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UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE A MENSAGEM


Nesse capítulo inicial irei focar apenas em apresentar um pequeno resumo
sobre a história do movimento religioso conhecido como a Mensagem. O fundador desse
movimento foi William Marvin Branham, porém ele assumiu Marrion posteriormente
como segundo nome para que seus 3 nomes tivessem 7 letras, o que ele acreditava ser
divino. O reverendo norte americano nasceu por volta de 1907 segundo o documento
mais antigo que se tem registro, porém, há certas dúvidas sobre esse fato, já que o
próprio pregador afirmava ter nascido na verdade em 1909. Nascido em uma pequena
cabana no estado do Kentucky, William se mudou ainda com pouca idade para a
pequena cidade de Jeffersonville, no estado de Indiana.

No final da década de 20, William começou a se envolver com religião em uma


igreja na cidade de Louisiana, maior cidade da região. O pastor dessa igreja era Roy
Davis, uma problemática figura conhecida nacionalmente pela polícia. Esse homem,
antes de chegar a Louisville já havia respondido judicialmente por acusações de assalto
a banco, roubo de carro, tráfico de menores, desvio de verbas de doação, entre outros.
Além disso, Roy foi um dos responsáveis pelo retorno da Ku Klux Klan aos holofotes dos
Estados Unidos. Ele era porta-voz oficial do grupo terrorista em alguns estados
americanos ainda na década de 20. Esse homem foi o responsável por chamar William
Branham ao cargo de pastor. Porém, foi apenas por volta de 1933 que Branham iniciou
sua própria congregação, após um incêndio na igreja de Roy e sua saída da cidade.

O reconhecimento aos serviços de William Branham como pastor só tomou


proporção nacional após o fim da segunda guerra mundial. O pastor se aliou a outros
pastores e iniciou um movimento de alegadas curas divinas no país. É importante
destacar que, segundo Ern Baxter, amigo pessoal do irmão Branham, o pastor era
convidado para as reuniões apenas para a parte de oração, pois muitos consideravam
sua teologia muito fora dos padrões bíblicos tradicionais e, portanto, herética. Foi nesse
período, próximo ao fim dos anos 1940, que William começou a gravar em fitas as suas
pregações e também lançou sua própria revista, chamada The Voice of Healing. Essa
revista, em resumo, era usada para divulgar cultos do pastor e também testemunhos.

Foi nos anos 1950 que o reverendo Branham começou a ter maior notoriedade
e liderança a frente de outros pastores. Ele é conhecido por ser o fundador de um
movimento chamado Latter Rain, que reunia diversos pastores com ideais semelhantes

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de que a vinda de Cristo estava muito próxima. Por conta desse movimento, muitas
viagens nacionais e internacionais foram realizadas pelo pregador. Nessas viagens
William Branham se aproximou e nutriu amizade com alguns pastores, destacando-se
dois nomes nessa lista de amigos: Paul Schafer e Jim Jones. Ambos os pregadores citados
anteriormente foram mencionados pelo irmão Branham em pregações gravadas.
Inclusive, o pregador fez diversos cultos na congregação de Jim Jones nos anos 1956 e
1957. Caso não conheça a história desses pregadores, aqui vai um breve resumo: Jim
Jones foi o responsável pelo maior suicídio em massa da história, quando na década de
1970 convenceu ou forçou mais de 900 pessoas (incluindo idosos e crianças) a tomarem
veneno para provarem sua fé. Já Paul Schafer foi acusado de inúmeros casos de
pedofilia nos anos 50 e fundou, a partir da década de 60, uma seita nazista no Chile, onde
estuprava crianças e, segundo a famosa revista britânica Reuters, seguia os ideais do
reverendo Branham para pregar que era um mensageiro dos tempos finais.

Foi nesse período, fim dos anos 50, que muitos seguidores de William Branham
foram apontados como missionários para espalharem as pregações do pastor pelo
mundo. Assim, em 1968, Archie Russel Martins chegou com a Mensagem no Brasil.

Apenas em 1960 o extremismo teológico de William Branham começou a ficar


mais perceptível. Não à toa, muitos de seus parceiros o abandonaram por problemas nas
pregações dele. Mesmo o demoníaco Jim Jones abandonou Branham pois, segundo suas
próprias palavras, William não conseguia acreditar nem sequer na Bíblia. Foi a partir
de 1960 que pregações direcionadas a se apontar como mensageiro final começaram,
principalmente entre 1963 e 1965. Nesse período, Branham começou a pregar supostas
revelações divinas e “mistérios” bíblicos, para provar que ele era um profeta.

Em dezembro de 1965, devido ao acidente automobilístico, o pregador norte


americano faleceu. Segundo a mitologia da Mensagem, o acidente foi causado por um
motorista bêbado que colidiu frontalmente com o carro de Branham, porém nenhuma
comprovação disso existe em jornais que noticiaram o acidente na época. Uma hipótese
mais provável, apresentada por Sarah Branham, filha de William, que estava presente
no carro no momento do acidente, é a de que o pregador se distraiu do trânsito durante
uma calorosa discussão com a esposa e acabou invadindo a pista contrária.

Após sua morte, meses se passaram até que um enterro ocorresse. Muitos
apontam que a demora para o sepultamento ocorreu para que Meda, esposa de William,
se recuperasse totalmente do acidente, porém, à época, os seguidores de Branham

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acreditavam piamente em sua ressurreição, por isso o enterro foi adiado. Jornais de
Jeffersonville noticiaram tal expectativa na época do enterro, entrevistando Willard
Collins, futuro pastor do Tabernáculo Branham.

É importante mencionar que até os dias de hoje, centenas de turistas do mundo


todo visitam Jeffersonville no feriado da Páscoa e se aglomeram no cemitério da cidade,
em frente à piramidal sepultura, aguardando ansiosos pelo retorno triunfal do
pregador, para que suas profecias e visões não cumpridas sejam finalmente finalizadas.

A Mensagem demorou alguns anos até ganhar força no Brasil, até por isso,
poucos brasileiros conheceram William Branham em vida. O movimento só começou
realmente a ter relevância nos anos 70, quando um pregador chamado Joaquim
Gonçalves se converteu à religião Branhamista e começou a pregar a teologia do
pregador norte americano numa rádio com amplitude nacional. Atualmente, o Brasil é
uma das potências da Mensagem, com dezenas de milhares de membros e igrejas em
todos os estados do País.

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TEOLOGIA DA DÚVIDA
A Mensagem de William Branham tem como um de seus pilares o ensinamento
de que dúvidas são obras do diabo no subconsciente de quem questiona. Portanto,
perguntas são desencorajadas fortemente pelos pastores. Eles acreditam que
questionar William Branham se enquadra como um pecado sem perdão, utilizando a
escritura de Marcos 3:29 para justificar tal posicionamento.

Porém, na verdade, há muitos embasamentos bíblicos provando que Jesus e


seus apóstolos incentivavam a pesquisa e busca por provas de fé. Uma das principais
passagens bíblicas para sustentar o que eu disse é vista em I Pedro 3:15.

Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para
responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.

Perceba que Pedro encoraja o cristão a se preparar para justificar sua fé.
Assim, o posicionamento da Mensagem contra a busca por respostas, é completamente
oposta ao que a Bíblia ensina.

Além disso, Lucas, ao escrever o livro de Atos dos Apóstolos, foi muito feliz ao
relacionar o nível espiritual de um povo ao seu poder de examinar as escrituras no
capítulo 17, versículo 11.

Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem


com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo.

Até mesmo Jesus era conhecido por sua boa vontade em ceder provas de seu
caráter divino. Ao contrário do que o movimento da Mensagem prega, Jesus não era
contra ser questionado. Isso pode ser comprovado claramente no trecho de Lucas 7:19-
23 quando João Batista envia dois discípulos para questionarem Jesus sobre ele ser ou
não o Messias. Jesus não lhes expulsou por perguntarem, mas, na verdade, mostrou
sinais para eles.

Por fim, o questionamento é uma ordenança, e não um pecado. Paulo já


ensinava sobre a necessidade de examinar as coisas há 2 mil anos atrás em sua primeira
carta aos Tessalonicenses, no capítulo 5, versículo 21.

Examinai tudo. Retende o bem

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EXAMINANDO MALAQUIAS 4:5-6
A base da Mensagem encontra-se na escritura de Malaquias 4:5-6, texto
escrito 430 anos antes de Cristo. Nesse texto, vemos o seguinte ser escrito:

Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do
Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais, para que eu
não venha, e fira a terra com maldição.

A primeira coisa que devemos analisar sobre a escritura é seu contexto


imediato, ou seja, analisar o livro de Malaquias como um todo. Assim, numa breve
leitura dos versículos iniciais, conseguimos perceber que as profecias contidas nesse
livro, foram feitas exclusivamente para o povo de Israel, são profecias para a velha
aliança. Veja o que Malaquias 1:1 diz:

Peso da palavra do SENHOR contra Israel, por intermédio de Malaquias.

Assim, percebemos facilmente que essa profecia de Malaquias 4 é específica


para o velho pacto, para o povo de Israel, e não uma profecia para o povo gentio.
Portanto, é impossível analisarmos essa profecia como sendo algo direcionado a um
profeta nos dias atuais, debaixo da nova aliança.

É válido destacar ainda que, se tratando de uma profecia para os judeus, a


interpretação do “grande e terrível dia” é completamente diferente do que a Mensagem
prega. Eles acreditam que essa passagem diz respeito ao fim do mundo, porém, para os
judeus, o grande e terrível dia será aquele da vinda do Messias. Assim, esse grande dia
já ocorreu, e foi quando Jesus veio a primeira vez. Não à toa, versões bíblicas com
traduções mais recentes e revistas, colocam as palavras “espantoso” ou “temível” no
lugar de “terrível”, pois essa última palavra atualmente é encarada como sendo algo
negativo o que não era o caso da vinda de Cristo.

Para comprovar que essa é a interpretação correta e que, portanto, não se


trata de uma profecia para o fim dos tempos, basta ler as últimas palavras do sexto
versículo de Malaquias 4. Elias seria enviado para que Deus não ferisse a terra com
maldição, porém, se essa fosse uma profecia para o Apocalipse, não faria sentido algum.
Então, Elias teria o poder de convencer Deus a não destruir a terra? Por isso, a
interpretação óbvia é de que esse dia terrível se tratava da vinda messiânica de Cristo

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que, com Elias como precursor, pregou a paz e o mundo todo foi coberto pela graça, tendo
assim a terra sido poupada, momentaneamente, da maldição de Deus.

Agora, partindo do pressuposto aceito por 99% dos cristãos e por 100% dos
judeus, temos que Malaquias 4:5-6 trata a respeito de um Elias que viria antes do Messias
preparar seu caminho na sua primeira vinda. Como já mencionado anteriormente, essa
visão é apoiada pelo versículo 1 do livro do profeta Malaquias, que dizia que as profecias
contidas ali diziam respeito a Israel e não aos povos gentios, ou seja, depois da vinda de
Cristo. Então, quem foi esse Elias? Deixarei as próprias palavras de Jesus explicarem
isso...

Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o
Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

Esse texto pode ser encontrado no evangelho segundo Mateus, capítulo 11,
entre os versículos 13 e 15. Aqui, Jesus enfatiza duas coisas:

1. A lei e os profetas foram cumpridos com a vinda de Cristo, que agora é o


intermediador entre Deus e o mundo, não havendo mais necessidade de
revelação especial através de um profeta (Leia Hebreus 1:1-2)
2. O Elias que estava sendo aguardado pelo povo judeu já havia vindo, mas
não foi reconhecido e foi maltratado inclusive (Leia Mateus 17:10-13)

É engraçado, no entanto, que a teologia da Mensagem se utiliza de Mateus 17:11


para dizer que Jesus afirmou que Elias virá de novo no futuro:

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as


coisas.

Esse é o maior perigo de ler versículos avulsos da Bíblia, qualquer coisa pode
ser inferida quando tirada do contexto. Se lermos o versículo anterior a esse décimo
primeiro e também lermos alguns versículos depois, essa teoria de um Elias para o
futuro é derrubada por terra também. Veja:

E os discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas dizem que é
necessário que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em Verdade, Elias virá
primeiro, e restaurará todas as coisas; Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas
fizeram-lhe tudo que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem. Então,
entenderam os discípulos que lhes falara de João o Batista.

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Assim, é fácil analisar o contexto: os discípulos estavam tentando entender o
que Malaquias 4 dizia sobre um Elias que viria antes do Messias, então Jesus confirmou
que a profecia era realmente verdade e que Elias viria mesmo antes, porém, ele
contrapõe o futuro com o passado, dizendo que esse Elias que virá na verdade já veio, e
ninguém o deu atenção ou importância, e esse era João Batista. Acredito que a melhor
interpretação da escritura seja aquela feita por Jesus. Portanto, não é ético retirar
apenas um versículo do contexto, pois se analisarmos toda a escritura de Mateus 17 fica
claro o que Jesus dizia.

Também é válido mencionarmos que a teologia da Mensagem afirma que nem


mesmo João Batista se considerava aquele Elias que havia de vir. Eles utilizam a
passagem de João 1:21 para defender tal tese.

E perguntaram-lhe: Então o que? És tu Elias? E disse: Não sou! És tu profeta? E


respondeu: Não.

A explicação básica para isso tem duas hipóteses. A primeira é que João negou
ser Elias e um profeta ao grande público por uma questão de humildade e para que não
engrandecessem a ele. Segundo, João negou ser Elias fisicamente, pois ele não cria que
ele era a reencarnação do profeta antigo. Assim, João Batista não é uma reencarnação
física de Elias, até porque isso seria completamente antibíblico, porém ele é Elias em
espírito. Por isso, Lucas ao escrever o seu evangelho tratou de deixar claro essa questão,
mas isso também não é muito levado em conta na Mensagem. Veja o que está escrito em
Lucas 1:17:

E irá diante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos
filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.

Note que, assim como em Malaquias 4:6, Lucas fala das funções de Elias, que
seria a reconciliação, deixando claro mais uma vez que os apóstolos de Cristo criam em
João como sendo esse Elias que viria, não fisicamente (até porque nem mesmo João cria
em si mesmo como reencarnação), mas sim espiritualmente.

É importante mencionar também que nem mesmo o irmão Branham


acreditava numa segunda vinda de um Elias terreno, mas cria na verdade que Elias
estaria nos últimos dias presente através de Jesus Cristo. Veja o que o reverendo
Branham pregou na mensagem “Tentando fazer um serviço para Deus sem ser da
vontade de Deus” em 1965:

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E Elias não foi...Esse não foi Elias; esse foi o Espírito de Deus em Elias; Elias era só um
homem. Agora, temos tido Elias, e capas de Elias, e mantos de Elias, e tudo de Elias. Mas o Elias deste
dia é o Senhor Jesus Cristo. É para Ele vir conforme Mateus dezessete...Lucas 17:30, diz que é para o
Filho do homem Se manifestar entre Seu povo. Não um homem, Deus! Mas virá através de um
profeta.

Veja que William Branham acreditava que o Elias deste dia é o Senhor Jesus
Cristo. Portanto, se você crê que o pastor Branham é Elias, você precisa crer então que
ele é a reencarnação de Cristo, e isso é uma blasfêmia imensa!

Vale destacar também que essa teologia incorreta que interpretava


Malaquias 4 de forma futurista não foi algo inventado por William Branham, ele não foi
o primeiro a ser considerado o retorno de Elias e, definitivamente, não foi o último
também. Até onde se sabe, o primeiro pregador a se intitular como o Elias de Malaquias
4 foi John Dowie, pastor escocês que fez sucesso no estado de Illinois, nos Estados Unidos,
até sua morte em 1907. Existem jornais da época que relatavam que Dowie se considera
Elias II, a mesma coisa que a Mensagem faz com William Branham. Não é exagero
acreditarmos que, na verdade, Branham se baseou na teologia de Dowie para levar o
povo a acreditar que Elias teria que retornar. Isso pode ser confirmado pois em 1951 o
reverendo Branham pregou na cidade onde Dowie vivia e fez a seguinte alegação, se
relacionando sobrenaturalmente com o ministério de “Elias 2.0”, na mensagem “Our hop
is in God”:

Doutor Dowie, em sua morte, profetizou que eu viria.... Ele morreu em um dia, e eu nasci
no dia seguinte.

Assim, podemos inferir que William Branham acreditava em Dowie como


profeta e relacionou seu ministério como uma continuação do anterior.

Da mesma forma que Branham se baseou nas pregações de Dowie para levar
o povo a crer que ele era o Elias de Malaquias 4, outro notório pregador se baseou em
William para fazer o mesmo: Jim Jones! Existem fitas onde membros da congregação de
Jones, já na década de 70, o chamavam de Elias, provando que, de alguma forma, Jones
aprendeu que ser o cumprimento de uma escritura bíblica o traria notoriedade e
respeito.

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EXAMINANDO ESCRITURAS DE APOCALIPSE
Apocalipse 10:7 e Apocalipse 3:14 são dois dos principais textos escatológicos
usados pelos membros da Mensagem para defenderem que William Branham foi sim
profetizado pelas escrituras e, portanto, deve sim ser seguido como o último grande
profeta. Vejamos o que essas escrituras falam, cronologicamente:

E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira,
o princípio da criação de Deus.

Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo
de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.

É importante destacar que absolutamente nada nas escrituras mostra que o


anjo de Apocalipse 3 e o de Apocalipse 10 são as mesmas figuras, isso é só um
malabarismo teológico para dar mais crédito ao reverendo Branham. Dito isso, vamos
analisar primeiramente Apocalipse 3:14.

Essa escritura escatológica diz respeito à mensagem que Jesus deu para sete
igrejas da Ásia Menor. Isso pode ser claramente visto em Apocalipse 1:4 e, portanto, fica
muito evidente que a mensagem escrita nos capítulos 1, 2 e 3 não são metafóricas, mas
sim literais. Isso deve ser dito pois, segundo William Branham, as 7 igrejas eram na
verdade 7 períodos diferentes da história do cristianismo. Assim, ele acreditava que os
anjos dos capítulos iniciais de Apocalipse, incluindo Apocalipse 3:14, eram na verdade
mensageiros destinados a entregar a “mensagem da hora” para o povo escolhido. Notem
que essa teologia não é baseada em escritura alguma, somente uma série de achismos
sem base em nenhum texto bíblico. Portanto, lendo a bíblia em sua literalidade,
conseguimos perceber que não se tratam de sete eras, mas sim de sete igrejas físicas da
época, que se encontravam na região da Túrquia, sendo consideradas as primeiras
grandes congregações cristãs.

Segundo o renomado teólogo brasileiro Augusto Nicodemus, os anjos das sete


igrejas eram na verdade os seus líderes. Assim, quando Apocalipse 3:14 fala sobre o anjo
de Laodicéia, o que devemos compreender é que aquela mensagem estava sendo
direcionada ao pastor daquela congregação. Isso é a leitura crua da bíblia, sem precisar
de teorias da conspiração ou interpretações fajutas. Uma prova de que essa escritura
não diz respeito a um profeta designado por Deus para cuidar da última era pode ser

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encontrada rapidamente no mesmo capítulo do livro das revelações, entre os versículos
14 e 17:

E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e


verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente;
quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar -te-ei
da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que
és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.

Na interpretação bíblica da Mensagem, o anjo de Laodicéia é na verdade


William Branham. Porém, ao lermos o que é falado a esse anjo, vemos então que existe
um claro problema. Se Branham é esse anjo, ele então é um desgraçado, miserável e
Cristo irá vomitar ele de sua boca. Isso é o que a escritura diz. Você quer mesmo seguir
esse mensageiro?

Assim, percebemos numa leitura simples da Bíblia que existem apenas 2


opções:

1. O anjo de Apocalipse 3:14 é literal, ou seja, um líder da igreja local


daquela cidade citada. Vale ressaltar sempre que essa carta para as
igrejas foi escrita por volta do ano 90 d.C. e, portanto, foi direcionada
para a liderança local daquela época. Essa é a hipótese mais provável e
aceita, pois não é necessário eisegese (forçar alguma interpretação que
não está visível no texto)
2. William Branham é esse anjo de Laodicéia e, portanto, ao invés de ser
seguido devia ser desprezado, pois o castigo dito por Cristo a essa
figura é terrível!

Agora que já mostramos biblicamente que, mesmo aceitando a falha


teologia das sete eras, a opção de seguir William Branham como um profeta final não
é uma boa opção, vamos nos debruçar em analisar outra escritura de Apocalipse
utilizada pela Mensagem para se referirem à vindicação escriturística de William
Branham.

Em Apocalipse 10:7 fala-se sobre um sétimo anjo que tocaria sua trombeta.
É importante ler na íntegra a escritura para perceber seu contexto. Esse sétimo
versículo não indica que o anjo tocou a sua trombeta, na verdade a escritura diz
claramente sobre quando ele iria tocar a trombeta, algo no futuro. Isso é importante
pois esse sétimo anjo volta a ser mencionado em Apocalipse 11:15.

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E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os
reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.

Assim, o sétimo anjo mencionado em Apocalipse 10:7 só toca sua trombeta


em Apocalipse 11:15. A teologia da Mensagem aponta que a ação de tocar a trombeta
significa a atividade de William Branham em espalhar a sua mensagem dos fins dos
tempos na terra. Portanto, se Apocalipse 10:7 e, portanto, Apocalipse 11:15 tratam de
William Branham, temos um gigantesco problema.

Antes da trombeta do sétimo anjo tocar, o livro das revelações aponta que
Jesus enviaria para a terra suas duas testemunhas. Esses dois indivíduos
escatológicos profetizariam por três anos até que fossem mortas pela besta do
abismo. Somente depois desse episódio é que a suposta mensagem do sétimo anjo seria
anunciada. Então, se a doutrina da Mensagem acredita que o sétimo anjo é Branham,
quem foram as duas testemunhas que vieram antes da pregação do reverendo? E
quem é a besta do abismo que os matou? São perguntas sem respostas, pois é
simplesmente impossível encaixar William Branham como cumprimento de
Apocalipse 10:7.

Por fim, é importante deixarmos claro que até as palavras do reverendo


Branham depõe contra sua posição de sétimo anjo. Veja o que o pastor disse no
parágrafo 41 da mensagem “A brecha entre as Sete Eras e os Sete Selos”:

E quando os Selos forem rompidos e o mistério for revelado, desce o Anjo, o Mensageiro,
Cristo, colocando Seus pés sobre a terra e sobre o mar, com um arco-iris sobre Sua cabeça. Agora,
recordem, este sétimo anjo está na terra no tempo de Sua vinda.

Percebam que a última frase de William é bem clara: “esse sétimo anjo está na
terra no tempo de Sua vinda”. Ou seja, o sétimo anjo receberia Jesus em sua segunda
vinda. Como pode William Branham ser esse sétimo anjo se ele já morreu há 5 décadas e
o regresso de Jesus ainda não se deu?

Por fim, outra “missão” escatológica que a Mensagem dá ao reverendo


Branham é a de revelar os Sete Selos mencionados no livro de Apocalipse. O próprio
William acreditava que essa era sua missão e que ele a havia completado com sucesso.
Em 1963, na pregação intitulada “Parado na brecha”, o pregador diz o seguinte:

Bem, acontece que, pelo menos um homem que estava lá de pé quando isto aconteceu,
está aqui presente nesta manhã. Isto arrancou as pedras fora do monte. E agora eles... Nós

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encontramos que durante aquele tempo eu vi sete Anjos na forma de uma pirâmide que me atirou
no chão e me levantou. E eu fui trazido para o leste para abrir os Sete Selos para Deus.

Perceba como claramente ele diz que ele foi o responsável por abrir os Selos.
Porém, vamos ver o que as Sagradas Escrituras dizem sobre o indivíduo que teria essa
missão:

Então um dos anciãos me disse: “Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de
Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”.

Em Apocalipse 5:5 a bíblia é clara ao dizer que o único digno de abrir os Selos
era Jesus, o Leão da tribo de Judá. Se a Mensagem acredita que Branham abriu os Selos,
ele então é Jesus? Blasfêmia!

Por fim, é importante mencionar que, diferente do que é ensinado na


Mensagem, William Branham não foi o responsável por “revelar” o significado dos Selos
e nem tampouco o primeiro a pregar sobre a teoria das Eras da Igreja. Essas pregações
foram, na verdade, inicialmente feitas por um pastor batista chamado Clarence Larkin
nos anos 1918 e 1919, um teólogo respeitado inclusive por William Branham, que o
mencionou na pregação “As setenta semanas de Daniel”. Além disso, Charles Taze
Russell, fundador dos Testemunhas de Jeová, já pregava sobre as eras da igreja ainda
no século 19.

Além disso, mesmo que tomemos como verdade a fraca teologia da Mensagem
de que é necessário que creiamos em um enviado profético para os últimos tempos e,
portanto, tenhamos que encontrar algum homem para enquadrarmos como
cumprimento de Malaquias 4:5, Apocalipse 3:14 e Apocalipse 10:7, o que garante que esse
homem seria William Branham? Por que não adotam Billy Graham que, aliás, alcançou
muito mais almas para Cristo do que Branham, como esse homem mensageiro dos
últimos tempos? Ou por que não o pregador e respeitadíssimo teólogo Charles Spurgeon?
É fácil notarmos então que a questão da crença em Branham como cumprimento das
escrituras é puramente por uma fé cega e sem comprovação teológica alguma...

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EXAMINANDO A SALVAÇÃO DA MENSAGEM
A doutrina pregada pela Mensagem crê que só há salvação para aqueles que
creem no profeta da era, que segundo eles trata-se do reverendo americano. Essa
teologia sem base bíblica é pregada utilizando principalmente duas citações de William
Branham:

Ele fez naquela era justamente como Ele fez em todas as eras, e como Ele fará,
justamente como Ele prometeu fazer. Deus promete alguma coisa, então Ele vem e prova que a Sua
Palavra é correta. Todos que creram, todos que creram na Mensagem daquela era, aceitaram e
foram salvos. Assim será em qualquer era. Todos que não criam na Mensagem e no mensageiro,
pereciam.

Nessa frase, dita na mensagem “Provando Sua Palavra”, Branham


claramente diz que os que não creem no mensageiro perecem, não alcançando a
salvação. Ele acreditava que, na verdade, a Bíblia por si só não era suficiente, pois
precisava ser constantemente atualizada para a época vigente. Veja o que ele diz na
mensagem Shalom, em 1964:

A Palavra do tempo de Moisés não funcionou nos dias do tempo de Jesus. O trabalho ... a
Palavra nos dias dos apóstolos não funciona hoje.

Ao dizer que a Palavra dos tempos dos apóstolos não funciona hoje, Branham
comete um deslize escriturístico brutal, pois há várias indicações bíblicas que pressupõe
que nada deve ser considerado uma escritura oficial além do que está na bíblia. Por
exemplo, Paulo diz o seguinte em Gálatas 1, versículo 9:

Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos
anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja maldição.

Perceba que Paulo prega claramente que qualquer um que pregar um


evangelho diferente do que pregado pelos apóstolos, que fosse anátema. Como então
pode William Branham afirmar que esse evangelho não servia mais para os dias de
hoje?

Para afirmarem que há a necessidade de uma revelação extra, os


pregadores da Mensagem utilizam uma escritura da Velha Aliança (ou antigo pacto)
contida no terceiro capítulo do livro de Amós, no versículo 7:

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Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos
seus servos, os profetas.

Porém, é um erro cruel utilizar uma escritura do Velho Testamento como se


ainda fosse vigente para o novo pacto. Isso porquê, segundo Hebreus, a nova forma de
Deus falar após a vinda do Messias é através de Jesus Cristo e não mais com
revelações proféticas. O livro todo de Hebreus fala sobre essa diferença entre o antigo
e o novo pacto, porém os primeiros dois versículos são suficientes para
compreenderem.

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,
A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.

Assim, antigamente Deus falava através de revelação aos profetas, mas


agora através da revelação final que é Cristo. Isso é claramente percebido quando
Paulo demonstra que os profetas do quíntuplo de Efésios são diferentes dos profetas
do Velho Testamento, pois agora eles precisam passar por algumas exigências, tais
quais:

1. O profeta da nova aliança precisa estar alinhado com o que a Bíblia diz
(Gálatas 1:9 e I Coríntios 4:6)
2. O profeta da nova aliança precisa ter suas palavras examinadas e não
aceitas como verdade absoluta (I Coríntios 14:29)

Portanto, não podemos tomar a palavra de um homem atualmente como


absoluta. Infelizmente, muitos pastores da Mensagem acreditam que a voz de William
Branham é a voz audível de Deus para o povo e afirmam categoricamente que Deus
estava dentro daquele homem quando ele pregava. Porém, sejamos espertos na
análise das escrituras e provemos que Deus está dentro de todos os cristãos, como foi
dito no evangelho de João, no capítulo 14.

O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece;
mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.
Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.
Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.

É fácil então percebermos que, através do Espírito Santo, Deus está em


todos nós e, portanto, a alegação de que devemos ouvir piamente William Branham

15
pois ele era a voz de Deus não condiz com as escrituras. Basta que analisemos a
primeira epístola de João, capítulo 2 no versículo 27:

E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém
vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como
ela vos ensinou, assim nele permanecereis.

Aquele que é nosso professor é o Espírito Santo e não um homem falível como
nós mesmos somos. Portanto, novamente é fácil provar através de escrituras que a
salvação independe de quem você é discípulo, basta crer em Jesus, o Cristo. Veja
algumas escrituras que provam isso:

Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois
carnais? Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o
que o Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.
Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.

Essa primeira escritura, de I Coríntios 3:4-7, mostra claramente que é


indiferente a quem você tem religiosamente como líder, pois o que importa é o
ministério de Deus.

E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome
há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.

Já nesse segundo trecho, de Atos 4:12, Lucas escreve que nenhum nome é
relevante na terra, pois o único que é digno de adoração e que pode salvar é o de Jesus.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras, para que ninguém se glorie;

Por fim, em Efésios 2:8-9, Paulo encerra o assunto da salvação, mostrando


que esta é um dom de Deus e que não é dado ao povo graças às suas próprias obras,
mas sim pela misericórdia de Deus!

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OS DONS SOBRENATURAIS
É fato que muitos membros de igrejas da Mensagem utilizam os supostos
milagres realizados por William Branham para justificarem sua fé nele como profeta de
Deus. Porém, esse argumento é, francamente, muito superficial. Sinais e maravilhas não
são fatores definitivos para crer em alguém. Exemplos de homens maus que realizaram
milagres inexplicáveis são inúmeros, por exemplo o caso de João de Deus, que possui
milhares de testemunhos reais de seus feitos sobrenaturais, mas, definitivamente, não
é de Deus, haja vista sua condenação por estupro de dezenas de mulheres.

Mesmo Jesus já deixava isso claro em seus ensinamentos há mais de 2 mil anos
atrás, pois sabia que milagres seriam utilizados por falsos mestres para convencer o
povo. As duas principais falas de Jesus a esse respeito se encontram no evangelho
segundo Mateus, primeiro em Mateus 7:22-23 e depois em Mateus 24:24. Veja o que essas
passagens relatam, respectivamente:

Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e
em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a
iniquidade.

Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios
que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

Perceba que Jesus alerta que sinais e maravilhas seriam utilizados para
enganar o povo e que, no fim dos tempos, muitos que realizaram tais milagres não
seriam dignos do Reino de Deus, pois eram praticantes de iniquidade, mostrando
definitivamente que a realização desses feitos sobrenaturais não pode ser utilizada
como vindicação para crer em alguém.

Ainda assim, é válido destacar que as curas e dons de William Branham,


apesar de consideradas legítimas pelos seguidores, podem sim serem fruto de
enganações. Algumas são as provas de que os poderes sobrenaturais de Branham não
eram reais e a seguir mostraremos algumas dessas indicações.

Primeiro, iremos mostrar uma entrevista de Albert Pohl, homem que ajudou
na organização do tour de William Branham ao Canadá em 1947. Essa entrevista foi

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dada à revista “O Thimoty”, em sua edição de fevereiro de 1990, e mostraremos um
trecho dela a seguir:

Entrevistador: Agora, muitos alegaram ter sido curados, ou parecia que muitos eram
curados na reunião?

Pohl: Nas reuniões? Ah, sim, houve aqueles que alegaram ter sido curados, e houve
aquelas pessoas que pensaram que viram curas, ou pensaram que viram milagres. Mas, quando
você estava do lado de dentro, via que algumas daquelas coisas que deveriam ser milagres, não
eram milagres de forma alguma. Visto de fora, você pensaria que algo realmente aconteceu, mas
tendo estado bem perto de Branham, e trabalhando com ele, descobri que muitas daquelas supostas
curas ou milagres realmente não eram milagres no fim das contas.

Entrevistador: Certo. Então, houve muitos que ele disse estarem curados?

Pohl: Sim, sim. Pelo que me lembro, praticamente todos, de pé ao lado dessas várias
cabeceiras, praticamente todos foram declarados curados. Mas a tragédia é que muitos morreram
depois que Branham partiu. Então, havia algo errado.

Entrevistador: Houve um jornal que tentou investigar as curas. Você pode me dizer algo
sobre isso? O que eles puderam confirmar no que diz respeito às curas?

Pohl: Sim, em Winnipeg. Branham veio ao Canadá naquela época e pregou em várias
igrejas apostólicas no Canadá. A primeira igreja foi a igreja de nosso moderador em Winnipeg, que
o trouxe para o Canadá. E o Sr. Branham teve sua campanha ali. Então ele veio mais tarde para
Saskatoon. Quando a campanha estava em andamento em Winnipeg, o jornal (um dos grandes
jornais da cidade) estava dando uma cobertura considerável às reuniões e indicava que havia
muitas pessoas curadas. Eles eram favoráveis a esta igreja, e a anunciaram e deram notícias de que
algumas pessoas foram curadas. Mais tarde, porém, o mesmo editor enviou alguns repórteres para
verificar algumas dessas pessoas que havia escrito no jornal semanas antes. [Os repórteres
deveriam] checar e ver se essas pessoas que supostamente foram curadas na ocasião, ainda
estavam curadas, ainda estavam vivas, ou o que seja. E quando esses repórteres voltaram,
descobriram que essas pessoas haviam morrido, ou estavam no mesmo estado ou em pior estado do
que antes. Então, o editor publicou no jornal que esses casos acabaram sendo falsos e que essas
pessoas não foram curadas, afinal, e que havia algo de errado com esses chamados milagres e
curas. Quando o pastor da igreja viu esses relatórios no jornal, ele foi ao editor um tanto
perturbado e não muito feliz com a situação, e confrontou o editor: “Por que você faz isso com a
nossa igreja? Você está prejudicando a reputação de nossa igreja e não deveria fazer isso conosco”.
E o editor disse algo neste sentido: "Bem, pastor, se as curas são genuínas, você não precisa se
preocupar, não é?". Mais tarde, quando ouvi isso, pensei comigo mesmo, bem, aquele editor
certamente tinha muito bom senso, porque se eles são genuínos, por que se preocupar? Se não
forem, bem, eles devem ser expostos - que é o que o jornal fez. E o editor disse: “Pastor, demos a você

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uma boa cobertura quando o Sr. Branham estava aqui”. O pastor teve que admitir que sim. “Agora”,
disse ele, “devemos a nosso povo contar-lhes o resto da história”. E ele disse: "Isso é o que
encontramos” e ele disse ao pastor: “Vou lhe dizer o que farei, se você puder me trazer um caso
genuíno de cura genuína, lhe darei a primeira página”. E me disseram bem na casa daquele pastor
que eles não conseguiam encontrar ninguém.

Entrevistador: Nenhum?

Pohl: Nenhum. ... Fiquei ao lado de cama após cama, pessoa após pessoa que foi
declarada curada e, no entanto, onde eles estavam? Eles faleceram. Portanto, havia algo muito
errado com esse tipo de cura.

Vejam que Albert, que acompanhou de perto Branham em suas reuniões de


cura no Canadá, afirmou categoricamente que mesmo tendo trabalhado com o
pregador, não viu sequer uma evidência de dons de cura!

Ele também afirma que jornais canadenses tentaram investigar as alegações


de Branham sobre suas curas. Isso pode ser comprovado através dos jornais locais de
Jeffersonville que, no dia 23 de julho de 1947, noticiaram sobre investigações
jornalísticas vindas do Canadá sobre o pregador local. Veja abaixo o que o Jeffersonville
Evening News noticiou:

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O jornal noticiou que no dia anterior, o repórter Ted Shrader, de Winnepeg,
enviou um questionamento sobre uma afirmação que William Branham estava fazendo
no Canadá. O repórter fez a seguinte pergunta ao jornal de Jeffersonville:

“O reverendo William Branham alega que ressuscitou um homem em um salão de


velório em Jeffersonville. Vocês poderiam gentilmente anexar detalhes sobre se isso é ou não
verdade? Qual era o nome do homem? Causa da morte? Nome do necrotério? Quando aconteceu?”

Para responder essa pergunta o editor do jornal de Jeffersonville deu a


seguinte resposta:

“Esse jornal mantém a par das notícias de Jeffersonville e Clark County e tem feito isso
há 75 anos, mas em nenhum lugar de nossos arquivos algo tão fantástico aparece e enviamos ao
jornal de Winnipeg que nós não conseguimos comprovar esse fenômeno”

Portanto, fica provado que nem sequer o jornal local de Jeffersonville pode
prover informações factuais aos repórteres canadenses sobre os poderes de cura de
William Branham, e nem mesmo seu ajudante naquela ocasião, Albert Pohl, presenciou
sequer uma cura divina.

Além disso, recentemente outro fato interessante colocou em xeque a


veracidade do suposto dom de revelação divina. O reverendo William Branham
afirmava categoricamente que era capaz de desvendar detalhes sobre as pessoas em
suas reuniões, como seus nomes, doenças e cidade de nascimento. Geralmente essas
revelações eram feitas durante as famosas filas de oração de Branham. Porém, ao
analisarmos os famosos cartões de oração, que eram a forma de Branham manter o
controle das pessoas na fila para receberem oração, uma dúvida gigantesca apareça.
Olhem como eram os registros para receber oração:

Note que aquele que iria receber oração precisava de antemão escrever em um
registro seu nome, endereço e a doença com que sofria. Se William Branham recebia
essas informações de maneira sobrenatural, por que era necessário que as pessoas

20
informassem isso antes do culto? A resposta é simples, assim como outros pregadores
que realizam tais “revelações”, ele apenas memorizava tudo antes...

Para dar mais crédito a essa teoria apresentada de que tudo não passava de
um grande truque de ilusionismo baseado em memorização, vamos analisar um trecho
do filme “O fundo clama o fundo”, minutos antes da fila de oração começar.

A partir do minuto 27:55 do filme, Billy Paul, filho de Branham, fica em pé atrás
de seu pai por cerca de um minuto com a mão na boca. Esse talvez era o momento que ele
revisava as informações memorizadas por seu pai, repassando a lista de nomes e
doenças para o show.

Dito tudo isso, porém, a maior prova de que as revelações não eram de cunho
sobrenatural ainda não foi apresentada. Diversos erros ocorriam durante as supostas
revelações, o que não poderia ocorrer se isso fosse fruto do Espírito Santo, pois Ele não
pode errar. Veja alguns exemplos:

Agora, para a glória de Deus, e pelo Poder da Sua ressurreição, pela onipotência de Deus,
eu agora tomo cada espírito aqui sob o meu controle, no Nome de Jesus Cristo. Então, faça como lhe
foi dito. E agora quero que aquela senhora, aqui, que fique de pé aqui perto do microfone. Eu
conheço a senhora. Eu - eu acho que o seu nome é Sutton, se não estou enganado-... [A irmã diz, “Não.
Cobb, agora.” - Ed.] Oh, Cobb, sinto muito. MENSAGEM: PROVA DE SUA RESSURREIÇÃO (1955)

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E nesta seção, em algum lugar aqui? Tenha fé. Há um homem diante de mim, ele fez uma
operação para hemorroidas; não fez nenhum bem. Sr. Day, oh me perdoe, Sr. Short, levante-se e
receba sua cura. MENSAGEM: ABRAHAM’S GRACE COVENANT (1961)

O que você acha? Você está pronta para uma operação, também. Você é uma estranha
para mim. Está correto? Você não é daqui. Você me conhece, mas eu não te conheço. Mas Deus te
conhece. Você crê nisto? Você está pronta para uma operação. Você não mora aqui. Você é de perto
de Bedford, Springville, algo assim. É onde fica, Springville. Senhora Burton... não... me perdoe, eu
não quis dizer... senhor Parker, é o seu nome. Não é? MENSAGEM: AQUELE QUE ESTÁ EM VÓS (1963)

Esses três exemplos por si só já bastam para mostrar que algo estava errado
com a suposta revelação divina. Errar os nomes de forma tão descarada assim deveria
ser suficiente para perceberem que a adivinhação não era fruto divino. Porém, como
prova final, mostraremos o erro mais gritante já proferido (e ainda não excluído pela
Voz de Deus das mensagens) de William Branham:

Agora, apenas com suas cabeças inclinadas por um momento. Há quanto tempo você
está assim? Me ouve agora? Você pode... Amém. Dois anos...? Você me ouve? sim. Amém! Ele pode
ouvir agora. Digamos: “Louvado seja o Senhor”. Deus te abençoe agora. Siga seu caminho
regozijando-se e seja feliz. Amém. [A senhora diz: “Irmão Branham, irmão Branham.”] Sim? [“Ele
não é surdo, ele tem endurecimento das artérias; ele não pode falar”]. MENSAGEM: THIRSTING FOR
LIFE (1957)

Se o povo da Mensagem crê em um Deus que não erra nunca, como podem
explicar esses erros nas revelações supostamente divinas?

Outra questão que sempre é trazida à tona quando tratamos de


descredibilizar William Branham como profeta é a fantástica história do menino
ressuscitado na Finlândia. Segundo a mitologia da Mensagem, em 1950 enquanto estava
num tour religioso pelo país nórdico, William Branham se deparou com uma chocante
cena: um menino morto no chão da estrada após um fatal atropelamento. Assim, vendo
a situação, desafiou a todos dizendo que poderiam considera-lo um falso profeta caso o
menino não ressuscitasse imediatamente. A oração foi feita e surtiu efeito instantâneo!
Essa é a mitologia, agora vamos analisar os fatos...

De fato, William Branham viajou à Finlândia em 1950 e realmente um


atropelamento ocorreu. Isso pode ser comprovado por testemunhas oculares do caso
que escreveram seus relatos do ocorrido. Oficialmente, existem 4 diferentes fontes dessa
história: o testemunho escrito por William Branham em 1950, o testemunho do pastor
finlandês Soinien, o testemunho de Jack Moore (amigo pessoal do reverendo Branham)

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e, finalmente, a versão considerada oficial pela Mensagem, a contada pelo pastor ao
grande público.

O mais coerente é que, se todos estiverem sendo honestos, os 4 relatos sejam,


se não idênticos, ao menos bem próximos. Portanto, iremos analisar cada um dos
testemunhos para concluirmos o que de fato aconteceu.

Inicialmente iremos falar sobre o relato do pastor Soinien, que pode ser
encontrado no livro “William Branham: um homem enviado por Deus” e está exposto a
seguir:

Na sexta-feira à tarde, ocorreu um incidente notável e surpreendente que significou


muito para o irmão Branham e para aqueles de nós que por acaso eram suas testemunhas. Três
carros cheios fizeram uma viagem inesquecível para a Torre de Observação Puijo, situada em uma
bela elevação panorâmica. O passeio foi um dos mais preciosos de que me lembro, por causa da
bênção de Deus sobre nós. Então, quando voltávamos de Puijo, ocorreu um terrível acidente. Um
carro à frente não conseguiu evitar atropelar dois meninos, que correram para frente do carro,
jogando um na calçada e o outro a cinco metros de distância em um campo. Um menino
inconsciente foi carregado para um carro bem à nossa frente e o outro, Kari Holma, foi colocado em
nosso carro e colocado nos braços do irmão Branham e da Srta. Isaacson, que estavam sentados no
banco de trás. Os irmãos Moore e Lindsay estavam no banco da frente comigo. Enquanto corríamos
para o hospital, perguntei através da Srta. Isaacson, a intérprete, como o menino estava. O irmão
Branham, com seu dedo no pulso do menino, respondeu que o menino parecia estar morto, visto que
o pulso não batia de forma alguma. Então o irmão Branham colocou sua mão sobre o coração do
menino e percebeu que não estava funcionando. Ele verificou a respiração do menino e não
conseguiu detectar nenhuma respiração. Lembrando-se da visão, ele perguntou ao irmão Lindsay
para olhar na folha de sua Bíblia e ver o que a visão dizia sobre “um garotinho sendo ressuscitado
dos mortos”. Foi descoberto que a descrição do menino na visão era exatamente como o menino que
estava nos braços do irmão. Então ele se ajoelhou no chão do carro e começou a orar. Os irmãos
Lindsay e Moore também oraram para que o Senhor tivesse misericórdia. Ao nos aproximarmos do
hospital, cerca de cinco ou seis minutos depois, olhei para trás e, para minha surpresa, o menino
abriu os olhos. Enquanto carregávamos o menino para o hospital, ele começou a chorar e percebi
que um milagre tinha acontecido. O outro garoto havia sido trazido um pouco antes e ainda estava
inconsciente. Quando eu estava levando meus hóspedes de volta ao hotel, o irmão Branham me
disse: “Não se preocupe! O menino que estava no nosso carro com certeza vai viver”. O menino que
estava no meu carro, Kari, foi dispensado do hospital em apenas três dias.

Já o relato de Jack Moore, que será exposto a seguir, deve ser analisado com
um pouco mais de cautela, pois, se tratando de um amigo pessoal do reverendo
Branham, o testemunho pode ter sido enviesado. O que lerão a seguir é uma tradução do

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escrito por Jack na revista The Voice of Healing (revista que o próprio William Branham
criou e era o editor chefe), na edição de junho de 1950, pouco tempo depois do caso.

Em nosso caminho descendo a montanha, testemunhamos um acontecimento


nauseante. Um carro bem na nossa frente atropelou dois meninos de escola de cerca de 10 ou 11
anos, derrubando e desmaiando eles. O carro saiu da estrada. Paramos nosso carro e vimos a cena
terrível. Os dois meninos pareciam mortos, completamente imóveis. Corremos para pegar um
menino e outro carro carregou o outro. Enquanto eu carreguei o corpo sem vida ao banco de trás,
onde o irmão Branham e a irmã Isaacson estavam sentados, eu sabia que era tarde demais para
ajudar... seu pulso havia sumido. Mas enquanto dirigíamos em direção à cidade, levantamos nossos
corações e vozes em oração, e depois de um tempo ouvimos o irmão Branham que disse: “Seu pulso
está batendo novamente”. E eu imediatamente me lembrei da visão que ele nos contou em Miami,
Flórida, de um garotinho sendo ressuscitado dos mortos. Ele não sabia quando ou onde seria, mas
ele sabia como o garotinho seria. Quando chegamos ao hospital, o garotinho havia recobrado a
consciência e estava chorando. Ele logo foi mandado para casa, e o outro garoto está se
recuperando bem. O irmão Branham teve uma visão sobre ele e disse que viveria.

Assim, após lermos os dois testemunhos de pessoas que presenciaram o


acontecido podemos tirar as seguintes conclusões:

1. Eles avistaram o acidente acontecer logo à frente


2. O corpo do menino foi levado ao carro onde William Branham estava
para ser levado ao hospital
3. Branham foi o único a aferir os batimentos cardíacos do menino (que
poderia muito bem estar vivo)
4. O garoto foi hospitalizado e liherado em 3 dias

Também em 1950, agora na edição especial anual da revista de William


Branham, o mesmo escreveu um artigo relatando o milagre que havia acontecido na
viagem. Perceba que esse é o relato com mais tendência a ser enviesado, pois o autor da
suposta cura estava falando sobre si mesmo. Porém, vamos ver o que ele disse:

Foi em Kuopio, Finlândia, quando o Senhor Jesus cumpriu a visão que Ele havia me
mostrado cerca de dois anos antes. Era sobre um menino de cabelo castanho claro que ressuscitou
dos mortos. Eu estava com um grupo de ministros que descia de uma montanha onde estávamos
orando e cantando hinos. Entre os ministros estavam o irmão Gordon Lindsay e o irmão Jack
Moore, com quem sou associado. Um carro a cerca de 300 metros à nossa frente atingiu um menino,
jogando-o no chão, e então o atropelou com tanta força que o jogou para trás, perto da calçada. O
irmão Jack Moore o pegou e o trouxe de volta para o carro conosco. Vimos que ele estava morto.
Olhei para o menino e pensei tê-lo reconhecido. Então me lembrei que ele era o garotinho que eu

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tinha visto na visão, que tinha oito ou dez anos, cabelos castanhos claros e estava mal vestido. Eu o
segurei contra o meu corpo e comecei a orar. De repente, sua vida voltou.

Como já era esperado, o testemunho de Branham é um pouco mais


mirabolante do que os das outras duas testemunhas oculares. Porém é importante
destacar que os 4 pontos centrais dos outros relatos foram respeitados. É necessário nos
atermos mais uma vez que nenhum especialista conferiu se o garoto estava morto, o que
é bastante improvável, pois atropelamentos raramente resultam em mortes
instantâneas.

Agora, porém, devemos destacar a quarta versão dos fatos, aquela narrada
por William Branham nos microfones ao redor da América e do mundo. O pregador
contou essa história inúmeras vezes, mas sem sobra de dúvidas a mais famosa e
completa narrativa foi apresentada em 1958, no sermão intitulado “A missionary talk”,
ainda não traduzida para o português oficialmente. Veja o que Branham conta, cerca de
8 anos após os fatos:

Havia um Ford 1925, 1930, ou talvez um modelo um pouco mais recente do que esse, um
Ford americano destruído, cerca de quinhentas pessoas por perto, e dois garotinhos vinham da
escola segurando a mão um do outro. E este carro, cerca de sessenta milhas por hora, girou em
torno da curva, e os meninos não sabiam que caminho seguir. Um foi para um lado e o outro para o
outro, o motorista tentando se esquivar deles, atingiu um pequenino embaixo do queixo com o para-
choque e o jogou cerca de trinta metros e o esmagou contra uma árvore. O outro garotinho rolou
por cima dele assim, e as rodas empurraram seu corpinho por cerca de seis metros na estrada em
uma planície de grama. O carro passou pela colina e ficou destruido. O irmão Lindsay e os demais
saíram; eles olharam para ele. Eles voltaram chorando. A irmã Isaacson saiu, minha intérprete. Ela
voltou chorando, disse: “Irmão Branham, você deveria ir ver isto”. Eu disse: "Oh, não, não posso." Eu
disse: "Você se lembra que minha esposa morreu quando eu era apenas um jovem pregador com
cerca de vinte e quatro anos de idade. Eu enterrei ela e meu bebê. Nós só tínhamos um pequenino
sobrando, e esse era Billy. Não tínhamos dinheiro suficiente para conseguir fogo para manter a
mamadeira quente, então eu colocava debaixo da minha cabeça. É por isso que ele está comigo hoje.
Eu - eu fui papai e mamãe, ambos , para ele. Isso é o que eu prometi a ela, quando ela estava
morrendo. E eu mantive seu corpinho aquecido, e sua mamadeira perto do meu próprio corpo". E
então ele tinha cerca de dez anos de idade, e eu disse: “Eu tenho meu próprio garotinho na América.
Eu - eu simplesmente não posso olhar para esse menino. Eu não vejo Billy agora por cerca de três
meses; simplesmente não consigo olhar para ele". E algo disse: “Vá ver”. Eu me aproximei e tinha um
casaco sobre o rosto, e eles o puxaram para baixo. Oh, que coisa, eu me virei e comecei a me afastar.
Não sei se você vai acreditar ou não. Isso é entre você e Deus. Algo colocou Suas mãos em meu
ombro; Achei que fosse o irmão Moore. Eu disse: “O quê, ora, não há ninguém ao meu redor, e a mão
ainda está em meu ombro”. Eu pensei: "O que é isso?" e a mão de Alguém pousada em meu ombro, e

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eu me virei para a criança. Por acaso, notei aquele pezinho, as pernas todas quebradas, o pezinho
correndo por entre as grandes e velhas meias pretas com nervuras. Isso parecia familiar. Eu disse
ao chefe, que era o prefeito da cidade, "Poderia...". Eles estavam esperando o pai e a mãe chegarem.
Eu pensei: “Oh, que coisa, o que aquele papai e mamãe pensarão quando vierem e virem este bebê
deitado aqui amassado”. O outro garotinho estava vivo, então eles o levaram às pressas para o
hospital em um carro. Então, esse garotinho estava morto há cerca de trinta minutos. Eles estavam
esperando para pegar seu pai e sua mãe antes que o agente funerário o transferisse. Eu disse:
"Posso olhar para aquele menino de novo?" Eles levantaram seu pequeno casaco, e eu olhei, aqueles
olhinhos castanhos voltados para trás, aquele tipo de cabelo castanho escuro, meia-calça, os pés
dentro das meias. Olhei em volta, havia uma colina, descendo da Montanha Kuopio, olhei para trás
e pensei: "É ele." Oh, irmão, eu posso nunca mais encontrar vocês até a glória, mas eu gostaria de ter
a força, esta tarde, para explicar a vocês que sentimento é esse. Todos os demônios do inferno não
puderam pará-lo. Não é, se você acredita, ou isso, ou aquilo, ou o outro, já está feito. Deus disse isso.
Eu olhei e disse: "É ele". Eu disse: “Irmão Moore, irmão Lindsay, venha rapidamente”. Eu disse:
"Pegue a folha de rosto da sua Bíblia...". "Qual é o problema, irmão Branham?". Eu disse: "Leia a folha
de rosto". “ASSIM DIZ O SENHOR, acontecerá que um garotinho, entre oito e dez anos de idade, sua
descrição, estará deitado em um lugar onde as pedras estão envoltas com cedros”. “O que”, disse, “o
que é isso, irmão Branham?”. Eu disse: “Olhe para a criança. Olhe ali nas rochas”. Ele disse: "É ele?" e
eu disse: “É ele”. Oh meu Deus. Oh, Deus, coloque a igreja nesse estado. Deixe-me ficar naquele lugar.
Eu disse: “Você fale bem rápido, irmã Isaac, interprete para mim”. Eu disse: "Se o Senhor Deus em
uma terra da América, dois anos atrás, aqui está escrito na folha da Bíblia destes irmãos, veja se
aquele garotinho não estará de pé vivo em cinco minutos, eu deixarei a Finlândia com um sinal nas
minhas costas, 'Falso Profeta'". Oh, é uma coisa tão maravilhosa quando você sabe o que Deus vai
fazer. Eu os pedi para reunir. Ajoelhei-me e disse: "Senhor Deus...". Se quiser saber os detalhes disso
com o prefeito, vou lhe dar o endereço dele. Eu disse: “Senhor Deus, na minha pátria Tu falaste desta
visão. E eu sei em Tua grande vontade predestinada, ela já terminou. Então a morte devolve a vida
deste menino”. E Deus, que é meu juiz solene, diante desta Bíblia esta tarde, o garotinho ficou de pé
tão normal quanto estava, uma hora depois de ser atingido”.

A diferença com o testemunho do próprio William na época dos fatos e com as


demais testemunhas oculares é gritante! O reverendo criou uma dramatização extra ao
fato ocorrido para gerar a empatia do público, criando um paralelo entre o menino
finlandês e seu filho Billy, além de recontar a trágica história da morte de sua primeira
esposa e filha. Porém, a questão mais gritante é que, dessa vez, ele conta uma história
como se o acidente tivesse ocorrido há tempos antes do carro dele se aproximar e, ao
invés do menino ter sido levado ao carro, agora foi Branham que desceu para ver a
situação, história bem diferente do relato inicial. Essa versão contém detalhes que dão
peso à ideia de que havia comprovação oficial da morte do garoto o que, na realidade,
não ocorreu. Ademais, um toque sobrenatural no ombro do reverendo agora foi citado,
algo que no seu testemunho inicial foi ignorado. Algo dessa magnitude nunca seria

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esquecido, o que nos leva a crer que isso foi uma adição falsa à história real. Dessa vez
também a figura do prefeito é mencionada, para dar mais peso de oficial para a história.
Esse fato não foi mencionado por nenhuma das testemunhas oculares do caso.

Ao analisarmos os relatos de 1950 com a história espalhada posteriormente,


podemos ver que a narrativa foi totalmente modificada para parecer mais milagrosa e
comprovada. O que é mais espantoso, no entanto, é que o reverendo Branham proferiu
as seguintes palavras: “E Deus, que é meu juiz solene, diante desta Bíblia esta tarde, o
garotinho ficou de pé tão normal quanto estava, uma hora depois de ser atingido”. Como
ele foi capaz de usar o nome de Deus para uma coisa que ele sabe que não ocorreu de tal
forma? Usar o nome de Deus em vão para dar força a uma narrativa falsa é pecado tão
grande e uma blasfêmia que um verdadeiro profeta nunca faria. Além do mais, ele disse
que se o garoto não levantasse em 5 minutos ele seria um falso profeta. O garoto
demorou 3 dias para ser liberado do hospital então como devemos tratar essa questão?

Assim, mais uma vez fomos capazes de mostrar incoerências gritantes na


alegação de um suposto dom de cura divina de William Branham e, portanto, a
vindicação dada a ele pelo movimento da Mensagem não condiz com a realidade dos
fatos.

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A BASE DA FÉ PROTESTANTE
Há 500 anos atrás, Martin Lutero era excomungado da Igreja Católica após
publicar suas 95 teses contra a doutrina católica, dando assim início à Reforma
Protestante. Essa história em si é muito conhecida em todos os ciclos evangélicos, porém,
o que talvez alguns não saibam é que cinco princípios básicos foram tomados pelos
reformadores para decidirem quais eram as bases então da teologia reformada. Esses 5
pilares foram nomeados de 5 solas e iremos falar de cada uma delas a seguir para
demonstrarmos como a Mensagem se afasta do que é considerado uma religião
protestante ortodoxa, não seguindo os pilares desta.

A primeira sola é a Sola Scriptura, que em latim significa “somente a


escritura”. A religião protestante nasceu justamente para derrubar a ideia de que a
opinião papal tinha o mesmo peso da bíblia, assim, o absoluto voltava a ser a bíblia e não
mais homens terrenos. Esse pilar da religião protestante é baseado na escritura de I
Coríntios 4:6, onde Paulo escreve:

E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós;
para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de
um contra outro.

Perceba como Paulo anuncia ao povo sobre não ir além do que está
escritura, demonstrando que as escrituras por si só eram o absoluto e suficiente
conhecimento. Porém, como já mencionado anteriormente, a teologia da mensagem
vai contra essa base religiosa, pois eles acreditam que William Branham tem peso
similar às escrituras e, segundo alguns pastores, deve ser considerado o absoluto do
povo, negando completamente o princípio da Sola Scriptura, adicionando um livro
extra como ensinamento ao povo.

O segundo princípio que gostaria de destacar é o de Solus Christus que,


segundo os reformadores, é a base que demonstra que Cristo é o único ser capaz de
mediar a salvação dada aos homens através de Deus. Esse princípio foi redigido para
lutar contra a idolatria que os católicos empunham aos santos, dando poder de
mediação a eles. A base escriturística para provar que homem algum tem poder de
salvação está em Atos 4, versículo 12:

E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome
há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.

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Outra escritura que comprova que somente Cristo é capaz de fazer o papel
de mediador se encontra na primeira carta de Paulo a Timóteo, no capítulo 2 e
versículo 5:

Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.

Porém, como já discutimos em capítulos anteriores, o próprio reverendo


Branham pregava contra essa base protestante, pois ele acreditava que além da fé em
Jesus, era necessário crer no mensageiro da era para ser salvo. Assim, esse é mais um
princípio não respeitado pela Mensagem, já que creem que a salvação só é alcançada
em sua plenitude caso outro alguém, além de Cristo, seja seguido.

Um terceiro princípio reformado ignorado pela Mensagem é o Soli Deo


Gloria que diz que o único ser passível de ser adorado é Deus e, consequentemente
Jesus. A base usada pelos pais da Reforma Protestante para provar que homem
nenhum deveria ser louvado está nos versículos 25 e 25 do décimo capítulo de Atos:

E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus


pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.

Assim, Pedro demonstrou pela sua ação que, mesmo sendo um discípulo
escolhido por Cristo, não acreditava ser digno de ser adorado, pois era apenas um
homem falível. Porém, ao entrarmos numa igreja da Mensagem rapidamente
percebemos que esse princípio não é respeitado, pois quadros de William Branham se
encontram dentro das igrejas e, principalmente, incansáveis menções ao homem são
feitas durante os sermões. Infelizmente, o nome de William Branham é mais
mencionado que o de Jesus Cristo nosso Deus.

Os últimos dois pilares protestantes estão diretamente relacionados: Sola


Fide e Sola Gratia. Esses dois princípios pregam que a salvação só é adquirida pela
graça misericordiosa de Deus e através da fé, e não das obras. Esses dois postulados
foram proferidos baseados inteiramente nos escritos paulinos encontrados em
Efésios 2:8-9.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem de obras, para que ninguém se glorie.

Note como claramente Paulo deixa claro que a salvação é obtida pela fé,
através da graça, e não por meio de obras. Essa questão foi muito importante na

29
Reforma Protestante, pois a Igreja Católica pregava que as obras eram essenciais
para que o indivíduo fosse salvo. Inclusive, por isso, historiadores relatam que Lutero
tinha altas tendencias masoquistas, se chicoteando até desmaiar para expurgar seus
pecados. Infelizmente, esses dois últimos pilares, em menor grau, também são
desrespeitados na Mensagem, quando um legalismo exagerado, ou seja, um excesso
de regras, são impostas ao povo para demonstrar uma santidade externa, tal como:
proibição de homens usarem shorts, mulheres serem proibidas de cortar o cabelo,
proibição de possuir uma televisão, entre outros. Assim, dentro das igrejas desse
grupo, as obras são mais consideradas do que a fé e a graça de Deus.

Ao se distanciar ferrenhamente dos cinco princípios básicos da fé


protestante, a Mensagem se desqualifica como sendo uma religião reformada, se
afastando assim de ser considerada uma religião evangélica. Portanto, ao não se
enquadrar nos moldes do catolicismo nem do protestantismo, a Mensagem fica numa
linha muito tênue, podendo ser considerada uma seita pseudocristã. Mas, o que uma
religião precisa fazer para ser considerada uma seita?

Basicamente, são 4 os pontos centrais que todas as seitas que dizem ser
cristãs dividem entre si:

1. Fonte de autoridade adicional: toda seita adota dizeres além da Bíblia


como sendo uma fonte de ensino cristão absoluta. Por exemplo, os
Testemunhas de Jeová tomam as palavras de seu fundador, Charles
Taze Russell como fonte de revelação correta além da bíblia. Portanto,
em resumo, toda seita tem um livro que divide as atenções com as
Sagradas Escrituras. No caso da Mensagem, as fitas de William
Branham são essa fonte adicional.
2. Cristo é diminuído: apesar de Atos 4:12 deixar claro que não há nada
tão digno quanto Cristo na terra, todas as seitas apontam algum outro
ser humano como detentor de poderes semelhantes ao de Cristo ou de
revelação além do que Cristo revelou. Por exemplo, os Mórmons
colocam seu profeta Joseph Smith como tendo poder de revelação
semelhante ao que Cristo tem no Novo Testamento. No caso da
Mensagem, dizeres como “nem Cristo proferiu tantos milagres como
Branham” são comumente ouvidos e, portanto, diminuem a relevância
e poder de Cristo. É importante citar que o próprio William Branham
disse, no parágrafo 419 da mensagem “O Sinal”, que mais milagres

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foram feitos em Jeffersonville, sua cidade, do que em Nazaré, cidade
onde Jesus nasceu.
3. Exclusivismo da salvação: Toda seita acredita que, de alguma forma, o
seu grupo é especial e, portanto, receberá uma salvação de forma
exclusiva. Existem dois tipos de exclusivismo salvífico, o primeiro e
mais comum é aquele que prega que somente aquele grupo estará no
céu, enquanto o segundo prega que outras pessoas podem ser salvas,
mas serão punidas antes disso. Para provar que a Mensagem se
enquadra nesse aspecto também, irei novamente mencionar que, na
mensagem “Provando Sua Palavra”, William Branham afirmou
categoricamente que “todos que não criam na Mensagem e no
mensageiro, pereciam” e, assim, fica claro que, segundo a teologia de
Branham, se você não crê no mensageiro (no caso, ele mesmo) você irá
perecer. Também se consideram um grupo escolhido por Deus, ou seja,
é comum que as seitas se considerem como sendo o cumprimento de
alguma escritura específica e, portanto, um grupo escolhido para
representar Deus na terra. Esse aspecto está diretamente ligado ao
exclusivismo citado anteriormente, porém, esse ponto ressalta ainda
mais o caráter apocalíptico da maioria das seitas, pois elas acreditam
que são os remanescentes fiéis de Deus na terra nos últimos dias.
Novamente, esse ponto pode ser também encontrado com parte crucial
da teologia da Mensagem, pois, como o próprio William Branham
pregava, o seu grupo é supostamente a Noiva escolhida de Deus.
4. Importância exacerbada das obras: Como mencionado anteriormente, a
Reforma Protestante impôs claramente que a salvação só é adquirida
perante a fé e a graça e, portanto, nenhuma obra tem peso salvífico ou
condenatório por si só. Porém, as seitas acreditam que os homens podem
sim fazer o bem e acumular obras boas e assim alegrarem a Deus para
serem salvos. Essa ideia do homem poder ajudar Deus no plano salvífico,
ou seja, convencerem o Pai que são merecedores de irem ao Reino, é uma
doutrina conhecida como pelagianismo, doutrina criada pelo monge
Pelágio por volta do ano 400. O mais famoso teólogo da história, São
Agostinho, dedicou grande parte de sua vida cristã em combater o
pelagianismo, pois cria, de forma correta, que por melhor que o homem
fosse, ninguém era digno de ser salvo, por isso considerava, assim como
Paulo, a salvação como um dom sem merecimento dado por Deus. Na

31
Mensagem, um exemplo claro disso pode ser encontrado no parágrafo
128 da mensagem “O Éden satânico”, onde o reverendo Branham afirma
que Deus não aceitaria mulheres de cabelos cortados no Seu Reino.
Assim, fica fácil perceber que a fé e a graça de Deus são deixadas de lado,
dando a entender que as obras são mais relevantes do que a misericórdia.
5. Negação das bases patrísticas: Esse último ponto não é de aceitação geral
dos estudiosos de seitas, pois nem todos concordam que essa é uma
característica que todos esses grupos dissidentes compartilham. Porém,
em resumo, esse tópico diz respeito ao desrespeito a alguns dos princípios
estabelecidos no período patrístico, ou seja, conceitos tomados como
verdade desde o século segundo pelos chamados pais da igreja, os
discípulos dos apóstolos. Alguns desses conceitos patrísticos são: a
doutrina da trindade e a autoridade escriturística da Bíblia. Um exemplo
de seita que se enquadra nessa característica sectária é o grupo das
Testemunhas de Jeová, que não aceita a trindade, mas preferem crer que
Jesus não era encarnação de Deus. Por certo a Mensagem também tem
essa característica de seita, pois William Branham considerava a
doutrina da trindade como sendo um ensinamento provindo de Satanás
para enganar os cristãos.

Assim, como pudemos observar, a Mensagem pode facilmente ser


enquadrada em todas as 4 principais características de uma seita. Não à toa, o
Instituto Cult Education, especialista em analisar seitas, classificou a Mensagem
como se enquadrando nesse tipo negativo de grupo. Ao questionar Rick Ross,
presidente do instituto, ele respondeu que William Branham é referido como um líder
de seita e, na opinião dele como especialista, ele realmente foi um.

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A NECESSIDADE DE REVELAÇÃO
Dentro da teologia da Mensagem, seria necessário que um profeta revelasse
os segredos antes do retorno de Cristo. Novamente, baseiam-se na leitura de Apocalipse
10:7 para fazer tal afirmação:

Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo
de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.

Para fazer tal interpretação, os pregadores da Mensagem interpretam que


esse anjo mencionado significa na verdade um profeta mensageiro, e não um anjo com
uma trombeta literal. Assim, vão contra praticamente todos os grupos cristãos do
mundo, alterando uma interpretação fácil para poderem encaixar essa escritura como
sendo a respeito de William Branham.

Assim sendo, o pregador norte americano teria que ser o responsável por
revelar os segredos contidos no livro de Apocalipse, principalmente os Sete Selos. Além
disso, segundo a doutrina desse grupo, outro segredo seria o de que Apocalipse 1,2 e 3
refere-se a eras da igreja, e não a igrejas literais, mesmo isso indo contra o que está
escrito em Apocalipse 1:4. Tendo em vista isso, esse capítulo terá como objetivo mostrar
que nem as Eras e nem os Selos foram “revelados” por William Branham, mas sim foram
aprendidos pelo pregador através de livros teológicos e posteriormente plagiados para
uso próprio. Sim, Branham roubou os estudos de outro pregador para criar sua doutrina
de revelação.

É importante primeiramente deixarmos claro que, além de crime, o plágio é


também um pecado segundo as escrituras.

Portanto, eis que sou contra os profetas, diz o Senhor, que roubam as minhas palavras,
cada um ao seu próximo.

A escritura acima é encontrada em Jeremias 20:30 e mostra como Deus


desaprova o que William Branham fez com os estudos do pastor batista Clarence Larkin,
real responsável por estudar e divulgar as doutrinas dos Sete Selos e das Sete Eras. A
imagem a seguir é a foto desse pregador, para que possam ver o rosto do real “revelador”
dessa teologia roubada por Branham.

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Inicialmente, acredito ser de suma importância provar que William Branham
conhecia os trabalhos de Larkin, afinal, caso ele não conhecesse, poderíamos trabalhar
com a hipótese de ser apenas uma grande coincidência, mas não é o caso. Veja o que o
pregador disse em 1961, na mensagem “As setenta semanas de Daniel”:

E assim, sem dúvida que através das eras tem havido centenas e centenas de pessoas,
eruditos, homens capacitados, tratando de explicar o que eram estas setenta semanas. E eu tenho
lido muitos de seus comentários sobre isso. E eu estou mui agradecido ao Sr. Smith da igreja
Adventista por seus pontos de vistas. Mui agradecido ao Dr. Larkin por seus pontos de vistas. Estou
agradecido a todos estes grandes eruditos pelos seus pontos de vistas acerca disto.

É importante destacar que William Branham afirmava sim que as doutrinas


mencionadas acima eram fruto de revelação divina, ou seja, em nenhum momento deu
créditos a Clarence Larkin pelo seu incrível trabalho. Veja o que o pastor disse na
mensagem “O quarto selo”:

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No melhor de minha revelação, que me foi dada através de Deus e predisse que isto seria
feito, esta é a Verdade dos quatro cavaleiros, no melhor do meu conhecimento.

Assim, o reverendo Branham ao invés de dar créditos aos estudos de Clarence


de onde se baseou, preferiu dizer que se tratava de uma revelação dada a ele através de
Deus. Já que William não contou aos seus seguidores a verdade, eu farei. Ele se baseou
nos dois seguintes livros para retirar a grande parte dos seus sermões das Eras e dos
Selos:

1) A Study of the Last Prophetic Book of Holy Scripture (1919)

2) Dispensational Truth Or God's Plan and Purpose in the ages (1918)

Gostaria de mais uma vez dizer que o Movimento Branhamista utiliza do


argumento de que William Branham deve ser seguido por ter revelado os segredos
bíblicos com suas doutrinas. Porém, seguindo tal lógica, o Movimento Branhamista
deveria se tornar Movimento Larkinista, afinal, Clarence escreveu sobre os mesmos
temas com 4 décadas de antecedência.

A seguir, mostraremos as similaridades incríveis entre as obras de ambos:

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A semelhança é tão incrível que seria até um absurdo tratarmos como mera
coincidência. É inegável que, no entanto, William Branham ao menos tentou disfarçar o
plágio na questão das Eras da Igreja, alterando levemente algumas datas, porém até
mesmo o mais fiel seguidor da Mensagem, tem que assumir que a obra do reverendo
norte americano foi baseada nos livros de Clarence Larkin. Inclusive, um pastor da
Mensagem nos Estados Unidos, chamado Jesse Smith, alegou recentemente em um
podcast que acredita realmente que William Branham tenha mesmo se baseado em
Larkin, mas que essa foi a forma de Deus de revelar seus segredos ao "profeta". Um tanto
estranha essa explicação, não acham?

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É importante destacar que enquanto estava se baseando nas escritas de outro
homem, William Branham fez um excelente trabalho, porém pecou na falta de
conhecimento teológico e de história ao adicionar detalhes para os estudos de Clarence
Larkin, fazendo com que sua doutrina das 7 Eras tivesse algumas lacunas sem
explicação. Isso porquê, Clarence não teve a audácia de dar nome aos 7 supostos
mensageiros, isso saiu da própria cabeça de Branham e daí surgem alguns problemas.
Se os mensageiros foram todos profetas, então Deus os usou para falar com Seu povo.
Portanto, a conclusão óbvia e bíblica é que as mensagens trazidas por esses mensageiros
deviam ser semelhantes, ou complementar uma à outra, mas nunca controversa, afinal,
Deus não muda Seu parecer. Mas, se usarmos os nomes dados por Branham para os
mensageiros, algumas incongruências claras aparecem:

1) Irineu, mensageiro de Esmirna, escreveu um estudo chamado Contra


Heresias onde defende que a doutrina da Semente da Serpente é uma
abominação, enquanto William Branham pregava que essa doutrina era
correta
2) Columba, morreu no ano 597, cerca de 10 anos antes de sua era se quer
começar, portanto a era não teve um mensageiro vivo
3) John Wesley pregou fortemente contra o Swedenborgianismo (teoria que
dizia que Deus se manifestava não em 3 personalidades, mas sim em 3
funções) dizendo que era blasfemia, porém o irmão Branham cria nessa
vertente
4) Lutero cria e pregava a Trindade, doutrina chamada de satânica por
Branham

Também é importante dizer que a ideia de dar nome aos 7 anjos das igrejas não
foi de William Branham. Até onde se sabe, o primeiro a fazer isso foi Charles Russell,
criador da doutrina dos Testemunhas de Jeová, ainda no século 19. Veja abaixo os
mensageiros das eras, segundo o grupo de Charles:

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Assim, na teologia dos Testemunhas de Jeová, os mensageiros são: Paulo,
João, Ário, Wally, Wycliff, Lutero e Russell. Desses 7 mensageiros, dois foram usados
também por Branham, os demais foram alterados para encaixar melhor em suas
doutrinas particulares.

Assim, somos capazes de provar que os dois maiores “segredos” revelados por
William Branham são na verdade fruto de um crime: plágio!

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ANÁLISE DO CARGO PROFÉTICO
Dissemos anteriormente que os dons sobrenaturais, apesar de não crer em
100% dos milagres creditados a Branham, não podem ser utilizados como base para
julgar alguém como escolhido de Deus. Portanto, faz-se necessária uma análise bíblica
para encontrarmos ferramentas para julgarmos o cargo profético.

Em I Coríntios 14:29, Paulo menciona a grande necessidade de que os profetas


sejam testados, ou seja, a igreja não deve aceitar o dom profético sem antes analisar se
esse condiz realmente. Agora, sabendo dessa necessidade, que é inclusive citada mesmo
para os profetas da Antiga Aliança, devemos discutir como deve se dar esse teste ao dom
profético.

Muitos podem iniciar tal discussão dizendo que seria pretensão de nossa parte
querer examinar o cargo profético, porém o ato de examinar as coisas é uma ordenança
bíblica encontrada em I Tessalonicenses 5:21, onde Paulo ordena que examinemos tudo
para ficarmos com o que é bom. Além do mais, em sua primeira carta universal, João faz
o seguinte aconselhamento aos cristãos:

Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já
muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.

O trecho lido acima, de I João 4:1, nos dá então ferramental bíblico para
comprovar a importância de nosso trabalho. Assim, listaremos abaixo quais são os 3
testes que devemos fazer para enquadrar alguém como profeta.

1. Ensinamentos devem estar de acordo com a bíblia


Segundo o que lemos em Gálatas 1:8 e I Coríntios 4:6, é de suma
importância que nada seja acrescentado às escrituras. Isso é tão
importante que os últimos versículos bíblicos, em Apocalipse 22, fazem
questão de ressaltar que aquele que acrescentar algo ao livro sagrado
terá que sofrer com as pragas mencionadas nele. Assim, é fácil dizermos
que um profeta deve pregar apenas o que está alinhado com a bíblia!
2. Os frutos de seu ministério devem ser bons
No evangelho segundo Mateus, no capítulo 21, podemos ler sobre a
passagem onde Jesus amaldiçoa uma figueira. Essa passagem pode ser
interpretada como uma metáfora para o que Jesus havia falado no

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capítulo 7 e versículos 15 e 16 do mesmo livro. Nessa passagem Jesus diz:
“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos
como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus
frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou
figos dos abrolhos?”. Assim, podemos perceber que Cristo queria que
testássemos se a árvore (metáfora para o indivíduo) produzia bons
frutos (metáfora para seu exemplo de vida).
3. O teste considerado definitivo para o cargo profético encontra-se em
Deuteronômio 18:20-22. Nessa passagem Moisés escreve que se algum
profeta profetizar algo em nome de Deus e aquilo não ocorrer, o povo não
deve teme-lo, pois ele não é um profeta.

Assim, com base nas escrituras, devemos analisar se os ensinamentos de


William Branham condizem com as escrituras, se ele dava bons exemplos em vida e,
portanto, gerou bons frutos, e, por último e mais importante, se as profecias relatadas
por ele realmente se cumpriram. Caso Branham seja aprovado nesses 3 testes bíblicos,
podemos então considera-lo sim um escolhido de Deus.

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TESTE 1 – ENSINAMENTOS
Seriam necessárias centenas de páginas somente para esse capítulo, afinal,
infelizmente, William Branham não era muito próximo do que podemos chamar de
teologia correta. Foram inúmeras as pregações com ensinos que se afastavam da
ortodoxia bíblia e, portanto, poderiam ser consideradas anticristãs. Aqui, por questões
de limitações de páginas, iremos nos ater apenas a alguns dos deslizes teológicos
cometidos pelo reverendo Branham.

O primeiro e, na minha visão, o mais grave é a doutrina do divórcio. Em Mateus


5:32, Jesus responde aos questionadores sobre a questão da carta de separação dada por
um homem à sua mulher:

Mas eu digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade
sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo
adultério.

Assim, segundo as próprias palavras de Cristo, o único motivo válido para a


separação seria em caso de imoralidade sexual (traduzido em algumas bíblias como
prostituição). Porém, segundo os ensinos do pastor Branham, outros motivos são
válidos para o divórcio, contradizendo assim o que Jesus disse. Por exemplo, na
pregação intitulada “O selo de Deus”, de 1954, o reverendo disse:

Olhem aqui. Costumava ser, muito tempo atrás, e vocês, povo da santidade, era errado
para vocês, mulheres, cortarem seus cabelos. O que estava errado e certo acerca disto? Quando a
Bíblia diz que: “Se qualquer mulher cortar seu cabelo, seu esposo tem direito de dar-lhe uma carta
de divórcio.” Ensino franco, mas essa é a Bíblia.

Ele afirma então que a mulher que cortar o cabelo pode ser largada. Ainda
utiliza uma afirmação dizendo que isso é bíblico, porém acabamos de mostrar que a
única cláusula de divórcio é a imoralidade sexual, então isso não passa de um
ensinamento falso, divergindo do que a bíblia ensina...

Além disso, em outra mensagem chamada “The seal of the antichrist”,


pregação ainda não traduzida oficialmente para o português, William Branham afirma
que outra possibilidade para divórcio seria se a esposa se vestisse de forma
desagradável ao marido. Observe o que ele disse:

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E a mulher estava em um vestido, e se eu visse minha esposa assim, eu me divorciaria
dela. Essa é exatamente a verdade. Eu a colocaria para fora, lá fora assim, e pintaria todo seu
rosto...

Portanto, fica claro que William Branham pregava algo diferente do que o
próprio Cristo, mostrando que, nesse caso, a teologia da Mensagem é antibíblica!

Outro ensinamento não bíblico pregado pelo reverendo americano tem


relação com a história de Enoque e Noé. Branham acreditava que esses dois personagens
personificavam o plano salvífico bilateral de Deus, ou seja, enquanto Noé teve que
passar pela tribulação para ser salvo, Enoque foi transladado diretamente aos céus.
Assim, ele cria que Enoque simbolizava a Noiva (o grupo especial de cristãos, como os
membros da Mensagem) e Noé simbolizava os cristãos comuns, que não criam no
mensageiro e, portanto, teriam que sofrer antes de serem salvos. Já discutimos
anteriormente que essa questão de salvação especial e salvação normal não tem
embasamento bíblico algum, porém vamos discutir agora essa relação criada por
Branham entre esses 2 personagens.

Agora, antes que o período da tribulação viesse, primeiro, Enoque, o... Noé, Noé foi o tipo
que continuou, como a virgem adormecida, mas Enoque foi trasladado pouco antes da tribulação
vir. “E Enoque foi tomado, e não foi achado, pois Deus o tomou,” o tipo da ida da Igreja. E Noé o
observou. Quando ele viu Enoque ir, ele sabia que era hora de entrar na arca, para ser transportado
pela tribulação. A Bíblia disse: “Havia dez virgens que saíram ao encontro do Noivo, e cinco eram
sábias, cinco eram loucas. E todas eram virgens, cada uma delas. Mas cinco eram sábias, e tinham
Azeite em suas lâmpadas. E foram ao encontro do Noivo. E o Noivo veio, e as que tinham Azeite
entraram.” Veja, a trasladação, ir com o Noivo. Mas aquelas que foram deixadas, vieram e também
queriam entrar. Exatamente como os que vieram e bateram na porta da arca: “Noé deixa-nos
entrar,” mas Deus fechou a porta.

Note que na pregação “O livro da vida do Cordeiro”, William Branham afirma


claramente que a transladação de Enoque é a representação da ida da Igreja, enquanto
Noé representa o grupo que passaria pela tribulação, a chamada salvação comum. É
inclusive válido ressaltar que, diferente do que a bíblia diz, o reverendo Branham
afirmou que havia uma relação interpessoal entre Noé e Enoque. Veja o que ele disse na
mensagem “O som incerto”:

. Quando Noé viu que Enoque estava faltando, ele pensou, “O que aconteceu com Enoque?
O que aconteceu com Enoque? Onde está ele?” do qual era neto, Noé era neto de Enoque. E ele disse,
“Onde está ele? Não podemos encontra-lo mais”. Noé começou a construir aquela arca. Ele sabia eu o
tempo estava a mão, bem ali.

43
Perceba que, por que Noé era neto de Enoque, Branham pregava como se eles
coabitassem na terra simultaneamente. Porém, numa breve leitura bíblica, podemos
observar que Enoque foi transladado muitas décadas antes de Noé sequer nascer. Eles
nunca se conheceram. Veja abaixo um gráfico sobre as datas de Gênesis:

Perceba que Enoque foi transladado no ano 987 (sendo o ano 0 a criação de
Adão), enquanto Noé nasceu no ano 1056, dando assim cerca de 70 anos de separação
entre eles, provando assim que eles não se conheceram e não viveram simultaneamente
como Branham pregava. Por que então ele pregava algo que contradiz a história bíblica?
Na minha visão, ele forçava essa história para criar uma base bíblica para sua teologia
fraca de salvação especial e salvação comum, porém como provamos, essa prova é
baseada num ensinamento não bíblico.

Um outro ensinamento da doutrina da Mensagem que é mentiroso é que Deus


nunca tratou simultaneamente com dois profetas. Esse ensinamento tem um motivo
muito claro para ser ensinado: levar o povo a crer que William Branham tinha revelação
única. Esse ensinamento, como os demais, foi proferido pelo próprio reverendo, por
exemplo na pregação “O mensageiro do entardecer”:

Agora, Deus sempre usa um, um profeta, um homem. Se você usa a um grupo
de homens, você consegue idéias diferentes. Vê? Cada homem, dois homens... Nunca Ele
tem tido dois profetas maiores na terra ao mesmo tempo. Ele escolhe um, para que o
outro possa ter seu lugar em outro dia, outra mensagem. Ele nunca tem dois, Ele tem
um cada vez.

Essa mentira teológica e falso ensino pode ser provado falso rapidamente com
uma breve pesquisa online. Veja a seguir uma linha do tempo da bíblia, mais
especificamente do antigo testamento:

44
Perceba como inúmeros profetas viveram na terra simultaneamente. Por
exemplo, no ano 600 antes de Cristo viviam juntos na terra os profetas Joel, Jeremias,
Ezequiel e Daniel. Outro exemplo é no ano 750 antes de Cristo, quando viviam juntos os
profetas Jonas e Isaias. Assim, com ajuda de historiadores bíblicos provamos mais um
falso ensino do reverendo Branham, utilizado pela Mensagem para dar mais peso e
autoridade única ao homem que consideram profeta.

É válido destacar que grande parte dos ensinamentos não bíblicos de


Branham foram criados justamente para engrandecer a si mesmo. Um exemplo final
disso pode ser encontrada numa carta gravada em áudio de Branham para seu amigo
Lee Vayle. Essa gravação de cunho pessoal foi enviada para dar instruções sobre a
produção do livro das Eras da Igreja. Veja o que Branham fala sobre sua visão do
simbolismo numerológico na Bíblia:

Agora, outra coisa. Se você notar, Graham tem 6 letras. Abraham [Abraão em inglês -
trad.] tem 7 letras, assim como Branham tem 7 letras. Agora, se você vai fazer isso uma conclusão,
seria uma coisa boa.

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Note como William Branham dá a entender que nomes de 7 letras são mais
relevantes. Ele pede para que Lee escreva algo a esse respeito, se comparando a Abraão
e se colocando acima de Graham somente por ter uma letra a mais no nome. Me digam,
onde a bíblia ensina tal coisa?

Por fim, é importante que relatemos o maior ensinamento não bíblico dentro
desse grupo denominado Mensagem: a semente da serpente. Nessa doutrina, William
Branham ensinava seus fiéis que o fruto proibido do jardim do Éden não era uma fruta
real, mas sim uma forma suavizada de falar sobre relações sexuais. Assim, segundo o
reverendo, Eva teve relações sexuais com a serpente e gerou um filho, Caim, que,
portanto, carregava sobre si a semente da serpente e toda sua descendência seria do
diabo. Essa história por si só parece muito bizarra quando lemos as escrituras. Veja o
que diz Gênesis 4:1-2, por exemplo:

E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse:
Alcancei do SENHOR um homem.
E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.

É importante mencionarmos que Gênesis 4 ocorre depois de Adão e Eva terem


sido expulsos do jardim. Então como a serpente poderia ser pai de Caim sendo que a
bíblia relata no versículo acima sobre a relação de Adão e Eva que gerou o garoto?

Para driblar essa escritura, os pastores da Mensagem ensinam que na


verdade Caim e Abel eram gêmeos de pais diferentes. Assim, a relação sexual contida em
Gênesis 4:1 descreve a relação que gerou Abel, mas Caim já havia sido concebido antes
no Éden. Uma maluquice não? Essa teoria de Caim e Abel serem gêmeos de pais
diferentes fica ainda mais indefensável quando lemos a versão King James, considerada
por William Branham como a mais fiel:

Então Adão teve relações sexuais com Eva, sua mulher; ela concebeu e deu à luz Caim, e
declarou: “Com a ajuda do SENHOR, tive um filho homem. Voltou a engravidar e desta vez lhe
nasceu Abel, irmão de Caim. Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim cultivava a terra.

Perceba que essa tradução já deixa explícito que houveram duas gestações e,
portanto, a teoria dos gêmeos cai por terra. Caim era sim filho de Adão!

Alguns ainda tentarão dizer que Gênesis 5 não contabiliza Caim na genealogia
de Adão, por isso ele não pode ser considerado filho, porém se lermos atentamente ao
capítulo completo chegaremos a uma resposta: Moisés ao escrever o capítulo 5 estava

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buscando criar uma ponte entre a história da criação (Adão e Eva) com a história do
dilúvio (Noé) e por isso decidiu mostrar qual era o parentesco desses personagens.
Assim, para ligar Noé até Adão, Moisés escreveu o ramo da árvore genealógica de Adão
que interessava, ou seja, apenas a genealogia de Sete, pois esse era parente de Noé,
enquanto Caim não era.

Para provar que essa explicação é válida convido vocês a lerem Mateus 1:2,
onde o escritor fala da genealogia de Isaque e cita apenas Jacó como seu filho. Por que
Mateus não escreveu sobre Esaú? Quer dizer que Esaú então não era filho de Isaque? Na
verdade, apenas um dos filhos foi citado pois o objetivo era ligar Abraão até Jesus Cristo,
e essa árvore genealógica passava por Jacó e não por Esaú.

Veja como é fácil refutar mais essa tonteria herética criada por William
Branham. Além disso, se a semente da serpente fosse verdadeira, ela foi extinta no
dilúvio, pois apenas descendência de Noé foi salva, e como mencionado anteriormente,
Noé e seus filhos eram da linhagem de Sete e não de Caim. Portanto, seria impossível que
a semente da serpente (doutrina falsa, ressaltando) tivesse continuado após o dilúvio.

Assim, em um breve resumo somente com alguns dos ensinos fundamentais


da Mensagem, provamos que esse grupo foi construído sob uma teologia falha, com
ensinamentos não bíblicos. Portanto, no teste profético de Gálatas 1:8, William Branham
reprova como profeta.

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TESTE 2 – OS FRUTOS
Em Mateus 7:15-16, fica claro que uma das formas de analisarmos um profeta
é observando seus frutos. Nessa passagem, Jesus demonstra então que analisarmos o
caráter pessoal do indivíduo, além de suas obras, caráter e influência, é algo essencial.

Inicialmente então, traremos à tona os frutos de William Branham sobre uma


perspectiva de seus seguidores e seus associados. Assim, seremos capazes de analisar
como se comportam os líderes da Mensagem e também os amigos de Branham de outras
denominações, para percebermos se da árvore chamada Mensagem saem frutos bons
ou se a raiz é podre. Isso deve ser feito pois, assim como William Branham dizia com
frequência, “diga-me com quem andas, que te direi quem és”.

Como já mencionamos anteriormente, William Branham era amigo de figuras


líderes de seitas extremamente demoníacas, Jim Jones e Paul Schaefer, líderes do
Templo do Povo e Colonia Dignidad, respectivamente. Esses homens foram responsáveis
por crueldades como assassinatos, abusos sexuais de crianças e torturas. Como um
profeta de Deus poderia ser amigo desse tipo de pessoa?

Além desses, podemos mencionar as figuras de Gene Goad e Leo Mercier, casal
homossexual que detinha grande liderança dentro da igreja de William Branham.
Foram esses homens os responsáveis por fazerem a gravação e distribuição das fitas
das pregações do reverendo. Mesmo sabendo do caso de homossexualidade dos homens
de alto escalão dentro de seu grupo, William Branham permitiu que eles criassem um
ajuntamento chamado de O Parque, onde diversas famílias da Mensagem foram morar
para se afastar do mundo pecaminoso, tal qual as seitas mencionadas anteriormente
fizeram. Essa comunidade no Arizona povoada apenas por seguidores de Branham foi
repleta de crueldades, desde espancamentos de crianças até abusos sexuais de adultos.
Mesmo sabendo de tudo isso, William Branham fez diversas visitas e pregações nesse
local, mostrando que, apesar de não liderar o local, era conivente com o que seus amigos
gays faziam ali.

Além disso, podemos mencionar também que centenas de casos de adultério


permeiam os pastores da Mensagem no mundo todo. Ademais, muitos pastores são
coniventes com pecados ocultos dentro de suas congregações para que o grupo não seja
taxado negativamente. Por exemplo, Ed Byskal, amigo de caça de Branham e um dos
mais antigos pastores da Mensagem no mundo, descobriu em 2009 um caso de pedofilia

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cometido por um de seus membros, mas preferiu encobrir o caso e fingir que estava tudo
bem.

Por fim, sobre as amizades de Branham, podemos citar novamente a figura de


Roy Davis, primeiro pastor de Branham e que foi o responsável por ensinar muito de sua
teologia. Roy foi preso dezenas de vezes por diversos crimes, incluindo tráfico de
menores. Além disso, foi um dos líderes regionais da KKK, grupo terrorista responsável
por aniquilar a população negra, alegando caráter religioso. Na foto a seguir, podemos
ver Roy posando para uma revista, em 1961, utilizando a saudação e as vestimentas do
grupo terrorista.

Assim, analisando as amizades de William Branham, podemos notar que ele


estava relacionado com muitas pessoas de caráter extremamente duvidoso em seu

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círculo próximo de amizades. Será que ele era o único limpo dentro de todos esses
imundos? Pouco provável...

É importante destacarmos nesse capítulo também que os ensinos do


reverendo norte americano geram doutrinas completamente absurdas as quais
podemos certamente dizer que são frutos podres das pregações do pastor. Podemos citar
algumas, como: racismo, misoginia, violência e poligamia. A seguir falaremos de cada
um desses tópicos utilizando frases de Branham as defendendo.

Inicialmente, ressaltaremos a grande imposição machista de William em suas


pregações. Ele se utilizava de frases muito fortes e chocantes para falar mal das
mulheres e influenciar os maridos a serem violentos como forma de repressão ao
espírito ruim que, segundo ele, era característica do gênero feminino. A seguir
mostraremos algumas das falas de Branham sobre as mulheres na mensagem
“Casamento e divórcio”:

Uma mulher imoral é a coisa mais baixa que pode ser imaginado na terra. Desculpe isto,
senhoritas. Ela não é nada mais do que uma lata de lixo humano, uma “expositora de sexo!” Isso é
tudo que ela é. Uma mulher imoral é uma lata de lixo humana, uma poluição onde imundície,
sujeira, e podridão baixa, é depositada por ela. Por que ela foi feita deste jeito? Para decepção. Cada
pecado que foi cometido na terra foi causado por uma mulher.

Não há nenhuma porca, nenhuma cachorra, ou nenhum outro animal formado como
ela, que possa descer tão baixo como ela pode. Agora, isto é verdade. Considerando minhas irmãs,
eu somente quero que vocês fiquem olhando. Nenhum animal pode ser imoral! Você pode chamar
uma cachorra de cadela (a fêmea do cão). Vocês chamam a leitoa de porca, porém a moral dela está
um milhão de milhas acima da de muitas destas estrelas de Hollywood! Esse é um exemplo de como
ela foi formada tão baixa para se sujar. Ela não pode. . . Pense bem nisto agora irmão, não há nada
no mundo criado na criação de Deus que possa ser imoral, e ser tão baixo assim.

Notem, não há nada formado para ser tão baixo ou ser tão imundo senão uma mulher.
Uma cachorra não pode fazer isto; uma leitoa não pode fazer isto; um pássaro não pode fazê-lo;
nenhum animal é imoral, e nem pode ser, pois não é formado para que possa ser. Uma leitoa não
pode ser imoral; uma cachorra não pode ser imoral; um pássaro fêmea não pode ser imoral. Uma
mulher é a única coisa que pode fazê-lo!

Por que? Por que foi feita assim? Para ser enganada. Seu desenhista, Satanás, ainda está
trabalhando nela também, nestes últimos dias.

Percebam que William Branham monta seu raciocínio sobre o argumento de


Satanás ser o desenhista da mulher. Isso por si só já está incorreto, pois a mulher foi

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desenhada por Deus, assim como toda a criação. Porém, partindo desse princípio, o
reverendo coloca a mulher abaixo das porcas e das cadelas, dizendo que ela é o ser mais
imoral de todos e que ela foi criada para o engano. Essas afirmações são de cunho
extremamente baixo e preconceituoso com as mulheres e, com essa ideologia, William
Branham defendia o espancamento de mulheres para tentar corrigi-las. Veja o que ele
disse na mensagem “Hear ye Him”, de 1958 e ainda sem tradução oficial pelas gráficas
responsáveis:

Tudo bem, homens, aqui estão vocês. Qualquer homem que deixe sua esposa fumar
cigarros e usar roupas desse tipo mostra do que é feito. Ele não é muito homem. Isso é exatamente
certo. Verdadeiro. Ele não a ama ou pegaria uma prancha e a encheria de bolhas. Você sabe que
essa é a verdade. Agora, eu não digo isso para ser inteligente. Eu estou te dizendo a verdade. Isso
mesmo.

Ele afirma que se o homem realmente ama sua esposa, ele a encheria de bolhas
para corrigir algum erro dela. Isso não tem nenhuma base bíblica. Isso é demonstrar o
amor cristão?

Branham não tinha sequer vergonha de demonstrar aos seus seguidores o


ódio que possuía de mulheres, chegando ao absurdo de dizer em uma de suas mais
famosas pregações que lutava constantemente contra o desejo de matar mulheres. Veja
o que ele diz na mensagem “A história da minha vida”:

“Elas não valem uma boa bala limpa para matá-las.” É isso mesmo. E eu odiava
mulheres. Isso é correto. E só tenho que ter cuidado com cada movimento agora, para manter-me
longe de ainda pensar a mesma coisa.

Definitivamente, William Branham odiava mulheres e por isso incentivava


aos membros de seu grupo que espancassem suas esposas caso “necessário”. Seu ódio se
reflete nos membros da Mensagem, provando ser esse um dos piores frutos de seu
ministério.

Há também a necessidade de apontarmos grandes influências poligâmicas na


doutrina da Mensagem como poderemos notar nas frases a seguir, também retiradas da
mensagem “Casamento e divórcio”, de 1965:

Primeiramente, antes do princípio, desde o princípio somente havia um e um. Após o


pecado entrar, então, havia um homem e um monte de mulheres. Corre do mesmo jeito na natureza,
cada animal; e seres humanos na carne natural somos animais. Nós somos mamíferos. Nós
sabemos disto, todos nós. Vêem? E é toda a natureza de Deus em coesão.

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“Oh,” você diz, “aquilo foi somente para Israel.” Foi mesmo?

Agora, é um outro pacto com a natureza; Ele estabelece numa outra ordem através do
sexo. Segundo pacto: um macho, muitas fêmeas; um corço, um harém de corças (isto é correto?); um
touro, um rebanho inteiro de vacas; um galo, um quintal cheio de galinhas (isto é certo?); um Davi,
segundo o Seu Próprio coração, com quinhentas esposas, com cem crianças nascidas a ele em um só
ano, de mulheres diferentes -- um homem segundo o Próprio coração de Deus; um Salomão com mil
esposas. Porém notem agora, não foi assim no princípio! Mas agora é, após o princípio.

Perceba como o reverendo monta uma narrativa mostrando que após a queda
de Adão e Eva um novo pacto se instaurou, contendo sempre um macho cercado de
várias fêmeas. Como de costume de grupos cristãos poligâmicos, ele utilizou o exemplo
de Davi para explicar que Deus estava de acordo com isso e, por fim, descredibiliza quem
acredita que a poligamia era aceita apenas na Velha Aliança para o povo judeu. É
importante mencionarmos um caso criminal que ocorreu em 2014, quando o pregador
Robert Gumbura do Zimbabue foi sentenciado a 40 anos de prisão pelo estupro de 4
mulheres. Ele usava trechos da mensagem de William Branham para pregar a
poligamia, incluindo os trechos mostrados acima. Assim, fica claro que esse ensino não
bíblico de casamentos multilaterais também é um dos frutos podres deixados por
William Branham.

Por fim, gostaríamos de ressaltar também o racismo velado de William


Branham e de sua Mensagem. Inicialmente, relembraremos sua conexão com a Ku Klux
Klan, grupo terrorista cujo porta voz oficial era Roy Davis, pastor de Branham no início
de seu ministério. Veja o que o reverendo norte americano disse sobre a KKK na
mensagem “Almas que estão em prisão agora”:

Eu me recordo de que a Sra. Roeder me assistia, ali no hospital. Jamais esquecerei essa
mulher. Não importa o que aconteça, jamais poderia esquece-la. Ela era apenas uma jovem mulher
então. Seu marido era o superintendente aqui embaixo na fábrica de carros. E eu – eu me lembro
dela me assistindo, ela e a Sra. Stewart. E elas foram as que na verdade pagaram a minha conta do
hospital. Eu... Nós nem mesmo tínhamos comida para comer, em casa, então como poderíamos
pagar uma conta de hospital, centenas de dólares? Porém ela, por através da sociedade de sua
igreja e da Ku Klux Klan, pagou a conta do hospital para mim, maçons. Jamais posso esquece-los.
Vê? Não importa o que eles façam, ou o que, eu ainda... há algo, e isso permanece comigo, veja, o que
eles fizeram por mim. E eles pagaram a conta ao Doutor Reeder. Ele ainda está vivo, vive aqui em
Port Fulton, poderá lhes contar a história.

Como é possível para Branham afirmar que não importa o que a Klan fazia,
ele sempre seria grato? Esse grupo terrorista enforcava negros por diversão. Ateava

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fogo na casa da população negra americana. Perguntem a si mesmos, por que um grupo
terrorista de racistas patrocinaria despesas médicas de um homem comum? Simples,
porque William Branham era tão racista quanto eles e era amigo de muitos membros do
grupo religioso, quem sabe o próprio reverendo não era membro do grupo secreto
também...

Para disfarçar seu racismo, William Branham costumava usar a célebre frase
“não sou racista, tenho até amigos negros” para que não fosse acusado pelos demais.
Veja a seguir essa tática sendo aplicada na mensagem “Religião híbrida” de 1960:

Eu tenho centenas de amigos preciosos de cor que são Cristãos nascidos de novo. Mas
nesta linha de segregações e coisas de que eles falam a respeito, hibridam o povo, agora me dia uma
mulher de cor, fina e culta e cristã quereria que o seu bebê fosse um mulato através de um homem
branco? Não senhor. Isto não é correto. Para que uma mulher branca quer que o seu bebê seja um
mulato através de um homem de cor? Deus nos fez o que somos! Vamos permanecer como Deus nos
fez! Eu creio que isto é certo.

Ele claramente prega contra a mistura de brancos e negros, dizendo que o


plano de Deus é que as raças não se misturem. Usava o nome de Deus para espalhar sua
segregação infundada...

Ele faz homens brancos, homens negros, homens vermelhos. Nós nunca deveríamos
cruzar essas coisas. Se tornam híbridos. E híbridos não podem se multiplicar. Vocês estão
arruinando as raças das pessoas. Existem coisas nos negros que os brancos não possuem os traços.
O homem branco está sempre se preocupando; um homem de cor é satisfeito no estado em que está,
então eles não precisam dessas coisas.

A frase acima mais uma vez mostra o racismo do reverendo. Esse trecho foi
retirado da mensagem “Oh Lord, just once more” que ainda não foi traduzida para o
português oficialmente. Veja como ele diz claramente que o homem negro é acomodado
enquanto os brancos são preocupados em melhorar. Se isso não é ser racista, eu não sei
o que é!

Além do mais, na casa de William Branham em Tucson, um estranho artefato


repousa ao lado da poltrona principal: uma estátua de cerca de 50 centímetros que
representa um homem negro acorrentado e amordaçado. Por que motivo o pastor teria
isso dentro de casa? Veja a seguir uma imagem mostrando a estátua do escravo na casa
dele que, atualmente, serve como um museu para seus seguidores.

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Em suma, esses são os frutos de William Branham: idolatria, machismo,
misoginia, segregação racial, violência, poligamia, entre outros. Esses frutos são maus
frutos segundo os ensinamentos bíblicos e, portanto, segundo Mateus 7:15-16, Branham
não pode ser considerado um profeta.

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TESTE 3 – ANÁLISE DE PROFECIAS
Nesse capítulo analisaremos uma escritura definitiva sobre o dom de profecia.
Essa passagem encontra-se em Deuteronômio 18:20-22. Vejamos o que ela fala:

Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu
não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá. E, se
disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Quando o profeta falar
em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor
não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.

A escritura claramente indica que esse é um teste de apenas um erro, ou seja,


se apenas uma vez o homem errar uma profecia, ele está desqualificado. Portanto, temos
que inicialmente procurar na Bíblia se existe alguma escritura que mostra uma brecha
para esse teste. Assim, em Jeremias 18:8, encontramos a única desculpa para uma
profecia não ocorrer de fato:

E se essa nação que eu adverti converter-se da sua perversidade, então eu me


arrependerei e não trarei sobre ela a desgraça que eu tinha planejado.

Portanto, o único precedente para uma profecia não acontecer é esse: caso
uma profecia seja feita para amaldiçoar uma nação, mas esse povo se arrepender, Deus
não cumprirá a maldição planejada. Um exemplo claro disso é a destruição de Ninive
profetizada por Jonas, que não veio a acontecer de fato pelo arrependimento do povo

Como no capítulo anterior, tratarei dos maiores equívocos proféticos, mas não
todos, afinal são inúmeras as mentiras e falsas profecias. Assim, para resumir o suposto
ministério profético do reverendo, separarei todas as profecias de William Branham em
6 categorias para que nossa análise seja mais organizada

Primeiramente, gostaria de falar sobre a categoria de profecias vagas. Essa é


a categoria mais comum de profecias feitas por charlatões, afinal, basta proferir algo
que há grande chance de acontecer e pronto, o serviço está feito. O maior exemplo desse
tipo de profecia no ministério de William Branham pode ser visto no caso da poderosa
mulher que governaria os Estados Unidos. Em algumas versões o reverendo afirmava
que a profecia dizia que seria uma presidente, em outras versões, talvez uma mulher
com alto cargo. É interessante que essa profecia foi feita de forma tão vaga que em
algumas versões Branham disse que essa mulher era na verdade a personificação da

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Igreja Católica tomando poder do Protestantismo nos Estados Unidos. Note, são diversas
versões divergentes de uma mesma história para aumentar a chance dela se
concretizar. A grande questão é que as mulheres tinham conquistado o direito de votar
nos anos 20 e, segundo o próprio William Branham, elas estavam sendo decisivas nas
eleições (a exemplo da eleição de JFK). Portanto, não seria algo difícil de prever que uma
mulher um dia seria eleita nos Estados Unidos visto o poder do voto feminino, certo? Por
isso classifico essa profecia como vaga, pois era uma informação fácil de ser prevista e
ainda colocada em diferentes versões. Por exemplo, uma “profecia” que qualquer um
poderia fazer é que um dia um homem negro será presidente do país. É algo tão óbvio e
dito sem questão temporal que obviamente isso se cumprirá um dia.

A segunda categoria de profecias diz respeito às profecias roubadas. Essa


categoria é um pouco mais complexa, pois trata de um assunto já mencionado
anteriormente, o plágio. Algumas das profecias dele podem ser enquadradas nessa
categoria pois são facilmente observadas como cópias de visões que estudiosos tinham
do futuro. Por exemplo, entre 1953 e 1957, William Branham dizia que uma das suas
visões recebidas em 1933 era de que carros teriam formato de ovos. Essa informação já
era estudada por engenheiros e inclusive havia estado presente na Exposição World's
Fair em Chicago de 1933. Porém, a partir de 1956 uma série de materiais sobre carros
futuristas sem motoristas começaram a ser desenvolvidas. Por exemplo, a imagem a
seguir mostra uma família dentro de um carro pilotado automaticamente enquanto
jogam tabuleiro nos bancos traseiros. Essa imagem foi tirada da revista Newsweek, em
17 de dezembro de 1956:

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Em 14 de maio de 1958 essa visão do futuro foi consolidada pela Disney que
publicou uma animação sobre automóveis do futuro, mostrando imagens semelhantes
ao mostrado à esquerda. Em setembro de 1958, 4 meses após o lançamento nacional
desse episódio da Disney, e quase 2 anos após a publicação da capa da revista vista
anteriormente, William Branham reconta a mesma história sobre carros ovais,
adicionando agora a informação sobre carros sem motorista, que era a grande novidade
das publicações sobre o futuro. A narrativa sobre essa profecia foi se consolidando até
a seguinte história, contada na mensagem “Perguntas e respostas nº1”:

E agora, também disse, “E acontecerá que antes que venha o tempo do fim, que
os automóveis tomarão sobre si a forma de ovo, virão a ser mais parecidos a um ovo. E
eu vi a uma família americana dirigindo rua abaixo num automóvel que... Estavam
assentados olhando uns para os outros e tinham uma mesa e estavam, parecia que
jogando damas ou cartas. E não tinham volante no automóvel. E era controlado por
alguma força sem um volante”. Quantos se recordam de mim profetizando isto, (vê?) que
tem estado aqui?

Carro sem motorista. Família americana sentada olhando um para os outros.


Uma mesa no carro para jogos. Definitivamente a profecia de William Branham condiz
exatamente com a imagem publicada em 1956 mostrada na página anterior. Além disso,
se essa profecia fosse realmente verdadeira, não teria a parte sobre a mesa para jogar
damas ou cartas, afinal, sabemos que esses jogos foram deixados de lado pela
tecnologia... Você pode chamar isso de profecia, mas eu prefiro o termo plágio!

A próxima categoria que gostaria de tratar são as de profecias incorretas que


só foram relatadas pela primeira vez após o fato. Essa categoria é um pouco complexa.
William Branham por diversas vezes relatava um evento ocorrido no passado que ele
supostamente teria profetizado, mesmo sem nenhuma prova de que ele realmente tenha
profetizado, o que nos leva a crer que ele apenas estava tomando uma história real e
adicionando uma suposta profecia anterior que ninguém poderia provar se aconteceu
ou não. Por exemplo, William Branham afirmou por anos que Deus havia lhe dito que as
enchentes de 1937 ocorreriam e que a rua principal de Jeffersonville ficaria debaixo de
22 pés (6.7 metros) de água. O interessante é que a primeira vez que há registros de
Branham contando essa história é em 1951, 14 anos depois do fato. Não há nenhuma
comprovação de que ele realmente tenha profetizado isso antes da enchente, somente
sua própria palavra que, como provado antes, não é muito confiável... O interessante é
que a famosa loja de doce Schimpff's fica na Spring Street (rua mencionada na profecia).

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Nesse prédio há uma marcação da altura da enchente de 1937. A altura foi medida pelo
dono do estabelecimento e, posteriormente confirmada por John Collins, como sendo de
222 polegadas, aproximadamente 5.6 metros. Portanto, mesmo provavelmente
inventando uma profecia depois do fato, William Branham errou por 1 metro a altura da
enchente!

Uma outra suposta profecia dessa categoria envolve a morte da atriz Marylin
Monroe, que faleceu em 5 de agosto de 1962. Em 12 de outubro daquele mesmo ano, 2
meses após o fato, William Branham afirmou ter visto a morte de Marylin antes de
acontecer. Mais uma vez, apenas a palavra dele é prova disso. Na mensagem “A
influência de um homem sobre o outro”, Branham afirma ter recebido uma visão
mostrando a mulher morrendo de um ataque cardíaco às 4 horas. Porém, a perícia
identificou overdose como causa mortis num horário aproximado de 20 horas. Mais uma
vez, mesmo contando a suposta profecia depois do evento ocorrer, William Branham
não se atentou aos detalhes e cometeu um deslize que prova que a suposta profecia é
falsa.

A quarta categoria trata de profecias corretas, mas que só foram relatadas


depois do fato. Essa é a categoria principal das profecias de William Branham. São
eventos que Branham afirma ter profetizado antes de acontecerem, mas que não há
nenhuma forma como provar. Nessa categoria podemos destacar a profecia da
ressurreição de Kari Holma na Finlândia (já desmentida inclusive) que o reverendo
afirmava que muitos tinham essa profecia anotada em suas Bíblias, mas até hoje a
Gravações Voz de Deus nunca foi capaz de mostrar nem sequer uma dessas anotações
que comprovem que ele realmente profetizou isso. Além dessa, podemos destacar
também a profecia de que um homem chamado Hitler causaria uma grande guerra.
Novamente, a primeira menção dessa profecia é observada anos e anos após o fim da
Segunda Guerra Mundial, e até hoje nenhuma evidência clara que Branham falou disso
antes do surgimento de Hitler foi nos proporcionada. Esse tipo de profecia é muito
complexa de lidar, pois devemos dar o benefício da dúvida para aquele que afirma ter
realmente profetizado, mesmo sem provas. Porém, visto o histórico de mentiras,
exageros e invenções de Branham já mostrados nesse livro, ele não merece esse benefício
da dúvida graças à sua falta de credibilidade. Portanto, afirmo sem sombras de dúvida
que essa categoria engloba falsas profecias criadas por ele após o evento de fato ocorrer.

A quinta categoria, e mais importante, é a de profecias relatadas de antemão


que aconteceram realmente. Essa é a categoria de profecias que realmente importa.

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Quantas vezes William Branham profetizou algo (com evidências provando essa
profecia) antes do evento e o profetizado ocorreu? Apenas uma vez! Acredito que essa é
uma informação que a maioria desconhece, mas o grande líder da Mensagem só foi
capaz de acertar uma profecia dada de antemão em uma ocasião, e vocês verão que era
uma profecia bem fácil de ser feita por qualquer um.

Em 17 de fevereiro de 1965 essa profecia foi feita pela primeira vez e está
contida na mensagem “Um homem correndo da presença de Deus”. William Branham
nessa ocasião profetizou que Florence Shakarian iria falecer e, alguns meses depois, em
setembro daquele ano, a mulher realmente faleceu. O fato que realmente deixa essa
profecia um pouco sem peso é que Florence, de 39 anos, havia sido diagnosticada com
um câncer em estado avançado e os médicos já haviam informado que não havia muito
o que fazer. Portanto, não há muita dificuldade em profetizar a morte de uma pessoa
com câncer terminal...

Em 3 décadas como ministro e com mais de 1100 sermões gravados durante


cerca de 18 anos, é impressionante que em apenas uma ocasião ele tenha acertado uma
profecia que realmente possamos constatar que foi feita antes do evento de fato ocorrer.
Definitivamente William Branham pode ser chamado de profeta de um acerto só, e dos
mais fáceis!

Por último, a categoria final é a de profecias relatadas de antemão que


falharam. A nossa grande análise diz respeito a essa categoria. Por diversas vezes
William Branham profetizou um evento que ocorreria no futuro, porém, como visto na
categoria anterior, apenas em uma ocasião o profetizado realmente se cumpriu. Vendo
a clara escritura de Deuteronômio 18, chegamos à conclusão que falhas em profecias
não são aceitas e. portanto, os capítulos seguintes do livro serão exclusivamente
separados para provar a vocês as profecias de William Branham que nunca
aconteceram e que são impossíveis de acontecerem no futuro. Além disso, mostraremos
algumas incoerências em profecias mostrando mais uma vez a credibilidade duvidosa
do reverendo.

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As profecias de 1933
Durante todo seu ministério, William Branham afirmou que em 1933 ele
recebeu 7 visões espetaculares que se cumpririam antes do fim do mundo. Ele afirmou
que o registro original dessas visões foi escrito em um papel e enterrado na pedra
angular do Tabernáculo Branham. Além disso, ele dizia que muitos presentes nos seus
cultos no ano de 1933 podiam testemunhar sobre isso, pois ele havia pedido para as
pessoas anotarem também sobre as visões. Porém, agora falaremos sobre algumas
incoerências das visões que fazem com que a história pareça forjada.

A primeira grande incongruência da história é a data. No famoso livro das 7


Eras, escrito por Branham em parceria com Lee Vayle, é afirmado que as visões foram
recebidas em junho de 1933, uma data bem precisa, afinal, um evento de tal magnitude
não seria jamais esquecido. Porém, em algumas outras ocasiões William Branham erra
ao contar a narrativa alterando os detalhes do recebimento das visões. Por exemplo, em
1961 no sermão “Religião de Jezabel”, a partir do versículo 66 da tradução de Goiânia, o
ministro afirma que as visões foram recebidas em 1931, dois anos antes da versão
original da narrativa. Já em 1960, na mensagem intitulada “Condenação por
representação”, a partir do versículo 19 também na tradução de Goiânia, o pregador
afirma estar lendo de um papel sobre as visões que recebeu, quando afirma que essas
visões foram recebidas em 1932, uma data diferente da considerada oficial. Então,
inicialmente temos que nos perguntar quando realmente as visões foram supostamente
recebidas? E essa pergunta é um tanto estranha já que, como dito anteriormente, tal
evento seria impossível de esquecer na minha opinião, mas vamos dar o benefício da
dúvida para a memória de William Branham.

Porém, a questão da data não é o único problema. Veja o que o reverendo diz
na mensagem “Israel and the Church”, de 1953:

Eu tenho isso escrito aqui na Bíblia. Exatamente como colocado ali na pedra angular,
aquilo que aconteceria nos últimos dias; e todo mundo sabe o que foi; tem sido exatamente a
Palavra. Vai ser assim.

Nessa pregação, Branham afirma que a versão original das 7 visões estava
enterrada na pedra angular do Tabernáculo Branham. Essa mesma narrativa é
mencionada outras vezes por William Branham, então trataremos como a história
oficial sobre onde estão escritas, na íntegra, essas profecias. Sobre esse tema, um pastor

60
da Mensagem, ao ser questionado sobre essa questão, respondeu que, após o enterro de
William Branham, em abril de 1966, um grupo de irmãos liderados por Billy Paul foram
desenterrar as profecias para provarem que o reverendo tinha contado a verdade.
Porém, também segundo testemunhas, encontraram apenas alguns detritos na pedra,
como uma lata, mas nada de papel com as profecias escritas! Há inclusive um vídeo no
YouTube de um dos homens que testemunhou essa escavação revelando isso. Billy Paul
então, para acalmar os irmãos, disse que provavelmente um anjo desceu do céu e tomou
as anotações para provar a fé do povo... Uma história que não faz muito sentido, mas foi
aceita como a explicação oficial.

Em suma, a versão original das escritas de Branham nunca foram


encontradas pois elas não estavam no lugar que ele narrou durante todo seu ministério.
Além disso, nenhuma bíblia nunca foi encontrada com as anotações das profecias, como
o reverendo costumava dizer que haviam.

Agora, uma importante citação de William Branham deve ser mencionada


para mostrar a falta de transparência descarada do ministro. A seguir, um trecho da
mensagem “Condenação por representação”:

Eu tenho em... e por falar nisto, o Sr. Mercier e muitos deles tomarão algumas destas
velhas profecias, e as tirarão e lhes revisarão um pouquinho ou as colocarão no tempo certo, e as
colocarão no tempo certo, e as colocarão em papel.

Ao falar sobre as profecias de 1933, William Branham abertamente fala que


pediria para Leo Mercier (homossexual responsável pela divulgação das fitas do
pregador) revisar as profecias e colocá-las no tempo certo, ou seja, corrigir qualquer
incoerência. Ele abertamente afirmou que as profecias eram corrigidas, isso é bizarro!

Agora, já mencionadas as incoerências na narrativa do recebimento das


visões, vamos falar especificamente sobre quais eram essas profecias. A versão
considerada oficial das 7 visões é encontrada no livro A Exposição das 7 Eras. Abaixo, um
breve resumo de cada uma delas:

1) Mussolini invadiria a Etiópia e teria um fim terrível.


2) Um austríaco de nome Hitler se levantaria e levaria o mundo a uma
grande guerra.

61
3) Nazismo, Fascismo e Comunismo se ergueriam, mas os 2 primeiros ismos
seriam dominados pelo terceiro, então o mundo deveria ter cuidado com
a Rússia.
4) Mostrava o progresso científico do mundo, por exemplo com o
surgimento de carros movidos sem motorista.
5) A moral feminina cairia e então elas começariam a usar roupas
masculinas e cortar seus cabelos.
6) Uma poderosa mulher dominaria os Estados Unidos, talvez essa mulher
seja uma representação da Igreja Católica
7) Uma explosão terrível ocorria e os Estados Unidos seria destruído

Porém, na pregação de 1960 intitulada “A era da igreja de Laodicéia”, o irmão


Branham também relata as 7 visões, porém de uma forma diferente. As principais
diferenças são: A segunda visão na verdade era que o presidente Roosevelt levaria o
mundo a uma guerra (e não Hitler). Na quarta visão, ele disse que os carros ficariam
cada vez mais no formato de um ovo. E a quinta visão fala que as mulheres votariam de
forma errada e elegeriam um candidato que não deveria ser eleito (essa profecia já teria
se cumprido em John Kennedy).

Provavelmente a versão pregada em 1960 foi revista e atualizada, como o


próprio Branham dá a entender na citação mencionada anteriormente de “Condenação
por representação”, para se encaixar melhor com a realidade até aquele momento.
Assim, a versão final e considerada oficial, contida no livro das Eras de 1965, é a mais
utilizada pela Mensagem, pois é a mais corrigida.

O primeiro grande problema sobre essas profecias em si é que a maioria delas


só é citada após o fato acontecer. Por exemplo, quando Branham cita pela primeira vez
em gravação tais profecias, Hitler já havia falecido e Mussolini também. Além disso, o
fascismo e nazismo já tinham sido derrotados pelo comunismo. As mulheres também já
tinham adquirido direitos mais igualitários e ajudado na eleição do presidente Kennedy.
Assim, 4 das 7 visões já tinham sido cumpridas quando Branham iniciou suas
afirmações sobre tais profecias recebidas. Além disso, a versão onde Branham culpa
Roosevelt pela Guerra Mundial é comprovadamente uma falsa profecia, pois o
presidente americano evitou ao máximo a entrada dos EUA na guerra, por isso mesmo
essa visão foi alterada para condizer com a realidade dos fatos. Também é válido
ressaltar que, como a dissolução da União Soviética e o enfraquecimento do Socialismo
nos governos atuais da Rússia, a parte da visão 3 sobre "Cuidado com a Rússia" se

62
mostrou falsa, pois a Guerra Fria terminou na década de 80, e os embates políticos e
geográficos entre EUA e Rússia terminaram. Portanto, as visões 1, 2, 3 e 5 são
consideradas inválidas para a análise, pois a veracidade é colocada em xeque por já
terem ocorrido na primeira menção oficial delas.

Das 3 profecias então consideradas válidas por serem de antemão, ou seja,


citadas antes dos fatos, algumas observações são necessárias. A visão 4, sobre o
progresso científico esperado para o futuro, já era tema de estudos e divulgações desde
os anos 30, com enfoque maior a partir da década de 50 com as produções da Disney,
como já mencionado anteriormente. Portanto, podemos considerar uma “visão”
baseada em estudos e não de revelação divina. Além disso, a versão onde Branham fala
sobre carros ovais, tem se mostrado pouco verdadeira, pois os carros tem cada vez
menos usado desse formato. A sexta visão, sobre a poderosa mulher, é classificada como
uma profecia vaga (por conta do duplo sentido, podendo ser tanto uma mulher quanto
uma metáfora para o Catolicismo) e também uma profecia de conclusão óbvia pela força
de votos das mulheres que, uma hora ou outra, colocariam uma representante feminina
no poder. Por fim, a visão de número 7 era também de crença popular, pois desde 1945 os
Estados Unidos e a Rússia (então União Soviética) viviam um terror nuclear, com medo
mútuo de uma grande explosão com uso de bombas atômicas. Os cidadãos americanos,
principalmente após 1962, com a crise dos mísseis em Cuba, temiam ainda mais uma
eventual explosão que devastaria o país.

Assim, provamos que as 7 visões ou foram mencionadas após o fato ocorrer,


ou eram fruto de crenças populares e conclusões óbvias sobre o futuro.

63
A profecia dos cultos na tenda
Em 1954, William Branham informou em um de seus sermões que ele havia
adquirido uma grande tenda. Isso era de costume no começo do século XX, muitos
pregadores faziam turnês carregando tendas para não precisarem alugar lugares para
fazer as reuniões. Assim, na década de 1950 Branham afirmou que voltaria para esse
mesmo costume, como havia feito nos anos 30 e 40, porém dessa vez com uma tenda de
sua posse. Ele conta sobre a aquisição da tenda em 1954, no sermão “The hand of the Lord
came upon Him”:

Meu ministério não é como alguns irmãos que vão e impõem as mãos sobre os enfermos,
e todos oram por cada um. Eu ... Meu ministério apenas ... Talvez depois de retornar da África e do
exterior desta vez, talvez nunca mais tenha ... É muito forte para mim, na América, deixar de lado os
cultos de cura; apenas oração congregacional (vêem?), e ter cultos evangelísticos: como vir armar
uma grande tenda. Acabei de fazer um pedido outro dia, capacidade para quinze mil pessoas:
cadeiras e tudo. Gostaria de estabelecer aqui em Louisville e ficar por três meses. Veem? E apenas
fique até que Deus diga que é o suficiente, acabou. Veem?

Porém, 2 anos depois dessa informação de que ele havia feito um pedido de
uma grande tenda, Branham relata pela primeira vez uma visão que, segundo ele, era o
Assim Diz o Senhor. Veja o que ele diz na mensagem “Véu a dentro”:

Logo Ele me tomou dali, e eu vi uma grande tenda. Nunca havia visto tal tenda! E estava
abarrotada de gente por todos os lados. E eu caminhei ao... Parecia como se eu estivesse a um nível
mais alto que as pessoas, olhando para baixo onde eu acabava de fazer uma chamada de altar; e
centenas e centenas de pessoas choravam e se regozijavam, logo depois de haver aceitado ao
Senhor Jesus Cristo como seu Salvador. 4 9 E eu olhei e ouvi quando um homem se levantou e disse:
“Chame a fila de oração.” E as pessoas começaram a fazer fila deste lado, à esquerda de onde eu
estava olhando para baixo em direção a plataforma, e se alinharam a ambos os lados da rua para a
fila de oração. Notei à minha esquerda (que seria a minha direita se eu estivesse na plataforma) um
pequeno compartimento de madeira. E eu vi aquela Luz, que eles têm a foto dela, vocês sabem, que
sempre está nas reuniões; vi que essa Luz me deixava, e ia para o edifício, e entrava nele; e uma Voz
me disse: “Te encontrarei ali; essa será a terceira puxada.”

Assim, mesmo já tendo dito 2 anos antes que havia encomendado uma tenda,
ele começa a divulgar a profecia que começaria a pregar em uma enorme tenda em
busca de novas almas. Ainda em 1956, na pregação “A flecha do livramento”, Branham
começou a divulgar que a tenda da visão já estava sendo preparada para cumprir a
profecia.

64
E um dia, se Deus permitir, estou tentando sair disso agora, e pedir ao Pai celestial... E
por uma visão Ele me falou a respeito de uma tenda, onde o irmão Moore e os outros estarão indo
para a Califórnia agora, para ver e colocar isso em ordem pela primeira vez.

Porém, em 1965, nove anos após a suposta visão, William Branham afirma, na
mensagem “Fazendo uma obra para Deus fora de Sua vontade”, que essa visão ainda não
tinha sido cumprida:

E - e então estou aqui para tratar com os administradores juntos. Eu estou cansado de
ser rejeitado de todos estes lugares para ter cultos onde há lugar para uma reunião quando eu
estou sentindo direção em fazer isto. Então penso que vou perguntar a eles se nós podemos pegar
nossa tenda e - e armá-la e simplesmente ficar lá e, vocês sabem. Irmãos aqui no parque de baseball
ou em um sitio e move-la de lugar em lugar justamente como o Senhor dirigir. E eu sinto que isto é o
que Ele irá fazer. Vocês sabem, há uma visão concernente àquilo.

Branham faleceu nesse mesmo ano, sem nunca ter feito reuniões nessa tenda
mencionada acima. O interessante é que pelas próprias palavras do ministro, meses
antes de seu falecimento, ele sabia que a visão ainda não havia se cumprido. Isso é tão
verdade que, antes de sua morte, ele realmente estava preparando uma tenda para ser
transportada ao redor do mundo para cumprir a suposta visão de 1956.

Um indivíduo chave para entendermos tal falsa profecia, foi o homem


chamado por Branham para ajudá-lo a cumprir essa profecia. A seguir, deixo a tradução
do testemunho de Evan Mosely, homem que seria o responsável por patrocinar os cultos
na tenda, sobre a tentativa de cumprir tal profecia:

Ele estava muito sério e disse que saberíamos o que encontrar e que ele cobriria todos os
custos. Em seguida, ele detalhou seu plano de realizar reuniões por duas semanas e, então,
enquanto a tenda estava sendo movida, ele estaria com alguns outros irmãos na natureza para
pescar e caçar. Nós iríamos por todo o mundo. O irmão Branham não disse que o Senhor havia
mostrado nada a ele, mas eu sei que ele havia feito uma promessa de não voar ou ter nada a ver
com um avião a menos que fosse dessa maneira que o Senhor falasse. Os profetas cumprem suas
promessas. Quando o irmão Branham desapareceu de cena, eu não conseguia entender porque ele
nos pediu para cuidar de um avião, e nos disse o que faríamos, e então de repente ele se foi. Fiquei
chateado e comecei a orar e buscar o Senhor.

Assim, Mosely comprou um avião como instruído por Branham para levar a
tenda ao redor do mundo, porém sua morte fez com que a visão nunca fosse cumprida.
O avião DC-7C ficou por anos parado esperando seu propósito, mas nunca foi utilizado.
Com a morte de Branham, Evan e outros indivíduos que sabiam do não cumprimento

65
dessa profecia, começaram a divulgar a doutrina da ressurreição individual de
Branham, seguida por muitos até hoje, para que o reverendo pudesse enfiar cumprir
suas profecias incompletos, como essa da tenda.

Porém, com mais de 50 anos desde a morte de Branham, e com os principais


criadores dessa doutrina tendo também falecido, a ideia da ressurreição de Branham
começa a cair no esquecimento e muitos a tratam como heresia, porém sem saber o
motivo de sua criação. Ou você crê que Branham é um falso profeta ou crê que ele tem
que ressuscitar para cumprir as profecias deixadas em aberto, não há meio termo!

66
A profecia do urso pardo
Se você é um membro da Mensagem no Brasil e não possui conhecimento na
língua inglesa, provavelmente você nunca ouviu falar sobre essa profecia. Explico-lhe o
motivo para tal desconhecimento a seguir. Essa é uma das principais profecias falhas de
William Branham e, por isso, os pastores não a comentam, pois é uma prova definitiva
para excluir Branham do posto de profeta. Por isso, trato agora de esclarecer sobre do
que se trata tal profecia.

Essa visão foi primeiramente relatada em 1 de abril de 1962, em um sermão


não traduzido para o português (e isso não é uma coincidência) intitulado “Wisdom
versus faith”:

Voltando para casa outra noite, ou outro dia, antes de voltar para casa, eu estava - caí
em uma visão. E eu vi alguns pequeninos, magros, pareciam garotos ou algo assim, usando bonés. E
nós estávamos caçando. E eu atirei em um urso gigantesco semelhante a um pardo. E então, eles se
viraram e disseram para mim, disseram: “Mas há alguma confusão sobre a reunião”. E eu disse:
“Não importa qual seja a confusão, se eu deveria ir, seja onde for, eu irei de qualquer maneira. (Vê?)
Não importa”. E a visão parou. Não sei onde é, mas está na fita. Isso vai acontecer. Vêem? Apenas
lembre-se, isso vai acontecer. É uma visão.

Um mês depois, William Branham repete a mesma visão, dizendo dessa vez
que a visão era Assim Diz o Senhor, ou seja, deixando mais uma vez claro que se tratava
de uma profecia de Deus. Veja o que ele diz na mensagem de “Possuindo todas as coisas”,
de 1962:

Muitos de vocês recordam a visão que tive, onde eu havia disparado a um urso cinza, um
urso cinza de nove pés, (e a igreja recorda quando a contei aqui), e o caribu. Eu tenho outra.
Recordem, está nesta fita aqui, eu vi esse grande urso pardo. Aquele devia ser um Kodiac e isto não
se compriria ali no Canadá, porque eles não estão lá, vê você. Mas onde quer que estiver, estará.
Estará, aquilo é Assim Diz o Senhor. Assim será. Vêem?

É importante informar, aos que desconhecem tal informação, que tal espécie
de urso não é encontrada nos Estados Unidos, mas sim no Canadá. Dessa forma, em
junho de 1962 a visão foi mais uma vez citada, dessa vez na mensagem “Presuming”:

Agora, estou voltando para aquele país, para que vocês saibam, quando eu voltar no
próximo ano. Vou pegar um urso pardo que tem quase o dobro do tamanho. Você vê se está certo ou
não. Eu vi isso quando estávamos de pé, coloquei minhas mãos em suas ancas deitando no chão,

67
assim. E eu poderia colocar minhas mãos em seus quadris assim, e ele se deitar. Agora, você descubra
se isso está certo ou não. Há muito nisso. Mas eu simplesmente pensei, eu deveria estar ensinando na
escola dominical. Vêem? Oh, amigos. Todos vocês vêem essas pequenas visões por aqui? Não é à toa
que vocês, irmãos ministros, às vezes ficam desconfiados. "Bem, pode ser telepatia mental. Pode ser
psicologia." Mostre-me em outro lugar onde está acontecendo. E quanto a esses grandes psicólogos,
telepatas? Eles adivinham. Às vezes acontece, às vezes nunca. E é isso, aquilo ou o outro. Mas Deus é
perfeito e nunca falha.

Assim, em julho de 1962 o reverendo foi ao Canadá para cumprir a profecia,


porém, segundo testemunhas, ele não conseguiu matar nenhum urso pardo. Antes de
sua morte, William Branham voltou a caçar no Canadá em mais uma ocasião, no ano de
1964, acompanhado de seu amigo Pearry Green, porém novamente não teve sucesso na
busca por completar a profecia. Assim, com sua morte em dezembro de 1965, a visão
relatada com o Assim Diz o Senhor foi deixada para trás incompleta, o que é impossível
segundo Deuteronômio 18.

John Collins, neto do pastor Willard Collins que liderou o Tabernáculo


Branham por cerca de 5 décadas, relatou que em uma ocasião por volta de 2011, ele
estava no escritório de Billy Paul juntamente com um pastor da Mensagem. Esse pastor
questionou Billy sobre o cumprimento dessa profecia, mas Billy confirmou que seu pai
nunca matou um urso pardo na vida. Então, o ministro respondeu a Billy que, portanto,
William Branham terá que ressuscitar dos mortos para cumprir a visão, se não ele seria
um falso profeta. Assim, voltamos a falar sobre uma vertente da Mensagem mais
radical, aqueles que acreditam que Branham irá ressuscitar antes do fim dos tempos
para cumprir suas profecias ainda não cumpridas. Existe uma carta de Billy Paul, filho
de William Branham, onde ele afirma categoricamente que acredita que ainda há
serviços para Branham realizar, uma clara forma de afirmar que acredita que ele
voltará para cumprir tais serviços. Veja na página seguinte a carta:

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Essa doutrina da ressurreição, apesar de bizarra, tem milhares de seguidores
ao redor do mundo e em todo feriado de Páscoa, centenas de pessoas se ajuntam no
cemitério de Jeffersonville para esperar pelo ministro se levantar de sua tumba. O
feriado que marca a ressurreição de Cristo, portanto, foi substituído pela Mensagem
para uma forma de esperança pelo retorno de seu suposto profeta. Vale destacar que tal
ideia de ressurreição individual nos dias modernos é descabida nos termos bíblicos.

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A segunda teoria defendida por alguns ministros para defender o motivo
dessa falsa profecia é uma teoria originada através de Billy Paul. O ex pastor da
Mensagem, Lance Leroux, do Canadá, escreveu uma carta para o filho de Branham
questionando sobre essa visão e recebeu a seguinte explicação: a visão falhou porque
William Branham foi desobediente. Então, essa é a teoria majoritária defendida pelos
pastores do Movimento Branhamista, a que diz que a visão do urso falhou por conta de
uma suposta desobediência do reverendo. Essa visão, no entanto, é facilmente
desmentida através de um exemplo bíblico. Jonas, ao ser desobediente a Deus e fugir de
sua jornada profética de pregação em Ninive, como revelado a ele, foi engolido por um
peixe que o vomitou na cidade para cumprir com o desejo de Deus. Perceba, Deus não
depende da obediência de homem algum para fazer cumprir suas profecias, Ele utiliza
de outros meios para obrigar que o homem, mesmo desobediente, cumpra com o
mostrado a ele. Essa teoria não tem embasamento bíblico algum para ser defendida.

Assim, apresento a vocês uma das mais famosas profecias falsas de William
Branham, além de rapidamente mostrar as incoerentes defesas para tal falha.

70
A profecia do culto dos 300 mil
No início da década de 1950, mais especificamente em 1951, William Branham
teve uma turnê de sucesso em Durban, na África. Lá, dezenas de milhares atenderam a
seus cultos o que fez com que o reverendo, em seu retorno aos Estados Unidos, começasse
a já planejar um retorno ao país. Já em 1952, Branham relatou que uma suposta visão
havia o acometido, falando sobre uma nova empreitada na África onde 300 mil pessoas
estariam em uma reunião feita por ele:

Então, então, Ele me tirou no Espírito. Ouça, irmão Jackson, você nunca ouviu isto,
nenhum dos demais ouviu. E Ele me colocou em Durban, África do Sul, naquela mesma cabine, de pé
ali diante daquelas dezenas de milhares, e milhares de pessoas ali. E eu olhei e vi toda aquela
multidão se reunir, e desaparecer à minha direita. Geograficamente, eu estava assim. E
desapareceu para a esquerda indo nessa direção, ficando azul. E então bem diante de mim, as ruas
estavam bloqueadas assim, com pessoas ali de pé, com as mãos para cima louvando a Deus. Então
Ele me virou para o leste, e olhou naquela direção. E eu vi gente parada ali com panos, tipo calça,
como os indianos usam. E havia milhares deles, e eles tinham suas mãos para cima, apenas
louvando a Deus e gritando e louvando a Deus. E eu não conseguia nem ver o fim deles. E mais ou
menos nessa hora, veio um grande Anjo do céu, e ficou - por cima de mim aqui, com uma grande Luz.
E aquela Luz como no final de uma destas luzes aqui operando na frente de uma - de uma grande
locomotiva, e começa a arremessar. E as encostas estavam escuras e paradas com pessoas a quase
um quilômetro de distância. E eu disse: "Oh, eles são todos negros?" e então Ele virou meu rosto aqui
na minha frente, para Durban novamente, e lá estavam lindos homens e mulheres brancos, de pé
com as mãos para cima, louvando a Deus. Então Ele me virou de volta novamente, e a grande Luz
começou a voltar pelas colinas e aparecer. Então o anjo se aproximou. E eu O ouvi gritar com uma
Voz, que me tirou da visão. Disse: “Haverá trezentos mil deles naquela reunião. ASSIM DIZ O
SENHOR marque isto em seu livro”. Eu sai disso. Eu disse: "Meu Senhor e meu Deus. Graças ao
Senhor. Agradeço as chicotadas e as chicotadas que Você me deu por desobedecer a Você. Mas a
partir de agora, Senhor, sabendo, se eu souber de novo, nunca me amarrarei com um monte de
pregadores, gerentes ou ninguém mais, mas eu estarei livre para fazer o que Você diz para fazer. E
irei exatamente onde Você disser para ir, e farei apenas o que Você disser que eu faça o resto do
meu vida. E eu sempre tentarei fazer o que Você diz para fazer”. E nessa hora, aqui vem Ele
novamente. E eu vi minha Bíblia se levantar da mesa e vir até mim assim. Foi entregue ao lugar
onde Paulo, na tempestade, disse: "Você deveria ter me ouvido, e não ter saído de Creta, mas, no
entanto, o anjo do Senhor que estava ao meu lado"... E eu disse: "Irmã Broy, o Anjo do Senhor
apareceu para mim e me disse: 'Esqueça a ameba. Vai ficar tudo bem. E eu vou ter uma reunião que
vai consistir de trezentas mil pessoas' e Deus”, eu disse,“ meu ministério está apenas começando”.
Eu disse: "Eu quero basear isso; eu quero arrancar essa coisa de onde estava, e me livrar de todas
essas sanguessugas aqui e coisas que estão penduradas, para que eu possa chegar às pessoas e

71
dizer a elas qual é a verdade". E isso mesmo. Eu disse: "Estou cansado disso e das coisas feitas pelo
homem de qualquer maneira. E estarei onde Deus pode me usar. Vou viver bem nesse canal,
enquanto eu viver."

O trecho visto anteriormente encontra-se na mensagem “Early spiritual


experiences”. Porém, ainda em 1952, a mesma visão foi recontada, mas com alguns
detalhes diferentes. Dessa vez, a profecia não menciona Durban, mas sim é mais
genérica quanto a localização. Veja os detalhes dados na mensagem “Thou knowest all
things”:

Agora, eu tive uma visão. Eu vi as pessoas. Pareciam-me com indianos. Eu não sei o que
eles eram, mas eles tinham um tecido enrolado neles. Eles estavam louvando a Deus, e havia... Foi
em um tipo de campo. Havia tantas pessoas que subiram ali, e uma Luz desceu do céu, uma Luz
oscilante e passou por ali mostrando as pessoas. E o anjo do Senhor chamou alguns deles, e eu ouvi
o número: trezentos mil. Isso seria seis vezes maior que a reunião de Durban, onde tivemos 30 mil
convertidos naquele dia. Eu confio em Deus, haverá trezentos mil ganhos para Cristo naquele dia.
Mas está chegando. Deve ser. Não sei para onde. Não sei quando, mas sei que será. E vocês que estão
assentados aqui nesta audiência esta noite, ouvirão sobre a reunião. Onde será, acredito que será
na Índia. Pareciam indianos para mim. Eu podia vê-los e estava na reunião de Durban. Eu vi isso ir
embora para a história, ficando azul. Olhei à minha frente e ainda havia mais pessoas, milhares,
maior do que a primeira multidão. Acredito que estarei em Durban novamente. Então Ele se virou
para a esquerda e eu olhei, e havia tantas pessoas, inúmeras. Agora lembre-se, mantenha isso em
sua mente. Escreva em um pedaço de papel; coloque-o em sua Bíblia, coloque-o na folha em algum
lugar. Você ouvirá através das revistas: “O irmão Branham teve uma reunião” (em algum lugar no
Oriente, ou na Índia, eu creio, ou na África, em algum lugar), “onde trezentas mil pessoas
compareceram à reunião”.

Novamente a profecia é citada em 1952, na pregação intitulada “Do you now


believe?”, porém agora definitivamente o local do cumprimento desta não seria mais em
Durban, mas sim na Índia.

Recentemente, quando estávamos conversando com um missionário da Índia, onde Deus


me disse para ir, onde terei uma multidão de trezentas mil pessoas em uma reunião...

Em 1954 uma turnê para a Índia foi organizada para que a visão fosse
finalmente finalizada, porém a profecia não foi cumprida. William Branham relatou o
seguinte na mensagem “India Trip Report”, de 1957:

Eu fiquei muito constrangido a ir para - para a Índia. E ainda, como muitos de vocês
devem saber, a viagem à Índia não foi o sucesso que deveria ter sido, porque eu falhei em seguir a

72
liderança do Espírito Santo, e nunca reconheci isso depois que Ele me deu uma visão para ir África
primeiro e depois para a Índia.

Ele confirma que a missão foi um fracasso, porém culpa sua desobediência
para a profecia não ter sido cumprida. Como já mencionado anteriormente, essa
desculpa para uma profecia não se cumprir é totalmente inválida. Deus mandou Jonas
a Ninive, porém ele desobedeceu e rumou para outra cidade, porém Deus se colocou no
caminho e deu um jeito de colocar Jonas no local que ele deveria estar. Por que o mesmo
não aconteceu com o suposto profeta Branham? Essa é uma desculpa descabida para
tratar de falsas profecias, usadas por charlatões há séculos...

Em 1958, Branham começou a pregar novamente sobre a profecia, que agora


sim seria cumprida em seu local original, a África do Sul. Ele disse o seguinte na
mensagem “Jesus Christ, the same yesterday, today and forever”:

E eu só quero dizer isto, muitos que me conhecem, e meus amigos estão aqui esta noite,
acabei de receber meu telegrama de volta esta manhã de Durban, África do Sul. A visão onde
trezentas mil pessoas estarão reunidas em breve para uma reunião que se aproxima...

Essa viagem, no entanto, nunca aconteceu. Por problemas na organização,


William Branham nunca chegou a viajar para a África em 1958 como programado. Essa
viagem voltou a ser planejada em 1965, quando a visão é mencionada mais uma vez:

E eu -- eu vou para a África do Sul depois disto. Porque, oh, que coisa, vocês sabem como
é lá onde não se pode nem falar ao povo. E haveria... Estamos no mínimo esperando trezentos mil,
uma única reunião.

Esse relato acima pode ser encontrado na pregação “Muda Deus Seu parecer?”,
porém a viagem mais uma vez fracassou, dessa vez por conta do visto de William
Branham que foi negado para propósitos missionários. O próprio ministro confirmou
isso na mensagem “Envergonhados Dele”:

E então na última hora, na última hora para ir, aqui estava escrito de um lado ao outro
em cima do meu visto, “Não pode realizar qualquer espécie de serviço religioso; pode somente
caçar”.

Dessa forma, William Branham faleceu sem que essa profecia fosse cumprida.
Assim, teorias surgidas para explicar tal falha são as seguintes: a reunião na Índia de
1954 cumpriu sim a profecia (o próprio William Branham nega isso), a desobediência
causou essa falha (explicação já desmentida anteriormente), o pregador ressuscitará

73
para ir à África cumprir a visão (simplesmente bizarro) e, por fim, a teoria de que
Branham interpretou mal a visão (não tem muito sentido).

De qualquer forma, a visão não se cumpriu, portanto William Branham não


passou novamente no teste de Deuteronômio 18...

74
A profecia das 16 mortes na ponte
Essa é, sem sombra de dúvidas, a profecia mais famosa de William Branham,
pelo menos no grupo brasileiro da Mensagem. Essa visão supostamente dada ao
reverendo foi utilizada por ele para provar que ele era um profeta desde o nascimento e
não alguém que recebeu o dom de profecia ao ser batizado pelo Espírito Santo. Por isso
essa história é tão contada pelos pastores da Mensagem, pois é usada como vindicação
para colocá-lo em uma posição superior aos demais.

A visão é relatada com detalhes em um sermão de 1959, intitulado “A história


da minha vida”:

E então uma vez mais ou menos um mês depois daquilo, eu estava jogando bola de gude
com meus irmãozinhos fora, no pátio da frente. E subitamente eu senti algo estranho vir sobre mim.
E parei e me sentei ao lado de uma árvore. E nós estávamos bem em cima na margem do Rio Ohio. E
olhei para baixo em direção a Jeffersonville, e vi uma ponte levantar-se e atravessar aquele, o rio,
passar sobre o rio. E vi dezesseis homens (eu os contei) que caíram dali e perderam suas vidas
naquela ponte. Corri para dentro bem depressa e contei para minha mãe, e ela pensou que eu
tivesse dormido. Mas não esqueceram, e vinte e dois anos desde aquele tempo, a Ponte Municipal
agora (a qual muitos de vocês atravessam quando atravessam lá) atravessou o rio naquele mesmo
lugar, e dezesseis homens perderam suas vidas construindo aquela ponte sobre o rio.

A respeito dessa visão, Pearry Green testemunhou que certa vez estava
caminhando com William Branham em Jeffersonville quando o reverendo apontou para
uma parte da Ponte Municipal e lhe informou que aquela era a parte que havia quebrado
durante a construção da ponte, causando a morte de 16 homens como dito na visão.

Agora que já relembramos do que se trata a profecia da ponte, vamos iniciar


investigando as incoerências e mentiras...

Na pregação “Experiences”, de 1948, Branham afirma que a visão aconteceu


quando ele tinha cerca de 5 anos. Além disso, no sermão “My life story”, de 1955, ele diz
que um sinal apareceu na visão dizendo que o evento ocorreria depois de 22 anos daquele
dia. Portanto, juntando essas duas informações temos a primeira incoerência, a
temporal. Partindo do pressuposto que Branham nasceu em 1909, a visão teria ocorrido
por volta do ano de 1914 e, portanto, teria se cumprido em 1936, 22 anos após o seu
recebimento. Porém, a ponte, atualmente chamada de George Rogers Clark Memorial
Bridge, teve sua construção finalizada em 1929. Como é possível que 16 homens tivessem

75
morrido na construção da ponte que já havia sido finalizada aproximadamente 7 anos
antes?

Agora, já apresentada a incoerência na linha temporal da suposta visão,


temos que analisar se realmente aconteceram 16 mortes na Ponte Municipal em sua
construção. Primeiro, temos que ressaltar que, apesar de William Branham deixar claro
que os homens morreram simultaneamente em sua visão, narrativa corroborada pelo
testemunho de Pearry Green, vamos mostrar todas as mortes individuais que
ocorreram durante o levantamento da ponte, no período de junho de 1928 a outubro de
1929.

A busca por evidências dessas fatalidades pode ser encontrada com detalhes
no site Searching for Vindication, criado por seguidores de William Branham
empenhados em provar que a profecia da ponte havia se cumprido, porém, saíram da
Mensagem após descobrirem a farsa. Apenas duas mortes são relatadas por jornais de
Jeffersonville durante a construção, ambas nas páginas frontais de sua edição,
mostrando a relevância que se dava a esses tipos de acidentes:

- 19/06/1929: Richard Pilton morre após ser atingido por uma manivela de
ferro na ponte

- 10/09/1929: Lloyd McEwen se desequilibrou e caiu em cima de uma balsa que


passava no rio Ohio, faleceu no hospital por conta dos ferimentos relacionados a queda

Assim, apenas 2 fatalidades foram relatadas durante a construção da Ponte


Municipal, em eventos separados e sem que os corpos afundassem na água como
profetizado por William Branham. Porém, os investigadores da visão, para se
certificarem que não haviam ocorrido 16 mortes até o ano de 1936 (como dito na visão),
mesmo de forma isolada, decidiram pesquisar em outra fonte além dos jornais. Na
cidade de Atalanta, há uma instalação chamada Arquivos Nacionais e Administração
de Registros onde inúmeros documentos são guardados. Lá, foram descobertos
documentos da Décima Estação Salva Vidas, localizada, entre 1881 e 1972, há menos de
800 metros de onde a Ponte Municipal se encontra. Todos os dias, relatórios eram feitos
por essa estação informando se houve alguma queda no rio ou qualquer tipo de resgate.
Portanto, se os 16 homens realmente tivessem caído na água como profetizado, esses
diários de relatórios conteriam tais fatos. Os registros foram analisados até 1939, e
nenhuma morte (além das acima citadas) foi relatada pela Estação Salva Vidas após o

76
término da construção da ponte, provando que apenas 2 mortes ocorreram durante a
construção da ponte.

É importante mencionar também que William Branham só prega em


Jeffersonville sobre essa visão no ano de 1960. Por que esperar mais de 30 anos desde a
construção da ponte para falar sobre essa tremenda profecia cumprida na cidade?
Talvez porquê ele sabia que o povo na época saberia que isso nunca ocorreu, por isso
esperou tanto tempo para que os detalhes do período fossem esquecidos...

O trecho do jornal abaixo geralmente é usado por seguidores de Branham


para confirmar que a profecia se cumpriu.

A manchete relata 16 mortes de construtores durante um grave acidente na


ponte em Louisville. Porém, essa publicação é de janeiro de 1890, de uma construção de
uma ponte anterior à Ponte Municipal. Então, o trecho ao lado relata uma catástrofe na
construção da Big Four Bridge, que foi finalizada em 1895, mais de uma década antes de
Branham nascer. Portanto, não se trata da mesma história e essa defesa da profecia é
errônea, já que se trata de outra ponte e de um período anterior ao nascimento do
reverendo.

O que provavelmente aconteceu foi que William Branham se baseou nessa


antiga catástrofe para criar sua história da visão, não se atentando aos fatos de que se
tratava de um acidente em outra ponte da cidade, e muitos anos antes de sequer estar
nascido...

77
Portanto, agora que os fatos apontados mostram que 16 homens não
morreram na construção da ponte, vamos nos ater a analisar as desculpas utilizadas
pelo Movimento Branhamista para defender tal farsa.

Atualmente a teoria mais aceita é a de que as mortes não foram relatadas


porque os corpos caíram no cimento durante a construção e, portanto, ficaram presos
na estrutura e nunca foram encontrados. Essa versão é defendida pela Voz de Deus, que
usou do testemunho de John Vissing para provar que a profecia se cumpriu dessa forma.
Veja o relato de John abaixo:

Meu pai tinha 14 anos quando a ponte foi inaugurada em 1929 e ficou 12 horas sentado
no carro com seu primo esperando o corte da fita para que eles pudessem ser os primeiros a
atravessar a ponte que ligava Jeffersonville a Louisville, Kentucky. Meu pai recebeu um medalhão
de bronze naquele dia na cerimônia para comemorar a abertura da ponte. Eu ainda tenho aquele
medalhão. A história do desabamento da ponte não me foi contada por meu pai ou pelo irmão Billy,
mas por minha avó, Maud, e por uma senhora chamada Dorothy Phillips. Ela estava me contando
sobre ser uma pequena garota observando a construção da margem do rio. Lembre-se de que,
embora a depressão não tivesse começado “oficialmente”, as coisas não eram muito boas
economicamente em Jeffersonville naquela época. Muitas pessoas não tinham distrações e
passavam muito tempo observando a construção desta ponte, como tenho certeza de que o irmão
Billy e meu pai também fizeram. Dorothy se lembra de ter visto andaimes ao redor da pilha na
primeira pilha de água, e ela lembrou que desabou enquanto havia um grande derramamento de
cimento e ela viu homens caindo no cimento que nunca foram removidos. Foi uma tragédia na
época e muitas pessoas ficaram chocadas.

Ao ser questionado por Rod Bergen, pesquisador da história Mensagem, John


afirmou que quem presenciou esse fato quando garotinha tinha sido sua avó, junto com
sua amiga Dorothy. Assim, se o pai de John tinha 14 anos na inauguração da ponte, como
a avó seria uma pequena garota no mesmo período? Supondo que em 1929 ela tivesse 40
anos (idade condizente com os 14 anos do pai de John), ela definitivamente não era uma
pequena garota durante a construção da Ponte Municipal, mas teria aproximadamente
6 anos em 1895, ano que 3 acidentes fatais ocorreram na Big Four Bridge. Assim,
provavelmente a avó de John, ao contar a história ao neto, deixou a narrativa em aberto
quanto ao nome da ponte e a época, fazendo com que ele acreditasse que se tratava da
ponte da visão de Branham, o que claramente não é o caso. Além disso, se o acidente foi
tão desastroso como relatado, por que nenhum jornal mencionou nada em
Jeffersonville?

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A segunda teoria, e ainda mais bizarra que a primeira, é que na verdade
William Branham interpretou mal a visão. Na verdade, a visão não se tratava de um
acidente, mas sim de pessoas se suicidando na ponte. É verdade que tal ponte é utilizada
até hoje como ponto de suicídios, mas como essa teoria explica o fato de Branham ter
contado exatamente 16 pessoas e mencionado o ano de 1936? Essa é mais uma tentativa
falha de explicar o inexplicável. Trata-se de uma profecia falsa e ponto!

79
A profecia sobre Los Angeles
Em abril de 1965, William Branham profetizou que Los Angeles iria ser
destruída e afundaria. Ele fez tal afirmação na pregação “Escolhendo uma noiva”:

Essa é uma advertência solene. Nós não sabemos a hora. E você não sabe a hora quando
esta cidade um dia estará no fundo deste oceano. “Oh, Cafarnaum,” disse Jesus “tu que te exaltas
até o céu, ao inferno serás baixada... pois se as grandes obras que têm sido feitas em ti houvessem
sido feitas em Sodoma e Gomorra, elas existiriam até hoje.” E Sodoma e Gomorra jazem no fundo do
Mar Morto e Cafarnaúm está no fundo do mar. Tu, cidade que alega ser a cidade dos Anjos, que te
tens exaltado a ti mesmo até o céu e envia toda imundície da moda e coisas, que até mesmo os países
estrangeiros vêm aqui para apanhar nossa imundície e as enviam para lá, com suas finas igrejas e
torres e assim por diante da forma que fazem; recordem, um dia tu estarás no fundo deste mar. Está
tudo minado sob ti agora. A ira de Deus está em erupção bem embaixo de ti. Por mais quando tempo
Ele manterá este banco de areia pendurado assim, quando isso escorregará diretamente uma milha
de profundidade para dentro do mar Salton. Isto será pior do que o último dia de Pompéia.
Arrependa-te, Los Angeles. Arrependa o restante de vocês e voltem para Deus. A hora da Sua ira
está sobre a terra. Fujam enquanto há tempo para fugir e voltem para Cristo.”

A primeira incoerência ou, melhor dizendo, mentira dessa citação é que


Branham afirma que Cafarnaum está debaixo do mar, porém essa cidade nunca esteve
nessa situação. Ele só utilizou dessa narrativa para dar mais peso à suposta profecia,
usando detalhamento. É importante destacar que William Branham mencionou tal
profecia por algumas vezes, tendo inclusive mencionado que a profecia se cumpriria
rapidamente, como fez na pregação “Obra é fé expressada”, também em 1965.

Eu disse: “Quero dizer-lhes, foi um sinal de juízo. Dentro de alguns dias, haverá um
grande terremoto que estremecerá o Oeste. E não poderá parar. Califórnia, Los Angeles se
afundará. Está se abaixando. Se deslizará para dentro do oceano”.

Ele menciona que dentro de poucos dias a Califórnia começaria a tremer e


afundar, porém já se passaram 56 anos desde essa frase e isso não aconteceu.

É importante destacarmos que a questão de terremotos e preocupação com a


inundação de Los Angeles não foi algo criado por William Branham. A revista Time, por
exemplo, em 1957, reportou uma inundação parcial de uma praia na cidade, provando
que tais eventos já estavam acontecendo antes da tal profecia de Branham. Então, era
de conhecimento científico e popular tal fenômeno, muito por conta da famosa falha de
San Andreas, que é objeto de estudos e filmes há décadas. Portanto, a fato de a cidade

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afundar e tremer já era esperado por muitos, logo não se trata de uma profecia muito
válida...

No entanto, algo que Branham realmente fez foi profetizar quando tal
fenômeno iria ocorrer e isso sim podemos julgar. O livro Atos do Profeta, escrito por
Pearry Green, relata uma história contada por Billy Paul sobre essa profecia. Segundo o
filho de William Branham, seu pai disse, enquanto andavam pelo centro de Los Angeles,
que tubarões estariam nadando naquela parte da cidade antes que Billy fosse um
homem velho. Essa mesma história foi contada por Billy em sua visita ao Brasil, em um
culto em Goiânia no final da década de 90, onde o filho de William Branham afirmou que
não se assumiria velho até que Los Angeles afundasse.

Bem, Billy tem atualmente 85 anos, um homem velho definitivamente, e Los


Angeles ainda está de pé. Então, mais uma confirmação que se trata de uma profecia
falha, por conta das duas menções erradas de Branham para quando o evento ocorreria,
tanto nesse relato quanto na pregação mencionada anteriormente onde ele diz que os
tremores começariam em questão de dias.

Para defender o suposto profeta, muitos durante os anos questionaram a


credibilidade da história contada por Billy Paul, dizendo que não poderia ser levada em
conta como oficial. Um seguidor de Branham enviou um e-mail questionando Billy sobre
a verdade dessa história contida no livro de Pearry. Abaixo, a tradução da resposta dada
por Billy:

Eu fico exatamente com o que o irmão Branham falou, e isso não foi uma história que eu
inventei e é uma vergonha você pensar uma coisa dessa, então eu duvido que você vai ou não
acreditar, mas eu serei testemunha de exatamente aquilo que ele me falou e eu não sou velho agora
e não serei até que aquilo aconteça.

Assim, a defesa oficial para a falsa profecia de Branham é que Billy só poderá
ser chamado de velho após Los Angeles afundar. Porém, tecnicamente, segundo estudos,
uma pessoa é considerada idosa quando passa dos 65 anos, então a profecia pode ser
considerada falha há 2 décadas! Qual será a defesa inventada para essa profecia
quando Billy Paul falecer?

Outra defesa utilizada pelo Mensagem é a de que, por exemplo, Ninive teve seu
final decretado por profecia, porém a cidade foi poupada e, portanto, o mesmo pode ter
ocorrido com Los Angeles. Porém, o que os pregadores não analisaram é o motivo pelo

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qual uma cidade pode ser poupada. Veja a escritura que diz respeito a isso, em Jeremias
18, versículo 8:

E se essa nação que eu adverti converter-se da sua perversidade, então eu me


arrependerei e não trarei sobre ela a desgraça que eu tinha planejado.

Assim, Ninive foi perdoada e a profecia de destruição não ocorreu pois o povo
se arrependeu e se converteu. Vocês realmente acham que houve conversão e
arrependimento em Los Angeles após 1960? A verdade é que a cidade é tão imoral quanto
era 6 décadas atrás, ou até mesmo pior. Portanto, a escritura de Jeremias não se aplica
a profecia de Branham que pode sim ser considerada uma falsa profecia.

Assim, terminamos nossa exposição das principais falsas profecias de William


Branham e agora partiremos para analisar algumas das histórias utilizadas pela
Mensagem para cegar seu povo para a verdade.

82
O suposto ministério vindicado
Nesse capítulo, traremos esclarecimentos sobre os dois principais sinais
utilizados pelos líderes da Mensagem para vindicar o ministério de William Branham
como realmente sobrenatural. Esses eventos utilizados são: a nuvem triangular e a
coluna de fogo.

Inicialmente iremos falar um pouco sobre a nuvem supostamente


sobrenatural vinculada ao ministério de William Branham. No grupo de imagens
sagradas da Mensagem, a foto abaixo certamente ocupa o segundo lugar das mais
importantes, ficando apenas atrás justamente da imagem da suposta coluna de fogo.

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Essa imagem foi retirada de uma revista chamada Life Magazine que publicou
uma edição em maio de 1963 a respeito da estranha formação dessa nuvem. A revista
informa que tal imagem foi observada em 28 de fevereiro de 1963, na região da cidade
de Flagstaff, no estado do Arizona. A altura da nuvem foi estimada em 43 quilômetros
por físicos da época. Até o momento da publicação da revista, segundo o que o próprio
artigo relata, não havia indícios sobre a causa da nuvem. Até hoje, pastores da
Mensagem afirmam que a nuvem estava ligada a William Branham e sua aparição tem
caráter sobrenatural, por isso nenhum cientista nunca conseguiu provar o que causou
tal fenômeno. Porém, o que seu pastor nunca lhe contou é que algumas semanas após a
publicação dessa edição, indícios foram descobertos sobre a possível causa da nuvem.

Naquele 28 de fevereiro de 1963, um lançamento de um foguete, chamado


Thor-Agena, foi realizado na base área de Vandenberg, na Califórnia. Porém, por
problemas no trajeto, esse foguete foi destruído intencionalmente por volta de 2 da
tarde, a uma altura de aproximadamente 44 quilômetros, altura bem próxima a
relatada pela revista Life como sendo a da nuvem. A velocidade do vento não foi medida
naquele dia, porém estudiosos afirmam que o vento poderia ter capacidade para
arrastar a fumaça do foguete da Califórnia até o Arizona. Essa tese foi defendida pelo
físico James E. Macdonald, que estudou a formação da nuvem a fundo, pois ele
acreditava que essa nuvem estranha era uma prova da visita de naves alienígenas na
terra. Porém, após a descoberta da destruição do foguete, ele abandonou sua pesquisa
que tentava relacionar a nuvem com um evento extraterrestre.

A imagem abaixo foi fotografada num lançamento de foguete realizado pela


NASA em 2012 e a semelhança com a nuvem "sobrenatural" mencionada pelo Movimento
Branhamista é incontestável. Assim, podemos provar empiricamente que um foguete
realmente causa uma formação de nuvem triangular como a vista em 1963...

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Alguns podem questionar que, se o foguete foi lançado às 2 da tarde, por que a
nuvem só foi avistada em Flagstaff e não durante todo o trajeto desde a Califórnia? É
uma excelente pergunta com uma explicação científica muito convincente também: o
fenômeno da nuvem noctilucente. Esse fenômeno é traduzido, usando termos para que
até o mais leigo entenda, como sendo a existência de nuvens que só são visíveis no
entardecer, como foi o caso do avistamento no Arizona. Uma breve pesquisa no Google
pode te ajudar a entender melhor o motivo de tais nuvens, mas basicamente, quando as
nuvens estão muito altas, elas só são observadas quando o sol está no horizonte, ou seja,
no entardecer.

Bem, a explicação para o surgimento da nuvem foi apresentada acima, porém


não irei me ater somente a fatos científicos, mas provarei com as próprias palavras de
William Branham que ele nunca viu a nuvem pessoalmente e nem sequer estava
próxima de onde ela foi observada. Veja o que o reverendo afirmou na mensagem “Qual
é a atração sobre a montanha?” de 1965:

Junior Jackson está me ouvindo, vocês recordam do sonho que ele teve que eu o
interpretei, “indo em direção do pôr do sol”? E isto aconteceu no Monte do Pôr do Sol! É o tempo do
entardecer, o tempo do pôr do sol. A Mensagem do Pôr do Sol através do cenáculo da história, ou
melhor, o cenário de profecias, sendo cumprido. E haverá Luz no tempo do entardecer sobre o
Monte Pôr do Sol na Floresta Coronado, a 64 quilômetros ao norte de Tucson. Consiga um mapa e
veja o Pico do Pôr do Sol lá. Lá é exatamente onde isto aconteceu.

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Além disso, na pregação intitulada “O sétimo selo”, em 1963, William Branham
disse:

Aqui estão assentadas três testemunhas, que uma semana atrás, um pouco mais de uma
semana atrás, eu estava lá atrás em cima das montanhas, próximo ao México, com dois irmãos que
estão assentados aqui. Tirando cardo, ou carrapicho, da perna da minha calça; e aconteceu uma
explosão, parecia que quase ia sacudir as montanhas abaixo. Agora, isso é correto. Eu nunca disse
aos meus irmãos, mas eles notaram uma diferença.

Assim, ao falar sobre a nuvem sobrenatural, William Branham disse que


estava próximo ao México, mais especificamente na Floresta Coronado. Esse local fica
há aproximadamente 480 quilômetros de Flagstaff onde a nuvem apareceu, portanto,
ele não estava debaixo da nuvem como ele afirmou algumas vezes, como na mensagem
“Parado na brecha” de 1963:

E quantos viram uma nuvem misteriosa no Céu? Veem vocês as mãos. E agora, a Revista
Life apanhou isto. E eu tenho o... o artigo aqui, nesta manhã. Na Revista Life lá... sobre o
show...Agora, aqui está Ela, no mesmo tempo em que eu estava lá. Veem a pirâmide da Nuvem? Eu
estava de pé bem debaixo disto.

É interessante notar que ao pregar as mensagens sobre os selos, William


Branham não mencionava nenhuma nuvem, mas apenas uma explosão (releia o trecho
acima da mensagem O Sétimo Selo). Isso ocorreu muito provavelmente porque na data
dessas pregações, em março de 1963, a revista Life Magazine ainda não havia publicado
a imagem da nuvem triangular. Ao observar a nuvem no jornal, Branham percebeu que
poderia utilizar de seu formato para criar um vínculo sobrenatural para seu ministério,
já que ele dava muita importância para as pirâmides em suas pregações.

A comprovação final para dizermos que William Branham não estava em


Flagstaff é encontrada em uma publicação feita por Rebekah Branham, filha de William.
Na revista Only Believe, publicada pela Voz de Deus, empresa da família Branham,
Rebekah afirmou que em 8 de março de 1963, seu pai e mais alguns irmãos estavam
caçando javalinas em Rattlesnake Mesa, quando foi surpreendido por uma constelação
de 7 anjos. Essa afirmação comprova que William Branham estava muito longe de onde
o avistamento da nuvem ocorreu, pois a localidade citada por Rebekah, que é tratada
pelos seguidores de Branham como o local oficial onde ele estava, fica a 450 quilômetros
de Flagstaff!

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É interessante que muitos seguidores da Mensagem fazem tours para essa
montanha, mas nunca sequer se atentaram ao fato de como ela é distante do local onde
Branham afirmava estar.

Agora, note mais uma incongruência na narrativa: Rebekah afirmou que o


evento sobrenatural ocorreu em 8 de março, porém a nuvem apareceu por apenas
alguns minutos no dia 28 de fevereiro, ou seja, uma semana antes. Como lidar com isso?
Muitos podem dizer que provavelmente Rebekah se enganou, porém, usando as próprias
mensagens de William Branham iremos provar mais uma farsa. Veja mais um trecho da
mensagem “Parado na brecha”:

E agora, eu não sabia disto naquele tempo, mas o irmão Fred Sothmann, eu sei que ele
está aqui. E também tenho certeza de que o irmão Norman está aqui. Nós estávamos lá em cima... Eu
tive que ir a Houston a respeito do salvamento daquele mocinho da cadeira elétrica. E então eu
voltei e fui caçar lá em cima com os irmãos. E naquela manhã, eu estava lá de pé tirando cardos ou...
ou o que eles chamam de “carrapichos” lá; para tirar os carrapichos de perna de minha calça. E o
estrondo foi exatamente da maneira que Isto havia dito. Não é isto correto, irmão Fred?

Segundo o reverendo, a viagem de caça onde o avistamento sobrenatural


ocorreu, aconteceu após uma viagem a Houston para salvar um garoto da cadeira
elétrica. Esse garoto na verdade era um transexual de nome Leslie Ashley, acusado de
homicídio, e a relação de Branham com esse caso é muito complexa para ser explicada
nesse momento, portanto isso não deve desviar nosso foco. Por sorte, sabemos
exatamente quando essa ida a Houston ocorreu, por conta de uma pregação chamada
“A Absolute”:

Para pedir a Deus para trabalhar no coração daquele juiz, ou naquela comissão de
liberdade condicional, e tirar aquele sujeitinho daquela cela de morte! Se pedirmos com fé, crendo,
nessas reuniões de oração, vamos conseguir. Isso, eu simplesmente acredito em Deus assim. E
minha fé que tenho em Deus, é por isso que estou aqui esta noite. É por isso que cancelei outra coisa
e vim aqui. Tenho que dirigir centenas de milhas esta noite, de volta a Tucson, Arizona, porque vim
para colocar minha fé junto a de vocês.

Essa pregação ocorreu em 4 de março de 1963 e, segundo o próprio William


Branham, o evento sobrenatural ocorreu na viagem que se seguiu após esse evento.
Portanto, a nuvem teria que ter aparecido após o dia 4 de março para essa história ser
verdadeira, o que não é o caso.

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É importante mais uma vez mostrarmos que William Branham afirmou
categoricamente que estava abaixo daquela imagem da nuvem com formato anormal.
Por exemplo, na mensagem “Shalom” ele afirmou:

E tiraram a foto Disso no céu. Saiu na -- na revista. Pensei que eu tivesse uma cópia.
Tenho. É esta. Veja aqui na revista Life, esta cópia, precisamente do modo que o Espírito Santo disse
que seria.

Na citação acima ele deixa claro mais uma vez que o que ele avistou foi
justamente o que apareceu na revista Life, porém, isso é impossível. A nuvem apareceu
em 28 de fevereiro em Flagstaff, mas Branham relata que o evento ocorreu após o dia 4
de março (possivelmente dia 8) e em Rattlesnake Mesa. Assim, William Branham estava
9 dias e 450 quilômetros atrasado!

Em um vídeo posteriormente excluído do Youtube, George Smith, marido de


Rebekah Branham, afirmou saber que William Branham estava no Texas no dia do
acontecimento real da nuvem, 28 de fevereiro, assumindo que o evento nunca ocorreu
da forma que acreditávamos...

Em suma, a nuvem possivelmente foi causada pela explosão de um foguete e


todas as citações acima provam que William Branham nunca esteve abaixo dela como o
povo da Mensagem foi ensinado...

Por fim, um último detalhe deve ser mencionado. Gene Norman, mencionado
por Branham como testemunha ocular do acontecimento, contou a experiência que
tiveram no dia da suposta visita dos 7 anjos:

Eu cacei, oh, provavelmente cerca de meia hora, e aquele som de explosão ocorreu.
Parecia que estava bem acima da minha cabeça. E eu olhei para cima e não vi nada. Ah, sim, vi, vi
algo, mas não vi a nuvem na forma [de pirâmide] que aparece na imagem. Quando olhei para cima,
vi duas linhas longas como, ah, como um avião deixando uma trilha.

É importante mencionar que o jornal Arizona Republic Newspaper relatou no


dia 1 de março que altos estrondos estavam sendo ouvidos na região de Springerville,
que dista de cerca de 27 quilômetros de Rattlesnake Mesa, por conta de uma série de
testes de aviões supersônicos (F-5 Freedom Fighters e T-38 Talons) que estavam
ocorrendo na base aérea Williams. Se os ruídos estavam sendo relatados por moradores
em 1 de março, provavelmente os testes podem ter continuado pelos próximos dias, e os

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sons poderiam ter sido ouvidos entre os dias 4 e 8 daquele mês (data aproximada da
expedição de caça). Veja a seguir a capa do jornal relatando tal evento:

Assim, o relato em que Gene afirma que não viu nenhuma nuvem triangular,
mas apenas um sinal como um trilho deixado por um avião e um barulho, pode ser
explicado como sendo uma experiência com ondas sônicas causadas pelos testes dos
jatos na região.

Por fim, com a ajuda da única testemunha ocular que se pronunciou


oficialmente, podemos concluir que William Branham nunca esteve de fato debaixo da
nuvem, mas sim experienciou um alto estrondo causado por aviões com velocidade

89
superior a 1200 km/h. Além disso, é importante destacar que Branham só começou a
mencionar a nuvem em maio de 1963, dois meses após a aparição dela, justamente
porque ele só tomou conhecimento do evento após a publicação da revista Life Magazine
naquele mês, provando sua alta capacidade de manipular os fatos para engrandecer a
si mesmo!

Agora que mostramos que a história da nuvem não passa de uma fábula,
vamos analisar mais uma história. Veja a foto abaixo:

A foto contina no quadro sendo adorado acima é sem sombra de dúvidas o


maior símbolo da religião Branhamista. A imagem foi capturada em 24 de janeiro de
1950, no Sam Houston Coliseum, uma arena usada para shows e jogos esportivos no
Texas. Atualemente, a imagem é utilizada pelos pastores numa versão editada, onde o
homem ao fundo de William Branham foi retirado e a imagem foi artificialmente
colorida. Nossa missão agora é trazer informações sobre a farsa construída sobre a
fotografia da suposta "coluna de fogo".

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Inicialmente, Branham alegou, na mensagem “The maniac of Gadara” de 1954,
o seguinte sobre o dia que a foto foi retirada:

Vi na noite do debate quando este Anjo do Senhor desceu e teve Sua foto tirada que você
vê aqui agora, eles tiraram da reunião. Foi o irmão Bosworth quem estava ali naquela noite, e este
jovem recém-saído do seminário, apontando seu dedo na face daquele velho santo, e fazendoo tirar
sua foto assim. E ele sacudiu o punho na face daquele velho santo, e disse: “Agora, tire minha foto. E
agora tire minha foto” assim. Porque ele queria seis fotos tiradas; ele poderia publicá-las em seu
jornal em posições como essa. E o Deus Todo-Poderoso não permitiria que nenhuma dessas fotos se
desenvolvesse. Cada uma delas era totalmente negativas. Isso mesmo.

Porém, isso não passa de uma mentira, pois no dia seguinte as fotos com o
jovem apontando para o senhor de idade foram sim publicadas em jornais que estavam
tratando sobre o embate teológico que estava ocorrendo naquele evento. Veja um
exemplo abaixo:

Acima temos a imagem que William Branham afirma que o "Deus Todo-
Poderoso não permitiria". Portanto, conseguimos provar inicialmente que uma mentira
já estava sendo construída nessa narrativa. Será que William Branham queria que todos
pensassem que a foto dele havia sido a única permitida por Deus?

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A história sobre a suposta figura sobrenatural acima da cabeça de Branham
é tratada pela Mensagem como oficial, pois segundo William a imagem foi confirmada
pelo FBI como sendo real. Veja o que ele afirmou na mensagem “At Thy Word”, em 1950:

O Sr. Lacy disse que foi a primeira vez em toda a história humana que um - um Ser
sobrenatural foi fotografado. Eles disseram isto apenas... que tem sido dito, muitas vezes que
aquelas luzes ao redor dos santos, e os incrédulos dizem que algum artista pintou aquele quadro.
Mas disse: “Certamente deve ter estado lá, para aquela lente ótica - a lente mecânica de uma
câmera não capta psicologia. Estava... Estava lá”.

Na mensagem “Perguntas e respostas n°2” de 1964, o pregador novamente


relata a relação da imagem com o FBI:

E agora, esta grande Coluna de Fogo que absolutamente tem sido identificada mesmo
pelas câmaras cientificas que hoje em dia há aqui na terra... Aí está pendurada a fotografia D’Ela.
Creio que ainda está aí, não é isso correto? Está aí? Provado cientificamente pelo melhor que temos.
George J. Lacy, o chefe do Negócio de Investigações Federais (F.B.I) para vestígios e documentos,
disse: “Eu mesmo o chamava psicologia, Reverendo Branham, porém”, disse, “a luz traspassou as
lentes. A coloquei sob luzes de raios ultra vermelhos e o tive em prova aqui por quatro ou cinco dias.
E a Luz traspassou as lentes. E estas lentes não fotografariam a psicologia!” Agora, isso está
identificado.

Nas duas citações acima, William Branham aponta um novo personagem para
essa história, George Lacy. Segundo o reverendo norte americano, foi esse homem, chefe
de departamento do FBI, que alegou que a imagem era a primeira na história da
humanidade a conter um ser sobrenatural provado cientificamente. Ótima história,
porém não é bem assim...

A seguir mostraremos o documento escrito por Lacy após sua análise da


imagem de William Branham:

92
Esse é o trecho final do documento oficial de George Lacy sobre a imagem de
do reverendo. A tradução para esse texto é:

"Baseado na análise e estudo descritos acima, eu sou da opinião definitiva que o


negativo submetido a análise não foi editado ou composto por uma exposição dupla. Adiciono que
sou da opinião que a luz aparecida sobre a cabeça foi causada por uma luz captada pelo negativo".

Note como nada de sobrenatural foi mencionado, muito pelo contrário, George
disse que ele acreditava que a foto não havia sido editada, mas que em sua opinião a luz
tinha sido captada pela fotografia, ou seja, aquela "coluna de fogo" era uma luz que
estava presente no palco. Ninguém nunca relatou ter visto nada sobrenatural naquela
reunião, portanto, a conclusão óbvia é que a luz capturada na imagem era de algum
refletor posicionado sobre o auditório. Além disso, a alegação feita por Branham de que
Lacy era um funcionário do FBI também é mentirosa. Na verdade, Lacy era um
investigador independente, fundador da Sociedade Americana de Examinadores de
Documentos Questionados e, portanto, o FBI nunca investigou o caso da imagem
supostamente sobrenatural.

Uma outra citação de Branham deve ser mencionada, ela se encontra na


pregação “Show us the Father”, de 1963:

E um deles está em Washington, DC, no religioso Hall of Art, com uma nota abaixo: "O
único ser sobrenatural já foi fotografado na história do mundo”.

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Essa história sobre o Hall de Arte Religiosa é passada de geração em geração
para os membros da Mensagem, mas basta dar um simples Google para descobrir algo
incrível: esse lugar não existe e nunca existiu! Desculpe por estragar essa história...

A verdade sobre essa história é que, alguns anos após a foto ter sido tirada,
alguém, provavelmente um seguidor de Branham, enviou uma cópia para a Biblioteca
do Congresso, onde milhares de fotos e arquivos são armazenados para preservação.
Essa instituição possui milhões de fotografias guardadas por inúmeros motivos, essa
foto é só mais uma das diversas que foi enviada, e que está sendo guardada por respeito.
Há vídeos na internet de pessoas indo à biblioteca e pedindo para ver a foto original, e
surpreendentemente ela não está pendurada em nenhuma parede, mas sim guardada
em uma gaveta qualquer e sem nenhuma marcação de “único ser sobrenatural
fotografado”.

Agora que provamos que a narrativa espetacular sobre o FBI e sobre o Museu
de Arte é uma farsa, devemos nos ater a uma análise do que de fato aquela luz poderia
ser. Primeiramente, gostaria de apresentar uma imagem de como era o Sam Houston
Coliseum à época do ocorrido.

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Note como as luzes estão posicionadas sobre o palco. Perceba que o teto da
arena possui diversas lâmpadas ligadas a fios que podem ser soltos para as luzes
ficarem mais baixas, como foi feito na imagem anterior em um show dos Beatles. Essa
informação levanta um sinal de alerta ao lembrarmos que George Lacy acreditava que
aquela luz estava no palco: será que a "coluna de fogo" era somente uma dessas
lâmpadas fotografadas em um ângulo lateral? Bem, podemos provar que essa hipótese
é uma excelente explicação ao analisarmos duas imagens do mesmo Sam Houston
Coliseum.

Em 1969, a foto a seguir foi tirada no mesmo local da história de William


Branham.

Perceba como as lâmpadas tem o mesmo formato da "coluna de fogo" quando


tiradas de um angulo lateral. É importante destacarmos que à época, as lentes de

95
câmeras não tinham capacidade de capturar profundidade, por isso a imagem acima
traz a impressão que o jogador número 15 está prestes a agarrar a "coluna de fogo".

Notem agora a foto abaixo.

Essa imagem foi retirada de um vídeo gravado durante uma luta de wrestling
na década de 1980 no mesmo Sam Houston Coliseum. É importante destacar que a foto
foi colocada em preto e branco para dar uma melhor noção da semelhança com a
"coluna de fogo” original. Perceba que uma foto, tirada do ângulo certo, pode dar a noção
de uma luz sobrenatural sobre uma pessoa...

Existem inúmeras fotos retiradas da arena no Texas que corroboram esse


fato, que ocorria com frequência justamente pela iluminação inovadora, que podia subir
ou descer, que o local possuía. A questão não é te convencer que a luz não era
sobrenatural, mas sim mostrar que a narrativa em si é uma farsa e que a explicação
mais lógica é a apresentada anteriormente.

Dessa forma, rapidamente conseguimos provar que as duas maiores histórias


contadas pelos líderes da Mensagem não passam de uma grande lenda para enganar o
povo. A bíblia já alertava através de Paulo que chegaria um tempo que a doutrina

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saudável bíblica se perderia pois o povo preferiria dar ouvidos a mitos e fábulas. Veja o
que está escrito em 2 Timóteo 4:3-4:

Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo
coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos.
Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.

Não engane a si mesmo com essas fábulas, perceba que a base bíblica dada nos
capítulos iniciais, somado a todas as mentiras e falsas profecias, mostram que William
Branham não deve ser seguido. Volte à sã doutrina, que é encontrada em Cristo Jesus
somente!

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Conclusão do estudo
O objetivo essencial desse material é de apresentar informações bíblicas e
jornalísticas mostrando as incoerências do ministério de William Branham e de seu
grupo intitulado como a Mensagem.

Muitos de vocês passaram a vida toda crendo em Branham sem pesquisar e


nem questionar, nunca mais façam isso! Portanto recomendo fortemente que estudem
com cautela todo esse material, colocando todas as informações contidas aqui à prova.
Deus te deu a poderosa máquina chamada cérebro para ser utilizada, portanto,
busquem por si só confirmarem todas as provas contidas aqui.

Esse livro, vale destacar, relata apenas as principais discrepâncias da


Mensagem, então não se assuste ao descobrir detalhes e eventos ainda mais
perturbadores se forem pesquisar mais a fundo sobre o tema.

Nesse momento, você pode estar se questionando o que acontecerá com sua
alma se Branham for mesmo um profeta, o sétimo anjo e o retorno de Elias (o que ele
definitivamente não é) e você o abandonar. A resposta é simples: você não será
condenado por não dar sua fé a um homem. Isso pode ser visto em II Pedro 1, versículos
2 e 3:

Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso
Senhor; Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo
conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude.

A graça é multiplicada através do conhecimento de Deus e através de Jesus,


não através de Branham ou de qualquer outro homem. Não temais, a fé que salva é em
Cristo, e essa é a que você realmente precisa buscar...

O processo de desintoxicação é gigantesco e demorado. Que a Graça e Paz de


Jesus esteja convosco nesse momento!

SHALOM

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