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EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Grandes debates mundiais sobre o meio ambiente

1ª Conferência de Estocolmo
 A temática ambiental passou a integrar a agenda política internacional
 Início da constitucionalização do Direito Ambiental em diversos países
 Criação do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP)

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE


 RESULTADO: Relatório “Nosso Futuro Comum” ou Relatório de Brundland
 Criou-se o conceito de Desenvolvimento Sustentável
2ª Conferência no Rio em 1992
 Rio 92 ou ECO 92
 Consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável, proposto pelo
Relatório Nosso Futuro Comum
 Discussões sobre as dimensões da sustentabilidade
 AGENDA 21 – Essa agenda é um programa de proteção ambiental para o
século XXI, composta por 40 capítulos, conciliando métodos de proteção
ambiental, justiça social e eficiência econômica
 Protocolo de Kyoto: destinado a redução da emissão de gases

3ª Conferência em Johannesburg - RIO +10


 Teve como finalidade analisar os resultados alcançados e indicar o caminho a
ser seguido
 Grande enfoque no desenvolvimento sustentável, havendo a integração das
três dimensões da sustentabilidade
 Reafirmou metas para os 10 anos seguintes que foram denominados
OBJETIVOS DO MILÊNIO
OBJETIVOS DO MILÊNIO

4ª Conferência Convenção no
Rio de Janeiro - Rio+20
 OBJETIVO: reforçar o compromisso político dos Estados em relação ao
desenvolvimento sustentável, identificando os progressos, assim como
desafios emergentes ainda não trabalhados
 PROPOSTAS: criar um novo organismo na ONU específico para a área
ambiental; dar ao PNUMA (Programa das Nações Unidas Para o Meio
Ambiente) um novo status, igualando-o a organismos como a OMC
(Organização Mundial do Comércio)
COP- 21 - Paris– 2015
 Pela primeira vez envolve quase todos os países do mundo (195) em um
esforço para reduzir as emissões de carbono e conter os efeitos do
aquecimento global
 Busca de um futuro de baixas emissões de carbono, resiliente e sustentável
 O objetivo de longo prazo do acordo é limitar o aumento da temperatura a
1,5ºC
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
Princípio da prevenção
Prevenção Precaução

É aplicado nos casos em que os impactos Diz respeito à ausência de certezas


ambientais já são conhecidos. Trabalha com a científicas. É aplicado nos casos em que o
certeza da ocorrência do dano. conhecimento científico não pode oferecer
respostas conclusivas sobre a inocuidade de
determinados procedimentos.

OBJETIVO da prevenção: Antecipar aos processos de degradação ambiental,


mediante adoção de políticas de proteção dos recursos naturais
No ordenamento jurídico brasileiro o reflexo mais evidente é o ESTUDO PRÉVIO DE
IMPACTO AMBIENTAL (Lei 6.938/81 – art. 225, IV da CRFB)

Instrumentos deste princípio: licenciamento ambiental, consciência ambiental


(através da educação ambiental, licenças, sanções administrativas, fiscalização e
autorizações (administração pública)
Princípio da precaução
Prevenção Precaução

É aplicado nos casos em que os impactos Diz respeito à ausência de certezas


ambientais já são conhecidos. Trabalha com a científicas. É aplicado nos casos em que o
certeza da ocorrência do dano. conhecimento científico não pode oferecer
respostas conclusivas sobre a inocuidade de
determinados procedimentos.
Princípio do poluidor pagador
Instrumento econômico que exige de o poluidor suportar as despesas de prevenção,
reparação e repressão dos danos ambientais por ele causados
Caráter preventivo: fixação de tarifas ou preços e/ ou da exigência de investimento
na prevenção
Caráter repressivo: indenização residual ou integral do dano causado

Princípio do usuário pagador


A aplicação desse princípio visa racionalizar o uso, evitar o desperdício e
proporcionar benefícios a toda coletividade
 O uso dos recursos naturais pode ser a título gratuito ou oneroso
 EX: A cobrança pelo uso de recurso hídricos, previsto no art. 10 Lei 9.433/97
(Lei de Recursos Hídricos)

Poluidor-Pagador Usuário-Pagador

O poluidor deve arcar com os custos Estabelece que todos aqueles que se
sociais da degradação causada por sua atividade utilizarem de recursos naturais devem pagar por
impactante. sua utilização, mesmo que não haja poluição.

No poluidor pagador existe,


necessariamente, uma poluição!

Princípio da solidariedade
Acesso aos recursos naturais, inclusive as futuras gerações
 Também chamado de Princípio da Equidade Intergeracional
Princípio da informação
Segundo esse princípio, o Poder Público deve propiciar à sociedade o pleno acesso
às informações relativas às políticas públicas sobre meio ambiente, bem como sobre
a existência de atividades potencialmente nocivas ao bem-estar das comunidades
Princípio da participação
No plano constitucional, pode-se apontar a presença do princípio da participação no
campo da proteção ambiental no caput do artigo 225, da Constituição Federal, que
alude ao dever da coletividade de defender e preservar o meio ambiente
Princípio ao direito do desenvolvimento sustentável
Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende as necessidades das gerações
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras na satisfação de
suas próprias necessidades. Esse princípio visa compatibilizar crescimento
econômico, equilíbrio ambiental e justiça social
Princípio da integração e da cooperação entre povos

Princípio da proibição do retrocesso ambiental


O princípio do não retrocesso ambiental, que encontra fundamento da Declaração
do Rio quando prescreve a conservação, proteção e restauração da saúde e da
integridade do meio ambiente, prevê que as normas ambientais não devem ser
flexibilizadas, sob pena de comprometer as conquistas até então alcançadas pela
legislação ambiental
Princípio da função socioambiental da propriedade
Constituição impõe ao proprietário o dever de exercer o seu direito de propriedade
em conformidade com a preservação do meio ambiente
 A função social da propriedade urbana é satisfeita mediante o atendimento
das exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano
diretor (CF, artigo 182, §2)
 A propriedade rural cumpre sua função social quando preenche
simultaneamente, consoante critérios e graus de exigência definidos em lei
ordinária, os requisitos elencados nos incisos do artigo 186, CF
Princípio da intervenção estatal compulsória
Dever do poder público de defender o meio ambiente, e também se impõe ao Estado
o dever de não flexibilizar os mecanismos de proteção e, principalmente, de não agir
de forma a pôr em risco o meio ambiente, como, por exemplo, licenciando
indevidamente uma atividade degradante

Outros princípios ambientais


Princípio do Direito ao Meio Ambiente Equilibrado;
Princípio do Direito à Sadia Qualidade de Vida;
Princípio da Reparação => Princípio da correção prioritariamente na fonte;
Princípio da Integração
Princípio do Mínimo Existencial Ecológico;
Princípio da Responsabilidade Comum, mas diferenciada;
Esse é o princípio da responsabilidade, que é diferenciada, pois aqueles que mais
emitem gases poluentes (China e Estados Unidos) têm a responsabilidade de adotar
políticas públicas ainda mais rigorosas que as dos demais países
Princípio da Ubiquidade (Fiorillo) → Epicentro dos Direitos Humanos →
Norteará a atuação dos 03 poderes;
Princípio do Protetor-Receptor ou Recebedor => Ex: Bolsa-floresta. Bolsa-
Verde
O artigo 41 do novo Código Florestal brasileiro previu o programa de apoio e
incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente, com a possibilidade de
pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não,
às atividades de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços
ambientais
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Abrange de toda a natureza original e artificial, bem como os bens culturais
correlatos compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas
naturais, o patrimônio histórico artístico, turística, paisagístico e arqueológico

 Conceito estrito: Restringe o conceito de ambiente aos sistemas naturais:


água, ar, solo, fauna e flora
 Conceito amplo: Considera que o ambiente está formado além dos sistemas
naturais, por realidades sociais ou culturais, que formam o entorno da vida do
homem
Classificação do meio ambiente
Em sentido amplo: o meio ambiente é gênero que abarca o meio ambiente natural,
cultural e artificial

Meio ambiente natural


Constituído de água, solo, ar atmosférico, flora e fauna
Meio ambiente cultural
Constituído pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico e turístico
Meio ambiente artificial
Constituído pelo espaço urbano construído, consistente no conjunto de edificações
(Público e privado), diretamente relacionado com o ambiente urbano
Meio ambiente do trabalho
Local onde as pessoas desempenham as suas atividades laborais, cujo equilíbrio
está baseado na salubridade do meio, na ausência de agentes que comprometam a
incolumidade físico-psíquica do trabalhador
DIREITO INTERNACIONAL AMBIENTAL
Tratados internacionais que instituam metas de redução e controle da poluição,
sendo este o conteúdo jurídico do Princípio Constitucional da Cooperação entre os
povos

Ecocídio como crime contra humanidade


O Tribunal Penal Internacional decidiu, no final de 2016, reconhecer o ecocídio como
crime contra a humanidade. O termo designa a destruição em larga escala do meio
ambiente

 A ideia de ecocídio existe há 50 anos e foi evocada pela primeira vez quando
os americanos usaram dioxina nas florestas durante a Guerra do Vietnã.
Agora queremos reviver essa ideia que considera que atentar gravemente
contra ciclos vitais para a vida na Terra e ecossistemas deve ser considerado
um crime internacional
Conferências e documentos mundiais atinentes ao Direito Internacional
Ambiental
A CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE –
CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO (1972)
Com esse congraçamento internacional, a ONU instituiu o PNUMA - Programa das
Nações Unidades para o Meio Ambiente, tendo sido aprovada a Declaração de
Estocolmo contendo 26 princípios ambientais
A CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO – CNUMAD (RIO/1992 OU ECO/1992)
Também conhecida como Cúpula da Terra, ocorreu no Rio de Janeiro entre 3 e 14
de junho de 1992, com a presença de representantes de 172 nações, tendo sido a
maior reunião internacional após o fim da Guerra Fria

CITES – CONVENÇÃO SOBRE O COMÉRCIO INTERNACIONAL DAS ESPÉCIES


DA FAUNA E FLORA SELVAGENS EM PERIGO DE EXTINÇÃO
Tratado internacional celebrado em Washington no ano de 1973, com vigência em
1.º.07.1975, ratificado pelo Congresso Nacional brasileiro pelo Decreto legislativo
54/1975 e promulgado pelo Decreto presidencial 76.623/1975
 Este acordo tem por objeto a regulação internacional do comércio de
espécies da fauna e flora selvagens com ameaça de extinção, inclusive
prevendo a expedição de certificados e licenças que, no Brasil, cabe ao
IBAMA
A Convenção sobre Diversidade Biológica (Convenção da Biodiversidade)

Foi subscrita em 05.06.1992 por 156 nações (um dos principais resultados da
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento –
CNUMAD (Rio 92), realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992), ratificada pelo
Congresso Nacional brasileiro pelo Decreto legislativo 2/1994 e promulgada pelo
Decreto presidencial 2.519/1998
PROTOCOLO DE KYOTO À CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS
SOBRE MUDANÇA DO CLIMA
Foi celebrado em Kyoto, no Japão, em 11 de dezembro de 1997, durante a
realização da Terceira Sessão da Conferência das Partes sobre Mudança do Clima
– COP 03, ratificado pelo Congresso Nacional brasileiro pelo Decreto legislativo
144/2002 e promulgado pelo Decreto presidencial 5.445/2005
 Constitui um grande avanço para a redução mundial na emissão de gases
que causam o efeito estufa (CO2, CH4, N2O, HFCS, PFCS, SF6), pois trouxe
metas específicas, em que os maiores emissores mundiais, listados no anexo
I, B, não figurando o Brasil, se comprometeram a reduzir a emissão em pelo
menos 5%, entre 2008 e 2012, nos níveis de 1990, os EUA não é signatário

Tipos de projetos MDL: captura de gás em aterro sanitário, tratamento de dejetos


suínos e reaproveitamento de biogás, geração de energia por fontes renováveis
(biomassa, energia eólica, pequenas e médias hidroelétricas, energia solar),
compostagem de resíduos sólidos urbanos, geração de metano a partir de resíduos
orgânicos (biogasificação), florestamento e reflorestamento em áreas degradadas
21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC (Convenção- Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima)

Acordo histórico: pela primeira vez envolve quase todos os 195 países membro da
UNFCC em um esforço para reduzir as emissões de carbono e conter os efeitos do
aquecimento global
 Valerá a partir de 2020 - ponto central é a obrigação de participação de todas
as nações - e não apenas países ricos - no combate às mudanças climáticas
 O objetivo de longo prazo do acordo é limitar o aumento da temperatura a
1,5ºC
 Os pontos do acordo serão revisados a cada cinco anos
 Financiamento climático - acertou-se que países desenvolvidos irão bancar
US$ 100 bilhões por ano em medidas de combate à mudança do clima e
adaptação em países em desenvolvimento. Eventuais injeções adicionais de
recursos ficaram para 2025
 Apenas alguns elementos do acordo serão legalmente vinculantes, ou seja,
para alguns países o cumprimento será voluntário

ISSO 14.000

Sentindo a necessidade de aferir a responsabilidade ambiental das empresas, a


International Organization for Standardization instituiu a ISO 14.000, uma série de
normas que disciplinam a gestão ambiental que, uma vez observadas, geram a
emissão de certificado

 Para que uma empresa garanta o seu Certificado ISO 14000, ela deve se
comprometer com as leis previstas na legislação ambiental de seu país

SUSTENTABILIDADE
É princípio constitucional de aplicação direta e imediata, tem como objetivo tornar o
ambiente limpo, implica prevenção, precaução e solidariedade intergeracional
Dimensões da sustentabilidade
Dimensão ambiental
Preocupação com o meio ambiente e o direito ambiental
Dimensão social
Redução da pobreza e suas consequências, garantir o princípio constitucional da
dignidade da pessoa humana
Dimensão econômica
Desenvolvimento econômico para melhorar a qualidade de vida, é necessário para
diminuição da pobreza
Sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável
DS: limitação negativa + desenvolvimento “ecológico”
S: aceita mudanças para o planeta durar, porém não preza o desenvolvimento
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
 Processo iniciado em 2013, seguindo mandato emanado da Conferência
Rio+20, os ODS deveriam orientar as políticas nacionais e as atividades de
cooperação internacional nos próximos quinze anos, sucedendo e atualizando
os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)
 Chegou-se a um acordo que contempla 17 Objetivos e 169 metas, como
erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação,
igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e
saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do
clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos
ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e
industrialização, governança, e meios de implementação

ONU – economia verde: fracasso!

Legislação ambiental x justiça ambiental


HISTÓRICO DAS PRINCIPAIS LEIS AMBIENTAIS NO
BRASIL
 A CF/88 foi a primeira CONSTITUIÇÃO VERDE
 A CF/88 em seu artigo 225 diz que o direito ao meio ambiente é um direito
fundamental
 Direito ao meio ambiente = interesses ou diretos difusos e coletivos
 ART. 225 = princípio da solidariedade (quer dizer, preservar = intergeracional
(para outras gerações)
BEM AMBIENTAL
O bem ambiental é autônomo, imaterial e de natureza difusa (bem de uso do povo,
direito de todos)

CARACTERÍSTICAS DO BEM AMBIENTAL

 Em decorrência do caráter imprescritível do direito fundamental ao meio


ambiente ecologicamente equilibrado, a pretensão de reparação do dano
ambiental é perpétua, entendimento referendado pelo STJ

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