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RESÍDUOS SÓLIDOS
Maria do Carmo Rodrigues Duarte

Introdução

Desde que o homem surgiu no planeta Terra, também surgiu a


geração de resíduos sólidos, mas como o homem vivia em pequenos grupos,
os resíduos sólidos eram facilmente diluídos pela natureza. À proporção que os
grupos aumentaram, reunindo-se em torno de interesses comuns (sejam
sociais, comerciais ou de outra forma de sobrevivência), surgiram cidades que
cresceram, levando ao inchamento urbano e propiciando o aparecimento de
aglomerações desordenadas. O homem sobrepujou a natureza na busca de
atender às suas necessidades; os resíduos sólidos também aumentaram de
volume e a natureza diminuiu a capacidade de eliminá-los (PORTELA, 2002).

Com a Revolução Industrial, muitos novos produtos foram criados e


com o advento dos descartáveis, os resíduos sólidos aumentaram
desordenadamente de volume, tornando-se necessária a criação de espaços
para armazená-los e tecnologias mais avançadas para eliminá-los (REVISTA
MEIO AMBIENTE INDUSTRIAL, 2001). BRANCO, 1999 apud LIMA, 1999, cita
que nas últimas décadas os lactentes deixaram de utilizar fraldas de tecido,
reutilizáveis; de alimentar-se com sopas feitas em sua própria residência e de
beber leite mantido em garrafas reutilizáveis. Atualmente, os mesmos usam
fraldas descartáveis, tomam sopas embaladas em recipientes de vidro que são
jogados fora e consomem leite embalado em tetrapak.

Com a distinção dos setores de trabalho e convivência diferenciaram-


se também as três grandes classes de resíduos sólidos existentes, quais
sejam: o urbano, o industrial e o hospitalar.

Segundo RODRIGUES, 2002, o setor de limpeza nos municípios


brasileiro na sua grande maioria está precariamente estruturado, tanto no que
diz respeito a pessoal qualificado, veículos e equipamentos e instalações de
apoio que muitas vezes inexistem. Devido ao processo de êxodo rural
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desencadeado no Brasil, as capitais e cidades maiores estão inchando,


aumentando a concentração de resíduos sólidos num único lugar, provocando
impactos ambientais, entre outros a disseminação de patógenos nos lençóis
freáticos, poluindo o ar e o solo, comprometendo a qualidade de vida.

A destinação dos resíduos sólidos tornou-se flutuante entre os muitos


lixões existentes e os poucos aterros sanitários construídos para encerrá-los;
queixam-se as autoridades preocupadas que a urbanização descontrolada
aumenta mais do que os planejamentos sociais gerados para dar melhor
qualidade de vida à população (BIDONE et al, 2001).

Entre os anos de 2000 e 2001 residiam no município de São Luís


870.028 pessoas, sendo que destas 837.584 pessoas residiam em área
urbana, 83.518 domicílios particulares permanentes eram atendidos pela rede
de esgoto; 159.282 domicílios particulares permanentes tinham abastecimento
de água e 147.940 particulares permanentes tinham coleta de resíduos sólidos.

Conceituação básica dos resíduos sólidos.


Resíduos sólidos como é denominado tecnicamente o lixo, são materiais de
origem sólida resultantes das atividades humanas.
A palavra lixo é originada do latim lix, que significa restos, cinzas ou lixívia
(BIDONE, 1999). Na nomenclatura mundial lixo traduzido para o espanhol
como basura; refuse, garbage e solid waste nos países de língua inglesa.

Classificação dos resíduos sólidos de acordo com a origem

a) Urbanos – neles estão contidos os domésticos, os comerciais, os de


varrição pública, de feiras livres, de capinação e poda.
b) Industriais – além de sobras de materiais derivados de produtos
manufaturados, está incluído também o lodo resultante do processo de
tratamento de efluentes líquidos industriais, em sua maioria tóxicos e
perigosos;

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c) Serviços de saúde – são os resíduos sólidos oriundos de hospitais,


clínicas veterinárias, clínicas médicas, consultórios odontológicos,
postos de saúde, laboratórios, entre outros;
d) Radioativos – são todos os resíduos de processamento atômico, cujo
controle e gerenciamento está de acordo com a Legislação Brasileira,
sob a tutela da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
(BIDONE, 1999);
e) Agrícolas – são todos os resíduos sólidos resultantes dos processos de
produção e utilização de defensivos agrícolas (BIDONE, 1999).

Classificação dos resíduos sólidos de acordo com seu grau de


degradabilidade

a) Facilmente degradáveis – matéria orgânica presente nos resíduos


sólidos urbanos;
b) Moderadamente degradáveis – são compostos por papéis, papelão e
material celulósico.
c) Dificilmente degradáveis – são formados por pedaços de pano, retalhos,
aparas e serragens, fragmentos de couro, borracha e madeira.
d) Não-degradáveis – fazem parte deste grupo os vidros, metais, plásticos,
pedras, terra, entre outros (BIDONE, 1999).

Classificação dos resíduos sólidos conforme Associação Brasileira de


Normas Técnicas (ABNT) NBR 10004

a) Resíduos classe I – Perigosos


b) Resíduos classe II – Não perigosos
c) Resíduos classe III – Inertes

Características dos resíduos sólidos

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As características dos resíduos sólidos são classificadas em: físicas,


químicas e biológicas (GUIMARÃES, 2001; NEGREIROS, 1998; BERTUSSI
FILHO, 1994).

Características físicas – são demonstradas através dos ensaios de:

a) Composição gravimétrica – demonstra o percentual de cada


componente do resíduo em relação ao peso total;
b) Peso específico – é o peso dos resíduos em função do espaço ocupado
por eles;
c) Teor de umidade – representa a quantidade relativa de água contida no
resíduo, quantidade esta que varia conforme as condições climáticas e
em função da composição do resíduo;
d) Compressividade ou grau de compactação – é a capacidade que tem o
resíduo de diminuir o volume depois de sofrer compressão;
e) Produção per capita – é a quantidade em peso do resíduo que cada
cidadão gera por dia (GUIMARÃES, 2001; MACHADO, 2001; BORGES,
1997; MINAS GERAIS, 1995).

Características químicas – são demonstradas através dos ensaios de:

a) Poder calorífico – é a quantidade de calor liberada durante a combustão


de 1 kg de resíduo sob condições controladas;
b) Potencial de hidrogênio (ph) – indica o teor de acidez ou alcalinidade do
material;
c) relação carbono/nitrogênio (C/N), que indica a degradabilidade e o grau
de decomposição da fração orgânica do resíduo;
d) Teor de matéria orgânica – representa a quantidade, em peso seco,
tanto da matéria orgânica (restos de alimentos, animais mortos, etc),
como da não orgânica (papel, madeira, trapos, etc);
e) Outros teores – de cinzas, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo
mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras (RAVANELLO, 2002;
GUIMARÃES, 2001; MINAS GERAIS, 1995).
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Características biológicas – são determinadas pela população microbiana


presente nos resíduos sólidos (GUIMARÃES, 2001; BRASIL, 1999; MINAS
GERAIS, 1995). Estão relacionadas diretamente com o resíduo infectante dos
geradores de RSS, os quais contêm maior concentrações de microorganismos.
BIDONE et al, 2001 destacam que os microorganismos poderão provocar
infecções em pessoas que entrem em contato e entre eles temos:

 Enterobactérias – klebisiella spp, pseudomonas aeruginosa, Salmonella


ssp; Shigella spp; Escherichia coli
 Bactérias – Vibrio cholerae, Staphylococcus aureus, Streptococcus
pneumoniae, Neisseria gonorrhoeae, Bacillus anthracis, Enterococcus
spp
 Vírus – Herpes, Hepatites A, B e C, Vírus da Imunodeficiência Humana
(HIV)
 Fungos – Candida albicans
 Micobactérias – Mycobacterium tuberculosis
 Helmintos – Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, larvas de
ancilóstomos
 Protozoários – Entamoeba histolytica

SCHNEIDER et al, 2001 citam que os resíduos infectantes aumentam


em proporção na medida em que eles são misturados aos resíduos comuns.
Os resíduos tóxicos são perigosos já que provocam a contaminação química,
mas, comparada com a contaminação biológica provocada através dos
resíduos infectantes, quando estes aumentam de volume se tornam menos
significativos.

Manejo dos Resíduos Domésticos

Os resíduos domésticos obedecem ao manejo geral dos outros tipos


de resíduos sólidos, os que os torna diferentes é que dependendo do volume
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dos mesmos varia também o tipo de armazenamento e transporte que


geralmente é feito pelo próprio gerador de resíduos. A pessoa responsável pela
limpeza segrega o lixo dentro de sua casa ou escola ou loja comercial,
acondiciona geralmente em sacos pretos ou sacolas oriundas de compras em
supermercados, feiras e/outros. Transporta-os da área de segregação até a um
armazenamento temporário e depois o transporta até ao local definitivo que
pode ser diretamente na calçada ou em suporte apropriado para isto.
Transportados até ao aterro sanitário através de caminhões
compactadores, os resíduos sólidos devem passar por uma triagem para
separar o lixo orgânico do lixo inorgânico e depois ser encaminhado a
compostagem ou ao aterro sanitário.

Central de Triagem
O local destina-se ao recebimento e triagem dos resíduos com
características potenciais de reciclagem. Os mesmos são armazenados de
acordo com as prescrições normativas NB 1183 – Armazenamento de
Resíduos Sólidos Perigosos e NB 1264 – Armazenamento de Resíduos
Sólidos Classe IIA e IIB, os refugos são encaminhados para as valas de
disposição final..OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

As estruturas de armazenamento que compõem a central de triagem


são barracões dotados de instalações elétricas, hidráulicas e sistema de
prevenção de incêndio e adequados às quantidades e tipos de resíduos a
serem recebidos, e os aparelhos utilizados proporcionam segurança e higiene
ao pessoal envolvido no processo. Todos os despejos líquidos, gerados na
triagem, são encaminhados para um sistema de tratamento de efluentes
instalado na área.

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Figura 01 – Central de triagem

Requisitos para um bom sistema de coleta de resíduos sólidos


domésticos
Na coleta de resíduos sólidos não deve faltar os seguintes requisitos:
Periodicidade – O lixo deve ser recolhido em períodos regulares, a
irregularidade desestimula a cooperação dos encarregados pela coleta do lixo:
donas de casa, agentes de limpeza e outros (CAMPOS; MACÊDO, 1997).

Freqüência – O intervalo entre coletas será o mais curto possível. No nosso


clima, aconselha-se coleta diária, aceitando-se fazê-la em dias alternados ou
no mínimo duas vezes por semana (CAMPOS; MACÊDO, 1997).

Horário – será o melhor aquele que atender os interesses das donas-de-casa e


dos encarregados da coleta do lixo. A coleta de lixo a noite parece apresentar
maior rendimento para o serviço, porém o ruído provocado pelos trabalhos
desponta como principal causa de resistência à coleta noturna (CAMPOS;
MACÊDO, 1997).

Manejo dos Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde


Os resíduos infectantes encontrados nos hospitais são os mesmos
encontrados nos domicílios onde existe o descarte de absorventes, fraldas
descartáveis, curativos, etc, porém o que muda são as concentrações, a
quantidade gerada por cada domicílio é mínima quando comparada a um
hospital (CUSSIOL, 2001a).
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A disposição final inadequada dos resíduos pode provocar a


proliferação de vetores e a contaminação das águas e do ar (BIDONE et al,
2001; BRASIL, 2001; SISINNO et al, 2000; CAMPOS, MACÊDO, 1997). Na
área de saúde os médicos, enfermeiros, laboratoristas e paramédicos estão
mais potencialmente dispostos a contrair doenças de origem hospitalar devido
à exposição direta aos patógenos (vírus, bactérias e fungos) existentes no
meio hospitalar (SCHNEIDER et al, 2001). É necessário um eficiente
gerenciamento dos RSS para minimizar os riscos de exposição ocupacional,
assegurar a saúde da população e a proteção ao meio ambiente (FERREIRA,
2001; BRASIL, 2001).

Uma das formas de evitar a poluição e contaminação do solo da água


e do ar é o gerenciamento correto dos resíduos sólidos através do manejo dos
mesmos. O manejo dos resíduos sólidos se compõe de etapas seqüenciais as
quais assinalamos a seguir: segregação; acondicionamento; transporte interno;
armazenamento interno; armazenamento externo; transporte externo;
tratamento e disposição final (BRASIL, 2001; CAMPOS, MACÊDO, 1997).
a) Segregação – é a etapa de separar e coletar seletivamente os resíduos
sólidos quando for necessário.

b) Acondicionamento – é a etapa onde os resíduos sólidos são ensacados


ou envasados para melhor serem transportados até o local de
armazenamento.

c) Transporte interno – é o ato de levar os resíduos acondicionados do


local da segregação até ao depósito de resíduos (DUARTE, 2005).

d) Armazenamento – local onde ficam armazenados os resíduos sólidos


para que sejam coletados pelo transporte externo, o local de
armazenamento também pode ser denominado de depósito de resíduos
sólidos, abrigo de resíduos sólidos e até de casinha de resíduos sólidos
(DUARTE, 2005).

e) Transporte externo – geralmente feito por caminhões coletores, pode ser


feito também por carroças em cidades pequenas ou locais de difícil
acesso.

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f) Tratamento – é feito quando existe a necessidade de descontaminar ou


reduzir o volume de resíduos sólidos antes de levá-lo a disposição final
(SCHNEIDER et al, 2001). Aplicado aos resíduos sólidos de serviços de
saúde (RSSS) ou resíduos hospitalares, utiliza equipamentos para a
redução do volume dos resíduos sólidos. Em grandes municípios os
tratamentos de resíduos tendem a ser centralizados (SCHNEIDER et al,
2001). Podemos citar as seguintes tecnologias de tratamento dos
residuos hospitalares:

 Autoclave – o tratamento funciona através de descontaminação,


que dura em média uma hora e meia e é feito numa temperatura
de 160° C; depois de se tornarem uma massa inerte, os resíduos
são triturados e podem ser tratados como resíduos comuns e
encaminhados aos aterros sanitários ou incinerados. (BRASIL,
2001; SCHNEIDER et al, 2001; BIDONE et al, 2001; SISINNO et
al, 2000; BRANCO, 1999).

 Incineração – é o processo pelo qual o resíduo hospitalar é


queimado a elevadas temperaturas (800 a 1000° C) até ser
reduzido a cinzas e escórias. Esse processo tem a vantagem de
reduzir o peso de resíduo em 70%, representa elevados custos
de investimento inicial para implantação do equipamento
(depósito, forno e transporte) de operação e de manutenção,
além da poluição atmosférica (furanos e dioxinas) ocasionada
pela combustão incompleta. Muitos desses fornos, existentes nos
hospitais, encontram-se obsoletos e sem manutenção,
representando um perigo potencial para a população e para o
ambiente; a incineração pode ser "in situ" ou centralizada
(RODRIGUES et al, 2002; BRASIL, 2001; SCHNEIDER et al,
2001; BIDONE et al, 2001; SISINNO et al, 2000; BRANCO, 1999).

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Figura 02 – Incinerador de resíduos hospitalares

 Plasma térmico ou tocha de plasma - é uma tecnologia muita


avançada de incineração, está em fase de estudos e tudo
pressupõe que vai ser um equipamento que só as grandes
capitais mundiais terão condições de implantá-la como tratamento
final dos resíduos sólidos devido ao elevado custo (SCHNEIDER
et al, 2001; BRANCO, 1999).

 Queimador elétrico – é um equipamento térmico que alimentado


por um arco voltaico, atravessa a massa dos resíduos e alcança
temperaturas na ordem de 2700° C, calcinando-a e as cinzas
resultantes são levadas para um aterro sanitário (BRASIL, 2001).

 Microondas – os resíduos são submetidos ao campo magnético


formado entre duas placas metálicas, estas são capazes de
inverter sua polaridade milhares de vezes por segundo,
produzindo ondas de baixa freqüência que promovem
aquecimento até 980° graus Celsius e vibração molecular,
reduzindo o volume de 60% a 90%. Os resíduos
descontaminados devem ser depositados em aterro sanitário. A
grande qualidade desse equipamento está no fato do processo

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não emitir poluentes na atmosfera, uma vez compactados


(DUARTE, 2005; BRASIL, 2001; BRANCO, 1999).

Por razões culturais e éticas, os processos de autoclave e microondas


não devem ser empregados para tratar resíduos anatômicos humanos e
animais, fetos e placentas (BRASIL, 2001). Existem outros equipamentos de
tratamento de resíduos infectantes, menos utilizados devido aos custos de
instalação e manutenção: temos: esterilização, tratamento químico,
ionização e lixiviação (BRASIL, 2001).

Se o hospital tiver uma unidade de tratamento, dependendo do


equipamento, poderá eliminar os microorganismos dos resíduos infectantes,
antes mesmo de levá-los a disposição final (RODRIGUES et al, 2002;
BRASIL, 2002; SCHNEIDER et al, 2001; SISINNO et al, 2000).

g) Disposição final – os resíduos sólidos comuns tratados ou não, devem


ser encaminhados a um aterro sanitário. Os resíduos infectantes devem
ser encerrados em valas sépticas, os resíduos industriais devem ser
reaproveitados na própria indústria, reciclados ou depositados em locais
confiáveis para possível reaproveitamento na construção civil e outros.
os resíduos sólidos tratados ou não seguem são dispostos em três
formas diferentes de confinamento, a saber:

 Lançamento a céu aberto – popularmente conhecido como lixão,


os resíduos sólidos urbanos são simplesmente descarregados
sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à
saúde pública tendo como desfecho a convergência para lá de
famílias inteiras que retiram seu sustento do lixo lá despejado.
Devido a exposição dos resíduos sólidos diretamente no solo
verifica-se a proliferação de vetores (moscas, mosquitos, baratas,
ratos e animais domésticos de porte pequeno, a produção de
maus odores ocasionados pelas reações químicas que se
processam no seu interior: gás sulfídrico e outros. O lixiviado
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(chorume ou sumeiro) resultante da degradação da matéria


orgânica misturado as águas da chuvas poluem as águas de
superfície e subterrâneas. Pesquisas de instituições
governamentais como o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) constataram em suas pesquisas que 70% das
comunidades brasileiras utilizam o lançamento a céu aberto como
solução para a disposição dos seus resíduos sólidos.

 Aterro controlado – o lixo é disposto a céu aberto e depois é


lançado sobre ele uma camada de solo sobre ele. O aterro
controlado é muito utilizado em municípios cuja população não
ultrapassa os 100.000 habitantes, é uma solução econômica para
as prefeituras destes municípios, pois o sistema não prescinde de
equipamentos para fazer a compactação dos resíduos cuidando
apenas a prefeitura para que este tipo de aterro esteja bem acima
do lençol freático e que esteja localizado em solo com uma
porcentagem de 90% de argila.

 Aterro sanitário – é uma obra de engenharia sanitária tendo como


finalidade encerrar os resíduos urbanos e os RSSS comuns e
infectantes, oriundos das atividades humanas, eliminando as
características de periculosidade dos mesmos (BRASIL, 2001;
CAMPOS, FONSÊCA, 1999; MACÊDO, 1997; MINAS
GERAIS,1995). Na sua área deve ter um espaço reservado com
valas sépticas para os resíduos infectantes com risco biológico,
dotadas de boa impermeabilização com solo argiloso ou revestido
com manta impermeável para evitar a contaminação do solo e em
particular do lençol freático. Estando os resíduos infectantes
acondicionados nas valas sépticas, estes não devem ser
compactados para evitar o rompimento dos sacos (BRASIL, 2001;
CAMPOS, MACÊDO, 1997; MINAS GERAIS, 1995).

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Figura 03 – Aterro sanitário

Resíduos Sólidos Industriais

“Resolução CONAMA nº 313, todo resíduo sólido


industrial é resultado de atividades industriais e que se
encontre nos estados sólido, semissólido, gasoso – quando
contido e líquido – cujas características tornam inviáveis os
despejos em redes públicas de esgoto ou corpos d’água”

São considerados resíduos sólidos industriais os resíduos em estado


sólido e semi-sólidos que resultam da atividade industrial, incluindo-se os lodos
provenientes das instalações de tratamento de águas residuárias, aqueles
gerados em equipamentos de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgoto ou corpos d’água, ou exijam, para isto, soluções
economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível. São
também resíduos sólidos os provenientes de atividades de pesquisas e de
transformação matérias-primas e substancias orgânicas. Conforme FONSECA,
1999, esta classe de resíduos é a grande responsável pela contaminação do
solo, dos recursos hídricos e do ar, pois, na grande maioria, o próprio produtor

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é responsável pela coleta e disposição final e o produtor geralmente não se


propõe a dar uma destinação final adequada a esse resíduo, a não ser que
haja fiscalização e o mesmo for punido com multas.

“Segundo o Art. 4º da Resolução CONAMA nº


313/02 os seguintes setores industriais devem apresentar
ao órgão estadual de meio ambiente informações sobre
geração, características, armazenamento, transporte e
destinação de seus resíduos sólidos: indústrias de
preparação de couros e fabricação de artefatos de couro;
fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de
combustíveis nucleares e produção de álcool; fabricação de
produtos químicos; metalurgia básica; fabricação de
produtos de metal; fabricação de máquinas e
equipamentos, máquinas para escritório e equipamentos de
informática; fabricação e montagem de veículos
automotores, reboques e carrocerias; e fabricação de
outros equipamentos de transporte”.

As decisões técnicas e econômicas tomadas em todas as fases


do tratamento de resíduos sólidos industriais (manuseio, acondicionamento,
armazenagem, coleta, transporte e disposição final) deverão estar
fundamentadas na classificação dos mesmos..ooooooooooooooooooooooo
Com base nesta classificação serão definidas as medidas
especiais de proteção necessárias em todas as fases, bem como os custos
envolvidos.
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) editou um
conjunto de normas para padronizar, a nível nacional, a classificação dos
resíduos:
 NBR 10004 – Classificação de Resíduos Sólidos;
 NBR 10005 – Lixiviação de Resíduos (Procedimento)
 NBR 10006 – Solubilização de Resíduos (Procedimento)
 NBR 10007 – Amostragem de Resíduos (Procedimento)
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A norma NBR 10004 classifica os resíduos quanto aos seus riscos


potenciais ao meio ambiente a à saúde pública, indicando quais resíduos
devem ter manuseio e destinação mais rigidamente controlados.OOOOOOO

Segundo essa norma, os resíduos sólidos industriais são agrupados em 3


classes:OOOOOOOO

Resíduos Classe I – PerigososOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

São classificados como resíduos perigosos os resíduos sólidos ou


mistura de resíduos sólidos que em função de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem
apresentar risco à saúde pública, provocando ou contribuindo para um
aumento de mortalidade ou incidência de doenças e/ou apresentar efeitos
adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostos de forma
inadequada.OOOOOOOOOOOO

Resíduos Classe II – Não InertesOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

São classificados como resíduos não inertes os resíduos sólidos ou


mistura de resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I ou na Classe
III. Estes resíduos podem ter propriedades tais como combustibilidade,

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biodegradabilidade ou solubilidade em água.OOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Resíduos Classe III – InertesOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

São classificados como Resíduos inertes inertes os resíduos sólidos


ou mistura de resíduos sólidos que, submetidos ao teste de solubilização não
tenham nenhum de seus constituintes solubilizados, em concentrações
superiores aos padrões definidos na norma
(NBR10006).OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Como exemplos desses materiais podem citar as rochas, tijolos


vidros, etc.OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Quais são os resíduos sólidos industriais?


Como ficou demonstrado, os resíduos são classificados em função
de suas propriedades físicas, químicas ou infesto-contagiosas e com base na
identificação de contaminantes presentes em sua massa. Exemplos de
resíduos são as cinzas, lodos sólidos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos,
plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros e cerâmicas.
São definidos, ainda, como resíduos os efluentes industriais - lodos líquidos
provenientes de sistemas de tratamento de esgoto e aqueles gerados na
limpeza de equipamentos e instalações em geral.
Por isso, e também, pela forma com que as listagens são
consultadas, um conhecimento prévio do processo industrial é imprescindível
para a classificação do resíduo, identificação das substâncias presentes no
mesmo e verificação da sua periculosidade.

Quando um resíduo tem origem desconhecida, o trabalho para


classificá-lo torna-se ainda mais complexo.

Muitas vezes, mesmo para resíduos com origem conhecida, torna-se


impossível conseguir uma resposta conclusiva e nesses casos, será necessário
analisar parâmetros indiretos ou realizar bioensaios.
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A amostragem de resíduos sólidos constitui uma operação de


fundamental importância, pois os resultados de uma análise efetuada na
amostra somente terão valor se aquela porção do resíduo tomada para a
análise representar o mais fielmente possível a composição e as propriedades
do todo que ele representa.

Ao se programar uma campanha de amostragem deve-se ter sempre


em mente que as propriedades das amostras coletadas deverão corresponder
às propriedades do todo, bem como que quanto maior for o número de
amostras mais próximo do valor médio verdadeiro estará o valor médio obtido
para os parâmetros em estudo.

Manejo dos Resíduos Sólidos Industriais (RSI)

Armazenamento dos resíduos sólidos industriais

Os resíduos sólidos industriais devem ser armazenados conforme o tipo


resultante das atividades industriais, devem ser acondicionados em locais
apropriados afim de não impactar o meio ambiente e principalmente a saúde
das pessoas que lidam com ele e também daquelas que estão em seu entorno.

Transporte dos resíduos sólidos industriais

Assim como no armazenamento, os mesmos deverão ser transportados por


equipamentos conforme o tipo resultante das atividades industriais, sendo
necessário cuidados com possíveis acidentes que venham prejudicar o meio
ambiente e a saúde humana.

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Figura 04 – Armazenamento temporário de resíduos industriais

Aterro Industrial – é específico para cada tipo de resíduo sólido industrial e


deve ser impermeabilizado com manta de vinil durante a fase de instalação e
coberta com manta de sacrifício, depois de preenchida em sua totalidade com
o lixo industrial para evitar a poluição dos recursos hídricos.

Figura 05 – Aterro Industrial coberto com manta de sacrifício

RESÍDUOS SÓLIDOS PROVENIENTES DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Os resíduos sólidos provenientes da construção civil, geralmente são


sobras de materiais utilizados ou são originados de demolições e reformas.
Entre as sobras da construção civil temos os pregos tortos e perdidos, os
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papelões Kraft que revestem os sacos de cimento, restos de cimento, asfaltos


e outros tipos de aglomerantes não utilizados em sua totalidade, agregados
subutilizados, pedaços de tábua utilizados em andaimes e também em pisos,
estruturas de telhados, esquadrias e forros. O consumo de materiais pela
construção civil nas cidades é pulverizado. Cerca de 61% a 75% dos resíduos
gerados pela construção nos municípios provêm de eventos informais (obras
de construção, reformas e demolições, geralmente realizadas pelos próprios
usuários dos imóveis segundo dados da Secretária Nacional de Saneamento
do Ministério das Cidades. O poder público municipal deve exercer um papel
fundamental. Durante a elaboração do projeto deve ser contemplado um Plano
de Reciclagem de Resíduos (PRR), para minimizar custos e impactos
ambientais durante a execução da obra. Em termos de ecologia, um dos
grandes problemas da construção civil é dar uma finalidade útil ao entulho,
principalmente em reformas devido ao volume do mesmo. Portanto já existem
medidas como coletar os mesmos através dos serviços das prefeituras como o
disk-entulho, containeres dispostos em pontos estratégicos para a recepção
dos mesmos e usinas de reciclagem transformação de entulhos da construção
civil em materiais de construção para utilização em pavimentos e obras que
não necessitem de suporte estrutural. Também podemos citar equipamentos
móveis utilizados na obra.

Figuras 06 e 07 – Equipamento móvel utilizado para reciclagem de resíduos


sólidos da construção civil

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Princípio dos 3Rs

O resíduo classe "D" deve obedecer ao princípio dos "3R" (reduzir,


reutilizar e reciclar) e dentre os reutilizáveis e recicláveis encontram-se os
mesmos materiais dos resíduos domésticos: papelão, plásticos, vidros, metais
e matéria orgânica entre outros (BREDARIOLLI, 2002; RODRIGUES et al,
2002; BRASIL, 2001; SCHNEIDER et al, 2001; BIDONE et al, 2001; SISINNO
et al, 2000).
Dentre os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis mais gerados
pelas pessoas encontramos os plásticos, papel e papelão (RODRIGUES,
CAVINATO, 2002; TOCCHETTO, 2002) geralmente resultantes de
embalagens que envolvem alimentos, remédios, objetos de uso pessoal e
outros. Segundo SCHNEIDER et al, 2001, papéis e papelões a serem
reciclados devem ser guardados em locais separados, nunca dentro de abrigos
de resíduos, pela possibilidade de contaminação ou de confundir responsáveis
pela coleta externa, que ficam sem saber se recolhem ou não o material.
Para fabricar papel e papelão são necessários três ingredientes: água,
energia e fibra de celulose; a fibra da celulose é obtida da madeira, do papel
velho e até de trapos de roupas (RODRIGUES, CAVINATO, 2002). No Brasil
é desmatada por ano uma área do tamanho do estado do Rio de Janeiro que
além das queimadas e combustível para determinadas atividades, as árvores
derrubadas vão ser transformadas em papel e papelão (BREDARIOLLI, 2002).
Na reciclagem do papel e papelão, são minimizados os custos da água e da
energia e não é adicionada a pasta resultante da mistura do papel ou papelão
com água o aditivo químico branqueador, evitando assim os impactos
ambientais e a retirada de recursos naturais (RODRIGUES, CAVINATO,
2002).
Os plásticos são classificados em dois grupos: termoplásticos e
termorrígidos (TOCCHETTO, 2002; BRASIL, 2002; RODRIGUES, CAVINATO,
2002; MICHAELI, 1992). Somente os termorrígidos são recicláveis e entre eles
tem-se:

 Polietileno de Alta Densidade (PEAD);


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 Polietileno de Baixa Densidade (PEBD);


 Poliestireno (PS);
 Policloreto de Vinila (PVC);
 Polipropileno (PP);
 Polietileno Tereftalato (PET).

Figura 08 – Sistema Internacional de Codificação de Plásticos


PET (Politereftalato de
etileno)

PEAD (Polietileno de Alta


Densidade)

V (Policloreto de Vinila)

PEBD (polietileno de
Baixa Densidade)

PP (polipropileno)

PS (Poliestireno)

Outros

Quadro 01 – Tempo necessário para a decomposição de alguns materiais


MATERIAL RECICLADO PRESERVAÇÃO DECOMPOSIÇÃO
1000 kg de papel o corte de 20 árvores 1 a 3 meses
extração de milhares de
1000 kg de plástico 200 a 450 anos
litros de petróleo
extração de 5000 kg de
1000 kg de alumínio 100 a 500 anos
minério
extração de 1300 kg de
1000 kg de vidro 4000 anos
areia
Fonte: Adaptado do Manual A Embalagem e o Meio Ambiente (1999)

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No próximo quadro exemplificamos materiais recicláveis e não recicláveis


conforme a cor padrão para cada tipo de resíduo.

Quadro 02 – Materiais recicláveis e não recicláveis


MATERIAIS NÃO RECICLÁVEIS
Lixo Orgânico ou Úmido - São restos de comidas, cascas de frutas e legumes,
etc.
Rejeitos - Lenços e guardanapos de papel, absorvente e papel higiênico,
papéis sujos, acrílico, espelhos, etc.
Resíduos Especiais - Pilhas e baterias.
Resíduos Hospitalar - Curativos, gazes, algodão, seringas, etc.

PLÁSTICO RECICLÁVEL
 Copos
 Garrafas
 Sacos/Sacolas
 Frascos de produtos
 Tampas
 Potes
 Embalagens Pet (Refrigerantes, Suco, Óleo, Vinagre, etc.)
NÃO RECICLÁVEL
 Adesivos
 Acrílico
 Embalagens Metalizadas (Biscoitos Salgadinhos)
METAL RECICLÁVEL
 Tampinhas de Garrafas;
 Latas;
 Enlatados;
 Arames;
 Chapas;
 Pregos;
 Cobre.
NÃO RECICLÁVEL
 Clipes;
 Grampos;
 Esponja de Aço;
PAPEL RECICLÁVEL
 Jornais e Revistas;
 Listas Telefônicas;
 Papel Sulfite/Rascunho;
 Papel de Fax;
 Folhas de caderno;
 Formulários de Computador;
 Caixas em Geral (ondulado);
 Aparas de Papel;
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 Fotocópias;
 Envelopes;
 Rascunhos;
 Cartazes Velhos.

PAPEL NÃO RECICLÁVEL


 Etiquetas Adesivas;
 Papel Carbono;
 Papel Celofane;
 Fita Crepe;
 Papéis Sanitários;
 Papéis Metalizados;
 Papéis Parafinados;
 Papéis Plastificados;
 Guardanapos;
 Bitucas de Cigarros;
 Fotografias
VIDRO RECICLÁVEL
 Garrafas;
 Potes de Conservas;
 Embalagens;
 Frascos de Remédios;
 Copos;
 Cacos;
 Pára-brisas.
VIDRO NÃO RECICLÁVEL
 Portas de Vidro;
 Espelhos;
 Boxes Temperados;
 Louças;
 Cerâmicas;
 Óculos;
 Pirex;
 Porcelanas;Vidros Especiais (tampa de forno e microondas);
 Tubo de TV.
Fonte: Trabalho resultante de pesquisa sobre coleta seletiva no CEFET/MA de Audenilce Jansen

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Tipos de equipamentos e veículos utilizados no transporte dos resíduos


sólidos

Contêineres – equipamento com ou sem rodízio utilizado tanto para o


armazenamento, como para transporte. É usual na construção civil o contêiner
sem rodízio para o armazenamento de entulho.

Figura 09 – Conjunto de contêineres com rodízios para coleta seletiva em


supermercado

Figura 10 – Contêiner sem rodízio em pátio de indústria

Lutocar ou carrinhos móveis – muito utilizados para transporte de resíduos


sólidos urbanos resultantes de capina, folhas, enfim é comumente encontrado
em áreas de limpeza pública.

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Figura 11 – Conjunto de lutocares para coleta seletiva em supermercado

Caminhão compactador – reduz o volume dos resíduos sólidos coletados, pode


guardar em seu interior até 7t de resíduos sólidos.

Figura 12 – Caminhão compactador

Caminhão Basculante – Faz o transporte dos contêineres, basculando-os para


cima da sua plataforma. Alguns transportam em sua plataforma dois
contêineres como da figura abaixo

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Figura 13 – Caminhões basculantes em manobra em central de triagem e


aterro sanitário

Tração animal – muito utilizada em cidades pequenas e periferias das cidades


grandes.

Legislação Aplicada
As principais legislações que dispõe sobre o gerenciamento dos RSS são:

 Resolução CONAMA N° 358/2005 – “Dispõe sobre o tratamento e a


disposição final dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências.”
Data da legislação: 29/04/2005 – Publicação DOU n° 084, de 04/05/2005, págs
63-65.

 Portaria Minter 53, de 1º de março de 1979 – "Dispõe sobre o controle dos


resíduos sólidos, provenientes de todas as atividades humanas, como forma de
prevenir a poluição do solo, do ar e das águas" .Primeira portaria que observou
a problemática da existência dos resíduos sólidos (BRASIL, 1979).

 Resolução CONAMA 06, de 19 de setembro de 1991 – “Desobriga a


incineração de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde,
portos e aeroportos” (CONAMA, 1991).
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 Resolução CONAMA 05, de 05 de agosto de 1993 - "Estabelece definições,


classificação e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos
sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais
ferroviários e rodoviários” (CONAMA, 1993).

 Resolução CONAMA 283, de 12 de julho de 2001 – "Dispõe sobre o


tratamento e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde” (CONAMA,
2001).

 Resolução da CNEN - CNEN – NE 6.05 de novembro de 1985 – gerência de


rejeitos radioativos (CNEN, 1981).

 Resolução RDC nº 33, de 25 de fevereiro de 2003 (ANVISA) – "Dispõe sobre


o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde"
(ANVISA, 2003).

Objetivos da Administração de Resíduos Sólidos Industriais


1. Fornecer informações essenciais para a gestão dos resíduos industriais
dentro de sua empresa, bem como através de contratos com empresas
terceirizadoras de serviços de coleta, transporte e destinação final de
resíduos.
2. Desenvolver uma estratégia de Gestão Ambiental.

Legislação aplicada sobre resíduos sólidos industriais

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 313, de 29 de outubro de 2002 – conforme essa


resolução os resíduos sólidos industriais serão motivo de controle específico
como parte integrante do processo do licenciamento ambiental considerando
que o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais é um dos
instrumentos de política de gestão de resíduos sólidos.

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PLANO DIRETOR
O Plano Diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a
ocupação da cidade. Ele deve identificar e analisar as características físicas, as
atividades predominantes e as vocações da cidade, os problemas e as
potencialidades. É um conjunto de regras básicas que determinam o que pode
e o que não pode ser feito em cada parte de cidade. É processo de discussão
pública que analisa e avalia a cidade que temos para depois podermos
formular a cidade que queremos. Desta forma, a prefeitura em conjunto com a
sociedade, busca direcionar a forma de crescimento, conforme uma visão de
cidade coletivamente construída e tendo como princípios uma melhor qualidade
de vida e a preservação dos recursos naturais. O Plano Diretor deve, portanto,
ser discutido e aprovado pela Câmara de Vereadores e sancionado pelo
prefeito. O resultado, formalizado como Lei Municipal, é a expressão do pacto
firmado entre a sociedade e os poderes Executivo e Legislativo.
O Plano Diretor está definido no Estatuto das Cidades como
instrumento básico para orientar a política de desenvolvimento e de
ordenamento da expansão urbana do município.
Estatuto da Cidade
A Lei Federal 10.257/2001 mais conhecida como Estatuto das Cidades
é a regulamentação dos artigos 182 e 183 da constituição federal e estabelece
parâmetros e diretrizes da política e gestão urbana no Brasil.

Participantes
Setores do governo – Prefeitura (secretarias e órgão municipais);
Poder público estadual (quando setores de serviços e outras questões
extrapolam os limites do município); Poder público federal (quando as questões
lhes dizem respeito, por exemplo, áreas da marinha e aeroportos).
Segmentos populares – Associações, sindicatos, conselhos comunitários e
outros.
Segmentos empresarias – Sindicatos patronais, comerciantes, incorporadores
imobiliários, etc.
Segmentos técnicos – Universidades, conselhos regionais, ONGs, e outros.

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O Plano diretor deve ser iniciativa do Prefeito, ser discutido com a


comunidade, para depois ser transformado em lei pela Câmara Municipal.

Funções do Plano Diretor:


1. Garantir o atendimento das necessidades da cidade (deve apresentar
diretrizes e instrumentos para que os investimentos em saneamento, transporte
coletivo, saúde, educação, equipamentos urbanos, habitação popular sejam
adequadamente distribuídos e beneficiem toda a população) garantindo uma
melhor qualidade de vida na cidade;
2. Desenvolva sistemas para garantir um desenvolvimento local
economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado;
3. Preservar e restaurar os sistemas ambientais (os mananciais, as áreas
verdes, o zoneamento costeiro e outros) e o patrimônio histórico local;
4. Promover a regularização fundiária;
5. Consolidar os princípios da reforma urbana.

Obrigatoriedade:
1. Municípios com mais de 20 mil habitantes;
2. Municípios integrantes de regiões metropolitanas;
3. Municípios com áreas de interesse turístico;
4. Municípios situados em áreas de influência de empreendimentos ou
atividades com significativo impacto ambiental na região ou no país.

Articulação do Plano Diretor:


O Plano Diretor deve articular com outros instrumentos de
planejamento como a Agenda 21, Conferência das Cidades, Planos de bacias
hidrográficas, planos de preservação do patrimônio cultural e outros planos de
desenvolvimento sustentáveis.

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Referências Bibliográficas
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saneamento e proteção ambiental para os municípios). Belo
Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1995. 221p.

2. BIDONE, Francisco Ricardo Andrade. Conceitos básicos de resíduos


sólidos. São Carlos: EESC / USP, 1999. 120p.

3. _______, Francisco Ricardo Andrade. Resíduos sólidos


provenientes de coletas especiais: eliminação e valorização.
Projeto PROSAB. Rio de Janeiro: ABES, 2001.

4. CAMPOS, Juarez de Queiroz Campos, MACÊDO, Lúcio Antônio Alves


de. Saúde e ambiente. São Paulo: Jotacê, 1997. 160p.

5. CONAMA nº 313/02. Gestão de resíduos sólidos. Outubro de 2002.

6. DUARTE, Maria do Carmo R.. Resíduos sólidos hospitalares:


avaliação de aspectos sanitários em unidades de saúde de São
Luís – Maranhão. São Luís: UFMA, 2005. Dissertação de Mestrado,
86p.

7. FONSECA, Edmilson. Iniciação ao estudo dos resíduos sólidos e da


limpeza urbana. Recife: A União, 1999. 122p.

8. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE (FEAM). Como


destinar os resíduos sólidos urbanos. Belo Horizonte: FEAM, 1995.
47p.

9. MACÊDO, Lúcio Antônio Alves de. Gerenciamento da qualidade do


meio ambiente. São Luís: Stratégia Comunicação, 2002. 96p.

10. ________, Lúcio Antônio Alves de, CAMPOS, Juarez de Queiroz. Saúde
e ambiente. São Paulo: Jotacê, 1997. 160p.

11. MICHAELI, Walter. Tecnologia dos plásticos. São Paulo: Edgard


Blücher, 1992. 205p.

12. NASCIMENTO, Geizimara Nazaré oliveira do. Resíduos sólidos


industriais. São João Del Rey: UFSJR, 2017 (Monografia – TCC, Curso
de Química). 20p.

13. RODRIGUES, Francisco Luiz, CAVINATO, Vilma Maria. Lixo. São


Paulo: Moderna, 2002 (Coleção Desafios). 80p.

14. SCHNEIDER , Vânia Elizabete et al. Manual de gerenciamento de


resíduos sólidos de serviços de saúde. São Paulo: CLR Balieiro,
2001. 173p.

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15. SISINNO, Cristina Lúcia Silveira et al. Resíduos sólidos, ambiente


e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2000. 138p.

16. THE EARTH WORKS GROUP. Manual de reciclagem. Rio de Janeiro:


José Olímpio,1995. 163p.

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