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ORDEM DOS

ARQUITECTOS DE ANGOLA
(Conselho Nacional)

CÓDIGO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA


PROFISSIONAL

SETEMBRO 2016

__________________________________________________________________________________________________________
Rua Aníbal de Melo, nº109, Vila Alice - Luanda/Angola; C.P.nº1049; Telefone: 222100374, 926975502; Fax: 222100464;
Email: geral@arquitectos-angola.org; www.ordem-angola.archi
CÓDIGO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL DA
ORDEM DOS ARQUITECTOS DE ANGOLA
(Conselho Nacional)

SETEMBRO 2016

__________________________________________________________________________________________________________
Rua Aníbal de Melo, nº109, Vila Alice - Luanda/Angola; C.P.nº1049; Telefone: 222100374, 926975502; Fax: 222100464;
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PREÂMBULO

CÓDIGO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

A deontologia no exercício de qualquer profissão se reveste de peculiar importância.


O profissional deve pautar-se (sempre) por uma conduta, quer pessoal como profissional,
regida por valores e princípios éticos.

Ao elaborar(mos) esse código de ética e regras deontológicas, tivemos como objectivo,


criar uma pauta legal de designações de condutas dos profissionais, bem como procuramos
harmonizar, de forma simples e concisa, o modelo de actuação dos arquitectos e urbanistas
que esperamos ser o mais uniforme e consentâneo no seio da classe.

De salientar que, como servidor da sociedade, o profi ssional além de estar


sujeito às normas gerais de conduta ética que integram o código deontológico,
há, no entanto, regras próprias da profissão que são essenciais e exigidas no
exercício da actividade, independentemente do modo de Implementação, quer
seja por conta própria, empresário ou gestor, assalariado ou avençado,
funcionário público em situação de dependência ou de responsabilidade
hierárquica.

Ao adoptarmos e publicarmos este código, procuramos estabelecer bases que sirvam de


matriz de actuação de todos os profissionais inscritos na ordem. Por outro lado, podemos
afirmar categoricamente, que é acima de tudo a expressão da vontade dos Arquitectos,
Urbanistas, Urbanistas e Designers de Interiores acerca de valores, princípios éticos e
deontológicos, acolhidos naturalmente pelos membros da classe, procurando salvaguardar
“os princípios do profissionalismo” como a integridade e a competência, essenciais para o
desenvolvimento sustentável do ambiente construído, o bem--estar da sociedade e dos
aspectos culturais nos locais onde cada um estiver inserido.

O presidente da Ordem
Victor Leonel

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ÍNDICE
CAPITULO I - ABRANGÊNCIA E FINALIDADE
Artigo 1.º Abrangência
Artigo 2.º Finalidade

CAPITULO II - PRINCÍPIOS GERAIS


Artigo 3.º Princípios Fundamentais
Artigo 4.º Regras Éticas

CAPITULO III - OS DEVERES


Artigo 5.º Deveres do profissional no desempenho da sua actividade
Artigo 6.º Deveres dos profissionais para com o cliente ou empregador
Artigo 7.º Deveres recíprocos dos profissionais
Artigo 8.º Deveres dos profissionais empregador ou responsável hierárquico.
Artigo 9.º Deveres do profissional assalariado
Artigo 10º Deveres do profissional para com a Ordem

CAPÍTULO IV - CONDUTAS PROIBIDAS


Artigo 11º Condutas Proibidas
Artigo 12º Direitos de Autor
Artigo 13º Conflito de interesses

CAPÍTULO V - INFRACÇÃO ÉTICA


Artigo 14º Infracção ética
Artigo 15º Publicidade
Artigo 16º Dúvidas e omissões
Artigo 17º Normas subsidiárias
Artigo 18º Disposição Transitória
Artigo 19º Entrada em Vigor

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CAPÍTULO I
ABRANGÊNCIA E 4. Acautelar as actuações dos
profissionais e expectar que garantam
FINALIDADE
qualidade de vida à todos os cidadãos;
Artigo 1º 5. Prevenir situações de conflitos;
ABRANGÊNCIA
6. Incentivar os profissionais a serem
1. O presente Código estabelece um diligentes, honestos e zelosos no
conjunto de regras éticas e exercício das suas actividades.
deontológicas, que devem ser acatadas
por todos os profissionais, com
inscrição válida na Ordem, sendo certo
que, estes são os únicos com
CAPÍTULO II
legitimidade de exercerem as actividades
inerentes a profissão, em todo território PRINCÍPIOS GERAIS
nacional.
Artigo 3º
2. O profissional (arquitecto, urbanista, PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
paisagista ou designer de interior) deverá
ter consciência do carácter público da Os profissionais devem desenvolver as
sua actividade, como intérprete e suas actividades com base em
servidor da cultura e da sociedade de que princípios e valores morais aceites na
faz parte. sociedade:

1. Dignidade -Ser merecedor das


Artigo 2.º atribuições que lhes são conferidas e
FINALIDADE dos trabalhos solicitados;

Constituem objectivos do presente 2. Independência - Exercer a


Código: arquitectura de forma liberal, sendo
autónomo nos seus actos, ou seja, sem
1. Garantir que o Profissional, na sua depender de terceiros ou estar sujeito a
interacção com a sociedade actue de outrem;
tal forma que salvaguarde o interesse
público observando com rigor as 3. Legalidade - Agir sempre em
ncessidades dos mais desfavorecidos, conformidade com a lei, com os
de modo a permitir que haja uma deveres consignados no Estatuto da
sociedade mais equilibrada e com Ordem dos Arquitectos, neste Código
bem-estar social; e nas demais legislações vigentes no
país, bem como respeitar os usos e
2. Estabelecer um modelo de conduta costumes da sociedade onde está
para os profissionais inscritos, de inserido;
forma a harmonizar o perfil dos
membros da classe; 4. Confiança - Estabelecer as suas
relações com os clientes e outros
3. Salvaguardar os direitos de todos profissionais, com base na
os associados, quer no âmbito responsabilidade, competência,
pessoal como no profissional; profissionalismo e lealdade;

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trabalhos técnicos que não tenha
participado, ou seja de sua autoria;
5. Transparência - No exercício das
suas actividades, estabelecer relações 3- Em circunstância alguma deve
baseadas na honestidade e verdade. apresentar à Ordem ou em qualquer
Assegurar e proferir de forma clara e instituição documentos com
credível, toda a informação a ser idoneidade duvidosa;
prestada ao cliente e à terceiros;
4- Não deve delegar à quem não seja
6. Imparcialidade - Adoptar uma da especialidade a execução de
postura de neutralidade, não devendo actividades inerentes a sua profissão;
envolver em assuntos ou casos que
possam suscitar o surgimento de 5- Não deve incluir numa sociedade
conflitos. Emitir parecer ou de prestação de serviços de
apreciação técnica com justiça e Arquitectura e Urbanismo e afins os
lisura; seus dados pessoais e profissionais
sem nela actuar efectivamente, com
7. Integridade - Em todas as objectivo de viabilizar a obtenção
circunstâncias os profissionais de Alvarás técnicos de construção,
deverão agir com rectidão e projectista ou fiscalização;
honestidade, actuar sempre
respeitando os deveres éticos da 6- Sempre que receber qualquer
profissão e absterem-se de aceitar pagamento de honorários não pode
compensações, favores ou vantagens recusar-se injustificadamente, de prestar
que os desvirtuam da sua conduta contas ao cliente, nem deixar de
ética; informar, em documento ou peça de
comunicação acerca do andamento do
8. Eficiência - Cumprir ou executar trabalho;
todos os trabalhos com rigor e
qualidades exigidos, através de 7- Quando solicitado, deve fornecer ao
processos simples e expeditos, bem cliente, ao público em geral ou à Ordem
como proceder o uso racional dos dos Arquitectos, os dados exigidos em
recursos; documento ou peça de comunicação;

Artigo 4º 8 - Sempre que elaborar um projecto, o


REGRAS ÉTICAS profissional deve efectuar registo de
responsabilidade técnica;
A conduta do profissional deve ser
guisada por regras éticas, tais como: 9 - Deve ter em atenção as
consequências da sua actividade sobre
1- Para qualquer actividade a realizar, o ambiente, a população, o emprego
deve fazer um contrato por escrito, em social, bem como sobre os valores
que define o escopo dos trabalhos a sociais e culturais dos beneficiários do
desenvolver, prazos de execução, resultado do seu trabalho;
modalidades de remuneração e outros
elementos acordados entre as partes; 10 - Actuar de forma a que o seu
trabalho, como criação artística e técnica
2- Não deve solicitar à Ordem contribua para melhorar a qualidade de
declaração para fins de comprovação e vida, o bem-estar da comunidade onde
legalização de projecto ou quaisquer
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actua, do ambiente e do património elementos técnicos e financeiros de uma
cultural; obra pública;
11. Não deve aceitar trabalhos que c) É interdito ao profissional fazer
ponham em causa a sua independência qualquer tipo de referência a cargos de
e dignidade (no seu exercício da direcção que exerça na Ordem, nem
actividade profissional), nem aqueles mesmo que esteja inscrito ou seja
cujos interesses entram em conflito associado.
com o dever profissional;
17. Sempre que solicitado, o profissional
12. Caso surjam trabalhos que pela sua deve emitir o seu parecer técnico,
natureza põem em causa a sua procurando salvaguardar com justiça as
integridade, o profissional deve recusá-los condições dos contratos, apresentar o
e aconselhar o cliente a pautar-se por vias seu pronunciamento de forma clara e
legais. Se o facto for descoberto a meio bem fundamentado, baseado na
do trabalho, o profissional poderá objectividade e imparcialidade;
rescindir o contrato.
18. Qualquer que seja a forma de
13 - Não deve usar de privilégio da sua exercício da actividade, o profissional
actividade de forma abusiva, nem não poderá aceitar comissões ou
auferir vantagens pessoais, pois a sua quaisquer outros proveitos, fora do
actuacção é para servir a comunidade; contrato;

14 - Sempre que existirem co-autorias, os 19. Actuar com imparcialidade e


participantes devem especificar numa impessoalidade em actos arbitrais e
ficha técnica livremente aceite por todos, periciais;
os nomes e títulos dos profissionais que
integraram o trabalho, mencionar as 20. É interdita qualquer forma de
fases e condições em que cada um associação ou de apoio profissional a
prestou serviço; um colega em cumprimento de pena de
suspensão, ou quando lhe é retirada a
15 - O profissional encarregue da carteira profissional;
direcção, fiscalização ou assistência
técnica de obras não deve alterar nem 21. Não deve filiar-se aos atelieres
permitir que sejam feitas modificações cujos proprietários não sejam
no decorrer da construção sem arquitectos, nem estejam ligados ao
autorização do autor do projecto; exercício da arquitectura;

16 - O profissional pode divulgar os 22- No que concerne aos honorários


seus serviços, utilizando qualquer forma o profissional não deve:
de comunicação dentro das limitações
legais existentes, não podendo esta ser a) Praticar preços muitos baixos que
comparativa e enganosa. não lhe permitam fornecer uma
prestação profissional satisfatória nem
a) No caso de divulgação publicitária de cobrir as necessidades próprias da sua
obra privada, só poderão fazé-la com a responsabilidade;
autorização do dono da obra;
b) Praticar preços muito baixos que
b) Quando se tratar de obra pública, não encorajem uma competição ou
carece de autorização. Constitui substituição fundamentada apenas na
obrigação legal a divulgação de todos os
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remuneração. projectos;

CAPÍTULO III c) Não deve desviar os clientes da


DOS DEVERES empresa ou seja, não deve contactar e
fazer trabalhos de clientes da empresa
Artigo 5.º fora da relação contratual;
DEVERES DO PROFISSIONAL
NO DESEMPENHO DA SUA 1.3 O funcionário da administração
ACTIVIDADE pública é a pessoa contratada ou
nomeada a exercer arquitectura nas
A actuação de cada profissional deve Instituições do Estado.
pugnar pela busca do bem-estar e
desenvolvimento sustentável das Existem três modos de
comunidades onde exercem a sua incompatibilidades de exercício da
actividade. profissão:

1. Sobre a Integridade profissional no 2.1- O profissional em nome próprio


desempenho da sua actividade o não deve exercer cargos na função
profissional deve declarar o modo da pública;
sua actuação no exercício da profissão,
caracterizado da seguinte forma: 2.2 - O profissional em nome de
outrem não pode exercer quaisquer
a) Como ente privado ou profissional outras actividades fora da relação
em nome próprio; contratual;

b) Profissional por conta de outrem 2.3 - O profissional da administração


ou assalariado; pública, não pode exercer
arquitectura (em nome próprio ou
c) Funcionário da administração como empresário) na província onde
pública. trabalha;

1.1 O Profissional em nome próprio 2.3.1 A regra plasmada no número


é aquele que exerce de forma anterior, não abrange o profissional da
individual ou pode ser empresário administração pública que, na
tendo a seu cargo outros instituição onde trabalha, não exerça
profissionais. arquitectura nem seja responsável ou
titular de cargos públicos;
1.2 O profissional em nome de
outrem é o funcionário assalariado O profissional nesta qualidade pode
que presta serviço numa instituição exercer a arquitectura desde que não
privada. seja considerada incompatível com a
função que desempenha.
a) Os projectos nos quais trabalham
são propriedade intelectual da 2.3.2 Não poderão exercer a
empresa; arquitectura em todo o território
nacional, os funcionários da
b) Não deve assinar autorias dos administração pública que exerçam
cargos de responsabilidade tais como:

a) Titulares ou membros do
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Governo (Ministro, Secretário de conhecimentos e possibilidades de
Estado, Governadores e Vice- intervenção pessoal;
Governadores);
b) Director nacional e Director f) Desempenhar a sua profissão ou
nacional adjunto ou titular de cargo função nos limites das suas
cujo estatuto seja equiparado (a atribuições e da sua capacidade
Director Nacional) em razão da pessoal de realização.
natureza das funções;

c) Administradores e Artigo 6º
Administradores Adjuntos, DEVERES DOS PROFISSIONAIS
Directores Provinciais, Chefes de PARA COM O CLIENTE
Departamento e de Secção;
1. O profissional deve tratar o
d) Gestor público (Presidente do cliente com dignidade;
Conselho da Administração de Empresa
Pública, Directores de Empresas e 2. Informar e aconselhar a melhor
Institutos Públicos); forma para a realização de um trabalho,
sempre que tenha a convicção que as
e) Quaisquer outros que por lei especial disponibilidades financeiras do cliente
sejam considerados incompatíveis com o sejam insuficientes para o que pretende;
exercício da profissão de arquitecto.
3. Facultar ao seu cliente todas as
2 - Quanto a execução das actividades explicações necessárias à completa
o profissional deve: compreensão e apreciação dos serviços
que presta, bem como fornecer os
a) Desempenhar com excelência, documentos relativos aos trabalhos, de
responsabilidade e profissionalismo as acordo com o estipulado no contrato;
tarefas que lhe são atribuídas
procurando demonstrar todo o seu 4. Ocorrendo situações que atentem
saber técnico-científico; contra a independência do profissional
e que configurem a perda de confiança
b) Conservar e desenvolver a cultura pelo cliente é lícito ao mesmo
da profissão; renunciar o contrato;

c) Elevar e preservar o apreço social 5. Explicar o significado das


da profissão; expressões técnicas, de modo que
estas sejam perceptíveis para o
d) Compatibilizar os interesses dos cliente;
clientes ou empregador, com os seus
deveres profissionais para com a 6. Apresentar trabalhos de qualidade
comunidade, tendo em conta o bem- que respeitem as paisagens naturais e
estar daqueles que utilizam os urbanas, nas localidades onde actua,
edifícios e os espaços que projecta; bem como o património cultural
colectivo ou individual.
e) Aceitar apenas o número de tarefas
de acordo as suas aptidões,

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actos susceptíveis de lesarem directa
ou indirectamente os colegas,
nomeadamente:
Artigo 7º a) Proferir críticas desnecessárias as
DEVERES RECÍPROCOS actividades profissionais dos colegas;
DOS PROFISSIONAIS
b) Tentar contratar ou aliciar
1. A competição entre colegas deve colaboradores de colegas;
basear--se unicamente na qualidade
do seu trabalho, respeitando os c) Procurar desviar clientes dos colegas.
interesses de cada um e não afectando
a respectiva reputação e ainda: 4. Sempre que ocorrer a transmissão,
substituição, participação ou intervenção em
a) Deve abster-se de receber projectos ou obras de outrem, o profissional
retribuições que recaiam sobre a deve:
matéria do seu trabalho, por outra via
que não seja de honorários ou a) Na elaboração de um projecto, o
vencimentos previamente fixados; profissional substituto, deve informar por
escrito ao colega que substituiu, que foi
b) Quando chamado a substituir um solicitado a intervir na continuidade da
colega na execução de uma tarefa, não prestação de trabalho que iniciou e antes de
deverá aceitá-la sem ter previamente começar, salvaguardar que sejam pagos os
esclarecido com ele e com quem lhe honorários e respeitados todos os seus
incumbe a tarefa, a situação contratual e direitos;
de direitos de autor;
b) Comunicar por escrito à Ordem, em
2. O arquitecto deve no documento físico ou digital e ter o
relacionamento com os colegas: comprovativo de recepção;

a) Ser objectivo nas apreciações que faz c) Em caso de litígio, a Ordem deve
às obras de colegas, bem como deve avaliar se foram respeitados os
aceitar com objectividade, aquelas que princípios éticos que envolveram a
sejam feitas às suas; substituição.

b) Proceder com respeito, correcção e


zelo, abstendo-se de qualquer ataque ARTIGO 8º
pessoal; DEVERES DO PROFISSIONAL
EMPREGADOR OU
c) Promover as suas relações RESPONSÁVEL HIERÁRQUICO
profissionais com lealdade, dar
assistência e aconselhamento; 1. Na relação com os colaboradores, o
profissional empregador ou responsável
d) Estabelecer a concorrência entre deve:
colegas, apenas na competência
profissional; a) Reconhecer e respeitar as
contribuições dos profissionais que
e) Isentar-se de praticar quaisquer actos estejam a seu cargo;
que possam denegrir os colegas ou
tentar desacreditar os seus trabalhos. b) Atribuir tarefas aos profissionais de
3. O profissional não deve praticar acordo com o nível de qualificação de
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cada um e habilitá-los a exercé-las com relacionados com a empresa, atelier ou
responsabilidade; gabinete de arquitectura onde
trabalhou.
c) Quando solicitado, emitir ARTIGO 10º
certificado ou declaração que elucide a DEVERES DO PROFISSIONAL
natureza da colaboração prestada pelo PARA COM A ORDEM DOS
interessado; ARQUITECTOS

d) Sempre que tiver sob sua 1. Constituem deveres do arquitecto


responsabilidade outros técnicos, para com a Ordem:
estagiários ou estudantes, valorizar a
colaboração que lhe é prestada, respeitar a) No acto de inscrição, declarar por
quando existir os direitos de autores, bem escrito o modo de actuação no
como contribuir para a formação e exercício da profissão, se é em nome
promoção profissional. próprio, em nome de outrem
mencionando a empresa onde trabalha,
ou se é trabalhador da função pública;
ARTIGO 9º
DEVERES DO PROFISSIONAL b) Suspender imediatamente o
POR CONTA DE OUTREM exercício da profissão quando ocorrer
qualquer situação de
1. O profissional por conta de outrem incompatibilidade superveniente;
deve:
c) cumprir com o Estatuto, as
a) Acatar as orientações da instituição deliberações emanadas e respeitar os
onde funciona; seus regulamentos;

b) Desempenhar com brio as tarefas que d) Pagar pontualmente as quotas e


lhe são confiadas; outros encargos devido à Ordem;

c) Pesquisar sempre sobre técnicas que e) Comunicar no prazo de 30 dias


julgue necessárias para o seu trabalho e qualquer mudança do modo de
que o qualifiquem como profissional; actuação no exercício da profissão ou
do domicílio profissional;
d) Solicitar a orientação mais adequada,
em caso de complexidade de trabalho, f) Participar activamente nos trabalhos
procurando sempre cumprir os prazos de interesse da classe, contribuindo com
definidos. o seu esforço no sentido de elevar o
prestígio da profissão;
2. O profissional assalariado não deve:
g) Colaborar na prossecução das
a) Fora do âmbito laboral e sem razão que atribuições da Ordem dos
justifique, fazer cópias reproduzir quaisquer Arquitectos de Angola.
informações ou utiliza-la sem a devida
autorização;

b) Ao desvincular-se, ou abandonar o
serviço, levar projectos, desenhos,
notas ou relatórios que teve acesso na
instituição, ou quaisquer dados
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enganosos para não promover os
colaboradores quando seja legítimo;

CAPÍTULO IV d) Descuidar-se das medidas de


DAS CONDUTAS PROIBÍDAS segurança, saúde e higiene no trabalho
sob sua coordenação;
Artigo 11.
CONDUTAS PROIBIDAS e) Suspender os serviços contratados, de
forma injustificada sem prévia
No exercício da profissão é proibido comunicação;
ao profissional adoptar as seguintes
condutas: f) Impor ritmo de trabalho excessivo aos
seus colaboradores ou, exercer pressão
1. Em relação ao ser humano e seus psicológica que possam configurar
valores: assédio moral;

a) Prestar de má-fé ou não, orientação, 4. Nas relações com os demais


proposta, parecer técnico ou qualquer profissionais:
acto profissional que possa resultar em
dano às pessoas ou seus bens a) Intervir em trabalho de outro
patrimoniais; profissional sem a devida autorização do
titular;
2. Ante à profissão:
b) Referir-se ou agir de forma
a) Aceitar trabalho, contrato, ou discriminatória ou preconceituosa
função para os quais não tenha a com outro profissional;
mínima qualificação exigível;
c) Atentar contra a liberdade do
b) Utilizar indevida ou abusivamente exercício da profissão ou contra os
do privilégio de exclusividade do direitos de outro profissional;
direito profissional;
5. Ante ao meio:
c) Omitir ou ocultar facto de seu
conhecimento que transgrida a ética a) Prestar de má-fé, orientação técnica
profissional. ou praticar qualquer acto profissional,
que possa resultar em dano ao ambiente
3. Nas relações com os clientes, natural, à saúde humana ou ao
empregadores e colaboradores: património cultural.

a) Formular proposta de salários 6. Sigilo Profissional:


inferiores ao mínimo profissional legal,
praticado para aquela área de actuação; Constitui segredo profissional toda
informação obtida no decurso da
b) Apresentar proposta de honorários actividade profissional. Neste contexto,
com valores irrisórios ou exorbitantes, os profissionais não devem:
desrespeitando tabelas de honorários
mínimos aplicáveis, caso existam; a) Os profissionais não devem utilizar fora
do trabalho solicitado, nem tirar qualquer
c) Usar de artifícios ou expedientes tipo de proveito da informação obtida no

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exercício da profissão; 2. O profissional não deve colocar-
se em situações em que seja
julgador e parte, nomeadamente:
b) Prestar informação classificada como a) O Profissional que pelas suas
segredo profissional ou praticar actos que funções, se encontre em condições de
provoquem prejuízos aos clientes, ou à intervir na apreciação de projectos ou
terceiros; influir na sua aprovação, não poderá
ser parte em quaisquer processos, ou
c) Guardar segredo profissional se houver exercer a sua influência para favorecer
a obrigação legal de divulgar a terceiros;
informação, ou quando esta lesa interesses
públicos;
b) Exercer duas ou mais actividades,
numa mesma prestação, ser responsável
Artigo 12º pela concepção arquitectónica,
DIREITOS DE AUTOR assistência técnica à obra ou pela
apreciação ou fiscalização.
1. Para efeito de direitos autorais
apenas podem fazer o registo:
Artigo 14°
a) Os profissionais em nome PUBLICIDADE
próprio e autores dos projectos;
1. Os profissionais devem abster-se de
b) Os arquitectos responsáveis introduzir na divulgação dos seus
pelos gabinetes ou atelier de serviços qualquer referência directa ou
arquitectura em nome da indirecta aos honorários, ou aos custos
instituição; da obra, sem autorização do dono da
obra;
c) Os profissionais que participarem
num projecto de co-autoria, 2. O disposto no número anterior
mencionando especificamente a área na não prejudica:
qual tenha trabalhado e é unicamente
sobre esta que será legitimado o seu a) A colocação dos dados referidos no
direito; número anterior, quando se tratar de
obras públicas;
2. Mesmo no caso de co-autoria nenhum
profissional deve proceder a assinatura a b) A existência de placas com o nome
favor de outro profissional, a não ser que do autor e outros dados referentes à
tenha procuração para o efeito e que esta propriedade artística e intelectual,
salvaguarde os direitos autorais. durante e após a construção;

c) É permitida na publicidade a
Artigo 13º indicação de cargos académicos.
CONFLITOS DE INTERESSES

1. O profissional só deve prestar


serviços a título gratuito, quando se
tratar de salvaguardar o interesse
público;

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a aplicação integral do Estatuto da
Ordem, o regulamento de exercício
das profissões e de forma subsidiária
CAPÍTULO VI as Recomendações sobre Ética e
INFRACÇÃO ÉTICA Deontologia aprovadas pelas União
Internacional dos Arquitectos e
Artigo 15º União dos arquitectos de Africa, bem
INFRACÇÃO ÉTICA como do Conselho Internacional dos
Arquitectos de Língua Portuguesa,
1 – Constitui infracção ética: que serão anexos ao presente
diploma.
a) Todo acto cometido pelo
profissional que atente contra os
princípios éticos e desrespeite os Artigo 19º
deveres do ofício; DISPOSIÇÃO TRANSITÓRIA

b) A prática de condutas proibidas ou 1. Devido as mutações sociais que


que lesem direitos reconhecidos de inferem no exercício das profissões,
outrem; anualmente, o Conselho Nacional na
sua Assembleia de balanço deve avaliar
c) Qualquer actuação com a a necessidade de revisão ou
inobservância das disposições do aperfeiçoamento do presente código;
Estatuto e deste Código de forma Caso hajam alterações que influam
voluntária ou por omissão. de forma relevante na prática da
arquitectura em Angola, o Conselho
2 - O regulamento de disciplina Nacional deverá no prazo de 6 (seis)
estabelece os procedimentos anos após a entrada em vigor deste
disciplinares e as sanções a serem código, promover a sua revisão
aplicadas para cada infracção ética. geral.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS Artigo 20º
ENTRADA EM VIGOR
Artigo 16°
DÚVIDAS E OMISSÕES O Presente código foi aprovado a 24
de Setembro de 2016 pela Assembleia
Todas as situações omissas ou as que Geral e entrará em vigor a partir de
suscitem dúvidas sobre questões de Dezembro de 2016 após a sua
ética, deontologia e responsabilidade rectificação e publicação pelo
disciplinar, serão encaminhadas ao Conselho Nacional.
Conselho Nacional de Disciplina, que é
o órgão competente para as dirimir.
Luanda, pelo Conselho Nacional aos
24 de Setembro de 2016.
Artigo 17°
NORMAS SUBSIDIÁRIAS

A__________________________________________________________________________________________________________
utilização deste código, não afasta
Rua Aníbal de Melo, nº109, Vila Alice - Luanda/Angola; C.P.nº1049; Telefone: 222100374, 926975502; Fax: 222100464;
Email: geral@arquitectos-angola.org; www.ordem-angola.archi
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