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O crime organizado é algo que preocupa a sociedade e a Justiça, há muito

mais tempo que podemos imaginar. Atualmente, o crime organizado é um dos


maiores problemas enfrentados pelos órgãos de combate ao crime ao redor do
mundo, sendo um problema de ordem social e humanitária, uma vez que
possuem estruturas articuladas e a atuação de forma planejada e eficiente faz
com que sejam responsáveis pela maior parte dos crimes cometidos,
infiltrando-se em todas as camadas da estrutura social. Este fenômeno não é
recente, sendo que registros comprovam que na idade média foi observada
pela primeira vez a caracterização de uma organização criminosa. "A máfia
italiana se desenvolveu com o tempo passando a atuar na indústria e comércio
da Itália realizando atividades ilícitas como contrabando e extorsão, fazendo-se
valer da força bruta e da prática de contravenções para atingirem seus
objetivos e resultados financeiros. A partir dos ganhos financeiros a máfia
italiana passou a atuar no mercado de capitais da Itália para realizar a lavagem
dos ativos provenientes das atividades ilícitas, realizando a abertura de
empresas. Além da atuação no mercado financeiro a compra de obras de arte
era outro meio utilizado para a lavagem."
BADARO, Gustavo Henrique. BOTTINI, Pierpaolo Cruz. Aspectos penais e
processuais penais. 1º edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
Com base no contexto, explique em que constitui uma organização criminosa,
sob o prisma da Lei n° 12.850/2013.  

R. Examinaremos a lei 12.850/2013 e vejamos ela no seu artigo 1º, §1º onde
diz:

“Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou


mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão
de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro)
anos, ou que sejam de caráter transnacional”.

O crime de organização criminosa para ser caracterizado independente


de qual for o delito, deve haver composição de quatro ou mais pessoas, de
forma estruturada, com divisão de tarefas, obtendo eles vantagem de qualquer
natureza, tanto financeira como material, com a prática de infrações com penas
máximas superiores a quatro anos ou de caráter transnacional, está tipificado
no art. 2º da Lei nº 12.850/2013: “Promover, constituir, financiar ou integrar,
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa. Pena –
reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas
correspondentes às demais infrações penais praticadas. ” Quase um ano
depois da instituição do anterior delito de "constituição de milícia" (Lei nº
12.720, de 27 de setembro de 2012), surge o crime de organização criminosa,
reclamado pela doutrina em razão do vácuo criado pela Lei nº 9.034/95,
expressamente revogada pelo art. 27 desta lei.

É necessário que a organização criminosa pratique infrações penais com


penas máximas superiores a quatro anos, ou seja, se restringindo a infrações
mais graves, uma vez que se exige a prática de delitos cujas penas máximas
sejam superiores a 4 anos, e por fim, o último requisito é o caráter
transnacional, caso a infração ultrapasse as fronteiras do brasil e venha a
alcançar outros países.

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