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WILSON CANO RATZES DA CONCENTRACAG INDUSTRIAL EM SAO PAULO Tese de doutoramento apresentada 20 Institute de Filosofia e Cién- cias Humanas da Universidade dual de Campinas Campinas, 1975 UNIC AMP BIBLIOTECA CENTRAL minha mae Para meus alunos ¢ colegas da UNICAMP brefacio Minhas preocupagdes como estudo dos desequilibrios re- gionais da economia brasileira datam desde 1959/1960, quando ores cia co debate nacional sobre o tema, Anos mais tarde, trabalhando como economista do Centro de Desenvolvimento Econédmico CEPAL/BNDE, a oportunidade para o seu estudo era ampliada, permitindo-me conhecer, mais de perto, a rea lidade nacional, através dos cursos ministrades para aquele orga- nismo, em varias regides brasileiras. Data deste perfode, também, o infeio de grandes amizades contrafdas nesse trabalho, como ae de ConceigZo, Castro, Lessa, Gamboa e Ferdinando, entre outras, que, anos mais tarde, estariam reunidas em Campinas. Em fins de 1967, entre a opgdo de ingressar no quadro in ternacional de funcionarios da CEPAL e a de colaborar na formagao de uma Escola de Economia, em Campinas, percebi, desde cedo, que se me oferecia, na realidade, uma vara oportunidade para prosse~ guir no aprofundamento do estudo da economia brasileira. Aceitei prazeirosamente o aonvite oferecido pelo Magnifica Reitor da Uni~ versidade Estadual de Campinas, Professor Doutor Zeferino Vaz, a quem, neste momento, agradego, de pilblieo, nao apenas pelo convi- te, mas, principalmenta, pelo constante apoio e estimulo, assim como pela confianga em mim depositada durante todo esse tempo. Estes sete anos de trabalho na UNICAMP confirmaran os fundamentos de minhas preacupagSes com a quest&o regional no Bra~ sil, Tanto pelos cursos de Economia Brasileira que ministrei,quan to pela discussSo com meus colegas de trabalho, certificava-me, a cada momento, de que a investigagio desse assunto era tarefa im portante ¢ necessaria. Quando formulei o projeto de pesquisa, acreditava, pela leitura dos textos existentes, que a investigagdo poderia ini: ciar-se a partir da "Grande Depressiio". Dava, portants, com "eo- nhecido" o perfedo anterior a 1930. Assim, essa fase seria contem plada, em poucas paginas, como simples “introdugZo" ao texto, En- tretanto, & medida que ia aprofundando minhas reflexGes sobre o estudo, dava~me conta da necessidade de buscar as "rafzes" do pro eesso histérico da concentragdo industrial em SH Paulo. viv. Os resultados da investigagio a que procadi,entretanto, “introdu- obrigaram-me 2 transformar aquilo que seria uma simpl ga", na tse propriamente dita, Deixo portanto,ainda por fazer, & continuidade desse trabalho, isto $, a andlise do perfode poste vior a 1930. Pratends, se possivel for, retomar essa inve: tigaglo futuramente, Chegou a ser quase estafante a realiasgdo da tarefa pro Nestes Gltimos trés anos, fol enorme a garga de trabalho s antigos do Departamento pos absorvida por mim ¢ por meus colegas m o de trés turm das a for 8 du graduagdc, a instalagao de Econo! do Mestrado, j2 com duas turmas em funcionamento, os trabalhos do orientagdo a alunos ¢ 4 outros colegas reodm ehegados, a distri- buigdo de encargos administrativos ¢ 2 colaboragie 4 convénios fy mados pela UNICAMP, coincidiram, no tempo, com os trabalhos de ela boragdo das teses dos que aqui primeino chagaram, £ f4ci1 perceber que um clima de trabalho t#o intenso : embora proficuo, impediu que as preocupagdes de cada um fossem dis, cutidas mais pormenorizadamente por todes, Fosse isso passivel, e certamente estas teses que Campinas ora apresenta, cert. nte po- deriam ter sido antecipadas e, no que sabe A minha, ereio sincera mente, que a tarefa teria sido menos Andua. sto fez com que grande parte dos trabalhos de elabo g8o dessas teses se desse de forma e mais restringi~ da a seus autores. Bisto deaorreu, no meu caso, um fats curioso , © agradivel. Preocupado em estudar as origens de formagZo e desenvol vimento da economia brasileira, reinterpretando seu processo his- tSrico © pensando-c com “um certo capitalism retardatirio", meu eclega Jodo Manuel Cardoso da Mello, assent sua atel no de- senvolvimento da economia cafecina ¢ ne processo por deado para a formag%o industrial de pais, Seu perfodo de analise, desenca~ Limitou-se, assim, também a 1e30. A curtosidade do fxto ust® em que, sem diseutinmes nos~ sas teses, estudavamos, sob alguns aspectos, os mesmos fendmenos. Seu eetudo tinka a perspectiva da economia brasileira co meu o dos desequilfbrios vagionazis, centrado, evidentemente, na concen- em S80 Paulo, fomes felizes. Quento terminava tragio industria on sua versdo definitiva demo-nos conta de que chegavamos a algumas conelusdes comuns. Estava quase pronta minha primeira versaa,quan J.M. Cardoso de Mello havia solucionado importantes aspectos comuns As duas teses, al- ac discutimos o assuntc e percebi, ent3o, qu guns dos quais eu apenas havia aflorado, mas nio desenvolvide com pecificidade @ devida profundidade. Em outros aspeetos, dada a aviavos aprofundado mais. migade cresceu ainda mais: A partir desse momento, nossa : io de sua tese declarou-se devedor, digo-lhe ago- do timo, sua colaboragio erftica sé no pref ads tese, em marge ii- credor., ApSs sua de. ra, que seu fof muito importante, para a elabo~ vagdo da versio definitiva deste trabalho. Quero manifestar, de pilblico, minha gratid&o ao Prof, JoRo Paulo de Almeida Magaihdes, nip sd por se responsabilizar eg ipalmente, pelo seu constante na elaboragado deste tra mo orientador desta tese, mis, pring estinulo e pela liberdade que me conca: batha, Aos coleges Antonio B.Castro, Carlos Eduardo N. Gongal- ves, Jorge L,Miglicli, Luciane Coutinho, Maria C,Tavares, Rui Gran ziera ¢ Sérgio Silva, que levam partes deste trabalho,agradego PS, ¢ foram in las sugestSes e criticas apresentadas, algumas das qu corporadas ac texto, KR amizade incondicional de Jorge L. iglioli, J.M. Cardo so de Mello, Luiz Gon: ares, devo, in- contestavelments, a estimulo para a realizagSo deste trabalhc.Mud ga M.Belluzzo © Maria C. to cedo perceberam a importdncia da natureza do astudo, ¢ entende vam plenamente meus propésitos. egas do DEPE, espero, daqui em diante,po Aos "nayos" der participar mais diretamente de suas precoupagdes profissiaais, Acs "velhas", ficam meus sinceros agradsvimentos pelo convivic, durante todos esses anos, em que o trabalho © a discuss%o comm se Carlos E.N.Gongalves, ferdi- Manuel C.Mello, Luiz Gon fea com grande amizade e cooperag nando O,figueireds, Bolo M.Pagnani, do zaga M.Belluzza, Manoel R.G@amboa e Osmar O.Marchese. de Desenvolvi~ Desejo ainda agradecer ao Banco Nacion. mento EconGmico pelo Convénio UNICAMP/BNDE/FUNTEC, ¢ 3 fundacdo de Amparo 4 Pesquisa do Estado de S40 Paulo, pelo fornecimento de pacursos para esta investigag#o. N&o fosse © sacriffeio e a dedioag3o de Selma, que deu- ~me ainda Newton e Marcelo durante a elaboragdo do trabalho, a ta vefa teria sido ainda mais diffeil e irdua. Conteiido TNETRODUGAO eee cece eet reece tet reece eee c eee eenenae capETuLo I. caPETULo Ii. CAPETULO IZI. CONCLUSOES Complexe cafeeire paulista @ alguns complexes re~ BEONALE ete ec een centr eet eetetneeeaee 1. Formag&o € expansdio do complexo eafesiro ...... 1.1. © café no Vale do Paratba .......-.405 1.2. 0 complexo cafeeiro eseravista em §.Paulo 1.3, 0 complexe cafeeiro o alista en S.Paulo 2. Algumas observagdes sobre a Amazénia tee o Extremo Sul ........05 o Nordus~ 2.1. A economia amazdnica da borracha ........5 2.2. 0 complexe nordestino ....seseeveees 2.3, A economia do Extremo Sul ........ MILO cece eeeecee Notas veferentes ao capitulo y Os mecanismos do crescimento industrial .......... 1. Os principais condicionantes ....... sevens cere 2. A expansdo industrial ..... eee e eee eee eee e eee 3. @rincipais mudangas na estrutw BUSTPLEL oo eee cece cess cere eer eneeeees Notas referentes ao oapftulo segundo ....... peers Alguns aspectos da goneentraghe Industrial .. 1. A concentragao industrial a nivel de empresas . 2. A concentragSo industrial em S40 Paulo ........ 2.1. Retrocesso industrial aa Guanab 2.2, Complementaridade das domais vegides ..... Notas referentes so capitulo tupcaire 2.2... ce. eee APENDICE ESTAPISTICO 2. cesses eee cece eee tet e ee ee ee aeee eters BIBLIOGRAETA 70 7 75 87 101 1a 18 136 RoR RN Sf f a = wvidi. indice das Tabelas A) No Texto Tabela 1 Populago livre, imigragdo e escravos no Est.de §.Paulo .. 2 Expans&o cafeeina no Estado de $.Paulo vesvieeeeeeseee sees 3. Produgdo expertdvel de aafé: $.Paulo e resto do pais ..... 4 Est.de §.Paulo; movimento financeiro e expansdo da X rerroviaria da Cla.Mogyana e da Cia, Paulista -.....+sseee 5 Alguns produtos alimentares impertados (do exterior) pelo Est.de $.Paulo, relacionados com os totais importados pe- Jo Brasil e com os totais produzidos no Est.de S.Paulo ... 6 Expansdo da produgdo de alguns produtos agricolas e agro- windustriais no Est.de S.PaUl0 sis sseees eee essences eee e ees 7 Distvibuicdo do valor de uma saca de café beneficiado .... 8 Est.de $.Paulo e Amazénia: exportagdes de eafa e de borra~ cha € relagao populacional .....esceeee cere ert ee ete eseees 9 Populacdo (1.009 habitantes) de algumas capitais ......... 10 Comércio exterior do Brasil ...c ccc esses eee sense eee neee 11 foercentagem do total das importagdes e exportagdes brasi~ 12 Comércio por cabotagem do Est.de S.Paulo ..eseee eee e eee 13 Sal@rio médio na indiistria de transformagZo (1919) .....-+ 1% Custos © lueros hipotéticos com importagdes e¢ produgdo in- terna de um Dom industrdal ....cee ee cece veces ee eee eee 15 Capital empregadc na ind.de transformagio no Est.de S.Pau lo segundo a data de fundagdo das empresas -........ sesso 16 Evolugdo de alguns indices de pregos -....sessesvenere cree 17 Indices de cvescimente fisico da produgao industrial ..... ig Expanedo da indiistria textil algodoeira paulista ......... 19 Alguns indicadores de pregos e salarios no Est.de S.Paulo. Pag. 23 23 32 a7 as 124 13a 238 BAL 181 182 24 28 26 a7 28 29 30 fo Paulo: exportagées de produtos industrializades (pa- rao exterior e resto do pais) .. Coméreio com 0 exterdor ce... cece cece ee see e ee eeeceeteees Estado de S.Paulo: comircio (por cxbotagem) com o resto do pais veces Estrutura e expansdo da indiistria de transformagdo entre U9D7 © 1G19 eve ecee cee eens erst ees eeesteee pease nate = intensidade (1go7) eee. Est.de Sdo Paulo: relagdo capital/produ: de capital na indistria de transformac Intensidade de capital e produtividade industrial en 1913 Segundo as Pegibes cececcees sect ev cesscrensesvensteteenee Egt de $.Paulo: conventracde do capital empregado na in- distria de transformagdo .....sccccscecseeseaeurenenneeee Comparacdo de salavios médics agricolas ¢ industriais C119) vec e cree er reser ene ImpowtagSes de bens de capital .. ccs cseeseeseceeeseens velativa de Sio ConcentragSo industrial e “produtivida: Paulo veceeecerscsee Crescimento nominal e cencentragao da produgao industrial ish 170 173 aa 207 218 222 230 233 2aL 282 au 48 48 whe B) No Ap&ndice Estatigtico comércio Exterior (de Sdo Paulo ¢ do resto do pais) ...... Comércio (por cabotagem) de S.Paulo c/o resto do Brasil .. Comércio Exterior - ParticipagSo do Est.de 5.Paulo no to- tal das exportagdes ¢ importagées brasileiras .....seeesee Coméreio Exterior e Interregional: Balanga comercial do resto do Brasil (Brasil excel, Sao Paulo} com o resto do mundo (Exterior) e com S,faulo(esbotagem ¢ vias internas). comércio Extepioy ¢ Interregional: Balanga comercial do Est.de $,Paulo come resto do mundo (Exterior) e com o res to do Brasil (Grasil excl.S.Paulo) Cabotagem e vias inter™ Coméreio Exterior e Interregional do Est.de §.Paulo: Estry tura das Export.e das Import.com 9 Exterior ¢ com o resto do Brasil (Cabotagem e vias internas) ...e.eeeaee Coméreio Exteriop ¢ Interregional do Est.de §.Paulo: Estru, tura das pautas de export, @ de import. wc. .eesees Exportagdes de alguns produtas prim&vios .......cseeeee eee de agiicar e algoddo em pluma wo. ceeeeeeeeeenee mportagGes paulistas de cafe oo... cece e cere eee e nee eees Export.paulistas (p/o exterior) de carne bovina (congeleda e resfriada) ..... Import.de géneros alimentioios de exterior .vcsseesseseere Est,de S.?aulo: import.de mdquinas eequipamentos "para a indistria ¢ a agricultura’ .....0ccc ccc ee eeeneen eee enenee Import.de maq.e acessGrios para a indlistria textil ....... Export.paulistas de pred.ind., segundo o destino .......6- Bet.de $.2aulo: coeficientes de import.(do exterior) de ma nufat.em peiagdo ao valor brute da produgdo industrial ..+ Est.de $.Paulo: prod. industrial e import.de manufaturados exclusive bens de capital) vevescreersersseeesecneetunece Coméreio Interestadual: expor.e impor. paulistas de prod, ind. em relagdo ao valor bruto da prod.ind.paulista ...... S.Paulo: Indices dos pregos médios (impl.) de tec.de alg.. Sal.médios didrios na zona rural soe cess v seer esse se rernee 265 266 268 289 270 272 272 273 278 275 278 279 278 278 286 281 282 288 283 fe 52 53 58 59 se 8? 88 xe Est,de S.Paulo:; alguns indicadores da evol.dos pregos ¢ salarios .... Participagio do Est.de $.Paulo na agric. brasileira (1920). Lavoura: utilizagfo da drea cultivada segundo Pais culturas: 1920 osscesereesscesecveronre $s princi- ante real da ind.de 1919 ¢ 1918 a 1928 .. Notas sobre a estimativa do cresci 8,Paulo, nos pericdos de. 1921-1913 Est.de §. Paul transfor. .. Prod.de alguns bens da ind. Indistria textil algodoeira de SGo Paulo ...+essreeeerseee Produgio de tecidos de algodho .- ese ee ecc cece eeeee eee seeee Indices de cregc.nominal do valor bruto da prod. manufat.e do erese. do ndmero de operdrios entre 1907 ¢ 1919........ Estrut.produtiva da indistria de transformag&o ...++ Brasil: concentragdo ind. e "produtividade’ relativa ..... Estabelecimentos industriais com capital maior ou igual 2 L.G08 contos CLOOTMI ces ccc eres e nee n cents ene ee eer etee Concentragie industrial em 18G7 cee. cece e eer eee eee wees Est.de &, Paul capil do 9 tipo de energi 4. empregado na ind.de transf, segun~ empregada e 9 tamanho dos estab. (80/)- Ind. textil: estrut.segundo o tamanho dos estabel. e inten~ sidade de cap.segundo o tipo de energia utilizada (1907).. Estrut.da ind.de transfor., segundo 2 constituicke juridi- ca das empresas (1918) ...... Ind.de transfor.: concentragio dos estabol., segundo o va- lor da prod. 2 os operirios ocupados (1919) ...ss.eseeeees unde © valor da prod. Concentragae dos estabel. ind., se; 4 © numero de operarios ocupados . Da Concentragio dos estabel.ind,, segundo o niimero de pessoas ocupadas (1912)... ....e eee clecene essen ree ere renee a nee es Coneentragao dos estabelecimentos industriais, segundo 0 capital empregade (1912) «ss. Estrutura do capital empregade na indGstria (1919) ......- jo dos estabelecimen- and Ind.de tvansformagio; data da tos recenseados em 1929 .. 2a 288 298 297 238 304 308 306 307 308 308 308 309 72 7a 7h sedi. Est.de S.Paulo: entrada de imigrantes estrangeiros e na~ eionais no pariodo 1820-1960 coves eee se ener e rect secre e ees G16 seeceeeeeeee OLE Est S.Paulo: movimento migratGrio 21+... no Brasil, Rio de Janeiro, Guana- Crescimento da popula bara e Sao Paulo - Estrutura ocupacional da pop. economicamente ativa em 1920 313 ENTRODUGAO "Questo Regional”, quer dizer, © problema dos desequill brios regionais da economia brasileira,aflora definitivamente 4 cons, eiéneia nacional entre fins da década dos $0 e infoios da seguinte. Nao & diffoil atinar com as razdes que determinaram o amplo debate em torno do tema. Em primeiro lugar, o grau de informacdo sobre os nfveis de desenvolyimentoregional aumentou gradativamente. Eram dadas a conhe- cer,.em 1951 ¢ 1952, raspectivamente, as Contas Nacionais e Regionais do Brasii, que continham elementos objetivos adicionais para o exame das dispavidades regionais (1). Por outro lado, o Censo de 1960 indi eava que Sdo Paulo detinha 56% da produgdo industrial brasileira, va lendo notar que a concentragdo no tocante 4s “indiistrias dinamicas " atingia perto de 60%. As praéprias Contas Nacionais ensejariam, anos depois, @ comparacdo entre as taxas de creseimento real das eceno- aias ragionais: enquanto que a renda interna de Sdo Paulo cresceu 3 taxa média anual de 7,5% entre 1947 ¢ 1960, a do resto do pafs o fez a 5%, Em suma, ficava cada vez mais clare que os desequilfbrios re- gionais tendiam a se acentuar. im segundo lugar, outro fato teve marcada import@ncia nes- sa tomada de consciéncia: as grandes secas no final da década de 1950, ampiiaram consideravelmente o numero de ‘betirantes" nordesti~ nos, que se dirigiam principaimente ao sul, em busca de sobreviven- cla. As migragées internas, tiveram extraordindria importGncia para as decisdes polfticas que seriam tomadas sobre a “questdo regional” @, Ademais, cabe lembrar que, nesse perfodo, ganha grande des taque em tedo o cendrio Latinoamericano, a divulgaglo ¢ aceitagio das (1) A primeira publicagdo das contas nacionais do Brasil, sem diseri ninagdo regional, encontra-se na Revista Brasileira de Economia, nimero de setembre de $1, A primeira apresentagdo dos dados re- gionais, foi dada no nimero de dezembro de 1952, com as informa- goes veferentes acs anos de i950 ¢ de 195i. (2) Hirschman (1965) apresenta um resumo dag principais secas ¢ das medidas polftioas adotadas para a questio, no perfodo de 1877» ~1959, técnicas de “planejamento para o desenvolvimento". Isto fez com que a quela tomada de consciéneia se transformasse num “anseic programado" para se dap solugio aos problemas do subdesenvolvimento (nacional ¢ regional), Praticamente, todas as regides brasileiras « seus Estados, imaginaran, nas técnicas de planejamento o ant{doto para seus proble mas (até mesmo o Estado de So Paulo, dela fez largo uso, com seu "Plano de Agdo") (3). Da mesma forma que no cendrio internacional teriam aumenta do as disparidades, por causa da divisSo internacional do trabalho desfavoravel aos palses subdesenvolvides, alegava-se que, internamen te, havia una "injusta divisdo territorial do trabalho”, coma ores cente concentragSo industrial em Sdo Paulo e a conformag&o de uma, produgdo predominantemente primaria na "periferia nacional", A ques- tdo regional era, portanto, colocada nesses termos: havia que indus- trializay as regides menos desenvolvidas 2, na maioria delas, promg ver um"processo de substituicao regional de importagdes". Com isso, @ com outras reformas institucicnais ¢ econdmicas (a reforma agraria, por exemplo), aleangar-se~ia o desenvolvimento regional equilibrado. H& que se fazer justica a Furtado, que, dirigindo o Grupo de Trabatho para o Desenvolvimento de Nordeste (GTDN), elaborou um diagnéstico e¢ uma polftica de desenvolvimento do nordeste, de marca- da profundidade, pensando, ndo apenas om industrializar a regiao,mas principalmente, em mudar-lbe fundamentalmente a estrutura ccondmica (4), 0 diagndstico, vesumidamente, pretendia que se atacasse quatro frentes: a industrializagao; a reforma da estrutura agrdria na zona iimida; a transformagSo da economia das zonas semi-Aridas, ¢ o deslo~ camento da fronteira agricola. Com isto aumentar-se-ia a eficiéncia do antigo setor exportador, ampliar-se~ia a oferta de alimentos para suporte & nova economia industrial, e, obter-se-ia ainda, a transfe- véneia de parte do excedente populacional, para o Maranhao. Em suma, (3) Seria exaustiva a enumeragho dos documentos existentes sobre o assunrto. Limito-me, portanto, a lenbrar dos textos do Centre de Desenvolvimento Econdmico CEPAL/BNDE (1967), da Comissdo Intereg tadual da Bacia Parana-Uruguai (2964) @ do Banco de Desenvolvi~ mento de Minas Gerais (1965). {4} 0 documento basico € o do GTDN (1959). Ver também o conhecide tex to de Furtade (1959). 2 ao contrdrio do que afirmavam muitos de seus orfticos, Furtado ten tava or: dai rela ar aquilo que o nordeste nunoa tivera, de forma mais avanga- eapitalistas de produgio, numa economia mis efioientee internamente integrada. De medidas assistemiticas passou-se, entie, para uma pri- meiva tentativa de elaboragSo de polftica de desenvolvimento regio- nal integrada, com a criagho da SUDENE om 1959. Esta politica estava eentrada no subsfdie ao capital, através de incentivos fiseais cam- biais ¢ outros, A crescente tomada de consciéncia a que me veferi,fa ria com que a polftica de incentivos ao desenvolvimento regional fos, 3 Amazonia, provecando uma primeira se, & partir de 1363, estendid: diversificagio na “oarteira regional" de investimentos, beneficiando assim os Estados do sul, que sae os maiores detentores das isengdes fisoais do imposte sobre a renda (4). A partir de 1987, ocorreriam varias modificagSes na polity, ca de incentives fiscais, ampliando-se, consideravelmente, as aiter~ nativas para investimentos, que, aldm daquelas opgdes regionais, pas. savam também a contar com opgdes setoriais, desvinculadas, estas dl- timas, de localizagio compulsoria do investimento. Isto ado quer di~ zer que tenha desaparecido a perspectiva regional, dade que, para is so, foram instituidos programas especiais, como o Programa de Inte- graghe Necional, o Programa de Redistribuiglo de Tervas e de Estfmu- lo & Agroindistria do Norte e Nordeste, e outros, parte deles utili- tbém recursos dos incentives fiseais. zando Assim, a politica de incentives fiscais, a partir de 1967, seria estendida 5 indistria de pesca; om 1968, se incluiria o turis- mo, 0 reflorestamento e a compra subsidiada de agdes de sociedades de Yoapital aberto" e, em 1970, tambam ser: 1 incluida a indistrie eg tatal aeronduti G6 eleneo de estimulos seria ainda integrado com ag isen- ides pela politica de expansdo de odes e erSditos tributdrics con (5) Por exemplo, do total de dedue3es concedidas sobre o imposto de wenda, para aplieagdes em inversdes, entre 1965 e 1972, cerca de 50% originou-se de Sio Paulo. Do total dos incentives deposita- dos para eplicagdes no nordgste, nesse mesmo perfode, apenas cer ca de 10% teve origem na prépria regiio. Entre 1968 2 1972, do total encaminhada para a AmazOnia, menos de 10% originou-se dos Estados da regifo. exportagdes de manufaturados. A partir de 1969, seriam estendidas as de produtos industrializades isengdes dos impostos de importa de circulagde de mercadorias, 8 de capital e determinadas ma- tévias~primas (importados ou nacionais) desde que vinevlados a pro tos de investimentos aprovados lo Conselho de Desenvolvimento Indus teial. Por paradoxal que possa parecer, estas isengdes eram coneedi, das, com grande liberalidade na alocagdo regional dos investimentos, fossem implantados em Sao Paule, no Nordeste ou em outra regifo. Is- to fez com que o elenco de isengées, que j% havia proporcionade mais ves alternativas regionais de inversdes, passasse, também, ofare= eer maiores cpgdes setoriais. A mesma tomada de consciéncia que possibilitou a institui~ gdo de polfticas sistematizadas de desenvolvimento regional no Bra- sil, estimulou, ao mesmo tempo, a elaboragdo de um grande niimero de estudos sobre a quest&o regional (6). Entretanto, esses trabalhos,em grande parte, deixaram apreciavel lacuna, ao estudarem = dindmica de suas regides, sem, contude procurar as origens do process de concen tvagao industrial em S30 Faulo, Alguns, eubora com longa perapectiva histéricn, limiteramse mais Gs ralzes histéricas da din@mica de ca~ da uma das regides, ao problema de gua demanda externa ¢ As relagdes estruturais de proprivdade existentes em cada uma delas, Outros, a0 examinar as cifras disponfveis das contas nacionais, concluiam que o atraso de algumas vegides se dera a partir de 1939 (ano de veferén 1 sobre as contas nacionais) ce, mais especificamente, a cia mais antig: pds a realizagio dos investimentos do Programa de Metas (1956/1961), que beneficiavam principalmente Sio Paulo, pela introdugdo, nesse Es tado, dos compartimentos mais modernce da indiistria (7). (6) £ extenso o ndmero de trabalhos sobre o agsunto, Mesmo correndo o wisco de cometer injustigas, pela omisedo de alguns, cito os seguintes, além dos j& enumerados nas notas anteriores: Furtado (1861), Robock (1964), M.C.de Andrade (1973), Capes (1959), H.W. Singer (1962), Goodman e Albuquerque (1974), Castro (1989)e(1971), P.d.Singer (1968), Accurso, Veras @ Candal (1965), e o de Rattner (1872), Mais pecentemente, surgiram outros trabalhos, vendo 0 problema sob cutros aspectos. Entre estes, cabs iembrar os de Boiskr, Barros = Smolka (1972) © @ de Haddad (1972), (7) A andlise do perfode de industrializagio no pés-guerra 2, especi. ficamente do perfodo que compreende o "Programa de Metas", esth contemplada, principalmente, nos seguintes trabalhos: (Baer, 1960, Candal (1969), Lessa (1964) © M.C,Tavares (1964). 8. de Nio se ex Ou, na realidade, as rafzes fundamente processo de concentragio industrial em Sio Paulo « seu papel na din& mica interregional do pals. Como se veré no decorrer deste trabatho, as origens do problema remontam, efetivamente, ao inicio do séoule XX eg nao, como sa pensa correntemente, ac pda "Crise de 1929", quan- do muda o padrfo de acumulagio. No se trata, como poderia parecer, de analisar apenas a atividade cafecira em Sfo Paula, antes de 1930, mas sim, de verifiar 9 desenvolvimento de relagdes capitalistas de producdo af vigentes e a formag&o de um complexo econémice: o complexe capitalista cafceiro de S80 Paulo. E este 0 objetivo deste trabalho, ou seja, analisay prin cipalmente o verfodo que compreende as du lo XIX até a eclosao da crise cafewira de 1929. £ nele que a econo- Giltimas décadas do sfcu- mia de SHo Paulo se prepara para a consolidagie de sua posigdo no mereade nacional, que se daria apds a "Grande Depressfo". Ao contra~ vio des demais regiSes, Sio Paulo contou com os elementos fundamen- tais para sua expansdo diversificada « concentradora: avangadas rela gdes capitalistas de produgSo, amplo mercado "interno" ¢, desde mui~ to cede, uma avangada agricultura mercantil, mesmo se exeluido o ca- £8. Daf decorrey seu processo de concentrago industrial e, }4 antes de 1939, sua eetrutura industrial era a mais avangada do pafs, con- tando, inclusive, com um incipienta compartimento produtor de bens de produgao, instalado com vistas ao mercedo nacional. Dai se estabelg ceu, desde cade, uma relaghe de forte predominincia do complexe eco- némico paulista sobre as demais regides do pafs, imprimindo-lhas, em grande medida, uma relagZo comercial tipica de "centro-periferia". Este trabaiho est dividido em tras partes. Na primeira,e= xamino as origens da formagio capitalista do complexe cafeeire de Sio Paulo, diseutindo, ainda, os insucessos de alguns complexes re- gionais. Na segunda, trate da formagZo industrial de S40 Paulo, con- » tente dig. trapondo-a A do restante do pais; finalmente, na tareein: cutir as duas faces de processo de concentrago industrial,a que se da a nivel de empresas e a concentragdo espacial. caPITULO T Complexo cafeeiro paulista e alguns complexos regionsis Quando se tenta compreender o processo dinamico de cresci~ mento de uma sconomia, torna~se absolutamente necessdrio analisar que partes principais a compdem, como atuam cada uma delas nesse pro cesso de crescimento, ¢ que graus ¢ tipo de interrelacionamento en~ tre elas possibilita o surgimento de um conjunto econdmico integrado A esse conjunto de atividades - sobre o qual atua um certo nitmero de varidveis independentes ou ndo ao conjunto - creio que se lhe pode chamar de "complexo sconémico". Torna-se necessario, portanto, dis~- tingui-lo de outras economias cujos componentes guardam pouca ou ne~ nhuma interdependéncia entre eles: o caso da economia mineradora do tipo "enclave", o de uma agricultura camponesa "auto-suficiente" com ¢nues ligagSes com o resto do sistema na qual est& inserida, ¢ o la tiffndio quase~autdroies , decadente e escravista que se forma em fins do século XVIII e infcios do XIX em Minas Gerais, com a exauatio minevadora. Constituem, a meu juizo, cldssicos exemplos de ativida- des econdmicas - muitas vezes as mais importantes atividades de um contexte "regional" ou nacional ~ que, embora espacialmente inseri- das num mesmo sistema "regional" ou nacional, néo possibilitam a for magdo de um "complexo" integrado que pudesse desencadear um processo dinmico de acumilagao ao prépric sistema em que estao inseridas. Parece-me Sbvio, também, que ndo bastam as condigdes acima apontadas quanto ao interrelacionamento dos varios componentes do complexe. £ absolutamente fundamental que esse sistema de produgdo « circulag&o opere na base de relagGes capitelistas de produgdo. Como se vera, sucintamente, neste capftulo, o complexo cafeeiro capitalis ta de Sdo Paulo preencheu amplamente essas condigdes, ac contrario do gue ocorrera com o café no Vale do Paraiba, com o complexo nordes tine, ou ainda com a economia amazGnica da borracha. Muito embora a idéia de complexo permita uma andlise mais integrada da dinfmiea de cada economia regional, hd que se ter pre- sente, entretanto, que o essencial nao @ apenas isso: acima dessa forma de andlise, deve-se colocar o que @ mais fundamental, ou seja, as grandes transformagdes ocorridas nas relagdes de predugde. Claro Fe anto a economia eseravista como a capitalista que pedemos analisar pela Stica do complexo, 9 que se deve destacar, entretanto, ¢ que no escravismo hd uma determinada dindmica, enquanto que no capitalism, outra, porque hf trabalho assalariado. As razGes da passagom do trabalho escravo para o trabalho livre, serdo aqui, sé em parte, disoutidas, tanto pela sua complexi- dade, @ tambGm pelo fato de que esse assunto foi devidamente tratade no trabalho recente de J.M.Cardoso de Mello (1). 0 que cabe desta~ car aqui, e resumidamente, & que, se para Sdo Paulo (principalmente a partir do “Oeste Paulista" cafecivo) houve condigées extremamente 20, © mesmo nZo sa pode dizer satisfatérias para essa transformag. quanto ao café esceravista do Yale do farafpa, ou, ainda exemplifioan de, na economia agucareira de Nordeste. és altas margens de lucro da cafeicultura paulista, a alta produtividade e a grande disponibilidade de suas terras, imprimindo um alto ritmo na acumulago de capital no cafS, pels expansdo dos plentios, exigiram uma radical solugdo ao problema da m&o-de-obra es. crava, cujo estoque, em Sao Paule, permanecia praticamente estancado durante os iiltimos quinze anos de eseravidio. Resolvido esse proble- ma; pela imigragdc, e, dadas as condigies da demanda externa do ca- £8, a acumulagao cafeeira no mais contaria com esse freio. Nio se entenda, com isso, que 2 a escassez de mio-de-obra a causa da aboli- gao, e sim, o processo de acumulagao de capital. Diferentes situagdes enfrentaram o Vale do Parafba e 2 Nor deste. No Vale, a escassez da terras ¢ sua crescente exaustao impri- niram tanto um custo mais alto de inversio quanto uma baixa produti- vidade fisica; acrescido a esses fatos, 9 do encarecimento extraordi, nirio do escravo, ter-se-d como resultante, nde sé a diminuigZo das margens de lucro, como também a prépria estagnagao e futura decadén- cia dessa economia. No Nordeste, a exfgua disponibilidade de terras férteis pa va outros fins que nfo a da atividade agueareira, faria com quea pas sagen do escraviemo ao regime assalviado fosse mais formal do que efe tiva, fazendo com que seus efeitos fossem muito menos dinamicos do que os ocorrides em $30 Paulo, em termos da constituigdo e expansao de um mercado de bens de consumo corrente, como di a entender Furte- do (2), Palo lado da produgdo, entretanto, o Nordeste pode ainda so- breviver: embora a demanda externa houvesse imprimido uma crise eré- 8 nica e secular & economia do aguear, a expansdo do mercado interno (na vegido sul do pafs onde as terpas eram proferencialmente dedica- das ac cultive de alimentos « ac café) permitiu a recuperagdo de sua economia, a partir da segunda metade do sdculo XIX. Ne contando com grandes concorrentes no mercado interno, pode,assim, o Nordeste pros seguir sua acumulagao de capital, relativamente freada, pordm, tanto pela baixa produtividade quanto pelos pregos vigentes. Por outro lado, formas ainda mais distintas tiveram a"sco~ nomia do aviamento”da borracha amazénica e a economia da pequena ntos do extreme nédia propriedade da agricultura produtora de alime sul do pais. A primeira, regridivia, e a segunda, teria um desenvol- vimento muite menos dinamico do que o da economia paulista. Dadas as corndigées do nivel de informagdo existente, torna ~se tarefa dificil, sendo imposs{vel, o tratamente separado, no mas- mo espago @ tempo, da dinamica de um complexo escravista ¢ de um ca- pitalista, salvo ao nivel da abstragZo. Em alguns casos, e principal mente no do “Oeste Paulista", poder-se-ia distinguir, na realidade , fo histdrica cafeeira: um primeiro, em que quatro “momentos” da evolu: a atividade € esoravista; um segundo, em que predominando ainda o es. eravismo, j4 existem alguns segmentos operando com trabalho assala- viado ou com outras formas distintas ¢o trabalho (4 parcerin, por e~ xemplo); o terceiro, ao contrdrio do anterior, seria aquele em que a predominancla se daria na forma do trabalho assalariado e, no ati no, finalmente, a escravidie estaria extinta. A separagao absoluta dos dois segmentos, nos momentos 2e 3, & praticamente impossfvel, e a solugio por mim adotada foi a de tra~- tap como economia eseravista, os dois primeircs momentos, ¢, como ca pitalista, o terceiro e o quarto. Apenas o complexo eafveiro paulis- ta seri assim tratado. bessa forma, divido o primeiro tépico deste capitulo em trés partes: as duas primeiras, por sinal mais resumidas, compreendem o café no Vale do Paraiba e o café esoravista em Sho Pay lo; a terceira parte versara sobre o compiexo cafeeire capitalista de S30 Paulo. No tépico dois, trato da economia amazénica da borracha, do Wordeste e do Extremo Sul. Como 9 cbjetive central deste trabalho @ industrial de SHo Paulo, a partir do comple 9 estudo da concentragS xo cafeeire capitalista de Sdo Paulo, os complexes regionais a serem dis- eutides nfo reeeberfio o mesmo tratamento analftico dado ao café, inclusive no que se refere i separacio da complexo ascravista e complexo capitalists (3). 9 1. formagio ¢ sxpans3o do complexe cafeairo Colocada a idéi, de complexo, que dentre seus componentes conta com uma atividade que @ a principal e predominante, como a do café, cumpre om seguida apresentar os componentes do complexo cafeed yo bem como mencionay algumas das principais variaveis, que sobre ele atuam. Destaco, entre seus principais componentes: id ii) ada) viii) a atividade produtora do café; a agricultura produtora de alimentos e matérias~primas, vista em dois segmentos: o primeiro, representado pela produg&o de~ senvolvida dentro da Srea da propriedade cafeeira, quer como cultivos intercalados, quer come producdo elaborada em terras eedidas pelo proprictario aos trabalhadores do cafés o segun- do, pela agricultura que produz essencialments para o mercado, operande fora da propriedade cafeeira; a atividade industrial, que, em fungHo do cbjeto de andlise.de ve ser vista também, em pelo menos tras segmentos: um, repre- sentado pela producto de equipamentes de beneficiamento de ca fi a ; outro, pela importante indiistria de sacapias de juta para embalagem do café, e o terceire, representando os demaiscom a partimentos produtivos da indastria manufatureina, entre os quais, notoriamente se destaca o textil; a ferrovidrio paulis a implantagda e desenvolvimento do siste: bas a expansdo do sistema bancdrio; atividade do comfroie de exportagads « de importagao; © desenvolvimento de atividades oriadoras de infra-estrutura » portos ¢ armagéns, transportes urbanos ¢ comunicagdes - bem 1 como daquelas inerentes A prépria urbanizagdo, come o comar= elo, por exemplo; finalmente, a atividade do Estado, tanto do governo federal como do estadual, principalmente pela Stica do gasto piblico. Algm dog elementos acima, destaco as seguintes varidveis:

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