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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

BEATRIZ BRAGA DE AMORIM

OS DESAFIOS EM DOCÊNCIA
OS FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO E PRÁXIS

Rio de Janeiro
2020
BEATRIZ BRAGA DE AMORIM

OS DESAFIOS EM DOCÊNCIA
OS FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO E PRÁXIS

Trabalho apresentado ao curso de Graduação


em Pedagogia da Universidade Veiga de
Almeida como uma das avaliações para a
composição da nota da A1 da disciplina
Fundamentos da Educação.

Tutora da disciplina: Márcia Simões Mattos

Rio de Janeiro
2020
OS DESAFIOS EM DOCÊNCIA: OS FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO
E PRÁXIS

É fato que, na atualidade, a educação enfrenta uma série de desafios. Em uma época de
intensas transformações sociais, o processo de desenvolvimento escolar configura-se como
aspecto primordial a ser discutido diante deste cenário, já que é na escola que se desenvolvem
as mais diversas formulações teóricas acerca do processo de ensino-aprendizagem. Esta
pesquisa educacional assume papel central na busca por novas perspectivas e ideias que
atualizem a prática educacional.

Quando são exploradas as perspectivas pedagógicas que nortearam o pensamento da


Educação em diferentes épocas, são perceptíveis avanços e limitações. Hoje, com as
transformações rápidas e profundas vivenciadas pela sociedade, e que se refletem no ambiente
escolar, as perspectivas teóricas e metodológicas que envolvem a prática pedagógica, como
afirma Gadotti (2000), parecem não apresentar a consistência necessária para indicar
caminhos seguros a serem seguidos. Os avanços e limitações das diferentes abordagens
sempre existirão, cabendo ao docente explorá-las e adaptá-las à sua prática.

A perspectiva pedagógica iluminista, que teve como principal teórico Jean-Jacques


Rousseau, defendeu a democratização do ensino, através de uma educação pública, universal
e laica e propôs que a educação fosse dividida em três etapas: infância, adolescência e
maturidade. No entanto, apesar dos avanços, a pedagogia iluminista apresentou limites: os
conteúdos escolares eram marcados pela origem social do educando, o que contribuía para a
manutenção de uma sociedade de classes, aceitando a desigualdade entre os homens como
algo natural.
Tendo como principais pensadores o filósofo Louis Althusser e o sociólogo Pierre
Bourdieu, a perspectiva pedagógica crítica interpreta o processo de ensino-aprendizagem
como um mecanismo reprodutor das relações sociais da sociedade capitalista, cuja ação
pedagógica consistiria em uma imposição cultural das classes dominantes. Esta abordagem
também possui limitações: os pensadores críticos não ofereceram muitas alternativas reais e
práticas a superação destes problemas, deixando de explorar como a escola, mesmo inserida
na sociedade capitalista, poderia deixar de lado o seu caráter reprodutivista.

Compreender os avanços e limitações das diferentes abordagens e perspectivas


pedagógicas é fundamental para o entendimento de que, uma mera reprodução irrefletida de
seus conceitos não é adequada, porém dialogar com estas teorias é preciso para que haja,
através delas, uma busca de elementos e ferramentas que possam auxiliar a prática
pedagógica. E é nesta ideia que consiste a práxis: a prática pedagógica reflexiva, que supera a
dicotomia entre teorias e prática, que devem ser entendidas e pensadas de forma
complementar e indissociável.

É imprescindível, então, para o docente, tornar-se capaz de confrontar teorias e


práticas pedagógicas. Uma proposta de ensino focada apenas na teoria e desvinculada da
prática, é abstrata, pois não considera as inúmeras variáveis existentes nas relações de ensino
e aprendizagem. Da mesma forma, a prática sem embasamento teórico se torna uma mera
reprodução de atividades não fundamentadas. Por isso, teoria e prática devem ser pensadas de
forma integrada e articulada, formando uma unidade dialética no processo de ensino-
aprendizagem.

Por isso, a consciência crítica do educador em relação à educação e seu papel da


sociedade é importantíssima. Afinal, a docência exerce, segundo Bittar, um compromisso com
produção de sujeitos emancipados, prontos a se articularem no exercício da cidadania e da
responsabilidade humana, e com a construção de conhecimento. Faz-se necessária, assim, a
busca constante por novas reflexões no processo educativo, considerando não só as
transformações sociais, como as didáticas e metodológicas, no processo de ensino-
aprendizagem.

Além de toda essa complexidade percebida nas situações de ensino-aprendizagem, o


professor deve estar, hoje, apto a adaptar-se as inovadoras mudanças tecnológicas e
metodológicas inerentes ao avanço da sociedade contemporânea. Em vez de ignorar estas
mudanças, tornando o ensino conservador e obsoleto, deve-se integrá-las a prática, ampliando
o leque de possibilidades da prática educativa. Como bem aponta Ramos, é essencial, para
isso, a formação e atualização de professores sobre os avanços tecnológicos, para que a
tecnologia seja de fato incorporada no currículo escolar, e não vista apenas como um
acessório. As novas tecnologias devem ser exploradas para servir não somente como difusão
de conhecimento, mas como meios para a sua construção.

Referências
BITTAR, Eduardo. A escola como espaço de emancipação dos sujeitos. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/edh/redh/04/4_1_bittar_escola.pdf>. Acesso em: 28
de nov. de 2020.

GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2000.

PEREIRA, Cássia Regina. A formação do professor, seu compromisso e responsabilidade:


uma reflexão sob a luz dos ensinamentos de Santo Tomás de Aquino. Disponível em:
<http://www.ppe.uem.br/jeam/anais/2012/pdf/j-q/34.pdf>. Acesso em: 27 de nov. de 2020

RAMOS, Patrícia. O professor frente às novas tecnologias de informação e comunicação.


Disponível em: <http://www2.seduc.mt.gov.br/-/o-professor-frente-as-novas-tecnologias-de-
informacao-e-comunicac-1>. Acesso em: 28 de nov. de 2020.

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