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CURSO DE

REFRIGERAÇÃO E AR
CONDICIONADO
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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

O QUE É REFRIGERA-
ÇÃO?
A refrigeração é o processo de reduzir a tempe-
ratura de um corpo ou espaço determinado tiran-
do uma parte do seu calor natural.
Não se deve confundir refrigeração com esfria- Sólido Líquido Gasoso
mento. Se um corpo quente toma a temperatura
do ambiente onde ele se encontra, isso é consi-
derado como esfriamento. tura com valores inferiores aos 18 ºC negativos.
A refrigeração consiste em tirar o calor de um Antes de entrar no assunto “Refrigeração” é
corpo, até que sua temperatura seja inferior à do necessário ter alguns conhecimentos prévios que
ambiente. veremos a seguir.
Há muitos anos, os homens têm tentado esfriar
os corpos a temperaturas inferiores à do ambien-
te. Os primeiros testes ficaram limitados a redu- CONSTITUIÇÃO
zir a temperatura uns poucos graus, apenas. Os
alimentos e os líquidos eram guardados em po- DA MATÉRIA
rões para não serem afetados pela temperatura
ambiente. Todos os corpos estão compostos por partícu-
Em outros lugares, a neve e o gelo eram utiliza- las muito pequenas, chamadas de “moléculas”.
dos no verão, para conservar alimentos e esfriar Elas se mantém unidas umas com as outras
bebidas. como resultado de uma força interna.
Em épocas recentes, o gelo era utilizado em Tem se comprovado que a concentração das
conservadoras feitas de madeira e dessa manei- moléculas é maior nos sólidos e nos líquidos do
ra, os alimentos e outros produtos eram manti- que nos gases, porém, sempre entre elas, há um
dos longe da temperatura ambiente. espaço que permite o seu livre movimento.
Ainda hoje, o gelo é utilizado em alguns lares, Isto quer dizer que as moléculas de um corpo
porém, apresenta o problema de não poder man- qualquer estão constantemente em movimento,
ter uma temperatura uniforme no interior, do que e sua velocidade depende da substância de que
passou a ser chamado de geladeira. É bom lem- está formado, da sua temperatura e de seu esta-
brar daqueles móveis de madeira maciça onde do físico.
em sua parte superior era introduzida uma barra
de gelo e pela parte inferior, por meio de uma
torneira, era retirada a água, produto da troca ESTADODOSCORPOS
de calor.
A invenção e o aperfeiçoamento da geladeira Os corpos se apresentam na natureza em três
permitiu obter uma solução às necessidades, de estados físicos: sólido, líquido e gasoso.
forma cômoda, eficiente e econômica, tanto no SÓLIDOS: Caracterizam-se por ter forma própria
lar como nos locais comerciais. e volume determinado. São de elevada densida-
A principal razão para empregar a refrigeração de, e como exemplo podemos nomear: o ferro, a
é a conservação dos alimentos, tais como a car- madeira, a pedra, etc.
ne, as frutas, etc., que se estragam rapidamente, LÍQUIDOS: Têm um volume determinado, porém
ao estar em contato com a temperatura ambien- a sua forma é a do recipiente que o recebe.
te. Sua densidade é, geralmente, inferior à dos
A moderna geladeira pode ter sua temperatura sólidos e pode-se dar como exemplo: água, óleo,
ajustada de acordo com o alimento que deve ser etc.
conservado, e inclusive, poder ter sua tempera- GASES: Não têm volume nem forma fixa. São de

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muito baixa densidade e como exemplo se pode fórmula:


mencionar o próprio ar, o oxigênio, etc.
ºF = 9/5 (ºC) + 32
TEMPERATURA Do mesmo jeito, para levar graus Fahrenheit
para graus Celsius, se aplica a seguinte fórmula:
A temperatura é medida com um instrumento
chamado termômetro. Ele é composto de um tubo ºC = 5/9 (ºF – 32)
capilar de paredes muito grossas e na sua parte
inferior, possui uma espécie de bulbo cheio de
álcool ou mercúrio. ESTADO FÍSICO DOS CORPOS
Existem duas escalas básicas de temperatura:
Centígrados ou Celsius e Fahrenheit. Os corpos podem mudar o seu estado físico,
Elas são as mais empregadas no estudo da re- aquecendo-se ou esfriando-se.
frigeração. VAPORIZAÇÃO: É a troca do estado líquido ao
gasoso, com produção de vapor em toda sua mas-
sa.
ESCALACELSIUS Exemplo: água transformada em vapor quando
é aquecida. Sempre à mesma temperatura
É a mais empregada e o seu uso é científico e (100ºC).
diário. O zero da escala corresponde à tempera- EVAPORAÇÃO: É a passagem do estado líquido
tura de congelamento da água e o ponto de ebu- ao gasoso. A formação de vapor é produzida de-
lição da mesma, corresponde ao valor 100 graus. vagar e somente na superfície do líquido.
A distância entre ambas as marcas é dividida Exemplo: água num recipiente ao ar livre, ela
em cem partes iguais e cada uma delas corres- evapora depois de um tempo.
ponde a um grau Celsius. CONDENSAÇÃO: É o processo inverso ao de
vaporização. Como exemplo temos o vapor de
água sobre a superfície fria de um espelho.
ESCALAFAHRENHEIT FUSÃO: É a passagem do estado sólido ao lí-
quido. Como exemplo serve o gelo ao começar a
Nesta escala, a temperatura de congelamento se derreter.
da água corresponde ao valor 32 e o ponto de SOLIDIFICAÇÃO: É o processo inverso ao de
ebulição aos 212 graus. Entre os números 32 e fusão, ou seja, quando o água é submetida a bai-
212, a escala é dividida em 180 partes ou graus xa temperatura, vira gelo.
e cada um deles é chamado de grau Fahrenheit.
O zero desta escala é determinado por uma mis-
tura de gelo, cloreto de sódio e amoníaco.
Para fazer a conversão de graus Centígrados
para graus Fahrenheit, é necessária a seguinte

SOLIDIFICAÇÃO CONDENSAÇÃO

SÓLIDO LÍQUIDO GÁS


FUSÃO VAPORIZAÇÃO

SUBLIMAÇÃO

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SUBLIMAÇÃO: Quando um corpo passa direta- Isto significa que o corpo que tem mais ener-
mente, do estado sólido ao gasoso, sem passar gia, transfere parte desta para o corpo que tem
pelo estado líquido. São exemplos: o gelo seco, menos, ou seja, que está mais frio.
a naftalina, etc.
TRANSMISSÃO DO CALOR
CALOR E FRIO
Há formas ou maneiras de transmitir o calor:
O calor é uma forma de energia que se transmi- por radiação, por convecção e por condução.
te de um corpo para outro.
A principal fonte de calor é o Sol, porém se pode RADIAÇÃO: Ela se manifesta pelos raios ou on-
produzir calor por combustão, fricção, eletricida- das de calor que envia o sol através do espaço.
de, reações químicas ou por compressão, no caso Pode haver radiação desde uma lareira, uma lâm-
dos gases. pada ou outro elemento muito quente, pois os
Pode-se definir o calor como um movimento raios caloríficos são muito semelhantes aos rai-
molecular e quanto mais enérgico ele for, maior os luminosos.
será o calor liberado ou gerado. Também podemos definir a radiação como a
Quando o calor é retirado de um corpo, o seu transmissão de calor através de substâncias in-
movimento molecular diminui, até sumir totalmen- termediárias, sem que elas sejam aquecidas. Os
te. Este fato ocorre aos 273º C negativos. Pode- raios solares, ao passar pelo ar, não o aquecem
se dizer então que, todo corpo que possui tempe- mas esquentam os objetos que se localizam ao
ratura superior a esta, tem calor. final de seu trajeto.
Pelo que foi exposto, pode-se dizer que como o
calor é uma fonte de energia, o frio não existe, CONVECÇÃO: Esta forma de transmissão de ca-
ou seja, que frio é a ausência de calor e a refri- lor consiste na transferência de energia de um
geração ou esfriamento de um corpo, é o proces- lugar para outro, devido ao movimento ou circu-
so que retira o calor desse corpo. lação do ar, água ou gases quentes.
Os termos, frio e calor, são expressões indefini- Esta circulação pode ser produzida de forma
das e só podem ser determinadas comparativa- natural ou artificial.
mente. Exemplos disso são: a geração de correntes de
Como exemplo e observando a figura da pági- ar em torno de um corpo quente, com um ventila-
na, o recipiente 2 deverá estar mais quente que dor ou um fluxo de água. Esse líquido deverá ser
o número 1, se primeiro tocamos este último. Da o agente transmissor do calor. Outro exemplo
mesma maneira, o número 2 deverá estar mais pode ser um secador de cabelo, pois o calor que
frio que o número 3 se tocamos neste, antes do ele produz é transferido para o exterior por uma
número 2. corrente de ar forçada.
Lembre-se que o calor sempre se transmite do
corpo mais quente para o mais frio.

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CONDUÇÃO: É a transferência de calor através


de um corpo sólido. Se temos uma vareta metáli-
ca e ela é aquecida, o calor passa, por condu-
ção, ao outro extremo da vareta.
O mesmo fenômeno de condução de calor pode
ser verificado numa panela colocada em cima da
chama do fogão.
Lembre-se que os metais são bons condutores
do calor, enquanto outros materiais têm qualida-
des totalmente opostas, ou seja, são bons isolan-
tes.
DIFERENÇA ENTRE CALOR E
TEMPERATURA
Calor e temperatura são freqüentemente con-
fundidos, porém eles são totalmente diferentes.
A temperatura se refere ao quanto está quente
um corpo, mas não mede a quantidade de calor
que ele contém. A mudança da temperatura de
um corpo é a medida de quantidade de calor que
ele ganhou ou perdeu.
Serve como exemplo: se aplicamos a mesma
quantidade de calor em dois pedaços de metal O calor irradiado pela chama se sente na mão
de diferente tamanho, a peça menor obterá uma (calor sensível).
temperatura maior que a peça maior, no mesmo
tempo.
rio para aumentar, um grau Centígrado, uma gra-
CALOR SENSÍVEL ma de água, ou seja, que a grama/caloria é mil
vezes menor que a kilocaloria.
Quando o calor pode ser “sentido” pelos nos- Com a finalidade de deixar clara futuras inter-
sos sentidos e também pode ser medido por al- pretações, simplesmente “caloria” (com minús-
gum instrumento, ele é chamado de calor sensí- cula) é utilizada em ensaios de laboratório e a
vel. Kilocaloria ou Caloria (com maiúscula) é realmen-
Por exemplo: se é aquecida água sobre uma te utilizada na prática. A unidade de medida de
chama, podemos sentir o aumento de temperatu- calor, no sistema inglês, é a Unidade Térmica Bri-
ra, se a nossa mão é colocada em seu interior. tânica, ou B.T.U.
Quando é aumentada a temperatura de um líqui- Ela representa a quantidade de calor necessá-
do ou de um corpo qualquer, se diz que eles es- ria para aumentar a temperatura de uma libra de
tão absorvendo calor sensível. água, em um grau Fahrenheit.
Da mesma maneira, se o corpo ou líquido tem a A Caloria equivale a 3,9 B.T.U. e para poder fa-
sua temperatura diminuída, o calor que eles irra- zer o cálculo mental e rápido, considere que:
diam, é calor sensível. Caloria = 4 x B.T.U.
B.T.U. = Caloria / 4
CALORIAS E KILOCALORIAS Outro termo muito empregado para determinar
A unidade utilizada para medir o calor é a Calo- a capacidade frigorífica é a tonelada de refrige-
ria ou Kilocaloria. Esse valor representa o calor ração (TON). Este valor representa a quantidade
necessário para que um litro de água tenha sua de calor necessário para a fusão de uma tonela-
temperatura aumentada em um grau Centígrado. da de gelo durante um período de 24 horas.
Como esta unidade é muito grande, geralmente A equivalência entre kilocaloria, B.T.U. e TON
é utilizada a Pequena Caloria, conhecida como é:
Grama Caloria e que consiste no calor necessá- 1 TON = 3.024 Kcal = 12.000 B.T.U.

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CALOR ESPECÍFICO Ce = calor específico do corpo ou substância


P = peso do corpo, em quilogramas
Este nome é dado à quantidade de calorias t – t´ = diferença de temperaturas, inicial e fi-
necessárias para que um quilograma de uma subs- nal.
tância qualquer aumente ou diminua, sua tempe-
ratura em um grau Centígrado. Exemplo:
Toma-se como referência o calor específico Se deseja aumentar a temperatura de 2 quilo-
d'água, que é 1, pois para aumentar um grau Cen- gramas de álcool, de 18º para 23º C. Conhece-
tígrado a temperatura de um quilograma desse mos o seu calor específico, que é de 0,6.
líquido, é necessária uma Caloria. Utilizando a fórmula anterior, temos:
Se conhecemos a temperatura de uma substân-
cia, em graus Centígrados, seu calor específico Q = 0,6 x 2 x (23 – 18) = 1,2 x 5 = 6 Calorias ou
e seu peso, em quilogramas, é muito fácil deter- kilocalorias
minar a quantidade de calorias que se deve adi-
cionar, ou retirar, dessa substância, para produ- CALOR LATENTE
zir o respectivo acréscimo ou diminuição de sua
temperatura. Este termo considera a quantidade de calor
necessária para trocar ou mudar o estado físico
Para poder realizar este cálculo, usamos a se- de uma substância, do estado sólido ao líquido
guinte fórmula: ou do estado líquido para o gasoso, sem variar a
temperatura da substância. Para transformar um
Q = Ce x p x (t-t´) quilograma de gelo, que encontra-se a zero grau,
Onde: em um quilo de água, sempre à mesma tempera-
tura, são necessárias 80 Calorias.
Q = quantidade de calor retirado ou adiciona- Dito de outra maneira, para transformar um só-
do numa substância lido n um líquido, sem modificar a sua temperatu-
ra, é necessária uma quantidade de calor espe-
cífica.

A TEMPERATURA
NÃO VARIA

537 Kcal = CALOR


LATENTE DE
VAPORIZAÇÂO

Durante a troca de estado, a temperatura não pode variar.

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Algo similar ocorre quando se quer transformar atmosfera = 1,033 kg/cm2, porém para fins prá-
um líquido em vapor. ticos:
Por exemplo, para transformar um quilo de água
a 100º C em vapor, mantendo-se a mesma tempe- 1 atm = 1 kg/cm2.
ratura, é necessária a quantidade de 537 Calori-
as. No sistema inglês, a unidade de pressão mais
Lembre-se que no exemplo anterior, era neces- utilizada é a libra por polegada quadrada.
sária uma Caloria para aumentar um grau Centí- Sua equivalência entre essas unidades é:
grado, um quilo de água, sendo que agora, para
que a mesma quantidade de água seja transfor- 1 lb/pol2 = 0,07 kg/cm2
mada em vapor, é necessária uma quantidade de 1 kg/cm2 = 14,2 lb/pol2
calor, 500 vezes superior.
Para poder medir a pressão atmosférica é utili-
PRESSÃO zado um simples dispositivo que consiste de um
tubo de ensaio e um pires. O diâmetro do tubo de
Todo corpo exerce seu próprio peso sobre o ensaio corresponde à área de 1 cm 2, ele deve
local onde se encontra apoiado, ou seja, ele está estar cheio de mercúrio (Hg) e logo, tampando
exercendo uma pressão. Nos sólidos, a pressão sua abertura deve ser virado sobre o pires, que
manifesta-se como o seu próprio peso, ou seja, também deve estar cheio de mercúrio.
para abaixo. Nos líquidos, essa pressão é exerci- O extremo inferior do tubo de ensaio, que ago-
da contra as paredes do recipiente que o con- ra está para cima, apresenta um espaço não pre-
tem e nos gases, em todas as direções. enchido com o metal líquido, pois o nível do mer-
Nosso planeta está rodeado por uma capa de cúrio desce até uma certa altura. Esse espaço,
ar, que da mesma maneira que qualquer tipo de determinado entre a superfície do mercúrio e o
corpo, exerce pressão sobre a Terra. fundo do tubo é um vácuo perfeito e a altura da
Se tomamos uma coluna de ar de um centíme- superfície de mercúrio do pires e a que ficou no
tro quadrado de base e que tenha de altura, o interior do tubo é sempre constante e mede 760
comprimento da capa atmosférica, essa coluna milímetros.
tem um peso de 1.033 gramas, no nível do mar. Esta experiência foi feita pelo físico Evangelis-
Esse valor é considerado como a pressão at- ta Torricelli, ele determinou que numa coluna de
mosférica normal (1,033 kg/cm2) e é usado como um centímetro quadrado de seção e cuja altura
unidade de medida da pressão ou Atmosfera. é igual à da capa atmosférica, tem o mesmo peso
Para resumir, no sistema internacional (SI), uma que uma coluna de mercúrio de um centímetro
quadrado de área e 760 mm de altura, ou seja,
1.033 gramas.

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COLUNA DE AR DE 1
cm2 de BASE

VÁCUO

MERCÚRIO
TERRA

PRESSÃO
ATMOSFÉRICA

PRESSÃO DA
CAPA
ATMOSFERA SOBRE
ATMOSFÉRICA
A TERRA
EXPERIÊNCIA DE TORRICELLI PRESSÃO ATMOSFÉRICA

VÁCUO mesma temos a mesma pressão que na parte ex-


terna, ou seja, a atmosférica.
Com o conceito de pressão já bem definido e Se com uma bomba, conectada no extremo li-
conhecendo a forma de medir a pressão atmosfé- vre da lata, tratamos de retirar o ar que se en-
rica, podemos passar agora a considerar o que é contra em seu interior, a pressão começará a ser
vácuo. reduzida.
Denominamos vácuo àquela pressão inferior à Isto pode ser verificado porque a pressão ex-
atmosférica ou seja, inferior a: terna ou atmosférica, passa a ser superior à do
1 kg/cm 2 interior e ela será tão forte que, como uma força
invisível começará a esmagar as paredes da lata,
Ela é conhecida também como pressão negati- deixando ela totalmente deformada.
va ou depressão. Se retiramos todo o ar que existe no interior de
Como exemplo consideremos uma lata aberta um vidro, podemos dizer que foi obtido o denomi-
num extremo, ou seja, que na parte interna da nado “vácuo total”

BOMBA DE
VÁCUO

ÓLEO

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PRESSÃO RELATIVA final, a pressão atmosférica.


E PRESSÃO ABSOLUTA Por exemplo, se a câmara A começa a receber
ar ou um líquido sob pressão, o diafragma come-
A pressão relativa ou barométrica, é obtida atra- çará a deformar-se, em conseqüência da maior
vés de manômetros ou outros instrumentos espe- pressão exercida sobre a face direita do diafrag-
cialmente desenhados para medir pressões. ma. Como o diafragma está conectado ao pontei-
Estes instrumentos funcionam de acordo com ro por meio do mecanismo, ele se moverá num
o seguinte princípio: considere uma câmara divi- certo ângulo sobre a escala e indicará o valor da
dida, por um diafragma, em duas partes e cada diferença de pressões. Neste caso, a pressão in-
uma delas conectada com a pressão atmosféri- dicada é 2 kg/cm2 e ela é relativa à pressão en-
ca. contrada na câmara B.
O diafragma suporta em ambos os lados a mes- A pressão absoluta é o resultado da soma de
ma pressão, permanecendo assim, numa posição ambas pressões, ou seja, a pressão indicada mais
conhecida como de repouso, conforme pode ser a atmosférica (2 kg/cm2 + 1,033 kg/cm2 = 3,033
visto na figura. kg/cm 2 ).
Por meio de um mecanismo simples, o diafrag- Para poder indicar que essa pressão é inferior
ma é conectado com um ponteiro que se move à atmosférica (vácuo) antes do valor indicado é
sobre uma escala graduada. colocado o sinal de negativo (-). Se na escala
Quando o diafragma se encontra em repouso, o obtemos o valor – 0,5 kg/cm2, isto significa que
ponteiro indica zero. a pressão indicada é inferior à atmosférica em
Esse valor é relativo, pois a pressão em ambas 0,5 kg/cm 2.
as câmaras é igual à pressão absoluta, que é, no Utilizando o mesmo pensamento, se o valor in-
dicado for –1,033 kg/cm2, teríamos o vácuo to-
tal.

PRESSÃO PRESSÃO
ATMOSFÉRICA ATMOSFÉRICA

AR SOB PRESSÃO
PRESSÃO
SUPERIOR À ATMOSFÉRICA
ATMOSFÉRICA
(2 KG/cm2)

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MANÔMETROS
PARAFUSO BATENTE
Na prática, a medição das pressões é obtida
com o denominado manômetro de Bourdon. Ele PARAFUSO DE
tem um tubo com forma de arco e sua seção trans- REGULAGEM
versal é oval.
Esse tubo é fechado num extremo, e o outro
está conectado à fonte de pressão que devemos
medir. Quando o tubo recebe ar ou líquido sob
pressão, a força por ele recebida força o estira-
mento do tubo. Esse movimento é transmitido ao
ponteiro através de um mecanismo de engrena-
gens. TUBO
É importante indicar que a leitura do manôme- BOURDON
tro é uma diferença entre a pressão existente em
seu interior e a que existe no exterior, ou seja, a
atmosférica. Os manômetros comuns indicam ENGRE-
pressões superiores à atmosférica. NAGENS
Os manômetros, geralmente têm duas escalas
no mesmo visor. SETOR
Uma delas está dividida em kg/cm 2 e a outra, ENTRADA DE
em lb/pol2 ou p.s.i. PRESSÃO
Na figura pode-se observar um destes manôme-
tros assim como também, uma escala que permi-
te a conversão entre ambos os sistemas.
A tabela foi feita tomando como base que:

1 kg/cm2 = 14,7 lb/pol2

GRÁFICO DE CONVERSÕES
DE PRESSÕES RELATIVAS

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VACUÔMETROS
Gráfico de conversão
São instrumentos que têm o de polegadas p/ mm de
mesmo fundamento que o ma- mercúrio
nômetro, porém indicam pres-
sões inferiores à atmosférica.
A escala destes instrumentos
é em milímetros de mercúrio
(mm.Hg) e no sistema inglês,
em polegada de mercúrio.
Lembrando que a pressão
atmosférica é de 760 mm ou
76 cm de mercúrio, no siste-
ma inglês, o seu valor corres- cm
pondente é de 29,92 polega- o
das de mercúrio.
Polegadas

MANÔMETRO/VACUÔMETRO las encontram-se mais afastadas entre si, e sua


vaporização será obtida com temperaturas infe-
Pode ser utilizado este tipo de instrumento pois riores.
o seu zero é colocado numa posição neutra. Des- Como simples exemplo, considere que você tem
te modo, se o ponteiro dirige-se para a esquerda, que subir uma escada, e isso consome uma quan-
considera-se que mede uma sucção e se ele se tidade de trabalho, se sobre o nosso corpo te-
movimenta à direita, o valor indicado é positivo. mos um saco com 50 Kg, o nosso esforço será
maior ainda.
Podemos adotar a seguinte regra:
EFEITOS DA PRESSÃO SOBRE A VA- "Quanto mais elevada for a pressão que atua
sobre um líquido qualquer, mais alto será o seu
PORIZAÇÃO DOS LÍQUIDOS ponto de ebulição."
Conforme foi visto anteriormente, a água ferve
a 100º C ao nível do mar. Porém se tentamos fer-
ver água num local fechado, onde a pressão seja
superior à atmosférica, será necessária uma tem-
peratura superior aos 100º C para obter o seu
ponto de ebulição.
Se temos um líquido contido num vidro, com
pressão inferior à atmosférica, a água começará
a ferver a menos de 100º C.
Este fenômeno se deve a que num corpo, sob
uma pressão elevada, as suas moléculas se com-
primem e a distância entre elas é menor. Por isso,
para conseguir vaporizá-lo, é necessária uma
maior quantidade de calor que em condições
normais.
Do mesmo modo, se o líquido está submetido a
uma pressão inferior à atmosférica, as molécu-

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REFRIGERAÇÃO
PRINCÍPIO ponto de ebulição inferior ao dela, e desta ma-
Na lição anterior, foi visto que para que um cor- neira, sua evaporação ocorre com maior facilida-
po, em estado líquido, passe para o estado ga- de.
soso é necessário adicionar uma determinada Geralmente, nestes processos de refrigeração
quantidade de calor. utilizam-se produtos químicos com o seu ponto
Como exemplo, tínhamos um vidro com água de ebulição a uma temperatura inferior ao zero
que era aquecida e se obtinha a vaporização do grau, ou seja que, à temperatura ambiente, eles
líquido. Na evaporação acontece o mesmo, ou estão em estado volátil e sem condições de es-
seja, que o líquido tem que ser aquecido para friar o meio que o rodeia. Um produto que pode
que possa se evaporar. O calor necessário é to- ser tomado como exemplo é o anídrido sulfuro-
mado do meio ambiente. so com o seu ponto de ebulição a 10º C negati-
vos (-10º C).
Colocamos uma pequena quantidade desse pro-
duto num tubo de ensaio ou vidro, e depois colo-
REFRIGERAÇÃOPOREVAPORAÇÃO camos esse recipiente na água. O calor contido
NATURAL na água será transferido às paredes do tubo e
Um exemplo elementar deste tipo de refrigera- depois será absorvido pelo anídrido sulfuroso,
ção é a seguinte: se molharmos as nossas mãos que passará do estado líquido para o gasoso. O
e as colocarmos numa corrente de ar, sentire- resultado imediato é a formação de gelo ao re-
mos uma sensação fria nelas. Isto se deve a que dor do tubo, e o resto da água terá sua tempera-
a água começa a evaporar-se e para isto, neces- tura diminuída, por convecção.
sita calor. O calor é retirado da própria mão e
como conseqüência, diminui sua temperatura. REFRIGERAÇÃO POR GELO
Este método elementar de diminuir a tempera- Este sistema é muito conhecido por todos nós
tura de um corpo abaixo da temperatura ambien- e sem dúvida nenhuma, foi o sistema mais utili-
te, é conhecida como “Refrigeração por evapo- zado há muitos anos atrás. Um quilograma de
ração natural”. gelo, para derreter totalmente, necessita absor-
A evaporação de um líquido pode ser feita sob ver 80 calorias, ou seja que, com ele pode-se
uma corrente de ar seco, ou também, reduzindo obter um bom efeito frigorífico. Um dos maiores
a pressão que atua sobre o mesmo. problemas deste tipo de refrigeração é que as
Em ambas as situações, a troca do estado lí- temperaturas obtidas não são tão baixas, como
quido para o gasoso, consegue-se com calor. as geradas por outros métodos.
Quase todos os métodos de refrigeração ba- Podemos incrementar o efeito frigorífico utili-
seiam-se no aproveitamento do calor latente de zando gelo simples e junto com ele misturamos
um corpo, para mudar o seu estado físico. cloreto de sódio (sal comum), potássio, cloreto
De acordo com isto, imagine que temos uma de cálcio, etc.
vasilha com água e a embrulhamos com um pano Também pode ser utilizado o gelo seco, que não
úmido. Logo depois, fazemos passar uma corren- é outra coisa que anídrido carbônico solidifica-
te de ar seco sobre o embrulho todo. O resulta- do. O seu ponto de ebulição é de 62º C negati-
do será que o pano começa a secar, ou seja, a vos (-62º C) e no estado sólido, sua temperatura
água se evapora, retirando o calor da própria fica entre – 78º a -80º C.
vasilha e a conseqüência é que a água contida A grande vantagem do gelo seco é que ele pas-
em seu interior, começa a esfriar. sa do estado sólido ao gasoso sem necessida-
Para obter, ainda pelo método de evaporação, de de passar pelo estado líquido. Isto significa
um maior efeito frigorífico, no lugar da água, são que o local onde ele estiver, permanecerá seco.
necessárias outras substâncias que têm o seu Devido a seu pouco peso, ele é utilizado no trans-
porte rodoviário e conservação de sorvetes.

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VAPOR DE
ANÍDRIDO
SULFUROSO
ANÍDRIDO
SULFUROSO LÍQUIDO

ÁGUA
GELO

REFRIGERAÇÃO POR EXPANSÃO te a sua compressão é transmitido ao exterior


através de suas paredes. Quando é aberta a ga-
RÁPIDA DO AR rrafa e o ar comprimido sai, ele expande-se rapi-
Uma das formas mais simples de obter refrige- damente e retira do meio ambiente o calor que o
ração por meios mecânicos é tentando compri- rodeia. Assim se produz o efeito frigorífico ao re-
mir ar no interior de um recipiente e logo depois, dor da saída da garrafa, inclusive a condensação
tirar parte do seu calor. de umidade do ambiente. É semelhante ao que
Este ar comprimido e esfriado, logo depois, acontece com uma lata de spray, etc.
pode ser rapidamente expandido. Quando é liberado o gás ou líquido que sob pres-
Desta maneira, pode-se obter um efeito refri- são, encontra-se no interior de um recipiente,
gerante no meio que rodeia o mesmo. eles esfriam ou até congelam, pois retiram o ca-
Para poder entender isto melhor, ainda é ne- lor dessa área ao se expandir.
cessário conhecer alguns conceitos fundamen- Considerando esses pontos principais, é pos-
tais. sível obter uma boa refrigeração por meios me-
Quando um gás é comprimido, ele tem sua tem- cânicos utilizando os seguintes componentes:
peratura aumentada, ou seja, que ele se aque- um compressor, um cilindro de esfriamento, uma
ce. Como exemplo, lembre-se o que acontece com válvula de controle e uma caixa ou local para co-
a bomba de ar quando enchemos o pneu de uma locar os produtos que desejamos esfriar.
bicicleta. Na figura pode ser observado que o compres-
Do mesmo jeito, é válida a inversa deste prin- sor foi substituído por uma bomba de ar ou cilin-
cípio, ou seja quando temos ar comprimido no dro que contém um pistão e assim pode forne-
interior de uma garrafa, o calor produzido duran- cer ar sob pressão ao cilindro de esfriamento.
Veja que na entrada do cilindro há
uma válvula, para que o ar possa
CAIXA entrar e ter o seu retorno impedi-
CILINDRO DE VÁLVULA do. A válvula de controle permane-
ESFRIAMEN- DE ce fechada até que o ar comprimi-
TO CONTROLE do, e contido no interior do cilindro,
tenha a sua temperatura reduzida.
COMPRESSOR Quando a válvula é aberta, o ar
sob pressão, dirige-se para a caixa
e expande-se rapidamente, reduzin-
do mais ainda a sua temperatura e
esfriando, assim, os produtos que
encontram-se no interior do local.

13
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

REFRIGERAÇÃO PELO SISTEMA DE


COMPRESSÃO GASOSO GASOSO
Do mesmo jeito que a refrigeração com gelo,
o método de compressão baseia-se na utili- COMPRESSOR
zação do calor absorvido por um corpo, du-
rante sua mudança de estado físico.
Queremos deixar claro que não falamos do
calor que absorve um corpo sólido quando ele EVAPORADOR
se transforma em líquido e sim, no calor que
retira um líquido quando vira vapor. Estes sis-
temas de refrigeração usam produtos quími-
cos chamados “refrigerantes” e a sua condi- CONDENSADOR
ção fundamental é que seu ponto de ebuli-
ção é muito inferior à temperatura ambiente,
geralmente, inferior ao zero grau centígrado. DISPOSITIVO DE EXPANSÃO
O sistema de compressão é o mais utiliza-
do nos dias de hoje e sua vantagem principal
é que o líquido, depois da sua vaporização, é LÍQUIDO LÍQUIDO
recuperado, pois a circulação é feita no inte-
rior de um circuito fechado.
Passaremos a descrever o sistema propri-
amente dito e logo depois, veremos cada um dos
seus componentes.
COMPONENTES
Na foto pode ser observado o circuito básico O sistema de compressão tem oito partes fun-
do sistema de compressão. O líquido refrigeran- damentais e elas são: compressor, condensador,
te encontra-se no interior do evaporador e retira dispositivo de expansão, evaporador, interrup-
o calor do local onde ele se encontra e muda seu tor elétrico, motor elétrico, fluido refrigerante e
estado de líquido para vapor. Esses vapores são caixa.
aspirados pelo compressor e fornecidos, sob Freqüentemente somam-se outros acessórios
pressão, para o condensador. Neste componen- para melhorar o funcionamento das geladeiras,
te, ele vira líquido novamente e perde o calor que porém, as partes anteriormente mencionadas,
absorveu. Desta forma, o calor que os alimentos são as fundamentais.
ou objetos tinham e que estavam localizados
perto do evaporador, e o calor gerado pela com- COMPRESSOR
pressão, são descarregados ao meio ambiente. É a parte do equipamento de refrigeração en-
O refrigerante necessário no interior do evapo- carregada de aspirar o refrigerante em estado
rador é fornecido pelo ingresso de mais refrige- gasoso vindo do evaporador, comprimi-lo e logo
rante que vem do condensador, mantendo, des- depois, entregá-lo, sob pressão, ao condensador.
sa maneira, líquido refrigerante no evaporador. O compressor, também, tem a finalidade de for-
Na sua trajetória desde o condensador até o çar o refrigerante líquido a passar do condensa-
evaporador, o refrigerante passa através de um dor até o evaporador. O mais utilizado dos com-
dispositivo de expansão, onde ele perde a sua pressores é o alternativo, porém também há com-
pressão e volta a ter a sua temperatura de vapo- pressores do tipo rotativo.
rização. É assim que o circuito se completa e o Em pequenas geladeiras ou refrigeradores fa-
refrigerante volta a ter condições de absorver miliares, o compressor mais utilizado é de um
calor, novamente. só pistão. Quando temos equipamentos maiores,
é utilizado o compressor de dois pistões, que
proporciona uma marcha suave e sem vibrações.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

DISPOSITIVO DE EXPANSÃO
Na entrada do evaporador encontra-se um ele-
mento muito importante do equipamento de re-
frigeração: o dispositivo de expansão.
Este componente é utilizado para ajustar ou re-
gular a entrada do refrigerante no evaporador,
vindo do condensador. Ao mesmo tempo, esta
válvula reduz a alta pressão que o refrigerante
tem no interior do condensador e a transforma
em baixa pressão no interior do evaporador.

CONDENSADOR
Como seu nome diz, ele condensa ou liqüidifi-
ca o fluido refrigerante.
Essa condensação é feita sempre que a super-
fície do condensador seja suficientemente exten-
sa como para existir troca de calor entre o refri-
gerante e o meio ambiente. COMPRESSOR
Por isso, os condensadores são resfriados por
ar e, em casos muito especiais, por água.
O refrigerante passa por uma serpentina de
cobre ou alumínio, sem costura, e ao longo dela
é fixada uma série de aletas, do mesmo mate-
rial. Isto aumenta a superfície de contato entre o
líquido aquecido e o meio ambiente, dissipando
de forma efetiva o calor. Em equipamentos co-
merciais e alguns industriais, a dissipação do
calor é aumentada colocando um ventilador e
assim, forçando o ar a passar pelo condensador.

EVAPORADOR CONDENSADOR PARA GELADEIRA


Este é outro elemento importante, pois ele é o
encarregado de produzir o efeito frigorífico dese-
jado. Ele consiste numa serpentina, geralmente
metálica, por onde passa o líquido refrigerante,
vindo do dispositivo de expansão, e devido ao
calor contido nos alimentos localizados perto
dele, causa a evaporação do refrigerante.
Sua construção é feita por tubos ou câmaras
que permitem a passagem do refrigerante em seu
interior. Existem vários tipos de evaporadores,
do tipo seco e do tipo inundado.
No caso do evaporador seco, a quantidade de
refrigerante contida no circuito fechado do equi-
pamento de refrigeração, está calculada para que
no interior do evaporador, somente exista gás,
formando, assim, uma espécie de nuvem.
CONDENSADOR PARA
UNIDADE COMERCIAL

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Quando o evaporador é do tipo inundado, a


quantidade de refrigerante é superior à do eva-
porador seco e devido à saturação do interior do
evaporador, só há líquido. O resultado é uma
maior e melhor troca de calor.
Nas geladeiras domésticas são utilizados dois
tipos de evaporador: de tubos formando uma ser-
pentina e de chapa estampada.

INTERRUPTOR ELÉTRICO
É empregado para regular o funcionamento do
compressor. Isto acontece toda vez que a tem-
peratura no interior do refrigerador ou geladeira EVAPORADOR
sobe.
Eles são conhecidos como termostatos ou pres-
sostatos. Seu funcionamento é determinado de
acordo com a temperatura ou a pressão.

MOTOR ELÉTRICO
Ele é o encarregado de mover o compressor. A
potência destes motores fica entre 1/8 a ¼ h.p.,
na geladeira doméstica e de ½ a vários h.p., nas
unidades comerciais e câmaras frigoríficas. No
primeiro caso, os motores são monofásicos e no
segundo, devido a sua potência, trifásicos. INTERRUPTOR ELÉTRICO

FLUIDOREFRIGERANTE
É utilizado para absorver o calor do interior do
compartimento onde se encontram os alimentos
ou produtos que devem ser mantidos refrigera-
dos. Lembre-se que nesse local está o evapora-
dor, por onde passa o refrigerante, resfriando o
local e levando o calor ao compressor, deste
componente, vai para o condensador, e troca
calor com o meio ambiente.
Como vimos até agora pode-se entender que o
fluido refrigerante é o intermediário para a trans-
ferência do calor. Sua propriedade fundamental
é a facilidade de passar do estado líquido ao
gasoso, pois é nesta condição que ele consegue MOTOR ELÉTRICO
receber o calor do interior da geladeira.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

GABINETE
É outro dos componentes importantes de uma
geladeira, pois ele serve para receber os produ-
tos que deverão ser protegidos e mantidos abai-
xo da temperatura ambiente. Para poder cumprir
com esta missão, as suas paredes estão isola-
das por diferentes tipos de materiais e as suas
portas têm dispositivos que garantem o fecha-
mento hermético, evitado assim, que o calor pos-
sa passar através dela.

SISTEMAS DE ALTA
E DE BAIXA PRESSÃO
O sistema de refrigeração por compressão está
dividido em dois circuitos perfeitamente defini-
dos: de alta pressão e de baixa pressão.
Os elementos que formam o circuito de alta
pressão são aqueles que ficam entre a saída do
compressor e o dispositivo de expansão. GABINETE OU CAIXA DA
O circuito de baixa pressão fica entre a saída GELADEIRA DOMÉSTICA
do dispositivo de expansão até a entrada do com-
pressor.

EVAPORADOR

DISPOSITIVO
DE EXPANSÃO

COMPRESSOR

CONDENSADOR
ALTA PRESSÃO

BAIXA PRESSÃO

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

TIPOSDECOMPRESSORES
Atualmente, há três tipos diferentes de com-
pressores. Eles são: aberto, hermético e semi-
hermético.
O compressor ou equipamento aberto, ca-
racteriza-se porque o motor elétrico se encon-
tra conectado ao eixo do compressor, por meio
de um sistema de transmissão de polias e
correias ou conectado diretamente, com uma
conexão flexível.
No primeiro caso, e devido a redução produ-
zida pelo sistema de polia, a velocidade do
compressor fica entre 300 a 400 rotações por
minuto. Já no equipamento com conexão dire-
ta, a velocidade pode atingir as 1.500 r.p.m.
O compressor hermético tem o compressor
e o motor elétrico instalados dentro de uma
esfera metálica, conhecida como bola preta.
COMPRESSOR ABERTO
Possui conexões para o condensador, o eva-
porador, e tubo de serviço.
Geralmente, a velocidade deste tipo de equi-
pamento fica em torno de 2.800 r.p.m.
O objetivo desde tipo de construção é reduzir
o volume e o espaço necessário para a sua
instalação, assim como também, minimizar a
possibilidade de vazamento de refrigerante ao
eliminar várias conexões.
O grande inconveniente deste tipo de com-
pressor é que são descartáveis, pois, sua re-
cuperação se torna inviável devido ao fato de
serem soldados hermeticamente. COMPRESSOR
Alguns compressores e motores são insta- HERMÉTICO OU
lados num suporte que mantêm o alinhamen- BOLA PRETA
to desses componentes, uma placa instala-
da sobre eles, garante a sua manutenção.
Este tipo de equipamento é conhecido como
semi-hermético.

UNIDADECONDENSADORA
Quando se trata de unidade de refrigeração
comercial, o conjunto formado pelo compres-
sor e o motor elétrico, que pode ser aberto,
hermético ou semi-hermético, o condensador,
o seu ventilador e o reservatório do líquido
refrigerante, são instalados sobre uma base
metálica rígida. O conjunto assim formado é
chamado de unidade condensadora e ela é
instalada, geralmente, afastada da câmara, UNIDADE CONDENSADORA
numa área bem ventilada. COM COMPRESSOR
SEMI-HERMÉTICO.

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

FLUIDOS REFRIGERANTES
Para obter uma boa refrigeração, desde o pon-
to de vista comercial, todo refrigerante deve ter
o maior número possível de qualidades, tais
como:
1) Calor latente de evaporação: o número de
calorias que devem ser absorvidas durante a
evaporação deve ser muito alto, para poder em-
pregar a menor quantidade possível de refrige-
rante durante o processo de evaporação e as-
sim poder atingir a temperatura desejada.
2) Ponto de ebulição: deverá ser suficiente-
mente baixo, e ser inferior à temperatura dos ali-
Unidade condensadora com compressor hermético
mentos que sejam estocados no interior da gela-
deira. Na prática, utilizam-se refrigerantes com o
ponto de ebulição em torno dos – 20º C. É bom considerar que estas condições são im-
3) Temperatura e pressão de condensação: possíveis de ser encontradas em um só produ-
deverão ser o mais baixas possíveis e assim con- to, por isso o refrigerante selecionado deve re-
densar, rapidamente, a pressões e temperatu- unir a maior quantidade dessas propriedades na
ras normais de serviço o fluido refrigerante em- hora de determinar o seu uso.
pregado no condensador.
4) Volume do refrigerante evaporado: é o es-
paço que ocupa o refrigerante em estado gaso- TIPOS DE REFRIGERANTES
so, que deverá ser o menor possível.
5) Temperatura crítica: para todos os refrige- Para equipamentos frigoríficos de maior capa-
rantes existe uma temperatura onde eles se con- cidade é empregado o amoníaco, o cloreto de
densam, sem considerar a pressão a que eles metila, o Freon 12 e o R-22.
estão submetidos. Esta temperatura conhece-se Para o uso das nossas geladeiras domésticas
como temperatura crítica. Ela deve ser o mais basicamente o Freon 12 e o R 134a.
alta possível.
6) Efeito sobre o óleo lubrificante: todos os Amoníaco
compressores necessitam estar lubrificados e É um dos refrigerantes mais utilizados nas ins-
por isso o refrigerante não pode afetar as suas talações frigoríficas de grande tamanho, como na
características originais. conservação de carne, fabricação de gelo, etc.
7) Tendência à combustão ou explosão: um Ele era também empregado nas pequenas gela-
bom refrigerante deve ser o mínimo combustível deiras de uso doméstico como frigobares do tipo
possível e menos ainda, explosivo. de absorção.
8) Ação sobre os metais: não pode atacar os O cheiro deste produto é bastante desagradá-
metais empregados no sistema todo ou seja, ele vel e forte, pode irritar a mucosa nasal e produ-
não pode ser corrosivo. zir a formação de lágrimas. A principal desvanta-
9) Propriedades tóxicas: os fluidos refrigeran- gem é o forte cheiro, porém, no caso de um vaza-
tes não podem ser tóxicos ou trazer conseqüên- mento, ele é rapidamente localizado. Seu efeito
cias respiratórias às pessoas que trabalham com sobre as pessoas é quase nulo, na relação de
ele. até 1 parte de refrigerante por 30 de ar, num pe-
10) Localização de vazamentos: é muito inte- ríodo inferior a uma hora. No seu estado natural,
ressante que suas características permitam a ele é solúvel na água. Quando o sistema é carre-
localização dos vazamentos que possam ocorrer gado com este produto, seu estado deve ser o
ao longo do sistema. mais puro possível e não deve ter umidade.
11) Cheiro do refrigerante: sempre que possí-
vel, o líquido deve ser inodoro.

19
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Ponto de combustão: ele entra em combustão Ponto de combustão: deve ser considerado que
quando a sua temperatura é superior aos 85 é combustível, porém, a explosão é quase im-
ºC. À temperatura ambiente sua combustão é possível, se a relação com o ar é superior aos
muito difícil, porém se ele é aquecido à tem- 9%. Outro elemento que deve ser considerado é
peratura de referência, sua queima é instan- que uma explosão pode ocorrer devido a presença
tânea com uma chama de cor amarela. de uma chama viva, uma faísca ou um metal in-
O amoníaco também é explosivo se a re- candescente.
lação da mistura com o ar é muito baixa.
Trabalhando com ele sob condições normais, Ação sobre os metais: este produto não ataca
o perigo de inflamação ou explosão é muito nenhum metal utilizado nos sistemas de refrige-
pouco provável. Contudo, na hora de abrir um ração.
compressor carregado com este tipo de refri-
gerante devem ser tomadas as precauções Vazamentos: é evidente que sua falta de odor
necessárias. ou cheiro deve ser considerada como um incon-
veniente. Por este motivo, geralmente, é coloca-
Ação sobre os metais: não ataca aos metais, do um produto com cheiro agradável na hora de
porém quando contém água, sua reação so- carregar o sistema com o cloreto de metila. O
bre o cobre e o latão é muito corrosiva. Isto método mais utilizado para localizar o vazamen-
não acontece com o ferro e o aço. to é a espuma de água com sabão.
Lembre-se que a possibilidade de conter
água é sempre possível, por isso, as válvulas Ação sobre o lubrificante: o ataque deste pro-
e as tubulações não devem ser de cobre ou duto sobre os óleos é grande. Nas grandes ins-
latão. talações frigoríficas o seu uso não é aconselha-
do. O único tipo de óleo que este refrigerante não
Vazamentos: o melhor sistema para locali- ataca é o de origem mineral.
zar um vazamento de amoníaco é cheirar ou
então, utilizar uma vareta de vidro molhada
com ácido clorídrico passada na área aonde Refrigerante 12
acredita-se que se encontra o vazamento do
amoníaco. Ele produz uma fumaça branca. Ele é conhecido por seu nome diclorofluorme-
tano, ele não tem cheiro nem cor. Pode ser con-
Ação sobre o lubrificante: o amoníaco não siderado como um refrigerante inofensivo e reci-
modifica os óleos utilizados no refrigerante. clável.
Seu inconveniente é o baixo ponto de vaporiza-
ção. Isto representa que a quantidade necessá-
Cloreto de metila ria no interior do sistema ou volume de líquido,
deve ser superior com relação ao amoníaco. Com
É um refrigerante fabricado com a finalidade outras palavras, o sistema de refrigeração com
de ter uma grande potência frigorífica, similar Freon 12 é muito mais cara que o seu equivalen-
a do amoníaco, porém sem o cheiro tão forte. te de amoníaco.
Pode-se dizer que ele não tem cheiro e em
quantidade superior a 10% é prejudicial para
a saúde. Seus sintomas são mal estar geral,
como se fosse o início de uma gripe. Em gran-
des concentrações, podem ocorrer desmaios.
Não deve ter umidade, pois a presença de
água pode obstruir as válvulas por formação
de gelo.

20
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Inflamabilidade: não é inflamável nem explosi- Refrigerante 11


vo. Aquecendo-o com uma chama em presença
de oxigênio e vapor d'água, se decompõe. Se utiliza quase exclusivamente em sistemas
Ação sobre metais: Em geral sua ação corrosi- de refrigeração de tipo industrial e comercial e
va sobre os metais é nula. Foram feitas várias em esfriamento de águas e salmouras de pro-
experiências para comprovar sua ação sobre cesso intermediário. Se utiliza especialmente na-
metais, tais como, alumínio, ferro e aço, e ne- queles casos em que há que se evitar a corrosão
nhum destes metais foi atacado por este refrige- do sistema.
rante. O cobre, o latão e o chumbo acusam um O líquido se vaporiza a 0,5 kg/cm 2 de vácuo a
ligeiro escurecimento, mas nenhuma corrosão. uma temperatura de 4,5º C.
A umidade o torna corrosivo e dá lugar à forma- O ponto de ebulição à pressão atmosférica é
ção de gelo, de consistência esponjosa que ob- de 23,8º C.
tura facilmente os condutos da instalação, mui-
to especialmente as válvulas. Se dissolve ligei-
ramente na água, devendo empregar-se sempre Refrigerante 502
isento dela pois sua presença pode chegar a for-
mar ácido fluorídrico, de grande ação corrosiva - Mistura de refrigerante 22 e refrigerante 115.
sobre os metais e o vidro. - Temperatura de ebulição -45,6º C.
Vazamentos: Se localizam com facilidade, mas - Se utiliza geralmente em vitrines, câmaras
para isso se necessita contar com uma lampari- congeladoras e em depósitos a temperaturas
na similar às empregadas para soldar, que funci- próximas aos -35º C, em substituição do amoní-
one com álcool ou gás butano e conte com um aco.
longo tubo de borracha para a entrada do ar ne- - Tem um poder frigorífico maior que o refrige-
cessário para a combustão. Uma vez acesa a lam- rante 22.
parina se faz passar o extremo do tubo de borra- - Se emprega preferencialmente em compres-
cha ao longo do conduto e pelas emendas e jun- sores a pistão.
tas. Se há vazamento, o Freon 12 penetrará no
tubo e ao chegar à chama esta se colorirá de
verde. A lamparina deverá ser acesa em um am- Ação sobre os lubrificantes
biente isento de Freon, pois se o ar contiver gás,
a chama permanecerá sempre verde e não servi- Este refrigerante se mistura com os óleos mi-
rá para a detecção do vazamento. nerais em qualquer proporção, pelo que se reco-
Ação sobre os lubrificantes: Este refrigerante menda usar óleos que possuam densidades ele-
se mistura com os óleos minerais em qualquer vadas.
proporção, por isso se recomenda usar óleos que
possuam densidades elevadas. 1. R 22: Monocloro difluorometano

Fórmula química: CHCLF2


Refrigerante 22 Ponto de ebulição: - 40,8ºC
Temperatura crítica: 96ºC
É outro gás muito utilizado especialmente em Lubrificante: Mineral e poliol éster
equipamentos que necessitam produzir muito Tempo de vida: 120 anos
baixas temperaturas.
Com este refrigerante se pode obter no evapo- É outro dos refrigerantes mais utilizados, es-
rador pressões próximas à atmosférica, tempe- pecialmente em equipamentos que necessitam
raturas que oscilam em -40º C. Em sistemas de obter muito baixas temperaturas. Se utiliza prin-
dupla compressão adequados, que explicaremos cipalmente em ar condicionado e refrigeração in-
mais adiante, se podem conseguir temperaturas dustrial.
de evaporação de até -55º C. O ponto de ebuli-
ção à pressão atmosférica é de -40,8º C.

21
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

2. R 502: Blend de R 22 – 48,8% e R 115 – em grandes cilindros de 25 a 50 kg. São os cha-


51,2% mados cilindros de armazenamento. Para facili-
tar o transporte do refrigerante a lugares onde
Fórmula química: CHCLF2 – CCLF2CF3 se necessita, deve ser transvasado a cilindros
Ponto de ebulição: - 45,6ºC menores de 3 kg. aproximadamente. Para isto
Temperatura crítica: 82ºC se procede da seguinte maneira: se inverte o ci-
Lubrificante: Mineral e poliol éster lindro maior, disposto sobre um suporte inclina-
do e se conecta ao outro cilindro por meio de
Se utiliza principalmente em refrigeração indus- uma tubulação horizontal de no mínimo 1,5 m de
trial, em substituição da amônia, além de pos- longitude.
suir um maior poder frigorífico que o R 22. Pos- Primeiramente, se purga a tubulação de comu-
sui uma grande aplicação nos túneis de frio, de nicação e após, uma vez disposto o cilindro me-
congelado ultra rápido, a temperaturas próximas nor sobre um suporte, se abrem as válvulas de
aos – 35ºC. ambos os cilindros. Às vezes, convém esquen-
tar um pouco o cilindro de armazenamento a fim
de acelerar a saída do refrigerante. Uma vez car-
3. R 134a: Tetrafluoretano, ecológico substitu- regado o cilindro menor com a quantidade neces-
to do R 12. sária de refrigerante, se fecha a válvula do cilin-
dro de armazenamento e logo se esquenta a tu-
Fórmula química: CH 2FCF3 bulação de comunicação. Deste modo, se esva-
Ponto de ebulição: - 26,1ºC zia a tubulação de comunicação. Depois, se fe-
Temperatura crítica: 101,1ºC cha a válvula do cilindro menor. Não se deve per-
Lubrificante: Poliol éster mitir jamais que a tubulação de comunicação es-
Tempo de vida: 16 anos quente a mais de 36º C (tocar a tubulação com a
palma da mão). Para esquentar os cilindros ou a
tubulação, se empregará água morna ou um pano
ARMAZENAMENTO umedecido em água morna. Não se recomenda
utilizar o maçarico de soldar, pois para obter um
calor apropriado se requer muita prática.
Os refrigerantes se armazenam, em estado lí-
quido e gasoso, em garrafas metálicas cilíndri-
cas providas de válvula de saída. Os cilindros
de grande capacidade têm, também, válvula de Cuidado com os cilindros
segurança. A capacidade dos cilindros varia en-
tre 3 e 100 Kg. Os cilindros devem ser cuidados com capricho,
conservando-os interiormente limpos e secos.
Por melhores refrigerantes que se utilizem, se o
Transvazamento vasilhame contém impurezas ou está úmido, re-
sultarão inúteis as garantias que fornecem os
O refrigerante se adquire, para maior economia, fabricantes de refrigerantes.
Se os cilindros são utilizados para ex-
trair cargas de sistemas em funciona-
mento, se expõem a absorver umidade
ou sujeira e deve evitar-se o emprego
destes refrigerantes em outra insta-
Traspasso lação, pois isto ocasionaria dificuldades.
de Do mesmo modo, os recipientes utili-
refrigerante zados para o refrigerante usado, nunca
se devem usar com refrigerante novo,
sem antes lavá-los.
Não convém utilizar cilindros velhos
a não ser que tenham sido submetidos

22
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

a testes e se tenha certeza de que a válvula é mente as laterais do cilindro. Se contém fluido
completamente hermética. Para os trabalhos de refrigerante, ao chegar ao nível, se notará uma
carga a domicílio são muito práticos os cilindros mudança de som nos golpes. A válvula de saída
especiais de 2 kg, equipados com uma válvula merece um especial cuidado, principalmente o
de serviço munida de uma porca de conexão de invólucro que garante a hermeticidade.
1/8". Este tipo de cilindro não tem válvula de
segurança. Se deve evitar utilizar um cilindro que
tenha contido um determinado refrigerante e car- CÓDIGO DE CORES PARA OS RECI-
regar com outro diferente. PIENTES DE REFRIGERANTE
Os cilindros para refrigerantes devem ser ma-
nipulados com todo cuidado, não devendo ser
golpeados contra o chão nem entre si. Jamais R 11: cor laranja
deverão ser transportados em veículos públicos R 12: cor branca
de passageiros, também não deverão ser expos-
tos aos raios solares diretos durante um tempo R 22: cor verde
prolongado, pois o calor aumenta a pressão e R 502: cor roxa
esta pode ser perigosa.
Para determinar se um cilindro contém refrige- R 717: cor vermelha
rante ou está vazio, o sistema mais simples é R 134a: cor prateada
sacudi-lo com a finalidade de sentir o movimen-
to do líquido. Também pode golpear-se suave-

23
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Precauções de manuseio boricada (100 g. de água e 4 g. de ácido bórico).


Depois se utilizará um colírio e pingaremos umas
Uma recomendação importante, que muitas gotas de argirol (a 10%) no olho afetado.
pessoas ignoram, é o emprego de óculos de pro- Freon 12: Este refrigerante produz uma lesão
teção quando se está manipulando com refrige- por congelamento, de aparência similar a uma
rantes. Além disso, toda pessoa que se dedica à queimadura. Se trata a lesão com pomada pícri-
reparação de refrigeradores, mesmo não sentin- ca.
do os efeitos do gás refrigerante deve sair perio- Se a parte afetada é o olho, o tratamento deve-
dicamente ao ar livre a fim de respirar ar puro. rá ser feito por um médico. Como primeira medi-
Jamais deve se proceder à descarga de um flui- da pode ser feito o seguinte: deve evitar-se que
do refrigerante em um ambiente fechado. Se não a vítima esfregue o olho e colocam-se umas go-
conseguimos evitar a saída do gás para o ambi- tas de solução umectante no olho afetado. Em
ente, se procederá imediatamente a ventilar o caso de persistir a irritação, pode utilizar-se uma
local mesmo não sentindo o cheiro característi- solução de cloreto de sódio (100 g. de água com
co do refrigerante. Não esquecendo que existem 3 g. de sal). Caso após algumas horas não tenha
refrigerantes inodoros. desaparecido ainda a irritação, poderá usar-se
Quando se proceder à reoperação de um refri- uma solução de argirol a 10%, combinando-se
gerador, é conveniente retirar da habitação as este tratamento com pomada de óxido de mer-
flores e os animais domésticos (aves, cachorros, cúrio a 1%.
gatos, etc.). Cloreto de metila: quando se aspiram gases
Se manipularmos com anídrido carbônico, por deste refrigerante por algum tempo, os sintomas
ser este refrigerante de peso específico eleva- de intoxicação são similares aos da embriaguez,
do, no caso de vazamento, se acumula próximo quer dizer, lerdeza mental, náuseas, sonolência
ao chão, portanto, os primeiros a intoxicar-se são e, às vezes, vômitos. A eficácia do tratamento
os animais domésticos como o cachorro e o gato. depende da rapidez com que se perceba a causa
Convém não descuidar este detalhe. do que acontece com a pessoa afetada. A pri-
O anídrido sulfuroso ataca violentamente as flo- meira medida a ser adotada é retirar a vítima do
res e plantas em geral. Quando se deva descar- ambiente e fazê-la respirar ar fresco. É necessá-
regar este refrigerante ao ambiente, se tomará o rio solicitar a intervenção de um médico na mai-
cuidado de fazê-lo num lugar onde não haja flo- or brevidade possível.
res, plantas ou grama. Quando se esteja mani- Se a parte afetada é o olho, será adotado o
pulando com Freon 12 ou com cloreto de metila, mesmo tratamento indicado para o Freon 12.
se a atmosfera estiver saturada com estes ga-
ses, convém usar uma máscara. Se evitará tra-
balhar em lugares profundos ou em espaços fe- ÓLEO POLIOL ÉSTER PARA R 134a
chados sem ventilação, pois as conseqüências
podem ser fatais se não se adotarem precauções Este óleo possui algumas características dife-
especiais. rentes em relação aos óleos minerais utilizados
nos compressores para fluidos refrigerantes não
ecológicos.
PRIMEIROSSOCORROS Miscível com R 134a: Esta é a condição es-
sencial para sua utilização com R 134a, o óleo
Amônia: a solução de amoníaco a 30% resulta lubrificante e o fluido refrigerante devem ser mis-
corrosiva e se entrar em contato com a pele, a cíveis para garantir o retorno do óleo ao compres-
lesão é de pouca importância, mas é incômoda sor durante seu funcionamento no sistema.
e deve ser tratada com ácido pícrico. Mais higroscópico: O poliol éster é aproxima-
Se o líquido penetrar nos olhos, estes deverão damente 100 vezes mais higroscópico que os
ser lavados imediatamente com uma solução outros óleos, isto significa que absorve umida-
de com muito mais facilidade, o que requer mui-
to mais cuidado, não deixando o compressor
aberto (sem

24
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

as tampas) sem necessidade. O tempo máximo LUBRIFICANTESUTILIZADOS


recomendado que o compressor pode permane-
cer aberto é de 15 minutos.
EM REFRIGERAÇÃO
Difícil de remover a umidade: uma vez que o
poliol éster tenha absorvido umidade, é muito Em forma similar e como qualquer máquina é
difícil retirá-la ou eliminá-la. O vácuo é capaz de necessário lubrificar as partes móveis do com-
extrair somente a umidade da superfície do óleo. pressor para evitar ou reduzir ao máximo o des-
Reage com a água: A água diluída no óleo, gaste das peças.
reage quimicamente, transformando-se em áci- O óleo empregado é de origem mineral, livre de
dos e álcoois. Estes ácidos, além de todos os matérias orgânicas animais ou vegetais, não de-
efeitos já conhecidos, ainda têm a característica vendo-se congelar, espessar ou tornar-se espu-
especial de atacar especificamente o isolamen- moso a baixas temperaturas. Deve estar isento
to do motor do compressor. de impurezas e compostos corrosivos que pos-
sam afetar as partes metálicas da instalação.
O uso de óleo em excesso, é também um in-
conveniente, dado que este é impulsionado ao
DIFERENÇAS DO R 134a EM condensador onde se reduz o poder de dissi-
RELAÇÃO AO R 12 pação de calor deste último componente.
Nos refrigeradores domésticos e nos equipamen-
tos comerciais pequenos com temperaturas do flui-
Pressão de sucção menor: Considerando a do refrigerante no evaporador compreendidas en-
mesma temperatura de evaporação o R 134a, tre -15º C e -10º C se recomenda utilizar um óleo
tem uma pressão menor que o R 12 (cerca de 4 cujo ponto de congelamento, ou fusão seja em tor-
Lb/p 2). no de -25º C.
Pressão de descarga maior: Considerando a Se define como ponto de congelamento ou de
mesma temperatura de condensação o R 134a, fusão, a temperatura em que uma substância lí-
tem uma pressão maior que o R 12 (cerca de 12 quida passa ao estado sólido ou uma substân-
Lb/p 2). cia sólida passa ao estado líquido.
Carga de gás 5 a 30% menor: Como o efeito Do mesmo modo que os refrigerantes, os óleos
refrigerante do R 134a é maior que o do R 12 devem ser da melhor qualidade. Não devem con-
sua densidade é menor, se necessita menos mas- ter umidade, matérias estranhas ou hidro-carbo-
sa de fluido no sistema. netos, pois podem originar obstruções nas vál-
Capilar 5 a 20% maior em sua longitude: Como vulas ou em outras partes vitais do sistema.
o efeito refrigerante do R 134a é maior que o do Outro dos requisitos fundamentais de um óleo é
R 12, se deve diminuir o fluxo de fluido refrige- sua viscosidade, determinada pela sigla SAE.
rante no evaporador através do aumento do com- Outra característica dos óleos, é a de ter sufi-
primento do capilar. ciente rigidez dielétrica, ou seja, resistência à
Incompatibilidade do óleo: O R 134a não é passagem da corrente elétrica.
compatível com os óleos minerais utilizados nos Um bom óleo deve ter baixa viscosidade e uma
compressores para R 12, já que os óleos mine- rigidez dielétrica na faixa dos 25.000 Volts.
rais, não são miscíveis com o R 134a. Portanto Esta última propriedade se comprova submer-
os compressores fabricados para trabalhar com gindo numa amostra de óleo, dois eletrodos co-
R 134a devem ser carregados com o óleo poliol nectados a uma fonte de energia elétrica.
éster com o qual pode se misturar. Se ocorre circulação de corrente pelo óleo é
Produtos clorados incompatíveis: O R 134a e sinal de que contém umidade e por tanto não é
o óleo poliol éster, reagem quimicamente com aconselhável seu uso.
cloro, que pode estar presente num sistema de
refrigeração. Portanto, a limpeza do sistema é
requisito essencial para sua operação adequa-
da. Para executar esta limpeza, se recomenda o
uso de nitrogênio.

25
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

REFRIGERANTES ALTERNATIVOS
Refrigeração Comercial de Temperatura Média e Baixa
Substituições a Longo Prazo.

ASHRAE Nº Nome Fabricante Substitui o Tipo Lubrificante (a) Aplicações Comentários


Comercial

R-507 AZ-50 Quimobásicos R-502 e Azeotrópico Polioléster Equip. Novo e Quase igual
(125/143a) Hoechst (b) HCFC-22 Adequações de ao R-502
Solvay (b) equip. instalado

R-404A 404A Quimobásicos R-502 e Mistura Polioléster Equip. Novo e Quase igual
(125/143a/134a) HP62 DuPont HCFC-22 (Pouco muda o Adequações de ao R-502
FX-70 Elf Atochem ponto de ebulição) equip. instalado

R-407A 60 ICI R-502 e Mistura (Muda Polioléster Equip. Novo e Temperatura de


(32/125/134a) HCFC-22 bastante o Adequações de descarga mais
ponto de ebulição) equip. instalado Alta que o R-502

R-407A 61 ICI R-502 e Mistura (Muda Polioléster Equip. Novo e Eficiência menor
(32/125/134a) HCFC-22 bastante o Adequações de que o R-502
ponto de ebulição) equip. instalado

Refrigeração Comercial de Temperatura Média e Baixa


Substituições Urgentes (C).

ASHRAE Nº Nome Fabricante Substitui o Tipo Lubrificante (a) Aplicações Comentários


Comercial

R-402A HP80 Quimobásicos R-502 e Mistura Alkil-benceno Adequações de Maior Pressão


(22/125/290) DuPont HCFC-22 (Pouco muda o ou Polioléster equip. instalado de descarga
ponto de ebulição) que o R-502

R-402A HP81 DuPont R-502 e Mistura Alkil-benceno Máquina de gelo Temperatura de


(22/125/290) HCFC-22 (Pouco muda o ou Polioléster Manitowoc descarga maior
ponto de ebulição) que o R-502

R-403A 69S Rhone Poulenc R-502 e Mistura (Pouco Alkil-benceno Adequações de Temperatura de
(22/218/290) (NRI) HCFC-22 muda o ponto ou Polioléster equip. instalado descarga maior
de ebulição) que o R-502

R-408A FX-10 Elf Atochem R-502 e Mistura (Pouco Alkil-benceno Adequações de Temperatura de
(125/143a/22) HCFC-22 muda o ponto ou Polioléster equip. instalado descarga maior

ASHRAE: American Society of Heat Refrigeration and Air Conditioned Engineers.

26
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Substituição a Longo Prazo em Refrigeração Comercial


de Temperatura Média

ASHRAE Nº Nome Fabricante Substitui o Tipo Lubrificante Aplicações Comentários


Comercial

R-134a HFC-134a Quimobásicos CFC-12 Fluido Puro Polioléster Equip. Novo e Quase igual ao
(22/125/290) DuPont Adequações de CFC-12
Elf Atochem equip. instalado
ICI

Substituição Urgente (c) em Refrigeração Comercial


de Temperatura - Média

ASHRAENº Nome Fabricante Substituio Tipo Lubrificante(a) Aplicações Comentários


Comercial

R-401A MP39 Quimobásicos CFC-12 Mistura (Muda Alkil-benceno Adequações de Próx. ao CFC-12
(22/152a/124) DuPont consideravelmente ou Polioléster equip. instalado Usa-se em
ponto de ebulição) Temp. de Evap.
Maior a -10º F

R-401B(b) MP66 Quimobásicos CFC-12 Mistura (Muda Alkil-benceno Adequação de Próx. ao CFC-12
(22/152a/124) DuPont consideravelmente ou Polioléster Sistemas de Usa-se em
ponto de ebulição) Refrigeração de Temp. de Evap.
Transporte Menor a -10º F
Refrigerado

R-405A Green Cool GU CFC-12 Mistura (Muda Alkil-benceno Adequações de Maior Capacidade
(22/152a/ 2015 consideravelmente ou Polioléster equip. instalado que o CFC-12
142b/318) ponto de ebulição) Similar ao MP66

R-406A GHG Peoples Welding CFC-12 Mistura (Muda Óleo Mineral Adequações de Pode segregar
(22/142b/600a) Supply consideravelmente equip. instalado componentes
(MonroeAir-Tech) ponto de ebulição) inflamáveis.

R-409A R-409A Quimobásicos CFC-12 Mistura (Muda Alkil-benceno Adequações de Capacidade mais
(22/124/142b) FX-56 Elf Atochem consideravelmente equip. instalado alta que o CFC-12
ponto de ebulição) similar o MP66

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CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Substituições a Longo Prazo


de Ar Condicionado Residencial e Comercial

ASHRAE Nº Nome Fabricante Substitui o Tipo Lubrificante (a) Aplicações Comentários


Comercial

R-123 HCFC-123 Quimobásicos CFC-11 Fluido Puro Alkil-benceno Esfriadores Capacidade


DuPont ou Óleo Centrífugos inferior que o
Elf Atochem Mineral CFC-11

R-134a HFC-134a Quimobásicos CFC-12 Fluido Puro Polioléster Equip. Novo e Quase igual ao
DuPont Adequações de CFC-12
Elf Atochem equip. instalado
ICI

R-134a HFC-134a Quimobásicos HCFC-22 Fluido Puro Polioléster Equipam. Novo Capacidade
DuPont inferior equip.
Elf Atochem Maior é
ICI necessário

R-410A AZ-20 Quimobásicos HCFC-22 Mistura Polioléster Equip. Novo Eficiência mais
(32/125) Azeotrópica alta que o
HCFC-22 e
R-410B pode
requerer o
redimensionam.
do equipamento

R-410B 9100 DuPont HCFC-22 Mistura Polioléster Equip. Novo Eficiência mais
(32/125) Azeotrópica alta que o
HCFC-22
pode requerer o
redimensionam.
do equipamento

R-407C 407C Quimobásicos HCFC-22 Mistura (Muda Polioléster Equip. Novo e Eficiência menor
(32/125/134a) 9000 DuPont consideravelmente Adequação de que o HCFC-22
66 ICI ponto de ebulição) equip. com
capacidades
similares

(a) Checar com o fabricante do compressor sobre o lubrificante recomendado


(b) Tanto Hoechst como Solvay distribuem o AZ-50.
(c) Substituição urgente, contém HCFC-22 cujo programa de saída está incluído no Protocolo de Montreal.
(d) Urgente assinado por ASHRAE-34.

LIMITE DE RESPONSABILIDADE:
Todas as ponderações, informações e dados, fornecidos aqui supõem-se precisos e confiáveis, e são apresentados
de boa fé. Todas as ponderações, ou sugestões relacionadas com o possível uso de nossos produtos estão feitos
sem a representação ou garantia, tanto que qualquer uso está livre de usurpação de patente, e não são recomen-
dações para usurpar nenhuma patente. O usuário não deverá assumir que todas as medidas de segurança estão
indicadas, ou que outras medidas não possam ser necessárias.

28
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

R502 - AS CUMSEH são identificados através da letra «Z»


em seu código de modelo, como identificação
adicional possuem uma etiqueta laranja indican-

ALTERNATIVAS do o refrigerante compatível.

Transitórios: R408A, R402A e R402B. São mis-

DISPONÍVEIS. turas que possuem como um de seus componen-


tes o refrigerante R22, por isso serão elimina-
dos quando a utilização do R22 seja proibida.
São indicados para a conversão de equipamen-
Com os programas de eliminação do uso dos tos que estão em operação em campo pois são
fluidos refrigerantes do tipo CFC, o refrigerante compatíveis com os óleos lubrificantes atualmen-
R502 foi um dos primeiros a tornar-se cada vez te utilizados com estes mesmos compressores.
mais raro e mais caro. Rapidamente o mercado Os compressores TECUMSEH para R502 são
passou a oferecer refrigerantes alternativos que identificados com a letra «J» no código do mode-
são misturas (também conhecidas como blend‘s) lo e como identificação adicional possuem uma
com a finalidade de substituir o R502, tanto para etiqueta branca indicando que estão carregados
aplicação em novos produtos como para substi- com óleo Alquil Benzeno. (Veja no quadro algu-
tuição em campo («Retrofit»). mas características destes refrigerantes).
Convém assinalar que estes refrigerantes são
substitutos imediatos ao R502, existindo dife-
renças significativas a ser consideradas como
manipulação, características do compressor, apli- MUDANÇAS NO SISTEMA DE
cação e reoperação de sistemas. REFRIGERAÇÃO.
Se pode dividir os refrigerantes alternativos em Quando se modifica um produto para o uso de
dois grupos: Definitivos e Transitórios. um fluido refrigerante alternativo ao R502, mes-
mo que não sejam necessárias modificações ra-
Definitivos: R404A e R507. dicais como, redimensionamento de evaporador
São misturas de refrigerantes isentos de clo- e condensador, outros aspectos devem ser cui-
ro, por isso não possuem prazo para ser elimina- dadosamente estudados tendo como objetivo
dos. São mais indicados para a aplicação em equi- obter o mesmo rendimento do sistema e o máxi-
pamentos novos, pois necessitam de um com- mo de confiabilidade.
pressor especialmente desenvolvido para eles,
que entre outras características são carregados Filtros secadores devem ser substituídos por
com óleo Poliol Éster. Estes compressores TE- outros compatíveis com o novo refrigerante.

Fluido Fluido Componentes Composição ODP Tipo Compatibilidade


Tipo % em Peso com óleo

R502 CFC 22/115 48,8/51,2 0,33 Azeotrópico M-AB-PO


R404A HFC 125/143a/134a 44/52/4 0 N-Azeotrópico PO
R507 HFC 125/143a 50/50 0 Azeotrópico PO
R408A HCFC 22/143a/125 47/46/7 0,026 N-Azeotrópico M-AB-PO
R402A HCFC 22/125/290 38/60/2 0,021 N-Azeotrópico M-AB-PO
R402A HCFC 22/125/290 60/38/2 0,033 N-Azeotrópico M-AB-PO

29
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

Os tubos capilares dimensionados para o R502 zer a carga com os blend´s (misturas) R404A,
podem ser utilizados como uma escolha prelimi- R408A, R402A e R402B, pois como são não-aze-
nar, mas são necessários testes no sistema para otrópicos, estes refrigerantes somente mantém
determinar sua escolha final. sua proporção na mistura dentro de um recipien-
te, quando estão na fase líquida.
Se a opção é pelo uso de uma válvula de ex-
pansão, esta poderá ser a mesma utilizada para Portanto, a carga deve ser feita na fase líquida,
o R502, mas o mercado já possui válvulas espe- tomando cuidado para que o refrigerante não seja
cíficas para a maioria dos refrigerantes alterna- admitido diretamente pelo mecanismo de bom-
tivos. beamento do compressor.

Geralmente ao utilizar qualquer destes refrige- Este artigo tem caráter orientativo, pois o me-
rantes alternativos a carga de refrigerante pode- lhor caminho para substituição de um refrigeran-
rá ser reduzida de 5 a 20% quando se compara te é conhecer muito bem as características de
com a carga de R502. funcionamento do equipamento original e seguir
as determinações do fabricante do sistema que
Cuidados especiais devem ser tomados ao fa- está sendo modificado e de seus componentes.

30
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

CONVERSÃO DE TEMPERATURAS

Para converter graus Celsius a graus Fahrenheit se utiliza a seguinte fórmula:


ºC ºF

= ºC · 1,8 + 32

Exemplo: 2ºC ºF ?

ºF = 2 · 1,8 + 32

ºF = 3,6 + 32

ºF = 35,6

Para converter graus Fahrenheit a graus Celsius se utiliza a seguinte fórmula:

ºF ºC ?

ºC = ºF – 32
1,8

Exemplo: 72ºF ºC ?

ºC = 72 – 32
1,8

ºC = 40
1,8

ºC = 22,2

31
CURSO DE REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

TÁBUA DE CONVERSÃO DE TEMPERATURAS

Emprego: a temperatura a ser convertida encontra-se na coluna central e a conversão é indicada nas colunas da
direita ou da esquerda, segundo se deseja determinar ºF ou ºC.

ºC 5/9 (ºF – 32) ºF=9/5 (ºC) + 32

Exemplo:

Se desejamos saber a conversão de 20º Cº. a ºF, devemos achar este nº na Coluna Central e observar
a coluna da direita que indicará a conversão, o valor em ºF, neste caso 68º Fº.
Se desejamos saber a conversão de 86º Fº a ºC, devemos achar este nº na Coluna Central e observar
a coluna da esquerda que indicará a conversão, o valor em ºC, neste caso 30º Cº.

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