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Samuel de Sousa Ferreira

RESENHA DO LIVRO ESAÚ E JACÓ

ASSIS, Machado “Esaú e Jacó”. São Paulo: 13a Ed. Editora Ática, 2011.

Principalmente no momento político que nós estamos vivendo o livro em


questão é Esaú e Jacó o Machado de Assis ele gosta muito da questão interpessoal,
que é pegar outros textos para servir de base para o novo texto. Machado faz
intertextualidade com a bíblia, nesse caso é a história dos filhos de Rebeca que está
em gênesis dos gêmeos Esaú e Jacó. Rebeca tem uma predileção por Jacó e isso
revolta muito o irmão Esaú, nisso Machado de Assis se baseia nessa história do
conflito entre os irmãos gêmeos e cria Pedro e Paulo.
Nosso narrador-protagonista é o conselheiro Aires, que nos narra, em uma
espécie de memorial, a vida de uma família burguesa da qual era amigo e
conselheiro. Essa família era composta pelo pai Santos, homem capitalista e diretor
de banco; Natividade, sua esposa; Pedro e Paulo, os filhos gêmeos do
casal; Perpétua, irmã de Natividade, entre outros personagens secundários, porém
não menos importantes.
Assim nós vamos ter aí irmãos que são antagonistas desde o ventre de sua
mãe, quando a Natividade ela sabe que está grávida, ela repara que sua barriga que
os fetos ali estão se matando, ela fala para a irmã, assim a irmã à leva para uma
cabocla que falou para ela o futuro dessas crianças e acabou que ela diz o seguinte
para ela – “olha seus filhos vão ser grandes homens de influência vão ter sucesso, mas
nunca vão ser amigos” -- isso incomoda essa mãe essa mãe sai dali meio
atormentada junto com marido. Machado faz muito essa crítica do cientificismo x fé,
ele trabalha muito uma crítica sobre a questão da alma envolvida em experiências
sobrenaturais.
Depois disso, nascem Pedro e Paulo e desde pequenininho eles se mostram
inimigos, mas quando eles crescem vem aí a grande tacada de Machado de Assis,
como é um romance de 1904 nós vamos ter uma crítica à nova República, vai ter um
dos gêmeos que é republicano e outro gêmeo que é monarquista. Nesse contexto o
Paulo extremamente conservador ele a acha que a única solução para o Brasil é
conservadorismo, então ele vai apoiar o partido monarquista e o Pedro é o sonhador
impulsivo ativista e vai apoiar o partido republicano.

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Dessa forma, um livro que nos traçam um panorama absolutamente realista
com a passagem do Império para a república em Esaú e Jacó percebemos o que
ocorria por exemplo com uma questão militar, com a questão religiosa e com a
questão civil, o social que nada mais foi do que abolição da escravidão.
Com o passar do tempo, os dois se candidatam a deputados e são eleitos
então Paulo vai ser monarquista e o Pedro vai ser republicano. Dito isso, entra um
fator importante aquilo que vai é assim é provocar um grande problema na obra eles
conhecem Flora, filha de Batista e D. Cláudia, uma moça muito frágil, não muito
bonita, mas muito atraente, assim os 2 se apaixonam pela mesma mulher. Assim
aparece na obra o conselheiro Aires aquele que começa então a conversar com os
gêmeos que são irredutíveis em se casar com flora. Entretanto houve um problema,
Flora se apaixona pelo dois, o lado impulsivo de Pedro pela tranquilidade das
palavras de Paulo, assim, ela enlouquece, no século XIX uma mulher apaixonada
por 2 homens cujo conselho escolher um só. E ela, ao longo de toda a narrativa,
questiona seus sentimentos.
Metáfora dos gêmeos têm a ver com os pensamentos diversos na política
nacional um embate de ideais no campo de uma República que mal começava.
Machado de Assis muitos acham que eles se alienam diante dos problemas sociais
do século 19, mas não é assim uma chave lê muito sutil ele trabalha nas entrelinhas
ele trabalha na metáfora bem elaborada então Pedro e Paulo são as representações
das novas ideias acerca da política num cenário de um século 20 que se iniciava
aqueles que optavam pelo conservadorismo e outros que acreditavam que é a
mudança viria do ativismo e que viria do pensamento acerca da desigualdade social.
Isso torna o livro Esaú e Jacó um livro bem atual. Uma das características que
torna qualquer obra realista de Machado de Assis apaixonante são os “diálogos”
Narrador x Leitor. Há capítulos dedicados apenas a nós, leitores, em que o narrador
tece comentários acerca do livro e de nossas prováveis impressões a seu respeito.
Essa obra tem a capacidade de nos fazer refletir sobre a vida, a morte, o fútil, a
razão, a fé e o amor.

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