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Por que Jesus não mandou

apedrejar a mulher adúltera


se a lei mandava isso?

No Antigo Testamento a Lei mandava apedrejar os adúlteros, ou seja,


aquela mulher deveria ter essa penalidade diante da lei? Por que Jesus a
livrou? Por que a mulher adúltera não foi apedrejada?

Caro leitor, é sempre importante analisarmos os detalhes de um texto para que


percebamos o que está nas entrelinhas e que nos ajuda muito a entender melhor os
significados dos textos.
No caso da mulher adúltera, existem muitos detalhes nas entrelinhas que
precisamos observar para compreender a atitude de Jesus para com ela e para
com os acusadores dela.

Por que Jesus livrou a mulher adúltera da morte?


(1) A primeira coisa que é bastante clara no texto é que a mulher é trazida perante
Jesus e perante todos que estavam ali em circunstâncias bem estranhas, já que
não era comum que o julgamento de uma falta grave (com pena de morte) fosse
feito dessa forma, em qualquer lugar e sem um processo legal correto baseado na
lei.
O apóstolo João faz exatamente uma observação mostrando que a intenção dos
líderes religiosos era pegar Jesus em algum erro e não promover um julgamento
justo e a aplicação da lei:
“Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na
terra com o dedo” (João 8:6).

Mas como eles poderiam pegar Jesus aqui nessa ocasião?


(2) Eles queriam de Jesus duas respostas possíveis: Sim, podem apedrejá-la. Ou,
não, não podem apedrejá-la. Se Jesus dissesse sim estaria indo contra o poder
de Roma, já que os judeus não tinham o poder de executar a pena de morte em
alguém sem autorização.
Isso certamente seria usado como acusação contra Ele perante as autoridades
romanas. Se Jesus dissesse para não apedrejar, na visão deles, estaria indo contra
a lei de Moisés, que mandava apedrejar adúlteros, como eles mesmos citaram
(João 8:5)!
A posição de Jesus não era nada fácil! Mas por que Jesus foi tão sereno em Sua
resposta e não escolheu nenhuma das duas opções que eles desejavam?
(3) Temos de observar que a Lei de Moisés realmente mandava aplicar a pena de
morte a adúlteros:
“Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera”
(Levítico 20:10).

No entanto, um detalhe salta aos olhos na narrativa sobre a mulher adúltera:


“disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério” (João 8:4).

Ora, se esse adultério foi pego em flagrante, onde está o homem que também
estava adulterando, já que uma pessoa não pode adulterar sozinha?
Vemos aqui claramente a manipulação dos líderes religiosos que, além de tratarem
a questão sem um processo jurídico correto, ainda manipularam a situação para
tentar apanhar Jesus de alguma forma! Ou seja, eles estavam violando o próprio
princípio de justiça da lei de Moisés!
(4) Jesus, claro, percebe a manipulação e não responde nem sim, nem não. Ele
apela para a consciência de cada um, que estava claramente em pecado quando
agiam daquela forma:
“Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver
sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (João 8:7).

Todos acabam abandonando o caso, o que indica claramente as várias


irregularidades que estavam presentes nele, e que eram motivo de vergonha para
religiosos que diziam seguir a lei de Moisés.
Jesus toca no ponto exato e desmonta a estratégia deles de dentro de seus
corações para fora, sem a necessidade de responder sim ou não ao
questionamento deles!
(5) Jesus, então, diz àquela mulher:
“Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde
estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?” (João 8:10).

Jesus não estava aqui aprovando o pecado dessa mulher, mas, diante de um
processo de julgamento totalmente irregular e manipulado, aquela mulher não
poderia ser condenada!
Ainda mais agora que não existia mais acusação formal. Restava, então, Jesus
tratar a questão na esfera espiritual, a partir de dentro do coração daquela mulher
pecadora:
“Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e
não peques mais” (João 8:11).

É muito provável que essa mulher estava grandemente arrependida do seu erro!
Isso ativou a misericórdia do Senhor para conceder o perdão junto com a
orientação de que ela deveria mudar de vida, deixar esse pecado!
(6) Todos esses detalhes juntos mostram porque Jesus deu a resposta que deu e
porque fez com que essa mulher saísse livre das mãos daqueles acusadores.

Fonte: https://www.esbocandoideias.com/2018/10/por-que-jesus-nao-mandou-apedrejar-a-
mulher-adultera-se-a-lei-mandava-isso.html

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