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Aula 5 – Sistemas Construtivos

INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO

Aula 5: Sistemas Construtivos

Os sistemas construtivos representam, dentro do quadro da construção de edificações, um


determinado estágio tecnológico historicamente definido, indutor da forma de se projetar e
executar os edifícios. Ou seja, sintetizam o conjunto de conhecimentos técnicos e
organizacionais possíveis de serem combinados em função dos graus de desenvolvimento
tecnológico encontrados para o setor da construção civil.

1. Abordagem Preliminar

Chama-se Sistema Construtivo o conjunto de materiais, técnicas, componentes e


elementos empregados na construção de uma edificação. O conceito de abordagem
sistêmica é a avaliação de qualidade de um sistema construtivo que esteja diretamente
ligada com o grau de adequação às características de um contexto específico no qual estará
inserida a edificação. Existe um grande número de variáveis - necessidades dos usuários,
programa do empreendimento e características tecnológicas – que se faz necessário
sistematizar, num processo de definição do sistema e subsistemas construtivos para cada
empreendimento.

Os processos construtivos estabelecem tipologicamente as tecnologias a serem


aplicadas, fazendo com que nos projetos surjam os sistemas construtivos e na produção das
unidades habitacionais se definam famílias de processos de trabalho.

1.1. Classificação dos Sistemas Construtivos

Os sistemas construtivos podem ser classificados em:

• Sistemas convencionais - sistemas em que os principais elementos – paredes,


lajes e coberturas – são executados no canteiro de obras e são utilizados
técnicas e materiais construtivos convencionais, como tijolos, concreto, telhas
cerâmicas e fibrocimento.
• Sistemas construtivos abertos - são aqueles desenvolvidos a partir de um
elenco de elementos e componentes da construção, paredes, lajes,
coberturas, janelas, portas que podem ser combinados em diferentes
soluções arquitetônicas em que se variam a quantidade, as dimensões e a
disposição dos diversos cômodos.

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• Sistemas construtivos fechados - são aqueles desenvolvidos a partir de um


projeto arquitetônico único, que lhe serve de modelo, não permitem
variações na disposição e nas dimensões dos cômodos, das janelas, portas ou
de qualquer componente da moradia.
• Sistemas racionalizados - são sistemas onde um ou mais elementos que
compõem a obra são industrializados. Isto é, vem pronto de fábrica, mas tem
como características predominantes o uso de materiais e modo de execução
convencionais.
• Sistemas industrializados - são sistemas totalmente fabricados fora do
canteiro e para ele são transportados para a montagem e acabamento final.
No Brasil existem poucos sistemas construtivos industrializados além das
tradicionais casas de madeira.

Os sistemas construtivos estão baseados em conjuntos de teorias, eles conformam um


conjunto de subsistemas e componentes que se relacionam entre si. A interface entre os
componentes e subsistemas respeita um modo de organização: todo sistema construtivo
deve prever seu próprio conjunto de requisitos e critérios, incluindo caderno de
manutenção, meios e processos de construção (organizados segundo métodos) e devem
erguer estruturas que mantenham estabilidade, respeitando as leis da física.

2. Subsistemas

Os sistemas construtivos devem estabelecer um sistema de produção, um conjunto de


sistemas produtivos cujo produto final será a edificação. Os subsistemas, como será visto a
seguir, subdividem-se em sub-subsistemas, e assim por diante, formando um escopo
bastante abrangente que finda geralmente no material ou na mão-de-obra. Serão objetos
deste curso os sistemas convencional e de alvenaria estrutural, que terá uma parte toda
voltada a ela na disciplina de Alvenaria.

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2.1. Subsistema Estrutural

Toda construção necessita de uma estrutura suporte, que por sua vez necessita de
projeto, planejamento e execução própria. A Estrutura em uma construção tem a função
prioritária de garantir a forma espacial idealizada, com segurança, por um determinado
período de tempo. Sistemas estruturais podem ser entendidos como disposições racionais e
adequados de diversos elementos estruturais, que, por sua vez, são corpos sólidos
deformáveis com capacidade de receber e de transmitir solicitações em geral.

Basicamente, possuem as seguintes subdivisões que serão comentadas a seguir:

• Linear: duas dimensões da mesma ordem de grandeza e bem menores que a


terceira (Barras);
• Superfície: duas dimensões da mesma ordem de grandeza e bem maiores que
a terceira;
• Volume: três dimensões da mesma ordem de grandeza.

2.1.1. Estruturas Lineares

Formadas por uma ou mais barras (vigas, pilares, arcos, pórticos, grelhas, etc.).

• Treliças: São estruturas lineares constituídas por barras retas, dispostas de


modo a formar painéis triangulares, e solicitadas predominantemente por
tração ou compressão;

• Vigas: São estruturas lineares, dispostas horizontalmente ou inclinadas, com


um ou mais apoios;

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• Pilares: São barras onde predominam forças normais de compressão. Com


seção circular, recebem a denominação de colunas;
• Pórticos: São estruturas lineares planas, não sendo constituídas de barra
única de eixo teoricamente retilíneo.

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2.1.2. Estruturas de Superfície

São definidas a partir de sua superfície média e lei de variação da sua espessura.
Destacam-se as placas, chapas e cascas.

• Chapa: folha plana sujeita a esforços apenas no seu plano médio;


• Viga-parede: chapa disposta verticalmente sobre apoios isolados;
• Placa (Lajes): folha plana sujeita principalmente a esforços fora do seu plano
médio;

• Casca: folha curva sujeita a esforços no seu plano médio;


• Abóboda: casca cilíndrica sujeita principalmente a esforços normais de
compressão;
• Cúpula: casca de dupla curvatura sujeita principalmente a esforços de
compressão;

2.1.3. Estruturas de Volume

São elementos estruturais comumente empregados nas fundações das construções ou


também em grandes obras, como barragens.

• Blocos: blocos de fundação têm a função de unir estacas e/ou resistir a


esforços de flexão;

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• Sapatas: As sapatas são feitas para transmitir os esforços gerados da


edificação para o solo.

2.2. Subsistema de Vedação

O subsistema de vedação também será especialmente estudado na disciplina de


Alvenaria. Porém, cabe-se agora a apresentação superficial das principais características
para orientação do aluno quanto ao sistema.

As subdivisões internas cumprem a principal função de subdividir ambientes. Elas


podem ser estruturais ou não. As paredes devem ser capazes de suportar a própria carga
permanente, como o peso dos materiais de acabamentos. Devem ser capazes de oferecer o
isolamento acústico desejado, e, acomodar, quando necessário, as passagens de fiações
elétricas e hidráulicas.

Há inúmeros sistemas de paredes internas, como:

• Paredes com montantes de madeira (woodframe);


• Paredes com montantes de aço (stell frame)
• Paredes de alvenaria comum;
• Paredes autoportantes de alvenaria;

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• Paredes autoportantes de concreto.

As alvenarias são maciços construídos de pedras ou blocos, naturais ou artificiais,


ligadas entre si de modo estável pela combinação de juntas e interposição de argamassa ou
somente por um desses meios.

As finalidades gerais das alvenarias são as seguintes:

• Divisão, vedação e proteção;


• Estrutural (paredes que recebem esforços verticais e horizontais);
• Resistência mecânica;
• Isolamento térmico;
• Isolamento acústico.

2.3. Subsistema Fachadas

A vedação vertical externa, também denominada de fachada, pode ser entendida


como sendo um subsistema do edifício constituído por elementos que compartimentam e
definem os ambientes internos dos externos, controlando a ação de agentes indesejáveis,
sendo, portanto o invólucro do edifício. Sua classificação se dá nos seguintes tipos:

2.3.1 Quanto à densidade

Segunda Oliveira (2009), há uma forma de classificação para as fachadas que se refere
à sua densidade superficial como vedação vertical, podendo ser:

• Leve: vedação vertical não estrutural, constituída de elementos de densidade


superficial baixa, cujo limite aproximado é 100 kgf/m²;
• Pesada: vedação vertical que pode ser estrutural ou não, constituída de
elementos de densidade superficial superior ao limite pré-determinado de
aproximadamente 100kgf/m²;

Podemos considerar exemplos de fachadas leves as vedações em esquadrias e as


fachadas-cortinas.

• Fachada-cortina: fachada leve, constituída de uma ou mais camadas,


posicionada totalmente externa à estrutura do edifício (à face exterior das
lajes de borda), formando uma pele sobre o mesmo. Em inglês, esta
classificação é conhecida pela expressão curtain wall;

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• Fachada semicortina: fachada leve, constituída de uma ou mais camadas,


onde a camada exterior é posicionada externa à estrutura do edifício e a
camada interior interna e entre pavimentos. Esta norma considera que a
camada interior não obrigatoriamente deve ser leve, existindo casos em que a
camada interior da fachada semicortina é uma parede em alvenaria ou em
concreto, e a camada exterior um revestimento não aderido.

Podemos considerar exemplos de fachadas pesadas os painéis pré-moldados de


concreto.

2.1.2 Quanto ao revestimento

• Vedação com revestimento incorporado: são as vedações verticais que são


posicionadas em seus lugares definitivos acabadas, sem a necessidade de
aplicação posterior de revestimentos. Exemplo: painéis pré-moldados de
concreto com granito aderido;
• Vedação com revestimento posteriormente aderido: são as vedações
executadas em seus lugares definitivos, sem a aplicação prévia de
revestimentos. Como exemplo, temos as alvenarias comuns que receberão
revestimentos aderidos ou não aderidos;
• Vedação sem revestimento: são as vedações verticais que não necessitam da
aplicação de revestimentos. Pode ser utilizada de forma aparente, receber
uma única pintura, ou ainda ser uma fachada envidraçada.

2.1.3 Quanto à estrutura

• Autoportantes: quando não possuem estrutura complementar, ou seja, a


própria vedação se sustenta; é o caso da alvenaria estrutural;
• Estruturadas: quando a vedação necessita de uma estrutura reticulada para
suportar os componentes de vedação, por exemplo: vedação de gesso
acartonado, alvenaria de vedação.

As paredes de alvenaria podem ser feitas de diversos materiais: bloco de concreto,


bloco cerâmico, bloco sílico-calcário, bloco de concreto celular, bloco de solo cimento, entre
outros.

2.1.4 Quanto à continuidade superficial

• Monolítica: é aquela sem juntas aparentes, como as vedações de alvenaria e


gesso acartonado;

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• Modular: é aquela onde as juntas são aparentes, como por exemplo, os


painéis pré-fabricados de fachada.

2.4. Subsistema Cobertura

Os sistemas de cobertura são os conjuntos de elementos e componentes dispostos no


topo da edificação. Os sistemas de cobertura agregam lajes, telhados, forros e outros
elementos como calhas e rufos. Têm como função assegurar estanqueidade às águas
pluviais, protegendo os demais sistemas da edificação contra a deterioração por agentes
naturais, além de contribuir para melhor conforto termoacústico do edifício. As coberturas
devem, ainda, ter suporte mínimo de cargas - considerando a sobrecarga de equipamentos -
resistência à ação do vento e ao fogo.

Considerando a integração dos elementos, cabe, sobretudo ao projetista, a escolha


dos materiais adequados às funções e ao cumprimento dos desempenhos. O desempenho
da construção não é da telha e, sim, do sistema, do telhado. Os fabricantes de telhas devem
atender plenamente às normas que regem o sistema.

Algumas das observações mais importantes de um sistema de cobertura são:

• As águas sempre correm em direção dos beirais;


• Para dividir os diferentes planos de descida de água, partir traçando uma linha
a 45 graus de todos os cantos;
• Quando a descida da água está se afastando desta linha, então esta linha será
uma linha de cumeeira;
• Quando a descida de água está se aproximando desta linha, então esta linha
será uma linha de calhas. As calhas carregam as águas até o alinhamento dos
beirais ;
• Normalmente, quando duas cumeeiras se encontram, elas tendem a se fundir
e virar uma cumeeira só, até eventualmente encontrar as duas cumeeiras do
outro lado do telhado;
• Normalmente, quando duas calhas se encontram, elas interceptam e
interrompem uma linha de cumeeira

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2.5. Subsistema Elétrico

Os sistemas elétricos são aqueles responsáveis pela gestão da entrada e distribuição


de Energia Elétrica em uma edificação. Estes sistemas variam de elementares a muito
complexos, dependendo do tipo de construção que se está sistematizando. A seguir, serão
explicitados os principais conceitos deste sistema, que serão melhores detalhados na
disciplina de Eletrotécnica.

• Sistema Elétrico: Circuito ou conjunto de circuitos interligados, destinado a


levar energia elétrica gerada no sistema, ou recebida de outros sistemas, até
os pontos de utilização e/ou até os pontos em que essa energia é transferida
para outros sistemas, e incluindo os circuitos e equipamentos auxiliares
destinados ao seu funcionamento;
• Instalação Elétrica: Parte determinada de um sistema elétrico, juntamente
com as estruturas de montagem, obras civis e demais auxiliares necessários
ao funcionamento dessa parte do sistema;
• Equipamento Elétrico: Cada uma das partes constituintes do esquema de uma
instalação elétrica, distintas entre si e essenciais ao funcionamento da
instalação. Este termo é também usado para designar o conjunto das partes
acima referidas;
• Carga: Conjunto dos valores das grandezas físicas que caracterizam as
solicitações impostas em dado instante a um sistema ou equipamento
elétrico, ou a um componente, por um sistema ou equipamento, elétrico ou
não, a ele ligado. A carga pode ser expressa em termos de impedância, de
corrente, de potência ativa, reativa ou aparente, ou de uma característica não
elétrica, conforme as circunstâncias peculiares a cada caso;

“CARGA: Qualquer equipamento ou conjunto de equipamentos ligados a um


sistema elétrico e absorvendo potência desse sistema”.

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• Entrada: É o conjunto de condutores que se estende desde a linha de


distribuição da concessionária de energia elétrica até o dispositivo de
seccionamento do sistema, ou até o equipamento de medição, ou até o
centro de distribuição principal do sistema;
• Ponto de Entrega: É o ponto de junção entre as linhas da concessionária e do
consumidor;
• Carga Instalada: Somatório das potências nominais de todos os equipamentos
elétricos e dos pontos de luz instalados na unidade consumidora;
• Seccionador: Chave cuja finalidade é interromper um circuito pelo qual não
circula corrente de carga;
• Disjuntor: Dispositivo que tem a capacidade de interromper circuitos pelos
quais pode circular uma corrente cujo valor pode elevar-se até o da corrente
de curto circuito.

2.6. Subsistema Hidráulico

Durante este curso existirão duas disciplinas que tratarão a respeito de sistemas
hidráulicos. Porém, as características a se conhecerem neste momento serão apresentadas
a seguir.

Os sistemas hidráulicos são, basicamente, divididos em quatro sistemas:

• Suprimento de água fria: subsistemado em reservação, recalque, redução de


pressão e distribuição;
• Suprimento de água quente: subsistemado em aquecimento, reservação e
distribuição;
• Coleta e esgotamento de esgoto sanitários: subsistemado em coleta e
transportes;
• Coleta e esgotamento de águas pluviais: subsistemado em coleta e
transportes.

2.6.1. Água Fria

As exigências a serem observadas em um sistema de água fria, normatizadas pela NBR


5626:1998 estabelece que as instalações prediais devam ser projetadas de modo que,
durante a vida útil do edifício que as contém, atendam aos seguintes requisitos:

• Preservar a potabilidade da água;

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• Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade


adequada e com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito
funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e demais
componentes;
• Promover economia de água e de energia;
• Possibilitar manutenção fácil e econômica;
• Evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente;
• Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização
adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e
atendendo as demais exigências do usuário.

2.6.2. Água Quente

O fornecimento de água quente representa uma necessidade nas instalações de


determinados aparelhos e equipamentos ou uma conveniência para melhorar as condições
de conforto e higiene em aparelhos sanitários de uso comum. As instruções são baseadas na
norma pertinente: NBR 7198:1993 – Projeto e execução de instalações prediais de água
quente (ABNT, 1993). A temperatura com que a água deve ser fornecida depende do uso a
que se destina. Quando uma mesma instalação deve fornecer água em temperaturas
diferentes nos diversos pontos de consumo, faz-se o resfriamento com um aparelho
misturador de água fria ou o aquecimento com um aquecedor individual no local de
utilização.

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2.6.3. Esgoto Sanitário

Denomina-se de esgoto sanitário toda a vazão esgotável originada do desempenho das


atividades domésticas, tais como lavagem de piso e de roupas, consumo em pias de cozinha
e esgotamento de peças sanitárias, como por exemplo, lavatórios, bacias sanitárias e ralos
de chuveiro.

Para que sejam esgotadas com rapidez e segurança as águas residuárias indesejáveis,
faz-se necessário a construção de um conjunto estrutural que compreende canalizações
coletoras funcionando por gravidade, unidades de tratamento e de recalque quando
imprescindíveis, obras de transporte e de lançamento final, além de uma série de órgãos
acessórios indispensáveis para que o sistema funcione e seja operado com eficiência. Esse
conjunto de obras para coletar, transportar, tratar e dar o destino final adequado às vazões
de esgotos compõe o que se denomina de Sistema de Esgotos.

O conjunto de condutos e obras destinados a coletar e transportar as vazões para um


determinado local de convergência dessas vazões é denominado de Rede Coletora de
Esgotos. Portanto, por definição, a rede coletora é apenas uma componente do sistema de
esgotamento.

Ademais, o tema esgoto é dividido em duas grandes áreas: esgotamento sanitário e


tratamento de esgotos. Na parte de esgotamento sanitário, consideraram-se os aspectos
relacionados aos fundamentos de projeto, operação e manutenção das diversas partes que
compõem o sistema, de forma a proporcionar à audiência uma visão macro do assunto. Na
parte do tratamento de esgotos, abordam-se os aspectos de projeto, operação e
manutenção de ETE’s (Estação de Tratamento de Efluentes), sobre a importância do mesmo
na questão da saúde pública, além de formas de reuso de esgotos e lodo em irrigação.

2.6.4. Drenagem

Os sistemas de drenagem são essencialmente sistemas preventivos de inundações,


principalmente nas áreas mais baixas das comunidades sujeitas a alagamentos ou marginais
de cursos naturais de água. É evidente que no campo da drenagem, os problemas agravam-
se em função da urbanização desordenada.

Quando um sistema de drenagem não é considerado desde o início da formação do


planejamento urbano, é bastante provável que esse sistema, ao ser projetado, revele-se, ao
mesmo tempo, de alto custo e deficiente. É conveniente, para a comunidade, que a área
urbana seja planejada de forma integrada. Se existirem planos regionais, estaduais ou
federais, é interessante a perfeita compatibilidade entre o plano de desenvolvimento
urbano e esses planos.

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Todo plano urbanístico de expansão deve conter em seu bojo um plano de drenagem
urbana, visando delimitar as áreas mais baixas potencialmente inundáveis a fim de
diagnosticar a viabilidade ou não da ocupação destas áreas de ponto de vista de expansão
dos serviços públicos.

Um adequado sistema de drenagem, quer de águas superficiais ou subterrâneas, onde


esta drenagem for viável, proporcionará uma série de benefícios, tais como:

• Desenvolvimento do sistema viário;


• Redução de gastos com manutenção das vias públicas;
• Valorização das propriedades existentes na área beneficiada;
• Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião
das precipitações;
• Eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais;
• Rebaixamento do lençol freático;
• Recuperação de áreas alagadas ou alagáveis;
• Segurança e conforto para a população habitante ou transeunte pela área de
projeto.

Em termos genéricos, o sistema da microdrenagem faz-se necessário para criar


condições razoáveis de circulação de veículos e pedestres numa área urbana, por ocasião de
ocorrência de chuvas frequentes, sendo conveniente verificar-se o comportamento do
sistema para chuvas mais intensas, considerando-se os possíveis danos às propriedades e os
riscos de perdas humanas por ocasião de temporais mais fortes.

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