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Objetivos
Aprender o conceito de orações subordinadas e a classificar as orações subordinadas adjetivas, a fim de
melhorar a escrita e a interpretação, além de evitar possíveis ambiguidades.
Curiosidade
É possível diferenciar uma oração subordinada adjetiva restritiva de uma explicativa por conta da presença
da vírgula.
Teoria
Orações subordinadas adjetivas
Observe a fala da Mafalda no último quadrinho da tirinha. Nele, há a ocorrência de uma oração subordinada
adjetiva: “que tem razão”. Vamos entender melhor essa classificação?
As orações subordinadas adjetivas são chamadas assim pois exercem papel sintático semelhante ao dos
adjetivos, o que, muitas vezes, possibilita que haja a substituição da oração pelo adjetivo, sem que o sentido
seja modificado. Veja os exemplos:
• O candidato que estuda tem possibilidade de aprovação.
• O candidato estudioso tem possibilidade de aprovação.
Português
Note que, no primeiro exemplo, a oração “que estuda” equivale ao adjetivo “estudioso”. Já no segundo
exemplo, o vocábulo “estudioso” é caracterizador de “candidato”, exercendo, portanto, função sintática de
adjunto adnominal. Logo, a oração “que estuda” funciona também como adjunto adnominal de candidato.
As orações adjetivas podem ser classificadas como restritivas e adjetivas. As restritivas limitam, restringem
o significado do termo antecedente. Não se separam, na escrita, por vírgula. Exemplo:
● O carro que comprei foi caro.
● Aquele é o mercado onde comprei as cervejas.
● O livro que achei não era o meu.
As orações subordinadas adjetivas explicativas explicam algo a respeito do antecedente. Diferentemente das
restritivas, vêm sempre indicadas por vírgulas. Exemplos:
● O homem, que é mortal, precisa evoluir.
● O cachorro, que é o melhor amigo do homem, não perde seu lugar.
● Paulo, a cujo pai me referi, não celebrará o aniversário conosco.
IMPORTANTE!
O conectivo responsável pela introdução de uma oração subordinada substantiva é o pronome relativo, pois
o papel dele é iniciar uma oração que caracteriza um termo substantivo (função básica dos adjetivos).
Observe os exemplos:
A menina que se machucou parou no hospital.
O médico que o hospital demitiu era muito ruim.
Repare que o relativo “que” introduz orações que caracterizam os substantivos “menina” e “médico”. Dessa
forma, entendemos a função adjetiva dessas orações.
Obs.: Em alguns casos, é possível que o pronome relativo seja retirado sem que haja prejuízo de sentido. Isso
acontece de duas maneiras:
I. Pela troca do verbo (núcleo da oração adjetiva) pelo adjetivo correspondente. Ex.: A menina machucada
parou no hospital.
II. Pela troca do verbo por uma forma nominal correspondente, fazendo com que ele fique no infinitivo, no
gerúndio ou no particípio, formando, assim, o que chamamos de oração reduzida.
Ex.: O médico despedido pelo hospital era muito ruim. (reduzida de particípio)
O menino, chorando incansavelmente, não ouvia ninguém. (reduzido de gerúndio)
Os desinformados são os primeiros a caírem em notícias falsas. (reduzida de infinitivo)
Também é importante estar atento às preposições que podem acompanhar os pronomes relativos. Veja os
exemplos:
● A criança a quem os professores se referiram na reunião está em recuperação.
● No parque em que estávamos passeando, houve um assalto.
● Assisti à série da qual me falaram semana passada.
Português
Paralelismo
Quando organizamos um período composto, devemos ter atenção ao paralelismo. Vejamos alguns casos:
II. A escola deve proibir que os alunos corram pelo pátio e gritarem no recreio.
Aqui, o verbo “proibir”, que é transitivo direto, tem dois objetos: “que os alunos corram pelo pátio” e
“gritarem no recreio”. No entanto, nota-se um problema quanto à coerência gramatical dessa estrutura:
há falha na relação entre o tempo verbal de “corram” – presente do subjuntivo – e o infinitivo “gritarem”.
Poderíamos, então, reescrever das seguintes formas:
A escola deve proibir os alunos de correrem pelo pátio e gritarem no recreio; ou
A escola deve proibir que os alunos corram pelo pátio e gritem no recreio.
III. Bloqueio pessoas inconvenientes e que não têm formalidade na relação profissional.
Aqui, há quebra do paralelismo estrutural da frase em relação aos complementos do verbo “bloqueio”.
Assim, poderíamos reescrever:
Bloqueio pessoas inconvenientes e informais na relação profissional.
Bloqueio pessoas que agem inconvenientemente e (que) não têm formalidade na relação profissional.
Português
Exercícios de fixação
1. Qual a classe gramatical das palavras que introduzem orações subordinadas adjetivas?
2. As orações adjetivas que não são separadas por vírgulas são chamadas de:
a) Restritiva
b) Integrante
c) Explicativa
3. Classifique as orações:
a) “As pessoas que foram ao evento adoraram a comida.”
b) “Os passageiros, que estavam doentes, foram encaminhados à enfermaria do aeroporto.”
c) A casa onde moro está à venda.
Exercícios de vestibulares
Ao analisarmos a função que as orações destacadas nos exemplos I e II exercem, podemos classificá-
las como orações
a) subordinadas substantivas, pois exercem a função de substantivo.
b) subordinadas adverbiais, pois exercem a função de advérbio.
c) subordinadas adjetivas, pois exercem a função de adjetivo.
d) coordenadas sindéticas, pois exercem a função aditiva.
e) coordenadas assindéticas, pois exercem a função conclusiva.
Português
2. Há o lado policial, ou de guerra, com os Estados Unidos construindo muros e fortalecendo a repressão
em suas linhas de junção com o território mexicano. E há o lado político e econômico: o da imigração.
Um homem mexicano de 35 anos, com nove de instrução, pode ganhar 132% a mais trabalhando nos
Estados Unidos. As orações em cujo interior estão os verbos construindo e fortalecendo, destacados
no trecho do texto, equivalem a orações subordinadas adjetivas (reduzidas de gerúndio). Assinale a
alternativa em que essas orações encontram-se desenvolvidas adequadamente.
a) ... Estados Unidos ainda que constuam muros e que fortaleçam a repressão...
b) ... Estados Unidos, onde se constroem muros e se fortalecem a repressão...
c) ... Estados Unidos, que constroem muros e que fortalecem a repressão...
d) ... Estados Unidos logo que constroem muros e fortalecem a repressão...
e) ... Estados Unidos no qual constroem muros que fortalecem a repressão...
4. “O passo vagaroso de quem não tem pressa – o mundo podia esperar por ele, o peito magro estufado,
os gestos lentos, a voz pausada e grave, descia a rua da Igreja cumprimentando cerimoniosamente,
nobremente, os que por ele passavam ou os que chegavam na janela muitas vezes só para vê-lo
passar.”
Ópera dos mortos, Autran Dourado, 1970.
No início do parágrafo, por ter na frase a mesma função sintática que o vocábulo “vagaroso” com
relação a “passo”, a oração “de quem não tem pressa” é considerada
a) coordenada sindética.
b) subordinada substantiva.
c) subordinada adjetiva.
d) coordenada assindética.
e) subordinada adverbial.
Português
5. “Por causa do assassinato do caminhoneiro Pascoal de Oliveira, o Nego, pelo – também caminhoneiro
– japonês Kababe Massame, após uma discussão, em 31 de julho de 1946, a população de Osvaldo
Cruz (SP), que já estava com os nervos à flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei
na cidade, saiu às ruas e invadiu casas, disposta a maltratar “impiedosamente”, na palavra do
historiador local José Alvarenga, qualquer japonês que encontrasse pela frente.”
Matinas Suzuki Jr. Folha de S. Paulo, 20.04.2008
*Shindô-Renmei foi uma organização nacionalista, que surgiu no Brasil após o término da Segunda
Guerra Mundial, formada por japoneses que não acreditavam na derrota do Japão na guerra. Possuía
alguns membros mais fanáticos que cometiam atentados, tendo matado e ferido diversos cidadãos
nipo-brasileiros.
As orações “que já estava com os nervos à flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei
na cidade” e “que encontrasse pela frente” são exemplos, respectivamente, de oração subordinada
adjetiva explicativa e subordinativa adjetiva restritiva, porque
a) a primeira limita o sentido do termo antecedente (a população de Osvaldo Cruz), enquanto a
segunda explica o sentido do termo antecedente (qualquer japonês).
b) a pausa, antes e depois da primeira oração, revela seu caráter de restrição e precisão do sentido
do termo antecedente, tal como se dá com a segunda oração.
c) na primeira, a oração é indispensável para precisar o sentido da anterior, enquanto, na segunda, a
oração pode ser eliminada.
d) a primeira explica o sentido do termo antecedente (a população de Osvaldo Cruz), enquanto a
segunda limita o sentido do termo antecedente (qualquer japonês).
e) o sentido do termo “qualquer japonês”, explicado na segunda oração, é determinante para a
compreensão da primeira.
7. Os cinco sentidos
Os sentidos são dispositivos para a interação com o mundo externo que têm por função receber
informação necessária à sobrevivência. É necessário ver o que há em volta para poder evitar perigos.
O tato ajuda a obter conhecimentos sobre como são os objetos. O olfato e o paladar ajudam a catalogar
elementos que podem servir ou não como alimento. O movimento dos objetos gera ondas na atmosfera
que são sentidas como sons. As informações, baseadas em diferentes fenômenos físicos e químicos,
apresentam-se na natureza de formas muito diversas. Os sentidos são sensores cujo desígnio é
perceber, de modo preciso, cada tipo distinto de informação. A luz é parte da radiação magnética de
que estamos rodeados. Essa radiação é percebida através dos olhos. O tato e o ouvido baseiam-se em
fenômenos que dependem de deformações mecânicas. O ouvido registra ondas sonoras que se
formam por variações na densidade do ar, variações que podem ser captadas pelas deformações que
produzem em certas membranas. Ouvido e tato são sentidos mecânicos. Outro tipo de informação nos
chega por meio de moléculas químicas distintas que se desprendem das substâncias. Elas são
captadas por meio dos sentidos químicos, o paladar e o olfato. Esses se constituem nos tradicionais
cinco sentidos que foram estabelecidos já por Aristóteles.
SANTAELLA, Lucia. Matrizes da Linguagem e Pensamento. São Paulo: Iluminuras, 2001.
O segundo parágrafo do texto, tendo em vista sua organização sintática, constitui-se basicamente de
orações complexas, isto é, principais, seguidas por orações:
a) substantivas e adverbiais.
b) adjetivas e adverbiais.
c) adverbiais.
d) adjetivas.
e) substantivas.
Português
8. Soneto de separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
9. É boa a notícia para os fãs da natação, vôlei de praia, futebol, hipismo, ginástica rítmica e tiro com arco
que buscam ingressos para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Entradas para catorze sessões esportivas
dessas modalidades, que tinham se esgotado na primeira fase de sorteio de ingressos, estão à venda.
Disponível em: http://tinyurl.com/qapfdjt Acesso em: 12.09.2015. Adaptado.
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. Pronomes relativos.
2. A – As adjetivas que não são separadas por vírgulas são as restritivas. “Integrante” não é uma
classificação de O.S.Adj.
3.
a) Oração subordinada adjetiva restritiva.
b) Oração subordinada adjetiva explicativa.
c) Oração subordinada adjetiva restritiva.
4. I. O.S. Adj. Restritiva; II. O. S. Adj. Explicativa. Em I, entendemos que existem crianças que não se
alimentam bem e que estas ficam doentes. Em II, entendemos que todas as crianças não se alimentam
bem e que elas ficam doentes.
5. Há problema de paralelismo, pois o substantivo "artigo" é modificado pelo adjetivo "complexo" e pela
oração subordinada adjetiva "que pode solucionar as dúvidas sobre a aula”. A conjunção "e" deveria
coordenar elementos de valor sintático idêntico (ou dois adjetivos, ou duas orações subordinadas
adjetivas). Podemos reescrever empregando dois adjetivos: “trata-se de um artigo complexo, capaz de
solucionar as dúvidas sobre a aula”; empregando duas orações adjetivas: “trata-se de um artigo que é
complexo e que pode solucionar as dúvidas sobre a aula”; ou eliminando a coordenação: “trata-se de um
artigo complexo, que pode solucionar as dúvidas sobre a aula”.
Exercícios de vestibulares
1. C
As orações são classificadas como adjetivas, pois cumprem a função de caracterizar o termo
antecedente, no caso “você”; assim, são orações subordinadas adjetivas, por depender da oração
principal, a partir da função de adjetivação.
2. C
No exemplo anterior, as orações em cujo interior estão os verbos “construindo” e “fortalecendo” podem
ser desenvolvidas em orações subordinadas adjetivas, a partir da utilização do pronome relativo “que”,
visto que, dessa forma, eliminaria a construção do gerúndio.
3. C
A primeira frase é uma adjetiva restritiva, já que essa oração restringe “todos os brasileiros”, levando-nos
a compreender que os que devem gastar “longas horas de estudo e dedicação” são aqueles que desejam
ingressar na Força Aérea Brasileira, e não todos os brasileiros, de maneira geral. Já a segunda frase é
adjetiva explicativa, visto que está redigida com vírgulas e possibilita a conclusão de que todos os
brasileiros, indicriminadamente, desejam ingressar na Força Aérea Brasileira.
Português
4. C
O vocábulo “vagaroso” é adjetivo de “passo”. De acordo com o enunciado, “de quem não tem pressa” é
uma oração subordinada adjetiva, relacionada igualmente ao substantivo “passo”.
5. D
As orações adjetivas podem ser classificadas como “explicativas” e “restritivas”, classificações que
distinguem o tipo de função que essas orações desempenham na frase. Nos exemplos anteriores, as
explicativas realçam um detalhe do termo antecedente, que já se encontra definido como um todo (a
população de Osvaldo Cruz), já as restritivas limitam o significado do antecedente, referindo-se apenas
a uma parte do conjunto (qualquer japonês).
6. D
A primeira oração, “que só ganha força”, é introduzida por um pronome relativo que retoma o termo
“conceito”, de forma a caracterizá-lo. Assim, não é qualquer conceito, mas um conceito “que só ganha
força”. Tem-se, portanto, uma oração subordinada adjetiva. A segunda oração, “quando boas ideias se
transformam em grandes ações”, é introduzida por uma conjunção temporal, “quando”, especificando as
circunstâncias em que o conceito ganha força. Exerce, portanto, função adverbial. Assim, tem-se uma
oração subordinada adverbial.
7. D
Todas as orações subordinadas que aparecem no segundo parágrafo são ligadas à principal por meio
de um pronome relativo. Há uma ocorrência do pronome relativo cujo, e oito, do relativo que. Ora, toda
oração introduzida por pronome relativo é subordinada adjetiva.
8. E
O pronome relativo “que” remete a “vento” e introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva.
9. A
A oração em destaque, “que buscam ingressos para os Jogos Olímpicos Rio 2016”, tem o valor sintático
de uma adjetiva restritiva, pois complementa e restringe a “boa notícia” para um determinado tipo de
público: os fãs de natação, vôlei de praia (...).
10. A
O pronome relativo “que” é o complemento verbal (objeto direto) na oração subordinada adjetiva
restritiva (“que o reumatismo assumira na vida do marido”), e a conjunção integrante “que” inicia uma
oração subordinada substantiva objetiva direta (“que ia internar-se no hospital Gaffré e Guinle”).