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O espaço português – a consolidação de um reino cristão ibérico

2.1. A fixação do território


2.1.1. A reconquista
Coube a Afonso Henriques transformar o pequeno condado portucalense
no reino autónomo de Portugal. Rebelou-se contra o seu primo Afonso VII, rei
de Leão e Castela e imperador das Espanhas, aquém devia obediência e lealdade
na qualidade de vassalo.
Em 1143, na Conferência de Zamora, Afonso VII reconheceu Afonso
Henriques como rei, mas este só ficou completamente desvinculado de Leão e
Castela em 1179 através da Bula Manifestis Probatum, onde o Papa Alexandre
III dignou-se a acolher Portugal sob a proteção da Santa Fé.
Afonso Henriques foi conquistando territórios aos muçulmanos. Em
1147, consolidou o domínio da linha do Tejo, com as conquistas de Lisboa e
Santarém.
Em 1162 e 1165, Beja e Évora foram conquistadas. Em 1185 morre Afonso
Henriques, com o titulo, o Conquistador.
A conquista continuou com D. Sancho I, com D. Afonso II e com D.
Afonso III, este último conquistou todo o sul islâmico dando fim à Reconquista.

2.1.2. Do termo da Reconquista ao estabelecimento e fortalecimento das


fronteiras
1253 – tratado de paz
1267 – Tratado de Badajoz, decisão sobre a soberania do Algarve a favor de
Portugal e de D. Dinis.
1297 – Tratado de Alcanises entre D. Dinis e D. Fernando de Castela para
pôr fim à guerra civil e impor a paz.

2.2. O país rural e senhorial


2.2.1. Os senhorios – sua origem, detentores e localização
O senhorio é uma área territorial, mais ou menos extensa, que pertence a
um senhor, o qual detém variados poderes sobre a terra e os homens que nela
habitam.
Em Portugal, os senhorios pertenceram ao rei – os reguengos, à nobreza –
as honras, e ao clero – os coutos.
Estruturou-se a vassalidade na Europa senhorial da Idade Média.
Os senhorios da nobreza, situavam-se, predominantemente, na região
Norte atlântico, onde tiveram lugar as mais antigas conquistas e doações
territoriais. Tinham a presença de um castelo, de uma torre ou de um solar, que
atestavam o poder do respetivo senhor.
Os senhorios do clero também pontuavam o Norte atlântico, embora os de
maior dimensão se situassem no Centro e no Sul do país. Tinham a presença de
um mosteiro, de uma Sé Catedral e até de um castelo.

2.2.2. O exercício do poder senhorial: privilégios e imunidades


O exercício do poder senhorial, implicava não apenas poderes económicos
ou dominiais, mas como poderes políticos ou públicos, de comando militar, de
punição judicial e de coação fiscal sobre os habitantes do senhorio.
O poder banal traduziu-se nos seguintes privilégios:
 no que diz respeito ao comando militar, o senhor detinha o poder de
recrutar homens para a guerra, de controlar castelos e outras fortificações
e de organizar expedições ofensivas.
 no que diz respeito à punição judicial, o senhor exercia a justiça sobre
os homens do seu território, determinava as penas (exceto as de morte e
de corte de membros, que eram exclusivas dos reis) e cobrava as multas.
 no que respeita à coação fiscal, o senhor podia exigir uma variedade de
pagamentos obrigatórios, similares a impostos, às populações. Entre eles,
as banalidades pelo uso do forno, moinho e lagar, e pela entrada, na
área do senhorio, de mercadorias e pessoas.
Os senhores e os seus privilégios levaram a uma considerável perda de
poderes por parte da realeza através da sua imunidade.

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