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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES


UNIDADE CURRICULAR DE TOPOGRAFIA

TRABALHO DE TOPOGRAFIA

LEVANTAMENTO TAQUEOMÉTRICO

1. Poligonal Fechada:

A poligonal fechada é caracterizada por ter o último vértice coincidindo com o


vértice inicial, formando, desta forma, um POLÍGONO.

2. Cálculo da Poligonal:

O cálculo da poligonal fechada é idêntico ao cálculo de uma poligonal aberta.

Na poligonal fechada há controle de fechamento angular e linear a partir de


uma precisão pré estabelecidas pelas “Normas Técnicas para Levantamentos
Topográficos” – NBR 13.133 da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Normalmente para precisão linear, são aceitos os valores:

• 1:1.000______para Poligonais Taqueométricas.

• 1:2.000______para Poligonais medidas com Trigonometria.

• 1:5.000______para Poligonais medidas com Trena.

• 1:10.000_____para Poligonais Eletrônicas.

Dependendo da precisão da Estação Total pode-se chegar a precisões, no


fechamento da poligonal, da ordem de 1:30.000 ou melhor.

A precisão angular depende, fundamentalmente, do Teodolito ou Estação Total


utilizada no levantamento topográfico.

A NBR 13.133 fornece as precisões para os diversos tipos de poligonais.


3. Roteiro para o cálculo de uma poligonal fechada:

Vamos a seguir mostrar os procedimentos feitos passo à passo para o cálculo


de uma poligonal fechada, tomando um exemplo qualquer para maior clareza
do processo.

a. Transcrição da caderneta de campo:

Leituras Distâncias
Ângulo Ângulos Distâncias
E P.V. FS Adotadas
Horizontal Verticais FM (m)
FI (m)
1375
2 83°48’26” 1100 54,360
825
1 73° 53' 25" 1-2 54,355
2405
4 85°20’02” 2000 80,464
1595
1255
3 82°04’23” 1000 50,030
745
2 141° 15' 38" 2-3 50,015
1475
1 83°45’32” 1200 54,350
925
1825
4 85°52’27” 1400 84,560
975
3 71° 33' 08" 3-4 84,588
1455
2 81°57’02” 1200 50,000
945
2035
1 85°21’37” 1900 80,470
1495
4 73° 17' 37" 4-1 80,467
1975
3 86°48’46” 1500 84,616
1075
Tabela I- Caderneta de Campo

 Azimute Inicial Az4-1 = 38° 15’ 02”

Obtido em campo com o auxílio da Bússola.

 Coordenadas Iniciais:

X1 = 108,310
Y1 = 106,215

Caso não sejam fornecidas as coordenadas iniciais, determina-se “O ponto


Mais a Oeste” e para este ponto atribuem-se as coodenadas:

X1 = 0,000
Y1 = 0,000

 O ponto de saída deverá ser sempre o de coordenadas conhecidas.

 O azimute de saída deverá ser sempre da linha de ré do primeiro ponto ou


seja, o azimute deverá ser do último ponto para o primeiro ponto. (?)
Tabela II- Transcrição da caderneta de campo para planilha
Ângulos
Azimute Distância
E PV Lido Erro Compensado
(m)
° ‘ “ “ ° ‘ “ ° ‘ “
1 2 73 53 25 54,355
2 3 141 15 38 50,015
3 4 71 33 08 84,588
4 1 73 17 37 80,467

b. Cálculo das distâncias:

D = ( k . L . sen2z )

Onde:
• K → Constante do aparelho.
• L → Leitura FS – Leitura FI.
• z → Ângulo zenital.

Observações:

• Calculamos sempre duas distâncias para o mesmo alinhamento, resultantes


da visadas de vante e ré. (ver Tabela I)
• A distância adotada será a média aritmética destas. (ver Tabela I)

c. Soma dos ângulos internos ou externos:

A poligonal está geometricamente fechada angularmente se :

∑ Ai = (n-2).180° ou ∑ Ae = (n+2).180°

Onde:

∑ Ai → Soma dos ângulos internos.


∑ Ae → Soma dos ângulos externos.
n → Número de Vértices.

No nosso Exemplo,
n = 4;
Então,
∑ Ai = 360°

d. Cálculo do erro angular cometido:

É dado pela diferença entre as somas dos ângulos lidos em campo e a soma
calculada pela fórmula.
Eα = ∑ α - [( n - 2) . 180o]
Onde:
• Eα → Erro angular.
• ∑ α → Somatório dos ângulos internos da poligonal lidos em campo.
• n → Número de lados da poligonal

e. Tolerância para o erro angular:

Tα = 1,5’. √ n

Observação:

• Caso o erro cometido seja menor que a tolerância, a poligonal é válida, caso
contrário os ângulos em campo deverão ser novamente medidos com mais
atenção e cuidado com a operação do aparelho e com os procedimentos.

f. Correção dos ângulos:

Cα = - Eα / n

Onde:
• Cα → Correção angular.
• Eα → Erro angular.
• n → Número de vértices da poligonal.

Observações:

• O sinal negativo indicará se deveremos somar ou subtrair o erro angular.

• A distribuição do erro pode ser feita em quantidades iguais por vértice,no


entanto, caso haja frações de segundo para distribuir entre os ângulos,
podemos adotar uma maneira de distribuir apenas valores inteiros de
minutos e segundos entre os ângulos para facilitar os cálculos.

g. Cálculo do ângulo compensado:

O ângulo compensado é obtido adicionando ou subtraindo a correção ao


ângulo lido.

Ângulo compensado = Ângulo lido ± Cα

Ao final destes procedimentos deveremos ter completa esta tabela.


Tabela III- Soma dos ângulos
Ângulos Internos
Azimute Distância
E PV Lido Erro Compensado
(m)
° ‘ “ “ ° ‘ “ ° ‘ “
1 2 73 53 25 3 73 53 28 54,355
2 3 141 15 38 3 141 15 41 50,015
3 4 71 33 08 3 71 33 11 84,588
4 1 73 17 37 3 73 17 40 80,467
Soma 359 59 48 12 360 00 00 269,425
180°.(n-2) 360 00 00 Distribuição do
3” por Vértice
Erro = 12” erro angular

h. Cálculos dos Azimutes de Vante e Ré:

O Azimute de uma linha é dado por:

Azn = Azn-1 ± an ± 180o

Onde:
• Azn → Azimute da linha.
• Azn-1 → Azimute da linha anterior.
• + an → Ângulo horizontal Interno (ângulo no sentido anti-horário a partir da
linha de ré ).
• - an → Ângulo horizontal Externo (ângulo no sentido horário a partir da
linha de ré ).

Tabela IV- Ângulos compensados e azimutes


Ângulos
Azimute Distância
E PV Lido Erro Compensado
(m)
° ‘ “ “ ° ‘ “ ° ‘ “
1 2 73 53 25 +3 73 53 28 292 08 30 54,355
2 3 141 15 38 +3 141 15 41 253 24 11 50,015
3 4 71 33 08 +3 71 33 11 144 57 22 84,588
4 1 73 17 37 +3 73 17 40 38 15 02 80,467

Observações:

• Se Azn-1 ± an > 180o devemos subtrair 180o


• Se Azn-1 ± an < 180o devemos somar 180o
• A diferença entre os Azimutes de vante e de ré de um mesmo alinhamento
é sempre de 180o.

Temos então,

Az1-2 = 38° 15’ 02” + 73° 53’ 28” + 180°


Az1-2 = 292° 08’ 30”

Az2-3 = 292° 08’ 30” + 141° 15’ 41” - 180°


Az2-3 = 253°24’ 11”

Az3-4 = 253° 24’ 11” + 71° 33’ 11” - 180°


Az3-4 = 144°57’ 22”

Az4-1 = 144° 57’ 22” + 73° 17’ 40” - 180°


Az4-1 = 38°15’ 02”

i. Cálculo das coordenadas parciais (projeções):

As projeções são calculadas pela fórmula:

∆ X’ = D . sen Az

∆ Y’ = D . cos Az

Onde:
• ∆ X’ → Projeção na direção X.
• ∆ Y’ → Projeção na direção Y.
• D → Distância.
• Az → Azimute da linha.

 ∆ X1-2 = 54,355 x sen 292°08’30”


∆ X1-2 = -50,347

 ∆ Y1-2 = 54,355 x cos 292°08’30”


∆ Y1-2 = 20,486

 ∆ X2-3 = 50,015 x sen 253°24’11”


∆ X2-3 = -47,931

 ∆ Y2-3 = 50,015 x cos 253°24’11”


∆ Y2-3 = -14,286

 ∆ X3-4 = 84,588 x sen 144°57’22”


∆ X3-4 = 48,571

 ∆ Y3-4 = 84,588 x cos 144°57’22”


∆ Y3-4 = -69,253

 ∆ X4-1 = 80,467 x sen 38°15’02”


∆ X4-1 = 49,817
 ∆ Y4-1 = 80,467 x cos 38°15’02”
∆ Y4-1 = 63,192
j. Soma das coordenadas parciais (projeções):

- Coordenadas no eixo X
- Coordenadas no eixo Y
Com sinal = ∑ ∆ X’
Com sinal = ∑ ∆ Y’
∆ X1-2 = -50,347
∆ X2-3 = -47,931 ∆ Y1-2 = +20,486
∆ X3-4 = +48,571 ∆ Y2-3 = -14,286
∆ X4-1 = +49,817 ∆ Y3-4 = -69,253
∑ ∆ X’ = + 0,110 ∆ Y4-1 = +63,192
∑ ∆ Y’ = 0,139
Sem sinal = ∑ |∆ X’|
Sem sinal = ∑ |∆ Y’|
∆ X1-2 = 50,347
∆ X2-3 = 47,931 ∆ Y1-2 = 20,486
∆ X3-4 = 48,571 ∆ Y2-3 = 14,286
∆ X4-1 = 49,817 ∆ Y3-4 = 69,253
∑ |∆ X’| = 196,666 ∆ Y4-1 = 63,192
∑ |∆ Y’| = 167,217

k. Erro linear:

Ef = √ [( ∑ ∆ X’)2 + (∑ ∆ Y’)2]

Onde:
• Ef → Erro linear absoluto.
• ∑ ∆ X’ → Somatório das coordenadas na direção X, com o sinal.
• ∑ ∆ Y’ → Somatório das coordenadas na direção Y, com o sinal.
• ∑ |∆ X’| → Somatório das coordenadas na direção X, sem o sinal.
• ∑ |∆ Y’| → Somatório das coordenadas na direção Y, sem o sinal.

Logo:

Ef = √ [( 0,110)2 + (0,139)2]
Ef = 0,177

l. Tolerância do Erro Linear Absoluto:

M = P / Ef

Onde:
• Ef → Erro linear absoluto.
• P → Perímetro da Poligonal.
• M → Módulo da Escala.
Observação:
• A precisão indica o perímetro de levantamento para se obter o erro de
1 metro.
• A precisão é anotada na forma de escala.

1: M
Temos, então:

M= 269,425/0,177
M= 1.522

Ou seja,

Precisão = 1: 1.522

Observação: De acordo com a NBR 13.133, para poligonais taqueométricas


que é o nosso caso, a precisão de 1:1000 é aceita, ou seja, podemos errar 1cm
em cada 1000cm de perímetro levantado, no exemplo erramos 1cm em
1522cm de perímetro levantado, portanto estamos dentro do tolerável por
Norma.

Erro Linear Precisão


0,177 1: 1.522

m. Cálculo da correções (erro linear).

A correção no eixo X:

Cx 1-2 = ∆ X’∑ ∆ X’ /∑ |∆ X’|

A correção no eixo Y:

Cy 1-2 = ∆ Y’∑ ∆ Y’ /∑ |∆ Y’|

Onde:
• ∑ ∆ X’ → Somatório das coordenadas na direção X, com o sinal.
• ∑ ∆ Y’ → Somatório das coordenadas na direção Y, com o sinal.
• ∑ |∆ X’| → Somatório das coordenadas na direção X, sem o sinal.
• ∑ |∆ Y’| → Somatório das coordenadas na direção Y, sem o sinal.

Observação:

• Temos uma constante Kx e Ky, iguais à ∑ ∆ X’/∑ |∆ X’| e ∑ ∆ Y’/∑ |∆ Y’|


respectivamente, pois são invariáveis em ambos os casos.

Temos então:
Kx= 0,110/196,666 Ky= 0,139/167,217
Kx= 0,000559 Ky= 0,000831

Correções no eixo X: Correções no eixo Y:

Cx1-2 = 50,347 x 0,000559 = -0,028 Cy1-2 = 20,486 x 0,000831 = -0,017


Cx2-3 = 47,931 x 0,000559 = -0,027 Cy2-3 = 14,286 x 0,000831 = -0,012
Cx3-4 = 48,571 x 0,000559 = -0,027 Cy3-4 = 69,253 x 0,000831 = -0,058
Cx4-1 = 49,817 x 0,000559 = -0,028 Cy4-1 = 63,192 x 0,000831 = -0,052
Soma = -0,110 Soma = -0,139

Observação:

• O sinal da correção deverá ser sempre contrário do sinal do erro.

n. Compensação das coordenadas parciais:

São dadas pelas fórmulas:


∆ X = ∆ X’ + Cx

∆ Y = ∆ Y’ + Cx

Tabela V- Coordenadas e correções


Coordenadas no eixo X Coordenadas no eixo Y
Calculada Correção Compensada Calculada Correção Compensada
∆ X’ Cx ∆ X ∆ Y’ Cy ∆ Y
-50,347 -0,028 -50,375 +20,486 -0,017 +20,469
-47,931 -0,027 -47,958 -14,286 -0,012 -14,298
+48,571 -0,027 +48,544 -69,253 -0,058 -69,311
-49,817 -0,028 -49,789 +63,192 -0,052 +63,140
Observação:

• O somatório das coordenadas compensadas deverá ser obrigatoriamente


igual a ZERO.

Coord. compensadas no eixo X: Coord. compensadas no eixo Y:

∆ x1-2 = -50,347 – 0,028 = -50,375 ∆ y1-2 = 20,486 – 0,017 = 20,469


∆ x2-3 = -47,931 – 0,027 = -47,958 ∆ y2-3 = 14,286 – 0,012 = -14,298
∆ x3-4 = 48,571 – 0,027 = 48,544 ∆ y3-4 = 69,253 – 0,058 = -69,311
∆ x4-1 = 49,817 – 0,028 = 49,789 ∆ y4-1 = 63,192 – 0,052 = 63,140
Soma = 0,000 Soma = 0,000

o. Cálculo das coordenadas totais:

As coordenadas (abscissas e ordenadas) são calculadas pelas fórmulas:


Xn = Xn-1 + ∆ X

Yn = Yn-1 + ∆ Y
Onde:
• Xn → Abscissa do ponto
• Yn → Ordenada do ponto
• Xn-1 → Abscissa do ponto anterior
• Yn-1 → Ordenada do ponto anterior
• ∆ X → Projeção Compensada no eixo X
• ∆ Y → Projeção Compensada no eixo Y

• X1 = 108,310 (Abcissa Inicial)

X2 = X1 + ∆ X1-2
X2 =108,310 + (-50,375)
X2 = 57,935

X3 =57,935 + (-47,958)
X3 = 9,977

X4 =9,977+ (+48,544)
X4 = 58,521

X1 =58,521+ (+48,789)
X1 = 108,310

• Y1 = 106,215 (Ordenada Inicial)

Y2 = Y1 + ∆ Y1-2
Y2 =106,215 + (20,469)
Y2 = 126,684

Y3 =126,684 + (-14,298)
Y3 = 112,386

Y4 =112,386+ (-69,311)
Y4 = 43,075

Y1 =43,075+ (-63,140)
Y1 = 106,215

Observação:
• As coordenadas do ponto de chegada deverão ser iguais as coordenadas do
ponto de saída.

Tabela IV- Coordenadas totais


Coordenadas
Vértices
X Y
1 108,310 106,215
2 57,935 126,684
3 9,977 112,386
4 58,521 43,075

p. Correção das distâncias:

É dada pela fórmula:

D’ = ∆ X2 + ∆ Y2

Onde:
• D’ → Distância corrigida
• ∆ X → Projeção no eixo X compensada
• ∆ Y → Projeção no eixo X compensada

temos então,

D1-2 = (-50,375)2 + ( 20,469)2

D1-2 = 54,375m

D2-3 = (-47,958)2 + (-14,298)2

D2-3 = 50,044m

D3-4 = (48,544)2 + (-69,311)2

D3-4 = 84,620m

D4-1 = (49,789)2 + (-63,140)2

D4-1 = 80,409m

q. Correção dos Azimutes:

É dada pela Fórmula:

Az’ = arccos (∆ Y / D’)


Caso ∆ X, seja negativo, deveremos subtrair o resultado de 360o,
ou seja;
Az’ = 360o - arccos (∆ Y / D’)
Temos então,

Az’1-2 = 360° - arccos (20,469/ 54,375)

Az’1-2 = 292°06’ 48”

Az’2-3 = 360° - arccos (14,298/ 50,044)

Az’2-3 = 253°23’ 56”

Az’3-4 = arccos (-69,311/ 84,620)

Az’3-4 = 144°59’ 36”

Az’4-1 = arccos (63,140/ 80,409)

Az’4-1 = 38°15’ 27”

r. Correção dos ângulos internos:

É dada pela mesma fórmula com que se calcularam os Azimutes, apenas


substituindo-se os azimutes corrigidos.

an = Az’n – Az’n-1 ± 180o

a1= 292° 06’ 48” - 38° 15’ 27” –180°


a1 =73° 51’ 21”

a2= 253° 51’ 21” - 292° 06’ 48” + 180°


a2 =141° 17’ 7”

a3= 144° 59’ 36” - 253° 23’ 56” + 180°


a3 =71° 35’ 40”

a4= 38° 15’ 27” - 144° 59’ 36”


a4 =73° 15’ 51”

Observação:

• Considerando-se todas as casas decimais dos segundos, temos que o somatório


dos ângulos internos devem satisfazer a fórmula:
∑ Ai = 180°.(n-2)
Logo:

a1 + a2 + a3 + a4 =360°

73° 51’ 21” + 141° 17’ 7” + 71° 35’ 40” + 73° 15’ 51”

≅ 360° 00’ 00”

s. Desenho da Planta:

Os vértices da poligonal e os pontos de referência mais importantes devem ser


plotados segundo suas coordenadas (eixos X e Y), enquanto os pontos de detalhes
comuns (feições) devem ser plotados com o auxílio de um software topográfico, ou
ainda, plotados manualmente, com escalímetro, compasso e transferidor. No
desenho devem constar:

• As feições naturais e/ou artificiais;


• A orientação verdadeira ou magnética;
• A data do levantamento;
• A escala gráfica e numérica;
• A legenda e convenções utilizadas;
• O título (do trabalho);
• O número dos vértices, distâncias e azimutes dos alinhamentos;
• Os eixos de coordenadas;
• Área e perímetro; e
• Os responsáveis pela execução.

t. Memorial Descritivo:

Documento indispensável para o registro em cartório da superfície levantada. Deve


conter a descrição pormenorizada desta superfície no que diz respeito à sua
localização, confrontação, área, perímetro, nome do proprietário, etc.

___________________________________________________________________

Finalmente, os pontos são:


B2 = ( 547005,9586108 )
C3 = ( 547042.569,9586109.430 )
B1 = ( 547097.264,9586112.713 )
E2 = ( 547076.936,9586058.057 )
E1 = ( 547009.847,9586052.637 )
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES
UNIDADE CURRICULAR DE TOPOGRAFIA
TRABALHO DE TOPOGRAFIA / PRÁTICA

LEVANTAMENTO TAQUEOMÉTRICO

Aluno: Gelly Whesley Silva Neves


Matrícula 320653 Turma E Semestre 2011.1
Professora: Dra. Maria Elisabeth Pinheiro Moreira

Fortaleza, 28 de março de 2011


O levantamento taqueométrico é usado principalmente para definição
planialtimétrica de parcelas do terreno, realizado através de poligonais. A poligonal,
desenvolvida é o que serve de base para um levantamento.
Para encontrar os pontos da poligonal, faz-se observações em campo, com a
utilização de teodolito e trena, para obter os azimutes e distâncias entre os vértices
demarcados.
Em seguida, trabalha-se com esses dados para diminuir os erros e obter as
coordenadas com maior precisão.
As observações em campo foram feitas nas manhãs de 21 e 24 de março,
num terreno do Centro de Tecnologia da UFC.

O azimute inicial, visto que foram dadas as coordenadas dos pontos C3 e B2


é dado pela fórmula:

90° – arctg[(yC3 – yB2)/(xC3 – xB2)]


Deste modo:

AzB2-C3 = 90° – arctg[(yC3 – yB2)/(xC3 – xB2)]


AzB2-C3 = 90° – arctg[(9586116 – 9586108)/(947043 – 547005)]
AzB2-C3 = 90° – arctg[8/38] = 90° – 2°10’51” = 87°49’7”

Com os dados obtidos em campo, formou-se a seguinte tabela:


Estação P V Ângulo Externo Ângulo(Média Distância(m)
)
E1 272°50’25”
272°50’30” 37,600
B2 27°50’35”
272°50’50”
C3
B2 178°44’35”
178°44’40” 54,800
C3 178°44’42”
178°44’50”
B1
C3 293°51’10”
293°50’35” 58,280
B1 293°50’53”
293°50’10”
E2
B1 244°58’15”
244°58’25” 67,300
E2 24458’17”
244°58’10”
E1
E2 269°37’15”
269°37’05” 55,610
E1 269°37’05”
269°36’55”
B2

Como já foi obtido as medidas de todos os ângulos externos, pode-se calcular


todos os azimutes da seguinte forma:

Azn = Ae + Azn-1 – 180°


AzC3-B1 = AC3 + AzB2-C3 – 180° = 178°44’42” + 87°49’7” – 180° = 86°33’49”
AzB1-E2 = AB1 + AzC3-B1 – 180° = 293°50’53” + 86°33’49” – 180° = 200°24’42”
AzE2-E1 = AE2 + AzB1-E1 – 180° = 244°58’17” + 200°24’42” – 180° = 265°22’59”
AzE1-B2 = AE1 + AzE2-E1 – 180° = 269°37’05” + 265°22’59” – 180° = 355°00’04”

Agora, pode-se calcular o Erro Angular das medidas:


O erro foi calculado por E = ΣAe – (n+2)180°.
Onde n é o número de pontos medidos e ΣAe é o somatório dos ângulos
externos.

E = ΣAe – (n+2)180° =1260°1’32” – 1260° = 1’32”

O erro obtido está dentro da tolerância admitida pelas normas, que é de 1,5√n
= 1,5’√5 = 3’32”.

Então, distribuiu-se esse erro pra compensar o erro distribuindo-o. Optou-se


por distribuir de forma ponderada de acordo com o ângulo medido. Utilizou-se a
fórmula:
Cx = –E.(Ae/Se),

Onde C é a compensação no ângulo externo Ax do ponto X, E é o erro angular


obtido e Se é o somatório ΣAe dos ângulos externos.

CB2 = –1’32”.(272°50’35”/1260°1’32”) = –20”


CC3 = –1’32”.(178°44’42”/1260°1’32”) = –13”
CB1 = –1’32”.(293°50’53”/1260°1’32”) = –21”
CE2 = –1’32”.(244°58’17”/1260°1’32”) = –18”
CE1 = –1’32”.(269°37’5”/1260°1’32”) = –20”

De posse disto, foram obtidos os ângulos compensados através da seguinte


fórmula:
ACx = Ae – Cx
Os ângulos calculados foram:
ACB2 = 272°50’35” – 20” = 272°50’15”
ACC3 = 178°44’42” – 13” = 178°44’29”
ACB1 = 293°50’53” – 21” = 293°50’32”
ACE2 = 244°58’17” – 18” = 244°57’59”
ACE1 = 269°37’05” – 20” = 269°36’45”

Agora, calculou-se as projeções ∆x’ e ∆y’ de cada um dos comprimentos


medidos através das fórmulas ∆x’ = d.senAz e ∆y’ = d.cosAz.

∆x’(B2-C3) = 37,600.sen87°49’07” = 37,573m


∆x’(C3-B1) = 54,800.sen86°33’49” = 54,701m
∆x’(B1-E2) = 58,280.sen200°24’42” = –20,326m
∆x’(E2-E1) = 67,300.sen265°22’59” = –67,082m
∆x’(E1-B2) = 55,610.sen355°00’04” = –4,846m
Σ|∆x’| = 184,528m

∆y’(B2-C3) = 37,600.cos87°49’07” = 1,431m


∆y’(C3-B1) = 54,800.cos86°33’49” = 3,285m
∆y’(B1-E2) = 58,280.cos200°24’42” = –54,621m
∆y’(E2-E1) = 67,300.cos265°22’59” = –5,417m
∆y’(E1-B2) = 55,610.cos355°00’04” = 55,399m
Σ|∆y’| = 120,153m

Somando todas as projeções no eixo x obtemos 0,020m, que é o erro no eixo


x. Analogamente, no eixo y, foi obtido 0,077m. O Erro de fechamento é obtido pela
fórmula [(Σ∆x’)2 +(Σ∆y’)2]1/2 = 0,080m.
Foi constatado um erro de 1:9259 no eixo x e 1:1560 no eixo y e 1:3436 no
fechamento, que está dentro da tolerância que é de 1mm de erro para cada 1000mm
medidos.

Visto que o erro é tolerável, Foi feita a distribuição do erro linear de forma
ponderada, de acordo com a seguinte fórmula:
C(A-B) = EL [(|∆c’|)/(Σ|∆c´|)]

Onde EL é o Erro Linear no dado eixo, ∆c’ é a projeção medida neste e Σ|∆c´|
é o somatório dos módulos das projeções no eixo tratado.

No eixo x, obtive:

∆x’(B2-C3) = 0,02.( 37,573 / 184,528 ) = 0,004m


∆x’(C3-B1) = 0,02.( 54,701 / 184,528 ) = 0,006m
∆x’(B1-E2) = 0,02.( 20,326 / 184,528 ) = 0,002m
∆x’(E2-E1) = 0,02.( 67,082 / 184,528 ) = 0,007m
∆x’(E1-B2) = 0,02.( 4,846 / 184,528 ) = 0,001m

No eixo y, foi obtido:

∆x’(B2-C3) = 0,077.( 1,431 / 120,153 ) = 0,001m


∆x’(C3-B1) = 0,077.( 3,285 / 120,153 ) = 0,002m
∆x’(B1-E2) = 0,077.( 54,621 / 120,153 ) = 0,035m
∆x’(E2-E1) = 0,077.( 5,417 / 120,153 ) = 0,003m
∆x’(E1-B2) = 0,077.( 55,399 / 120,153 ) = 0,036m

Com estes dados, foram calculadas as projeções compensadas em ambos os


eixos, utilizando a seguinte fórmula:

∆c = ∆c’ – C(A-B), num dado eixo.

No eixo x:

∆x(B2-C3) = 37,573 – 0,004 = 37,569m


∆x(C3-B1) = 54,701 – 0,006 = 54,695m
∆x(B1-E2) = –20,326 – 0,002 = –20,328m
∆x(E2-E1) = –67,082 – 0,007 = –67,089m
∆x(E1-B2) = –4,846 – 0,001 = –4,847m

No eixo y:

∆x(B2-C3) = 1,431 – 0,001 = 1,430m


∆x(C3-B1) = 3,285 – 0,002 = 3,283m
∆x(B1-E2) = –54,621 – 0,035 = –54,656m
∆x(E2-E1) = –5,417 – 0,003 = –5,420
∆x(E1-B2) = 55,399 – 0,036 = 55,363m

Com estes dados das projeções e com base no ponto B2 de coordenadas


conhecidas, foram calculadas as coordenadas dos outros pontos.

( ∆XB2-C3 ; ∆YB2-C3 ) = C3 – B2
( 37,569 ; 1,430 ) = C3 – ( 547005 ; 9586108 )
C3 = ( 37,569 ; 1,430 ) + ( 547005 ; 9586108 )
C3 = ( 547042,569 ; 9586109,430 )

( ∆XC3-B1 ; ∆YC3-B1 ) = B1 – C3
( 54,695 ; 3,283 ) = B1 – ( 547042,569 ; 9586109,430 )
B1 = ( 54,695 ; 3,283 ) + ( 547042,569 ; 9586109,430 )
B1 = ( 547097,264 ; 9586112,713 )

( ∆XB1-E2 ; ∆YB1-E2 ) = E2 – B1
(–20,328 ; –54,656 ) = E2 – ( 547097,264 ; 9586112,713 )
E2 = (–20,328 ; –54,656 ) + ( 547097,264 ; 9586112,713 )
E2 = ( 547076,936 ; 9586058,057 )

( ∆XE2-E1 ; ∆YE2-E1 ) = E1 – E2
( –67,089 ; –5,420 ) = E1 – ( 547076,936 ; 9586058,057 )
E1 = ( –67,089 ; –5,420 ) + ( 547076,936 ; 9586058,057 )
E1 = ( 547009,847 ; 9586052,637 )

Basta conferir o último ponto:


(∆XE1-B2,∆YE1-B2) = B2 – E1
(–4,847 ; 55,363 ) = ( 547005 ; 9586108 ) – ( 547009,847 ; 9586052,637 )
(–4,847 ; 55,363 ) = (-4,847 ; 55,363 )

Isso significa que a poligonal fechou.

O levantamento foi concluído com sucesso, os erros obtidos estavam dentro


da tolerância exigida e puderam ser minimizados com artifícios matemáticos,
finalmente os pontos observados têm as seguintes coordenadas, o ponto B2 já era
conhecido.

B2 = ( 547005 ; 9586108 )
C3 = ( 547042,569 ; 9586109,430 )
B1 = ( 547097,264 ; 9586112,713 )
E2 = ( 547076,936 ; 9586058,057 )
E1 = ( 547009,847 ; 9586052,637 )

Em anexo, segue o desenho da poligonal.

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