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GRAMÁTICA

Morfologia II
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MORFOLOGIA III

Vamos trabalhar, neste capítulo, as classes gramaticais dentro do contexto


oracional. É importante que você entenda as palavras em um nível fraseoló-
gico, ou seja, compreenda, em uma relação sintagmática, a comunicação entre
termos regentes e termos regidos.
Há dez classes gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome,
verbo, advérbio, preposição, conjunção, interjeição.
Vamos, agora, conceituar as classes gramaticais. Advirto: o conceito des-
provido de aplicação textual é inócuo. Seria como se você tivesse a receita
de um bolo, sem possuir os ingredientes. Ficaremos com fome (risos). Dessa
forma, para termos efetividade no nosso trabalho, definiremos, de forma sucinta,
as classes de palavra; mas aplicaremos, também, ao texto. Sempre digo aos
meus alunos que o estudo da gramática, sem contemplar as possibilidades que
o texto nos oferece, é engodo.

1) Pode haver alguma coisa mais tola, me diga, que a maneira de viver desses
homens que deixam a prudência de lado? Vivem ocupados para poder viver
melhor: acumulam a vida, dissipando-a.
2) O poeta, que esplendidamente censura tua cogitação infinita, não fala de
melhor idade.

Na gramática há dois eixos: um vertical, paradigmático e um horizontal, sin-


tagmático. Se a palavra MELHOR for retirada do texto (eixo paradigmático),
tem-se um adjetivo. Se a palavra MELHOR for retirada do texto (eixo sintagmá-
tico), tem-se um advérbio.
Dentro de um texto o que determina a classe é o eixo horizontal (sintagmático).
AQUI é um advérbio de lugar, mas considere a seguinte frase:
A ALUNA AQUI ESTÁ CONFUSA (neste contexto, AQUI não é advérbio pois
para ser advérbio a palavra deve referir-se ao verbo, a outro adjetivo ou a outro
advérbio – é um pronome demonstrativo que se refere ao substantivo A ALUNA).
ANOTAÇÕES

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2) O poeta, que esplendidamente censura tua cogitação infinita, não fala


de melhor idade. Neste contexto MELHOR é um adjetivo que caracteriza
substantividade.

Tirando do texto verticalmente, temos a mesma classe de palavras, ambos


adjetivos, mas no eixo horizontal (sintagmático), observando a comunicação
entre termos regentes e termos regidos, o vocábulo MELHOR no exemplo 1
refere-se ao verbo e, no exemplo 2, refere-se ao substantivo.
A mulher forte é uma inovação do capitalismo.
Forte é um adjetivo e o que determina a classe é a relação do texto onde a é
um artigo, mulher é substantivo.
O forte vencerá se souber ser fraco.
O é artigo, forte é substantivo e, na língua portuguesa, o artigo sempre se
refere ao substantivo, o artigo substantiva as palavras.
Os ventos de uma nova realidade sopram forte.
Sopram fortes, no sentido de sopram fortemente, é um advérbio. Há uma
adverbialização do adjetivo sem acrescentar o sufixo mente. As duas formas
estão de acordo com a norma culta da língua portuguesa.

O que determina a classe é o eixo horizontal, o eixo sintagmático.

DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA OU CONVERSÃO

EXERCÍCIO APENAS EXEMPLIFICATIVO (SEM GABARITO)

1. (FGV/MRE/OFICIAL DE CHANCELARIA/2016) Um dos processos conheci-


dos de formação de palavras em Português é a chamada “derivação impró-
pria”, marcada pela criação de uma nova palavra pela modificação de sua
classe original. Tal processo aparece em:
a. “Sim, no começo era o pé”.
b. “Se está provado, por descobertas arqueológicas, que há sete mil anos
estes brasis já eram habitados...”.
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c. “... pensai nestas legiões e legiões de pés que palmilharam nosso território”.
d. “E pensai nestes passos, primeiro sem destinos, machados de pedra abrin-
do as iniciais picadas na floresta”.
e. “E nos pés dos que subiam às rochas distantes”.

A derivação imprópria consiste na mudança de classe ou subclasse de uma


palavra sem sofrer qualquer modificação na forma. Observe alguns exemplos:
a) Verbo tornou-se substantivo:
Meu sofrer é proporcional aos seus não. (Neste caso, o pronome possessivo
adjetivo “Meu” refere-se ao verbo “sofrer”. Lembrem-se: o pronome adjetivo tem
como termo regente o substantivo)
b) Advérbio tornou-se substantivo:
O hoje deve ser vivido com intensidade.
c) Adjetivo tornou-se advérbio:
Os homens vivem ocupados para poder viver melhor.
d) Substantivo tornou-se adjetivo:
Os homens que me persuadiram não são burros.
e) Adjetivo tornou-se um substantivo:
Os ortodoxos são naturalmente refratários às mudanças.
f) Substantivo tornou-se interjeição:
Silêncio!
g) Verbo tornou-se interjeição:
Viva!
h) Substantivo próprio tornou-se comum:
Prefiro damasco a figo.
i) Substantivo comum tornou-se próprio:
O João namora a Rosa; e o Mário, a Margarida.
Brasil é substantivo próprio, brasis é substantivo comum que é considerado
derivação imprópria.
O Brasil atual é resultado de uma histórica polarização.
O Brasil de hoje é resultado de uma histórica polarização.
O Brasil, que é o maior país da América do Sul, colhe as consequências da
polarização.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Claiton Natal.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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