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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR E DESENVOLVIMENTO-

FACISA – FACULDADE DCIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

MARIA FERNANDES SILVEIRA NETA

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UMA PERCEPÇÃO


DAS CAUSAS E CONSEQUENCIAS NO MUNICÍPIO DE
UIRAÚNA-PB

SOUSA-PB
2007
RESUMO

Se o homem é, como dizem os cultos, um ser em construção, tanto do ponto de vista cultural
quanto do ponto de vista histórico e genealógico, o que dizer então de um adolescente?
Alguém que vive em meio a dúvidas, escolhas e sabores. Nesse estudo, remeteremos nossos
olhares aos adolescentes que não se acham adolescentes, porque pularam essa etapa da vida
para poder encarar as responsabilidades que a gravidez os trouxe, nos deteremos em outros
que não sabem o que fazer quando o assunto é gravidez. Na verdade, em quase que todos as
análises perceberemos que numa situação grave como é a de uma adolescente a espera de um
bebê, todos os envolvidos sofrem devido aos transtornos do inesperado: as adolescentes
grávidas sofrem por que modificam suas formas anatômicas e se vêem impedidas de exercer
determinadas atividades escolares, esportivas, ou outras tantas apropriadas ao seu
desenvolvimento social e econômico, para poder se dedicar à tarefa sublime, porém, difícil de
ser mãe, sofrem os familiares porque oneram suas despesas ou necessitam abrir mão de um
espaço geográfico e emocional para a acolhida do novo membro, sofre a sociedade, pois nem
todos dispõem de uma família que lhe acolha ou que lhe possa agregar valores morais e
éticos. Entre as grávidas atendidas na Clínica Pe. Costa e no Hospital Menino Jesus no ano de
2006, 65 eram adolescentes. Partindo do princípio de que estas meninas freqüentaram ou
freqüentam a escola podemos afirmar com convicção que ou não estão sendo devidamente
orientadas, ou estão evadidas do convívio escolar e familiar. Cabe a sociedade responder por
tal comportamento numa análise dos motivos que levam um indivíduo a não pensar na
responsabilidade que é ter e cuidar de outro, mais ainda, quando este indivíduo é quase uma
criança indefesa a espera de outra, muitas vezes ela própria gerada nas mesmas circunstâncias,
num círculo vicioso que parece não ter fim, posto que, apesar deste estudo ser realizado no
município pequeno como o de Uiraúna - PB há um eco de resposta em muitos outros lugares
do Brasil.

PALAVRAS CHAVES: Adolescente. Gravidez. Criança. Família. Responsabilidade


ABSTRACT

If the man is, as they say the cults, a to be in construction, so much of the cultural point of
view how much of the historical and genealogical point of view, what saying then of an
adolescent? Somebody that lives amid doubts, choices and flavors. In that study, we will send
our glances to the adolescents that are not adolescents, because they jumped that stage of the
life to face the responsibilities that the pregnancy brought them, we will stop in others that
don't know what to do when the subject is pregnancy. Actually, in almost that all the analyses
will notice that in a serious situation as it is the one of an adolescent a baby's wait, all
involved they suffer them due to the upset of the unexpected: why the pregnant adolescents
suffer they modify your anatomical forms and one see impeded of exercising certain activities
school, sporting, or other so many appropriate to your social and economical development, to
dedicate to the sublime task, however, difficult to be mother, they suffer the relatives because
they burden your expenses or they need to give up a geographical and emotional space for the
welcome of the new member, it suffers the society, because nor all have a family that
welcomes him/her or that can join him/her moral and ethical values. Among the pregnant
assisted at Clinic Foot's clinic. Costa and in the Hospital Menino Jesus in the year of 2006, 65
were adolescent. Leaving of the beginning that these girls frequented or they frequent the
school we can affirm with conviction that or they are not being guided properly, or they are
avoided of the school and family conviviality. The society fits to answer stiller for such a
behavior in an analysis of the reasons that you/they take an individual to not to think in the
responsibility that is to have and to take care of other, when this individual is almost a
defenseless child the wait of other, a lot of times her own generated in the same
circumstances, in a vicious circle that seems not to have end, position that, in spite of this
study to be accomplished in the small municipal district as the one of Uiraúna - PB there is an
answer echo in many other places of Brazil.

KEY WORDS: Adolescent. Rregnancy. Child. Family. Responsibility


GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA: UMA PERCEPÇÃO DAS CAUSAS E
CONSEQUENCIAS NA CIDADE DE UIRAÚNA-PB

A idade da mulher está estreitamente relacionada com o risco durante a gravidez. As


grávidas adolescentes, muito jovens, podem ter maior índice de anemia, toxemia, do que as
mulheres com 20 anos ou mais. Também as crianças de mães jovens apresentam maior
incidência de síndrome do desconforto respiratório, baixo peso ao nascer, como também de
desenvolver pré-eclampsia especialmente de mães menores de 15 anos (MANUAL MERCK,
2007). A gravidez na adolescência quando é diagnosticada precocemente e conduzida a um
pré-natal de qualidade, as conseqüências e os fatores de riscos para o binômio mãe-filho, se
reduzem bastante, conduzindo essas adolescentes a até o fim da gestação certa confiança,
segurança e coragem de ter seu filho; cooperando com o profissional que o assiste durante o
parto (REZENDE, 2006). A interrupção desta gravidez cabe apenas ao médico decidi; se
transvaginal ou cesária. O seguimento pós-parto torna-se imperativo, incluindo o
aconselhamento familiar, planejamento psicossocial do casal, educação e tratamento com
contraceptivos, de preferência com a mesmo equipe de saúde que a acompanha desde o pré-
natal.

A gravidez na adolescência é um caso de saúde pública e exige o tratamento não apenas


dos que participaram do ato sexual que levou a gravidez, mas, de todas as famílias envolvidas
(BRASIL, 2007). Ninguém engravida naturalmente sozinho, é preciso à participação de duas
pessoas férteis para que o processo biológico tenha chance de vingar, e, entre o ato sexual e a
descoberta da gravidez há todo um processo falho de pessoas que hipoteticamente, possuem o
poder de evitar (usando preservativos, especialmente a camisinha, largamente veiculada como
proteção não apenas para uma gravidez indesejada, mas também para a prevenção de DST e
AIDS) (BRASIL, 2006).

Segundo o Relatório da UNICEF – FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A


INFÂNCIA (BRASIL, 2007) no Brasil a cada ano, pelo menos 20% das crianças que nascem
são filhas de meninas que ainda não saíram da adolescência. Em geral, são ainda crianças, que
não tem condições financeiras tão pouco, emocionais para assumir a responsabilidade de uma
maternidade no que resulta em conflitos familiares. Quase todas elas desistem de ir à escola.
O INSTIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE – (BRASIL,
2006) mostra que há muita razão na preocupação de alguns setores da sociedade que enxerga
nesses dados um colapso da função familiar e educacional. Na última pesquisa realizada a
instituição concluiu que 11% das adolescentes com renda inferior a um salário mínimo,
entrevistadas entre os anos de 2000 e 2006, já tinham pelo menos um filho. Esses dados
tendem a aumentar quando comparadas as jovens mais ricas com as mais pobres cuja taxa de
fecundidade é visivelmente maior. Entre as grávidas atendidas na Clínica Pe. Costa e no
Hospital Menino Jesus, no ano de 2006, 65 delas tinham entre 15 e 19 anos. Do total das 65
adolescentes, 46 delas declararam endereços que as incluem na lista de moradores dos bairros
periféricos ou da zona rural do Município de Uiraúna, caracterizando assim a origem pobre
dessas adolescentes, no que reforça o evento de que estamos diante de um problema educativo
e social. Educacional posto que mesmo partindo do princípio de que estas meninas
freqüentaram ou freqüentam a escola não estão sendo devidamente orientadas, e, social
porque cabe a família, célula maior da sociedade, responder pelo comportamento dos seus
componentes humanos.

Observa-se nessa pesquisa, a importância do componente familiar na relação direta com


a época em que se inicia a atividade sexual. As adolescentes que iniciaram sua vida sexual
precocemente ou engravidam, são na maioria advindas de famílias cujas mães se
assemelharam a essa situação, moram em condições desfavoráveis, possuem pouca ou
nenhuma escolaridade. Para CORRÊA et all, (2004), os cuidados com a adolescente que
engravida vão além das mazelas sociais, isto porque ao iniciar a atividade sexual o jovem não
está totalmente formado em seu potencial bioreprodutor, assim, quanto mais jovem maiores as
complicações gestacionais e piores os resultados perinatais da adolescente. O que pode
resultar numa gravidez onde as conseqüências de caráter biológico se darão a médio e longo
prazo, tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido (REZENDE, 2006). A
adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, emocionais e
comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações da gravidez e
problemas de parto (ALTMANN, 2001). As mudanças físicas ocorrem devido ao aumento da
produção hormonal neste período, o que pode provocar uma alteração das emoções, portanto,
explicando a perda de controle e desequilíbrio psicológico do adolescente (BALLONE,
2003). Já a criança pode nascer prematura ocasionando problemas respiratórios ou
neurológicos, há estudos que apontam também para a incidência de processos alérgicos e
imunidade baixa devido às poucas condições fisiológicas da mãe (BALLONE, 2003). Não
obstante alguns autores considerem a gravidez na adolescência como sendo de alto risco.

Para efeito de definição a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – OMS (BRASIL,


2007), a adolescência é o período que abrange o crescimento dos indivíduos entre os 11 e 19
anos de idade, desprendido por mudanças corporais e fisiológicas procedentes do
amadurecimento físico e psíquico. Em nossa sociedade (patriarcal, machista e pouco
emancipada) aprendemos desde cedo que as pessoas devem estudar, formar-se, arranjar um
emprego e casar-se, depois de casados vem a pressão pelos filhos, netos, etc. É algo
ritualístico que empresta uma certa dose de comando e ordem pré-estabelecida (ALTMANN,
2001). Mas, nem todos os indivíduos nascem dentro dessas normas ou preceitos, muitos se
quer sabem se devem ou não estudar, outros, relutam em crescer, e, há os que ignoram todo e
qualquer tipo de ritual, norma de conduta ou sistematização de comportamento social e fazem
tudo o que não deveria fazer, pelo menos, não naquele momento. É o caso de nosso estudo
onde a análise do perfil sócio-econômico e afetivo-familiar dessas meninas revela a condição
de dependência configurando a classe social em que os adolescentes estão inseridos
(BRASIL, 2007). Nas classes mais favorecidas a adolescência e o próprio ato sexual entre os
jovens, é entendido como um período de descobertas que tutelado por pais, professores ou
psicólogos esses jovens acabam assimilando melhor seus conflitos e suas necessidades de
auto afirmação, podendo dedicar-se mais aos estudos, tornando melhor sua passagem para a
vida adulta. (ALMEIDA, 2005). Não devemos esquecer que a adolescência não é uma
simples adaptação às transformações corporais, mas um importante período no ciclo
existencial da pessoa associado a uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o
grupo.

Evidentemente as modificações biológicas são importantes, mas, o desenvolvimento


psicológico dos adolescentes é extremamente influenciado pelo ambiente sócio-cultural em
que vivem por sofrem influências marcantes que variam conforme a classe social e econômica
a qual pertencem, bem como aos contumes da sua sociedade. (CORRÊA et all, 2004). Desse
modo gravidez na adolescência assume um papel parental biologicamente determinado, assim
como o parto e a amamentação, podendo servir como um dos eventos socializadores da
mulher, posto que estabelece novas relações com as figuras parentais, amigos e familiares
(BRASIL, 2006). A gravidez é um período de vida da mulher, no qual ocorrem profundas
transformações endócrinas, somáticas e psicológicas que repercutem em sua vida
(REZENDE, 2006). Essas mudanças ocorrem da mesma maneira durante a adolescência, o
que de acordo com alguns autores como (BALLONE, 2003; ABRAMOVAY, 2004) entre
outros, favorece o agravamento da crise comum a ambas as fases do desenvolvimento, pois
alegam que gravidez e adolescência são períodos críticos de vida.

O comportamento sexual do adolescente é classificado de acordo com o tempo histórico


em que ele vive e a sociedade a qual ele pertence, pois nela ele espelhará valores e conceitos
que serão usados no futuro em maior ou menor grau de seriedade nos seus relacionamentos.
Hoje é muito comum o ficar espécie de namorico sem compromisso caracterizado pela
volubilidade e pelo total desprendimento dos pares. Há os casais que ficam sem maiores
intimidades – não envolvendo relações sexuais – e há os que se permitem total intimidade,
esses pertencem ao que chamaremos grupo de risco para adquirir uma gravidez, devido a
volubilidade das relações amorosas e a inconstância das relações, revelando assim uma
mudança significativa no comportamento social do jovem de hoje (BRASIL, 2002). As
mudanças na sociedade brasileira diminuiram o valor moral que era dado a virgindade, sendo
que a gravidez, se tornou, então, forma de constituir família, de mudar de status social, uma
vez que a maternidade é valorizada socialmente e vista como elemento formador de
identidade (BRASIL, 2006).

Os estudos sobre a adolescência e sexualidade evidenciam a necessidade de um estudo


mais aprofundado e livre de superstições e crendices, que envolvam de forma lúdica e
sistematizada a família, a escola, as comunidades religiosas, os ambientes prestadores de
assistência à saúde e de formação profissional habilitada e capacitada (ALTMANN, 2001).
Faz-se necessário ainda à implementação de estratégias que permitam aos jovens desse grupo
etário conscientizar-se sobre a importância que envolve a saúde sexual e reprodutiva e
dialogar, sem juízo de valor, sobre suas dúvidas e vivências, o que poderia prevenir e garantir
uma adolescência saudável (BRASIL, 2007). Na puberdade, o interesse sexual coincide com a
vontade de namorar e, segundo ABRAMOVAY, (2004) esse despertar sexual impulsiona os
instintos, juntamente com a necessidade de provar a si mesmo o poder ou fascínio, atração
que exerce sobre o outro, contrariando normas tradicionais da sociedade e conselhos
familiares. Interessa-nos evidenciar segundo estudos, a ênfase de atitudes nas pessoas, se dão,
inegavelmente, estimuladas e condicionadas tanto pela família quanto pela sociedade. E este é
um dos pontos em que se faz necessário compreender o momento histórico que vivenciamos.
A sociedade como um todo, principalmente os pequenos nichos sociais de um
macrouniverso como é o contingente humano do município da pequena cidade de Uiraúna –
PB, tem acompanhado as revoluções que se sucedem a cada década em sua estrutura sócio-
familiar, inclusive aceitando detertminados comportamentos e situações de envolvimento
afetivo que antes não nos era tida como aceitável, para melhor explicar podemos citar como
um dos grandes expoentes para amostragem dessa mudança a facilidade com que se aceitam
pessoas mesmo casadas envolver-se amorosamente e sexualmente com outrem, não
importando o gênero, ou ainda a descoberta da iniciação sexual das meninas e até mesmo de
uma gravidez (BRASIL, 2006). O que antes poderia ser motivo de vergonha – como perder a
virgindade ou engravidar sem estar devidamente amparada pelo casamento – hoje soa, como
forma de poder e dominação (CORRÊA et all, 2004). Usa-se a sexualidade para cortar
caminhos que nem sempre levam a algum tipo de vantagem pessoal, mas que pode servir de
trampolin para possíveis degraus na escalada para o que eles consideram como sucesso – ter
ou dispor de objetos de desejo como: carros, motos, festas, ou ainda ser líder de um grupo
seletivo de jovens o que lhe constitui certo status de poder sobre seus comadados.

Interessante se faz avaliar o conhecimento dessas causas para a ocorrência de uma


gravidez na adolescência, ou seja sob que tipo de privação ou saciação a que estas jovens
estão submetidas, as quais, as levam, em alguns casos, a optar ou mesmo decidir pela
gravidez, realmente a desejando e planejando; e em outros casos, podendo ocorrer em função
da própria alienação ou em função da falta de conhecimento da responsabilidade que envolve
uma gravidez seja em qualquer idade (BRASIL, 2006). Durante essa fase da vida o indivíduo
vive o luto pela perda do corpo infantil, do papel e da sua identidade de criança – quando a
idéia de amparo e acolhimento lhe era mais real – vive-se um luto psicossomático do afeto
dos pais que em virtude das mudanças ocorridas no corpo do filho passa a atribuir-lhe deveres
e responsabilidades que antes não impunha. Não é uma idade feliz. Essas perdas inerentes a
idade, somadas a necessidade de uma restruturação de toda a personalidade, geram uma
angústia que em síntese pode ser considerada a mola propulsora das ações dos adolescentes.
Diante disso, o jovem tende a agir de forma a amortecer esta angústia, fazendo a primeira
coisa que está a mão. Não pensa, não elabora e, frequentemente, não mede consequências
(CORRÊA et all, 2004).

Nesse processo, os riscos da gravidez durante a adolescência são determinados entre


outros fatores, por necessidades psicossociais relacionadas a uma série de fenômenos que se
sucedem numa ordem determinada pela pobreza e por uma educação inexistente. Para esses
jovens sem escola, sem saúde, ou família, a gravidez pode representar a única maneira de
modificarem sua vida, e mais, é, talvez, a única forma que encontram para chamar a atenção
da sociedade, pois nada pode ser mais chocante do que ver uma criança grávida de outra.
Então, para essas meninas o fato de engravidarem significa uma valorização do seu eu, como
pessoa e como mulher, o que para elas é muito importante, pois há toda uma significação de
fertilidade, de gozo, de dor e ao mesmo tempo de prazer, tudo o que ela não teria se ficasse no
anonimato de uma menina boazinha que obedece a ordem dos mais velhos. (BRASIL, 2006).

Os jovens, a grande maioria, se mostram pouco propensos a procurar centros de saúde


seja para adquirir preservativos ou realizar uma consulta de rotina. Sugerir ou exigir do
parceiro o uso do preservativo durante o ato sexual é uma questão cultural de cunho
eminentemente educativo, difícil de ser encontarada mesmo entre os que se dizem adultos.
Notamente, os governantes ou as entidades que prestam serviço de utilidade pública não
oferecem ou veiculam campanhas direcionadas a gravidez na adolescência. O que deveria
ocorrer segundo o MANUAL TÉCNICO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL, 127:
2006), pois nas últimas quatro décadas, houve um acréscimo de 26% na taxa de fecundidade,
entre adolescentes, uma realidade de múltiplas causas que nos revela a deficiência na
implementação de políticas públicas, exigindo movimento de governo e da sociedade para
promover a saúde e o desenvolvimento da juventude.

Desse modo, podemos afirmar que as facilidades de acesso à informação sexual não tem
garantido maior proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e nem contra a gravidez
nas adolescentes (ALTMANN, 2001). Lembra-nos fortemente a mesma dificuldade que as
pessoas preconceituosas têm a respeito da cor, da condição social de outrem ou ainda do
sotaque regional de alunos que se encolhem de vergonha no fundo da sala de aula e não abrem
a boca para pronunciar corretamente as palavras por puro medo de ser ridicularizado. A
adolescência é mesmo uma fase difícil (CORRÊA, 1988). Todos tentam ser sempre melhores,
maiores, mais espertos, mais bonitos, mais fortes ou mais poderosos que alguém. Não se
apreciam do modo que são. Rejeitam por vezes apropria imagem que a eles parecer ser
distorcida como num espelho de grau. Essa insegurança de parecer inferior ao outro, seja em
que categoria for, os leva a não pensar nas conseqüências de seus atos e os tornam
imediatistas, querendo o que não podem, fazendo o que não devem.
De forma prática, são muitas as causas que levam a adolescente a engravidar entre as
mais comuns podemos citar a utilização inadequada de métodos anticoncepcionais devido a
fatores de ordem econômica – algumas meninas não se dão bem com determinados tipos de
pílulas distribuídas nos postos de saúde - outras preferem fazer uso de uma tabelinha que nem
sempre é seguida do modo como deveria ser e tem baixo índice de segurança, outras ainda
preferem nem pensar no assunto pois o ambiente familiar em que vive não permitie esse tipo
de privacidade, enfim, falar sobre sexo nas família ainda é um tabu (BRASIL, 2002).

As adolescentes não acreditam que podem engravidar, se iludem com conversas


folclóricas entre amigas de que coito interrompido, menstruação e chás de ervas populares ou
secretas são formas segura de evitar a gravidez. Como diz ALTMANN (08: 2001), a atividade
sexual do adolescente é, geralmente, eventual, justificando para muitos a falta de uso rotineiro
de anticoncepcionais. A grande maioria deles e delas também não assume diante da família a
sua sexualidade, nem a posse do anticoncepcional, que denuncia uma vida sexual ativa. Como
já nos referimos, os fatores que levam o jovem a não assumir sua sexualidade estão o da
cultura local, sazonal ou regional e a dependência econômica da família, pois ainda estão em
fase de estudo, preparação para um vestibular ou em fase de profissionalização (CORRÊA et
all, 2004).

Uma vez constatada a gravidez, se a família da adolescente for capaz de acolher o novo
fato com harmonia, respeito e colaboração, esta gravidez tem maior probabilidade de ser
levada a frente normalmente e sem grandes transtornos. Porém, havendo rejeição, conflitos
traumáticos de relacionamento, punições atrozes e incompreensão, a adolescente poderá
sentir-se profundamente só nesta experiência difícil e desconhecida, e incorrerá no risco de
procurar abortar, sair de casa, ou ainda, submeter-se a toda sorte de atitudes que, acredita,
resolverão seu problema (ALTMANN, 2001). O bem-estar afetivo da adolescente grávida é
muito importante para si própria, para o desenvolvimento da gravidez e para a vida do bebê.
A adolescente grávida, principalmente a solteira que não se planejou para esse evento, precisa
encarar sua gravidez a partir do valor da vida que nela habita, precisa sentir segurança e apoio
necessários para seu conforto afetivo

Mesmo diante de casamentos ocorridos na adolescência de forma planejada e com


gravidez também planejada, por mais preparado que esteja o casal, a adolescente não deixará
de enfrentar a somatória das mudanças físicas e psíquicas decorrentes da gravidez e da
adolescência (CORRÊA et all, 2004). A gravidez na adolescência é, portanto, um problema
que deve ser levado muito a sério e não deve ser subestimado, assim como o próprio processo
do parto. Este pode ser dificultado por problemas anatômicos e comuns da adolescente, tais
como o tamanho e conformidade da pelve, a elasticidade dos músculos uterinos (REZENDE,
2006). Também os temores, a desinformação e possíveis fantasias da mãe ainda imatura, além
dos importantíssimos elementos psicológicos e afetivos possivelmente presentes desencaderão
seqüelas (CORRÊA, et all. 2001). O início da adolescência é caracterizado por um grande
crescimento somático (estirão puberal), no qual as necessidades nutritivas estão aumentadas,
no caso de coincidência desse período com uma gravidez, haverá um somatório de
requesições nutririvas impossíveis de serem atendidas por uma dieta normal e, em
consequencia haverá prejuízo tanto para o organismo materno quanto para o fetal. No caso da
gestante, poderá surgir, com maior frequência, quadros de anemia e baixa resistencia
imunológica. No caso fetal a ingestão insuficiente de calorias e de proteínas poderá esultar em
retardo de crescimento intra-uterino e prematuridade (CORRÊRA et all, 2004).

Como a família é o grupo social no qual cada elemento pode se expressar com
intimidade e espontaneidade, todo o período gestacional e pós-gestacional implica numa
necessidade de afeição, a falta de afeto ou a não expressão de bons sentimentos geram a
indiferença e a violênicia entre os membros, e, a chegada de um novo membro na família
pode ser visto tanto como uma nova fonte de amor como, quanto como um obstáculo ao
exercício de atividades desta família (CORRÊA, et all, 2001). A adolescente grávida sem
apoio familiar tende a esconder a gravidez, iniciando tardiamente o pré-natal (BRASIL,
2006). A comunicação inadequada promove péssimos resultados entre seus integrantes,
especialmente aos filhos pequenos ou adolescentes. Numa família é de fundamental
importância o bem-estar emocional, todos devem nutrir-se ou comungar-se de situações
afetivas prazerosas: ternura, confiança, respeito, cumplicidade, solidariedade e muito respeito.
Há quem diga que o respeito é a base para todo e qualquer relacionamento, seja ele de
amizade, de trabalho ou de caráter familiar . Dessa maneira, o contexto familiar pode
influenciar grandemente no comportamento dos adolescentes, tomemos por exemplo o
universo de nossas entrevistadas onde observa-se claramente o descontentamento em relação
ao lar ou aos membros que o gestam, padrastos, madrastas, pais, mães, tios e avós, exatamente
nessa ordem. O que para nós significa dizer que ao engravidarem, essas meninas estão
procurando escapar ou fugir de um ambiente inóspito, agressivo, desamoroso, infeliz. Onde
não o reconhecem como seu, sem se darem conta dos muitos outros problemas que terão de
enfrentar para poder cuidar de uma criança (BRASIL, 2006).

As pesquisas sociais ainda apontam a triste realidade de jovens que convivem em um


ambiente familiar punitivo fazendo com que estes deixem seus lares seja de forma individual
ou apressando uma relação matrimonial através da gravidez. Muitos deixam a família para se
aventurar sozinhos tornando-se alvos fáceis ao submundo das drogas do crime e da
prostituição. (BRASIL, 2002). O ambiente coercitivo colabora para que os jovens abandonem
a famílias de forma definitiva, indo embora para os grandes centros urbanos, ou realizando o
desejo de terem seu próprio lar ainda que mais pobre que o anterior, assim a gravidez surge
como uma desculpa para a obtenção de um casamento precoce. Raramente esse tipo de
artifício dá certo, em muitos casos, a falta de dinheiro associada a pouca maturidade levam
esses jovens a separação, provocando um transtorno ainda maior para eles e para os filhos que
eventualmente existirão. Além disso há os desconfortos ou complicações pós-parto que
também tendem a afetar a vida dos adolescentes.

Estudos anteriores sugeriram que as adolescentes no momento que engravidavam,


encontravam-se abaixo da média no desempenho escolar e nos resultados das avaliações antes
da gravidez; atribuem o abandono à escola ou às baixas aspirações educacionais como
variáveis precipitantes da gravidez da adolescente. Assim, o aumento da gravidez nessa fase
da vida, no contexto social vigente deveria ser dedicada à preparação para a idade adulta,
principalmente relacionada aos estudos e a um melhor infresso no mercado de trabalho
(BRASIL, 2006). Permite assim, apontar a gravidez na adolescencia como a perda da
unicidade com o grupo dos iguais, a descontinuidade e mesmo a interrupção de projetos de
vida e riscos materno-fetais (BRASIL, 2006) limitando o processo de escolarização das mães
e interferindo na esctrutura econômica dos homens adolescentes, concomitantemente ao lado
emocional. Assim, a falta de orientação e educação sexual dos sujeitos adolescentes
envolvidos numa gravidez deve ser contemplada com o atendimento humanizado, realizado
durante a ocorrencia do pré-natal, durante o parto e no puerpério, onde todos os agravos
poderaão ser minimizados. É importante ainda a inclusão de medidas de prevenção e de
promoção da saúde em vez da assistencia estritamente biológica e curativa. É importante
também a adolescente conhecer seus direitos durante toda a gestação e durante o trabalho de
parto e no pós-parto (BRASIL, 2006).
O desenvolvimento de programas de prevenção da gravidez na adolescência refletem
uma estrutura social existente, além da hierarquia de valores e do prestígio de uma sociedade.
Estudos mostram que a respeito das aspirações à educação e à profissão, a pessoas de menor
poder aquisitivo tem um olhar sobre a educação como sendo um investimento para resolver os
problemas ligados às condições de vida, sem, contudo deixar de falar das aspirações
profissionais que são estabelecidas em função das reais possibilidades oferecidas pelo
mercado de trabalho (BRASIL, 2002). Na medida em que o nível de aspiração é estabelecido
pelo indivíduo, o seu empenho na atividade que deseja realizar são transferidos por meio da
motivação. MORIN (2002:58), em seus ensinamentos explica: Cada qual contém em si
galáxias de sonhos e de fantasmas, impulsos de desejos e amores insatisfeitos, abismos de
desgraça, imensidões de indiferença gélida, queimações de astro em fogo, acessos de ódio,
desregramentos, lampejos de lucidez, tormentas dementes.

Importante se faz, portanto, discutir como as identidades culturais são produzidas nas
práticas sociais através de um processo de produção da diferença e, mais particularmente,
como podem ser apresentadas/representadas (as identidades e as diferenças) nos materiais
pedagógicos (BRASIL, 2002). Sabemos que todo processo e toda dinâmica de formação de
identidades refere-se à existência de um outro - que não sou eu; que é diferente de mim - o
que torna a identidade e a qualidade do outro, componentes necessariamente inseparáveis.
Assim, a identidade só fará sentido numa cadeia discursiva de diferenças e a diferença cultural
– que a que nos individualiza perante os outros - dependerá de inúmeros processos de
exclusão, de vigilância de fronteiras, de estratégias de divisão que, em última análise, definem
hierarquias, escalas valorativas, sistemas de categorização.

Nesse estudo, a análise do conhecimento de algumas possíveis variáveis concorrentes


para a gravidez na adolescência analisou-se a possibilidade de meninas adolescentes ao
engravidar, devido a não prevenção de uma gravidez. As repetições padrões de
comportamento, a ausência do pai e a privação de informações sobre sexo e gravidez pelos
pais além do desejo do parceiro pela gravidez, a falta de escolarização, a influência dos
meios de comunicação nos adolescentes em geral, influem diretamente no comportamento
sexual de crianças e de adolescentes.
Nesse processo de questionamento do caráter construído das identidades culturais,
torna-se possível pensar sobre as representações do preconceito e da discriminação sexual e
de gênero quando encontram um considerável apoio na incapacidade de se admitir esta
situação na medida em que inúmeras outras possibilidades da vida sexual humana, bem como
as diversas transgressões de fronteiras de gênero, são usadas para justificar a intolerância e a
intransigência humanas. O sexo na adolescência é utilizado como forma de contenção às
angústias, como meio de se obter uma aceitação num determinado tipo de grupo, como forma
de suprir carências afetivas, como instrumento de auto afirmação ou ainda na tentativa de
obter um maior grau de independência (CORRÊA et all, 2004).

Os profissionais da área de saúde, educação, serviço social e infra-estrutura precisam


pensar na construção de uma sociedade responsável que reaja diante do disparate de que
meninos e meninas ainda impúberes aceitem tão facilmente as investidas sexuais de seus
pares. Não que sejamos puritanos ou retrógrados ao ponto de não compreendermos as
necessidades fisiológicas de cada indivíduo e entre elas a sexualidade está mais do que
inserida, a sexualidade é uma necessidade premente. O que se questiona são as formas cada
vez mais precoces com que essas meninas engravidam. Nossa sociedade não educa
sexualmente seus indivíduos, estamos há anos luz de civilizações ditas pré-industriais -
como ainda é o caso de muitos grupos indígenas do Brasil– onde meninos e meninas iniciam
sua vida sexual cedo, mas, devidamente preparados para tal acontecimento.

Dentro dos costumes tradicionais conhecidos estão os dos ritos de passagem que se dá
por volta dos nove anos de idade entre os nativos não totalmente inseridos nos costumes
ocidentais. Meninos e as meninas são preparados para ensinamentos repassados pelos mais
velhos, são conselhos, dietas, superstições, que lhes servirão para toda a existência para
andar na mata sem fazer barulho, escolher os melhores lugares para nadar, pescar, etc.
(ALMEIDA, 2005). Nessas sociedades, quando a puberdade se principia tantos os meninos
quanto às meninas são preparados para as mudanças que estão ocorrendo com o seu corpo,
assim os ritos de passagem se estabelecem: furam a orelha, recebem responsabilidades
dentro do grupo, raspam o corpo, recolhem-se por semanas para os ensinamentos mais
íntimos – como ser boa mãe e boa esposa, como se cuidar durante o período da
menstruação, entre outros assuntos (ALMEIDA, 2005).

Nesse ambiente, as transformações do corpo e da forma de viver e de se relacionar com


os demais membros do grupo são definidas em cada um dos rituais realizados periodicamente
dentro da tribo, e toda a comunidade participa desses eventos (ALMEIDA, 2005). Por se
tratar de núcleos populacionais relativamente pequenos as situações de despreparo são
sanadas de forma pacífica tanto que o ato sexual em si não ocorre às escondidas nem tão
pouco como válvula de escape para uma carência maternal/paternal afetiva, existe sim, como
já foi dito, vários ritos de passagem em que o menino e a menina se preparam para crescer
tanto física como emocionalmente, e tudo ocorre dentro de uma grande família onde todos se
reconhecem como iguais e não há as vicissitudes do mundo moderno como as que enfrentam
nossos jovens. É como uma celebração, um acontecimento único onde o “aprovado” ganha o
direito de participar do mundo adulto. Em nossos núcleos sociais, especialmente os mais
carentes, não temos muito a comemorar, a transição para a vida adulta tornou-se um processo
longo e penoso devido aos entraves próprios da nossa civilização (CORRÊA et all, 2004).
Nossos jovens têm sido “reprovados” em muitos rituais, outros nem se quer se dão conta da
existência destes. A distancia entre ricos e pobres aumentou tanto nos últimos anos que a
mobilidade social está cada vez mais distante. Numa pesquisa recente, o PENAD - IBGE
constatou que 97% das crianças que nascem pobres, continuam pobres por toda a vida
(BRASIL, 2007). E entenda-se por pobreza, não apenas a falta de alimento ou de vestuário
básico, mas, a ausência de políticas publicas eficazes que quebrem o círculo vicioso que se
estabeleceu em nossa sociedade, o que inclui mais horas de estudos a essas crianças, sistema
sanitário com distribuição de água tratada e canalização de esgotos, além da inclusão
social/digital de acordo as novas demandas globais.

Esse discurso pode parecer repetitivo, inglório ou piegas aos olhos dos que se
acostumaram em ver e fazer de conta que o problema de nossas meninas e meninos com
infância perdida seja o motivo da violência em nossa sociedade e das notas vergonhosas dos
exames de avaliação nacionais realizados no último semestre, onde se constatou a inaptidão
de quase todos os alunos da rede pública do Ensino Fundamental para a resolução de questões
básicas de Português e Matemática (FNDE/BRASIL, 2007). O que comemorar diante de um
quadro desses? Os nossos ritos de passagem foram esquecidos em alguma gaveta do
fenômeno midiático da globalização, nossos valores familiares, éticos e humanísticos
ausentaram-se pela própria falta de herança e de sistematização à multiplicidade sexual e de
gênero em nossa cultura. Nesse contexto, a escola possui importância fundamental na
educação das crianças e dos adolescentes, pois normalmente, serve como uma continuação ou
complementação da educação recebida no âmbito familiar, possibilitando conhecimentos não
só acadêmicos, como também orientações quanto ao próprio desenvolvimento da cidadania no
jovem (BRASIL, 2002). É fundamental que tanto a família quanto a escola assumam a
responsabilidade de formar e informar às jovens para que consolidem uma visão positiva da
própria sexualidade e tornem-se capazes para tomadas de decisões maduras e responsáveis.

Este artigo buscou ressaltar a importância de se conhecer melhor os aspectos sobre a


gravidez na adolescência analisando as variáveis e os fatores que promovem esse fenômeno
dentro da nossa esfera social. Procurou-se também observar a função da família e a
formulação de políticas públicas na forma de como ela tem sido trabalhada junto aos jovens
adolescentes. Nele conclui-se que o conhecimento da composição e organização dos arranjos
familiares como sendo de extrema importância para a formulação de uma sociedade
acolhedora, ritualizada em suas passagens de vida além de organizada em suas políticas
públicas. Concluímos também que as relações entre membros da família podem ter
implicações que sejam relevantes no sistema de normalização dos núcleos familiares,
definindo e impondo direitos sociais, éticos, morais na instrução do poder e dos deveres de
cada criança, adolescente ou jovem.

Outro dado importante na relação família e adolescentes grávidas é o número de


famílias chefiadas por mulheres vem aumentando especialmente nos núcleos sociais mais
pobres do país e das regiões. Nessas famílias as mulheres assumem múltiplas
responsabilidades e vêem-se sujeitas às pressões econômicas que afetam negativamente o
bem-estar dos membros. Segundo relato do IBGE, (BRASIL, 2006). A principal contribuição
para o incremento da chefia feminina é o aumento das famílias monoparentais e unipessoais
de mulheres jovens ou idosas. A pobreza extrema, especialmente nas zonas urbanas, afeta
predominantemente esses tipos de família.

Quando considerada dentro do contexto cultural, a família deve ser vista como uma
entidade na qual, seus membros possuem alguns interesses comuns especialmente o de
proteção ao outro em ações que vão desde a não aceitação do trabalho ou da exploração
infantil, a luta pela escolaridade e ascensão social. Geralmente nos referimos nas políticas
sociais à saúde posto que deva ser esse o principal tesouro de um ser humano, mas DELORS
(2005), em suas perspectivas para o século XXI propõe que a saúde deve ser uma
conseqüência da qualidade de vida dos indivíduos que por sua vez só é atingida, graças ao
bom desempenho educativo do país ou da região onde mora. Assim, saúde e educação são
sinônimos de qualidade de vida e esta por conseguinte é uma extensão do bom gerenciamento
do poder público em suas políticas voltadas para as ações familiares, sejam elas de caráter
educativo, preventivo ou assistencial. Não nos reportaremos aqui a analisar tais caracteres, o
que interessa de fato são ações concretas que visem à modificação do atual quadro de penúria
em que vivem muitos dos nossos jovens. Recomenda-se, pois, de acordo com as propostas
sociais para um mundo melhor, (DELORS, 2005): a promoção da igualdade de gêneros, a
harmonia, a estabilidade e o bem-estar das famílias, uma legislação voltada para a família na
qual seja incorporada mecanismos de prevenção que impeça a violência, a discriminação e a
exploração dos membros, com estaque para a segurança das mulheres além de uma
distribuição eqüitativa dos serviços de saúde, em especial os da saúde reprodutiva, materno-
infantil, atenção primária às criança, é preciso também promover a paternidade responsável,
promover a educação sexual e o planejamento familiar, controlar as doenças sexualmente
transmissíveis, reduzir a incidência do aborto e a gravidez na adolescência, no que permitira
melhores índices de desenvolvimento social e econômico em toda a nossa sociedade.
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