Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRÁTICA
ESPORTIVA
Sandra Muttoni
M992n Muttoni, Sandra.
Nutrição na prática esportiva / Sandra Muttoni. – Porto
Alegre : SAGAH, 2017.
195 p. il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-002-3
Introdução
A alimentação adequada é fundamental para o bom desempenho es-
portivo. Entre os nutrientes, os carboidratos merecem destaque, uma
vez que a performance durante a atividade física tem relação direta com
a mobilização dos estoques musculares e hepáticos de glicogênio, que
são obtidos por meio do consumo desse macronutriente.
Desta forma, torna-se imprescindível a utilização de estratégias nu-
tricionais que envolvam a ingestão oportuna de fontes alimentares de
carboidratos para o alcance das metas esportivas.
Neste texto, você vai estudar a importância do consumo adequado
de carboidratos antes, durante e após o exercício físico, assim como
conhecer orientações nutricionais específicas, que devem ser fornecidas
aos praticantes de atividade física.
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
Halterofilismo Corrida com Basquete Ciclismo Maratona
obstáculos competitivo difícil de 2 h
de 200 m por 1 h
O índice glicêmico (IG) dos alimentos representa o efeito sobre a glicemia (taxa de
glicose sanguínea) de uma quantidade fixa de carboidrato disponível em um determi-
nado alimento, ou seja, o IG se refere à medida da velocidade na qual um carboidrato é
absorvido e transformado em glicose pelo organismo. Alimentos com alto IG – como
a melancia, a manga, o mel, o milho e as barras de cereais – são absorvidos mais
rapidamente, enquanto alimentos com baixo IG – arroz integral, tomate, abobrinha,
brócolis, maçã, pera – são absorvidos de forma mais lenta, alterando gradativamente
os níveis de glicose sanguínea.
Por sua vez, a carga glicêmica (CG) é um produto do índice glicêmico (IG) e da quanti-
dade de carboidrato presente na porção de alimento consumido. Esse marcador mede
o impacto glicêmico da dieta, sendo calculado a partir do produto do IG do alimento
pela quantidade de carboidrato contida na porção consumida do alimento. Vale salientar
que quando se fala em índice e carga glicêmicos, a velocidade da absorção de um
carboidrato não está relacionada à quantidade de carboidratos presentes no alimento,
ou seja, um alimento pode ter um índice glicêmico alto e uma carga glicêmica baixa.
Ingestão antes, durante e após o exercício 63
em taxas maiores que 60 a 70 g/h, não parece ser mais eficaz na melhora do
desempenho que a ingestão de dois tipos de carboidratos na quantidade de
60 a 70 g/h, talvez por causa das limitações na taxa de absorção de um único
tipo de carboidrato pelo intestino.
A forma de ingestão, preferencialmente, deve ser a líquida (carboidrato
misturado à água, por exemplo) pelo fato de ter esvaziamento gástrico rápido
e também contribuir na reposição hídrica. Porém, outro recurso bastante
utilizado pelas pessoas fisicamente ativas durante as competições são os
repositores em gel ou barra (sports bars). A concentração de carboidratos
nesses repositores varia entre 40 e 80 %, sendo compostos basicamente por
maltodextrina, glicose, sacarose e frutose, o que fornece grande quantidade
de energia rapidamente. Além disso, esse tipo de repositor é encontrado nos
mais diversos sabores, de frutas a chocolate, o que agrada a maioria dos gostos.
Ainda em relação ao consumo de carboidratos durante a atividade física,
sempre é importante ficar atento à quantidade ingerida, pois, apesar de a
ingestão desse nutriente possibilitar melhora na performance, o consumo de
grandes quantidades não é necessariamente uma boa estratégia. Soluções
altamente concentradas de carboidratos e bebidas com alta osmolaridade foram
associadas ao desenvolvimento de desconforto gastrointestinal. Portanto,
parece haver uma relação muito tênue entre a ingestão da melhor quantidade
possível de carboidratos que consegue ser oxidada em energia sem causar o
desconforto gastrintestinal, que pode afetar negativamente o desempenho
esportivo.
Leituras recomendadas
BORTOLOTTI, H. et al. Enxágue bucal com carboidrato: recurso ergogênico capaz de
otimizar o desempenho físico. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho
Humano, Florianópolis, v. 13, n. 2, p. 158-161, 2011. Disponível em: <http://
www.scielo. br/pdf/rbcdh/v13n2/12.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016.