.
Acaso uma planície congelada não é uma bela visão?

O andar sobre o gelo sempre pede cautela. Por mais perigoso que seja, por mais frio que seja, ainda assim a
paisagem é maravilhosa. Os gigantes de gelo estão ligados a essa runa, pois são eles a personificação da frieza e
da esterilidade que é característica do gelo. Quando a situação pede calma ou cautela, é bom evocar essa runa
para trazer ambas ao nosso coração e ao nosso espírito.

Jera - Colheita
O Poema da Runa - Décimo segundo verso
A colheita traz esperança a todos,
e bens por toda terra
Rendendo frutos gloriosos tanto para o rico quanto para o pobre.

A colheita é fruto de nossas ações. Se plantar batata não espera colher morangos. É necessário ter paciência
para colher os frutos dos nossos esforços, ou então não iremos ter nada. Associada com Sif, a Deusa da
Colheita, esposa de Thor, pois seus lindos cabelos simbolizam o trigo maduro, cujo campo tem o brilho do ouro.
É bom evocá-la quando quiser ver uma prévia do resultado de uma empreitada.
Eihwaz - Conclusões
O poema da runa - Décimo terceiro verso
O lado de fora das árvores é áspero,
Firmemente enraizado na terra.
Elas nascem do fogo.
Presas por suas raízes entrelaçadas,
E se alimentam do fluido da terra.

Conclusão diz respeito a morte e término, ou melhor dizendo fins. Toda jornada tem um fim. Essa runa diz a
respeito de fins de jornadas espirituais ou materiais. Ela é associada a árvore cósmica onipresente Yggdrasil,
eixo que mantém os nove mundos em seu devido lugar e foi aonde Odin passou nove dias e nove noite,
sacrificando a si mesmo para obter a sabedoria das runas. Eihwaz guarda os segredos da vida e da morte, tem o
poder de fortalecer o espírito e de trazer conselhos dos antepassados, portanto, é sábio evoca-la se esse é o
objetivo.

Pertho - Mistério
O poema da runa - Décimo quarto verso
Peorth é sempre a filha
e o jogo dos homens orgulhosos,
Que os guerreiros apostam
quando estão nas adegas ou numa empreitada.

A incerteza é o maior inimigo dos homens firmes. A vida é feita de apostas, muitas vezes não se tem outra
chance para jogar. Essa é a runa da adivinhação, centro de todos os mistérios que cercam o destino e a magia,
centro da paixão de alguns em saber seu destino e daqueles que se iniciam nos mistérios da magia. A Freyja e
Odin ela é associada, pois são eles que detêm estes mistérios. Ela diz sobre coisas ocultas em sua forma normal
e diz sobre coisas que serão reveladas em sua forma inversa. É bom evocar Pertho para entender as artimanhas
do destino e encará-lo sem receios.
Algiz - Defesa
O poema da runa - Décimo quinto verso
O caniço cresce ao redor da lagoa,
Floresce das águas
Ferindo e queimando o sangue
daqueles que tentam arranca-lo.

Algiz é a proteção que devemos buscar quando enfrentam algo que não temos idéia de como enfrentar. É dito
que um filhote de pássaro que caiu do ninho, fugindo de um gato, embrenha-se num arbusto de caniços e
assim o gato não o alcança com suas patas e se tentar se embrenhar ali dentro corre o risco de sair ferido. O
pássaro assim fica seguro até que seu predador saia dali. Ela é associada com Heimdall, o vigia de Asgard,
sempre aguardando a chegada do Ragnarök, pacientemente. Por essa razão, é sábio evocá-la quando é
necessário pedir a proteção dos Deuses quando se está receoso de algo. Ela traz a segurança que tanto
precisamos nessas horas. Quando está na sua posição inversa, Algiz simboliza a cautela, pois o risco existe e
não pode ser evitado facilmente.

Sowelu - Sol
O Poema da runa - Décimo sexto verso
O Sol traz a esperança da boa pesca
Quando se move através do mergulho dos peixes,
e faz com que o mar os traga a terra.

O Sol é das forças de natureza a maior. Simboliza o bom tempo, o gratificante calor que a todos alegra. Com o
calor, as plantas crescem, os riachos descongelam e os animais podem procriar pois estará mais fácil achar
comida nos dias quentes. É também um símbolo de vitória, pois sua chegada significa que o inverno foi
vencido. Sowelu traz a iluminação para nossas almas, por isso é sábio evoca-la. Ela é associada com Sigel, a
donzela que guia a carruagem que puxa o Sol em volta da Terra sendo perseguida pelo lobo Skoll, uma
analogia, quando vemos que tem um lobo correndo atrás de nós é sinal que temos que nos mover.
Teiwaz - Coragem
O poema da Runa - Décimo - sétimo verso
Tyr é um sinal,
que mantém a confiança dos corajosos
que estão sempre lutando
e que mesmo na escuridão nunca descansam.

A coragem é a lança daqueles que são incansáveis, o símbolo de poder e determinação. Essa é a runa da vitória,
da persistência, do guerreiro espiritual. Ela nos ensina a ter disciplina e sermos justos, a marca do deus da
coragem, Týr, de quem ela empresta o nome, pois só assim vencemos nosso maior inimigo, nós mesmos.
Evocá-la traz a coragem e também a vitória, se formos dignos dela e lutarmos com valor. Em sua forma oposta
ela simboliza a derrota, o fracasso, mas também ajuda a encarar ambas as coisas de cabeça erguida. Como um
verdadeiro guerreiro.

Berkana - Crescimento
O Poema da Runa - Décimo oitavo verso
O vidoeiro não dá frutos e os animais não comem suas sementes,
Mas seus galhos crescem fortes e belos
e com o passar do tempo,
estão atravessando os céus.

Berkana é o símbolo da mulher gestante, da terra que recebe a semente. Ela também é o desejo da vida se
prolongar, portanto ela diz a respeito da fertilidade, em especial a feminina. A Nerthus, a Deusa da Fertilidade,
ela é associada, pois a terra é cria e nutre todas as criaturas que vivem nela. Evocá-la é sábio quando se quer
crescer espiritualmente e quando se deseja espalhar suas sementes. Quando ela está em posição contrária, ela
diz a respeito de infertilidade.
Ehwaz - Mudança
O Poema da runa - Décimo nono verso
A estabilidade é a alegria dos nobres de coração,
e eles riem alegres quando os homens ricos
tropeçam em suas próprias palavras,
e transformam seu conforto em desconforto.

Sleipnir está nessa runa, pois a montaria de Odin é associada ao vento, sua constante movimentação, que é
refletida em nossa própria vida. Essa runa nos ensina a sempre estar buscar sempre novos horizontes, estar
sempre renovando nossa sabedoria ou nossas canções. É bom evoca-la quando é preciso sair de uma situação
monótona. Em sentido contrário, ela simboliza o sedentarismo, algo que pode ser bom ou ruim, dependendo
do momento.

Mannaz - Alma
O poema da runa - Vigésimo verso
Aqueles que possuem a felicidade
são caros aos seus parentes.
Contudo, a carne é passageira
porque Odin decretou
que o todo corpo deve retornar a terra.

A alma, o espírito são as dádivas que Odin deu aos dois primeiros humanos, Ask e Embla, o elo que ligaria para
sempre os descendentes desse casal com os Deuses, graças a ela, os seres humanos se tornariam imortais, quer
quantas vezes seu corpo fosse queimado, sua alma sempre sobreviveria e partiria para junto de seus criadores.
Dentro dos mistérios dessa runa, é fácil lembrar da inspiração, a chama da vida, que anima o corpo. Ela diz
também quando se repara em sua forma, por lembrar um par de mãos dadas, uma alma precisa de outra e se
alegra em sua presença e assim ambas crescem e se aquecem, em outras palavras, se sentem vivas. Em sua
forma oposta ela nos diz sobre as confusões e incertezas que nós carregamos conosco.
Laguz - Água
O poema da runa - Vigésimo primeiro verso
A água é estranha aos que estão na terra.
Eles se arriscam em nome de seu ofício.
Mas temem que as ondas os engulam
e temem também os mistérios que esse lugar esconde.

A água é o fluido da vida, o rio é o fluxo natural de todas as coisas, e o mar é nossa fonte de vida. Ela fala a
respeito do lado natural do destino, das coisas que correm como o rio, ou seja, que acontecem naturalmente,
as profundas sabedorias da vida e também dos sentimentos do ser humano, que são tão inconstantes quanto a
maré e a correnteza do rio. Njord por ser o deus dos Mares está associado a essa runa como o lado calmo das
águas e a serpente Jörmungandr representa o lado caótico do oceano assim como a posição contrária dessa
runa representa o mar bravio dentro das nossas almas. É sábio usá-la quando se busca ajudar e dar conselhos a
seus camaradas, pois a mente humana é exatamente como o oceano, caótica e pacífica ao mesmo tempo.

Inguz - Começo
O poema da runa - Vigésimo segundo verso
Ing foi o primeiro a sair das terras do leste.
E do leste ele viajou através das ondas,
e seus camaradas o seguiram,
e assim o consagraram.

Inguz é a plenitude, o resultado de uma jornada que termina e o anúncio do começo de uma nova, graças aos
frutos colhidos na primeira. Ing, o Deus associado a essa runa, é um outro nome para Freyr, segundo uma
antiga lenda, foi o primeiro rei da Suécia. É dito que essa runa traz prosperidade, mas é preciso saber usar essa
prosperidade de modo que ela prolifere. Quando ela diz sobre relacionamentos, ela indica fertilidade e amor
correspondido. É sábio evoca-la quando precisamos de força e apoio para iniciar uma nova jornada, pois assim
como fez Ing, temos que fazer nossas aventuras valerem a pena .
Dagaz - Despertar
O poema da runa - Vigésimo terceiro verso
O dia é o mensageiro dos deuses.
Quando ele traz sua luz
oferece felicidade e consolação
a todos os homens.

Despertar é trazer a renovação, um novo começo. Essa é a natureza dessa runa, ela diz respeito a tudo que
desperta, assim como o nascer do sol, trazendo a luz para a terra. Balder, por ser deus da Luz, está associado a
essa runa. É dito que Balder era querido por todos e sempre bem vindo em todos os lugares, assim como a luz
do sol é bem vinda quando se vive na escuridão ou sob o julgo de um inverno rigoroso. A luz sempre tem uma
boa mensagem, por isso é sábio evocar essa runa se a intenção é atrair inspiração, o dom de Odin, para dentro
de si ou de outro.

Othila – Terra Natal


O poema da runa - Vigésimo quarto verso
A terra natal é amada por todos os homens,
Lá é onde tudo é maravilhoso e perfeito
ele adora esse lugar
onde ele cresce e prospera em paz.

Othila é a que traz nossa bagagem, tudo que acumulamos em nossa existência. Associada com nossos
ancestrais, com os elos do lar da nossa infância, a eles é sábio recorrer quando precisamos encarar obstáculos
que precisamos mais de sabedoria do que força, assim dizemos. Quando é preciso evocar esse conhecimento, o
conhecimentos dos antigos, se usa esta runa, e ela também serve para trazer o sentimento de união familiar.
Em posição contrária, ela representa revolta com o passado e brigas com a família. Sempre devemos lembrar
que carregamos o nome da nossa família e devemos honrá-lo, por mais que não concordemos com o que ela
nos impõe.
Wyrd – Fé
Não existe verso ou poema para essa runa, ela foi concebida recentemente. Eu acredito que ela é importante
para o jogo divinatório, pois ela é a pura representação da fé, da imagem onipresente de todos os amados
Deuses. Sempre devemos lembrar que existem Deuses em todas as coisas, eles nunca nos abandonam, é mais
fácil acontecer o contrário, mas ainda assim digo que os Deuses amam sua maior criação e tudo fazem por ela.
Não se evoca essa runa, mas você precisa dela para evocar as outras.

“Eu Sou o Filho da Terra


E do Céu estrelado,
Mas a minha imagem é só o Céu".
Assim é Odin, Príncipe de Asgard, Senhor do Valhalla...
Referências Bibliográficas

Thorsson, Edred. Futhark: A Handbook of Rune Magic. York Beach, ME: Samuel Weiser,
Inc., (c) 1984.

Gundarsson, Kveldulf. Teutonic Magic. Liewellyn Pubikations: St. Paul, 1990.

Caverna do Guilherme – http://vikingkrieger.blogspot.com

The Runic Journey - http://www.tarahill.com/runes/

Este trabalho não poderia ser realizado sem o apoio moral e espiritual de todos os apreciadores da
Mitologia Nórdica e seguidores da religião Asatrú.

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