deve

proporcionar
proporcionar
INT. CASA DE PEDRO – DIA
 :

INT. HOSPITAL

EXT. PARQUE

INT. RESTAURANTE MEXICANO

EXT. ALAMEDA ARBORIZADA

 PRISÃO, PEQUENA SALA DE AULA, RESTAURANTE MODERNO
INT./EXT. CARRO DE DAVID – DIA

Uma reportagem sobre a agroindústria

está passando no rádio, enquanto
David e Woody chegam a uma PARQUE DE ÁRVORES RETORCIDAS. PARQUE SOMBRIO
ENCRUZILHADA NA ESTRADA DE TERRA.

REPORTAGEM (NO RÁDIO) EXT. PARQUE – NOITE

Carriolas e dobradiças
subiram, custando uma As árvores sinuosas e a neblina conferem ao lugar um aspecto
média de 74.99... sombrio.

WOODY
Vire aqui.

DAVID INT. HOSPITAL – UTI

Não, nós temos que EXT. PARQUE – BICICLETÁRIO
ficar na 20. INT. CASA DE PEDRO – COZINHA

WOODY
Eu quero te mostrar COZINHA DE ANDRÉ, QUARTO DE
uma coisa. ANDRÉ, VARANDA DE ANDRÉ, CASA

Woody faz David virar em uma ESTRADA

DE CASCALHO.
(CASA) (QUARTO);

AO MESMO TEMPO
CONTINUOUS
INSTANTES DEPOIS
MAIS TARDE

INT. PARQUE – BICICLETÁRIO – DIA

INT. HOSPITAL – UTI – NOITE

INT. CASA DE ANDRÉ – QUARTO – NOITE

AMANHECER
ENTARDECER INT. CASA DE ANDRÉ – SALA – NOITE
ANOITECER
MADRUGADA
CREPÚSCULO

INT. CASA DE ANDRÉ – SALA – AO MESMO TEMPO

 NOITE INT. CASA DE ANDRÉ – SALA – MAIS TARDE
NOITE CONTINUOUS

INT. CASA DE ANDRÉ – QUARTO – NOITE INT. CASA DE ANDRÉ – SALA – INSTANTES DEPOIS

INSTANTES DEPOIS MOMENTOS DEPOIS.

INT. CASA DE ANDRÉ – SALA –

CONTINUOUS

INT. CASA DE ANDRÉ – SALA – NOITE (FLASHBACK)

INT. CASA DE ANDRÉ – SALA – NOITE
(VOLTA AO PRESENTE) INT. CASA DE ANDRÉ – COZINHA – NOITE (VIDEO CASEIRO)

INT. CASA DE ANDRÉ – COZINHA – NOITE

(SONHO DE ANDRÉ)
EXT. CLUBE DE JAZZ – ENTRADA – NOITE CAFÉ DO RICK
– 1950

FLASHBACK – INT. CASA DE SAÚDE – DIA

INT. CAFÉ DO RICK – NOITE
EXT. DOCAS – DIA - PRIMAVERA

BAR

SALÃO DE JOGOS

MESA DO RICK
 INT. LOJA DE CONVENIÊNCIA – NOITE

INT. BAR DO RICK – NOITE Um homem vestindo uma máscara de lobisomem entra na loja.

Rick se encaminha de forma imponente NO BALCÃO

para o
O balconista gela de medo.
SALÃO DE JOGOS
NO CORREDOR
onde reconhece o jovem rapaz barbado
perto da roleta. Um jovem casal desmaia ao mesmo tempo.

NO BALCÃO

O mascarado abre um saco de Halloween.

MASCARADO
Brincadeira ou travessura?

INT. LOJA DE CONVENIÊNCIA – NOITE
Um homem vestindo uma máscara de
lobisomem entra na loja. No balcão, o
balconista gela de medo.
Num dos corredores, um jovem casal
desmaia ao mesmo tempo.
O mascarado caminha até o balcão e
abre o saco de Halloween.
MASCARADO
Brincadeira ou travessura?
EXT. CÉU SOBRE O MEDITERRÂNEO – DIA
Um avião inimigo aproxima-se da Eagle One, o avião de Billy. À
esquerda, cruza o Eagle Two, o avião de Jimmy. Abaixo deles, o Mar
Mediterrâneo.
CABINE DO PILOTO – EAGLE TWO
Jimmy acena para a sua direita, na direção do Eagle One.
JIMMY
Atenção, Billy!
IMEDIATAMENTE ACIMA DA ÁGUA
O avião inimigo aproxima-se do Eagle One.
JIMMY (V.O.)
Ele está na sua cola!
O Eagle One esquiva-se, enquanto o inimigo lança fogo contra ele,
errando o alvo.
CABINE DO PILOTO – EAGLE ONE
Billy puxa uma alavanca.
BILLY
Obrigado pela dica!
 MONTAGEM, SÉRIE DE PLANOS, INSERT

INT. ZANKEL HALL - PALCO – CONTINUOUS

NOS BASTIDORES MONTAGEM – ANDRÉ E PAULA SE DIVERTEM JUNTOS

NO PALCO
NA PORTA DOS CORREDORES No CINEMA, André e Paula dividem um saco de pipoca.
NA PLATEIA
Em uma RUA ARBORIZADA eles passeiam de mãos dadas. Paula brinca com
uma criança que passa de bicicleta.

Na PRAIA, eles brincam de jogar água um no outro.

Na RODA-GIGANTE, observam lá do alto a tarde caindo.

 Em uma RUA ARBORIZADA eles passeiam de mãos dadas. Paula brinca com
uma criança que passa de bicicleta.

Na PRAIA, Paula brinca na água. André está na areia, de camiseta.

Ela provoca.

PAULA
Tá com medo da água?

Na RODA-GIGANTE, observam lá do alto a tarde caindo.

MONTAGEM – ANDRÉ E PAULA SE DIVERTEM

JUNTOS

No CINEMA, André e Paula dividem um

saco de pipoca.
SÉRIE DE PLANOS – ANDRÉ SE VINGA
ANDRÉ
Sabe que— ― André pega uma arma na gaveta.

PAULA ― André caminha pela calçada com a mão no bolso.

Shhh...
― André chega a um apartamento em reforma.

― Paula atende a porta. André puxa o gatilho.

CABEÇALHO
 INT. CIA – SALA DE REUNIÕES – DIA

Várias dúzias de analistas estão reunidos. A sala está lotada,

todos conversando animadamente... exceto Carrie, que está
sentada conspicuamente sozinha; uma ilha humana vestida em
Um silêncio de morte pairava no ar. trajes de negócios, ao invés das roupas ásperas em que a vimos
pela última vez.

A sala silencia quando Estes entra, ocupando o lugar diante de

uma grande tela montada na frente da sala. Ele toca na tela, que
projeta um vídeo de vigilância de uma van arrastando uma casa
simples numa pequena vila.
 Truman surge no estacionamento e, como sempre, para na banca
de revistas. Pega uma revista e folheia até a página dos
anúncios de cosméticos, rasgando discretamente dois olhos de
uma das páginas. Ele devolve a revista para o expositor. Como
sempre, o jornaleiro não consegue intervir. Truman começa sua
peregrinação diária até o trabalho, enfrentando o tráfego de
pedestres.

Truman, ainda molhando o chão, puxa

Meryl pelos braços. Ele fala excitado
com ela, da forma como imaginamos que
eles faziam quando eram namorados.
 EXT. CHUVEIRO AO AR LIVRE – DIA

Alison senta-se no chão do chuveiro ao ar livre, sob o jato

Ele olha ao redor, mas Sam se foi. Ele
se aproxima da janela, seu traseiro
pendurado na parte de trás do robe do
hospital. Ele abre a janela e sente o
sol e a brisa em seu rosto inchado. Nós
só ouvimos os sons das pessoas no
estacionamento. Caminhões de mídia.
Fãs.
d’água. Ela está olhando para a água enquanto esta atinge seus
pés e goteja entre as tábuas de madeira. Temos a sensação de que
ela está sentada ali por um tempo. Como se ela estivesse tendo
dificuldades para se levantar.
Uma VOZ começa a falar. É a mesma voz que ouvimos do lado de
Noé, o POLICIAL. E, assim como Noah, Alison não parece escutá-
lo.

Ficamos com Riggan, que parece estar

pensando em algo. Ele vê um bando de
pássaros dançando no céu. Então, ele
agarra um dos lados da janela com a mão
e começa a subir no parapeito.

Estes entra.
Ele se dirige ao seu lugar na mesa,
diante de uma tela montada na frente da
sala.
Ele toca na tela, na qual aparece um
vídeo de vigilância de uma van puxando
uma casa simples em uma pequena vila.
Truman surge no estacionamento e, como sempre, para na banca de
revistas. Pega uma revista e folheia até a página dos anúncios
de cosméticos.
Ele rasga discretamente dois olhos de uma das páginas.
Depois, devolve a revista para o expositor. Como sempre, o
jornaleiro não consegue intervir. Truman começa sua peregrinação
diária até o trabalho enfrentando o tráfego de pedestres.
INT. TRAILER - DIA
Dentro, as juntas dos dedos
do MOTORISTA agarram-se ao
volante. Ele pisa fundo no
acelerador. Assustado,
respirando rápido. Os olhos
arregalados atrás da máscara
de gás.
Ah, a propósito, ele está usando uma CLOSE nos olhos do motorista. Ele está ofegante como uma
máscara de gás. Isso, e uma CUECA máquina a vapor. Sua máscara ESCURECE até que ele finalmente
branca. Nada mais. não consegue enxergar.

Abaixado no assento a seu lado, um

.
PASSAGEIRO vestido, também usando uma
máscara de gás. Sangue corre para fora
de sua orelha, borrando sua camiseta.
Ele está desmaiado.

Atrás deles, o interior é um naufrágio.

Copos e baldes e frascos -- algum tipo
de LABORATÓRIO QUÍMICO ad hoc¹ --
derramam seus conteúdos nocivos em cada
colisão que fazemos. Um líquido
castanho-amarelo inunda o chão. Uma
espuma nojenta ao redor...

... de DOIS CORPOS MORTOS. Dois caras

mexicanos recém-falecidos caídos como
bonecos de pano, batendo um no outro.

Completando a imagem, uma nevasca de

DINHEIRO. Uma bolsa Von deixa escapar
uma nota de vinte dólares. Quinze,
vinte mil dólares em dinheiro flutuam
no ar ou no sujo líquido marrom.
EXT. CASEBRE – DIA

A mãe surge com sua filha na porta. A menina ajeita com

cuidado a gola do seu casaco, suas unhas têm estrelinhas
pintadas. As duas parecem pequenas diante da imensidão ao
redor.

EXT. CASEBRE – DIA

Plano Médio: Mãe e filha na porta. CLOSE na menina ajeitando a

gola do seu casaco e revelando estrelinhas pintadas nas unhas.
Plano geral: A imensidão ao redor delas.
 EXT. CASEBRE – DIA

Vemos mãos de meninas, com unhas pintadas com estrelinhas,

ajeitarem a gola do casaco.

EXT. CASEBRE – DIA

Mãos de menina, com unhas pintadas

com estrelinhas, ajeitam a gola do
casaco. A menina e sua mãe estão
paradas na porta. Ao seu redor, a
INT. GALPÃO – DIA
imensidão.
Estamos em um galpão abandonado, em plena quietude e
tranquilidade. Um raio de sol atravessa uma janela quebrada.
Então vemos em um canto o que parece ser um cadáver em
decomposição.
Dois operários descarregam pesados contêineres da traseira do
caminhão.
Do POV de um deles, um sujeito estranho caminha por ali, com
postura e gestos estranhos, como um zumbi.

Dois operários descarregam pesados contêineres da traseira do

caminhão.
Um deles observa um sujeito estranho caminha por ali, com
postura e gestos estranhos, como um zumbi.
POV de ALGUÉM observando um sujeito De outro ÂNGULO pode-se notar que um dos operários apenas
estranho, que se comporta como um finge atividade enquanto aproveita a distração dos colegas
zumbi. para não fazer nada.

POV ANÔNIMO,

POV MISTERIOSO,

POV de um OBSERVADOR

POV BINÓCULO

POV de um MICROSCÓPIO

Operários descarregam pesados

contêineres na doca. Eles estão
cansados e suados debaixo do sol
infernal.

ANDRÉ, 40 e poucos anos mas com aspecto jovial, se manifesta.


André, 40 e poucos anos, o tipo do
cara que parece vestir a mesma calça
Adidas da época do colégio, se
manifesta.
Este é DIGGER DOWNES, 36, intelectual
de olhos doces, o mais discreto e
conservador engravatado do escritório
Savile Row. Ele é gay, mas você nunca
adivinharia isso. Ele é leal e sábio,
você vai ver.
MARK ZUCKERBERG é um
doce rapaz de 19 anos
cuja ausência de traços
físicos intimidadores
mascara uma raiva
perigosa e complicada.
NOAH, cerca de 40 anos, está sentado num banco de
piquenique, de frente para um lap top aberto. Ele é um
cara bonito, bem constituído, sólido. Talvez um pouco
desalinhado. Provavelmente usa barba. E seu cabelo está
caindo sobre os olhos; não é um tipo de declaração
hipster, ele só não teve tempo de cortá-los.

Jenny trabalhava como garçonete e
teve um caso com o marido de Jane
exatamente um ano atrás, embora Jane
ainda não o saiba.
Milla está entretida com seu novo
jogo de armar. Suas mãozinhas tentam
encaixar a estrela no lugar certo –
embora não esteja conseguindo, ela
não chora nem perde a paciência.
Uma sombra se projeta sobre a brincadeira. Logo em
seguida, uma voz sinistra assusta Milla.
SOMBRA DE HOMEM
Posso brincar?
Quando Milla olha para trás e para o alto, confere a
silhueta de um homem contra a luz do dia. Ele tem a
barba por fazer e um ar de derrotado. A expressão de
Milla indica algum tipo de reconhecimento. Trata-se
de FULVIO, um tio que ela só viu uma vez na vida.
FULVIO
Eu nunca fui bom em
encaixar as
coisas nos lugares
certos, mas ainda
dá tempo de aprender.
Enormes portas de madeira, cobertas de trepadeiras,
abrem-se lentamente. Uma minivan passa e para no
centro de um caminho circular feito inteiramente de
conchas quebradas. Na frente deles está uma obra-prima
georgiana. Uma daquelas antigas mansões dos sonhos
construídas por barões do petróleo na virada do século
anterior.

Noah, uma cerveja na mão, abre a porta e sai da casa

para o amplo deck. Na frente dele está um quintal
épico. Uma piscina em primeiro plano. Um jardim de
flores. Uma horta. Uma fonte. Um gazebo. Uma rede.

A academia está abarrotada com embalagens, restos de

comida, roupas de ginástica e outros entulhos. Parece
que não limpam o local há um mês. Está uma verdadeira
bagunça. Uma vassoura repousa em um dos cantos. A
arena de boxe é menor que o tamanho normal, e duas
banquetas de madeira estão do lado de fora do ringue.
A academia se parece com uma lata de
lixo virada do avesso. Embora
pequeno, o ringue serve como palco
para as constantes batalhas.

LETREIRO: “Hospital Geral” “Cinco Anos Depois”

O aluno tem uma expressão apavorada. Às
suas costas, um muro. Diante dele, um
grupo de cinco garotos hostis.

Um grupo de garotos hostis enfileirado,

com expressões de vitória. Diante
deles, um aluno está acuado contra um
muro.

FULVIO tenta dormir, mas parece perturbado por maus

pensamentos. Ele se revira na cama enquanto um SOM
INTERMITENTE DE GOTAS PINGANDO vem da pia.

A sala é ensolarada e silenciosa. A não ser por um barulho

irritante de uma bolinha de pingue pongue batendo contra uma
raquete. PLOC... PLOC... PLOC...
SOM DE PORTA BATENDO interrompe a Um ACORDE DE HEAVY METAL quebra o silêncio.
reunião.

Uma PORTA BATE, interrompendo a

reunião. EXT. AVENIDA PAULISTA – NOITE

As luzes dos prédios comerciais e os postes de luz iluminam a

No banco traseiro, Whitney está
falando ao telefone. Martin está
brincando com seu iPad. Stacey está
dormindo. E Trevor está, por alguma
razão desconhecida, JOGANDO UMA MOEDA
INCANSAVELMENTE CONTRA A JANELA DO
CARRO.
avenida.
INT. QUARTO DE FULVIO – DIA
Um lugar caótico, como se tivesse sido vítima da fúria de um
furacão.
EXT. PRAIA DE COPACABANA – DIA

Milhares de pessoas se acumulam em uma faixa de areia.

AÇÕES (RÚBRICAS)
?
 GERENTE DE RH
Por que você quer ser motorista
de taxi?

TRAVIS
Eu não consigo dormir à noite.

GERENTE DE RH
Tem sessão pornô pra isso.
.
 TRAVIS
Acha que eu não tentei?

Embora inconveniente, o Gerente de RH

está curioso e quer sondar Travis.

Travis é um derrotado; frio, distante.

Ele fala como se sua mente não soubesse
o que a boca está dizendo.

TRAVIS
Eu costumo dirigir durante a
noite. Estações de metrô,
ônibus. Vejo coisas. Pensei
que eu podia ser pago pra
isso.

GERENTE DE RH
Năo precisamos de
desajustados aqui, filho.
 BERTIE
Eu recebi de Sua Majestade o R-R-
R-E-E...

(NOTA: Para facilitar a leitura, a gagueira de Bertie deixará

de ser indicada no roteiro.)
 MICHELLE
(em francês; legendado)
Eu cuspo no seu nome. Eu cuspo no
túmulo da sua mãe. Eu cuspo no
seu livro.
.

Um jato de saliva voa.

JEAN-PIERRE
(em francês)
Vou arrancar seu pescoço, mon
alouette.
.

NOTA: O diálogo dessa cena é falado em

francês com legenda em português. GOVERNADOR
General, estamos diante de um
dilema. A Avenida República não
está em condições de suportar a
multidão que se espera. Você tem
alternativas?
.
 LUÍSA
Rogério, já marquei sua
circuncisão! Quem sabe
você vira um homenzinho
depois disso?

LIA E JOÃO
Como assim?
VIVIANE
FOGO! Por aqui, rápido! LIA E JOÃO
(juntos)
Como assim?

LIA E JOÃO
(simultaneamente)
WESLEY Como assim?
Meu nome é Wesley. W-E-S-
L-E-Y.
 TIAGO
Cala a boca, seu desgraçado!
SOLDADOS perfilados no pátio respondem à voz de comando
JOSÉ do Sargento Tainha.
(overlapping) SOLDADOS
Você está louco! Segunda Companhia. Presente!

LIA JOÃO
Nunca fiz. Uma vez REPÓRTERES
Prefeito! /Como responde às
acusações? /O senhor está
abandonando o partido? /
E as acusações de desvio
de dinheiro público,
Prefeito? /O senhor nega?
/Sua esposa comprou mesmo
aquelas joias com o dinheiro
da merenda escolar?
Alfredo digita no celular. As palavras
aparecem na tela do Whatsapp:

ALFREDO
“Não dá, Gui, eles
grampearam meu
telefone”. EXT. VARANDA – NOITE

Alfredo aguarda a resposta, encarando a Rita enxuga os olhos com um lenço de papel. De repente,
tela preta do celular: Victor atravessa a porta. Rita vira-se imediatamente na
sua direção e faz uma expressão de raiva quando vê o
ALFREDO intruso.
“Deixa de caô,
Alfredo”. RITA
Por que você veio?

VICTOR
Eu vim pra--
 RITA
--Eu não quero saber.

Ele a segura em seus braços. Ela suspira.

RITA
Então, por que...
(elevando os lábios)
... você veio aqui?

Os lábios de Victor estão a um milímetro

dos de Rita.

VICTOR
Eu vim aqui pra...

Seu olhar está perdido num vazio, num

assombro.

RITA
Você se esqueceu--

Victor coloca a mão delicadamente sobre a

boca de Rita.

VICTOR
Um beijo seu e eu vou
lembrar porque vim.

Victor e Rita dão um beijo apaixonado.

 BIA
Eu falei setecentas vezes que eu
nasci em 1980.

FUNKEIRO
Valeu. Estamos juntos.

RENATO
Você está brincando....

FUNKEIRO
Valeu. Tamo junto.

RENATO
Cê tá brincando..

Ricardo pressiona o botão de play de sua
secretária eletrônica. Ouve-se um BIP e
então:
MARIA (V.O.)
Ricardo, sou eu Maria.
Lembra? Se estiver aí,
atende, cara!
(pausa)
Estou grávida. Podemos
falar sobre isso?
José está sentado sozinho numa pedra de
onde se vê a imensidão do mar. O sol se
põe.
NARRADOR (V.O.)
O pai de José costumava
trazê-lo a esta pedra
para ver o mar. A cada
volta sua, algo novo
lhe acontecia. Era
inevitável.
Uma TV está ligada num noticiário, em meio à balbúrdia do
bar. Poucos atentam para o que diz o APRESENTADOR.
APRESENTADOR (V.O.)
...A população nas ruas
clama pela destituição do
Presidente do Senado...
Ricardo atende ansioso ao telefone que toca.
RICARDO
Alô!
MARINA (V.O.)
(ao telefone)ou (on
phone)
Até que enfim, Ricardo!
Olha, cara, eu não vou
assumir essa responsa
sozinha, não! Fui
clara?
Eduardo debate-se em meio às ondas imensas do mar bravio.
Suas forças estão-se esvaindo. Agarra-se a algo. Naquele
momento, o ruído de um MOTOR aproxima-se. Tenta, mas não
consegue gritar. Começa a afundar.
 MÃE DE EDUARDO (V.O.)
Eduardo! Acorda! Você
está atrasado
pra escola, menino!

Ela olha ligeiramente desdenhosa. Mas também entediada, como

se tivesse desistido de esperar algo mais há muito tempo.
INT. QUARTO PRINCIPAL – DIA Lester
Eu continuo tentando
O quarto está vazio. arrumar essa coisa.

NOAH Ele sorri, tentando aliviar o momento, mas a expressão de

Martin? Vamos lá, Carolyn não muda. Ela abre a porta e ocupa o assento do
camarada, isso não é motorista. Jane toma o assento do passageiro, e Lester sobe
engraçado. Todo mundo na parte de trás. O Mercedes-Benz ML320 começa lentamente a
está esperando você. se movimentar para fora da entrada de automóveis.
Para fora da entrada de automóveis.
NOAH (V.O.)
O que exatamente você LESTER (V.O.)
quer saber? Essa é a minha família
... e isso é
HOMEM (V.O.) minha vida.
Qualquer coisa que você (risos)
ache relevante. Você pode pensar que eu
não iria
sentir muita falta
disto...
 MARIA
O que ele falou?
(balançando a cabeça)
Ah, obrigada por me INT. COZINHA DE SUZANA – NOITE
contar.
Suzana caminha nervosamente de um lado
para o outro. Ela pega o celular sobre a
bancada da pia, desbloqueia o aparelho e
chama um dos contatos.

MARIA INT. CARRO DE FELIPE – NOITE

O que ele falou?
Felipe dirige sob a chuva e parece
JOÃO (V.O.) deprimido. O celular toca.
(ao telefone)ou (on
phone) INTERCUT – CONVERSA PELO TELEFONE
Que você é tão fofa
quanto um ursinho de SUZANA
pelúcia. Volta!

MARIA
Ah, obrigada por me
contar.
 FELIPE INT. CADILLAC DE BO DIETL - NOITE (VERÃO DE 1995)
O quê? Agora?
Bo Dietl fala ao celular.
SUZANA
É, por favor.
BO DIETL
FELIPE Eu preciso falar
Me dá um bom motivo com você, mas não
pra voltar. nesse telefone.

SUZANA INTERCUT JORDAN E BO

Você esqueceu a panela
le creuset que a sua JORDAN
mãe te deu. Por que, o que--

FELIPE BO DIETL
Nossa... Vou voltar Sai de casa agora e me
agora. liga de um telefone
público, está me
ouvindo?

ROGÉRIO, 35 anos, está sentado diante
da TV. Nos ouvidos, os fones, em suas
mãos, o controle do videogame. Os olhos
fixos na tela onde os personagens se
ferem e se matam a facadas.
LUÍSA (O.S.)
Rogério, já marquei
sua circuncisão! Quem
sabe você vira um
homenzinho depois
disso?
A batalha na TV diante dos olhos de
Rogério segue infernal.
Luísa, rindo, entra em quadro. Traz um
copo de suco e o coloca na mesa em
frente a Rogério, que mal se dá conta
de sua presença.
BIRDMAN (O.S.)
Você faz eles pularem,
rirem, chorarem,
cagarem nas calças...
Tudo o que você
precisa fazer é
estalar os dedos e...
Riggan estala os dedos, uma vez, duas vezes, e o
banco de repente explode. O som é tão alto que
parece pertencer a outro filme. A terra treme.
Pessoas correm. Poeira por toda parte. Fogo. Uma
câmera instável retorna a Birdman.
 ANA
Então, por que você veio aqui?
(elevando as sobrancelhas)

ÁLVARO
O que você quer?
(Samuel saca uma arma)
ANA
Não atire!
Então...
(elevando as sobrancelhas)
... por que você veio aqui?

ÁLVARO
O que você quer?

Samuel saca uma arma.

VICENTE
(para Tiago)
ÁLVARO
Não você, seu idiota.
Não atire!
 LAURA
(séria, mas continuando
a brincadeira)
LAURA Bem vamos ver. Tem você. O
(sussurrando) Jake. Aquele massagista
Minha menstruação está usou preservativo, então...
atrasada há dois Sim, é seu... Idiota.
meses.
(um beat)
Eu acho que está
acontecendo dessa vez.

Riggan para. Silêncio.

Um sorriso sutil irrompe quase imperceptivelmente dos
LAURA (CONT’D) lábios de Travis

Isso é bom ou ruim?

(olhando fixamente)
Riggan...?

RIGGAN
É bom. É ótimo.
(brincando)
Você tem certeza que é
meu?
 TRAVIS
Quem mais aqui é capaz de DIÁLOGOS
cruzar o Bronx e o Harlem à
noite?

GERENTE DE RH
Você quer trabalhar por lá de
madrugada?

TRAVIS
Eu trabalho em qualquer lugar,
a qualquer hora. Eu sei que eu
não posso exigir muito.

GERENTE DE RH
(pensativo)
Como está sua carteira de
habilitação?

TRAVIS
Limpa. Muito limpa.
(pausa, um sorriso sutil)
Tão limpa quanto a minha
consciência.
proporcionar