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Casamento Gay

por

Vincent Cheung

Casamento “gay”, certamente, significa casamento feliz [Nota do tradutor: no inglês, a


palavra gay pode significar alegre]. Contudo, o debate que está acontecendo quase
debaixo da rua de onde estou digitando esta mensagem, é sobre casamento
homossexual. Talvez no futuro eu escreva sobre o homossexualismo com detalhes,
seja num livro ou num artigo. Aqui explicarei somente a direção geral do meu
pensamento sobre este assunto.

Até mesmo muitos cristãos que são contra o casamento homossexual, são ávidos em
insistir que eles não querem discriminar os homossexuais e, portanto, eles não têm
problemas com a “união civil”. Mas eu não faço esta concessão tão prontamente.

Sodomia tem sido uma ofensa criminosa em alguns Estados. Alguns de vocês
provavelmente ouviram como policiais capturaram dois homens homossexuais no ato
de sodomia no Texas, e lhes acusaram de sodomia. Os homens foram absolvidos
porque a corte disse que a lei não deveria interferir em atos pessoais e consensuais
entre adultos. Eu não estou familiarizado com os detalhes do caso, mas os detalhes
não são importantes –– meu ponto é que o homossexualismo é tecnicamente ainda um
crime em alguns lugares, e dizer que o homossexualismo deveria ser considerado um
crime não seria inteiramente novidade.

O Antigo Testamento considera o homossexualismo não somente como uma ofensa


criminosa, mas também como uma ofensa capital, merecedora de morte. Eu concordo
com esta categorização e com esta punição, e há pelos menos uns poucos outros
teólogos que também concordam com isto. Isto é apenas dizer que estamos de acordo
com a Bíblia sobre o assunto. Assim, os cristãos não deveriam discutir tão
apressadamente o casamento e a união civil entre homossexuais. O que eu quero
discutir com o incrédulo é, em primeiro lugar, o porquê o homossexualismo não é um
crime.

É porque ele é um ato ou um relacionamento entre dois adultos em consentimento?


Primeiro, o que é um adulto? O Estado define arbitrariamente o adulto, de forma que
uma pessoa de 17 anos de idade não conta. Segundo, por que o ato ou o
relacionamento é permitido, se for entre adultos em consentimento? Isto é, antes de
mais nada, por que a premissa é verdadeira? Terceiro, visto que todos os argumentos
devem, no final das contas, escalar ao nível pressuposicional, devo perguntar
finalmente se o ato ou relacionamento tem ou não o consentimento de Deus.

É porque o ato ou relacionamento não fere ninguém? Primeiro, qual é a definição de


“ferir”? Se eu disser que o homossexualismo me causa nojo e tira o meu apetite, e,
assim, que perco uma degustação perfeitamente deliciosa das coxas de galinha que
minha esposa preparou para mim, isto não conta? Por que ou por que não? Ele me
“fere” num sentido, não fere? Se ele rouba meu apetite, desperdiça o tempo da minha
esposa e desaponta as coxas de galinhas que esperaram tanto tempo no forno, e tudo
isto não conta como um “ferir”, então, sobre que tipo de ferir vocês estão falando? Eles
devem definir e então defender a definição. Segundo, por que o ato ou o
relacionamento deveria ser permitido, conquanto que ele não “fira” alguém? O que faz
disto o padrão? E, este é o único padrão de moralidade, ou este é o único assunto
para se determinar se o homossexualismo é certo ou errado? Por que ou por que não?
Nós poderíamos continuar e continuar, mas como em qualquer outro assunto, o
incrédulo não pode dar um só passo além do que lhe permitimos, visto que ele não
tem justificativa para nenhum dos passos em seu processo de raciocínio.

Novamente, minha posição não é apenas que os homossexuais não devem se casar,
mas que o homossexualismo é um crime, assim como o assassinato ou roubo, de
forma que mesmo antes de considerar a união civil, devemos considerar o punir ou
não aos homossexuais, com as possíveis punições, abrangendo desde a prisão à
execução. Moralmente falando, a união civil e o casamento não deveriam nem sequer
aparecer na lista de opções. Mesmo que a moralidade bíblica não requerisse castigo ou
execução para o homossexualismo, certamente nenhum cristão deveria argumentar
que os homossexuais têm o direito de ter união civil. Mas parece que a maioria dos
cristãos não está suficientemente incomodada ou desgostosa com o homossexualismo.

Assim, por que o homossexualismo não é um crime? Por quê? Se eu permitir que a
Bíblia defina o que é um crime e o que não é um crime, então, como eu posso não
definir o homossexualismo como um crime? Mas, uma vez que alguém perguntar o
porquê devo me submeter à definição da Bíblia, então, devemos ir além de uma
confrontação sobre o homossexualismo somente, e entrar numa confrontação
pressuposicional concernente às nossas diferentes cosmovisões. Assim, um debate
ainda mais fundamental e produtivo poderá começar, e é um debate que podemos e
devemos ganhar sempre.

Assim como em outros assuntos relacionados à apologética, os cristãos tendem a


conceder muito terreno antes de traçar a linha delimitatória e permanecer firme.
Assim, vigiem a si mesmos quando conversarem com incrédulos. Não conceda terreno
nem permita premissas que você não tenha que conceder ou permitir. Embora as leis
da nação possam não mudar para refletir o padrão bíblico, quando diz respeito a
debates intelectuais sobre o assunto, não precisamos abrir mão de nada.

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