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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Argumentação�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Contra Argumentação������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Texto Dissertativo-Argumentativo���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Argumentação
A Argumentação é muito empregada na produção de textos argumentativos como um recurso
retórico da linguagem, com o fim de promover diálogos, reflexões e críticas.
Nesse sentido, a argumentação está pautada na exposição de ideias ou de opiniões organizadas e
fundamentadas acerca de determinado assunto, com o objetivo principal de persuadir o leitor.
Vale destacar que, para um texto ter uma argumentação clara e objetiva, é importante que haja
uma progressão textual coerente.

Contra Argumentação
A contra-argumentação é empregada para rebater ou refutar as proposições produzidas pela ar-
gumentação, ou seja, é uma opinião contrária à argumentação textual.

Texto Dissertativo-Argumentativo
O texto dissertativo-argumentativo possuiu uma organização que favorece a discussão de ideias:
introdução (tese), desenvolvimento (antítese) e conclusão (síntese).
Esse tipo de texto apresenta um tema. Por meio da argumentação, o redator expõe seu raciocínio
e defende seu ponto de vista.
Exercícios
01. Leia o texto a seguir.
Era uma vez...
As crianças de hoje parecem nascer já familiarizadas com todas as engenhocas eletrônicas
que estarão no centro de suas vidas. Jogos, internet, e-mails, músicas, textos, fotos, tudo está à
disposição à qualquer hora do dia e da noite, ao alcance dos dedos. Era de se esperar que um velho
recurso para se entreter e ensinar crianças como adultos − contar histórias − estivesse vencido,
morto e enterrado. Ledo engano. Não é incomum que meninos abandonem subitamente sua
conexão digital para ouvirem da viva voz de alguém uma história anunciada pela vetusta entrada
do “Era uma vez...”.
Nas narrativas orais − talvez o mais antigo e proveitoso deleite da nossa civilização – a
presença do narrador faz toda a diferença. As inflexões da voz, os gestos, os trejeitos faciais, os
silêncios estratégicos, o ritmo das palavras – tudo é vivo, sensível e vibrante. A conexão se esta-
belece diretamente entre pessoas de carne e osso, a situação é única e os momentos decorrem em
tempo real e bem marcado. O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta, o narrador
sabe-se valorizado pela atenção de quem o ouve, a narrativa os une como num caloroso laço de
vozes e de palavras.
As histórias clássicas ganham novo sabor a cada modo de contar, na arte de cada intérprete. Não
é isso, também, o que se busca num teatro? Nas narrações, as palavras suscitam imagens íntimas em
quem as ouve, e esse ouvinte pode, se quiser, interromper o narrador para esclarecer um detalhe, emitir
um juízo ou simplesmente uma interjeição. Havendo vários ouvintes, forma-se uma roda viva, uma
cadeia de atenções que dá ainda mais corpo à história narrada. Nesses momentos, é como se o fogo
das nossas primitivas cavernas se acendesse, para que em volta dele todos comungássemos o encanto e
a magia que está em contar e ouvir histórias. Na época da informática, a voz milenar dos narradores
parece se fazer atual e eterna.
(Demócrito Serapião, inédito)
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O recurso da progressão de elementos com o fito de dar força a um argumento é utilizado pelo
autor no interior mesmo do seguinte segmento:
a) As crianças de hoje parecem nascer já familiarizadas com todas as engenhocas eletrônicas
que estarão no centro de suas vidas. (1º parágrafo)
b) A conexão se estabelece diretamente entre pessoas de carne e osso, a situação é única e os
momentos decorrem em tempo real e bem marcado. (2º parágrafo)
c) O ouvinte sente que o narrador se interessa por sua escuta (...). (2º parágrafo)
d) Nas narrações, as palavras suscitam imagens íntimas em quem as ouve (...). (3º parágrafo)
e) Nesses momentos, é como se o fogo das nossas primitivas cavernas se acendesse, para que em
volta dele todos comungássemos o encanto (...). (3º parágrafo)
02. Leia o texto a seguir.
De cima, a água laranja do Rio Doce parece estática. A lama de rejeitos se move a cerca de 1,2
quilômetro por hora desde o dia 5, quando aconteceu a tragédia, e vai percorrer toda a calha de 853
quilômetros entre o município de Rio Doce, em Minas, até Regência, vila do município de Linhares, no
Espírito Santo, onde encontra o Oceano Atlântico. A expectativa é que a onda atinja o oceano neste fim
de semana, levando mais problemas de abastecimento a cidades capixabas.
(CASTRO, Fábio de; RIBEIRO, Bruno; CARVALHO, Marco Antônio. Enxurrada de lama tira vida dos ecossistemas. O Estado de
S. Paulo, 15 nov. 2015, p. A25)

Segundo a classificação de tópico frasal e de desenvolvimento de parágrafo proposta por GARCIA,


em Comunicação em Prosa Moderna (2002), a construção desse parágrafo dá-se, respectivamente, por
a) alusão histórica − confronto.
b) omissão de dados identificadores − analogia.
c) declaração inicial − descrição de detalhes.
d) definição − razão e consequência.
e) divisão − citação de exemplos.
03. Leia o texto a seguir.
Escola de bem-te-vis
Muita gente já não acredita que existam pássaros, a não ser em gravuras ou empalhados nos museus – o
que é perfeitamente natural, dado o novo aspecto da terra, que, em lugar de árvores, produz com mais abun-
dância blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, sim. Existem tantos, ao redor da minha casa, que
até agora não tive (nem creio que venha a ter) tempo de saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua
linguagem. Porque evidentemente os pássaros falam. Há muitos, muitos anos, no meu primeiro livro de
inglês, se lia: “Dizem que o sultão Mamude entendia a linguagem dos pássaros ...”
Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes, logo penso no sultão e nessa linguagem que
ele entendia. Fico atenta, mas não consigo traduzir nada. No entanto, bem sei que os pássaros estão
conversando.
O papagaio e a arara, esses aprendem o que lhes ensinam, e falam como doutores. E há o bem-te-
vi, que fala português de nascença, mas infelizmente só diz o próprio nome, de – certo sem saber que
assim se chama. [...]
Os pais e professores desses passarinhos devem ensinar-lhes muitas coisas: a discernir um homem
de uma sombra, as sementes e frutas, os pássaros amigos e inimigos, os gatos – ah! principalmente os
gatos ... Mas essa instrução parece que é toda prática e silenciosa, quase sigilosa: uma espécie de ini-
ciação. Quanto a ensino oral, parece que é mesmo só: “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”, que uns dizem com voz
rouca, outros com voz suave, e os garotinhos ainda meio hesitantes, sem fôlego para as três sílabas.
(MEIRELES, Cecília. O que se diz e o que se entende. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 95-96)
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De acordo com o texto, a afirmativa correta é:


a) O último parágrafo aborda uma instrução toda prática e silenciosa, de modo semelhante ao
que ocorre costumeiramente, ou seja, as gerações mais velhas são incumbidas de transmitir
conhecimentos úteis aos mais novos.
b) No 3° parágrafo, a referência ao papagaio e à arara, que falam como doutores, vem reforçar
a noção de que essas duas espécies, como representantes da fauna brasileira, são superiores
aos simples bem-te-vis, pássaros bastante comuns nas cidades.
c) A forma como a autora reproduz, no 1° parágrafo, o que constava do livro de inglês – Dizem
que o sultão Mamude – , não deixa dúvida de que, segundo a narrativa, esse sultão realmente
conseguia entender a linguagem dos pássaros.
d) No 2° parágrafo, é possível perceber que a autora também consegue, com atenção e algum
esforço, comunicar-se com os pássaros que costuma observar, principalmente com os bem-
te-vis, porque falam português de nascença.
e) A autora confessa, no 1° parágrafo, que não tem interesse nem tempo suficiente para observar
os pássaros que eventualmente aparecem em sua casa, nem saber seus nomes, conhecer suas
cores, entender sua linguagem.
04. Leia o texto a seguir.
É indiscutível que no mundo contemporâneo o ambiente do futebol é dos mais intensos do ponto
de vista psicológico. Nos estádios a concentração é total. Vive-se ali situação de incessante dialética
entre o metafórico e o literal, entre o lúdico e o real. O que varia conforme o indivíduo considerado é
a passagem de uma condição a outra. Passagem rápida no caso do torcedor, cuja regressão psíquica
do lúdico dura algumas horas e funciona como escape para as pressões do cotidiano. Passagem lenta
no caso do futebolista profissional, que vive quinze ou vinte anos em ambiente de fantasia, que geral-
mente torna difícil a inserção na realidade global quando termina a carreira. A solução para muitos
é a reconversão em técnico, que os mantém sob holofote. Lothar Matthäus, por exemplo, recordista de
partidas em Copas do Mundo, com a seleção alemã, Ballon d’Or de 1990, tornou-se técnico porque “na
verdade, para mim, o futebol é mais importante do que a família”. [...]
Sendo esporte coletivo, o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas, porém calcadas,
pelo menos em parte, nas individualidades que o compõem. O jogo é coletivo, como a vida social, porém
num e noutra a atuação de um só indivíduo pode repercutir sobre o todo. Como em qualquer sociedade,
na do futebol vive-se o tempo inteiro em equilíbrio precário entre o indivíduo e o grupo. O jogador busca o
sucesso pessoal, para o qual depende em grande parte dos companheiros; há um sentimento de equipe, que
depende das qualidades pessoais de seus membros. O torcedor lúcido busca o prazer do jogo preservando
sua individualidade; todavia, a própria condição de torcedor acaba por diluí-lo na massa.
(JÚNIOR, Hilário Franco. A dança dos deuses: futebol, cultura, sociedade. São Paulo: Companhia das letras, 2007, p. 303-304,
com adaptações)

*Ballon d’Or 1990 – prêmio de melhor jogador do ano


A referência ao jogador da seleção alemã constitui, no texto, exemplo que
a) comprova a afirmativa sustentada pelo autor, quanto às dificuldades de readaptação de um
jogador à realidade, depois de viver certo tempo em constante evidência, em situação de in-
cessante dialética entre o metafórico e o literal, entre o lúdico e o real.
b) reafirma a percepção equivocada, embora seja geral, de que no futebol predomina o sentimento
de equipe, pois a premiação se destina somente a um ou a outro jogador, aparentemente confir-
mando a visão de que este busca o sucesso pessoal, acima dos interesses do grupo.
c) minimiza a importância de certos prêmios conquistados por futebolistas, como o Ballon
d’Or de 1990 recebido por Lothar Matthäus, ao considerar que esses apenas reproduzem o
mundo distante da realidade, de fantasia, em que vivem habitualmente os jogadores.
d) aborda a dificuldade encontrada pelo jogador de inserção na realidade global quando
termina a carreira, momento em que busca qualquer possibilidade de se manter sob holofo-
tes, especialmente depois de ter sido premiado por sua atuação excepcional.
e) insiste na certeza de que o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas, observação
que dilui a aceitação habitual da genialidade de grandes nomes do futebol, que acabam perdendo
sua condição de ídolos, ainda que sejam imprescindíveis para as vitórias do time.
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05. Leia o texto a seguir.


A busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no futebol.
A busca da vitória é sentimento difundido na sociedade capitalista.
A profissão dos futebolistas é conseguir vitórias celebradas por todos.
Sucessos e fracassos dos futebolistas despertam amores e ódios amplamente disseminados.
As frases isoladas acima compõem um único período, com clareza e lógica, em:
a) Porque não existe apenas no futebol, a busca da vitória a qualquer preço é sentimento difundido
na sociedade capitalista, e com futebolistas; que a profissão é conseguir vitórias celebradas por
todos e, assim sendo, sucessos e fracassos despertam amores e ódios amplamente disseminados.
b) Por ser sentimento difundido na sociedade capitalista, a busca da vitória a qualquer preço não
existe apenas no futebol, mas, como a profissão dos futebolistas é conseguir vitórias celebradas
por todos, seus sucessos e fracassos despertam amores e ódios amplamente disseminados.
c) A busca da vitória a qualquer preço, como sentimento difundido na sociedade capitalista, não
existe apenas no futebol; com os futebolistas, pela profissão que é conseguir vitórias celebradas
por todos, despertando, com os sucessos e fracassos, amores e ódios amplamente disseminados.
d) Sentimento que é difundido na sociedade capitalista, a busca da vitória a qualquer preço não
existe apenas no futebol; e com a profissão dos futebolistas de conseguir vitórias celebradas por
todos, como sucessos e fracassos que despertam amores e ódios amplamente disseminados.
e) Como a profissão dos futebolistas é conseguir vitórias celebradas por todos, com sucessos e fracas-
sos que despertam amores e ódios amplamente disseminados; a busca da vitória a qualquer preço
não existe apenas no futebol, mesmo que seja sentimento difundido na sociedade capitalista.
06. Leia o texto a seguir.
Com base em descobertas feitas na Grã-Bretanha, Chile, Hungria, Israel e Holanda, uma equipe
de treze pessoas liderada por John Goldthorpe, sociólogo de Oxford altamente respeitado, concluiu que,
na hierarquia da cultura, não se pode mais estabelecer prontamente a distinção entre a elite cultural
e aqueles que estão abaixo dela a partir dos antigos signos: frequência regular a óperas e concertos;
entusiasmo, em qualquer momento dado, por aquilo que é visto como “grande arte”; hábito de torcer
o nariz para “tudo que é comum, como uma canção popular ou um programa de TV voltado para o
grande público”. Isso não significa que não se possam encontrar pessoas consideradas (até por elas
mesmas) integrantes da elite cultural, amantes da verdadeira arte, mais informadas que seus pares
nem tão cultos assim quanto ao significado de cultura, quanto àquilo em que ela consiste, ao que é tido
como o que é desejável ou indesejável para um homem ou uma mulher de cultura.
Ao contrário das elites culturais de outrora, eles não são conhecedores no estrito senso da palavra,
pessoas que encaram com desprezo as preferências do homem comum ou a falta de gosto dos filisteus.
Em vez disso, seria mais adequado descrevê-los – usando o termo cunhado por Richard A. Peterson,
da Universidade Vanderbilt – como “onívoros”: em seu repertório de consumo cultural, há lugar tanto
para a ópera quanto para o heavy metal ou o punk, para a “grande arte” e para os programas popula-
res de televisão. Um pedaço disto, um bocado daquilo, hoje isto, amanhã algo mais.
Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifico
cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me em casa em
qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exatamente por isso).
Não é tanto o confronto de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas do onívoro contra o unívoro,
da disposição para consumir tudo contra a seletividade excessiva. A elite cultural está viva e alerta;
é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. Porém, está preocupada demais em seguir os sucessos e
outros eventos festejados que se relacionam à cultura para ter tempo de formular cânones de fé ou a
eles converter outras pessoas.
(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro, Jorge
Zahar, 2013, p. 6-7.)
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O autor organiza sua argumentação por meio


a) do uso do discurso direto; por exemplo, ao ilustrar seu ponto de vista dando voz a pesquisa-
dores de instituições de prestígio.
b) da correlação entre causa e efeito; por exemplo, ao apresentar as escolhas da elite cultural no
passado e o impacto dessas escolhas na cultura atual.
c) da combinação de afirmações categóricas; por exemplo, ao remeter a uma verdade universal
quando cita a obra de Richard A. Peterson.
d) da negação de pontos de vista de acadêmicos; por exemplo, ao questionar o resultado do
estudo conduzido por John Goldthorpe.
e) do estabelecimento de contrastes; por exemplo, ao opor produções artísticas mais ou menos
afinadas com o gosto da elite cultural tradicional.
Gabarito
01 - B
02 - C
03 - A
04 - A
05 - B
06 - E

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