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O Tribunal Judaico

Marcelo Corradini – 14/10/2014


O Tribunal Judaico

INTRODUÇÃO
O Tribunal Judaico
● Os acontecimentos a seguir, foram descritos e
podem ser encontrados nos Evangelhos de
Mateus, Marcos, Lucas e João, Nos relatos de
Josephus e nos Manuscritos do Mar Morto.
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● Jesus de Nazaré foi julgado como homem diante
de uma corte de homens sob as leis dos homens,
condenado e executado como homem.
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● Como drama, o julgamento de Jesus supera
quaisquer dos grandes julgamentos da história
da justiça humana.
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● O Grande Sinédrio, a Suprema Corte Judaica,
era a única corte com jurisdição sobre crimes
puníveis com a morte.
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● A criação do Sinédrio é atribuída à Moisés.
● O Juiz do tribunal era o Sumo Sacerdote.
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● O Grande Sinédrio era composto de 72 membros
pertencentes, a três ordens distintas:

● Príncipes sacerdotes
● Escribas
● Anciãos
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● Príncipes sacerdotes (Camara Religiosa):
Incluía o Sumo-Sacerdote em exercício, seus
antecessores e parentes mais ilustres,
descendentes de Abraão, todos ambiciosos e
céticos saduceus.
(dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe
sacerdotal dominante". )
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● Escribas (Camara Legal):
Incluía sábios interpretadores da Tora, iniciáticos
no sentido literal da Lei, pertencentes, na maior
parte, ao partido fariseu. (Fariseus eram contra os saduceus)
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● Anciãos (Camara Popular):
Recrutada entre os varões notáveis, civis e
sacerdotes, pertencentes a um ou outro dos
partidos. (Saduceus ou Fariseus)
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Duvidas?
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A HISTÓRIA
O Tribunal Judaico
● O Grande Sinédrio funcionava à entrada do
Templo, no recinto chamado Câmara das Pedras
Lavradas mas, naquela noite, devido à urgência
em condenar Jesus, a reunião aconteceu na
casa de Caifás.
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● Era um grande salão, com assentos colocados
em meia-lua, com um trono ao centro, para o
sumo-sacerdote; ao lado deste estavam dois
lampadários e dois serventes com archotes, os
juízes conselheiros e o promotor.
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● Estavam presentes Caifás, com seu manto de
púrpura; o velho Hanan, e seu filho Eliezer,
Jochanan, o sgan do Templo, e outros ex-
pontífices, filhos de Hanan, todos ostentando
também mantos de púrpura, porém mais curtos,
com capinhas nos ombros.
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● Junto ao pontífice, além dos serventes, estavam
dois escribas, com seus estiletes em punho e
lâminas de cera à frente, sobre mesinhas baixas.
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● Os Conselheiros do Tribunal postavam-se ao
lado, em separado; eram homens veneráveis,
dotados de grande saber e suas palavras eram
sempre acatadas com respeito, mesmo quando
não devessem ser atendidas, como era o caso
presente.
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● Em frente ao sumo-sacerdote estavam os bancos
dos rabis presentes, cujos discípulos também
compareciam a esses julgamentos como recurso
de aprendizado.
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● Sombras, fulgurações de luzes nos móveis da
sala e a púrpura dos mantos, eram as tintas que
davam ao ambiente um aspecto lúgubre e
dramático.
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● O ambiente contrastava fortemente com as
vestes brancas e a serena compostura de Jesus,
quando este foi levado pelos guardas e posto à
frente do sumo-sacerdote, a uma hora da manhã
daquela noite fria.
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● Para funcionar em crime de morte, o Sinédrio
precisaria dos votos de 23 membros presentes e
mais 12 apurados até 48 horas depois.
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● Porém ali, àquela hora, não havia mais que uns
20 deles, pertencentes às três ordens.
● Mesmo assim o tribunal funcionou.
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● As testemunhas foram sendo trazidas
rapidamente: primeiramente o próprio Judas,
que ali recusado porque, como delator, não
podia testemunhar.
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● Depois um homem do povo, que disse ter Jesus
declarado que derrubaria o Templo e o
reconstruiria em três dias sem auxílio humano.
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● Outro homem do povo depôs, dizendo que
ouvira de Jesus a profecia de que o Templo não
ficaria pedra sobre pedra.
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● Esta testemunha também foi recusada porque
testemunhava sobre o mesmo fato já declarado,
porém, de forma diferente, quando a Lei dizia
que "duas testemunhas provam um fato quando
são acordes e o narram da mesma forma".
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● A última testemunha disse que Jesus
interpretava a Lei de forma pessoal, mas os
Conselheiros intervieram logo, dizendo que
qualquer israelita podia interpretar a Lei
segundo a sua compreensão, desde que não
ofendesse a Deus.
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● Não havia, pois, elementos para condenação.
(Nos julgamentos, as testemunhas deveriam ver
os réus, mas sem serem vistas por estes. Por isso,
naquela noite, não estavam visíveis e havia
archotes colocados aos lados de Jesus, para
poder ser facilmente identificado).
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● Mas Caifás, malevolamente, levantou-se e disse
que neste caso, bastaria ouvir o próprio acusado
para tomar juízo sobre a transgressão; e
dirigindo-se diretamente a Jesus, exclamou:
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● "Em nome de Deus vivo eu te conjuro dizer se tu
és o Messias, o Filho de Deus".

● E, no profundo silêncio que se fez, Jesus,


calmamente, respondeu:
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● "Tu o disseste. Mas eu agora vos digo que, de
hoje em diante, vereis o Filho do Homem
sentado à direita do Poder, vindo sobre as
nuvens do céu".
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● Então Caifàs gritou:
● Blasfemou!
● E rasgou seu manto em várias tiras e os outros
juízes rasgaram também os seus mantos,
repetindo:
● Blasfemou!
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● Então Caifàs pergunta ao Tribunal:

● Que necessidade há de mais testemunhas?


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● A essa hora já havia mais de 23 juízes presentes,
número, portanto, legal, e Caifás perguntou
novamente ao Tribunal:

● Qual o veredictum?
● Filho da morte, responderam.
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● E ele, levantando-se de seu trono, pronunciou a
sentença:
● Que o rabi galileu, Jesus de Nazaré, seja
entregue a Pilatos.
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● Que os poderes do céu resolvam a seu favor ou
contra ele, segundo for verdadeira ou falsa a sua
qualidade de profeta, acrescentou o velho
Hanan, com o que também concordaram.
O Tribunal Judaico
● As luzes da madrugada do dia 14 do Nizan,
véspera de Páscoa, vinham tingindo o horizonte,
quando terminou o julgamento e Jesus foi
levado da sala e entregue ao chefe da escolta
romana que o havia prendido.
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Duvidas??
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CONCLUSÕES
O Tribunal Judaico

NA VISÃO JURÍDICA
LEI MOSAICA
O Tribunal Judaico (HEBRAICA OU JUDAICA)
PROCESSO DE JESUS

Traição A traição era banida. Foi através da traição de Judas que o


suposto acusado foi apresentado.
Prisão Não era prevista a Prisão Jesus foi procurado e preso ilegalmente
Preventiva, somente a Prisão em a noite, sem qualquer mandado de
Flagrante Delito. prisão.
Investigação Previa investigação e acusação, Não existiu qualquer investigação.
sendo necessário ter conhecimento
do crime que lhe era atribuído
Interrogatório O interrogatório era previsto no Houve interrogatório ilegal por Anás
Tribunal. (já não era Sumo-Sacerdote do
Sinédrio).
Confissão A confissão era proibida, O presidente do Tribunal – Caifás - vendo o
porém se associada a duas tumulto entre os conselheiros resolveu
testemunhas formavam as interrogar Jesus (pela ordem hebraica era
provas. obrigatório responder sob juramento de
testemunho).

Testemunhas Imprescindível, no mínimo, Foram aliciadas 08 testemunhas, porém


duas testemunhas desde tão contraditórias que os membros do
que não houvesse Tribunal a dispensaram, sendo convocadas
contradicão. mais duas que também não foram
concordes.
Julgadores Os membros do Tribunal Foram convocados com urgência no meio
tinham que ser notificados da noite, e ainda, somente àqueles que já
oficialmente. tinham se reunido sobre a prisão de Jesus.
Impedimentos Havia proibição de que qualquer parente Os membros do Tribunal eram
amigo ou inimigo do acusado o julgasse. inimigos.

Julgamento Nos dias nefastos era proibido qualquer A prisão e julgamento de Cristo
prisão ou julgamento. foram na véspera da sábado de
Páscoa.

Rito As assembléias e Comissões dos No julgamento de Cristo foi


Tribunais tinham datas oficiais para desrespeitado as exigências
julgar, sempre segundas e quintas feiras. legais ocorrendo na sexta-feira.
Competência Para o tipo de crime Pôncio Pilatos julgou-se incompetente em
(BLASFÊMIA) atribuído a ratione materiae (crime de blasfêmia) e
Jesus o Tribunal dos ratione loci (Cristo sublevava o povo,
Setenta-Sinédrio era o ensinando-o domicílio diversos - Nazaré na
competente. Galiléia) e passa para Herodes
(Governador da Galiléia) que também não
vê culpa.

Prazo Em crimes de pena capital O Julgamento de Jesus foi a menos de 24


o julgamento que horas.
condenasse não poderia
ser concluído no mesmo
dia.
Tipificação Era preciso para caracterizar Caifás pergunta a Jesus – És o Cristo, o
a Blasfêmia que Cristo Filho de Deus? – e ele respondeu - Em
pronunciasse a palavra verdade vos digo: doravante vereis o filho
DEUS. do homem sentado à direita do Todo
Poderoso.

Veredicto Quando o veredicto é Concluído esse interrogatório por


unânime pela condenação unanimidade proferiram o veredicto: É réu
resulta em absolvição. de morte.

Pena Para os crimes capitais o A pena foi de morte, porém o Sinédrio não
Tribunal poderia infligir quatro tinha competência para executá-la.
tipos de pena de morte: Somente o Governador – Procurador
lapidação, abrasamento, Pôncio Pilatos é quem tinha o poder.
decapitação e
estrangulamento.
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● Por fim, diante de toda a análise, o que se pode
absorver e que a Lei Mosaica era tida como
imparcial e meticulosa e se os julgadores de
Jesus, tivessem seguido os preceitos contidos na
lei, não teria havido condenação, pois o que
houve na realidade foi interesse político-jurídico.
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NA VISÃO CRISTÃ
O Tribunal Judaico
Jesus, um homem humilde diante dos homens
mais poderosos do país, no maior tribunal da
nação.
É difícil imaginar quão grande foi a coerção e a
pressão!
O Tribunal Judaico
● Mesmo assim, Jesus nos mostra que:

● Devemos amar aos nossos inimigos e acreditar


sempre na justiça de Divina.
O Tribunal Judaico

Duvidas???
O Tribunal Judaico

OBRIGADO PELA ATENÇÃO DE TODOS

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