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11/09/2007 - DECRETO PREVE TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA


MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NAS COMPRAS PUBLICAS

Foi publicado no dia 6 de setembro, no Diário Oficial da União, o Decreto


Presidencial N° 6.204 que regulamenta o tratamento favorecido, diferenciado e
simplificado às micro e pequenas empresas (MPE's) nas contratações públicas da
Administração Pública Federal. O decreto regulamenta o capítulo 5º da Lei Geral
das Micro e Pequenas Empresas.

Para o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do


Planejamento, Rogério Santanna, as medidas do Decreto vão contribuir para a
ampliação da participação das micro e pequenas empresas nas compras do
Governo.

Entre as principais implementações está a determinação para que os órgãos


públicos federais realizem licitações exclusivas para as MPE's nas contratações no
valor de até R$ 80 mil. O decreto também regulamenta a possibilidade de reservar
até 25% do valor das licitações de bens e serviços divisíveis em lote para as MPE's.
A medida busca viabilizar a ocupação de espaços no mercado ocupado
majoritariamente por empresas de grande porte.

Outra inovação regulamentada por esse decreto é a preferência para micro e


pequenas empresas quando houver empate em licitações do tipo menor preço. Elas
terão prioridade quando suas propostas forem iguais ou até 10% superiores à
proposta classificada em primeiro lugar. No pregão esse índice será de até 5%. Em
caso de equivalência nos valores apresentados pelas MPE's, será realizado sorteio
para definir quem poderá apresentar nova proposta.

Para licitações de valores superiores a R$ 80 mil, os órgãos também poderão exigir


a subcontratação de micro e pequenas empresas. Esse percentual será obrigatório
até 30% do valor da licitação. Percentuais superiores poderão ser solicitados pelos
órgãos públicos no edital, mas não terão caráter de obrigatoriedade. Essa medida
visa possibilitar a participação desse segmento nas contratações de grande vulto
firmadas junto a grandes empresas, como por exemplo obras de engenharia.

A empresa contratada será responsável pela padronização, compatibilidade,


gerenciamento centralizado e qualidade da subcontração. Porém, o pagamento pelo
fornecimento dos bens, serviços ou obras às empresas subcontratadas (MPE's) será
feito diretamente pelo Governo.

Tanto essa medida quanto a subcontratação e a contratação exclusiva até R$ 80 mil


somente são aplicáveis quando concorrerem na licitação no mínimo três micro e
pequenas empresas. Essas deverão estar sediadas local ou regionalmente em
relação à sede do órgão contratante.

Essas medidas têm o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social


nos âmbitos municipal e regional, ampliar a eficiência das políticas públicas e
incentivar a inovação tecnológica.

O decreto 6.204 também flexibiliza as exigências relativas à comprovação de


regularidade fiscal que passará a ser exigida das MPE's no momento do contrato
com a Administração. Atualmente, a regularidade fiscal é necessária para
participar dos processos licitatórios, com exceção do pregão eletrônico que já adota
esta prática.

Se a micro e pequena empresa tiver alguma restrição na comprovação de sua


regularidade fiscal, terá até quatro dias úteis para a regularização sem a perda de
contrato de fornecimento com o Governo.

As determinações entram em vigor após 30 dias da data de sua publicação e valem


para os órgãos da Administração Federal Direta, Autarquias e Fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União.

Crescimento da participação

No primeiro semestre de 2007, as MPE's responderam por 38% dos itens de bens e
serviços fornecidos e por cerca de 6% do valor das compras do Governo Federal.

Entre os materiais mais fornecidos pelo segmento estão livros e folhetos, carnes,
aves e peixes, equipamentos e artigos de laboratório, bem como serviços de
manutenção industrial e estudos e projetos.

"Nossa expectativa é superar o limite de participação das micro e pequenas


empresas no PIB Nacional que hoje é da ordem de 20%.", projetou Santanna.
"Evidentemente não se conseguirá isso no primeiro ano, mas a tendência é que esse
número cresça gradualmente." Ele destacou que a forma mais barata de gerar
empregos é estimular a economia das MPE's que empregam mais 50% da mão-de-
obra formal no país.
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