Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Junho 2002
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o objetivo de informar, de forma sucinta, o desenvolvimento das normas
Série ISO 14000, o relacionamento do Brasil com a ISO e a participação do G.A.N.A. –
Grupo de Apoio à Normalização Ambiental (Atual CB–38 – Comitê Brasileiro de Gestão
Ambiental), nesse processo.
A sigla ISO significa International Organization for Standardization. Como o próprio nome
descreve, é uma organização internacional de normalização, do setor privado, com sede
em Genebra, Suíça, fundada em 1947. Sua atribuição é promover a harmonização e o
desenvolvimento de normas para produtos, processos sistemas de gestão etc.
Mais de 140 países pertencem à ISO como membros votantes nas normas por ela
padronizadas, enquanto há vários outros países que a integram exercendo o papel de
membros observadores. O Brasil é membro votante, sendo representado pela ABNT –
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Em 1983, a ISO criou um Comitê Técnico (de número 176) para desenvolver normas de
Gestão de Qualidade para organizações. Surgiu dessa forma a série ISO 9000, que
uniformizou a linguagem internacional entre clientes e fornecedores acerca da Gestão da
Qualidade. Em particular, as normas ISO 9001 e 9003 de Garantia de Qualidade (Hoje,
unicamente ISO 9001/2000), para uso contratual, vieram harmonizar as relações
comerciais, facilitando as transações no mercado globalizado.
2 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
Em agosto de 1991, foi formado o SAGE – Strategic Advisory Group on the Environment,
que foi incumbido de avaliar se tais normas poderiam servir para promover uma
abordagem comum e global, a Gestão Ambiental, semelhante ao ocorrido com o Sistema
de Gestão da Qualidade, buscando aperfeiçoar a capacidade das organizações para
alcançar e medir a melhoria no desempenho ambiental e, também, facilitar o comércio,
removendo barreiras não tarifárias, criadas pelos diferentes padrões ambientais
normatizados, segundo interesses nacionais ou regionais.
Em 1993, com base nas constatações encontradas pelo SAGE, a ISO constituiu o Comitê
Técnico 207 (TC 207), para desenvolver normas de Gestão Ambiental no âmbito
internacional, dando a esse conjunto de normas a serem elaboradas a designação
“SÉRIE ISO 14000”.
O TC 207 é composto por um Comitê Coordenador, secretariado pelo Canadá, e por seis
Subcomitês de Estudos (SC). Participam cerca de 50 países, incluindo representantes
das indústrias, organismos de normalização, ONGs, universidades e outros, conforme
descrito a seguir na estrutura básica do ISO/TC - 207.
Foi este subcomitê que elaborou, discutiu e aprovou, em setembro/96, a norma ISO
14001, que descreve os “elementos” do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) que as
organizações necessitam implementar nas suas empresas, de modo a pleitearem a
Certificação do seu Gerenciamento Ambiental. A norma ISO 14001 é a única norma que
recebe uma certificação.
Este subcomitê elaborou, discutiu e aprovou, em outubro/96, três normas que abordam as
metodologias de auditorias ambientais, a saber:
• ISO 14010: trata dos princípios gerais para qualquer tipo de auditoria ambiental;
• ISO 14011: aborda os procedimentos de auditoria, voltados exclusivamente para
auditoria em Sistema de Gestão Ambiental implementado conforme a ISO 14001;
• ISO 14012: contempla os critérios de qualificação para auditores ambientais, ou seja,
especifica os requisitos que um candidato à função de Auditor Ambiental deve
necessariamente atender para ser certificado.
Foi concluída e encontra-se em fase de tradução na forma de NBR ISO, uma norma de
auditoria contemplando “Diretrizes para Avaliações Ambientais de Locais", visando o
levantamento de “passivos ambientais” em áreas contaminadas. (ISO 14015)
4 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
Foi discutida nesse sub - comitê a Norma ISO 14031, que trata da avaliação do
desempenho ambiental das organizações. A adoção de critérios, procedimentos e
indicadores ambientais, que venham a ser implantados nos sistemas operacional,
gerencial e ambiental existentes nas unidades industriais, resultará na possibilidade de se
avaliar o desempenho ambiental das organizações.
Cada um dos subcomitês anteriores elabora textos com jargões e conceitos próprios, que
necessitam ser compatibilizados junto aos demais comitês existentes.
Esta compatibilização de termos e definições faz-se necessária, uma vez que cerca de 50
países participam da elaboração das normas e as diferentes estruturas lingüísticas
impõem diferenças de interpretação que devem ser harmonizadas.
5 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
• WD - Working Groups Drafts, que são preparados pelos especialistas técnicos dos
países que quiserem participar, e que não passam por votação formal;
• CD - Committee Drafts, que são documentos originados como WG registrados como ISO
CDs, que circulam entre todos os membros do comitê para comentários e votação
formal;
• DIS - Draft International Standards, que são CDs aprovados em seus respectivos
comitês que circulam pelo TC para comentários e votação formal.
• FDIS - Final Draft International Standards, são documentos originados como DIS
registrados como ISO FDIS, que circulam entre todos os membros do comitê para
comentários e votação formal;
6 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
O CB-38, atualmente, é coordenado pelo Engº Haroldo Mattos de Lemos, opera com
estrutura semelhante ao ISO TC207 e seus Subcomitês. A função do CB-38 é organizar
as sugestões das instituições brasileiras na formulação das normas da série ISO 14000,
referente a sistemas de gestão ambiental, auditorias ambientais, rotulagem ambiental,
avaliação do desempenho ambiental, avaliação do ciclo de vida e terminologia.
Hoje existem mais de 600 unidades de empresas brasileiras certificadas pela ISO 14001,
assegurando a participação competitiva dos produtos nacionais em mercados
internacionais.
7 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
INMETRO
ACREDITADOR NACIONAL
CRITÉRIOS / PROCEDIMENTOS
PARA CREDENCIAMENTO
NI-DINQP-078/R.1
8 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
Situação: Grupo de Trabalho para coleta de informações para uso da ISO 14001 pelas
organizações florestais não encerrou seus trabalhos e Relatório Final foi apresentado na
6a. Reunião Plenária do ISO TC 207, em junho/98 (ainda aguarda publicação).
9 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
Conforme estabelecido pela ISO cabe aos organismos de normalização nacionais a tarefa
de estabelecer seus processos de interpretação. No Brasil em função do procedimento
espelho ABNT/CB-38/SC001/PR01 foi criado no âmbito do SC-001 um grupo específico
de interpretação da ISO 14001 (CBISO 14001). A estratégia brasileira na reunião de
Kuala Lumpur foi obter uma avaliação formal do ISO/TC 207 para validar o documento
contendo as interpretações brasileiras. Durante a Plenária do SC1 as interpretações
brasileiras foram integralmente aprovadas.
• Obtenção de uma visão geral das opções de integração e alinhamento entre as duas
normas;
• Comparação dos documentos de auditorias das referidas normas;
• Planejamento geral das atividades do grupo.
• Como resultado, foram criados diversos grupos de trabalho com o objetivo de
compatibilizar os diversos itens das normas de qualidade (ISO 10.011) com as da
qualidade ambiental (ISO - 14010, 14011 e 14012).
Na reunião plenária do ISO/TC 207/SC2 que foi realizada no dia 3 de julho de 2001 em
Kuala Lumpur, o SC2 organizou um workshop sobre os seguintes assuntos:
final para envio de comentários até outubro de 2002. O SC2 pretende emitir este
documento como FDIS ainda no primeiro trimestre de 2002. A Norma Internacional
deverá ser publicada em julho de 2002;
3. Um curto relatório, preparado pelo Chair Presidente e Secretário, foi aceito pelo SC2
no qual estava caracterizado que o conteúdo das Normas ISO 14010, 14011 e 14012
estão totalmente cobertos pela Norma ISO/DIS 19011;
4. O SC2 decidiu que sua próxima reunião deverá ser realizada durante o curso da 10ª
Reunião Plenária do ISO/TC 207 na África do Sul.
Na reunião plenária do ISO/TC 207/SC3 que foi realizada no dia 6 de julho de 2001 em
Kula Lumpur, o WG4 reuniu-se nos dias 2, 3 e 5 de julho. Dois workshops sobre
Rotulagem Ambiental foram também realizados:
O SC5 informou ao SC3 que o método de resolução de questões importantes entre SC3 e
SC5 foi definido.
O foco das discussões do WG4 concentrou-se na definição do que fazer com o TR 14025
(Rotulagem Tipo III, com análise completa do ciclo de vida), se seria transformado em
Norma ou não. No caso de se transformar em Norma recomendar ao SC3 a continuação
dos trabalhos aprovando a realização da futura Norma. Este documento seria
apresentado para ser discutido na próxima Plenária do ISO/TC 207 2002. Esta proposta
foi colocada em votação e obrigou a Delegação Brasileira a iniciar um movimento no
sentido de mobilizar diversos representantes, em particular os países em
desenvolvimento de forma a apresentar uma proposta alternativa na Plenária do SC3. Tal
proposta consiste na continuidade do TR 14025 até 2002, sem necessidade de reunião
intermediária. Convém destacar o esforço de mobilização da Delegação Brasileira em
apoio a sua proposta. A proposta brasileira foi aprovada com 21 votos a favor contra 14
contrários. A decisão sobre o futuro do ISO TR foi adiada até 2002, tendo em vista que a
maioria dos membros sentiu que existia a necessidade de uma maior experiência antes
de uma decisão futura sobre o documento.
Nesta Plenária ficou claro que os países evoluíram muito com os projetos para
implantação de Rótulo Tipo III (Japão, Coréia, Malásia, Dinamarca e Suécia).
A posição defendida pela Delegação Brasileira foi pelo banimento do Selo Tipo III. A
proposta do Brasil continua sendo, portanto, pela finalização do Projeto, ou seja, evitar a
implementação do Rótulo Tipo III, que seria mais um selo ambiental a confundir o
mercado com grande potencial de se constituir em barreira comercial. Não há mais
dúvidas que futuramente será aprovada uma Norma para o Rótulo Tipo III e que este selo
será adotado pela maioria dos países desenvolvidos.
Portanto, para o Brasil se preparar para implantar programas de rotulagem tipo III e se
enquadrar nesta nova exigência do comércio internacional, é imprescindível e urgente que
o Comitê de Gestão Ambiental da ABNT procure incentivar as Universidades e Centros de
Tecnologia para, como o apoio do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), instituir
bancos de dados e elaborar metodologias para a modelagem do ciclo de vida destinada a
apoiar a elaboração de análises de ciclo de vida de novos produtos.
12 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
14043 – Interpretação
Durante estas reuniões os dois últimos documentos da Série ISO 14040 foram finalizados.
A importância destes documentos é muito grande, uma vez que a análise de Ciclo de
Vida - ACV é uma ferramenta única para auxiliar a Gestão Ambiental, mas, caso mal
utilizada, tem um forte potencial de fazer parte da formação de barreiras indesejáveis ao
comércio internacional ou de ser adotada como base para propagandas enganosas.
O SC5 revisou os resultados de uma pesquisa sobre implementação das normas da série
ISO 14040. Estes resultados mostraram que um conteúdo técnico da ISO 14040 é
apreciado com tudo os usuários informaram que melhorias poderão ser feitas para que o
documento possa ter uma melhor leitura e aplicação. O SC5 concordou com a formação
de um Task Force coordenado pelo Chairman do SC5 Mr. H. J. Klüpel para examinar
estes temas e refletir sobre a futura estratégia do SC5. Do Task Force é esperado um
relatório provendo essas estratégias, incluindo a possibilidade de condensar as normas
14040, 14041, 14042 e 14043 em dois documentos; o primeiro contendo todos os
requisitos normativos (“shall”) e o segundo contendo os elementos para orientação e
informação, para discussão na sua próxima reunião em Johannesburg em junho de 2002.
ISO/TR 14061: 1998 – Guia para orientar organizações florestais no uso das normas ISO
14001 e ISO 14004
14 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
Um Workshop “Design for the Environment” foi realizado no dia 2 de julho de 2001 em
Kuala Lumpur. Um total de 28 delegados, de 16 países, participou e revisou o draft
ISO/PDTR 14062.3 – Integrating Environmental Aspects into Products Design and
Development. Foram os seguintes os itens chaves discutidos:
4. TERMINOLOGIA
• Aspecto Ambiental
Elemento das atividades, produtos e serviços de uma organização que pode interagir
com o meio ambiente.
Um aspecto ambiental significativo é aquele que tem ou pode ter um impacto ambiental
significativo.
• Impacto Ambiental
Qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou
em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização.
• Meio Ambiente
Meio Ambiente circundante em que uma organização opera, abrangendo o ar, a água,
o solo, os recursos naturais, a flora, a fauna, os seres humanos e suas inter-relações.
Neste contexto, o meio ambiente estende-se do interior das instalações para o sistema
global.
15 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
• Parte Interessada
Aquele que tem interesse ou é afetado pelo desempenho ambiental de uma
organização.
• Política Ambiental
Declaração formal da organização, expondo tanto para o público externo quanto para o
público interno, suas intenções e princípios em relação ao seu desempenho ambiental
global, e que estabelece uma estrutura para ação e definição de seus objetivos e metas
ambientais.
• Critérios de Auditoria
Políticas, práticas, procedimentos ou requisitos em relação aos quais o auditor
compara as evidências coletadas sobre o objetivo da auditoria.
• Evidência de Auditoria
Informações, registros ou declarações de fatos verificáveis.
• Constatações de Auditoria
Resultados da avaliação das evidências de auditoria coletadas e comparadas com os
critérios de auditoria acordados.
16 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
POLÍTICA AMBIENTAL
PRINCÍPIO:
Uma organização deve definir sua política ambiental e assegurar comprometimento com
melhoria do Meio Ambiente.
PLANEJAMENTO
PRINCÍPIO:
Uma organização deve formular um plano para satisfazer sua Política Ambiental.
• Aspectos Ambientais.
• Legislação.
• Objetivos e Metas.
• Programas de Gestão Ambiental.
ASPECTOS AMBIENTAIS
Ex.1
Ex.2
Ambientais:
• Escala do impacto
• Severidade do impacto
• Probabilidade de ocorrência
• Duração do impacto
Empresariais:
• Exposição a requisitos legais
• Dificuldade de mudança do impacto
• Custo da mudança do impacto
• Efeito da mudança em outras atividades
• Preocupações da partes interessadas
• Imagem da organização
18 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
Ex. 1:
Ex. 2:
MEDIÇÕES E AVALIAÇÕES
PRINCÍPIO:
Uma organização deve medir, monitorar e avaliar sua performance ambiental
• Monitoramento e Medição.
• Não Conformidade e Ações Corretivas / Preventivas.
• Relatórios
• Auditoria de Sistema de Gestão Ambiental
MONITORAMENTO E MEDIÇÃO
19 / 20
Gestão Ambiental – ISO 14001 Eng° Carlos Roberto dos Santos
RELATÓRIOS
• Treinamento.
• Resultados de auditorias e revisões.
• Detalhes de não conformidade.
• Informações sobre produtos e/ou processos.
• Situações de emergências
REVISÃO GERENCIAL
PRINCÍPIO:
Uma organização deve rever e melhorar continuamente seu sistema de Gestão
Ambiental.
________________________________________
20 / 20