Tema 2: Sociedade e individuo

Ponto 5: Instituições e Processos Sociais

5.1 Ordem Social e Controlo Social

Normas Sociais -> Comportamentos Conformistas -> Ordem Social

Ps. Comportamento de obediência das normas = Conformista

Ordem Social – Existência de normas de comportamento, aceites pela generalidade de

habitantes, o que torna a vida em sociedade possível, pois estabelece uma certa ordem no
quotidiano.

Sociedade Ordenada – Em que a maioria das pessoas atuam em conformidade com as normas
estabelecidas, cumprindo os seus deveres e exigindo os seus direitos como cidadãos, por
exemplo: trabalha e recebe o salário, paga os impostos…

Adaptação dos Indivíduos – Realizada através da partilha de valores, normas e modelos de

conduta, o que permite que se sintam integrados e haja uma unificação das condutas sociais,
assegurando a ordem social.

Conformidade Social – Adesão dos valores e às maneiras de pensar, sentir e agir da sociedade,
isto é, aos modelos de comportamento da coletividade. Apresentando vários graus:

 Autonomia Coletiva
o Estrita e completa, como nos partidos ou associações, em que seguem os
mesmos modelos de comportamento coletivo;
o Acontece mais numa sociedade democrática do que numa ditatorial.
 Autonomia Individual
o Meio urbano – existe um maior grau de autonomia nos valores e formas de
pensar, sentir e agir;
o Meio rural – existe um menor grau, pois todos vestem-se de igual e trabalham
no mesmo.

Normas Sociais -> Comportamento Desviante -> Anomia Social

Ps. Comportamentos de Transgressão das normas = Desviantes

Comportamentos Desviantes – Como as normas não são sempre acatadas de forma pacífica,
por vezes surgem comportamentos desviantes. Ou seja, conduta social que não está de acordo
com as normas sociais. Por exemplo: delinquentes juvenis, criminosos…

Anomia Social – Quando as normas sociais estabelecidas sofrem um enfraquecimento, uma

parte da população deixa de se identificar com os valores da sua sociedade e não respeita as
suas normas, levando a uma quebra da coesão interna e da conformidade social.

CONTROLO SOCIAL
Para que a vida em sociedade seja possível, esta implementa um controlo social, um
conjunto de meios e processos que levam os seus membros a adotar um comportamento
dentro das normas socialmente aceites.
Mecanismos de Controlo Social
 Através da Socialização – Em que a maior parte da população segue as normas de
forma consciente ou por hábito;
 Por Pressão Social – Face à necessidade de aceitação por um grupo social, um
indivíduo adota os mesmos comportamentos;
 Através das Sanções – Em que as sanções (sistemas de recompensa e de punições)
estimulam os membros da sociedade a comportar-se de acordo com as normas.

Tipos de Sanções
 Quanto à sua Finalidade
o Positivas – Que se destinam a premiar aqueles que têm comportamentos
conformistas, ex: medalha.
o Negativas – Que se destinam a punir aqueles que têm comportamentos
desviantes, ex: multas.
 Quanto à forma de organização
o Informais – Que não são organizadas, muitas vezes espontâneas, ex: corte de
mesada.
o Formais – Que são organizadas e aplicadas por vários agentes, ex: pena de
prisão aplicada pelo tribunal.

Dispositivos Sociais
 Externo – que provém da sociedade, como a polícia ou as leis.
 Interno – que provém do indivíduo, como o seu autocontrolo em seguir as normas
estabelecidas.

5.2 Instituições Sociais

INSTITUIÇÃO SOCIAL – Conjunto de maneiras de pensar, sentir e agir comuns instituídos pela
sociedade, para atingir determinados objetivos (procedimentos comuns da sociedade em que
estamos inseridos). Exemplos:

 Família – tem como deveres cuidar das crianças, doentes, idosos, implica um conjunto
de valores comuns (amor entre eles), um conjunto de procedimentos comuns
(casamento) e uma rede de papéis sociais (marido, pai…).
 Governo – tem que assegurar a segurança e proteção da sua população, impingir leis,
sanções…
 Instituições Religiosas – têm que auxiliar os seus participantes na busca de uma
identidade espiritual e social…
 Escola – tem que preparar os indivíduos para o desempenho no mundo profissional e
preservar a cultura da sociedade, transmitindo-a de geração para geração.
 Namoro – tem procedimentos comuns típicos e aceites na nossa sociedade.

As instituições sociais acabam por ser a base da organização social de uma certa
sociedade. Pois, estão interligadas ao controlo social da mesma, visto que incorporam
comportamentos padronizados socialmente aceites, e ambos acabam por ser bastante
essenciais para a sua ordem social também.
Características – Normatividade (normas mais a sua obrigação), Estruturação (estrutura mais
os padrões de comportamento comuns) e Durabilidade (duração do tempo de afixação das
normas para reprodução social).

Estrutura Social – conjunto de interações entre as instituições, por exemplo quando a escola
fala com o encarregado de educação.

Elementos das Instituições Sociais – as instituições enquanto sistemas de relações sociais

possuem determinados elementos que as caracterizam e as distinguem entre si, como
(exemplo dado relativo à ESCOLA):

 Necessidades sociais de base – as necessidades existentes numa sociedade são a base

da construção das instituições, por exemplo a escola existe para dar respostas à
necessidade de formação dos jovens;
 Valores sociais comuns – os valores defendidos, partilhados pelos seus membros e
aceites pela sociedade, que guiam o comportamento a seguir no seio da instituição,
por exemplo a igualdade de oportunidades, o esforço e a liberdade de ensino;
 Procedimentos comuns – cada instituição adota o melhor processo para satisfazer as
suas necessidades, por exemplo a frequência das aulas e estudar;
 Normas e sanções sociais – qualquer instituição precisa de normas e sanções sociais
para funcionar corretamente de acordo com os modelos concebidos pela sociedade,
por exemplo ser assíduo, responder às perguntas do professor e respeitar o
regulamento interno;
 Papéis sociais – em cada instituição há papéis sociais bem definidos para que seja
possível atingir os objetivos definidos pela mesma, por exemplo professor, aluno e
diretor, cada um tem o seu papel social bem definido;
 Relações sociais – são a essência das instituições sociais, pois são estas interações que
permitem a realização dos objetivos definidos, por exemplo é o resultado das
interações entre aluno e professor, que a escola consegue alcançar o seu objetivo de
formar os jovens;
 Símbolos culturais – têm como função lembrar aos membros de uma certa instituição
o seu papel social, por exemplo cores, canção, mascote, farda e emblema da escola.

5.3 Reprodução e Mudança social

REPROCUÇÃO SOCIAL – evolução e reprodução dos padrões culturais.

As instituições sociais são a base da reprodução social, pois transmitem valores e normas
sociais que constituem o processo mais eficaz da mesma, e são essenciais à manutenção da
ordem social, por serem bastante permanentes.

Socialização – leva a interiorização das normas e valores da sociedade, transmitidos pelas

instituições sociais, contribuindo para a manutenção das formas de pensar, agir e sentir
dominantes.
 Porém, como esta interiorização leva vários anos e realiza-se de forma “natural”, os
indivíduos acabam por não dificultar ou discutir os valores apreendidos, considerando anormal
qualquer comportamento desviante.

Socialização -> Aprendizagem do modelo funcionamento da sociedade -> Reprodução Social

Processo de Socialização -> Bem Sucedido - um eficaz processo de socialização, realizado pelas
instituições sociais, contribui para uma maior eficácia das mesmas e para uma aceitação
facilitada das normas e valores do grupo, o que contribui para a reprodução social.

Socialização -> Impede o Comportamento Desviante -> Controlo Social

Impede o Comportamento Desviante - Simultaneamente, a socialização pode dificultar ou

impedir os indivíduos de atuarem de forma diferente da esperada, por tal ação ser anormal.

Autorregulação - Inconscientemente, os indivíduos autorregulam os seus comportamentos,

agindo de acordo com as normas da sua sociedade, a fim de não serem denominados de
marginais e de não lhes serem atribuídos todos os estigmas sociais associados à marginalidade.

Controlo Social – Pelo que impede os indivíduos de se afastarem da norma, a socialização

contribui para a reprodução social, assumindo uma verdadeira forma de controlo social.

MUDANÇA SOCIAL
Toda a transformação que afeta, de uma maneira que não seja provisória, o
funcionamento da organização social de uma coletividade, que modifique as suas maneiras de
pensar, sentir e agir e o curso da história humana.

Mudança Social ≠ Mudança na Sociedade – uma mudança é apenas um acontecimento ou uma

adaptação funcional das estruturas existentes, enquanto uma mudança social tem que afetar a
coletividade, a estrutura e a organização social.

Características

 Coletiva – que afete e implique um conjunto substancial de indivíduos que verão os

seus modos e condições de vida alterados;
 Estrutural – será possível observar-se alterações profundas na forma de organização
social, que possam ser comparadas às anteriores, por exemplo regime democrático
português com o antigo regime do Estado Novo;
 Comparável – permite detetar e descrever as alterações estruturais a partir de um
ponto de referência, sendo assim uma diferença observável entre dois estados da
realidade social, por exemplo antes e depois de 1974 (Estado Novo);
 Durável – não pode ser uma mudança provisória, pois os seus efeitos desapareceram
progressivamente com a adaptação funcional ao sistema cultural existente.
Transformações Significativas

 Transformação das Estruturas Sociais – por exemplo nas formas de pensar, sentir e
agir;
 Transformação da Organização Social – por exemplo nas interações entre as
instituições sociais;
 Transformação das Instituições Sociais – por exemplo na estrutura das instituições.

Fatores

 Quanto ao tipo
o Externos/Exógenos – como descobertas científicas;
o Internos/Endógenos – como greves dos trabalhadores;
 Quanto à área
o Económicos;
o Políticos;
o Sociais ou culturais.
Agentes de Mudança / As Elites – pessoas ou grupos que, graças ao poder que detêm ou à
influência que exercem, contribuem para a mudança social, seja pelas decisões tomadas, seja
pelas ideias, sentimentos ou emoções que experimentam ou simbolizam. Podem ser (entre
outros):
 Políticos como Presidentes, ex. Nelson Mandela;
 Económicos como Empresários, ex. Belmiro de Azevedo;
 Religiosos como o Papa;
 Intelectuais como cientistas, ex. Albert Einstein;

MOVIMENTOS SOCIAIS – agrupamento numeroso de pessoas, de vários setores da sociedade,

que pretendem defender ou promover a transformação ou preservação da ordem
estabelecida, através da ação coletiva. Podem ser:

 Movimentos Utópicos – em que pretendem criar uma sociedade ideal para os seus
seguidores, ex. movimento hippie na década de 60;
 Movimentos Reformistas – preferem introduzir mudanças sociais, através de
ajustamentos ou reformas aos modelos sociais vigentes, ex. movimento LGBTQI+;
 Movimentos Revolucionários – optam e lutam por mudanças profundas e radicais na
sociedade, ex. movimento Islamista;
 Movimentos de Resistência – ambicionam travar a mudança operada na sociedade,
lutam contra as situações consideradas excessivamente “avançadas”, ex. movimento
contra a adoção de crianças por casais homossexuais.

Os Novos Movimentos Sociais – surgiram nas sociedades ocidentais, na década de 1960,

baseavam as suas lutas numa critica ao estilo de vida das sociedades mais desenvolvidas e
industrializadas, como aos seus excessos produtivistas e consumistas.
Formas de Atuação – mais espontâneas e informais e com maior participação, ex.
movimento estudantil ambientalista.
AÇÃO SOCIAL – conjunto de maneiras de pensar, sentir e agir instituídas e aceites por todos,
que têm como objetivo satisfazer determinadas necessidades básicas da vida social. Face a um
problema do quotidiano, poderá surgir a necessidade de adaptação e alteração da ordem
social estabelecida, podendo ser uma INTERAÇÃO:

 Contra os padrões culturais – (RUTURA) o surgimento de novas formas de ação social,

que iram reproduzir a cultura, nos seus aspetos materiais e imateriais e nos seus
modelos de comportamento;
 Conforme padrões culturais – (MANUTENÇÃO) apenas uma pequena alteração nas
formas de ação social, que iram resolver o problema temporariamente.

RESISTÊNCIA E ACEITAÇÃO DA MUDANÇA SOCIAL

Movimentos de Aceitação – as mudanças têm maiores probabilidades de êxito se as suas

vantagens forem facilmente comprovadas pelas elites.

Movimentos de Resistência – as mudanças que se opõem às tradições, aos valores e às normas

da comunidade podem não ser facilmente aceitadas, quer pelo respeito que a população tem
pelos seus padrões tradicionais vigentes, quer pelo medo que têm das consequências e custos
que essa mudança pode trazer.