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Conheça um pouco mais sobre a

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS


(ABNT)
A ABNT
A ABNT é o Foro Nacional de Normalização por reconhecimento da
sociedade brasileira desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e
confirmado pelo governo federal por meio de diversos instrumentos
legais.

Entidade privada e sem fins lucrativos, a ABNT é membro fundador da


International Organization for Standardization (Organização
Internacional de Normalização - ISO), da Comisión Panamericana de
Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas - Copant)
e da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de
Normalização - AMN). Desde a sua fundação, é também membro da
International Electrotechnical Commission (Comissão Eletrotécnica
Internacional - IEC).

Suas principais atividades são estas: normalização,


certificação/verificação e capacitação

www.abnt.org.br
ABNT NORMALIZAÇÃO
A normalização é o processo de formulação e aplicação de
regras para a solução ou prevenção de problemas, com a
cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a
promoção da economia global. No estabelecimento dessas
regras recorre-se à tecnologia como o instrumento para
estabelecer, de forma objetiva e neutra, as condições que
possibilitem que o produto, projeto, processo, sistema, pessoa,
bem ou serviço atendam às finalidades a que se destinam, sem
se esquecer dos aspectos de segura

A ABNT é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras


(ABNT NBR), elaboradas por seus Comitês Brasileiros
(ABNT/CB), Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS)
e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE).

https://www.abnt.org.br/normalizacao
ABNT CERTIFICAÇÃO
Desde 1950, a ABNT atua na área de certificação ganhando o
respeito e a confiança de grandes e pequenas empresas, nacionais
e estrangeiras, que recebem os mais diversos tipos de certificados.
A ABNT possui atualmente mais de 400 programas de
certificação, nos mais diversos segmentos, sendo o Organismo
Certificador de Produtos (OCP) com o maior escopo de
acreditação junto ao Inmetro.

A sociedade identifica na Marca de Conformidade ABNT a garantia


de que está adquirindo produtos e serviços em conformidade,
atendendo aos mais rigorosos critérios de qualidade. A ABNT
Certificadora possui uma atuação marcante nas Américas, Europa
e Ásia, realizando auditorias em mais de 30 países.

https://www.abnt.org.br/certificacao
ABNT VERIFICAÇÃO
ABNT CAPACITAÇÃO
Paralelamente à atividade de elaboração de normas e com o
objetivo de estimular a utilização das normas técnicas e disseminar
os conhecimentos nelas contidos, a ABNT mantém uma área de
Capacitação, com instrutores altamente reconhecidos em suas
áreas de atuação e especialistas em normalização.

Os cursos da ABNT são cuidadosamente estruturados para a


aplicação das versões mais atualizadas das normas técnicas e o
material oferecido ao participante inclui o documento normativo
relativo ao tema do mesmo. Atualmente são mais de 150 títulos,
agrupados em 32 temas, ministrados por mestres, doutores e
especialistas.

Os cursos para aprimoramento, desenvolvimento profissional e


capacitação em documentos normativos são oferecidos também
na modalidade “in company”, proporcionando economia para a
empresa e treinamento uniforme para a equipe.
ABNT ASSOCIADO
• Assinatura do Sistema Digital Multiusuário – ABNTColeção. Possibilita o acesso a cerca de 250 mil documentos normativos dos principais
organismos de normalização do mundo, totalmente on line.

• Cortesia de Cursos de Capacitação de 8, 12 ou 16 horas, conforme a disponibilidade na grade de cursos oferecidos pela ABNT. Há
carência de 180 dias e a contribuição deve estar quitada.

• Visualização de Normas Nacionais (ABNT NBR e AMN). A visualização é de 45 minutos para normas ABNT e 15 minutos para normas de
outras entidades. Só é permitido visualizar cada norma uma única vez por ano.

• Participação nas reuniões da International Organization for Standardization (ISO).

• Oportunidade de divulgar a toda a sociedade que é um Associado ABNT, utilizando o logotipo de "ABNT Associado".

• Exposição da sua logomarca no Portal ABNT.

• Direito de votar e de ser eleito para a superintendência de Comitês Brasileiros e para os Conselhos Deliberativo e Fiscal da ABNT.

• Participação no processo de normalização ao lado de grandes organizações.

• Desconto na aquisição de Normas, por meio do ABNTCatalogo.

associados02@abnt.org.br
Prática Recomendada ABNT PR 2030
Ambiental, Social e Governança (ESG)
Conceitos, diretrizes e modelo de avaliação e direcionamento para organizações
Primeira edição. Dezembro de 2022

ABNT PR 2030 – A jornada ESG

Instrutor(a): Bruno Basso


Formação acadêmica
• Graduado em Direito (UFSC);
• Pós-Graduado em Compliance e Gestão de Riscos (Anhaguera), Master in Business Administration em Gestão e
Bussines Law (FGV) e Mestrado em Direito Constitucional e Processual Tributário (PUC/SP);
• Conselheiro de Administração certificado (IBGC);
• Certificação Profissional em Compliance Anticorrupção (LEC)
• Certificação Expert in Compliance (ARC);
• Certificação em Lead Implementer e Internal Auditor da ISO 37001 (Sistema de Gestão Antissuborno) e da ISO
37301 (Sistema de Gestão de Compliance);
• Certificação em Sistema de Gestão de Riscos da ISO 31000 (ABNT) e Gestão de Riscos Corporativos (IBGC);
• Certificação em Normas e Padrões GRI para o Relato de Sustentabilidade (BRIDGE3);
• Certificação em Conceitos, diretrizes e modelo de avaliação e direcionamento para organizações – ABNT PR
2030:2022 (ABNT);
• Certificação em ESG na Prática: Proteção e Geração de Valor (IBGC)
• Certificação em Lead Implementer e Internal Auditor da ISO 27701 e ISO 27701 (Sistema de Gestão da
Privacidade e Informação) (ABNT);
• Certificação Internacional em Information Privacy Professional/Europe (CIPP/E) (IAPP).

Experiência profissional
• Sócio-Fundador da GEP Compliance (Consultoria Empresarial em Proteção de Dados Pessoais, Integridade
Empresarial, Compliance, Gestão de Riscos, Governança Corporativa e ESG);
• Procurador de carreira do Munícipio de Florianópolis;
• Coordenador do Capítulo SC do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC);
• Coordenador do Núcleo de Governança, Risco e Compliance (IBDCNI);
• Professor no curso de ABNT PR 2030 - A Jornada ESG (ABNT);
• Professor no curso de Formação de Lead Implementer para a Gestão da Privacidade da Informação – ISO
Bruno
Bruno Basso
Basso 27701 (ABNT);
• Membro da Comissão de Estudo Especial de Governança de Organizações (ABNT/CEE-309), da Comissão de
Estudo de Segurança da Informação, Segurança Cibernética e Proteção da Privacidade (ABNT/CE-021) e da
International Association of Privacy Professionals (IAPP).
Apresentações dos Alunos
• Os alunos podem criar um grupo de whatsapp para facilitar a
interação, troca de informações e apresentações.

• Quem tiver interesse em participar do grupo de whatsapp pode


compartilhar, voluntariamente, seu telefone no chat, para tal
finalidade.

• Como sugestão, após a criação do grupo de whatsapp, cada


aluno que ingressar pode falar seu nome, de onde está falando,
empresa que atua e principais habilidades
Encontro 1
1. Orientações Preliminares
2. Escopo da ABNT PR 2030
3. Documentos normativos orientadores
4. Termos e definições
5. Contextualização de sustentabilidade e ESG
6. A Jornada ESG
7. Passos para incorporar o ESG na organização (Passos 1, 2 e 3)
1 - Orientações Preliminares
• É importante lembrar de que os Documentos Técnicos ABNT não substituem
Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo
precedência sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

• E mais...não confunda a PR com NBR!

• A Prática Recomendada (ABNT/PR) é um documento normativo que difere de


uma Norma Brasileira e não substitui as normas ou legislações vigentes,
oferecendo orientações aos usuários.

• O processo de elaboração da PR é simplificado e mais rápido do que o das


normas técnicas.

• Não há, portanto, como a organização buscar a “certificação” de uma PR, nos
moldes do que acontece com uma NBR ou de uma ISO, mas apenas uma
“declaração” de conformidade. É que não há um sistema de gestão, com
base nos pilares do High Level Structure (HLS) (conjunto de 10 cláusulas
que todos os padrões do sistema de gerenciamento ISO devem usar).

• Atenção: Independentemente de certificação ou verificação, ESG é uma


jornada e não uma linha de chegada!
1 - Orientações Preliminares
Programa de Verificação ESG avalia se sua empresa
caminha para um modelo mais sustentável de
gestão!

A adoção de práticas sociais, ambientais e de


governança entrou para a agenda estratégica de
empresas de diferentes setores e passou a dominar
a pauta do ambiente corporativo.

Portanto, se sua organização tem investido em ESG


e necessita comunicar o estágio de maturidade
obtido, a ABNT pode ajudar você nessa
empreitada, com o Programa de Verificação ESG.

É a ABNT promovendo novos processos baseados


em normas e práticas recomendadas, sempre em
consonância com as demandas da sociedade.
Programa ABNT de Verificação - ESG
Procedimento Específico PE-487
• Este Procedimento Específico estabelece o processo para a verificação
da maturidade dos critérios ESG implementados na organização.

• Para a obtenção da Declaração de Conformidade, a organização deve


atingir um patamar mínimo no seu estágio de maturidade, conforme
detalhado abaixo:

a) Atingir, no mínimo, o nível E3 em todos os critérios aplicáveis;

b) Atingir, pelo menos, um nível E4, em, no mínimo, um critério


em cada eixo.

• Caso não obtenha o estabelecido no item acima, a organização deve


elaborar uma Alegação de Compromisso ESG, apresentando um Plano
de Ação para o atendimento do patamar mínimo (E3) e/ou do
patamar mínimo (E4) para, no mínimo, um critério de cada eixo.

• Neste caso, a ABNT emitirá uma Declaração de Compromisso e fará o


acompanhamento periódico do cumprimento do Plano de Ação.
Procedimento Específico PE-487
Procedimento Específico PE-487
Procedimento Específico PE-487
Procedimento Específico PE-487
Procedimento Específico PE-487
Procedimento Específico PE-487
Procedimento Específico PE-487
1 - Orientações Preliminares

https://www.abntonline.com.br/sustentabilidade//Noticia?id=279
2 – Escopo da ABNT PR 2030
• A ABNT PR 2030 foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Environmental, Social and Governance (ESG) (ABNT/CEE-
256). A inspiração do nome “PR 2030” veio da “Agenda 2030”.

• Esta Prática Recomendada é aplicável a todos os tipos de organizações, compreendendo empresas privadas ou públicas,
entidades governamentais e organizações sem fins lucrativos, independentemente do seu porte e do setor de atividade.

• Este é o escopo da ABNT PR 2030:

 Esta Prática Recomendada alinha os principais conceitos e princípios ESG, orientando os passos necessários para
incorporá-los na organização, bem como propõe critérios Ambientais, Sociais e de Governança que servem como ponto
de partida para as organizações identificarem os possíveis temas ESG materiais ao seu negócio.

 O Documento estabelece, ainda, um modelo de avaliação e direcionamento, composto por uma escala de cinco níveis
evolutivos, permitindo que a organização identifique seu estágio de maturidade em relação a um determinado critério
ambiental, social ou de governança, e que estabeleça metas de evolução.

• A grande vantagem da ABNT PR 2030, portanto, é proporcionar um direcionamento inicial para a organização que está
começando a jornada ESG!

• Não se trata, assim, de compará-la ao GRI, SASB ou a outras metodologias e/ou indicadores de sustentabilidade consagrados no
mercado, mas apenas de utilizá-la como uma importante ferramenta de avaliação e de boas práticas ESG.
3 - Documentos Orientativos
Eixo da Governança

• ABNT NBR ISO 9001, Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos


• ABNT NBR ISO 31000, Gestão de riscos – Diretrizes
• ABNT NBR ISO 37000, Governança de organizações – Orientações
• ABNT NBR ISO 37001, Sistemas de gestão antissuborno – Requisitos com orientações para uso
• ABNT NBR ISO 37301, Sistemas de gestão de compliance – Requisitos com orientações para uso
• ABNT NBR ISO/IEC 27001, Segurança da informação, segurança cibernética e proteção à privacidade – Sistemas de gestão da segurança da
informação – Requisitos
• ABNT NBR ISO 27701, Técnicas de segurança – Extensão da ABNT NBR ISO/IEC 27001 e ABNT NBR ISO/IEC 27002 para gestão da
privacidade da informação – Requisitos e diretrizes

Eixo Ambiental

• ABNT NBR ISO 14001, Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso
• ABNT NBR ISO 50001, Sistemas de gestão da energia – Requisitos com orientações para uso

Eixo Social

• ABNT NBR ISO 26000, Diretrizes sobre responsabilidade social


• ABNT NBR 16001, Responsabilidade social – Sistema de gestão – Requisitos
• ISO 45001, Sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional - Requisitos com orientação para uso

NOTA Uma lista com outros documentos orientadores destacados por eixo (ambiental, social e de governança) é apresentada no Anexo A.
4 - Termos e Definições Essenciais
• 3.7 | compliance: termo do inglês que se refere à observância ou conformidade de requisitos que uma organização mandatoriamente tem que cumprir, como
também os que uma organização voluntariamente escolhe cumprir;

• 3.11 | due diligence: processo pelo qual as organizações, de forma proativa, identificam, avaliam, previnem, mitigam e explicam o modo como abordam seus
impactos adversos reais e potenciais como parte integrante da tomada de decisões e da gestão de riscos;

• 3.16 | governança de organizações: sistema de características humanas pelo qual uma organização é dirigida, supervisionada e responsabilizada pelo alcance do seu
objetivo definido;

• 3.18 | impacto da organização: mudança positiva ou negativa na sociedade, economia ou no meio ambiente, total ou parcialmente resultante das decisões e
atividades passadas e presentes da organização;

• 3.21 | negócios de impacto: empreendimentos que têm a intenção clara de endereçar um problema socioambiental por meio de sua atividade principal (seja seu
produto/serviço e/ou sua forma de operação), que atuam de acordo com a lógica de mercado, com um modelo de negócio que busca retornos financeiros, e que se
comprometem a medir o impacto que geram. NOTA Os negócios de impacto se caracterizam pelos seguintes aspectos : — solução de impacto é a atividade principal
do negócio; — compromisso com o monitoramento do impacto gerado; — intencionalidade de resolução de um problema social e/ou ambiental; — busca de retorno
financeiro, operando pela lógica de mercado.

• 3.23 | obrigações de compliance: requisitos que uma organização mandatoriamente tem que cumprir, como também os que uma organização voluntariamente
escolhe cumprir.

• 3.28 | responsabilidade social: responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um
comportamento ético e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e bem-estar da sociedade; leve em consideração as
expectativas das Partes interessadas; esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com as normas internacionais de comportamento e esteja
integrado em toda a organização e seja praticado em suas relações.

• 3.29 | risco: efeito da incerteza nos objetivos.


4 - Termos e Definições Essenciais
• 3.9 | desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das
futuras gerações de suprir suas próprias necessidades.

• 3.31 | sustentabilidade: estado do sistema global, incluindo os aspectos ambientais, sociais e econômicos, no qual as necessidades do
presente são atendidas sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. Nota 1 de
entrada: Os aspectos ambientais, sociais e econômicos interagem, são interdependentes e são muitas vezes referidos como as três
dimensões da sustentabilidade. Nota 2 de entrada: Sustentabilidade é o objetivo do desenvolvimento sustentável.

• 3.14 | ESG: conjunto de critérios ambientais, sociais e de governança, a serem considerados, na avaliação de riscos, oportunidades e
respectivos impactos, com objetivo de nortear atividades, negócios e investimentos sustentáveis. “ESG (Environmental, Social and
Governance) diz respeito, basicamente, a práticas empresariais responsáveis relacionadas a aspectos ambientais, sociais e de
governança. O foco está na sustentabilidade corporativa como um todo e não apenas em algumas partes da organização”. Bruno Basso

• 3.22 | objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS): apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o
clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.

• 3.20 | materialidade (no contexto ESG): pertinência de um tópico determinada pela relevância do seu impacto econômico, ambiental,
social, positivo ou negativo, nas avaliações e decisões dos gestores da organização e de suas partes interessadas. NOTA 1 No contexto da
sustentabilidade, materialidade é a base para a empresa identificar as agendas prioritárias para sua atuação, investimentos e gestão de
externalidades, riscos e oportunidades. NOTA 2 A materialidade varia de acordo com o contexto, características do negócio e interesses
dos públicos com os quais a organização se relaciona. [FONTE: Adaptada do GRI e ISE]
5 - Contextualização do ESG
Década de 1970

No início da década de 1970 – após duas décadas de forte crescimento e desenvolvimento social derivados do fim da
Segunda Guerra Mundial –, motivado pelos pensamentos de economistas liberais da chamada “Escola de Chicago”,
notadamente de Milton Friedman, as organizações passaram a ter uma única responsabilidade social: utilizar seus
recursos para atividades que visassem aumentar seus lucros. Prevalecia, assim, o modelo do “shareholder
capitalism” ou “capitalismo dos acionistas”, em que os executivos – empregados dos acionistas – deveriam tão-
somente maximizar lucros aos acionistas. Para a “Escola de Chicago”, portanto, as “responsabilidades sociais” seriam
sempre dos indivíduos, e não das empresas.

Em razão desse modelo econômico desvinculado de qualquer preocupação com a responsabilidade social corporativa,
bem como do crescente número de problemas ambientais, realizou-se em 1972, a primeira Conferência da ONU
sobre o meio ambiente, em Estocolmo, tendo se dado início ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA).

Do ponto de vista social, a grande contribuição do período se deu com o desenvolvimento do modelo conceitual feito
por Archie Carroll, em 1979, no qual se sugeria quatro categorias do ponto de vista de responsabilidade social
empresarial: responsabilidade econômica (ser lucrativa), responsabilidade legal (obedecer às leis), responsabilidade
ética (fazer o certo) e responsabilidade filantrópica (empresa cidadã).
5 - Contextualização do ESG
Década de 1980

A busca pela maximização de riqueza aos acionistas ganhou ainda mais força com o avanço da teoria de
representação (agency theory) de Jensen e Meckling. Por meio dela, passou-se a defender que os custos de
representação (agency costs) derivados pela busca de alinhamento entre os interesses dos acionistas e dos
executivos seriam arcados, em última instância, pelos acionistas, de modo que qualquer lucro, invariavelmente,
deveria ser revertido ao eles.

Em contraposição a esse modelo, surge o modelo da teoria dos stakeholders, formulada por Edward Freeman. Seu
pressuposto básico é de que os gestores devem administrar as companhias com o objetivo de equilibrar os interesses
de todas as partes interessadas. Os três pilares básicos da teoria passam necessariamente pelo alinhamento entre
planejamento estratégico, teoria dos sistemas organizacionais e responsabilidade social empresarial.

Do ponto de vista ambiental, duas importantes iniciativas marcaram o cenário mundial: a aprovação da Carta Mundial
da Natureza pela ONU, em 1982 e a publicação do relatório “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como
Relatório de Bruntdland pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Assembleia Geral da
ONU, em 1987, em que se apresentou um conceito sistematizado de desenvolvimento sustentável, definindo-o como
o processo que “atende as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em
atender suas próprias necessidades.”
5 - Contextualização do ESG
Década de 1990

Em 1992, foi lançado o Relatório Cadbury, que é considerado o primeiro código de boas práticas de governança no mundo. A elaboração do
documento foi motivada por uma série de escândalos empresariais no mercado britânico no início da década de 1990. O relatório apresentou
um conceito de governança, que serve até hoje como referência: “governança corporativa é o sistema pelo qual as companhias são dirigidas
e controladas”. Inovou, ainda, ao propor a utilização da metodologia “pratique ou explique (comply or explain)”, para as práticas de
governança.

Em 1995, ocorreu a criação do Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA), que a partir de 1999 passou a ser intitulado
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), almejando influenciar os protagonistas da nossa sociedade na adoção de práticas
transparentes, responsáveis e equânimes na administração das organizações.

Ainda em 1999, o IBGC lançou seu primeiro Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa e a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) criou as primeiras diretrizes de governança corporativa com escopo global.

Do ponto de vista ambiental, houve a realização da ECO-92, que foi a primeira Conferência das Nações Unidades sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, com foco voltado, principalmente, no desenvolvimento de uma verdadeira estratégia de desenvolvimento sustentável em
nível global. Na conferência, além da aprovação da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, houve a
publicação da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), bem como a consolidação dos princípios da Agenda 21.

É na década de 90, também, que surge o modelo de sustentabilidade corporativa proposto por Elkington, conhecido como Tripple Bottom
Line, em que há 3 (três) pilares básicos: pessoas, planeta e lucro (people, planet and profit – 3P). Segundo Elkington, “o TBL não foi projetado
para ser apenas uma ferramenta de contabilidade. Era para provocar um pensamento mais profundo sobre o capitalismo e seu futuro, mas
muitos dos primeiros a adotar entenderam o conceito como um ato de equilíbrio, adotando uma mentalidade de trade-off”.
5 - Contextualização do ESG
Década de 2000

• Em 2000, o então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, lançou o Pacto Global, que nada mais foi do que uma “chamada para as
empresas alinharem suas estratégias e operações aos Dez Princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e
Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade”. É considerada até hoje a maior
iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil participantes, entre empresas e organizações, distribuídos em 70 redes
locais, que abrangem 160 países.

• Quem integra o Pacto Global também assume a responsabilidade de contribuir para o alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS), que são derivados da Agenda 2030. O Pacto Global não é um instrumento regulatório, um código de conduta obrigatório ou um fórum
para policiar as políticas e práticas gerenciais. É uma iniciativa voluntária que fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e
da cidadania, por meio de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras. A sede do Pacto Global é em Nova York
(www.unglobalcompact.org).

• Direitos Humanos: 1 - As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos internacionalmente; 2 - Assegurar-se de
sua não participação em violações destes direitos.

• Trabalho: 3 - As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva; 4 - A eliminação de
todas as formas de trabalho forçado ou compulsório; 5 - A abolição efetiva do trabalho infantil; 6 - Eliminar a discriminação no emprego.

• Meio Ambiente: 7 - As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais; 8 - Desenvolver iniciativas para promover
maior responsabilidade ambiental; 9 - Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis.

• Anticorrupção: 10 - As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive extorsão e propina.
5 - Contextualização do ESG
Década de 2000 (cont.)

Em 2001, após a constatação de uma série de fraudes relacionadas, especialmente, a “números inflacionados” em demonstrações financeiras de
inúmeras empresas norte-americanas – Eron, WorldCom, Tyco, Dynergy e Xerox – houve a necessidade da busca pela recuperação da confiança dos
investidores, dentre outras medidas, pela aprovação em julho de 2002, da Lei Sabanes-Oxley (SOX). A SOX tinha, assim, como objetivo “proteger os
investidores por meio do aprimoramento da precisão e da confiabilidade das informações divulgadas pelas companhias”. Dentre outros tópicos, a SOX
previu o desenvolvimento de sistemas de controles internos, a necessidade de comitês de auditoria e a responsabilização dos principais executivos
sobre números publicados em demonstrações financeiras.

Em 2001, ocorreu uma grande reformulação da lei das Sociedades Anônimas por meio da Lei 10.303/2001. Em 2002, a Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) lançou as suas Recomendações sobre Governança Corporativa.

Em relação a questões ambientais, destaca-se à realização da Cúpula do Milênio em setembro de 2000, em que foram aprovados pela ONU os “Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio”, os quais, por sua vez, serviram de base para a Agenda 2030. Dentre outro temas, abordou-se pela primeira vez o tema
do “desenvolvimento inclusivo”, com um viés ambiental-social.

Dois importantes documentos publicados em 2004 pela ONU, também indicaram evidências de que a adoção de práticas ESG eram benéficas para a
performance econômica das organizações: o relatório “The Materiality of Social, Environmental and a Corporate Governance Issues to Equity Pricing” e
o relatório “Who Care Wins: connecting Financial Markets to a Changing World”. Este é um trecho de importante destaque do relatório:

As instituições que endossam este relatório estão convencidas de que, em um mundo mais globalizado, interconectado e competitivo, a forma como as questões
ambientais, sociais e de governança corporativa são gerenciadas faz parte da qualidade geral de gestão das empresas, necessária para competir com sucesso.
Empresas que têm melhor desempenho com em relação a essas questões pode aumentar o valor para o acionista, por exemplo, gerindo adequadamente os riscos,
antecipando ações regulatórias ou acessando novos mercados, ao mesmo tempo em que contribuem para o desenvolvimento sustentável das sociedades em que
atuam. Além disso, essas questões podem ter um forte impacto na reputação e marcas, uma parte cada vez mais importante do valor da empresa.
5 - Contextualização do ESG
Década de 2000 (cont)

• Em 2006, as práticas empresariais voltadas ao ESG ganharam ainda mais força, quando a ONU, juntamente com grandes investidores
institucionais, lançou os Princípios para o Investimento Responsável (PRI). O objetivo dos Princípios é compreender as implicações do
investimento sobre temas ambientais, sociais e de governança, além de oferecer suporte para os signatários na integração desses
temas com suas decisões de investimento e propriedade de ativos.

Até pouco tempo atrás, as implicações dos temas de sustentabilidade para os investidores e os mercados financeiros eram muito mal
compreendidas e, em grande parte, ignoradas. Os Princípios para o Investimento Responsável (PRI), com o apoio da ONU, vêm ajudando a
corrigir esta distorção, trazendo maior clareza para a relevância financeira dos temas ambientais, sociais e de governança (ESG), fornecendo um
modelo para que a comunidade mundial de investimento contribua com o desenvolvimento de um sistema financeiro mais estável e sustentável.
Um número cada vez maior de investidores institucionais - de todas as regiões no mundo - está incorporando fatores ESG em suas tomadas de
decisão de investimento e práticas de propriedade de ativos a fim de reduzir riscos, ampliar o retorno financeiro e atender às expectativas de
seus beneficiários e clientes.

• Estes são os seis princípios para o investimento responsável:

1 - Incorporaremos os temas ESG às análises de investimento e aos processos de tomada de decisão;


2 - Seremos pró-ativos e incorporaremos os temas ESG às nossas políticas e práticas de propriedade de ativos;
3 - Buscaremos sempre fazer com que as entidades nas quais investimos divulguem suas ações relacionadas aos temas ESG;
4 - Promoveremos a aceitação e implementação dos Princípios dentro do setor do investimento;
5 - Trabalharemos unidos para ampliar a eficácia na implementação dos Princípios;
6 - Cada um de nós divulgará relatórios sobre atividades e progresso da implementação dos Princípios
5 - Contextualização do ESG
Década de 2010

Em 2011, Michael Porter e Mark Kramer desenvolveram o conceito de “criação de valor compartilhado” das organizações, que envolve a geração de valor econômico de
forma a criar também valor para a sociedade, levando em consideração suas necessidades e desafios.

Em 2015, houve a realização da “Cúpula das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável”, que incorporou os “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio” na
chamada “Agenda 2030”. A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade durante 15 anos (entre 2015 e 2030) e é composta
por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas. De um modo em geral, os objetivos se constroem sobre o legado dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio e concluirão o que estes não conseguiram alcançar, buscando concretizar os direitos humanos de todos e a alcançar a igualdade de gênero
e o empoderamento das mulheres e meninas. Eles são integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a
ambiental. Os ODS (item 3.22) são um “apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os
lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade”.

1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;


2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição, e promover a agricultura sustentável;
3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
4. Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizado ao longo da vida para todos;
5. Alcançar igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;
6. Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água esaneamento para todos;
7. Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e moderna para todos;
8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos;
9. Construir infraestrutura resiliente, promover aindustrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação;
10. Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles;
11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;
12. Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis;
13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos;
14. Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares erecursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;
15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater à desertificação, bem como deter e reverter a degradação
do solo e deter a perda de biodiversidade;
16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos
os níveis;
17. Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
5 - Contextualização do ESG
Década de 2020

Em 2020, a União Europeia publicou a sua Taxonomia de Sustentabilidade, também denominada de “Taxonomia Verde”, em que estabelece as
condições gerais a que uma atividade econômica deve atender para se qualificar como ambientalmente sustentável. A taxonomia de sustentabilidade
da UE é considerada a espinha dorsal do pacote de finanças verdes da Comissão Europeia. O seu objetivo é desenvolver um sistema de classificação
robusto para identificar e catalogar oportunidades de investimento que contribuam de forma significativa para os objetivos ambientais, minimizando
os impactos negativos em toda as áreas, inclusive na social. Outro objetivo da taxonomia é abordar o risco de “lavagem verde” (greenwashing)

Também em 2020, houve a realização do “Fórum Econômico Mundial em Davos”, na Suíça, que teve como tema: “stakeholders por um mundo coeso e
sustentável”. O “Manifesto de Davos 2020”, por sua vez, explorou a temática do “propósito Universal de uma empresa na Quarta Revolução
Industrial”:

O propósito de uma empresa é envolver todos os seus stakeholders na criação de valor compartilhado e sustentado. Ao criar esse valor, uma empresa
atende não apenas seus acionistas, mas todas as partes interessadas – funcionários, clientes, fornecedores, comunidades locais e a sociedade em
geral. A melhor forma de entender e harmonizar os interesses divergentes de todas as partes interessadas é por meio de um compromisso
compartilhado com políticas e decisões que fortaleçam a prosperidade de longo prazo de uma empresa. Uma empresa é mais do que uma unidade
econômica geradora de riqueza. Atende às aspirações humanas e sociais como parte de um sistema social mais amplo. O desempenho deve ser
medido não apenas pelo retorno aos acionistas, mas também pela forma como atinge seus objetivos ambientais, sociais e de boa governança.

Em 2021, houve a realização da “Conferência das Partes (COP 26)”. Em termos simples, a COP26 foi a maior e mais importante conferência sobre o
clima do planeta. Nela, as nações adotaram o Pacto Climático de Glasgow, com o objetivo de transformar a década de 2020 em uma década de ação e
apoio climático. O pacote de decisões consistiu em uma série de itens acordados, incluindo esforços reforçados para mitigação, adaptação e
financiamento climático.
5 - Contextualização do ESG
2022

https://www.economist.com/leaders/2022/07/21/esg-should-be-boiled-down-to- https://forbes.com.br/forbesesg/2022/06/especial-esg-e-destaque-da-edicao-97-da-forbes-
one-simple-measure-emissions brasil/#:~:text=Hoje%20poucas%20trincas%20de%20letras,ambiental%2C%20social%20e%20c
orporativa).
5 - Contextualização do ESG
2022
5 - Contextualização do ESG
2022
5 - Contextualização do ESG
2022

Carta anual do presidente de LarryFink aos investidores

O capitalismo de stakeholders não se trata de política. Não é uma agenda social ou ideológica. Não é "justiça social". É
capitalismo, conduzido por relacionamentos mutuamente benéficos entre você e os funcionários, clientes, fornecedores e
comunidades nos quais sua empresa depende para prosperar. Esse é o poder do capitalismo.

No mundo globalmente interconectado de hoje, uma empresa deve criar valor e ser valorizada por sua gama completa
de stakeholders, a fim de oferecer valor de longo prazo para seus acionistas. É por meio de um capitalismo de stakeholders eficaz
que o capital é alocado de maneira eficiente, as empresas obtêm lucratividade duradoura e o valor é criado e mantido em longo
prazo. Não se engane, a busca justa pelo lucro ainda é o que anima os mercados; e a rentabilidade de longo prazo é a medida
pela qual os mercados determinarão o sucesso da sua empresa no fim das contas.

Colocar o propósito da sua empresa na base de seus relacionamentos com os stakeholders é fundamental para o sucesso no
longo prazo.

Nós nos concentramos em sustentabilidade não porque somos ambientalistas, mas porque somos capitalistas e fiduciários para
nossos clientes. Isso requer a compreensão de como as empresas estão ajustando seus negócios para as grandes mudanças pelas
quais a economia está passando. Como parte desse foco, pedimos às empresas que definam metas de curto, médio e longo prazo
para reduções de emissões de gases do efeito estufa
https://www.blackrock.com/br/2022-larry-fink-ceo-letter
5 - Contextualização do ESG
2023

Carta anual do presidente de LarryFink aos investidores

Pessoas em todo o mundo recorrem à BlackRock para obter informações e orientações exclusivas sobre investimentos, soluções de
investimento abrangentes, histórico de desempenho de investimentos e recursos de investimento e tecnologia de classe mundial. É nosso
dever fornecer aos clientes nossa perspectiva sobre questões que podem afetar os preços dos ativos e ajudá-los a navegar em mercados e
setores em constante evolução. Nosso compromisso com os interesses financeiros de nossos clientes é inabalável, indiviso e sempre
pensado para suas necessidades específicas.

Investir no longo prazo requer uma visão de longo prazo do que afetará os retornos, incluindo demografia, política governamental,
avanços tecnológicos e a transição para uma economia de baixo carbono. No curto prazo, a política monetária e fiscal será o principal
impulsionador dos retornos. No longo prazo, os investidores também precisam considerar como a transição energética, entre outros
fatores, afetará a economia, os preços dos ativos e o desempenho do investimento.

Nossa abordagem para investir na transição é a mesma em nossa plataforma: oferecemos opções aos nossos clientes; buscamos os
melhores retornos ajustados ao risco dentro do mandato que eles nos dão; e sustentamos nosso trabalho com pesquisa, dados e análises.

Mudei a forma como ouço música, mas volto a algumas faixas de novo e de novo. O mesmo é verdade quando se trata de temas que
defendo em nome de nossos clientes. Eu uso minha voz para defender os clientes da BlackRock, para encorajar as pessoas a investir com
uma perspectiva de longo prazo e falar sobre os riscos e oportunidades que os investidores precisam enfrentar. Desde a fundação da
BlackRock, sempre fomos inabaláveis em nosso compromisso de atender nossos clientes e, ao fazer isso, entregamos retornos
extraordinários para nossos acionistas.
https://www.blackrock.com/corporate/investor-relations/larry-fink-annual-chairmans-letter
5 - Contextualização do ESG
2023

https://neofeed.com.br/blog/home/todos-contra-larry-fink-o-ceo-da-blackrock-na-mira-da-polarizacao-em-torno-do-esg/
5 - Contextualização do ESG
2023

https://www.capitalreset.com/em-carta-anual-larry-fink-recua-e-acena-para-petroleiras/
5 - Contextualização do ESG
2023

REGULAMENTO DE EMISSORES (B3) ANEXO B – MEDIDAS ASG

Art. 59 As companhias Listadas deverão atender Art. 1º. Este Anexo estabelece medidas relacionadas a temas
Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa – ASG, que
às medidas, de caráter “pratique ou explique”, devem ser atendidas, no modelo “pratique ou explique”, pelas
relacionadas a temas Ambientais, Sociais e de companhias, listadas na B3, de que trata o Art. 59 do
Governança Corporativa – ASG estabelecidas Regulamento.
no ANEXO B – MEDIDAS ASG, com exceção das
companhias: I. com registro de companhia § 1º. O disposto neste Anexo não prejudica medidas de caráter
aberta na categoria B perante a CVM; II. de ASG previstas em outros normativos da B3.
menor porte, nos termos do artigo 294-B da Lei § 2º. Para fins deste Anexo, o termo ASG contempla, na sua
nº 6.404/1976; III. beneficiárias de recursos dimensão social, critérios de diversidade, inclusão e equidade.
oriundos de incentivos fiscais, nos termos da
Resolução CVM nº 10; e IV. emissoras de BDR Art. 2º. O atendimento no modelo “pratique ou explique”
Patrocinados. deverá ser realizado mediante apresentação de evidências da
adoção, ou de justificativa para eventual não adoção, total ou
parcial, de cada medida, no formulário de referência,
observados os prazos previstos nesse Anexo.
6 – A jornada ESG
3.14 | ESG: conjunto de critérios ambientais, sociais e de governança, a serem considerados, na avaliação de riscos,
oportunidades e respectivos impactos, com objetivo de nortear atividades, negócios e investimentos sustentáveis.
“ESG (Environmental, Social and Governance) diz respeito, basicamente, a práticas empresariais responsáveis relacionadas a
aspectos ambientais, sociais e de governança. O foco está na sustentabilidade corporativa como um todo e não apenas em
algumas partes da organização”. Bruno Basso

As práticas ESG integram, assim, as seguintes questões:

Ambientais: abordam impactos negativos e positivos das organizações no meio ambiente. Consideram mudanças potenciais ou
reais com alterações diretas ou indiretas de ordens física, química e biológica no meio ambiente. São exemplos de impactos
ambientais: poluição atmosférica e das águas, contaminação do solo, perda de biodiversidade, mudanças climáticas, melhoria
na biodiversidade local, captura de carbono e regeneração florestal.

Sociais: abordam o impacto nas instituições e nas relações humanas, o respeito aos diretos humanos fundamentais, e
consideram mudanças potenciais ou reais na comunidade do entorno e trabalhadores (por exemplo, saúde e segurança, cadeia
de suprimentos, diversidade e inclusão);

Governança: incluem a forma como uma organização é governada e toma decisões, considerando as estruturas e os processos
de governança corporativa pelos quais as organizações são dirigidas e controladas (por exemplo, estrutura e diversidade do
conselho, conduta ética, gestão de riscos, divulgação e transparência), incluindo a governança das principais políticas e os
procedimentos ambientais e sociais.
6 – A jornada ESG
As questões ESG (ambientais, sociais e de governança),
embora possam ser consideradas de forma individual,
são elementos interligados e destacam os riscos e as
oportunidades multifacetados para os aspectos sociais,
tecnológicos, políticos, ambientais e econômicos do
negócio, que precisam ser considerados por uma
organização que busca ser sustentável.

A governança tem destaque, no sentido de que é


responsável pelo tom de como os temas e critérios
ambientais e sociais devem ser conduzidos dentro da
estratégia do negócio, bem como estabelece as políticas
e os processos necessários para a consecução da
estratégia.

Os critérios sociais estão interconectados aos ambientais


quando as organizações buscam adotar abordagens mais
amplas sobre sustentabilidade (ver Figura 4).
6 – A jornada ESG
Embora o ponto central do ESG seja a incorporação de aspectos
socioambientais para gerenciar riscos e seus possíveis impactos nos
resultados econômicos, o termo ESG tem sido usado de maneira mais
ampla.

A visão ampliada do ESG permite entender que a sustentabilidade é


fundamental para o sucesso e perenidade dos negócios das
organizações, é fundamental, também, para seus clientes, comunidades
vizinhas, partes interessadas mais amplas e o meio ambiente.

Ela considera ainda, uma nova visão holística onde os negócios estão
inseridos em um cenário econômico que serve à sociedade, onde estão
suas partes interessadas, que por sua vez está inserida dentro dos limites
do meio ambiente (ver Figura 5).

Esta visão holística da sustentabilidade, que integra a ação de negócios


à sociedade e ao meio ambiente em que estão inseridos, é a lógica do
desenvolvimento sustentável. Ela promove um maior alinhamento e
reconhecimento pela sociedade, trazendo ganhos de legitimidade para
a ação organizacional.
6 – A jornada ESG
6 – A jornada ESG
Dentre os benefícios da adoção de práticas ESG, destacam-se os seguintes:

Otimização da gestão dos riscos: No âmbito corporativo, o gerenciamento bem-sucedido dos fatores ESG é um meio eficaz de
otimizar o gerenciamento de riscos e proteger o valor dos ativos da organização. A má gestão dos aspectos ESG pode levar a sérios
custos financeiros e danos à reputação.

Conformidade regulatória e criação de vantagem competitiva: Com um cenário ESG amplo e diversificado, à medida que os riscos
socioambientais se tornam mais bem compreendidos, as estruturas regulatórias vêm se atualizando. As organizações que
incorporam esses componentes em sua estratégia e planos de gerenciamento têm uma vantagem competitiva ao reduzir seus custos
de conformidade.

Refinamento do propósito corporativo: Pensando na geração de valor, as organizações são convidadas a refletir sobre o seu papel
como corporação: Qual é o propósito da organização? Maximizar os lucros para os acionistas (shareholders) ou gerar valor a longo
prazo que beneficie todas as partes interessadas (stakeholders)? A oportunidade que se apresenta atualmente, a partir da
abordagem ESG, é poder aliar ambas as visões, gerando, ao mesmo tempo, um maior nível de desempenho e retorno ao acionista, e
valor às partes interessadas e à sociedade de modo geral. Um propósito corporativo bem definido, com foco na geração de valor a
longo prazo, inspira e direciona a organização, gera mais significado para as pessoas que nela trabalham e identifica a marca,
fortalecendo os vínculos com as partes interessadas.

Criação de valor para as partes interessadas: A criação de valor para as partes interessadas está consolidada em conceitos como
“Capitalismo de Stakeholders” e a Teoria do Valor Compartilhado que apontam para uma nova direção de desenvolvimento
econômico.
6 – A jornada ESG
Os indicadores de práticas ESG funcionam não apenas como um mecanismo efetivo para aferir a implementação desses conceitos, mas também
para evidenciar documentalmente tais práticas. De forma resumida, tais métricas visam a combater situações, que podem, até mesmo, vir a
caracterizar o que denominamos de greenwashing (maquiagem verde” ou “lavagem verde”), ou seja, a criação de uma falsa aparência de
sustentabilidade empresarial.

Do ponto de vista internacional, podemos mencionar alguns indicadores de práticas ESG:

Capitalismo de stakeholders do Fórum Econômico Mundial, que foram elaboradas pelo International Business Council (IBC);

Global Reporting Initiative (GRI), atualmente a mais utilizada no mundo;

Sustainability Accountig Standards Board (SASB);

Climate Disclosoure Standards Board (CDSB);

Task Force on Climate-related Financial Disclosoure (TCFD).

No Brasil, do mesmo modo, há diversos índices que avaliam a efetividade dos pilares do ESG nas organizações, podendo-se mencionar as Resoluções
do Conselho Monetário Nacional n. 4.943/2021, 4.944/2021 e 4.945/2021, as Instruções da Comissão de Valores Mobiliários
n. 480/2009 e 586/2017, o próprio Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3

A própria ABNT PR 2030:2022 também pode ser considerada um excelente indicador de práticas ESG. Lembre-se do seu escopo: estabelecer um
modelo de avaliação e direcionamento, composto por uma escala de cinco níveis evolutivos, permitindo que a organização identifique seu
estágio de maturidade em relação a um determinado critério ambiental, social ou de governança, e que estabeleça metas de evolução.
6 – A jornada ESG
A integração das questões ESG em uma organização deve ser uma definição estratégica e depende de vários fatores, incluindo: estágio de
desenvolvimento, situação atual, apetite cultural por mudança, desenvolvimento tecnológico, visibilidade das questões, tendências de mercado e objetivos.
Os temas ESG pertinentes também variam para cada organização ou nicho de negócio.

Nesta Prática Recomendada, foram selecionados, com base em normas e boas práticas internacionais, os temas e critérios ESG considerados relevantes
para muitas organizações e que podem servir como ponto de partida para identificação de seus temas materiais.

Os temas e critérios ESG foram segmentados conforme a seguinte estrutura:

Eixo: nível mais abrangente composto pelos eixos Ambiental (E), Social (S) e Governança (G);
Tema: subdivisão temática de cada eixo, permitindo o agrupamento de critérios em temas ou famílias com aspectos afins.
Critério: subdivisão dos temas em aspectos específicos para abordagem na organização.

18
6 – A jornada “EESG”
EESG: O novo ESG

Mas, para realmente transformarmos nosso jeito de


fazer negócios, produzir, investir, consumir e nos
comportar, precisamos começar a falar de EESG -
Economic, Environmental, Social e Governance.
Precisamos trazer o “E” do econômico para dentro,
junto, incorporado aos fatores ESG. Ou vice-versa, não
importa. Assim, deixaremos de correr talvez o pior risco
para quem trabalha com sustentabilidade, que é ser
visto como alguém de um mundo paralelo. Algo como
ouvir “enquanto ganhamos dinheiro aqui (o ‘E’ do
Fonte: https://www.plurale.com.br/site/noticias-
detalhes.php?cod=17768&codSecao= economic), vocês cuidam dessas questões aí (a agenda
ESG)”. Sonia Favaretto
6 – A jornada “EESG”
Exercício
1º Exercício
No artigo “Será que ESG realmente importa? Por quê?” da McKinsey, há um resumo das principais críticas ao ESG:

O ESG não é desejável, porque é uma distração Por exemplo, a MSCI, empresa que classifica e avalia práticas de ESG, verificou que, em 2021, quase 60% das
assembleias convocadas para votar sobre questões climáticas foram eventos únicos; menos de uma em cada quatro dessas votações foram programadas para
se repetir nos anos seguintes. Outros críticos julgam que os esforços de ESG são mera “lenga-lenga verde” [greenwashing] ou “conversa fiada sobre propósitos”
[purpose-washing] ou “cantilena progressista” [woke-washing]. Uma pesquisa da Edelman constatou que quase três em cada quatro investidores institucionais
não acreditam que as empresas cumprirão seus compromissos declarados de sustentabilidade, ESG ou diversidade, equidade e inclusão (DEI).

O ESG não é viável porque é intrinsecamente difícil demais A quem um gestor deve direcionar os recursos incrementais provenientes do ESG? Aos clientes,
mediante preços mais baixos? Aos funcionários, mediante aumento de benefícios ou do salário? Aos fornecedores? A projetos ambientais, possivelmente por
meio de um imposto interno sobre emissões de carbono? A melhor escolha nem sempre é clara. E mesmo que a escolha ideal existisse, nada garante que uma
empresa receberia autoridade clara de seus acionistas para fazê-la.

O ESG não é mensurável, ou medi-lo é impraticável Por exemplo, enquanto as pontuações de crédito da S&P e da Moody’s mantêm uma correlação de 99%,
os ratings e pontuações de ESG divulgados pelas seis empresas mais conceituadas que atuam nessa área têm correlação média de apenas 54% (variando de
38% a 71%). Além disso, organizações como a Global Reporting Initiative (GRI) e o Sustainability Accounting Standards Board (SASB) podem medir os mesmos
fenômenos de modo diferente; por exemplo, a GRI avalia o treinamento de funcionários, em parte, segundo os valores investidos no treinamento, enquanto o
SASB avalia pelo número de horas de treinamento. É de se esperar, portanto, que diferentes provedores de ratings e pontuações – cada um adotando análises
e ponderações próprias – forneçam pontuações divergentes. Não só isso, como os grandes investidores costumam utilizar metodologias proprietárias baseadas
em uma variedade de insumos (incluindo pontuações ESG), que eles foram aprimorando ao longo dos anos.

Mesmo quando o ESG pode ser medido, não há uma relação significativa com o desempenho financeiro Vários estudos questionam a existência de uma relação
causal entre o desempenho do ESG e o desempenho financeiro. Ainda que, de acordo com um metaestudo recente, a maioria dos fundos de investimento
focados em ESG obtenha resultados superiores aos do mercado em geral, isso não vale para todos – e mesmo o desempenho superior de algumas empresas e
fundos pode ter uma explicação alternativa. (Por exemplo, empresas de tecnologia com baixa intensidade de ativos tendem a estar entre as líderes de mercado
em termos de ratings de ESG, visto que têm uma pegada de carbono relativamente pequena e, portanto, tendem a obter pontuações de ESG mais altas.) O
diretor de um estudo recente proclamou, sem meias palavras: “Não existe ESG alfa [isto é, com desempenho superior à média do mercado].”
https://www.mckinsey.com/featured-insights/destaques/sera-que-esg-realmente-importa-por-que/pt
1º Exercício
Em agosto de 2022, KENNETH P. PUCKER e ANDREW KING publicaram um artigo na Harvard Business Review
entitulado “ESG Investing Isn´t Designed to Save The Planet” – em tradução livre “O investimento em ESG não
foi projetado para salvar o planeta”.

Já passou da hora de enfrentarmos uma dura verdade: apesar de um aumento histórico de popularidade, o
investimento em ESG (ambiental, social e de governança) não enfrentará os desafios ambientais e sociais
urgentes de nossa geração. De acordo com a Bloomberg, “As classificações [ESG] não medem o impacto de
uma empresa na Terra e na sociedade. Na verdade, eles avaliam o contrário: o impacto potencial do mundo na
empresa e em seus acionistas”. Os materiais de marketing dos fundos ESG geralmente fazem declarações
elevadas sobre aspirações sociais ou ambientais, mas as letras miúdas revelam que o objetivo real é garantir
os lucros dos acionistas Os problemas com o investimento em ESG vão muito além do hype. Reconhecer e
esclarecer todas as deficiências do investimento ESG ajudará a direcionar para buscas mais produtivas e
urgentes. Em resumo, ESG:

• Confunde os investidores;
• Não gera impacto significativo de E ou S;
• Ainda não provou que oferece melhores retornos;
• Custa mais;
• Perpetua a fantasia da ação voluntária baseada no mercado;
• Sua aplicação incorreta está levando à reação negativa https://hbr.org/2022/08/esg-investing-isnt-designed-to-save-the-planet
1º Exercício

• Vocês concordam com alguma das críticas apresentadas?


Com quais delas e por que?

• Como vocês rebateriam as críticas apresentadas?

• Vocês poderiam nos trazer algumas notícias, artigos etc que


rebatam as críticas apresentadas?

• O que devemos fazer para demonstrar o retorno dos


investimentos em práticas ESG?
Prática PR 2030
7 – Passos para incorporar o ESG na organização
Na incorporação de temas ESG, assim como em outros temas do universo corporativo, abordar a questão como um processo, em fases, torna
eficiente e auxilia no alcance de resultados concretos. Esta subseção identifica as fases que podem ser observadas pelas organizações que
desejem ingressar na Jornada ESG.

Esta jornada é individual e única para cada organização e este documento sugere sete passos para incorporar o ESG dentro da estratégia e
modelo de gestão da organização, desde conhecimento sobre o tema, consolidação em uma nova visão de negócio e intenção estratégica,
até a entrega de valor, de uma forma mais ampla para a sociedade (Ver Figura 6).
Passos 1, 2 e 3
7 – Passos para incorporar o ESG na organização
5.2.1 Passo 1 – Conhecer. O primeiro passo de qualquer jornada é conhecer o caminho, para não se perder nos desvios, e ter segurança para realizar
escolhas de correção de rota, se necessárias, no âmbito da organização e da sociedade.

5.2.2 Passo 2 – Ter intenção estratégica. A estratégia organizacional é o conjunto de visão, propósitos e diretrizes, que servem como eixo-mestre, ao
alinhar recursos, decisões e ações, para que as organizações atinjam seus objetivos e metas. A organização que deseja ingressar na Jornada ESG deve
trazer intencionalmente para a estratégia organizacional as questões ESG aplicáveis à sua atividade. Neste processo, convém que a organização
considere os seguintes direcionadores:

• A decisão e o compromisso devem vir de cima. Esta decisão deve ser definida e priorizada pela alta direção da organização, sejam em micros,
pequenas ou médias organizações, através de seus sócios proprietários, ou em organizações maiores que possuem conselhos de administração e
outras estruturas de governança mais complexas, contando com o comprometimento das lideranças ao longo de toda a jornada ESG.

• Ambição por uma mudança transformadora. O desejo, ou melhor, a ambição por uma mudança transformadora para a sociedade e o meio
ambiente, através da qual seja possível mudar, o status quo do negócio como fazemos hoje (business as usual), para um novo modelo de operação,
é um dos pontos de partida para avançar na jornada ESG. Essa jornada, que envolve questões multidisciplinares, depende diretamente do
engajamento de todos nessa ambição, assim, é essencial o fortalecimento da cultura organizacional pois é através dela que é colocado em prática o
propósito da organização.

• Propósito inspirador. Ao incorporar critérios ESG à gestão organizacional, abre-se a oportunidade de se rever o propósito da organização,
possibilitando sua transformação inovadora, com o foco na ampliação dos resultados tanto no curto como no longo prazo, e a geração de valor para
todos, tanto para os acionistas (shareholders) quanto para as demais partes interessadas.

• Diretrizes estratégicas. Quando a intenção pela estratégia ESG se concretiza, é premente integralizar à cultura corporativa novos valores de conduta,
materializados em planos de ações que produzirão resultados ambientais e sociais, além do financeiro. Assim, cabe à Alta Direção estabelecer
formalmente tais diretrizes estratégicas e disponibilizar os processos, recursos e mecanismos adequados para que se possa colocar o discurso em
prática.
7 – Passos para incorporar o ESG na organização
5.2.3 Passo 3 – Diagnosticar

Na Seção 7, estão propostos critérios ambientais, sociais e de governança que servem como ponto de partida para as
organizações identificarem os possíveis temas ESG materiais ao seu negócio.

A organização deve iniciar o diagnóstico com o levantamento de suas práticas de sustentabilidade, identificando o nível de
estruturação, os recursos disponibilizados, os processos aplicados e os resultados obtidos até então. Isto servirá como
embasamento para identificar seu grau de maturidade no modelo de avaliação e direcionamento proposto na Seção 6.

Com este mapeamento, a organização pode identificar seus pontos fracos, que precisam ser adequados, e também seus
pontos fortes, que servem como impulsionadores para a sua Jornada ESG. Esta jornada é contínua, evolutiva e específica,
construída no contexto de cada organização, independentemente do seu porte e do seu segmento de atuação, levando-se em
consideração os aspectos internos e externos de cada realidade cultural, social e geográfica.

Anexo B da PR 2030 - Como referência, é apresentada a seguir, de forma adaptada, a base da metodologia GRI (2021) que
envolve quatro etapas para a determinação dos temas materiais:

• Entender o contexto da organização;


• Identificar impactos reais e potenciais;
• Avaliar a significância dos impactos;
• Priorizar os impactos.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização

Fonte: GRI 3- Temas Materiais 2021


7 – Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 3 – Diagnosticar – PR 2030 / Etapa 1 - Compreenda o contexto da organização – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas Materiais 2021)

Contexto Interno

• Qual é o propósito, a visão, a missão os valores, o modelo de negócios e as estratégias da organização?


• Quais são os tipos de atividades que a organização realiza (ex.: vendas, marketing, fabricação, distribuição)?
• Quais são os tipos de produtos e serviços que oferece e os mercados que atende?
• Onde a organização desenvolve essas atividades (localização geográfica)?
• Quais são as características do setor que a organização atua (ex.: se eles envolvem trabalho informal, se são intensivos em mão de obra ou recursos)?
• Quais são o número de empregados da organização?
• Quais são as características da relação contratual dos empregados (ex: trabalhadores contratados por agência de trabalho temporário, terceirizados,
autônomos, voluntários)
• Qual é a estrutura organizacional da organização (ex: hierarquia interna e principais competências de conselhos, diretorias, departamentos ou setores
• Quais são os principais certificações (ex: ISO 37001, ISO 37301), selos (ex: Pró-ética) ou Pactos (ex: Pacto Global da ONU) que a organização aderiu?
• Quais são as principais obrigações legais e regulamentos do setor, que a organização deve cumprir?
• De um modo em geral, quais são as práticas ESG atualmente existentes na organização?
• De um modo em geral, quais são os desafios econômicos, ambientais, de direitos humanos e outros referentes à sociedade em nível local, regional e global
relacionados aos setores da organização e à localização geográfica das suas atividades e relações de negócios (ex.: mudanças climáticas, ausência de
aplicação da lei, pobreza, conflitos políticos, estresse hídrico)?

Relações de Negócio

• Quais são os principais parceiros de negócios da organização, empresas em sua cadeia de valor, bem como quaisquer outras organizações diretamente
relacionadas a suas operações, produtos ou serviços?
• Quais são os tipos de atividades realizadas pelos seus principais parceiros de negócios?
• Quais são os tipos de relações de negócios que a sua organização tem (ex.: joint ventures, fornecedores, franqueados)?
• Qual é a natureza das relações com os principais parceiros de negócios (ex.: se são baseadas em contratos de longo ou curto prazo, se são baseadas em um
projeto ou evento específico)?
7 – Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 3 – Diagnosticar – PR 2030 / Etapa 1 - Compreenda o contexto da organização – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas Materiais 2021)

Stakeholders

Recomenda-se que a organização identifique quem são seus stakeholders em todas as suas atividades e relações de negócios e se engaje com eles
para ajudar a identificar seus impactos.

O grau do impacto nos stakeholders poderá ser o parâmetro para o grau de engajamento. Recomenda-se que a organização priorize os
stakeholders mais severamente afetados ou potencialmente afetados para o engajamento. Quando a consulta direta não for possível, recomenda-
se que a organização considere alternativas razoáveis, tais como consultar especialistas independentes confiáveis, tais como instituições nacionais
de direitos humanos, defensores de direitos humanos e do meio ambiente, sindicatos, bem como outros membros da sociedade civil.

Recomenda-se que a organização prepare uma lista completa de indivíduos e grupos cujos interesses são afetados ou poderiam ser afetados pelas
atividades da organização. Categorias comuns de stakeholders das organizações são parceiros de negócios, organizações da sociedade civil,
consumidores, clientes, empregados e outros trabalhadores, governos, comunidades locais, organizações não governamentais, acionistas e outros
investidores, fornecedores, sindicatos e grupos vulneráveis. A organização pode ainda distinguir entre indivíduos e grupos cujos direitos humanos
são afetados ou poderiam ser afetados e indivíduos e grupos com outros interesses.

Ao identificar seus stakeholders, recomenda-se que a organização garanta a identificação de quaisquer indivíduos ou grupos com quem não tenha
uma relação direta (ex.: trabalhadores da cadeia de fornecedores ou comunidades locais que residam a certa distância das operações da
organização), bem como aqueles que não conseguem expressar suas opiniões (ex.: futuras gerações) mas cujos interesses são afetados ou
poderiam ser afetados pelas atividades da organização.

Listas diferentes de stakeholders podem ser elaboradas por atividade, projeto, produto ou serviço, ou outra classificação que seja relevante para a
organização.
7 – Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 3 – Diagnosticar – PR 2030 / Etapa 1 - Compreenda o contexto da organização – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas Materiais 2021)

Stakeholders

Recomenda-se que a organização busque compreender as preocupações dos seus stakeholders, consultando-os diretamente de modo a levar em conta
o idioma e outras possíveis barreiras (ex.: diferenças culturais, desequilíbrios de gênero e de poder, divisões dentro da comunidade). A identificação e
remoção de possíveis barreiras é necessária para garantir que o engajamento dos stakeholders seja eficaz.

O engajamento com grupos em situação de risco ou grupos vulneráveis poderá precisar de abordagens específicas e atenção especial. Tais
abordagens incluem a remoção de barreiras sociais que limitam a participação de mulheres em espaços públicos e a remoção de barreiras físicas que
restringem a participação de comunidades remotas em reuniões.

Recomenda-se que a organização respeite os direitos humanos de todos os stakeholders e de outros indivíduos com os quais se engaja (ex.: seus direitos
à privacidade, à liberdade de expressão e à reunião e manifestação pacífica) e recomenda-se que ela os proteja contra represálias (ou seja, não
retaliação por manifestar reclamações ou preocupações).

O amplo engajamento com stakeholders poderá não ser possível em casos que envolvam muitos stakeholders ou em casos que envolvam impactos
que resultem em dano coletivo. Por exemplo, poderá não ser possível um amplo engajamento em caso de corrupção, que cause dano coletivo à
população da jurisdição em que ocorra, ou de emissões de gases de efeito estufa (GEE), que contribuam para dano coletivo transfronteiriço. Nesses
casos, a organização poderá se engajar com representantes confiáveis dos stakeholders ou com organizações intermediárias (ex.: organizações não
governamentais, sindicatos).

Isso também é relevante em casos em que o engajamento com indivíduos possa comprometer certos direitos ou interesses coletivos. Por exemplo, ao
considerar a decisão de reestruturar ou fechar uma fábrica, poderá ser importante para a organização se engajar com sindicatos para mitigar os
impactos da decisão no número de postos de trabalho. Nesse caso específico, o engajamento com trabalhadores individuais poderia comprometer o
direito dos trabalhadores de estabelecer sindicatos ou se associar a eles e negociar coletivamente.
Estudo de Caso
Estudo de Caso
• Grupo 1 – WEG

• Grupo 2 – Engie

• Grupo 3 – Gerdau

 Com base nos referidos relatórios de sustentabilidade, responda às perguntas do passo 3 da PR


2030 (diagnosticar/entender o contexto da organização). Há algo que poderia ter sido
acrescentado no relatório com base nas perguntas do passo 3 da PR 2030? Quais são os pontos
fracos da organização em relação a práticas ESG que precisam ser melhorados? Quais são os
pontos fortes da organização em relação a práticas ESG, que servem como impulsionadores para
a sua Jornada ESG?

 Em relação aos stakeholders, qual foi a metodologia utilizada para a sua identificação? Houve
algum critério explícito? Quais deles foram mapeados e por que? Há algum que poderia ter sido
acrescentado e não o foi? De que forma o modelo de negócio da organização afeta os
stakeholders?
Prática Recomendada ABNT PR 2030
Ambiental, Social e Governança (ESG)
Conceitos, diretrizes e modelo de avaliação e direcionamento para organizações
Primeira edição. Dezembro de 2022

ABNT PR 2030 – A jornada ESG

Instrutor(a): Bruno Basso


Encontro 2 – Eixo de Governança
1. Tema Governança Corporativa
2. Tema Conduta Empresarial
3. Tema Práticas de controle e gestão
4. Tema Transparência na gestão
5. Documentos normativos orientadores
6. Mapeamento dos ODS
7. Passos para incorporar o ESG na organização (Passo 4)
1 - Eixo de Governança
Temas e Critérios
Este eixo se refere à estrutura organizacional, formada
por suas políticas, procedimentos, controles e práticas
utilizadas para sua gestão, destinados a alcançar os
objetivos estratégicos da organização, que contemple
além do cumprimento de leis e normas, o
direcionamento da tomada de decisões,
harmonizando os interesses das partes interessadas
gerando valor de forma sustentável.

O objetivo deste eixo é estabelecer formas para


resolver conflitos de interesse, controlar e reduzir
riscos, e garantir a responsabilidade, transparência e
integridade da organização, auxiliando a incorporação
destes conceitos na estratégia da organização.

Este eixo possui 4 (quatro) temas e 13 (treze) critérios.


7.3 – Eixo de
Governança
7.3.1 - Tema
Governança Corporativa
7.3.1 – Tema Governança Corporativa
Conceito
Governança corporativa é um sistema formado por princípios, regras, estruturas e processos pelo qual as organizações são
dirigidas e monitoradas, com vistas à geração de valor sustentável para a organização, para seus sócios e para a sociedade em
geral. Esse sistema baliza a atuação dos agentes de governança e demais indivíduos de uma organização na busca pelo equilíbrio
entre os interesses de todas as partes, contribuindo positivamente para a sociedade e para o meio ambiente. Fonte: Código de
melhores do IBGC. 6ª edição.

Boa governança significa que a tomada de decisões dentro da organização é baseada no ethos, cultura, normas, práticas,
comportamentos, estruturas e processos da organização. A boa governança cria e mantém uma organização com um propósito
claro que entrega valor de longo prazo consistente com as expectativas de seus stakeholders relevantes. A implementação da
boa governança é baseada em liderança, valores e uma estrutura de mecanismos, processos e estruturas adequados ao contexto
interno e externo da organização. Fonte: ISO 37000:2021 - Governança das organizações — Orientação.

Governança não é o mesmo que gestão. Enquanto a governança é a função direcionadora, a gestão é a função realizadora. A
governança envolve as atividades de avaliar o ambiente, os cenários, as alternativas, e os resultados atuais e os almejados, a fim
de direcionar a preparação e a coordenação de políticas e de planos, alinhando as funções organizacionais às necessidades das
partes interessadas e monitorar os resultados, o desempenho e o cumprimento de políticas e planos, confrontando-os com
as metas estabelecidas. Já as atividades básicas de gestão são planejar as operações, com base nas prioridades e os objetivos
estabelecidos; executar os planos, com vistas a gerar resultados de políticas e serviços; e controlar o desempenho, lidando
adequadamente com os riscos. Fonte: Dez passos para a boa governança - Tribunal de Contas da União.
7.3.1 – Tema Governança Corporativa
Conceito
7.3.1 – Tema Governança
Conceito

Fonte: referencial básico de governança do TCU


7.3.1 – Tema Governança
Conceito

Princípio Primário de Governança: Propósito

Princípios Fundacionais de Governança: Geração de valor;


Estratégia, Supervisão e Responsabilidade

Permitindo Princípios de Governança: Engajamento de


Partes interessadas; Liderança; Dados e Decisões;
Governança de risco; Responsabilidade Social; Viabilidade e
performance em todo o tempo

Resultados de Governança: performance efetiva,


comportamento ético e administração responsável

Fonte: ISO 37000:2021 - Governança das organizações — Orientação


7.3.1 – Tema Governança
7.3.1.1 – Critério “Estrutura e Composição da Governança Corporativa”

A estrutura e a composição da governança corporativa disciplinam


a organização e o seu funcionamento, considerando o conjunto
ordenado de responsabilidades, autoridades e vinculações
hierárquicas e funcionais atribuídas às instâncias de governança e
gestão.

Na estrutura, são especificados deveres e responsabilidades para as


diferentes partes interessadas, como, por exemplo, conselheiros,
diretores, comitês e sócios. Também é por meio da estrutura que
são explicitados os procedimentos e as regras para a tomada de
decisões em uma organização.

Uma estrutura e composição da governança corporativa adequadas


são fundamentais para possibilitar o gerenciamento dos impactos
(minimização ou potencialização) econômicos, ambientais e sociais
na organização, assegurando, assim, a integração da
sustentabilidade na estratégia e nas operações da organização.

Fonte: Código de melhores práticas do IBGC. 6ª ed.


7.3.1 – Tema Governança
7.3.1.1 – Critério “Estrutura e Composição da Governança Corporativa”
A Lei de Sociedade Anônima (LSA) impôs os seguintes deveres aos administradores:

• atuar com respeito à finalidade de suas atribuições e sem desvio de poder, exercendo
suas atribuições para lograr os fins e no interesse da sociedade;
• atuar com diligência e lealdade;
• abster-se de intervir nas situações em que se encontre em posição de conflito de
interesses, comunicando o fato ao órgão competente da sociedade;
• manter sigilo das informações relevantes não divulgadas ao mercado; e
• para companhias de capital aberto, atender ao dever de informar.

Lembre-se de que a atuação dos administradores deve ser voltada para atingir os fins e no
interesse da sociedade, satisfeitas as exigências do bem público e da função social da
empresa, que, por sua vez, está relacionada aos seguintes aspectos:

• Relacionamento e condições de trabalho e humanas dos empregados e seus


dependentes, levando em conta questões relativas à diversidade e inclusão;
• Respeito aos consumidores, tanto com relação a preço quanto qualidade dos produtos
ou serviços ofertados;
• Interesse dos concorrentes, coibindo práticas abusivas de concorrência desleal,
espionagem industrial;
• Preocupação, preservação e recuperação do meio ambiente.
7.3.1 – Tema Governança
7.3.1.1 – Critério “Estrutura e Composição da Governança Corporativa”
O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência
que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.

O que é razoavelmente esperado de uma pessoa em posição e situação similares? Como já decidiu a
CVM, “a conduta de um conselheiro será comparada com aquela que seria razoavelmente
esperada de uma pessoa responsável ao desempenhar as mesmas funções”, de modo que, “se a
conduta do conselheiro ficar aquém deste padrão objetivamente estabelecido, então, ele terá
violado seu dever fiduciário”.

O administrador deve destinar tempo suficiente ao exercício da função de administrador. Assim, o


conselheiro, por exemplo, não deve participar de conselhos de administração de muitas
sociedades.

As decisões devem ser tomadas de maneira informada, refletida e desinteressada.

O administrador deve agir, inquirir e avaliar, com profundidade, as alternativas possíveis e


pertinentes para as demandas da sociedade.

Os administradores agregam experiências e especialidades à organização. A diversidade de


argumentos (riscos e méritos das alternativas diante da sociedade) proporciona mais qualidade e
segurança às decisões dos administradores.
7.3.1 – Tema Governança Corporativa
7.3.1.1 - Critério “Estrutura e Composição da Governança Corporativa”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• Como está disposta a estrutura e a composição dos órgãos de governança corporativa da organização?
• A organização possui contrato social, estatuto social e acordo de acionistas ou acordo de sócios quotistas, formalizando as relações entre as partes
envolvidas, com cláusula de administração estabelecendo poderes e limites de ação?
• O estatuto ou contrato social, contemplando mecanismos para o tratamento de situações de conflito de interesses nas assembleias ou em reuniões de
sócios?
• O estatuto ou contrato social estabelece e disponibiliza, desde a primeira convocação, as regras de votação entre acionistas ou sócios quotistas, de forma
clara, objetiva e de acordo com o propósito de facilitar a votação, inclusive por procuração ou outros canais?
• O estatuto ou contrato social disponibiliza, para a sociedade e para qualquer um dos sócios o registro de todos os acionistas ou sócios quotistas, com a
indicação das respectivas quantidades de ações ou quotas e demais valores mobiliários?
• O estatuto ou contrato social define as atribuições e formas de contratação da diretoria, os limites de alçadas e delegação de autoridade, destinação dos
resultados?
• A organização adota práticas recomendadas por instituições reconhecidas (por exemplo, normas internacionais, normas brasileiras e diretrizes e
orientações do IBGC etc.) no processo de gestão da organização, estabelecendo, quando aplicável, objetivos e metas mensuráveis, bem como indicadores
para controle?
• A organização formaliza regulamentos, caso existam comissões, comitês e conselhos estabelecidos, para a tomada de decisões em tópicos ambientais,
sociais e de governança?
• A organização elabora documentos organizacionais que estabeleçam um conjunto formal de alçadas de decisão, com a descrição do que é de competência
dos diretores, da diretoria como colegiado ou do conselho de administração?
• A organização descreve o processo utilizado pela maior instância do órgão de governança para a delegação de responsabilidade e/ou autoridade sobre
tópicos econômicos, ambientais e sociais para altos executivos e outros trabalhadores?
• A organização formaliza e descreve os papéis desempenhados pela maior instância do órgão de governança e pelos altos executivos para desenvolvimento,
aprovação e atualização do propósito, declaração de missão, visão e valores, e das estratégias, políticas e metas relacionadas a tópicos ambientais, sociais,
de governança e, quando aplicável, econômicos.
7.3.1 – Tema Governança Corporativa
7.3.1.1 - Critério “Estrutura e Composição da Governança Corporativa”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização formaliza e descreve o processo e a frequência em que são relatadas, para o mais alto órgão de governança, as informações sobre a
gestão dos impactos da organização sobre economia, meio ambiente e pessoas?
• A organização realiza reuniões periódicas entre os acionistas ou sócios quotistas para divulgação interna dos atos de gestão relevantes ou para o
estabelecimento de questões estratégicas?
• A organização realiza reuniões periódicas para avaliação do desempenho dos objetivos ESG e para a proposição de medidas e ações de melhoria
contínua?
• A organização dissemina a cultura organizacional, reforçando seus valores, princípios e compliance, que devem ser desdobrados em políticas,
diretrizes, práticas e procedimentos formais, devendo, ainda, ser estabelecidas formas de monitoramento, comprovando-se, permanentemente, se
as suas decisões, ações e impactos estão alinhados com as linhas-mestras da cultura organizacional?
• A organização formalizar os processos de nomeação e seleção para o mais alto órgão de governança e/ou comitês, apresentando a descrição dos
critérios usados para nomear e selecionar o mais alto órgão de governança e/ou os membros de comitês, como experiência no mercado, tempo de
atuação, formação e reputação?
• A organização compõe o mais alto órgão de governança (por exemplo, conselho, Alta Direção, comitês etc.), levando em conta questões relacionadas
à diversidade, equidade e inclusão.
• A organização divulga e implementa políticas e diretrizes que propiciem a igualdade de oportunidades para o acesso de mulheres a posições de alta
liderança na organização.
• A organização formaliza os processos de nomeação e seleção para o mais alto órgão de governança e/ou comitês, apresentando a descrição dos
critérios usados (por exemplo, experiência, competência, conhecimento etc.) para nomear e selecionar o mais alto órgão de governança e/ou os
membros de comitês?
• A organização estabelece políticas de remuneração para membros do mais alto órgão de governança que levem em consideração seus desempenhos
na gestão de impactos da organização na economia, no meio ambiente e nas pessoas?
• A organização dispõe de processo formalizado para avaliação de desempenho de sua diretoria?
7.3.1 – Tema Governança Corporativa
7.3.1.1 - Critério “Estrutura e Composição da Governança Corporativa”
7.3.1 – Tema Governança
7.3.1.2 - Critério “Propósito e Estratégia em relação à Sustentabilidade”
Para incorporar a sustentabilidade, é necessário estabelecer propósitos e estratégias que integrem os
compromissos assumidos pela organização.

Os propósitos e estratégias devem permear todos os níveis de uma organização, de forma a nortear as decisões
na gestão dos impactos em seus temas materiais nas dimensões ambiental, social e de governança.

A elaboração de políticas relacionadas às temáticas ESG é um passo inicial para desdobramentos de estratégias e
compromissos com objetivos a serem alcançados. As políticas estabelecem diretrizes básicas para a gestão da
sustentabilidade, facilitando o planejamento e a execução de ações nas diferentes áreas ou unidades de uma
organização.

O desempenho de uma organização ocorre por meio de processos estruturados e formalmente estabelecidos para
identificação, mensuração, acompanhamento e apresentação de indicadores de sustentabilidade que atendam às
demandas diretas de partes interessadas, como reguladores, clientes, investidores ou financiadores, por
exemplo.

Esse conjunto consolidado de informações demonstra a gestão da sustentabilidade em uma organização e é


essencial para a prestação de contas para as partes interessadas.
7.3.1 – Tema Governança Corporativa
7.3.1.2 - Critério “Propósito e Estratégia em relação à Sustentabilidade”

Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização integra formalmente o compromisso com o desenvolvimento sustentável em sua estratégia corporativa por meio de
declarações de propósito, visão, missão, assim como em suas diretrizes de políticas corporativas, de planejamento, objetivos e
metas, de modo a contribuir com a cultura organizacional alinhada aos princípios ESG?
• A organização implementa o comitê de sustentabilidade ou comitê ESG e avaliar as formalizações necessárias para a sua
operacionalização tais como regimento, coordenação, dinâmica, agenda de reuniões definidas, pauta e ata?
• A organização incorpora na gestão os princípios universais do Pacto Global da ONU, buscando o compromisso público para ser
signatária dessa iniciativa?
• A organização utiliza os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030 da ONU como referência para a
identificação e integração de aspectos relevantes de sustentabilidade nos temas materiais da organização?
• A organização estabelece objetivos e metas mensuráveis, assim como indicadores ESG, para acompanhar o desempenho ao longo
do tempo preferencialmente correlacionado com os ODS?
• A organização estabelece planos de ação claros para atingir os objetivos estabelecidos?
• A organização utiliza os resultados dos indicadores ESG para apoiar a tomada de decisão no processo de avaliação de
desempenho?
• A organização dispõe de processo formalizado para avaliação de desempenho de sua diretoria, do órgão de governança e de seus
membros?
• A organização vincula, quando aplicável, a remuneração variável (reajustes salariais, bônus, prêmios) de integrantes da Alta
Direção/Gestores às metas de desempenho ESG?
7.3.1 – Tema Governança Corporativa
7.3.1.2 - Critério “Propósito e Estratégia em relação à Sustentabilidade”
7.3.2 - Tema
Conduta Empresarial
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.1 - Critério “Compliance, programa de integridade e práticas anticorrupção”

Compliance é o conjunto de práticas que visam a aderência aos dispositivos legais e regulamentares,
inerentes ao negócio, assim como o cumprimento de obrigações de compliance mandatórias como também
as que voluntariamente a organização escolhe cumprir, para a proteção da reputação e da integridade do
negócio.

Programa de integridade, por sua vez, deve ser entendido como um conjunto de processos
interdependentes que contribuem para o comportamento ético e íntegro esperado no desenvolvimento
das atividades da organização. Desta forma, baseia-se em três pilares, com objetivos específicos de prevenir,
detectar e corrigir desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados, de modo a fomentar e manter
uma cultura de integridade no ambiente organizacional.

De outro modo, um sistema de gestão de compliance eficaz em toda a organização, por sua vez, permite que
uma organização demonstre seu comprometimento em cumprir leis pertinentes, requisitos regulamentares,
códigos setoriais da indústria e normas organizacionais, assim como normas de boa governança, melhores
práticas geralmente aceitas, ética e expectativas da comunidade. Fonte: ISO 37301:2021 – Sistema de
Gestão de Compliance
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.1 - Critério “Compliance, programa de integridade e práticas anticorrupção”

Se é Programa tem início, meio, mas não tem fim. Daí o porquê a razão de o monitoramento ser contínuo e
permanente...

Se é de Integridade é inteiro e para toda a Organização. Não existe “meio” programa ou um programa voltado para
poucos privilegiados.

Sé é Programa de Integridade o exemplo precisa vir do nível estratégico (“tone from the top”), tático (“middle
management”) e operacional (“tone at the bottom”), mas, acima de tudo, de TODAS as partes interessadas, por
meio de atitudes concretas (“walk the talk”).

Um Programa de Integridade nada mais é do que a implementação, na prática, de uma série de medidas efetivas
relacionadas à transparência, prestação de contas, responsabilidade social e equidade, com o objetivo de
promover a transformação cultural da organização

Em outras palavras, representa a externalização do compromisso corporativo em promover o alinhamento entre o


propósito da organização, seus valores e, especialmente, a sua postura diante de determinadas situações.
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.1 Critério “Compliance, programa de integridade e práticas anticorrupção”

Atenção: Não há um único “tipo” ou “tamanho” de um Programa de Integridade. Há variações de acordo com a
dimensão, a complexidade, os objetivos e os propósitos da organização. O mais importante é adequação do
Programa de Integridade à cultura organizacional da corporação.

Isso não significa, contudo, que a existência de um simples código de conduta demonstre que a organização
possua um Programa de Integridade. Representa apenas, em tese, uma boa prática.

Programas de Integridade não dizem respeito apenas sobre corrupção.

Estes são alguns temas que podem ser tratados em um Programa de Integridade: medidas anticorrupção e
antissuborno (pagamento de facilitação); uso de informações privilegiadas (“insider trading”); controles
financeiros e registros contábeis (“books and records”); doações e patrocínios; registros e controles contábeis;
fornecedores, prestadores de serviço e parceiros; assédio moral, assédio sexual e discriminação de qualquer
natureza; conflitos de interesses; competição leal (“fair competition”); brindes, presentes, pagamentos e
oferecimentos de hospitalidade; segurança da informação e proteção dos ativos; relacionamento com entes do
governo, clientes, concorrentes; fusões, aquisições e reestruturações societárias; Segurança, saúde e meio
ambiente.
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.1 Critério “Compliance, programa de integridade e práticas anticorrupção”
Segundo o Decreto 11.129/2022, que regulamentou a Lei 12.846/13 (Lei Anticorrupção), estes são os pilares de um programa de integridade efetivo:

1. comprometimento da alta direção;


2. padrões de conduta, código de ética, políticas e procedimentos de integridade ;
3. padrões de conduta, código de ética e políticas de integridade estendidas, quando necessário, a terceiros ;
4. treinamentos e ações de comunicação periódicos;
5. gestão adequada de riscos;
6. registros contábeis que reflitam de forma completa e precisa as transações da pessoa jurídica;
7. controles internos;
8. procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos no âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos
administrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que intermediada por terceiros;
9. independência, estrutura e autoridade da instância interna;
10. canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a funcionários e terceiros;
11. medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade;
12. procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação dos danos
gerados;
13. diligências apropriadas, baseadas em risco, para: a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais como fornecedores,
prestadores de serviço, agentes intermediários, despachantes, consultores, representantes comerciais e associados; b) contratação e,
conforme o caso, supervisão de pessoas expostas politicamente, bem como de seus familiares, estreitos colaboradores e pessoas
jurídicas de que participem; e c) realização e supervisão de patrocínios e doações;
14. verificação, durante os processos de fusões, aquisições e reestruturações societárias, do cometimento de irregularidades ou ilícitos;
15. monitoramento contínuo do programa de integridade.
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.1 Critério “Compliance, programa de integridade e práticas anticorrupção”

A ISO 37301:2021, por sua vez, estabelece alguns


elementos de um sistema de gestão de compliance.

A organização deve estabelecer, implementar, manter e


melhorar continuamente um sistema de gestão de
compliance, incluindo os processos necessários e as
suas interações, de acordo com os requisitos deste
documento.

O sistema de gestão de compliance deve refletir os


valores, objetivos, estratégias e os riscos de
compliance da organização, levando em conta o
contexto da organização.

Fonte: ISO 37301:2021 - Sistema de Gestão de Compliance


7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.1 Critério “Compliance, programa de integridade e práticas anticorrupção”

Fonte: Prof. Ariosto de Farias - ABNT


2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.1 Critério “Compliance, programa de integridade e práticas anticorrupção”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização assegura a cultura de integridade pelo comprometimento da liderança?


• A organização implementa um sistema de gestão de denúncias, com linha direta e sistemas de comunicação para trabalhadores e terceiros, considerando
recepção, tratamento, conclusão e reporte, bem como a análise crítica das ações tomadas?
• A organização contrata e promove pessoas de reputação ilibada, efetuar o due diligence na contratação, implementa avaliações contínuas de desempenho e
procedimentos para promoções?
• A organização assegura a proteção dos sistemas de tecnologia de informação por meio da implementação de controles de segurança e acesso de
trabalhadores, bem como do monitoramento proativo de dados?
• A organização controla a delegação de autoridade, conforme aplicável (como procurações para instituições financeiras, autorização de aquisição e
contratação, venda de ativos etc.)?
• A organização integra a gestão de compliance com os demais sistemas de gestão da organização (se houver).
• A organização implementa indicadores que reflitam o nível de alcance dos objetivos de compliance, de maneira a proporcionar um ambiente de governança
adequado à tomada de decisão?
• A organização documenta e reporta os resultados da área de compliance para a maior instância da organização (órgão diretivo, se houver) e/ou alta direção),
a fim de permitir a melhoria contínua do ambiente de compliance?
• A organização desenvolve, mantém e promove a cultura de integridade em todos os níveis da organização?
• A organização estabelece política e objetivos de compliance compatíveis com a direção estratégica da organização?
• A organização implementa um código de conduta, que demonstre a cultura de integridade da organização e quais são as condutas inaceitáveis, que seja de
conhecimento inclusive de terceiros envolvidos na operação como clientes, prestadores de serviços e fornecedores dentre outros?
• A organização assegura a disponibilidade de recursos necessários para implementação do programa de integridade ou programa de compliance?
• A organização estabelece o responsável pelo programa de integridade ou programa de compliance, ou estabelecer um Comitê de compliance.
• A organização assegura a independência do responsável e/ou do Comitê de compliance, com acesso a todos os níveis da organização.
• A organização estabelecer cronograma de treinamento e conscientização, contemplando o comportamento ético e moral esperado dos trabalhadores,
enfatizando que a organização não compactua com comportamentos ilícitos de atos de corrupção, como suborno e fraude, entre outros.
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.1 Critério “Compliance, programa de integridade e práticas anticorrupção”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização comunica e dissemina em todos os níveis da organização a cultura de integridade e o compliance?


• A organização identifica sistematicamente as obrigações de compliance resultantes de suas atividades, produtos e serviços, e avaliar os impactos nas
suas operações de acordo com a materialidade do negócio?
• A organização estabelece processo de gestão de riscos para identificar, analisar, avaliar, classificar e gerenciar os riscos de compliance, sendo
recomendável que o estudo de risco de suborno e risco de fraude seja realizado por profissional com experiência em gerenciamento de riscos
corporativos, controles internos ou auditorias internas e externas, relacionando suas obrigações de compliance com suas atividades, produtos,
serviços e aspectos pertinentes das suas operações?
• A organização avalia e melhora os controles internos de compliance?
• A organização implementa um sistema de gestão de denúncias, com linha direta e sistemas de comunicação para trabalhadores e terceiros,
considerando recepção, tratamento, conclusão e reporte, bem como a análise crítica das ações tomadas?
• A organização contrata e promover pessoas de reputação ilibada, efetua o due diligence na contratação, implementa avaliações contínuas de
desempenho e procedimentos para promoções?
• A organização assegura a proteção dos sistemas de tecnologia de informação por meio da implementação de controles de segurança e acesso de
trabalhadores, bem como do monitoramento proativo de dados?
• A organização controlar a delegação de autoridade, conforme aplicável (como procurações para instituições financeiras, autorização de aquisição e
contratação, venda de ativos etc.)?
• A organização integra a gestão de compliance com os demais sistemas de gestão da organização (se houver)?
• A organização implementar indicadores que reflitam o nível de alcance dos objetivos de compliance, de maneira a proporcionar um ambiente de
governança adequado à tomada de decisão?
• A organização documentar e reporta os resultados da área de compliance para a maior instância da organização (órgão diretivo, se houver) e/ou alta
direção), a fim de permitir a melhoria contínua do ambiente de compliance?
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.1 Critério “Compliance, programa de integridade e práticas anticorrupção”
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.2 Critério “Práticas de combate à concorrência desleal (antitruste)”
As organizações que estão comprometidas com o ESG devem considerar, em todo o seu processo de decisão e estratégias do negócio, a
avaliação de padrões que não impliquem em manipulação de poder de mercado, seja por meio da restrição da produção ou do aumento
de preços, ou, ainda, em ajustes, acordos ou benefícios que atentem contra a economia de livre mercado.

A concorrência desleal constitui infração da ordem econômica, por práticas ilegais ou abusivas, que possam produzir os seguintes efeitos,
ainda que não sejam alcançados:

• limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;


• dominar mercado relevante de bens ou serviços;
• aumentar arbitrariamente os lucros; e
• exercer de forma abusiva a posição dominante.

As seguintes condutas são, entre outras, exemplos de práticas ilegais e abusivas que podem causar danos à concorrência:

• acordar, combinar, manipular ou ajustar com o concorrente, sob qualquer forma, preços de bens ou serviços ofertados individualmente;
• limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado;
• exigir ou conceder exclusividade para divulgação de publicidade nos meios de comunicação de massa;
• estabelecer preços predatórios e fixar preços de revenda;
• restringir territórios e base de clientes;
• firmar acordos de exclusividade;
• realizar venda casada.
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.2 Critério “Práticas de combate à concorrência desleal (antitruste)”
O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência – SBDC, conforme
prevê o artigo 3º da Lei 12.529/2011, é composto pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica – CADE e pela Secretaria de
Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência (Seprac) do
Ministério da Fazenda.

O Cade tem as atribuições de analisar e aprovar ou não os atos de


concentração econômica, de investigar condutas prejudiciais à livre
concorrência e, se for o caso, aplicar punições aos infratores, e de
disseminar a cultura da livre concorrência. A Seprac, por sua vez,
realiza a chamada “advocacia da concorrência” perante órgãos do
governo e a sociedade.

O mais elementar sobre o funcionamento de um programa de


compliance concorrencial é compreender que sua adoção não
garante que não ocorram violações à Lei de Defesa da Concorrência.
Mais que isso, se o programa funcionar de maneira eficiente,
simplesmente nenhum efeito será percebido, afinal o que se procura é
que o ambiente concorrencialmente probo seja promovido e
preservado e, assim, as operações normais da entidade sigam seu
curso.
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.2 – Critério “Práticas de combate à concorrência desleal (antitruste)”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização estabelece uma política anticoncorrencial contendo diretrizes e regras gerais de relacionamento de trabalhadores e
prestadores de serviços da empresa com concorrentes, fornecedores e clientes, para tratar de qualquer prática que prejudique o
exercício da livre concorrência, de forma a prevenir a ocorrência de infrações à legislação?
• A organização estabelece política de preços de produtos, bens ou serviços?
• A organização mapeia os principais concorrentes dos segmentos de atuação e monitorar os riscos de cartéis, fraudes econômicas e
ajustes de preço?
• A organização estabelece medidas para evitar o vazamento e o uso de informações privilegiadas para fins comerciais?
• A organização estabelece medidas para evitar o compartilhamento e o uso de informações confidenciais ou relacionadas às estratégias
da organização?
• A organização busca todas as informações de mercado de maneira lícita e por meio de fontes autorizadas?
• A organização proíbe a participação de trabalhadores e dirigentes da organização em situações que possam tratar de temas sensíveis
com integrantes de empresas concorrentes?
• A organização classifica a cadeia de fornecimento a partir do nível de criticidade sobre escassez, administrando o risco de escassez de
insumos considerados essenciais para a continuidade do negócio, visando coibir práticas anticoncorrenciais para a aquisição destes
insumos?
• A organização capacita os trabalhadores e prestadores de serviço da organização nas práticas anticoncorrenciais?
• A organização engaja confederações, conselhos, associações e outras entidades organizadas para monitoramento de práticas
anticoncorrenciais como forma de manipulação de poder de mercado?
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.2 – Critério “Práticas de combate à concorrência desleal (antitruste)”
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.3 Critério “Engajamento das partes interessadas”

O engajamento das partes interessadas é um processo


sistemático para identificar e criar diálogos com grupos ou
indivíduos cujos interesses legítimos são afetados pelas
decisões e atividades da organização.

As partes interessadas das organizações incluem toda a


sociedade civil, consumidores/clientes, fornecedores,
trabalhadores e acionistas.

Para existir o envolvimento significativo das partes


interessadas, é recomendável que se tenha uma
comunicação bidirecional, e esta deve ser responsiva e
contínua, a fim de que as melhores decisões possam ser
tomadas.

No engajamento das partes interessadas, suas expectativas


devem ser consideradas nos processos decisórios e
incluídos nos processos de gestão, buscando soluções que
beneficiem todos os envolvidos.
Fonte: Professora Flavia Lafraia - IBGC
7.3.2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.3 Critério “Engajamento das partes interessadas”

43
2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.3 - Critério “Engajamento das partes interessadas”

Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização identifica as partes interessadas envolvidas e determinar os aspectos em que há ou pode haver um
relacionamento com benefícios mútuos?
• A organização descreve quais partes interessadas foram engajadas para determinar a materialidade e o
gerenciamento dos temas materiais?
• A organização determinar os aspectos relevantes das partes interessadas em relação à abordagem ESG?
• A organização considera a relação entre os interesses de suas partes, as expectativas mais amplas da sociedade e o
desenvolvimento sustentável, assim como a natureza das relações das partes interessadas com a organização?
• A organização analisar criticamente as informações sobre estas partes interessadas e seus requisitos pertinentes, e
monitora a sua efetividade?
• A organização estabelecer os métodos para monitoramento e fortalecimento do relacionamento com as partes
interessadas, e consequente engajamento?
• A organização incentiva junto às partes interessadas aplicáveis o envolvimento com os princípios e as boas práticas
de sustentabilidade?
2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.2.3 - Critério “Engajamento das partes interessadas”
7.3.3 - Tema
Práticas de controle e gestão
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
Conceito

As práticas de controle e gestão são práticas de assessoramento do órgão de governança (como conselho de administração,
conselho consultivo e, na ausência destes, diretoria executiva), que podem ser definidas como atividades de suporte, supervisão
e monitoramento, visando prover informações confiáveis para a tomada de decisão.

As práticas de controle e gestão são realizadas com intuito de promover a eficácia do desempenho geral da organização,
assegurando maior transparência e segurança para todas as partes envolvidas e criando um ambiente de melhor gestão dos
riscos.
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.1 Critério Gestão de riscos do negócio
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.1 - Critério “Gestão de riscos do negócio”
Gestão de riscos é uma atividade coordenada para dirigir e controlar uma organização no que se refere aos efeitos das incertezas
nos objetivos. Estes efeitos podem ser positivos (oportunidades) ou negativos (ameaças), ou ambos, e podem abordar, criar ou
resultar em ameaças ou oportunidades.

Gerenciar riscos é uma atividade interativa que auxilia as organizações no estabelecimento de estratégias para o alcance de
objetivos e tomada de decisões. Ela é parte da governança e liderança, e é fundamental para a maneira como a organização é
gerenciada em todos os níveis.

Esse conjunto dos riscos e oportunidades identificados deve ser gerenciado pelos administradores, incluindo, mas não se limitando
a: conselho de administração, diretoria, comitês de assessoramento do conselho, juntamente com os gestores que são
representados pela primeira linha, os gestores da segunda linha e a auditoria interna que representa a terceira linha.
Adicionalmente, o conjunto de riscos e oportunidades deve ser supervisionado e alinhado ao apetite e à tolerância aos riscos da
organização, a fim de prover informações adequadas e balancear a tomada de decisão, agregando valor aos negócios.

O apetite por riscos pode ser definido como a quantidade e o tipo de riscos que uma organização está preparada para buscar,
reter ou assumir. Como exemplo, pode-se dizer que a organização tem “baixa” tolerância a danos à saúde dos trabalhadores e
terceiros. Já a tolerância representa a disposição da organização ou da parte interessada em suportar o risco residual, a fim de
atingir seus objetivos, podendo ser influenciada por requisitos legais ou regulatórios. Em relação ao exemplo apresentado no
parágrafo anterior, os limites de tolerância podem ser definidos como limites máximos e mínimos de acidentes com múltiplas
vítimas.
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.1 Critério “Gestão de riscos do negócio”

Fonte: ISO 31000:2018


2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.3.1 Critério “Gestão de riscos do negócio”

Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização possui uma política de gestão de riscos de negócio?


• A organização busca conhecimento e recursos necessários por meio de capacitação e eventual
contratação de especialistas?
• A organização identifica os riscos e as oportunidades relacionados a ESG, analisando os critérios
ambientais, sociais e de governança estabelecidos nesta Prática Recomendada e/ou outras
referências de mercado, considerando a natureza do negócio e o contexto setorial e regulatório, que
podem impactar os planos estratégicos e operacionais da organização e determinar seus impactos?
• A organização desenvolve a matriz de probabilidade versus severidade dos riscos para determinar o
nível de exposição relacionado aos temas ESG?
• A organização executa plano para tratamento e resposta aos riscos nos devidos grupos de
governança?
• A organização estabelece, monitora e divulga indicadores de apetite e tolerância aos riscos, incluindo
aspectos relacionados à ESG?
2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.3.1 Critério “Gestão de riscos do negócio”
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.2 – Critério “Controles internos”
Segundo o Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO), as atividades de controle interno são “ações
estabelecidas por meio de políticas e procedimentos que ajudam a garantir o cumprimento das diretrizes determinadas pela organização
para mitigar os riscos à realização dos objetivos”.

Os controles internos estão na primeira linha de defesa com que as organizações contam quando elas traçam seus objetivos e implementam
processos para atingi-los. A supervisão e o monitoramento destes controles são realizados na segunda linha de defesa. As auditorias internas
se constituem na terceira linha de defesa das organizações, uma vez que são responsáveis por proceder à avaliação da operacionalização dos
controles.

O grupo de governança, auxiliado pelos órgãos de governança e pela auditoria interna, deve estabelecer e operar controles internos eficazes
para o monitoramento dos processos operacionais e financeiros, inclusive os relacionados à gestão de riscos e de conformidade, com
requisitos legais e outros requisitos aplicáveis. Deve, ainda, avaliar periodicamente (por exemplo, anualmente) a eficácia do sistema de
controles internos, bem como prestar contas ao órgão de governança sobre essa avaliação.

O comprometimento do grupo de governança desempenha um papel determinante para os controles internos. Este grupo deve deixar claro
para seus trabalhadores quais são as políticas, procedimentos, códigos de ética e conduta a serem adotados. O grupo de governança é
responsável por dar o exemplo, pois é ele quem “dá o tom” de controle da organização (tone from the top).

Os controles internos podem ser classificados em preventivos e detectivos. Controles preventivos são aqueles que buscam evitar que os
riscos de compliance ocorram ou se perpetuem (ex: Termo de Ciência dos colaboradores acerca do Código de Conduta e das Políticas Internas;
Realização de Treinamentos Periódicos; Política de Alçada, etc) Controles detectivos são aqueles que buscam identificar a ocorrência de uma
possível irregularidade em determinado procedimento ou processo de negócio (ex: verificação da contabilização das despesas com refeições,
brindes, presentes e hospitalidades).
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.2 – Critério “Controles internos”
2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.3.2 – Critério “Controles internos”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização estabelece e opera um sistema de controles internos eficaz, conforme o COSO, para
o monitoramento dos processos operacionais e financeiros, inclusive os relacionados à gestão de
riscos e de conformidade com requisitos legais e outros requisitos aplicáveis?
• A organização avalia, pelo menos anualmente, a eficácia do sistema de controles internos, bem
como presta contas ao órgão de governança sobre essa avaliação?
• A organização assegura que o sistema de controles internos estimule os grupos de governança da
organização a adotar ações preventivas, prospectivas e proativas para a minimização e antecipação
de riscos?
• A organização atualiza rotineiramente os controles internos como forma de melhoria contínua?
2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.3.2 – Critério “Controles internos”
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.3 – Critério “Auditorias interna e externa”

Segundo a norma ISO 19011:2018, a “Auditoria é um processo sistemático, documentado e independente para obter evidências
objetivas e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios da auditoria são atendidos”.

A auditoria de 1ª parte é realizada por auditor interno ou por um auditor externo e tem por objetivo verificar o atendimento a
determinados controles estabelecidos pela própria organização.

A auditoria de 2º parte é realizada por um agente (fornecedor) externo à organização. Normalmente é realizada em processos de “due
diligence” de partes interessadas ou a pedido delas.

A auditoria de 3ª parte é feita por organismos certificados pelo organismo de acreditação local – que no caso do Brasil é o INMETRO. São
essas auditorias que, em regra, estão formalmente aptas a emitir um certificado NBR e/ou ISO.

Fonte: ISO 19011:2018


7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.3 – Critério “Auditorias interna e externa”
Uma auditoria pode ser conduzida em relação a uma gama de critérios de auditoria, separadamente ou em combinação. Como exemplo,
podemos mencionar: requisitos definidos em uma ou mais normas de sistema de gestão; políticas e requisitos especificados por partes
interessadas pertinentes; requisitos estatutários e regulamentares; um ou mais processos de sistema de gestão definidos pela organização ou
outras partes; plano(s) de sistema de gestão relacionado(s) à provisão de saídas específicas de um sistema de gestão (por exemplo, plano de
qualidade, plano de projeto).

Em relação a temas abordados em Programas de Integridade, podemos pensar nas seguintes auditorias:
2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.3.2 – Critério “Auditorias interna e externa”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização assegura a subordinação da auditoria interna ao órgão mais alto da governança, como a supervisão
do comitê de auditoria, quando existente?
• A organização assegura a existência de coordenação dos programas de auditoria, para os diferentes tipos de
auditorias da organização (ambiental, social e governança)?
• A organização assegura a independência, objetividade e qualificação do(s) auditor(es) responsável(eis) pela
auditoria interna?
• A organização disponibiliza os recursos necessários para a execução do(s) programa(s) de auditorias interna e
externa?
• A organização alinha as atividades de auditoria interna com a estratégia da organização, considerando a abordagem
baseada em riscos?
• A organização verifica se os programas de auditoria são atualizados periodicamente e considerar a obtenção de
garantia de terceiros em um ou mais componentes de dados ESG ou de sustentabilidade?
• A organização estabelece mecanismos de comunicação dos resultados do trabalho com suas conclusões e
recomendações ao público apropriado?
• A organização implementa um processo de acompanhamento das melhorias propostas, visando o aperfeiçoamento
dos processos de controles internos?
2 – Tema Conduta Empresarial
7.3.3.2 – Critério “Auditorias interna e externa”
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.4 – Critério “Ambiente legal e regulatório”
No âmbito das práticas ESG, a compreensão e a conformidade com o ambiente regulatório e legal aplicável à natureza
das operações em que as organizações estão inseridas se tornam essenciais para a boa governança corporativa.
Portanto, o atendimento a esse critério é um pré-requisito fundamental para o prosseguimento na Jornada ESG.

Assim como descrito em 7.3.3.1, as organizações devem estabelecer um processo de gestão de riscos regulatórios e
legais considerando as suas atividades, a natureza das operações e o cenário das regulamentações e leis vigentes e
em prospecção, incluindo, entre outros: a) identificação de riscos, b) análise de riscos, c) avaliação de riscos, d)
tratamento/resposta de riscos, e) monitoramento e análise crítica, f) comunicação e consulta e g) registro e reporte.

Lembre-se de que por “obrigações de compliance”, entende-se como sendo as obrigações que uma organização
mandatoriamente tem que cumprir, como também os que uma organização voluntariamente escolhe cumprir.

Segundo o requisito 4.5 da ISO 37301, a organização deve, sistematicamente, identificar as suas obrigações de
compliance resultantes das suas atividades, produtos e serviços, e avaliar os seus impactos nas suas operações. A
organização deve ter processos implementados para: a) identificar as novas e modificadas obrigações de compliance,
para assegurar o compliance contínuo; b) avaliar o impacto das mudanças identificadas e implementar quaisquer
mudanças necessárias na gestão das obrigações de compliance. A organização deve manter informação documentada
das suas obrigações de compliance.
7.3.2 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.4 – Critério “Ambiente legal e regulatório”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização possui um inventário de regulamentações aplicáveis vigentes, classificados por órgão emissor, tema, áreas
• afetadas, responsáveis, etc?
• A organização dispõe de mecanismos de supervisão e monitoramento do cumprimento regulatório e legal para as
regulamentações aplicáveis e vigentes, assim como atribuir responsabilidades e comprometimento?
• A organização dispõe de mecanismos de supervisão e monitoramento de planos de ação que visem o cumprimento das
• regulamentações aplicáveis?
• A organização dispõe de mecanismos de monitoramento das perdas associadas a multas e infrações incorridas em
consequência ao descumprimento da regulamentação aplicável e análise da causa-raiz, com a determinação de planos
de ação?
• A organização dispõe de programas de compliance regulatórios e legais, inseridos nos planos de trabalho, quer sejam
das áreas de auditoria interna, controles internos ou compliance?
• A organização dispõe de mecanismos de supervisão e monitoramento das regulamentações em tramitação suscetíveis
aos negócios da organização?
• A organização dispõe de processos de gestão de riscos regulatórios e legais?
• A organização avalia a implementação de instância especializada, com poder decisório, que execute a identificação,
mapeamento, análise, avaliação, classificação, monitoramento, mitigação dos riscos e verificação de oportunidades
tributárias, para definição, de políticas e limites do planejamento tributário, alinhados com a estratégia ESG.
7.3.2 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.4 – Critério “Ambiente legal e regulatório”
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.5 Critério “Gestão da segurança da informação”
O Sistema de Gestão de Segurança de Informação (SGSI) é um conjunto de políticas, procedimentos, diretrizes, recursos e atividades,
gerenciados pela organização, com o objetivo de proteger seus ativos de informação, digitais ou não.

O SGSI assegura três tipos fundamentais de proteção, que estão relacionados à confidencialidade da informação; integridade da
informação e disponibilidade da informação.
7.3.2 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.5 Critério “Gestão da segurança da informação”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização possui política de segurança da informação explicita, documentada, e acessível a todos os trabalhadores da organização?
• A organização formaliza os papéis e responsabilidades de toda a administração e linhas em relação às práticas de gestão da segurança da informação?
• A organização desenvolve programa de disseminação da política de segurança da informação com planos de comunicação e de capacitação para os
novos trabalhadores e reciclagem das equipes?
• A organização utiliza sistemas operacionais e softwares com licenças devidamente legalizadas e comprovadamente oficiais?
• A organização promove atualizações periódicas dos pacotes de segurança dos softwares e sistemas operacionais, assim como dos antivírus?
• A organização não utiliza sistemas operacionais ou softwares descontinuados pelos fornecedores e sem suporte e atualização técnica?
• A organização não permite softwares não autorizados nos dispositivos da organização, bem como não permitir a conexão de dispositivos que não
sejam verificados e autorizados previamente?
• A organização possui mecanismos eficazes de controle de acesso físico aos repositórios de informação e documentos, assim como controle de acesso
lógico aos sistemas informatizados digitais?
• A organização adota atualização periódica das senhas de controle de acesso, com prazo máximo sugerido de 90 dias?
• A organização adota estrutura de alta complexidade para senhas de acesso (número caracteres, letras, números e caracteres especiais, maiúscula e
minúscula), maximizando o nível de segurança?
• A organização cria rotinas de cópias de segurança (backup) e restauração (restore) de dados da empresa em mídias externas ou em nuvem, com
periodicidade adequada ao volume de dados guardado, ao nível de alterações dos dados e ao nível de risco tolerado pela organização?
• A organização cria mapeamento e implementação de segregação de funções entre os trabalhadores da organização, minimizando conflito de
interesses nos processos decisórios?
• A organização possui, na contratação de serviços terceirizados de tecnologia ou processamento de informações, procedimentos de seleção, avaliação
prévia, validação, homologação e monitoramento do desempenho constante da qualidade e segurança dos serviços prestados?
• A organização possui nos contratos com terceiros, cláusulas explícitas que assegurem no SLA (Service Level Agreement) o nível adequado de
confidencialidade e segurança das informações compartilhadas?
7.3.2 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.5 Critério “Gestão da segurança da informação”
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.6 Critério “Privacidade de dados pessoais”
Quase todas as organizações tratam de dados pessoais (DP).
Além disso, a quantidade e os tipos de DP tratados estão
aumentando, assim como o número de situações em que
uma organização precisa cooperar com outras organizações
em relação ao tratamento de DP. A proteção da privacidade
no contexto do tratamento de DP é uma necessidade da
sociedade, bem como um tópico de legislação e/ou
regulamentação dedicada em todo o mundo.

A ISO 27701:2019 estabelece os requisitos e fornece as


diretrizes para o estabelecimento, implementação,
manutenção e melhoria contínua de um Sistema de Gestão
de Privacidade da Informação (SGPI) na forma de uma
extensão das ABNT NBR ISO/IEC 27001 e ABNT NBR ISO/IEC
27002 para a gestão da privacidade dentro do contexto da
organização.
7.3.3 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.6 Critério “Privacidade de dados pessoais”
A Lei Geral de Dados Pessoais (LGPD) definiu os pilares de um Programa de
Governança em Integridade efetivo. Segundo o art. 50, cabe às
organizações implementar um programa de governança em privacidade que,
no mínimo:

a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar processos e


políticas internas que assegurem o cumprimento, de forma abrangente, de
normas e boas práticas relativas à proteção de dados pessoais;
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que estejam sob seu
controle, independentemente do modo como se realizou sua coleta;
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas operações, bem
como à sensibilidade dos dados tratados;
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em processo de
avaliação sistemática de impactos e riscos à privacidade;
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o titular, por
meio de atuação transparente e que assegure mecanismos de participação
do titular;
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e estabeleça e
aplique mecanismos de supervisão internos e externos;
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e
h) seja atualizado constantemente com base em informações obtidas a
partir de monitoramento contínuo e avaliações periódicas.
7.3.2 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.6 Critério “Privacidade de dados pessoais”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização implementa um sistema de segurança de tratamento de dados pessoais que complemente o Sistema de Gestão de
Segurança da Informação (SGSI) já existente?
• A organização implementa políticas de segurança da informação dirigida aos seus trabalhadores, com ênfase especial aos dados
pessoais dos seus clientes, trabalhadores, fornecedores, visitantes e demais titulares?
• A organização executa programas de conscientização da importância da privacidade dos dados pessoais para os seus clientes,
trabalhadores, fornecedores, visitantes e demais titulares?
• A organização executa processos de coleta e controle de consentimentos?
• A organização examina suas coletas de dados pessoais e realizar análise crítica se todos os dados recebidos, tratados são
realmente necessários, preconizando a coleta mínima?
• A organização analisa todos os compartilhamentos de dados pessoais, mesmo os obrigatórios por lei ou por contrato, verificando
se os dados fornecidos e/ou compartilhados são realmente necessários para o fim desejado pelo receptor dos dados?
• A organização realiza o inventário de dados pessoais existentes nos documentos e/ou dados digitais e bancos de dados da
organização?
• A organização realiza o mapeamento e identificação dos dados sensíveis constantes no inventário de dados pessoais?
• A organização define os critérios de segurança para os dados pessoais e dados sensíveis em posse da organização?
• A organização possui procedimentos de avaliação prévia do tratamento dos dados pessoais transacionados na contratação de
serviços terceirizados?
• A organização possui nos contratos com terceiros, cláusulas explícitas que assegurem no Service Level Agreement (SLA) o nível
adequado de proteção de dados pessoais das informações compartilhadas?
7.3.2 – Tema Práticas de Controle e Gestão
7.3.3.6 Critério “Privacidade de dados pessoais”
7.3.4 - Tema
Transparência na gestão
7.3.4 – Tema Transparência na gestão
Conceito
A transparência é um dos 4 (quatro) princípios básicos da Governança Corporativa. Segundo o IBGC, são eles:

Transparência: Consiste no desejo de disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e
não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desempenho econômico-
financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à
preservação e à otimização do valor da organização.

Equidade: Caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais partes interessadas (stakeholders),
levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.

Prestação de Contas (accountability): Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de modo claro,
conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com
diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papeis.

Responsabilidade Corporativa: Os agentes de governança devem zelar pela viabilidade econômico-financeira das
organizações, reduzir as externalidades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em
consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social,
ambiental, reputacional, etc.) no curto, médio e longo prazos.
7.3.4 – Tema Transparência na gestão
7.3.4.1 - Critério “Responsabilização (prestação de contas)”

Prestação de Contas (accountability): Os agentes de governança devem prestar contas de sua atuação de
modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e
omissões e atuando com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papeis.

O conceito de accountability, aponta especificamente para a transparência, a participação e a prestação de


contas, apresentando cinco dimensões para análise:

a. transparência referente ao modo de mostrar a atuação das organizações e dos agentes públicos;
b. imputabilidade que se refere ao fato de que as organizações e indivíduos devem ser responsabilizados
pelas suas ações e punidos pelos malefícios que vierem a causar;
c. controle que está relacionado às relações hierárquicas no interior das estruturas burocráticas, seja entre
indivíduos ou organizações;
d. responsabilização que diz respeito ao cumprimento das leis, das normas e das regras estabelecidas e às
sanções decorrentes de seu descumprimento;
e. responsividade que se refere ao modo como a organização responde às expectativas da sociedade.
7.3.2 – Transparência na Gestão
7.3.4.1 - Critério “Responsabilização (prestação de contas)”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização estabelece objetivos e metas de acordo com o planejamento estratégico?


• A organização estabelece lista de responsabilidades por função e avaliar as habilidades necessárias para o seu
exercício?
• A organização assegura a responsabilização de recursos financeiros em conformidade com o planejamento
orçamentário da organização?
• A organização estabelece presta contas da atuação dos agentes de governança de modo claro, conciso,
compreensível e tempestivo, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões, e atuando
com diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis, conforme preconizado pelo Código de Melhores
Práticas de Governança Corporativa do IBGC?
• A organização promove treinamento em responsabilização que abranja periodicamente todas as áreas da
organização?
• A organização deixa claro o que se espera dos trabalhadores diante das responsabilidades atribuídas a partir
de indicadores de desempenho dos processos de negócios?
• A organização cria um plano de comunicação que evidencie a transparência das ações da organização para as
partes interessadas e a sociedade em geral, como relatório de sustentabilidade, relatório de demonstração
financeira, relatórios de auditoria interna e externa, premiações, certificações, entre outros meios?
7.3.2 – Transparência na Gestão
7.3.4.1 - Critério “Responsabilização (prestação de contas)”
7.3.4 – Tema Transparência na gestão
7.3.4.2 - Critério “Relatórios ESG, de sustentabilidade e/ou relato integrado”
O relatório é a principal ferramenta que as organizações utilizam para relatar, de forma voluntária, à
sociedade e às partes interessadas seu desempenho e impacto nos aspectos ambientais, sociais e de
governança corporativa, sejam eles positivos ou negativos.

Sempre que aplicável, o relatório deve contemplar os seguintes aspectos:

Relevância estratégica: As instituições financeiras e os investidores precisam entender como a organização


está respondendo no longo prazo e no plano macroeconômico às tendências de mudanças nos aspectos
climatológicos, demográfico, tecnológico, social e político. Um número cada vez maior de investidores
direciona os seus investimentos para organizações que estão preparadas e equipadas para se beneficiarem da
transição para uma economia com abordagem ESG, e que se preocupam em proteger suas carteiras contra
impactos negativos nas dimensões ambiental, social, de governança, destacando-se os riscos climáticos.

Materialidade da abordagem ESG: Para entender as perspectivas da organização, as instituições financeiras e


os investidores considerarão as questões mais relevantes – ”materiais” – para um determinado negócio. Eles
podem ter visões diferentes sobre “materialidade” e suas decisões serão influenciadas pela “percepção”.
7.3.4 – Tema Transparência na gestão
7.3.4.2 - Critério “Relatórios ESG, de sustentabilidade e/ou relato integrado”

https://gruporeport.com.br/uploads/os-caminhos-do-relato-esg-um-panorama-sobre-os-frameworks-e-standards-mais-utilizados_portugue%CC%82s_2021.pdf
7.3.4 – Tema Transparência na gestão
7.3.4.2 - Critério “Relatórios ESG, de sustentabilidade e/ou relato integrado”
7.3.4 – Tema Transparência na gestão
7.3.4.2 - Critério “Relatórios ESG, de sustentabilidade e/ou relato integrado”

https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/31914/Tese%20Aron%20Belinky-final-05mai2022.pdf?sequence=1
7.3.4 – Tema Transparência na gestão
7.3.4.2 - Critério “Relatórios ESG, de sustentabilidade e/ou relato integrado”
A GRI recebeu com satisfação a confirmação de que
o primeiro conjunto de 12 Padrões Europeus de
Relatórios de Sustentabilidade (ESRS) - European
Sustainability Reporting Standards (ESRS)
foi adotado pela Comissão Europeia, com a garantia
de que os relatores GRI existentes estarão bem
preparados para relatar sob o ESRS.

A partir de janeiro de 2024, grandes empresas


cotadas na UE serão obrigadas a usar o ESRS,
conforme estabelecido na Diretiva de Relatórios de
Sustentabilidade Corporativa (CSRD) - Corporate
Sustainability Reporting Directive (CSRD)

Em sua declaração, a Comissão Europeia confirmou


que o ESRS 'leva em conta as discussões com o
International Sustainability Standards Board (ISSB) e
a Global Reporting Initiative (GRI), a fim de garantir
um alto grau de interoperabilidade entre os padrões
da UE e globais e para evitar relatórios duplos
desnecessários por parte das empresas.'
7.3.2 – Transparência na Gestão
7.3.4.2 - Critério “Relatórios ESG, de sustentabilidade e/ou relato integrado”
Exemplos Práticos de Avaliação:

• A organização descreve, conforme adequado, a abrangência da abordagem ESG (pilares) na


organização.
• A organização descreve os objetivos, metas e indicadores de desempenho definidos pela
organização e o grau de atendimento e/ou cumprimento?
• A organização destaca a relevância das questões ESG para a estratégia de negócios e modelos de
negócios?
• A organização reporta os temas ESG identificados como materiais para organização?
• A organização demonstra quais os riscos negativos e positivos identificados e principais ações
empreendidas para a sua minimização ou potencialização?
• A organização assegura que as informações constantes no relatório sejam confiáveis e
rastreáveis?
• A organização assegura que a elaboração do relatório atenda aos princípios estabelecidos no
padrão selecionado?
• A organização informa a aplicabilidade da legislação e/ou regulamentação?
7.3.2 – Transparência na Gestão
7.3.4.2 - Critério “Relatórios ESG, de sustentabilidade e/ou relato integrado”
Documentos normativos
orientadores
Anexo A (informativo) - Documentos normativos orientadores
Mapeamento dos ODS
Mapeamento dos ODS
Exercício
2º Exercício
• Relatório de Sustentabilidade – Lojas Americanas

• “Governança da Americanas falhou e coloca ESG em xeque, dizem especialistas”

• “Como o caso da Americanas impacta o ESG das companhias”

• “Americanas admite fraude para aumentar lucro”

Quais dos temas tratados no tópico “governança corporativa” do Relatório de


Sustentabilidade das Lojas Americanas encontram-se previstos na PR 2030? Quais temas
que estão na PR 2030 e que não foram tão bem explorados pelo relatório?

Quais dos temas tratados no tópico “governança corporativa” do Relatório de


Sustentabilidade das Lojas Americanas não foi posto em prática? Quais foram os
principais motivos dessa falha?
Prática PR 2030
7 – Passos para incorporar o ESG na organização
Na incorporação de temas ESG, assim como em outros temas do universo corporativo, abordar a questão como um processo, em fases, torna
eficiente e auxilia no alcance de resultados concretos. Esta subseção identifica as fases que podem ser observadas pelas organizações que
desejem ingressar na Jornada ESG.

Esta jornada é individual e única para cada organização e este documento sugere sete passos para incorporar o ESG dentro da estratégia e
modelo de gestão da organização, desde conhecimento sobre o tema, consolidação em uma nova visão de negócio e intenção estratégica,
até a entrega de valor, de uma forma mais ampla para a sociedade (Ver Figura 6).
Passo 4
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 2 – Identifique impactos reais e potenciais – GRI 3 (Adaptado de GRI
3- Temas Materiais 2021)

Nesta etapa é imprescindível determinar identificar e priorizar temas materiais, que formam o princípio que
determina quais temas críticos são suficientemente importantes e devem ser considerados na gestão estratégica para
o sucesso da organização.

PR 2030. A identificação e a priorização dos temas materiais, ou simplesmente materialidade, formam o princípio que
determina quais temas críticos são suficientemente importantes e devem ser considerados na gestão estratégica para
o sucesso da organização.

Assim, a definição da materialidade na abordagem ESG é estabelecida considerando riscos e oportunidades e seus
respectivos impactos (positivos ou negativos) que uma organização causa na economia, no meio ambiente e/ou na
sociedade, que por sua vez pode indicar sua contribuição (positiva ou negativa) para o desenvolvimento sustentável.

Para identificar, portanto, a materialidade devemos:

• Identificar impactos reais e potenciais das atividades da nossa organização;


• Avaliar a importância dos impactos;
• Priorizar os impactos mais significativos.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 2 – Identifique impactos reais e potenciais – GRI 3 (Adaptado de GRI
1 - Fundamentos 2021)

Temas materiais (GRI): temas que representam os impactos mais significativos da organização na economia, no meio
ambiente e nas pessoas, inclusive impactos em seus direitos humanos

Materialidade (PR 2030): Pertinência de um tópico determinada pela relevância do seu impacto econômico, ambiental,
social, positivo ou negativo, nas avaliações e decisões dos gestores da organização e de suas partes interessadas. NOTA 1
No contexto da sustentabilidade, materialidade é a base para a empresa identificar as agendas prioritárias para sua atuação,
investimentos e gestão de externalidades, riscos e oportunidades. NOTA 2 A materialidade varia de acordo com o contexto,
características do negócio e interesses dos públicos com os quais a organização se relaciona.

Em resumo: TODOS OS CRITÉRIOS SÃO “TEMAS”, MAS NEM TODOS OS CRITÉRIOS SERÃO CONSIDERADOS TEMAS
MATERIAIS

Uma organização pode identificar muitos impactos a relatar. Ao usar as Normas GRI, a organização prioriza o relato
daqueles temas que representam seus impactos mais significativos na economia, no meio ambiente e nas pessoas,
inclusive impactos em seus direitos humanos. Nas Normas GRI, esses são os temas materiais da organização.

São exemplos de temas materiais o combate à corrupção, saúde e segurança do trabalho ou água e efluentes. Um
tema não precisa se limitar aos impactos na economia, no meio ambiente ou nas pessoas; ele pode abranger impactos em
todas as três dimensões. Por exemplo, uma organização poderia definir que “água e efluentes” é um tema material baseada
nos impactos que seu uso de água causam nos ecossistemas e no acesso à água pelas comunidades locais.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - PR 2030 / Etapa 2 – Identifique impactos reais e potenciais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas Materiais 2021)

Em um contexto de visão ampliada do ESG, que inclui o conceito de “Capitalismo de


Stakeholders”, amplia-se também a visão da materialidade, que passa a abordar o
conceito de dupla materialidade.

Assim, recomenda-se que seja utilizada a análise da materialidade dentro destas


duas perspectivas: impactos que as atividades da organização geram sobre as
pessoas, a economia, a sociedade e o meio ambiente (materialidade de impacto) ou
impactos relacionados aos riscos e oportunidades que esses agentes podem gerar
sobre a organização, afetando sua capacidade de gerar valor (materialidade
financeira).

Ou seja, a dupla materialidade considera o impacto da organização sobre o mundo


(externalidades provocadas pela organização) e o impacto do mundo na
organização (como as questões socioambientais do contexto impactam ou são
riscos para o negócio da organização), conforme representado na Figura 7.

Impacto da organização: Priorização de temas considerando o impacto da


organização no ambiente e na sociedade (inside-out ou materialidade de impacto).

Impacto na organização: Priorização de temas considerando a relevância para o


negócio e o impacto dos mesmos no potencial de criação de valor da organização
(outside-in ou materialidade financeira).
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - PR 2030 / Etapa 2 – Identifique impactos reais e potenciais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas Materiais 2021)
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 2 – Identifique impactos reais e potenciais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3-
Temas Materiais 2021)

Não se esqueça de que compreender a materialidade pode ajudar ainda a construir mecanismos de apoio ao
cumprimento dos ODS, além de corroborar para comunicação consistente e transparente necessária aos relatórios
ESG.

Todo este processo deve ser documentado incluindo a abordagem adotada, as decisões, as suposições e os
julgamentos subjetivos feitos, as fontes analisadas e as evidências coletadas. Convém ainda que a lista dos temas
materiais que irão compor o planejamento ESG seja aprovada pela Alta Direção.

Os temas materiais de uma organização podem evoluir ao longo do tempo, à medida que os temas amadurecem, os
motivadores flutuam, a compreensão melhora com base na contribuição adicional das partes interessadas e quando se
inclui a cadeia de valor na sua gestão.

Devido à evolução contínua da jornada, a organização deve avaliar periodicamente os temas materiais pertinentes ao
negócio.

A determinação e a priorização dos temas ESG materiais ajudam a organização a alocar tempo, esforços e recursos
para melhorar sua capacidade de criar valor social e econômico, por meio de seus processos, produtos e serviços, bem
como para determinar o que relatar e divulgar às partes interessadas.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização

Fonte: GRI 3 - Temas Materiais 2021


7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 2 – Identifique impactos reais e potenciais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3-
Temas Materiais 2021)

Nesta etapa, a organização identifica seus impactos reais e potenciais na economia, no meio ambiente e nas pessoas, em
todas as atividades e relações de negócios da organização. Impactos reais são aqueles que já ocorreram e impactos
potenciais são aqueles que poderiam ocorrer mas ainda não ocorreram. Esses impactos incluem impactos positivos e
negativos, impactos de curto e de longo prazo, impactos intencionais e não intencionais, e impactos reversíveis e
irreversíveis.

Para identificar seus impactos, a organização pode usar informações de diversas fontes. Ela pode usar informações de
avaliações próprias ou de terceiros de impactos na economia, no meio ambiente e nas pessoas. Ela pode também usar
informações de análises legais, sistemas de gestão de conformidade relativos à corrupção, auditorias financeiras,
inspeções de saúde e segurança do trabalho, e pedidos de acionistas. Ela pode também usar informações de quaisquer
outras avaliações relevantes das relações de negócios realizadas pela organização ou por iniciativas setoriais ou multi-
stakeholder.

Mais informações podem ser coletadas por meio de mecanismos de queixas que a própria organização tenha estabelecido,
ou que tenham sido estabelecidos por outras organizações. A organização pode também usar informações de sistemas de
gestão de risco da organização como um todo, desde que esses sistemas identifiquem os impactos da organização na
economia, no meio ambiente e nas pessoas, além de identificar riscos para a própria organização. Ela pode também usar
informações de fontes externas, tais como veículos da imprensa e organizações da sociedade civil.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 2 – Identifique impactos reais e potenciais – GRI 3 (Adaptado de GRI 1-
Temas Materiais 2021)

Os impactos da organização na economia referem-se aos impactos nos sistemas econômicos em nível local, nacional e global.
Uma organização poderá ter impacto na economia, por exemplo, por meio das suas práticas de concorrência, suas práticas de
compra e seus impostos e pagamentos a governos.

Os impactos da organização no meio ambiente referem-se aos impactos nos organismos vivos e nos elementos não vivos,
incluindo ar, solo, água e ecossistemas. Uma organização poderá ter impacto no meio ambiente, por exemplo, por meio de seu
uso de energia, solo, água e outros recursos naturais.

Os impactos da organização nas pessoas referem-se aos impactos nos indivíduos e grupos, tais como comunidades, grupos
vulneráveis ou na sociedade. Isso inclui os impactos que a organização causa nos direitos humanos das pessoas. Uma
organização poderá ter impacto nas pessoas, por exemplo, por meio das suas práticas empregatícias (ex.: o salário que paga a
empregados), da sua cadeia de fornecedores (ex.: as condições de trabalho de trabalhadores de fornecedores) e dos seus
produtos e serviços (ex.: sua segurança ou acessibilidade).

Os impactos na economia, no meio ambiente e nas pessoas estão inter-relacionados. Por exemplo, os impactos de uma
organização na economia e no meio ambiente poderão resultar em impactos nas pessoas e em seus direitos humanos. Da
mesma forma, os impactos positivos de uma organização podem resultar em impactos negativos e vice-versa. Por exemplo,
os impactos positivos de uma organização no meio ambiente podem resultar em impactos negativos nas pessoas e em seus
direitos humanos.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 2 – Identifique impactos reais e potenciais – GRI 3 (Adaptado de GRI
3- Temas Materiais 2021)

Identificação de impactos negativos

A identificação de impactos negativos reais e potenciais com os quais a organização está envolvida ou poderia estar
envolvida é a primeira etapa da devida diligência. Recomenda-se que a organização considere impactos reais e potenciais
que ela causa ou contribui para causar por meio das suas atividades, bem como impactos reais e potenciais que estejam
diretamente relacionados às suas operações, seus produtos e serviços como consequência das suas relações de negócios.

Lembre-se de que uma organização "causa" um impacto negativo se suas próprias atividades resultam no impacto. Uma
organização "contribui para causar" um impacto negativo se suas atividades levam, facilitam ou incentivam uma outra
entidade a causar o impacto.

Identificação de impactos positivos

Para identificar seus impactos positivos reais e potenciais, recomenda-se que a organização avalie como contribui ou
poderia contribuir para o desenvolvimento sustentável por meio das suas atividades, por exemplo, por meio dos seus
produtos, serviços, investimentos, práticas de compras, práticas empregatícias ou pagamento de tributos. Isso também
inclui a avaliação de como a organização pode moldar seu propósito, seu modelo de negócios e suas estratégias para
gerar impactos positivos que contribuam para o objetivo do desenvolvimento sustentável.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 3 – Avalie a importância dos impactos– GRI 3 (Adaptado de GRI 3-
Temas Materiais 2021)

Avaliação da importância de impactos negativos

A importância de um impacto negativo real é definida pela severidade do impacto. A importância de um impacto
negativo potencial é definida pela severidade e probabilidade do impacto. A combinação da severidade e
probabilidade de um impacto negativo pode ser chamada de “risco”.

Severidade

A severidade de um impacto negativo real ou potencial é definida pelas seguintes características:

Tamanho: o tamanho da gravidade do impacto.


Escopo: o quanto o impacto está disseminado, por exemplo, o número de indivíduos afetados ou a extensão do dano
ambiental.
Natureza irremediável: o quanto é difícil desfazer ou reparar o dano resultante.

Probabilidade

A probabilidade de um impacto negativo potencial refere-se à chance do impacto ocorrer. A probabilidade de um


impacto pode ser medida ou definida qualitativa ou quantitativamente
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 3 – Avalie a importância dos impactos– GRI 3 (Adaptado de GRI 3-
Temas Materiais 2021)

Avaliação da importância de impactos positivos

A importância de um impacto positivo real é definida pelo tamanho e escopo do impacto. A importância
de um impacto positivo potencial é definida pelo tamanho e escopo, bem como pela probabilidade do
impacto.

Tamanho e escopo

No caso de impactos positivos, o tamanho de um impacto refere-se a quão benéfico o impacto é ou


poderia ser, e o escopo refere-se a quão disseminado o impacto está ou poderia estar (ex.: o número de
indivíduos ou a extensão dos recursos ambientais que são ou poderiam ser positivamente afetados).

Probabilidade

A probabilidade de um impacto positivo potencial refere-se à chance do impacto ocorrer. A


probabilidade de um impacto pode ser medida ou definida qualitativa ou quantitativamente
68
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 4 – Priorize os impactos mais significativos para o relato – GRI 3
(Adaptado de GRI 3- Temas Materiais 2021)

Nesta etapa, para definir seus temas materiais para o relato, a organização prioriza seus impactos com base na importância. A
importância de um impacto é avaliada em relação a outros impactos que a organização tenha identificado. Recomenda-se que a
organização organize seus impactos do mais para o menos significativo e defina um ponto de corte ou limiar para definir quais
impactos ela irá enfocar em seu relato. Para facilitar a priorização, recomenda-se que a organização agrupe os impactos em temas.

Por exemplo, ao estabelecer um limiar, a organização primeiro agrupa seus impactos em vários temas e os classifica, com base na
importância, da prioridade mais alta para a mais baixa. Depois, a organização precisa definir quantos dos temas ela irá relatar,
começando pelos de prioridade mais alta. O estabelecimento do limiar fica a critério da organização. Para transparência, a
organização poderá fornecer uma representação visual da priorização que mostre a lista inicial de temas que ela identificou e o
limiar estabelecido para o relato.

A importância de um impacto é o único critério para se definir se um tema é material para ser relatado. A organização não poderá
usar a dificuldade em relatar um tema ou o fato de ainda não gerenciar o tema como critério para definir se relata ou não o tema.
Quando a organização não gerenciar um tema material, ela poderá relatar os motivos para não fazê-lo ou quaisquer planos para
gerenciar o tema de modo a cumprir os requisitos.

Por exemplo, as atividades de uma organização resultam em poluição da água, o que causa impactos negativos tanto nos
ecossistemas como no acesso das comunidades locais à água potável. A organização poderá agrupar esses impactos no tema “água
e efluentes”, pois ambos os impactos se relacionam ao seu uso de água.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.1 - Determinar a materialidade - PR 2030 / Etapa 4 – Priorize os impactos mais significativos para o relato – GRI 3
(Adaptado de GRI 3- Temas Materiais 2021)

70
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.2 - Estabelecer objetivos e metas - PR 2030 / Gestão dos Temas Materiais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas
Materiais 2021)

Após a determinação da materialidade, a organização deve ter capacidade de responder aos temas ESG materiais e seus
impactos relacionados. Essas respostas podem incluir o estabelecimento de políticas, objetivos e metas, reforço das
estruturas de governança, desenvolvimento ou melhoria de sistemas e processos de gestão, melhorias em seus produtos e
serviços, e envolvimento de outras partes interessadas.

A forma como uma organização estabelece respostas para um tema material depende da natureza, impacto e priorização do
tema, bem como da maturidade, posicionamento, objetivos, políticas, sistemas e processos da organização.

Por meio do modelo de avaliação e direcionamento, apresentado na Seção 6, é possível identificar a maturidade da
organização em relação a um determinado critério ESG, de forma a traçar os próximos passos (corrigir gaps e/ou
determinar a sua ambição). Na Seção 7, para cada critério ESG também são apresentados exemplos de práticas, que
servem como referência para o estabelecimento de objetivos e metas ou outras ações necessárias.

Este conteúdo exige que a organização explique como gerencia cada um dos seus temas materiais. Isso significa que é
necessário que a organização relate este conteúdo para cada um dos seus temas materiais.

Após a avaliação de cada critério, a organização tem condições de estimar seu estágio de maturidade em relação às práticas
ESG como um todo. A intenção é fornecer uma perspectiva para determinar onde a organização se encaixa no cenário atual
e propor um direcionamento para que seja possível traçar sua trajetória de evolução na maturidade dos critérios ESG.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.2 - Estabelecer objetivos e metas - PR 2030 / Gestão dos Temas Materiais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas
Materiais 2021)

Estágios de maturidade dos critérios ESG. O modelo de avaliação e direcionamento está representado em uma escala, composta por
cinco estágios de evolução crescentes e de abordagem cumulativa, conforme apresentado na Figura 9.

O critério escolhido para avaliação deve ser identificado com base no que é material para a organização (ver 5.2.4.1).
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.2 - Estabelecer objetivos e metas - PR 2030 / Gestão dos Temas Materiais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas
Materiais 2021)

O modelo de Nos estágios 1 e 2, as ações ainda não podem ser


consideradas práticas ESG, tendo em vista que estão sendo tratadas
de forma a atender a legislação ou por meio de práticas dispersas.
Nestes estágios ainda existe um nível menor de conscientização e
envolvimento da Alta Direção com os temas ESG.

A partir do estágio 3 a liderança já possui uma atuação mais


consciente em relação a temas ESG materiais para seu negócio, indo
além da legislação. As práticas possuem enfoque operacional e
passam a ser gerenciadas em processos estruturados, mas a princípio,
tem como objetivo a mitigação de riscos de imagem, reputação e
melhorias em eficiência e qualidade. A partir do amadurecimento
dentro do próprio estágio 3 espera-se que as organizações
aumentem sua visão em relação aos temas ESG e os líderes tenham
um envolvimento mais profundo, assumindo o papel de coordenação
do tema, ampliando o nível de aprendizado e inovação corporativa.
Neste contexto, se inicia a aderência ao que chamamos de práticas
ESG.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.2 - Estabelecer objetivos e metas - PR 2030 / Gestão dos Temas Materiais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas
Materiais 2021)

No estágio 4, a liderança está à frente dos processos de ESG. Ao


integrar os temas à uma abordagem estratégica, desenvolve visão
integrada para lidar com os temas, articulando sistemas e
processos.

Nessa fase, a organização usa o ESG como forma de se


diferenciar, ao promover inovação tecnológica ou novos
modelos de negócio. Práticas nesse estágio possuem objetivos,
metas, indicadores-chave do desempenho e monitoramento
contínuo.

No estágio 5, a organização já posicionou o ESG como base de


seu modelo estratégico de negócio, e atua para impactar e
influenciar outras organizações no fortalecimento dessa pauta,
em um movimento mais amplo frente ao seu setor de atividade
e cadeias de valor. O trabalho de impacto e influência é uma
disciplina contínua e evolutiva.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.2 - Estabelecer objetivos e metas - PR 2030 / Gestão dos Temas Materiais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas
Materiais 2021)

A organização deve avaliar as possibilidades de respostas disponíveis, considerar seu apetite por riscos e oportunidades e
escolher as ações mais apropriadas para compor seu planejamento ESG. Assim como na determinação dos temas materiais, as
opções de resposta também devem ser priorizadas e tratadas. A priorização das respostas deve observar as principais demandas
das partes interessadas e estar alinhada com: estratégias e operações organizacionais, resultados das avaliações de
materialidade, disponibilidade de recursos, gerenciamento interno e cronogramas, e requisitos regulatórios.

Para os objetivos e metas estabelecidos, devem ser determinados indicadores alinhados com os temas materiais determinados
anteriormente, e estes devem estar adequados ao contexto da organização. Ao estabelecer os objetivos das práticas ESG, convém
que a organização tenha definido seus valores e políticas alinhados com os compromissos públicos (que podem ser
internacionais, nacionais ou setoriais) para o desenvolvimento sustentável, e o direcionamento estratégico do negócio em
relação à sustentabilidade. Da mesma forma, os objetivos devem ser coerentes com os propósitos do negócio, atividades e
processos da organização relacionados ao atendimento das expectativas das partes interessadas.

De acordo com as técnicas e metodologias de mensuração, a organização deve estabelecer um processo de monitoramento e
análise crítica do atendimento dos objetivos, por meio da medição dos indicadores relacionados aos objetivos, conforme 5.2.6.
Quando necessário, os objetivos devem ser atualizados e adequados às reais necessidades da organização, de modo a permitir
que as metas relacionadas aos critérios ESG sejam alcançadas.

O planejamento ESG deve ser definido com base nas determinações claras do que deverá ser feito, recursos a serem utilizados,
responsabilidades e autoridades, periodicidades e análise crítica dos resultados.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 4 – Planejar – 5.2.4.2 - Estabelecer objetivos e metas - PR 2030 / Gestão dos Temas Materiais – GRI 3 (Adaptado de GRI 3- Temas
Materiais 2021)

(Fonte: Aula da Professora Patrícia Bitencourt – ABNT )


Estudo de Caso
Estudo de Caso
• Grupo 1 – Empresa do Setor Agrícola

• Grupo 2 – Empresa do Setor de Tecnologia da Informação

• Grupo 3 – Empresa do Setor de Eletroeletrônicos

Com base nos textos disponibilizados, realize as seguintes etapas:

 1 - Etapa de identificação dos impactos reais e potenciais das atividades


 2 - Etapa de avaliação dos impactos reais e potenciais das atividades
 3 - Etapa de priorização dos impactos reais e potenciais das atividades
 4 – Avaliação do nível de maturidade dos temas materiais
 5 – Definição de objetivos e metas dos temas materiais
Prática Recomendada ABNT PR 2030
Ambiental, Social e Governança (ESG)
Conceitos, diretrizes e modelo de avaliação e direcionamento para organizações
Primeira edição. Dezembro de 2022

ABNT PR 2030 – A jornada ESG

Instrutor(a): Bruno Basso


Encontro 3 – Eixo Social
1. Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
2. Tema Direitos Humanos
3. Tema Diversidade, equidade e inclusão
4. Tema Relações e práticas de trabalhos
5. Tema Promoção de responsabilidade social na cadeia de valor
6. Documentos normativos orientadores
7. Mapeamento dos ODS
8. Passos para incorporar o ESG na organização (Passos 5, 6 e 7)
1 - Eixo Social
Temas e Critérios
Este eixo é referente ao papel da
organização junto à sociedade e sua
gestão no relacionamento com as partes
interessadas internas e externas.

O objetivo deste eixo é apoiar a


organização na sua busca pela licença
social para operar, gerando valor às partes
interessadas e incorporação destes
conceitos na estratégia da organização.

Este eixo possui 6 (seis) temas e 15


(quinze) critérios.
7.2 – Eixo Social
7.2.1 - Tema
Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.1 - Critério “Investimento social privado”

Curso ESG na Prática: Proteção e Geração de Valor (IBGC) - Professora: Rachel Barbosa Carneiro de Sousa
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.1 - Critério “Investimento social privado”

Curso ESG na Prática: Proteção e Geração de Valor (IBGC) - Professora: Rachel Barbosa Carneiro de Sousa
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.1 - Critério “Investimento social privado”

Curso ESG na Prática: Proteção e Geração de Valor (IBGC) - Professora: Rachel Barbosa Carneiro de Sousa
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.1 - Critério “Investimento social privado”

Curso ESG na Prática: Proteção e Geração de Valor (IBGC) - Professora: Rachel Barbosa Carneiro de Sousa
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.1 - Critério “Investimento social privado”
O Investimento Social Privado (ISP) trata do investimento voluntário e sistemático de recursos privados, de forma
planejada e monitorada, em benefício público, sob a premissa de que a organização é parte da sociedade na qual
está inserida e junto a qual promove os seus negócios. Estes recursos podem ser direcionados a projetos relacionados
à educação, cultura, saúde, geração de renda, desenvolvimento de infraestrutura, melhoria do acesso à informação
ou qualquer outra atividade que venha a promover desenvolvimento econômico, social e ambiental, alinhados aos
interesses públicos.

O ISP inclui a doação de recursos financeiros, de ativos, de produtos e serviços e também a execução de programas
de voluntariado corporativo (em que sejam disponibilizadas horas de trabalho para a prática de atividades com
impactos sociais positivos), preferencialmente, por meio de alianças estratégicas com o governo, empresas e
organizações da sociedade civil (OSC), em diálogo com a comunidade e em linha com políticas públicas em curso.

O ISP não se confunde com ações de mitigação de impactos negativos de sua atuação na comunidade nem com o
cumprimento mandatório de regulações setoriais. O ISP também não contempla ações e investimentos realizados
em benefício dos ativos da organização (por exemplo: seus recursos humanos e ambientais), nem a alocação de
recursos públicos 100 % incentivados (por exemplo: mecanismos de leis de incentivo como o da cultura e do
esporte), nem os desembolsos financeiros oriundos de penalidades impostas por órgãos de fiscalização (por
exemplo: Termo de Ajuste de Conduta – TAC). Também não se confunde com ações de contrapartida, nem com
ações de compensação.
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.1 - Critério “Investimento social privado”

https://mgnconsultoria.com.br/tendencia-do-investimento-social-privado/
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.2 - Critério “Diálogo e engajamento das partes interessadas”
Este assunto foi abordado preteritamente junto ao critério
engajamento das partes interessadas do tema conduta empresarial
do eixo de Governança.

O engajamento das partes interessadas é um processo sistemático


para identificar e criar diálogos com grupos ou indivíduos cujos
interesses legítimos são afetados pelas decisões e atividades da
organização.

As partes interessadas das organizações incluem toda a sociedade


civil, consumidores/clientes, fornecedores, trabalhadores e
acionistas.

Para existir o envolvimento significativo das partes interessadas, é


recomendável que se tenha uma comunicação bidirecional, e esta
deve ser responsiva e contínua, a fim de que as melhores decisões
possam ser tomadas.

No engajamento das partes interessadas, suas expectativas devem


ser consideradas nos processos decisórios e incluídos nos processos
de gestão, buscando soluções que beneficiem todos os envolvidos.
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.2 - Critério “Diálogo e engajamento das partes interessadas”

https://www.takaoconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2020/08/Manual-Takao_2-EDICAO_FINALIZADO.pdf
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.2 - Critério “Diálogo e engajamento das partes interessadas”

https://www.takaoconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2020/08/Manual-Takao_2-EDICAO_FINALIZADO.pdf
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.2 - Critério “Diálogo e engajamento das partes interessadas”
7.2.1 – Tema Diálogo social e desenvolvimento territorial
7.2.1.3 - Critério “Impacto social”
3.18 | impacto da organização: mudança positiva ou negativa na sociedade, economia ou no meio ambiente, total ou
parcialmente resultante das decisões e atividades passadas e presentes da organização [FONTE: ABNT NBR ISO 26000:2010,
2.9]

3.19 | licença social para operar (LSO): aceitação social de atividades produtivas com grande potencial de gerar impactos
econômicos e socioambientais, por parte do governo, organizações não governamentais, mídia e comunidades, não se
tratando de documentos formais, legais e/ou burocráticos de controle.

A gestão de impacto social (positivo ou negativo) é uma maneira de as organizações efetivarem sua responsabilidade social
de forma a tratar sua vantagem competitiva, sua reputação, sua capacidade de atrair e manter trabalhadores e/ou
conselheiros, sócios, acionistas, clientes ou usuários.

O envolvimento da organização com a comunidade estabelece parcerias, promovendo uma melhor compreensão das
expectativas e demandas das partes interessadas, de modo a possibilitar um planejamento mais assertivo para a gestão de
impactos (positivos ou negativos).

O envolvimento da comunidade também ajuda as organizações a se familiarizarem com as necessidades e prioridades da


comunidade, de forma que os esforços da organização visando o desenvolvimento e outros fins sejam compatíveis com os da
comunidade e da sociedade. Uma organização pode se envolver, por exemplo, por meio da participação em fóruns
estabelecidos pelas autoridades locais e associações de moradores ou criando esses fóruns.
7.2.2 - Tema
Direitos Humanos
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.1 - Critério “Respeito aos direitos humanos”
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (Declaração dos Direitos Humanos) foi adotada pela Assembleia Geral da ONU em 1948 e é o
instrumento de direitos humanos mais reconhecido em todo o mundo. O respeito aos direitos humanos é um princípio fundamental para toda
organização. Os direitos humanos são os direitos básicos conferidos a todos os seres humanos e podem ser classificados em várias categorias, das
quais, nesse contexto social, se destacam duas.

A primeira categoria é referente aos direitos civis e políticos, de que são exemplos o direito vida, direito de não ser submetido a tortura, direito à
segurança pessoal, direito à propriedade, à liberdade e à integridade da pessoa e direito ao devido processo legal, liberdade de opinião e expressão,
liberdade para adotar e praticar uma religião ou crença, direito a honra, direito de votar e de ser votado, entre outros. A segunda categoria é a dos
direitos econômicos, sociais e culturais – aqueles necessários para o desenvolvimento social, relacionados a atividades prestacionais do Poder Público,
como educação; trabalho em condições dignas; liberdade de associação; saúde; alimentação, vestuário, moradia, assistência médica e seguridade
social, entre outros.

É importante que as organizações possuam processos internos de gestão para promoção dos direitos humanos, bem como prevenção e correção de
possíveis impactos negativos. É fundamental que os processos de tomada de decisão e as alocações de recursos permitam respostas efetivas quando
houver possíveis violações de Direitos Humanos.

Os direitos humanos são inerentes, inalienáveis, universais, indivisíveis e interdependentes:

• são inerentes ao pertencerem a cada pessoa pelo fato de ser humana;


• são inalienáveis, porque as pessoas não podem consentir em abrir mão deles ou que governos ou quaisquer
• outras instituições as privem deles;
• são universais, porque se aplicam a todos, independentemente de sua situação;
• são indivisíveis no sentido de que nenhum direito humano pode ser seletivamente ignorado; e
• são interdependentes, porque a realização de um direito contribui para a realização de outros direitos.
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.1 - Critério “Respeito aos direitos humanos”

O Pacto Global advoga Dez Princípios universais, derivados da Declaração Universal de Direitos Humanos, da Declaração da
Organização Internacional do Trabalho sobre Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, da Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento e da Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.

As organizações que passam a fazer parte do Pacto Global comprometem-se a seguir esses princípios no dia a dia de suas
operações.
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.1 - Critério “Respeito aos direitos humanos”
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.1 - Critério “Respeito aos direitos humanos”
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.1 - Critério “Respeito aos direitos humanos”
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.2 - Critério “combate ao trabalho forçado ou compulsório”
O trabalho forçado se refere a situações em que as pessoas são coagidas a trabalhar por meio do uso de violência ou intimidação, ou até mesmo
por meios implícitos, como a servidão por dívidas, a retenção de documentos de identidade ou ameaças de denúncia às autoridades de imigração. A
eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório foi identificada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como um
dos direitos fundamentais do trabalho.
Denunciar violação de direitos humanos (Disque 100). O Disque 100 recebe, analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos
relacionadas aos seguintes grupos e/ou temas:

•Crianças e adolescentes
•Pessoas idosas
•Pessoas com deficiência
•Pessoas em restrição de liberdade
•População LGBT
•População em situação de rua
•Discriminação ética ou racial
•Tráfico de pessoas
•Trabalho escravo
•Terra e conflitos agrários
•Moradia e conflitos urbanos
•Violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais
•Violência policial (inclusive das forças de segurança pública no âmbito da intervenção federal no estado do Rio de Janeiro)
•Violência contra comunicadores e jornalistas
•Violência contra migrantes e refugiados
• Pessoas com Doenças Raras
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.1 - Critério “combate ao trabalho forçado ou compulsório”

Os 207 homens que foram resgatados em Bento Gonçalves, na


Serra do Rio Grande do Sul, em condições de trabalho escravido,
relataram em depoimentos ao Ministro do Trabalho e Emprego
(MTE) situações de agressão, cárcere privado e agiotagem. A RBS
TV teve acesso aos depoimentos.

Conforme os auditores fiscais do trabalho que ouviram os


homens, os relatórios "detalharam os sinais clássicos de trabalho
escravo", entre eles, o endividamento, que começou quando o
grupo saiu da Bahia. A maioria viajou do estado nordestino para
o RS com a promessa de pagamento de salários, alojamento e
alimentação, realidade diferente da que encontraram.

Um dos trabalhadores contou que a viagem até Bento Gonçalves


custou R$ 1,3 mil. Outro, que o empregador dava vales a quem
quisesse adiantamento de salário e cobrava juros abusivos.
Houve casos em que uma pessoa que se apresentava como
policial ia aos finais de semana até o alojamento onde estavam
residindo, que ficava no bairro Borgo, e oferecia empréstimos,
com cobrança de juros, de R$ 100 até R$ 150.
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.3 - Critério “Combate ao trabalho infantil”
As organizações devem identificar prevenir e combater o trabalho infantil em todas as suas atividades e, sempre que possível e exequível, também
em sua cadeia de valor. Deve-se esclarecer, neste ponto, que existem hipóteses autorizadas pela Constituição, pela legislação infraconstitucional e
por tratados internacionais em que menores de 18 anos podem trabalhar, a partir dos 16 anos, ou, na condição de aprendizes, a partir dos 14 anos
de idade, exceto trabalho noturno, perigoso ou insalubre.

A OIT, em colaboração com a parceria global Aliança 8.7 , lançou o Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil em 2021 , com o
objetivo de promover ações legislativas e práticas para erradicar o trabalho infantil em todo o mundo. O Ano Internacional foi aprovado por
unanimidade em uma resolução da Assembleia Geral da ONU em 2019. O principal propósito do ano é instar os governos a fazerem o que for
necessário para atingir a Meta 8.7 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).

8.7 Tomar medidas imediatas e eficazes para


erradicar o trabalho forçado, acabar com a
escravidão moderna e o tráfico de pessoas, e
assegurar a proibição e eliminação das piores
formas de trabalho infantil, incluindo
recrutamento e utilização de crianças-
soldado, e até 2025 acabar com o trabalho
infantil em todas as suas formas
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.3 - Critério “Combate ao trabalho infantil”

https://www.alliance87.org/
7.2.3 - Tema
Diversidade, equidade e
inclusão
7.2.3 – Tema Diversidade, equidade e inclusão
7.2.3.1 - Critério “Políticas e práticas de diversidade e equidade”
Um dos objetivos das práticas de diversidade e equidade nas
organizações é materializar seu compromisso com os Direitos
Humanos, além de tornar as organizações um reflexo e referência para
a sociedade na qual está inserida, considerando suas características e
particularidades.

Essa busca significa incluir trabalhadores com características diversas,


mas também a existência de um ambiente no qual a diversidade é
valorizada, fazendo com que todos se sintam confiantes para que
sejam quem são, livres de preconceitos e estereótipos, exercendo
plenamente suas capacidades e competências para sua realização e
desenvolvimento profissional e pessoal.

Diversidade é a pluralidade de culturas, identidades, formas de


pensar, experiências e trajetórias que podem ser encontradas em um
grupo de pessoas.

A busca da equidade visa assegurar igualdade de condições e


oportunidades para seus trabalhadores, levando em conta suas
características e necessidades distintas, provendo os recursos para que
todos possam se desenvolver e aproveitar as oportunidades
igualmente.
7.2.3 – Tema Diversidade, equidade e inclusão
7.2.3.1 - Critério “Políticas e práticas de diversidade e equidade”

Em 2020, o Pacto Global das Nações Unidas, conjuntamente com outras 30 instituições, lançou o Equidade é Prioridade:
Gênero, programa em parceria com a ONU Mulheres e com impacto global – que tem por objetivo garantir que empresas tenham
metas ambiciosas para mulheres na alta liderança (acima de Diretoria).

Em 2021, é lançado o Equidade É Prioridade: Étnico Racial, uma parceria entre o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e
Desigualdades (CEERT) e a Rede Brasil do Pacto Global que tem por objetivo auxiliar as empresas a terem metas para pessoas negras
em cargos de gestão.
7.2.3 – Tema Diversidade, equidade e inclusão
7.2.3.1 - Critério “Políticas e práticas de diversidade e equidade”

O Conselho de Administração da Cielo, empresa líder em


soluções de pagamentos eletrônicos no Brasil e na
América Latina, anunciou suas metas para aumentar
a diversidade na companhia.

Até 2025, o número de mulheres no quadro geral das


equipes deverá representar 45% do total. Além disso, os
profissionais negros e indígenas deverão corresponder
a 35% do efetivo.

Atualmente, o percentual de mulheres no Time Cielo é


de 39% e o de pessoas negras e indígenas é de 31%.

Foram estipuladas também metas para ampliar a


presença desses grupos na liderança da companhia. Hoje,
as mulheres ocupam 38% desses cargos,
enquanto profissionais negros e indígenas representam
18%. Em 2025, a meta será alcançar, 42% e 22% dessas
posições, respectivamente.
https://blog.cielo.com.br/institucional/metas-diversidade/
7.2.3 – Tema Diversidade, equidade e inclusão
7.2.3.1 - Critério “Políticas e práticas de diversidade e equidade”
•Criação dos Grupos de Afinidade da Cielo: idealizados para promover o debate sobre D&I e a participação plena e equitária de todas as
pessoas no nosso ambiente corporativo nossos grupos de afinidade lideram diversas iniciativas que contribuem com o processo de
transformação da companhia. Ao todo, são quatro grupos, abertos a todas as pessoas do Time Cielo: Além do Gênero ( que cuida do
empoderamento feminino na Cielo); Blue to Black (relacionado às relações étnico-raciais); Prisma (que dá representatividade à
comunidade LGBTQIA+); e o Somos Todos Um (voltado para as pautas relacionadas às pessoas com deficiência (PcDs);

•Trilha de D&I: quem faz parte do Time Cielo têm acesso à uma trilha de Diversidade & Inclusão na Universidade Cielo (UC), nossa
plataforma de educação corporativa;

•Lançamento do manifesto de Diversidade & Inclusão: lançado em abril de 2021, contou com a colaboração de diversas equipes da
companhia e marcou o lançamento de uma identidade visual própria para representar os temas de D&I na Cielo;

•Criação da área de Diversidade & Inclusão no Portal Cielo: o canal interno, voltado para as pessoas do Time Cielo, traz todos
os assuntos relacionados à D&I, incluindo informações sobre os Grupos de Afinidade e diversos materiais de apoio e conteúdos para
consulta;

•Lançamento do Conversas Plurais: os encontros online com o Time Cielo são realizados frequentemente e visam difundir o
conhecimento sobre temas relacionados à luta de grupos minorizados dentro e fora da Cielo;

•Liderança Inclusiva: ação que envolve a participação das lideranças em rodadas de apresentação sobre pautas de Diversidade e
Inclusão. Há também a produção de um relatório com indicadores demográficos da empresa e de materiais de apoio sobre assuntos
como capacitismo, acessibilidade etc.
https://blog.cielo.com.br/institucional/metas-diversidade/
7.2.3 – Tema Diversidade, equidade e inclusão
7.2.3.1 - Critério “Políticas e práticas de diversidade e equidade”
•Censo sobre PCDs e raça: realizado em julho de 2021, a pesquisa interna viabilizou a identificação de PcDs que estavam na companhia sem serem
enquadrados como tal. O mapeamento também tornou possível diminuir os gargalos em relação à autodeclaração racial e a direcionar as ações para
tornar a empresa mais inclusiva, acessível e diversa, com base no real cenário interno;

•E-NPS Diversidade: a pesquisa E-NPS visou identificar, de forma anônima, as pessoas da comunidade LGBTQUIA+ no Time Cielo e suas respectivas
identidades de gênero e orientação sexual. O objetivo foi saber a visão do público interno em relação à D&I na Cielo;
•Inclusão de cotas raciais no PEC: em 2021, o nosso Programa de Educação Continuada (PEC) passou a contemplar cotas raciais, visando o aumento
de representatividade das pessoas de grupos minorizados. Com isso, o percentual de mulheres no PEC chegou a 50% e o de pessoas autodeclaradas
pretas e pardas, a 32,5%;

•Mesa de Diversidade e Inclusão no Cielo Digital Summit 2021: a pauta de Diversidade e Inclusão foi tratada pela 1ª vez no Cielo Digital Summit
2021, realizado com todo o Time Cielo, em outubro do ano passado. O bate-papo contou com a presença do ator e comediante Hélio de La Peña,
fomentando a troca de experiências sobre o tema nas equipes;

•Programa de Trainee PCDs: também em 2021, a Cielo promoveu o primeiro Programa de Formação para Gerente de Negócios Trainee
exclusivamente voltado a Pessoas com Deficiência (PCDs). As 15 vagas inicialmente previstas geraram a contratação de 33 pessoas – quase o dobro do
que foi previsto no lançamento da ação;

•Ações inclusivas no recrutamento e seleção: a atração e seleção de talentos para a companhia contou com novas iniciativas de D&I como a adoção do
nome social de pessoas trans nos sistemas internos da empresa (incluindo crachás, e-mail, perfil no Teams e o login corporativo) e a implementação do
tema na integração das pessoas contratadas;

•Lançamento da Cartilha de D&I: em dezembro de 2021, nossa companhia lançou sua Cartilha de Diversidade e Inclusão destinada às pessoas do Time
Cielo. A publicação reforça os seis compromissos da Cielo em avançar com a promoção de um ambiente cada vez mais plural e inclusivo.
https://blog.cielo.com.br/institucional/metas-diversidade/
7.2.3 – Tema Diversidade, equidade e inclusão
7.2.3.2 - Critério “Cultura e promoção de inclusão”
Inclusão é a escolha intencional de trazer para a organização pessoas pertencentes aos grupos de
diversidade com os objetivos tanto de contribuir com a redução das desigualdades na sociedade em geral,
quanto de dar oportunidades e promover um ambiente mais plural, capaz de melhorar os resultados da
organização.

Incorporar a cultura e a promoção de inclusão às estratégias da organização tem como objetivo posicionar
a organização como colaboradora do desenvolvimento social e econômico do país, elevar a gestão dos
seus recursos humanos, atrair e reter talentos, realizar uma gestão adequada dos impactos positivos e
negativos associados à diversidade, preservando a reputação da organização, e promovendo maior
geração de valor.

As organizações inclusivas têm mais potencial de melhorar suas conexões e cooperação em seus setores de
atuação, gerando maior capacidade de adaptação às mudanças de mercado e de comportamento da
sociedade.

Dentro de suas diretrizes de diversidade e inclusão, as organizações devem identificar grupos a serem
priorizados (como etnia, gênero, LGBTQIA+, pessoas com deficiência, geracional ou diversidade etária,
dentre outras).
7.2.3 – Tema Diversidade, equidade e inclusão
7.2.3.2 - Critério “Cultura e promoção de inclusão”
7.2.3 – Tema Diversidade, equidade e inclusão
7.2.3.2 - Critério “Cultura e promoção de inclusão”
7.2.4 - Tema
Relações e práticas de
trabalhos
7.2.4 – Tema Relações e práticas de trabalhos
7.2.4.1 - Critério “Desenvolvimento profissional”
Desenvolvimento profissional é o aprimoramento de habilidades técnicas e competências
comportamentais para ampliar o conjunto de experiências e conhecimentos do indivíduo, tanto
para o crescimento profissional como pessoal.

A capacitação é um componente essencial da promoção do emprego e do apoio às pessoas para


que consigam trabalhos decentes e produtivos, além de ser vital para o desenvolvimento
socioeconômico.

As organizações devem se comprometer com o aperfeiçoamento de competências de seus


trabalhadores para que eles possam evoluir no ambiente de trabalho e possam realizar suas
ambições individuais de crescimento profissional.

Promover capacitação e educação aos trabalhadores, estimular que adquiram mais


conhecimento, adotar políticas de incentivo voltadas ao desenvolvimento profissional, causam
impactos positivos e aumentam a satisfação na vida dos trabalhadores, melhorando o desempenho
organizacional.
7.2.4 – Tema Relações e práticas de trabalhos
7.2.4.2 - Critério “Saúde e segurança ocupacional”
7.2.4 – Tema Relações e práticas de trabalhos
7.2.4.3 - Critério “Qualidade de vida”
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de
vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no
contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.

O cuidado com a saúde dos trabalhadores é um aspecto importante


para proporcionar um ambiente de trabalho salutar, e fomentar a
promoção da saúde, estimulando hábitos saudáveis e contribuindo
para que o trabalhador e sua família tenham acesso aos meios de
assistência à saúde. Igualmente, é importante que se cuide da saúde
mental no ambiente de trabalho.

A ISO 45003 fornece diretrizes para o gerenciamento de riscos


psicossociais em um sistema de gestão de segurança e saúde
ocupacional baseado na ISO 45001. Aplicável a organizações de todos
os tamanhos e setores, fornece uma estrutura estruturada para
desenvolver, implementar, manter e melhorar continuamente a saúde Gestão da segurança e saúde no trabalho — Saúde
e segurança no local de trabalho. psicológica e segurança no trabalho — Orientações
para a gestão dos riscos psicossociais
7.2.4 – Tema Relações e práticas de trabalhos
7.2.4.4 - Critério “Liberdade de associação”
A liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do 8. Trabalho Decente e Crescimento Econômico.
direito à negociação coletiva fazem parte dos direitos
fundamentais do trabalho, tendo sido incluídos na Declaração Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e
de 1998 da OIT de Princípios e Direitos Fundamentais do sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente
Trabalho. para todos

Este direito fundamental do trabalho estabelece que Meta 8.8. Proteger os direitos trabalhistas e promover
empregados e empregadores, sem qualquer distinção, têm ambientes de trabalho seguros e protegidos para todos os
o direito de criar e afiliar-se a organizações sindicais da trabalhadores, incluindo os trabalhadores migrantes, em
respectiva categoria sem autorização prévia. particular as mulheres migrantes, e pessoas em empregos
precários.
As organizações representativas formadas por trabalhadores,
ou às quais eles se associam, devem ser reconhecidas para Indicadores
fins de negociação coletiva, e os termos e condições de
trabalho podem ser determinados por negociação coletiva 8.8.1 - Taxas de frequencia de lesões ocupacionais fatais e
voluntária. não fatais, por sexo e situação de migração.

As convenções e os acordos coletivos de trabalho podem 8.8.2 - Nível de conformidade nacional dos direitos
incluir dispositivos para solução de controvérsias, e trabalhistas (liberdade de associação e negociação
aconselha-se às organizações que estabeleçam coletiva) com base em fontes textuais da Organização
mecanismos de diálogo constantes com o sindicato para Internacional do Trabalho (OIT) e legislação nacional, por
alinhar interesses e estabelecer as práticas de negociação. sexo e situação de migração.
7.2.4 – Tema Relações e práticas de trabalhos
7.2.4.5 - Critério “Política de remuneração e benefícios”

A política de remuneração e benefícios é um


conjunto de regras e critérios com o objetivo de
orientar as práticas de remuneração da
organização.

Ela pode abranger as regras para a gestão de


salários e benefícios, os critérios para a prática de
remuneração variável, bônus, recompensas
financeiras e não financeiras, bem como a política
de promoção e de carreira.

O plano de cargos e salários é uma das formas de


estabelecimento das políticas, devendo ser
observados os critérios que embasem a atração e
retenção de profissionais, a orientação para o
desenvolvimento e planejamento de carreira dos
trabalhadores, e o estabelecimento da
transparência, para que haja uma relação de
confiança entre a organização e os trabalhadores.
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.1 - Critério “Respeito aos direitos humanos”

https://valor.globo.com/carreira/coluna/demissao-com-respeito-e-responsabilidade-social.ghtml
7.2.2 – Tema Direitos Humanos
7.2.2.1 - Critério “Respeito aos direitos humanos”

Mas, seguindo essa lógica, qual seria, afinal, um gap salarial aceitável? E
A divulgação da informação de que o ex-chairman executivo da Natura, faz sentido falar em diferença justa quando se trata da distribuição de
Roberto Marques, tinha uma remuneração anual na casa das várias dezenas riqueza criada dentro de uma empresa privada? Quais são os parâmetros
de milhões causou indignação em muita gente e trouxe à luz a discussão para guiar essa discussão? Conforme reportagem no Valor, ele analisou 70
sobre o abismo salarial existente entre a cúpula e a base das empresas. companhias e concluiu que em 32 delas o múltiplo ficava acima de 100 e
Tudo isso mostra que até uma companhia reconhecida por liderar as em 17 era de mais de 200 vezes o salário médio dos funcionários.
melhores práticas ESG, como é o caso da Natura no Brasil, pode deslizar na Liderando a lista estavam também nomes como Pão de Açúcar, Magazine
condução de aspectos da agenda e incorrer em incoerências. A correção de Luiza, Itaú, Santander e JBS. Se a realidade mostra gaps de 100, 200, 600
rota se faz necessária, é parte legítima do processo e é justamente o que a vezes, qual deveria ser a diferença num sistema de distribuição mais
companhia faz agora ao propor um corte na remuneração do C-Level e do equânime da riqueza? Nos Estados Unidos, por exemplo, onde a razão
conselho. Mas, mais do que expor uma situação em particular, a revelação entre o salário dos CEOs para o trabalhador médio das empresas estava
é importante por pautar uma discussão que costuma ser esquecida na em 354 vezes naquele ano, as pessoas achavam que a diferença era bem
agenda ESG, mas que deveria ocupar o topo dela num país com menor (30 vezes) e consideravam que o justo seria uma diferença de
desigualdades sociais abissais como o Brasil. apenas 7 vezes. Haja distância entre expectativa e realidade.

https://www-capitalreset-com.cdn.ampproject.org/c/s/www.capitalreset.com/o-caso-da-natura-e-o-abismo-salarial-entre-cupula-e-base-nas-
empresas/amp/
7.2.5 - Tema
Promoção de
responsabilidade social na
cadeia de valor
7.2.5 – Tema Relações e práticas de trabalhos
7.2.5.1 - Critério “Relacionamento com consumidores e clientes”
O relacionamento com consumidores e clientes é o conjunto de interações multidirecionais entre a organização e o
seu mercado consumidor, composto por organizações e pessoas físicas, refletindo trocas de valor, de produtos e
serviços, bem como de informações, que podem promover a responsabilidade socioambiental.

As organizações que oferecem produtos e serviços aos consumidores, assim como a outros clientes, têm
responsabilidades com estes, como prover educação e informações precisas, usar informações de marketing
leais e processos contratuais justos, transparentes e úteis, além de promover o consumo sustentável.

O design e o desenvolvimento de produtos e serviços devem ser modelados para oferecer acessibilidade,
conforto e segurança a todos os consumidores, incluindo pessoas com necessidades especiais.

O relacionamento com o consumidor possui os seguintes princípios, que as organizações devem integrar nos
processos de gestão e melhoria contínua, impactando diretamente na proposta de valor do negócio:

• Compromisso com a qualidade e segurança de produtos e serviços


• Compromisso com os direitos do consumidor
• Compromisso com um propósito de valor sustentável ao negócio
• Compromisso com o consumo consciente e sustentável
• Criação de canais de comunicação transparentes e acessíveis
7.2.5 – Tema Relações e práticas de trabalhos
7.2.5.1 - Critério “Relacionamento com consumidores e clientes”

Metade dos consumidores do mundo já


consideram que práticas ESG influenciam
o relacionamento com as marcas
Segundo a pesquisa Global Consumer Insights Pulse,
realizada pela PWC, preocupações ESG influenciam
metade de todos os consumidores no
mundo. Curiosamente, porém, fatores sociais e de
Uma pesquisa da agência Union+Webster, divulgado
governança parecem ser mais influenciadores do que
pela FIEP (Federação das Indústrias do Estado do
os fatores ambientais quando se trata de decisões de
Paraná), mostrou que 87% da população brasileira
compra. Os jovens estão particularmente sintonizados
prefere consumir de empresas sustentáveis e 70%
com a temática. Na análise, millennials e a Geração Z
disseram que não se importariam em pagar um pouco
são significativamente mais propensos a considerar
mais por isso. Mas como unir então as práticas ESG e
ESG em relação à confiança, advocacia de marca e
mostrar isso ao consumidor? Com certeza não será
decisão de compra. O estudo entrevistou 9.069
apenas com comunicação.
consumidores em 25 territórios.
https://exame.com/colunistas/relacionamento-antes-do-marketing/esg-
https://www.nossomeio.com.br/metade-dos-consumidores-do-mundo-ja-
e-a-relacao-com-os-clientes/
consideram-que-praticas-esg-influenciam-o-relacionamento-com-as-marcas/
7.2.5 – Tema Relações e práticas de trabalhos
7.2.5.2 - Critério “Relacionamento com os fornecedores”
As organizações podem exercer influência e liderança
sobre a sua cadeia de suprimentos por meio do
estabelecimento de critérios socioambientais vinculados O Ministério Público do Trabalho (MPT) firmou na noite
a uma abordagem ESG consistente, incentivando e desta quinta-feira um Termo de Ajuste de Conduta (TAC)
recompensando os fornecedores a trabalharem de forma com as Vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton, que
sinérgica na prevenção, mitigação e remediação dos contratavam os serviços terceirizados da Fênix
impactos negativos. Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde
Ltda, empresa flagrada mantendo trabalhadores em
O relacionamento com os fornecedores deve ser pautado na condição degradante em um alojamento em Bento
ética, em oportunidades e negociações justas, no Gonçalves, na sua maioria oriundos do Estado da Bahia,
respeito aos interesses das partes interessadas e no em operação de resgate realizada no último dia 22 de
respeito à legislação e aos direitos humanos, devendo ter fevereiro.
foco no desenvolvimento sustentável das partes, em
soluções inovadoras e na integração com a cadeia de No TAC, as três empresas assumiram 21 obrigações de
suprimentos. fazer e de não fazer para aperfeiçoar o processo de
tomada de serviços, com a fiscalização das condições
É importante que a empresa faça uma análise de risco de de trabalho e direitos de trabalhadores próprios e
seus fornecedores e de outras partes da cadeia de terceirizados, e impedir que novos casos semelhantes
suprimento, conforme necessário, utilizando critérios se repitam no futuro. Outro objetivo expresso no
ESG (ambientais, sociais e de governança), buscando a documento é monitorar o cumprimento de direitos
potencialização de impactos positivos e a mitigação de trabalhistas na cadeia produtiva
possíveis impactos negativos. https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/modulos/noticias/546454
7.2.5 – Tema Relações e práticas de trabalhos
7.2.5.2 - Critério “Relacionamento com os fornecedores”

https://www.trt4.jus.br/portais/media-noticia/546457/TAC_assinado.pdf
Documentos normativos
orientadores
Anexo A (informativo) - Documentos normativos orientadores
Mapeamento dos ODS
Mapeamento dos ODS
Exercício
3º Exercício
Grupo 1 - 'Não entrevisto negros': a vítima anônima por trás da denúncia viral que expôs preconceito em busca de
emprego (https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/nao-entrevisto-negros-a-vitima-anonima-por-tras-
da-denuncia-viral-que-expos-preconceito-em-busca-de-emprego.ghtml). Uma empresa, que se encontra localizada na região
Sul do País, está buscando ser mais “inclusiva”, especialmente, por meio da contratação de pessoas negras (pretas e pardas).
Até então, o motivo da não contratação de pessoas negras era porque “nunca apareciam candidatos negros para as vagas”.
O que você faria para aumentar o número de candidatos negros nesses processos seletivos? Adotar uma política de cotas
seria um caminho eficaz? Quais outras medidas de estímulo você adotaria?

Grupo 2 - 38% das empresas têm restrições para contratar LGBTQI+, diz pesquisa
(https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2020/07/01/38percent-das-empresas-tem-restricoes-para-contratar-lgbtqi-diz-
pesquisa-preconceito-velado-relata-mulher-trans.ghtml) "Quando chegava na entrevista, eu percebia aquelas olhadas,
reparando. Era sempre desclassificada. Aquele preconceito velado. Eles não demonstram que é por esse motivo, mas você,
como LGBTQI+, sente“. "Eu já tinha recebido a carta de aceitação para a vaga e tinha respondido com o nome do meu
esposo e não de uma esposa. Eles não sabiam como tirar a proposta sem, assumidamente, se posicionar contra ter um
executivo LGBTQI+", relata. O que você faria para aumentar o número de candidatos LGBTQI+, nesses processos seletivos?
Adotar uma política de cotas seria um caminho eficaz? Quais outras medidas de estímulo você adotaria?

Grupo 3 - Pessoas com deficiência sofrem preconceito no mercado de trabalho


(http://www.metodista.br/rronline/pessoas-com-deficiencia-sofrem-preconceito-no-mercado-de-trabalho) “Mesmo com
o amparo da lei, ainda existem aqueles que preferem empreender e fugir da subutilização”. O que você faria para aumentar
o número de candidatos LGBTQI+, nesses processos seletivos? Adotar uma política de cotas seria um caminho eficaz?
Quais outras medidas de estímulo você adotaria?
3º Exercício (Bônus)
O Marketing de Lacração. https://www.linkedin.com/pulse/o-marketing-de-
lacra%C3%A7%C3%A3o-luaira-paraizo/?originalSubdomain=pt.

DPU aciona Magalu por 'marketing de lacração' com trainee para negros.
https://www.otempo.com.br/economia/dpu-aciona-magalu-por-marketing-de-
lacracao-com-trainee-para-negros-1.2395222.

Análise: Burger King e o marketing da lacração. https://lifestyle.r7.com/patricia-


lages/analise-burger-king-e-o-marketing-da-lacracao-28062022.

Quais são os limites para se tratar temas “ESG”? Como podemos fomentar
esses debates, sem “marketing de lacração”? O que você faria para
desenvolver esses temas, dentro de uma “razoabilidade”?
Prática PR 2030
7 Passos para incorporar o ESG na organização
Na incorporação de temas ESG, assim como em outros temas do universo corporativo, abordar a questão como um processo, em fases, torna
eficiente e auxilia no alcance de resultados concretos. Esta subseção identifica as fases que podem ser observadas pelas organizações que
desejem ingressar na Jornada ESG.

Esta jornada é individual e única para cada organização e este documento sugere sete passos para incorporar o ESG dentro da estratégia e
modelo de gestão da organização, desde conhecimento sobre o tema, consolidação em uma nova visão de negócio e intenção estratégica,
até a entrega de valor, de uma forma mais ampla para a sociedade (Ver Figura 6).
Passos 5, 6 e 7
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 5 – Implementar - 5.2.5.1 Estratégia e políticas / 5.2.5.2 Determinação e gestão de processos para ESG

Para uma efetiva implementação da abordagem ESG no modelo de gestão de uma organização, é importante que sejam estabelecidas a
estratégia e as políticas da organização em relação à sustentabilidade. Os critérios ESG devem ser incorporados na estratégia de
negócios da organização, promovendo sua renovação e ampliação de escopo de modo inovador, abordando temas e critérios contidos
nos eixos ambiental, social e de governança.

A estratégia da organização, renovada com a abordagem ESG, deve refletir e influenciar a identidade da organização, assim como seu
contexto e perspectiva a longo prazo. Convém que todos os objetivos de curto, médio e longo prazos estejam explicitados e sejam
alinhados com a intenção estratégica definida. Já as políticas ESG da organização devem refletir sua intenção estratégica, sintetizando,
de modo explícito, declarações, compromissos e diretrizes que orientam a tomada de decisão e estimulando o atingimento de
resultados e metas ambientais, sociais e de governança estabelecidos.

As políticas e a estratégia ESG da organização podem ser desdobradas em programas, projeto, e/ou processos de negócios que irão
constituir a base para o estabelecimento do modelo de gestão.

Processos de negócio geram estrutura para a ação das organizações, as quais entregam valor por meio de atividades conectadas em
uma rede de processos, que por sua vez cruzam frequentemente fronteiras de funções na organização. Quando essa rede funciona
como um sistema coerente, os resultados consistentes e previsíveis são alcançados de forma mais eficaz e eficiente.

A organização pode determinar os processos com impacto nos eixos ESG e suas interações necessárias (fontes de entrada, entradas,
atividades, saídas, recebedores de saídas) para prover resultados que levem em consideração as necessidades e às expectativas das
partes interessadas, em uma base contínua.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 5 – Implementar - 5.2.5.3 Engajamento das partes interessadas

Estabelecer um alto grau de lealdade, cooperação e confiança mútua com as principais partes interessadas por meio de
engajamento e diálogo contínuos, construtivos e dinâmicos, pode ter um significante impacto positivo no desempenho de
uma organização. O envolvimento das partes interessadas é a chave para integrar o ESG na estratégia, nas operações e no
gerenciamento de desempenho de uma organização.

É também uma ferramenta crítica para identificar riscos ESG e desenvolver estratégias que garantam a criação de valor
compartilhado e lucratividade sustentáveis e de longo prazo.

O engajamento significativo das partes interessadas é caracterizado pela comunicação bidirecional e depende da boa-fé
dos participantes de ambos os lados. Também é responsivo e contínuo, incluindo, em muitos casos, o envolvimento com as
partes interessadas pertinentes antes que as decisões sejam tomadas.

Para o estabelecimento de suas políticas ESG, convém que a organização determine quais partes interessadas são
pertinentes para a sua abordagem ESG. O escopo das partes interessadas deve ser o mais amplo possível, considerando não
apenas as partes usuais da cadeia de valor, como fornecedores, trabalhadores, acionistas e clientes, mas também incluindo
comunidades de entorno, poder público, ONG, associações, mídia, academia, entre outros.

Também é importante levar em consideração que as necessidades de cada parte interessada podem variar de acordo com
suas características e contexto. Portanto, um programa de engajamento robusto usará o método de comunicação mais
adequado para aprimorar a troca de informações, diálogo e o engajamento.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 5 – Implementar - 5.2.5.4 Integração entre gestão de processos e relacionamento com partes interessadas para a abordagem ESG

Processos de negócios criam a estrutura para a ação de


uma organização. Usualmente, processos são
considerados como estruturas internas ao modelo de
gestão. Dentro da visão ESG, a inovação se constitui em
conectar os processos de negócio às necessidades e
expectativas das partes interessadas pertinentes.

Convém que a organização realize a integração da gestão


de processos com a abordagem voltada às partes
interessadas, buscando coletar e considerar para cada
processo, as necessidades e expectativas de cada parte
interessada pertinente, que seja relacionada a critérios
ambientais, sociais e de governança, que compõem a
abordagem ESG.

Convém também que a organização colete e considere,


para cada processo as necessidades e expectativas das
partes interessadas pertinentes, e identifique suas
interações e impactos (negativos ou positivos) com os
processos de negócios, seja em suas entradas, atividades
ou saídas.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 5 – Implementar - 5.2.5.5 Gestão de recursos para abordagem ESG

Processos de negócios criam a estrutura para a ação de uma organização. Usualmente, processos são considerados como
estruturas internas ao modelo de gestão. Recursos apoiam a operação de todos os processos de uma organização, e são
críticos para assegurar um desempenho eficaz e eficiente, além de seu sucesso sustentado. Para alcançar os objetivos
traçados em sua estratégia e políticas ESG, convém que a organização determine e gerencie os respectivos recursos,
considerando os riscos e as oportunidades associados e seus efeitos potenciais, quando levados em conta os aspectos
ambientais, sociais e de governança que compõe esta nova abordagem.

Exemplos de recursos-chave incluem:

— recursos financeiros;
— pessoas;
— conhecimento organizacional;
— tecnologia;
— infraestrutura, como equipamento, instalações, energia e utilidades;
— ambiente para os processos da organização;
— materiais necessários para a provisão de produtos e serviços;
— informação;
— recursos providos externamente, incluindo filiais, parcerias e alianças;
— recursos naturais.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 5 – Implementar - 5.2.5.6 Mudança da cultura organizacional

A implementação de abordagem ESG em uma organização pode


contribuir com mudanças do seu direcionamento e comportamento,
ampliando sua visão e ação em relação aos aspectos ambientais, sociais
e de governança. No entanto, mudar o direcionamento e
comportamento de uma organização de modo fundamental e efetivo,
depende essencialmente da mudança da conduta de pessoas, além de
um novo pacto para a evolução contínua da cultura organizacional.

Portanto, convém que a organização que deseje evoluir na Jornada ESG,


além da implementação de estratégias e políticas, promova também a
adoção de comportamentos e atitudes de seus trabalhadores alinhados
a esse processo, como ética, respeito às diferenças, diversidade,
igualdade de gênero, inclusão, respeito ao meio ambiente, entre
outros.

A organização pode utilizar recursos como comunicação interna,


seminários, workshops, treinamentos e sistemas de avaliação de
desempenho que reforcem os comportamentos desejados e
desestimulem os comportamentos indesejados. A mudança da cultura
organizacional efetiva, por parte das lideranças e trabalhadores, se
dará então pelo processo de liderar pelo exemplo, dando maior
significado, consistência e propósito para o processo.
https://www.conniewsteele.com/blog/tone-at-the-top
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 5 – Implementar - 5.2.5.7 “Capitalismo de Stakeholders” e teoria do valor compartilhado no processo

O “Capitalismo de Stakeholders” e a teoria do valor compartilhado são formas inovadoras de gerar relações de
contribuição e desenvolvimento mútuos entre a organização e a sociedade. O conceito de Capitalismo de
Stakeholders é uma forma de capitalismo em que as organizações buscam a criação de valor a longo prazo e
que as estabelece como gestoras dos interesses da sociedade.

O Capitalismo de Stakeholders surge para dar vazão à preocupação genuína de investidores e gestores com a
agenda socioambiental, e com a geração de um modelo econômico mais equilibrado, que promova um futuro
sustentável ao planeta e às novas gerações. A teoria do valor compartilhado, criada por Michael Porter e Mark
Kramer, assume que as organizações podem gerar valor econômico, de forma a também criar valor para a
sociedade (focada no enfrentamento de suas necessidades e desafios).

Desse modo, convém que em suas ações ESG, a organização considere, também, de modo amplo e estruturado
as preocupações, as necessidades e expectativas das partes interessadas pertinentes. Dessa forma, as considera
dentro das suas estratégias de negócio, explicitando os focos de geração de valor compartilhado, e incorporando
os resultados nas suas práticas de relatórios de desempenho.

A organização deve identificar, criar ou implementar, quando necessário, processos de negócio, serviços, e
produtos, que possam estruturar, promover e entregar o valor para a sociedade, em cada um dos eixos ESG e
seus respectivos temas.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 5 – Implementar - 5.2.5.8 Engajamento da cadeia de valor e cadeia de suprimentos

3.3 | cadeia de suprimentos: sequência de atividades ou partes que fornecem bens ou serviços para a organização x 3.4 | cadeia de valor:
sequência completa de atividades ou partes que fornecem ou recebem valor na forma de produtos ou serviços. NOTA 1 Partes que fornecem valor
incluem fornecedores, trabalhadores terceirizados, empresas contratadas e outros. NOTA 2 Partes que recebem valor incluem clientes,
consumidores, conselheiros e outros usuários.

A organização que deseja implementar a abordagem ESG em seu modelo de negócio deve atentar para a importância de exercer um papel de
liderança em sua cadeia de valor, procurando estimular e induzir organizações parceiras, fornecedoras, concorrentes e clientes, a se engajarem e
adotarem boas práticas ESG.

A visão de sustentabilidade em cadeias de suprimento altera o foco da geração de resultado financeiro a curto prazo, para geração de valor a
longo prazo. Utilizando uma abordagem de cadeia de suprimentos, diversos ativos e estratégias sustentáveis podem ser compartilhados,
aumentando sinergias e efeitos em escala, como:

— Compartilhamento de informações e dados – em uma economia digital, o tráfego de dados, assim como de materiais, é fundamental para a
otimização de recursos e processos.
— Circularidade - a abordagem de cadeia de valor permite melhor articulação entre os diversos agentes ao longo da cadeia de suprimentos,
promovendo o uso mais racional de matérias-primas.
— Eficiência Energética - uma visão e ação integrada da cadeia de suprimentos pode promover o melhor uso dos recursos energéticos, em direção
a fontes renováveis e limpas.
— Gestão de risco – redução do risco de desestabilização da cadeia de suprimentos devido ao maior nível de integração e comprometimento entre
suas partes.
— Valor para o acionista (shareholder) e para as partes interessadas (stakeholder) – aumento da geração de valor, e da perenidade do valor
gerado para os acionistas, assim como para a sociedade, devido a uma maior articulação dos esforços e projetos de cunho social e ambiental para
as comunidades envolvidas com a operação.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 6 – Medir e monitorar - 5.2.6

Nesta etapa, a organização deve medir e monitorar o que foi planejado e está sendo implementado. Os indicadores de desempenho ESG precisam
mostrar como o negócio gera valor ao longo do tempo, os riscos e impactos associados e, principalmente, a gestão destes. Estes indicadores
devem fornecer evidências relativas ao desenvolvimento e implantação das práticas ESG na organização, referente à sua política, objetivos e metas
em busca de melhoria contínua, sempre que pertinente, considerando expectativas das partes interessadas.

Muitas vezes as organizações procuram medir o desempenho de sustentabilidade em relação a metas ou objetivos específicos. Algumas normas
e frameworks respondem melhor a demandas do mercado financeiro, outros estão focados em temas específicos e há também os que procuram
consolidar tudo como mecanismos de gestão. Na Seção 7, em cada critério, são apresentados exemplos de práticas que podem servir como
referência para a determinação de indicadores dos temas materiais.

Os indicadores de desempenho também podem ser determinados para atender aos compromissos globais assumidos pelos países que assinaram
a Agenda 2030, na qual foram estabelecidos 17 ODS e 169 metas que envolvem a sustentabilidade das pessoas e do planeta, além da paz,
prosperidade e parceria.

Para o atendimento aos ODS, convém que as organizações direcionem a medição dos seus indicadores integradamente com a sua cadeia de
valor, que são expressos em seus capitais financeiro, humano, social, natural, intelectual, intangível e produtivo. Assim, as organizações devem
estruturar seus indicadores dentro desta cadeia, considerando-se que toda estrutura, recursos, processos, atividades, valores e melhorias são
construídos, desenvolvidos e melhorados continuamente, de forma a promover a sustentabilidade da organização, focando no compromisso para o
atendimento das expectativas das partes interessadas.

A medição e o monitoramento também estão conectados com a geração de capital reputacional, uma vez que os indicadores e evidências
promovem a credibilidade das organizações e suas lideranças quanto aos seus compromissos com a gestão dos critérios ESG.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 6 – Medir e monitorar - 5.2.6

https://www.braskem.com.br/portal/Principal/arquivos/Braskem-Relatorio-Integrado-2021-PORT-31-10.pdf
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 7 – Relatar e comunicar - 5.2.7 / 5.2.7.1 Reporte e verificação do alcance das metas

É importante estabelecer um canal de transparência entre as partes interessadas, com informações precisas. O
relatório de desempenho é o instrumento estratégico para demonstrar o atendimento aos temas ESG de acordo
com os critérios estabelecidos e para basear decisões em relação aos passos que a organização deve tomar.

Devem ser disponibilizados a medição e o monitoramento dos indicadores de desempenho relacionados aos
eixos ESG, considerando as necessidades das diversas partes interessadas.

A forma, o conteúdo e a periodicidade da comunicação devem ser determinados pela própria organização,
considerando expectativas e necessidades de cada público.

As informações disponibilizadas devem permitir que as partes interessadas internas e externas formem opiniões
e tomem decisões embasadas sobre as contribuições da organização para o objetivo do desenvolvimento
sustentável.

Por meio desses dados, a organização poderá examinar o comportamento dos critérios avaliados no contexto de
cada tema, para cada eixo do ESG e como eles estão impactando os processos da organização (de forma
positiva ou negativa), podendo tomar decisões assertivas para o aprimoramento e evolução de seus processos.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 7 – Relatar e comunicar - 5.2.7.2 Relatar as transformações geradas pelas ações

5.2.7.2.1 Liderança. Os relatórios permitem aos gestores e partes interessadas, acesso à informações relevantes e pertinentes
sobre as ações da organização em sua jornada ESG, dando transparência às ações e decisões efetivadas. Informações precisas
sobre os processos, permitem que a liderança avalie o comprometimento e a motivação dos trabalhadores, dando suporte para
tomada de decisões que irá impactar o negócio.

5.2.7.2.2 Transformação da organização, da cadeia de valor e da comunidade do entorno. Deve-se avaliar se todas as unidades da
organização estão seguindo os mesmos procedimentos, para oferecer o mesmo desempenho. A apresentação do monitoramento
e de programas destinados à seleção de fornecedores e ao relacionamento com a comunidade do entorno, ao considerar as
ações ambientais, sociais, educacionais e culturais relevantes, reduz o impacto da organização, minimiza riscos e alavanca o
desenvolvimento local. A comunicação feita com transparência, divulgando suas práticas corporativas, oferece como retorno a
recepção de sugestões, elogios, reclamações, bem como esclarece dúvidas e atende às mais variadas demandas, buscando
estreitar o relacionamento com a organização.

5.2.7.2.3 Transparência nos resultados Deve haver transparência e ética na utilização correta dos dados, evitando-se
interpretações e tomadas de decisão inadequadas ou erradas. Os indicadores devem fazer parte dos processos da organização e
estar relacionados às características específicas do negócio. A prática de induzir os consumidores ao erro em assuntos
relacionados às práticas sócio ambientais da organização, ou de benefícios ambientais de um produto ou serviço – como
“greenwashing”, “bluewashing”, “rainbow-washing”, “purpose washing”, “SDG-washing” ou “ESG washing” – caracteriza a
disseminação de imagem pública falsa ou exagerada, sem o embasamento em ações e resultados reais e efetivos. Assim, a
divulgação após verificação por terceiros transmite maior confiabilidade e credibilidade aos reportes.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 7 – Relatar e comunicar - 5.2.7.2 Relatar as transformações geradas pelas ações

5.2.7.2.1 Liderança. Os relatórios permitem aos gestores e partes interessadas, acesso à informações relevantes e pertinentes
sobre as ações da organização em sua jornada ESG, dando transparência às ações e decisões efetivadas. Informações precisas
sobre os processos, permitem que a liderança avalie o comprometimento e a motivação dos trabalhadores, dando suporte para
tomada de decisões que irá impactar o negócio.

5.2.7.2.2 Transformação da organização, da cadeia de valor e da comunidade do entorno. Deve-se avaliar se todas as unidades da
organização estão seguindo os mesmos procedimentos, para oferecer o mesmo desempenho. A apresentação do monitoramento
e de programas destinados à seleção de fornecedores e ao relacionamento com a comunidade do entorno, ao considerar as
ações ambientais, sociais, educacionais e culturais relevantes, reduz o impacto da organização, minimiza riscos e alavanca o
desenvolvimento local. A comunicação feita com transparência, divulgando suas práticas corporativas, oferece como retorno a
recepção de sugestões, elogios, reclamações, bem como esclarece dúvidas e atende às mais variadas demandas, buscando
estreitar o relacionamento com a organização.

5.2.7.2.3 Transparência nos resultados Deve haver transparência e ética na utilização correta dos dados, evitando-se
interpretações e tomadas de decisão inadequadas ou erradas. Os indicadores devem fazer parte dos processos da organização e
estar relacionados às características específicas do negócio. A prática de induzir os consumidores ao erro em assuntos
relacionados às práticas sócio ambientais da organização, ou de benefícios ambientais de um produto ou serviço – como
“greenwashing”, “bluewashing”, “rainbow-washing”, “purpose washing”, “SDG-washing” ou “ESG washing” – caracteriza a
disseminação de imagem pública falsa ou exagerada, sem o embasamento em ações e resultados reais e efetivos. Assim, a
divulgação após verificação por terceiros transmite maior confiabilidade e credibilidade aos reportes.
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 7 – Relatar e comunicar - 5.2.7.3 Elaboração de relatórios

De forma geral, as comunicações realizadas pela organização incluem:

• metas estratégicas relacionadas ao ESG;


• compromissos e políticas relacionadas aos eixos, temas e critérios estabelecidos por esta Prática
Recomendada;
• ações, projetos e iniciativas desenvolvidos pela organização, relacionados aos temas materiais
estabelecidos;
• clareza sobre os impactos adversos e positivos relacionados aos seus processos, produtos e serviços;
• desempenho da organização em relação aos diversos critérios apresentados nesta Prática Recomendada.

Os canais e as formas de comunicação são muitos e podem ser usados de forma complementar, conforme a
necessidade, como:

• relatos integrados;
• relatórios de sustentabilidade;
• avaliações de organizações relacionadas a temas específicos (por exemplo, Indicadores Ethos, GHG
Protocol, ISE-B3, CDP, PRI etc.).
7 - Passos para incorporar o ESG na organização
Passo 7 – Relatar e comunicar - 5.2.7.3 Elaboração de relatórios
Prática Recomendada ABNT PR 2030
Ambiental, Social e Governança (ESG)
Conceitos, diretrizes e modelo de avaliação e direcionamento para organizações
Primeira edição. Dezembro de 2022

ABNT PR 2030 – A jornada ESG

Instrutor(a): Bruno Basso


Encontro 4 – Eixo Ambiental
1. Tema Mudanças climáticas
2. Tema Recursos hídricos
3. Tema Biodiversidade e serviços ecossistêmicos
4. Tema Economia circular e gestão de resíduos
5. Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
6. Documentos normativos orientadores
7. Mapeamento dos ODS
1 - Eixo Ambiental
Temas e Critérios
Este eixo se refere aos impactos positivos e negativos
da organização sobre o meio ambiente e a gestão
destes impactos, bem como abrange todo o ciclo
produtivo da organização, incluindo desde os recursos
naturais utilizados pela organização até a geração de
resíduos e a forma como todo o processo é gerido.

O objetivo deste eixo é aprimorar a gestão dos


impactos ambientais pela organização, de forma a
reduzir ou eliminar os impactos negativos e a ampliar
os impactos positivos, gerando valor à organização
e preservando o meio ambiente em que está inserido,
auxiliando a incorporação destes conceitos na
estratégia da organização.

Este eixo possui 5 (cinco) temas e 14 (quinze) critérios.


7.1 – Eixo Ambiental
7.1.1 - Tema
Mudanças climáticas
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
Conceito
O efeito estufa é um fenômeno atmosférico natural, responsável pela manutenção da vida na Terra, sem o qual ,
a temperatura no planeta seria muito baixa, o que impossibilitaria o desenvolvimento de seres vivos. Existem
diversos gases na atmosfera, conhecidos como gases de efeito estufa (GEE), que provocam retenção do calor e
aquecimento da superfície da Terra. Pesquisas indicam que o aumento da emissão dos GEE tem intensificado o
efeito estufa e a consequente elevação da temperatura média do planeta, fenômeno chamado de Aquecimento
Global.

As consequências das mudanças climáticas podem atingir a sociedade de diversas formas. A mudança nos
padrões de chuvas, ventos e da circulação dos oceanos que acompanham essa mudança, podem levar à redução
da produção agrícola, perdas na biodiversidade, alteração no suprimento de água doce, maior número de
ciclones, tempestades de chuva e de neve mais fortes e mais frequentes, forte e rápido ressecamento do solo,
intensificação das enchentes e dos escorregamentos de encostas, desertificação, entre outros problemas.
Alguns países e grupos sociais podem enfrentar maiores desafios que outros.

As emissões de gases de efeito estufa ocorrem praticamente em todas as atividades humanas e setores da
economia: na agricultura, por meio da preparação da terra para plantio e aplicação de fertilizantes; na pecuária,
por meio do tratamento de dejetos animais e pela fermentação entérica do gado; no transporte, pelo uso de
combustíveis fósseis; no tratamento dos resíduos sólidos; nas indústrias em determinados processos de
produção; mudança do uso da terra e geração de energia.
7.2.1 – Tema Mudanças Climáticas
Conceito

Professora Ana Luci Grizzi: Aula “Variável Ambiental Riscos e Oportunidades” (IBGC)
7.2.1 – Tema Mudanças Climáticas
Conceito
7.2.1 – Tema Mudanças Climáticas
Conceito
Uma das principais seguradoras
no setor de automóveis, a Porto
Seguro atendeu oito vezes mais
acionamentos do que a média
para o período nas cidades de
São Sebastião, Guarujá e
Bertioga – mais atingidas pelas
chuvas dos dias 18 e 19.

Uma semana após a tragédia,


foram feitas 2.600 assistências a
veículos e outras 750 a
passageiros nessas localidades.
https://www.capitalreset.com/mercado-de-seguros-no-brasil-ja-sente-efeitos-da-mudanca-climatica
7.2.1 – Tema Mudanças Climáticas
Conceito

https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2022-04/mudancas-climaticas-ameacam-4-do-pib-global-estima-novo-estudo
7.2.1 – Tema Mudanças Climáticas
Conceito

https://www.unep.org/pt-br/resources/relatorios/sexto-relatorio-de-avaliacao-do-ipcc-mudanca-climatica-2022
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
Conceito
A Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) oficializou o
compromisso voluntário do Brasil junto à Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima de redução de emissões de gases de efeito
estufa entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até 2020. Ela foi
instituída em 2009 pela Lei nº 12.187, buscando garantir que o
desenvolvimento econômico e social contribuam para a proteção do
sistema climático global.

Os objetivos alcançados pela PNMC devem se harmonizar com o


desenvolvimento sustentável buscando o crescimento econômico, a
erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais. Para
viabilizar o alcance destes objetivos, o texto institui algumas diretrizes,
como fomento a práticas que efetivamente reduzam as emissões de gases
de efeito estufa e o estímulo a adoção de atividades e tecnologias de baixas
emissões desses gases, além de padrões sustentáveis de produção e
consumo.

O Decreto Nº 11.075, de 19 de maio de 2022, por sua vez, estabeleceu os


procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das
Mudanças Climáticas e instituiu o Sistema Nacional de Redução de
Emissões de Gases de Efeito Estufa.
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.1 - Critério “Mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE)”
Para que as emissões antrópicas de GEE sejam contidas, faz-se necessário atuar em ações de
mitigação. De acordo com a Política Nacional de Mudança do Clima, entende-se por mitigação as
mudanças e substituições tecnológicas que reduzam o uso de recursos e as emissões por unidade
de produção, bem como a implementação de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito
estufa e aumentem os sumidouros.

Para que possam ser reduzidas, as emissões devem ser medidas e monitoradas, os riscos geridos e
dimensionados, as oportunidades detectadas, e deve ser conferida maior transparência para as partes
interessadas. Uma importante ferramenta para mensuração, quantificação e registro das emissões é
o Inventário de Emissões, que permite o mapeamento de emissões, bem como a definição e
acompanhamento de metas e identificação de oportunidades de melhorias.

Para a elaboração de inventários, existem ferramentas on-line para o cálculo de emissões, sendo uma
delas o Greenhouse Gas Protocol ou “GHG Protocol”. O Programa Brasileiro GHG Protocol é
responsável pela adaptação do método e de ferramentas de cálculo para estimativas de GEE ao
contexto brasileiro. Essas ferramentas podem também usar procedimentos e informações
apresentadas nas diretrizes do IPCC ou baseadas na ISO 14064 (todas as partes).
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.1 - Critério “Mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE)”

Plano de Neutralidade pra definição do objeto das


Orientações sobre como considerar as mudanças
emissões de GEE, a quantificação da pegada de
climáticas no planejamento, elaboração, revisão e
carbono e a declaração de compromisso com a
atualização das Normas ISO e outros produtos.
neutralidade de carbono.
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.1 - Critério “Mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE)”

O Programa Brasileiro GHG Protocol foi criado em 2008 e é


responsável pela adaptação do método GHG Protocol ao
contexto brasileiro e desenvolvimento de ferramentas de
cálculo para estimativas de emissões de gases do efeito
estufa (GEE).
O Registro Público de Emissões é uma plataforma pioneira no país
para divulgação de forma transparente, rápida e simples dos
Foi desenvolvido pelo FGVces e WRI, em parceria com o
inventários corporativos de emissões de gases de efeito estufa (GEE)
Ministério do Meio Ambiente, Conselho Empresarial
das organizações participantes do Programa Brasileiro GHG Protocol.
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS),
O RPE é o primeiro deste tipo no país e, atualmente, conta com a
World Business Council for Sustainable
maior base de inventários organizacionais públicos da América Latina,
Development(WBSCD) e 27 Empresas Fundadoras
com mais de 1.450 inventários.
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.1 - Critério “Mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE)”

A norma ABNT NBR ISO 14064:2007 durante reunião


do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas
subdividem-se três partes, descritas a seguir:

•ABNT NBR ISO 14064:2007-1 – Detalha e orienta as


organizações para quantificação e elaboração de
relatórios de emissões e remoções de GEE.

•ABNT NBR ISO 14064:2007-2 – Detalha e orienta as


organizações para quantificação e elaboração de
relatórios de emissões e remoções de gases de efeito
estufa. Orienta a elaboração de plano e projetos de
GEE.

•ABNT NBR ISO 14064:2007-3 – Detalha e orienta a


validação e verificação de declarações relativas a gases
de efeito estufa. Orienta os processos de verificação e
validação dos inventários e projetos de GEE.
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.2 - Critério “Adaptação às mudanças climáticas”
A adaptação às mudanças climáticas consiste em um conjunto de iniciativas e medidas para reduzir
a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos em relação aos efeitos atuais e esperados das
mudanças climáticas.

A relevância dos riscos climáticos para os diferentes setores econômicos é maior quando a
sensibilidade aos impactos for maior, e menor quando houver capacidade para se adaptar a esses
impactos.

Dessa forma, a análise de risco climático deve ser uma combinação entre a probabilidade de uma
ameaça climática acontecer e seu impacto, considerando a exposição e a vulnerabilidade de uma
determinada organização.

Há muitas opções e oportunidades para se adaptar, que variam de opções tecnológicas a mudanças
de comportamento. As medidas podem incluir a criação de sistemas de alerta precoce para
eventos extremos, melhoria na gestão de recursos naturais e de riscos, adaptação de
infraestruturas e tecnologias (viárias, de saneamento, de saúde, da agricultura), entre outros.
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.2 - Critério “Adaptação às mudanças climáticas”

Medidas de Mitigação ou Adaptação?

A mudança do clima demanda respostas da sociedade que podem ser


agrupadas em duas distintas categorias: mitigação e adaptação.

A mitigação refere-se à redução das emissões de gases de efeito estufa


(GEE) para evitar ou reduzir a incidência da mudança do clima;
enquanto a adaptação busca reduzir seus efeitos danosos e explorar
possíveis oportunidades. A adaptação é necessária independentemente
do quanto conseguimos reduzir de emissões de GEE, pois as emissões
históricas já alteraram o clima de maneira que a temperatura média
global da Terra vem batendo recordes a cada ano.

Enquanto ações de mitigação atuam no sentido de reduzir o risco


climático pela redução do perigo (no caso, redução de emissões de GEE
que reduz a probabilidade de ocorrência de evento climático extremo), as
ações de adaptação têm a possibilidade de influenciar o risco por meio da
redução da vulnerabilidade e/ou exposição dos sistemas.

http://adaptaclima.mma.gov.br/adaptacao-a-mudanca-do-clima
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.2 - Critério “Adaptação às mudanças climáticas”

Cemaden tem como missão realizar o


monitoramento das ameaças naturais em áreas de
riscos em municípios brasileiros suscetíveis à
ocorrência de desastres naturais, além de realizar
pesquisas e inovações tecnológicas que possam
contribuir para a melhoria de seu sistema de alerta
antecipado, com o objetivo final de reduzir o
número de vítimas fatais e prejuízos materiais em
todo o país.
http://www2.cemaden.gov.br/
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.3 - Critério “Eficiência energética”
A eficiência energética é a relação entre o produto ou a realização de um serviço e a energia consumida para
este fim. As atividades socioeconômicas são dependentes de energia, recurso essencial para o desenvolvimento
econômico e tecnológico de uma sociedade.

A energia pode ser obtida a partir da transformação de recursos renováveis ou não renováveis:

Fontes renováveis: utilizam recursos cujas reservas se renovam constantemente, por exemplo, hídrica, solar,
eólica, biomassa (energia de matéria orgânica), geotérmica (energia do interior da Terra) e oceânica (energia das
marés e das ondas).

Fontes não renováveis: utilizam recursos finitos ou esgotáveis, por exemplo, petróleo, carvão, gás natural e
nuclear, sendo as fontes fósseis (petróleo, carvão e gás natural) responsáveis por grande parte da emissão de
gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera.

Independentemente da fonte, a geração de energia e de seus processos de transformação, transmissão ou


transporte e distribuição até seu consumo no usuário final causa impactos socioambientais em m ou menor
grau. Portanto, o uso eficiente da energia deve ser a primeira alternativa de recurso energético, sendo
considerado o caminho mais limpo e, em muitos casos, mais barato, para o atendimento das crescentes
demandas da sociedade.
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.3 - Critério “Eficiência energética”

A Lei n. 10.295/2001, que dispõe sobre a Política


Nacional de Conservação e Uso Racional de
Energia tem por objetivo a alocação eficiente de
recursos energéticos e a preservação do meio
ambiente. A Lei nº 13.280/2016, por sua vez,
dispõe sobre a aplicação dos recursos destinados a
programas de eficiência energética.

O Brasil possui também o Plano Decenal de


Expansão de Energia 2031. O PDE 2031 indica as
perspectivas da expansão do setor de energia para
os próximos 10 anos (2022 a 2031) dentro de uma
visão integrada para os diversos energéticos. O
planejamento foi elaborado pela Empresa de
Pesquisa Energética (EPE) sob as diretrizes e o
apoio das equipes do Ministério de Minas e
Energia, coordenados pelas Secretarias de
Planejamento e Desenvolvimento Energético
(SPE/MME) e de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (SPG/MME).
https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/plano-decenal-de-expansao-de-energia-2031
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.3 - Critério “Eficiência energética”

A norma ISO 50.001 oferece uma ferramenta prática para que as


organizações implantem um SGE bem estruturado e de acordo com a
sua realidade, orientando a implementação, manutenção, revisão e
melhoria do SGE.

https://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/secretarias/spe/iso-50001
7.1.2 - Tema
Recursos hídricos
7.1.2 – Tema Recursos Hídricos
7.1.2.1 - Critério “Uso da Água”
A água é talvez o recurso natural mais vital do planeta, estando presente em todas as atividades econômicas,
sendo fundamental para o consumo humano e essencial para a conservação dos ecossistemas.

Aproximadamente 70 % da superfície da Terra é composta por água, no entanto, cerca de 97 % desse volume
corresponde à água salgada. Dos 3 % restantes, grande parte está congelada em geleiras ou em outras
condições de difícil acesso, e apenas 0,1 % encontra-se disponível em rios e lagos.

Considerando-se a desigualdade na distribuição populacional mundial, o estresse hídrico é realidade em


muitas regiões ao redor do mundo. Além disso, as mudanças climáticas também vêm influenciando a
disponibilidade hídrica, tendo como principais consequências aumentos da evapotranspiração (devido ao
aumento da temperatura), mudanças nos padrões de precipitação e um provável aumento na frequência de
inundações e secas.

Embora o Brasil, por exemplo, disponha da maior reserva de água superficial do mundo, cerca de 80 % de
todo esse volume encontra-se na Região Hidrográfica Amazônica, onde vive apenas cerca de 5 % da
população brasileira. A Região Hidrográfica Sudeste, por sua vez, que abriga aproximadamente 47,6 % da
população brasileira, dispõe de apenas 1,7 % de toda a água nacional.
7.1.2 – Tema Recursos Hídricos
7.1.2.1 - Critério “Uso da Água”
A Lei n. 9.433/1997 dispõe sobre o
Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos
Hídricos. A Lei n. 9.984/2000, por
sua vez, criou a Agência Nacional
de Águas e Saneamento Básico
(ANA).

A ANA elabora, anualmente, a


“Conjuntura dos Recursos Hídricos
do Brasil”, que foi concebido para
ser um importante apoio para a
avaliação do grau de
implementação do Plano Nacional
de Recursos Hídricos (PNRH) e da
Política Nacional de Recursos
Hídricos, além de orientar as
revisões e atualizações do referido
Plano.
https://www.snirh.gov.br/portal/centrais-de-conteudos/conjuntura-dos-recursos-hidricos
7.1.2 – Tema Recursos Hídricos
7.1.2.1 - Critério “Uso da Água”

https://www.snirh.gov.br/portal/centrais-de-conteudos/conjuntura-dos-recursos-hidricos
7.1.2 – Tema Recursos Hídricos
7.1.2.2 - Critério “Gestão de efluentes”
Efluente é o termo usado para caracterizar os despejos líquidos provenientes de atividades
domésticas, industriais, comerciais, agrícolas, prestação de serviços e outras, bem como de
sistemas de tratamento e de disposição de resíduos, lançados nos corpos hídricos, solo, subsolo e
rede pública de esgoto ou transferidos para outra instalação para tratamento.

Dependendo da forma como este despejo é feito, o efluente pode ter potencial para causar
poluição ambiental, caso não tenha um tratamento associado.

Os efluentes são classificados como industriais, sanitários (doméstico e/ou esgoto) e outros (não
doméstico).

Os efluentes industriais são gerados a partir de qualquer utilização da água para fins industriais,
apresentando características próprias da linha de produção de cada organização e do tipo de
tratamento ao qual é submetido. Os efluentes sanitários são resultantes do uso da água para
atividades como higiene em banheiros e cozinhas (tanque, bacia sanitária, lavatório e chuveiro).
7.1.2 – Tema Recursos Hídricos
7.1.2.2 - Critério “Gestão de efluentes”

Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre


Saneamento (SNIS) para 2020, 63,2% da população urbana do País
tinha acesso a rede coletora de esgotos, e 50,8% do volume total
gerado recebeu tratamento. No Brasil, há registro de 3.668 Estações
de Tratamento de Esgotos (ETEs), localizadas em 2.007 municípios.
As ETEs atendem basicamente sedes municipais, enquanto as
soluções individuais atendem principalmente a população rural e
pequenos aglomerados urbanos.

De modo a incentivar a implantação de estações de tratamento de


esgotos com a finalidade de reduzir os níveis de poluição dos
recursos hídricos no país, a ANA criou o Programa Despoluição de
Bacias Hidrográficas (PRODES). Instituído em 2001, o programa é
voltado para o setor de saneamento nas áreas onde são registrados
os maiores índices de deterioração da qualidade dos corpos hídricos.
Também conhecido como “Programa de compra do esgoto tratado”,
o PRODES foi uma iniciativa inovadora à época de sua concepção,
pois tem como princípio o pagamento por resultados, ou seja, não
financia obras ou equipamentos e sim paga pelo esgoto
efetivamente tratado. https://www.gov.br/ana/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/prodes-1
7.1.3 - Tema
Biodiversidade e serviços
ecossistêmicos
7.1.3 – Tema Biodiversidade e serviços ecossistêmicos
Conceito
Biodiversidade significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, incluindo, entre outros, os ecossistemas
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos, e os complexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo, ainda, a
diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.

A biodiversidade possui valores social, econômico, ecológico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético, por oferecer
diversos serviços para a sociedade humana. Os recursos da biodiversidade, além de serem responsáveis pelo equilíbrio e
estabilidade dos ecossistemas, são aplicados à produção de alimentos, fibras, fármacos, energia e outros bens. Há uma
estimativa de que 40 % da economia mundial se baseie em produtos e processos biológicos.

Os serviços ecossistêmicos podem ser divididos em quatro modalidades:

• serviços de provisão: fornecem bens ou produtos ambientais utilizados pelo ser humano para consumo ou comercialização,
incluindo, por exemplo, água, alimentos, madeira, fibras e extratos;
• serviços de suporte: mantêm a perenidade da vida no planeta, como ciclo de nutrientes, decomposição de resíduos,
fertilidade do solo, polinização, dispersão de sementes, controle de populações de potenciais pragas e de vetores potenciais
de doenças humanas, proteção contra a radiação solar ultravioleta e manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético;
• serviços reguladores: convergem para a manutenção da estabilidade dos processos ecossistêmicos, como sequestro de
carbono, purificação do ar, moderação de eventos climáticos extremos, manutenção do equilíbrio do ciclo hidrológico,
minimização de enchentes e secas e controle dos processos críticos de erosão e de deslizamento de encostas;
• serviços culturais: constituem benefícios não materiais providos pelos ecossistemas, por meio da recreação, do turismo, da
identidade cultural, de experiências espirituais e estéticas e do desenvolvimento intelectual.
7.1.3 – Tema Biodiversidade e serviços ecossistêmicos
Conceito
7.1.3 – Tema Biodiversidade e serviços ecossistêmicos
7.1.3.1 - Critério “Conservação e uso sustentável da biodiversidade”
A conservação da biodiversidade prevê a proteção dos componentes da diversidade biológica, garantindo seu uso
sustentável, que significa a utilização desses componentes de modo que eles não levem, a longo prazo, à diminuição da
diversidade biológica, mantendo assim seu potencial para atender às necessidades e aspirações das gerações presentes e
futuras.

Dessa forma, a conservação e o uso inteligente e responsável da biodiversidade, mantendo os serviços ecossistêmicos,
são essenciais para manter um planeta saudável, proporcionando os benefícios para a sociedade.

As organizações devem considerar em seu planejamento estratégico a conservação e o uso sustentável da biodiversidade,
visando o fortalecimento da competitividade e a perenidade de suas operações.

A adequada gestão da biodiversidade deve atentar para os diferentes aspectos da organização que podem afetar direta
ou indiretamente a diversidade biológica, como local e instalações; cadeia de valor, commodities e matérias-primas;
produtos; processos de produção e manufatura; transporte e logística; e recursos humanos, considerando todas as
atividades exercidas.

No Brasil, existem diferentes legislações e regulamentações que apresentam diretrizes e obrigações que devem ser
incluídas na gestão da biodiversidade das organizações. No entanto, as organizações engajadas e avançadas buscam ir
além do que é exigido nos marcos legais e regulatórios, assim como tentam estar atentas a tratados e normas
internacionais relacionados ao tema e a outras iniciativas voluntárias.
7.1.3 – Tema Biodiversidade e serviços ecossistêmicos
7.1.3.1 - Critério “Conservação e uso sustentável da biodiversidade”
A Lei n. 13.123/2015 dispôs sobre a Convenção sobre
Diversidade Biológica. A Lei n. 14.119/2021 tratou sobre a
Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais.

A Plataforma Brasiliera de Biodiversidade e Serviços


Ecossistêmicos – BPBES (do inglês, Brazilian Platform on
Biodiversity and Ecosystem Services) foi constituída
inicialmente como um Grupo de Trabalho da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência/SBPC. Suas atividades
são desenvolvidas desde 2015 com o suporte financeiro
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico/CNPq, do Programa BIOTA/FAPESP e do apoio
da Academia Brasileira de Ciências/ABC e da Fundação
Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável/FBDS.
7.1.3 – Tema Biodiversidade e serviços ecossistêmicos
7.1.3.1 - Critério “Conservação e uso sustentável da biodiversidade”

https://cebds.org/wp-content/uploads/2019/10/CEBDS_CompromissoEmpresarialBrasileiroBiodiversidade_2022.pdf
7.1.3 – Tema Biodiversidade e serviços ecossistêmicos
7.1.3.2 - Critério “Uso sustentável do solo”
O solo é um recurso natural não renovável de suporte a ecossistemas e atividades humanas, e é responsável
pela produção da maior parte dos alimentos, fibras e bioenergia, fazendo parte do processo que provê serviços
ecossistêmicos essenciais para a vida humana e para o planeta.

Estes serviços ecossistêmicos incluem, por exemplo, o fornecimento de nutrientes essenciais para as florestas e
lavouras, provisão de alimentos, estocagem de carbono e regulação climática, sustentação da biodiversidade e
segurança hídrica.

O uso do solo pelas atividades humanas ocorre, essencialmente, por meio de práticas econômicas e culturais,
como agropecuária, construção civil, industrial, mineração e recreacional. Para que o solo possa continuar
provendo os serviços ecossistêmicos essenciais à vida, seu ciclo deve ser preservado, ou seja, seu uso deve
ocorrer de forma sustentável, evitando a degradação.

A conservação ou o uso sustentável do solo consiste na adoção de um conjunto de práticas e técnicas que
visam preservar a qualidade física, química e biológica do solo, mantendo seus serviços ecossistêmicos (como
regulação do fluxo de água, ciclagem de nutrientes, habitat para biodiversidade e sequestro de carbono). Essas
práticas têm, ainda, como objetivo, melhorar a eficiência do uso do solo, respeitando seus limites e garantindo o
uso socioeconômico.
7.1.3 – Tema Biodiversidade e serviços ecossistêmicos
7.1.3.2 - Critério “Uso sustentável do solo”

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/plano-abc/arquivo-publicacoes-plano-abc/final-isbn-plano-setorial-para-adaptacao-a-mudanca-do-clima-e-baixa-emissao-de-
carbono-na-agropecuaria-compactado.pdf
7.1.3 – Tema Biodiversidade e serviços ecossistêmicos
7.1.3.2 - Critério “Uso sustentável do solo”

Meta 12.4

Até 2020, alcançar o manejo ambientalmente


saudável dos produtos químicos e todos os
resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida
destes, de acordo com os marcos
internacionais acordados, e reduzir
significativamente a liberação destes para o ar,
água e solo, para minimizar seus impactos
negativos sobre a saúde humana e o meio
ambiente.
7.1.4 - Tema
Economia circular e gestão
de resíduos
7.1.4 – Tema Economia circular e gestão de resíduos
7.1.4.1 - Critério “Economia circular”
A economia circular é “um sistema econômico que utiliza uma abordagem sistêmica para manter o fluxo circular dos
recursos, por meio da recuperação, retenção ou adição de seu valor, enquanto contribui para o desenvolvimento
sustentável”. Este modelo faz contraponto à atual lógica linear, baseada no padrão extrair-produzir-consumir-descartar.

A proposta é repensar a forma como se produz e consume, visando o melhor uso dos recursos ao longo de toda a
cadeia de valor, com maior eficiência e agregação de valor, por meio de fluxos circulares. Com ações que incluem desde
a otimização de processos até o desenvolvimento de novos modelos de negócios, a economia circular promove o
reaproveitamento de produtos e materiais, diminuindo a dependência de matérias-primas virgens e a pressão sobre os
ecossistemas.

Desta forma, a economia circular, além de oportunidade para a redução de custos e perdas de recursos, contribui
também para a maior geração de valor e para a criação de novas fontes de receita. Novos nichos de mercado têm
surgido, visando contribuir com soluções em recuperação de materiais, produção de novos insumos e inovações
necessárias para superar desafios da transição para uma economia circular.

Além disso, a adoção de práticas de economia circular contribui para a redução de impactos socioambientais negativos,
por meio da manutenção e da regeneração dos recursos naturais, da redução da geração de resíduos e da poluição, da
redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), e para a proteção e conservação da biodiversidade e dos
ecossistemas.
7.1.4 – Tema Economia circular e gestão de resíduos
7.1.4.1 - Critério “Economia circular”

O compromisso de alcançar padrões sustentáveis de desenvolvimento tornou-se o fio condutor da transformação de nossa
sociedade planetária, e é nesta gigantesca articulação global que a Economia Circular (EC) se insere. De acordo com
a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o modelo econômico linear de produção-consumo-descarte está atingindo seu
limite. Um dos caminhos para o enfrentamento desse problema é por meio de uma Economia Circular, que associa crescimento
econômico a um modelo de desenvolvimento que preserva e aprimora o capital natural, otimiza a produção de recursos e
minimiza riscos sistêmicos, com a administração de estoques finitos e a gestão inteligente de recursos renováveis.

Segundo o conceito utilizado pela CNI: as atividades econômicas em uma Economia Circular geram e recuperam valores de
produtos e serviços, mantidos por longo prazo para todas as partes envolvidas do sistema econômico. Conforme sugerido no
documento da CNI, "O primeiro passo para a transição da lógica linear para a circular consiste em analisar as oportunidades de
inovação nos modelos de negócios das empresas, possibilitando a criação de melhores processos, produtos e serviços, e
expandindo a proposição de valor, capturando valores perdidos e não percebidos por todas as partes interessadas".

https://www.gov.br/mdr/pt-br/assuntos/desenvolvimento-regional/rotas-de-integracao-nacional/rota-da-economia-circular
7.1.4 – Tema Economia circular e gestão de resíduos
7.1.4.1 - Critério “Economia circular”

https://static.portaldaindustria.com.br/media/filer_public/70/ef/70efcf44-703c-4ce3-bbe6 63647b66e491/circular_economy_opportunities_and_challenges_for_the_brazilian_industry.pdf
7.1.4 – Tema Economia circular e gestão de resíduos
7.1.4.1 - Critério “Economia circular”

https://emf.thirdlight.com/link/l3i96x2za3la-8o3wq5/@/#id=0
7.1.4 – Tema Economia circular e gestão de resíduos
7.1.4.2 - Critério “Gestão de resíduos”
Resíduos sólidos são material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade,
a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

Este conceito inclui os lodos provenientes de sistemas de tratamento, como água para consumo, águas residuais
(esgoto), decantação do chorume de aterros sanitários, processos industriais, equipamentos e instalações de controle de
poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou corpos de água, ou demandem para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível.

Os materiais que são reciclados ou reutilizados no local de geração não são considerados resíduos . Além disso, são
caracterizados como subprodutos os materiais que, apesar de gerados involuntariamente em um determinado processo
produtivo, têm aplicação certa no mercado e substituem outras matérias-primas. A requalificação de resíduos como
subprodutos é um reconhecimento de que a valorização do resíduo deve ser priorizada.

Os resíduos podem ser classificados de diversas formas, de acordo com a origem (conforme Política Nacional de
Resíduos Sólidos – PNRS), ou em classes que descrevam sua toxicidade ou periculosidade para o meio ambiente e a
saúde humana (conforme a ABNT NBR 10004).
7.1.4 – Tema Economia circular e gestão de resíduos
7.1.4.2 - Critério “Gestão de resíduos”

A Lei n. 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de


Resíduos Sólidos, foi regulamentada pelo Decreto
11.043/2022. O Decreto n. 11.044/2022, por sua vez,
lançou o Certificado de Crédito de Reciclagem – Recicla+.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é


um instrumento de gestão previsto na PNRS, sendo
mandatório para alguns setores especificados nesta
política e compondo os requisitos técnicos para o
licenciamento ambiental de diversas atividades.

Outro ponto relevante da PNRS é a logística reversa,


definida como um instrumento de desenvolvimento
econômico e social caracterizado por um conjunto de
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a
coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
produtivo, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em
outros, ou outra destinação final ambientalmente
adequada.
7.1.4 – Tema Economia circular e gestão de resíduos
7.1.4.2 - Critério “Gestão de resíduos”

A Logística Reversa é um instrumento de


desenvolvimento econômico e social caracterizado
por um conjunto de ações, procedimentos e meios
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros
ciclos produtivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.
7.1.5 - Tema
Gestão ambiental e
prevenção da poluição
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.1 - Critério “Gestão ambiental”
A gestão ambiental tem o objetivo de equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as
necessidades sociais e econômicas, por meio do uso racional dos recursos naturais e do atendimento a requisitos
legais.

O sistema de gestão ambiental (SGA) é uma ferramenta que auxilia as organizações na implementação de
práticas e processos que visam avaliar e gerenciar continuamente os riscos e oportunidades ambientais, o
cumprimento dos requisitos legais e a melhoria do desempenho ambiental.

O mercado tem exigido cada vez mais das organizações uma gestão responsável em relação às questões ambientais
globais, estimulando não só estabelecer o SGA na própria organização, mas também em toda a sua cadeia
produtiva.

O SGA fornece um mecanismo de gestão que considera a perspectiva do ciclo de vida dos seus produtos ou
serviços, identifica os desperdícios e processos ineficientes, e otimiza a produção com menor consumo de
matérias-primas e menor geração de resíduos.

A avaliação da conformidade de terceira parte (certificação) ou não do SGA é uma decisão voluntária, porém tem
se tornado cada vez mais um pré-requisito para se manter no mercado, seja por meio de obtenção de melhores
financiamentos ou pela participação de novos negócios.
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.1 - Critério “Gestão ambiental”
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.2 - Critério “Prevenção da poluição sonora (ruídos e vibrações)”
O ruído em áreas habitadas, também chamado de poluição sonora ocorre quando o nível de pressão sonora
produzido por uma ou mais fontes passa a ser desagradável ou perturbador para as pessoas que convivem no
entorno ou, quando o ruído é capaz de causar um desequilíbrio a um determinado bioma por interferir no
comportamento de uma ou mais espécies animais.

As fontes de poluição sonora são variáveis e, podem ser observadas em inúmeras situações como tráfegos em
estradas ou rodovias, atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas. Fontes de pressão sonora diversas
podem estar presentes em uma mesma área de avaliação, e podendo se agregar a depender das formas de
emissão e propagação, especialmente quando excedem os limites estabelecidos pela legislação ambiental vigente.

Por essa razão, o ruído está entre os principais problemas ambientais dos grandes centros urbanos e de áreas
mistas onde coexistem atividades econômicas (com potencial de gerar ruído) e áreas habitadas, especialmente
no período noturno. Ao se instalar em uma determinada localidade ou, ao ver modificar o seu entorno em
decorrência da atividade econômica, cabe a organização prevenir que a intensidade de pressão sonora produzidas
por suas fontes geradoras de ruído afete seu entorno.

Para tanto, é necessário conhecer a legislação ambiental vigente, fazer avaliações qualitativas, atentar-se para
possíveis queixas e, sempre que necessário, fazer a quantificação do nível de pressão sonora que extrapolam os
limites da organização.
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.2 - Critério “Prevenção da poluição sonora (ruídos e vibrações)”
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.3 - Critério “Qualidade do ar (emissões de poluentes)”
Emissões atmosféricas referem-se ao lançamento na atmosfera de qualquer matéria líquida, sólida ou gasosa. A
poluição atmosférica é a contaminação do ar em níveis acima dos determinados pela legislação vigente por
substâncias poluentes, modificando as características naturais do ambiente. Essa alteração pode trazer prejuízos
não somente à saúde e à qualidade de vida das pessoas, mas também ao meio ambiente, afetando, por exemplo, a
qualidade do solo e das águas, à fauna e à flora.

A emissão de poluentes ocorre principalmente pela queima de combustíveis ou decomposição de substâncias,


dispersão de poeira ou partículas trazidas pelo vento ou por outras forças naturais.

A poluição do ar, reconhecida como um dos maiores riscos ambientais para a saúde humana, é medida tendo como
referência determinados padrões de qualidade. Os padrões de qualidade do ar especificam legalmente o limite
máximo para a concentração de um poluente específico na atmosfera, a fim de que o meio ambiente e a saúde da
população sejam preservados em relação aos riscos de danos causados por estes poluentes.

Os poluentes indicadores de qualidade do ar, adotados universalmente, em razão da frequência de ocorrência e


de seus efeitos adversos, são material particulado (MP), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO),
dióxido de nitrogênio (NO2) e ozônio (O3), sendo este último um parâmetro indicador da presença de oxidantes
fotoquímicos na atmosfera.
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.3 - Critério “Qualidade do ar (emissões de poluentes)”
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.4 - Critério “Gerenciamento de áreas contaminadas”

Área contaminada pode ser definida como uma área, local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou
contaminação causadas pela introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados,
acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural.

Nessa área, os poluentes ou contaminantes podem se concentrar em subsuperfície nos diferentes


compartimentos do ambiente, como, por exemplo, no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados
para aterrar os terrenos, nas águas subterrâneas, além de poderem se concentrar nas paredes, nos pisos e nas
estruturas de construções.

Estes poluentes ou contaminantes podem ser transportados a partir desses meios, propagando-se por diferentes
vias, como o ar, o próprio solo e as águas subterrâneas e superficiais, alterando as características naturais de
qualidade e determinando impactos negativos e/ou riscos sobre os bens a serem protegidos, localizados na própria
área ou em seus arredores.

São considerados bem a proteger, segundo Resolução CONAMA Nº 420/2009: a saúde e o bem-estar da população;
a fauna e a flora; a qualidade do solo, das águas e do ar; os interesses de proteção à natureza/paisagem; a
infraestrutura da ordenação territorial e planejamento regional e urbano; a segurança e ordem pública.
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.4 - Critério “Gerenciamento de áreas contaminadas”

https://www.gov.br/mma/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/agendaambientalurbana/recuperacao-de-areas-contaminadas/ProgramaNacionaldeRecuperaodereasContaminadas.pdf
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.5 - Critério “Produtos perigosos”

Produtos perigosos são substâncias ou a mistura de substâncias encontradas na natureza ou produzidas que em
função de suas características e propriedades químicas, físicas e toxicológicas representem potencial de danos
para a saúde humana, para a segurança pública ou para o meio ambiente.

Os produtos ou materiais perigosos estão sujeitos a regulamentos químicos, sanitários, entre outros, que incluem
materiais radioativos, inflamáveis, explosivos, corrosivos, oxidantes, asfixiantes, bioperigosos, tóxicos,
patogênicos ou alergênicos.

Estão presentes em diversos segmentos (como na agricultura, na indústria e na construção civil), nos quais os
produtos perigosos são usados de forma intensiva, com riscos para o meio ambiente e para a saúde e segurança dos
trabalhadores e comunidades do entorno. Pesticidas, agrotóxicos, gasolina, álcool, solventes etc. são exemplos de
produtos químicos perigosos.

O Sistema Globalmente Harmonizado (GHS) de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos da ONU promove
uma abordagem simples e coerente para definição e classificação de de produtos químicos e para comunicação de
informações, através de Rótulos e Fichas de Informações de Segurança.
7.1.5 – Tema Gestão ambiental e prevenção da poluição
7.1.5.5 - Critério “Produtos perigosos”
7.1.1 – Tema Mudanças Climáticas
7.1.1.3 - Critério “Eficiência energética”

Algumas marcas estão fazendo grandes apostas em abordagens eco-responsáveis que fazem sentido, usando matérias-
primas naturais, locais e biodegradáveis para cosméticos ou roupas, por exemplo. O problema é que, em geral, são menos
propensas a promovê-las do que as que fazem "greenwashing". Esse fenômeno é observado há vários anos e é
denominado "greenhushing", o que pode ser traduzido para "eco-silêncio".

Os fatores que favorecem essa discrição podem ser múltiplos. Por exemplo, a empresa pode ver seu compromisso como
sincero e, portanto, voluntariamente evitar dar muita ênfase, por medo de ser acusada de oportunismo. Outras podem
temer perder clientes em potencial ao enfatizar demais a caráter natural de certos produtos, uma vez que alguns
consumidores podem percebe-los como menos eficazes. Mas a explicação que mais se destaca nos estudos e artigos
dedicados à análise do "greenhushing" é o medo de ser acusada de "não fazer o suficiente" na frente ambiental e de ser
abordada pelos consumidores. Essa reticência é manifestada, sobretudo, pelas pequenas marcas que tentam conquistar
um espaço no mercado.
https://br.fashionnetwork.com/news/-greenhushing-a-antitese-do-greenwashing-,1448659.html
Documentos normativos
orientadores
Anexo A (informativo) - Documentos normativos orientadores
Mapeamento dos ODS
Mapeamento dos ODS
Exercício
4º Exercício

Como é possível conciliar as práticas ESG, especialmente as ambientais, na atual


realidade mundial? https://www.capitalreset.com/em-carta-anual-larry-fink-recua-e-acena-para-petroleiras/
Muito
Obrigado

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