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6. Conclusão
Esse Julgamento ficou conhecido como o maior
erro judicial já registrado na história da
humanidade, sendo ilegal, sem crime praticado,
sem observância das formalidades da lei romana,
sem direito a defesa e contraditório, sem direito a
recurso e com atribuição de pena não
correspondente ao crime imputado.
O JULGAMENTO DO CRISTO
Fonte de Pesquisa:
1) Crônica de Ruy Barbosa sobre a sentença
de Jesus Cristo -Fonte: Livro de Serrano Neves,
Tática e Técnica da Defesa Criminal
• Mateus 26:59-66
Ruy Barbosa....
Jesus calava Jesus autem tacebat. Vão perder os juízes prevaricadores a
segunda partida, quando a astúcia do sumo sacerdote lhes sugere o meio de
abrir os lábios divinos do acusado. Adjura-o Caifás, em nome de Deus vivo,
a cuja invocação o filho não podia resistir. E diante da verdade, provocada,
intimada, obrigada a se confessar, aquele que a não renegara vê-se declarar
culpado de crime capital: Reus est mortis. “Blasfemou! Que necessidade
temos mais de testemunhas? Ouvistes a blasfêmia”. Ao que clamaram os
circunstantes: “É réu de morte”.
• Autem Tacebat: mas ele ficou em silêncio
• Adjurar: dirigir-se a (alguém) de modo mais ou menos solene para pedir-lhe que aja de acordo com uma
crença, um princípio moral, uma determinada situação.
• Libelo (Direito) dedução apresentada pelas partes a um magistrado antes do início do processo, na
qual se encontra o essencial da acusação ou da defesa.
JESUS PERANTE PILATOS: Mt
27.11-14, Mc 15.2-20, Lc 23.2-
5, 13-25
• 28 O julgamento de Jesus na presença de Caifás só acabou de
madrugada. Levaram-no em seguida para o palácio do
governador romano. Os seus acusadores não podiam entrar,
porque isso os tornaria impuros, segundo diziam, impedindo-os
de comer o cordeiro pascal. 29 Assim, Pilatos, que era o
governador, saiu ao encontro deles e perguntou: “Que queixa
têm contra este homem?”
A Torre Antônia – Palácio de
Pôncio Pilatos
Mateus 27
• 30 “Se não fosse malfeitor não to teríamos trazido”, retorquiram.
• 31 “Pois então levem-no e julguem-no vocês mesmos de acordo
com a vossa Lei!”, tornou-lhes Pilatos.
• “Mas queremos que seja morto e nós não podemos fazê-lo”,
replicaram os judeus. 32 Assim se cumpriu a predição de Jesus
acerca do modo como haveria de morrer.
• 33 Pilatosvoltou para dentro do palácio e mandou que lhe levassem
Jesus. “És o rei dos judeus?”, perguntou-lhe.
• 34 Jesus replicou: “Perguntas isso de ti mesmo ou são outros que o
querem saber?”
• 35 “Sou porventura judeu?”, replicou Pilatos. “O teu povo e os
principais sacerdotes é que te trouxeram aqui. Que fizeste?”
• 36 Então Jesus respondeu: “Não sou um rei terreno. Se o fosse, os
meus discípulos teriam lutado, quando os judeus me prenderam.
Mas o meu reino não é deste mundo.”
• 37 “Então és rei?”, perguntou Pilatos.
• Jesus respondeu: “Tens razão em dizer que sou rei. De facto, foi
para isso que nasci. E vim para trazer a verdade ao mundo. Todos
os que amam a verdade escutam a minha voz.”
Ruy Barbosa....
• A resposta de Cristo frustra, ainda uma vez, porém, a manha dos
caluniadores. Seu reino não era deste mundo. Não ameaçava, pois, a
segurança das instituições nacionais, nem a estabilidade da conquista
romana. “Ao mundo vim”, diz ele, “para dar testemunho da verdade. Todo
aquele que for da verdade há de escutar a minha voz”. A verdade? “que é a
verdade?” pergunta, definindo-se, o cinismo de Pilatos. Não cria na
verdade; mas a da inocência de Cristo penetrava irresistivelmente até o
fundo sinistro dessas almas, onde reina o poder absoluto das trevas. “Não
acho delito a este homem”, disse o procurador romano, saindo outra vez
ao meio dos judeus.
Devia estar salvo o inocente. Não estava. A opinião pública faz questão de sua vítima. Jesus tinha
agitado o povo, não ali só, no território de Pilatos, mas desde a Galiléia. Ora, acontecia achar-se
presente em Jerusalém o tetraca da Galiléis, Herodes Antipas, com quem estava de relações cortadas
o governador da Judéia. Excelente ocasião, para Pilatos, de lhe reaver a amizade, pondo-se, ao
mesmo tempo, de boa avença com a multidão inflada pelos príncipes dos sacerdotes. Galiléia era o
fórum originis do Nazareno.
Pilatos envia o réu a Herodes, lisongeando-lhe com essa homenagem à vaidade. Desde aquele dia um
e outro se fizeram amigos, de inimigos que eram. Et facti sunt amici Herodes et Pilatos in ipsa die;
nam antea inimici erant ad invencem. Assim se reconciliavam os tiranos sobre os despojos da justiça.
Mas, Herodes também não encontra por onde condenar a Jesus, e o mártir volta sem sentença de
Herodes a Pilatos, que reitera ao povo o testemunho da intemerata pureza do justo.
Herodes, o Tetrarca....
“conflito de competência
Jurídica”??
Palácio de Herodes em
Jerusalém
Era a terceira vez que a magistratura romana a proclamava. Nullum causam invenio in homine ipso
ex his, in quibus eum accusatis. O clamor da turba recrudesce. Mas Pilatos não se desdiz. De sua
boca irrompe a quarta defesa de Jesus: “Que mal fez ele? Quid enim mali fecit iste? Cresce o
conflito, acastelam-se as ondas populares. Então o procônsul lhes pergunta ainda: “Crucificareis o
vosso rei?” A resposta da multidão em grita foi o raio, que desarmou as evasivas de Pilatos: “Não
conhecemos outro rei, senão César”. A esta palavra, o espectro de Tibério se ergueu no fundo da
alma do governador da província romana. O monstro de Caprea, traído, consumido pela febre,
crivado de úlceras, gafado de lepra, entretinha em atrocidades os seus últimos dias. Traí-lo era
perder-se. Incorrer perante ele na simples suspeita de infidelidade era morrer. O escravo de César,
apavorado, cedeu, lavando as mãos em presença do povo:? “Sou inocente do sangue deste justo”.
• Nullum causam invenio in homine ipso ex his, in quibus eum accusatis: Não encontro razão no
próprio homem para as coisas das quais você o acusa....
• Quid enim mali fecit iste? Que mal ele fez?
E entregou-o aos crucificadores. Eis como procede a justiça, que se não
compromete. A história premiou dignamente esse modelo de suprema
covardia na justiça. Foi justamente sobre a cabeça do pusilânime que recaiu
antes de tudo em perpétua infâmia o sangue do justo.
(..........)
• Mateus 25:40-45