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Maria Lúcia Rodovalho

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Índice
A Oração de Jabez..................................................................7

A Oração de Jabez - Parte 2 ................................................ 19

Alargando nossas Fronteiras Emocionais ......................... 29


Alargando nossas Fronteiras Emocionais:
Como não cair na Armadilha da Ofensa ..................... 39

Como ter Vitória em seus Relacionamentos ..................... 47

Semeadura nos Relacionamentos ..................................... 55

Restaurando Relacionamentos .......................................... 63

O Propósito da Família......................................................... 75

O Propósito da Família - Parte 2 ......................................... 83

Família Vencedora ............................................................... 93

As Chaves para o Sucesso no Casamento .......................101

Unção para o Sucesso......................................................... 111

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A Oração de Jabez

No livro de 1 Crônicas 4:9 e 10 encontramos o


registro de uma oração de um homem chamado Jabez.
O texto diz: “Foi Jabez mais ilustre do que seus irmãos.
Sua mãe chamou-lhe Jabez dizendo: Porque com dores
o dei à luz. Jabez invocou o Deus de Israel dizendo: Oh!
Tomara que me abençoes e me alargues as fronteiras,
que seja comigo a tua mão e tu me preserves do mal, de
modo que não me sobrevenha aflição. E Deus lhe conce-
deu o que lhe havia pedido”.

Experimente agora ler novamente o texto e no lu-


gar onde se lê Jabez, coloque o seu nome: Foi ... mais
ilustre do que seus irmãos. Sua mãe chamou-lhe ... di-
zendo: Porque com dores o(a) dei à luz. ... invocou o
Deus de Israel, dizendo: Oh! Tomara que me abençoes
e me alargues as fronteiras, que seja comigo a tua mão
e me preserves do mal, de modo que não me sobrevenha
aflição. E Deus me concedeu o que lhe havia pedido.

Nesse capítulo, o autor começa citando a genealo-


gia de Judá, que era um dos filhos de Jacó e cujo nome
significa louvor. A seguir, o texto cita seus descendentes
e, de repente, no meio de quarenta e tantos nomes, apa-
rece Jabez, cuja oração ganhou destaque especial. Jabez
foi um homem que fez tanta diferença que a Bíblia parou
uma genealogia para citar a sua vida.

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Jabez não era o mais ilustre, mas ele se tornou o
mais ilustre entre seus irmãos. É interessante que o ver-
sículo 9 começa dizendo que Jabez era o mais ilustre.
Mas, depois nos diz que ele não era assim desde o início.
Eu acredito que Jabez cresceu com a força de seu nome,
que significa: dor, aquele que provoca ou que provocará
dor. Além de sofrer, ele ainda ia provocar dor em outras
pessoas. A história nos relata que a mãe dele o deu à luz
com muita dor e por isso lhe deu esse nome.

Sabemos que o nome tem em si um poder muito


grande. Apesar disso, o nome é muitas vezes escolhido
pelos pais de uma forma descompromissada. As pessoas
nomeiam seus filhos apenas porque acham bonito o som
de certos nomes. Há alguns dias atrás, alguém estava me
contando de uma pessoa que recebeu um nome que era
uma junção do nome de três pessoas. Muitas coisas dife-
rentes acontecem porque as pessoas pensam que o nome
é apenas um som para ser chamado. O nosso nome é a
nossa identidade. O nome é tão importante, que a Pala-
vra de Deus diz que, na Nova Jerusalém nós ganharemos
um novo nome.

Um grande jornal publicou um artigo muito inte-


ressante há alguns dias. A matéria fazia uma avaliação
da cultura dos evangélicos no Brasil, e dizia que o Brasil
não é mais conhecido como um país católico. Já não é
mais como a Suécia luterana, a Índia, cujo povo é hin-
du, ou Israel, que são judeus, por conta da religião ju-
daica. No Brasil, já não se pode dizer mais isso porque
os evangélicos cresceram muito. Um professor da USP
(Universidade de São Paulo) falou sobre isso no artigo,

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mas algumas coisas que ele disse feriram meu coração.
Ele criticou algumas igrejas que, como nós, saímos da-
quela pregação de preparação das pessoas para a vida
eterna, e as estamos trazendo para viver aqui e agora a
felicidade, a alegria, a paz, e a prosperidade. Eu tenho
sentido que muitas críticas chegam para nos desanimar.
Elas vêm com força tentando fazer-nos mudar o foco,
porque Deus tem encontrado vidas e o evangelho tem
sido pregado de uma forma integral. Não é só espírito,
mas é espírito, alma e corpo. O que nós temos pregado já
estava na Bíblia muito antes de Jesus. O evangelho práti-
co não é uma novidade que a Sara Nossa Terra trouxe.

O texto lido nos diz que um homem chamado Ja-


bez viveu milhares de anos antes de Jesus trazer o evan-
gelho, mas ele já mantinha contato com Deus. Nesse
tempo, ainda não havia a Bíblia escrita, mas esse homem
conhecia a Deus porque ouvia falar das histórias do que
Deus havia feito através de seus pais. Então, esse rapaz
cresceu ouvindo que Deus era um Deus de poder, que
tirou Israel do Egito e lhe deu vitória. Era o Deus que
levantou Moisés, Josué e tantos outros homens. E esse
rapaz recebeu fé, porque a fé vem por ouvir a Palavra de
Deus. Jabez foi ouvindo que a vida dele não tinha que
ser necessariamente o que o seu nome protetizava. Ele
descobriu que quando nós nos chegamos a Deus, é pos-
sível mudarmos de vida.

Jabez não nasceu ilustre, mas, pelo contrário, nas-


ceu com tudo para dar errado. Porém um dia, a luz de
Deus brilhou em seu coração. Saiba que existe um pro-
cesso para você sair da situação na qual você foi cria-

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do. Eu tenho fé e profetizo sobre a sua vida, que você
não será mais o menor da sua casa. Você não será aquela
que “ficou para titia”. Você não será mais aquele que é
desprovido financeiramente. Mesmo com a situação fi-
nanceira que nosso país enfrenta, Deus nos chamou para
crer. Deus tem nos chamado também para sarar a políti-
ca, para sarar o social do nosso país. Todavia, antes de
sarar o nosso país, nós temos que ser curados. Antes de
a sua família ser sarada, você precisa ser curado. E esse
foi o caminho de Jabez.

Você pode escrever uma história diferente! Você


pode não ser mais a “ovelha negra”, mas se tornar a
“ovelha branquinha” da família. Você pode ser uma pes-
soa de fé. Não importa o seu nome nem as condições que
você nasceu. Se, como Jabez, você crer no Deus todo
poderoso e receber Jesus no seu coração, Ele lhe dará fé
para entender o processo pelo qual Jabez passou. Perce-
bemos através do texto bíblico, que Jabez quando olhou
para si mesmo e viu que seu nome era dor, que havia sido
gerado em dor, e que provocava dor em outras pessoas,
tomou providências. E a primeira coisa que fez foi invo-
car o Deus de Israel.

Eu quero lhe perguntar: será que sua vida não tem


sido transformada porque você tem invocado outras pes-
soas em vez de invocar o Deus de Israel? Quem você
tem invocado? Você tem invocado aquele pastor? Aque-
la pastora? Aquela missionária que mora com você e
profetiza sobre sua cabeça? Eu respeito profecia, Deus
me usa nesse dom, mas tome cuidado. É muito fácil ficar
dependente disso. É um perigo. Nem todos fazem isso,

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mas muitos falsos profetas usam a profecia como uma
forma de manipulação da alma. Não coloque a sua fé nas
pessoas. O seu Deus não pode ser a bispa, o bispo, seu
líder, ou aquela irmã abençoada. Cuidado! A quem você
tem invocado? Diante de quem você tem dobrado o seu
joelho?

No texto de 1 Reis 18:21, vemos o profeta Elias fa-


lando ao povo de Israel: “Então Elias se achegou a todo
o povo e disse: (naqueles dias, eles estavam passando
por uma crise espiritual e social) Até quando coxeareis
entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o.
Se é Baal, segui-o.” Não dá para ficar com um pé aqui
e outro ali. Ou você crê que Deus preparou para você
aquela bênção ou você não crê. Muita gente chega até
nós, quando estão bem no fundo do poço, querendo uma
oração ou uma unção, mas ainda estão coxeando entre
dois pensamentos. Querem a bênção de Deus, mas não
querem pagar o preço da bênção. Não querem viver uma
vida justa e reta. Não querem viver segundo os princípios
de Deus. A Palavra de Deus tem princípios. Somos uma
igreja aberta, amamos o pecador, mas não amamos o pe-
cado. Não forçamos ninguém a ser perfeito, mas cremos
que é possível viver uma vida íntegra diante de Deus.

Limitamos a Deus e deixamos de receber dEle


quando coxeamos entre dois pensamentos. Para algumas
pessoas, quando estão na igreja, tudo é bênção e desejam
a vontade de Deus. Mas na segunda-feira, quando voltam
ao trabalho, tudo muda, passam a não acreditar em mais
nada e começam a questionar: “Será que é isso mesmo?
Será que estou no caminho certo? Será que essas ‘cam-

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panhas’ estão realmente funcionando?” É interessante
que Elias não teve medo e foi direto ao problema. Ele
sabia quem era o Deus dele. Elias fez um desafio aos
profetas de Baal, dizendo: “Se Baal é deus, mostre. Nós
não vamos atear fogo em cima do sacrifício. Cortaremos
as vacas, prepararemos o sacrifício e os profetas irão
orar. Se Baal é deus, virá fogo do céu para consumir o
sacrifício. Se Baal não for deus, não vai acontecer nada.
Porém, se o Senhor é Deus, vai acontecer”.

Diz o texto que os profetas de Baal ficaram horas


e horas rodeando o sacrifício se batendo, se cortando a
ponto de sangrar. Na certa, pensavam: “Eu preciso fazer
sacrifícios para agradar a Deus”. A Bíblia diz que eles
tentaram desde a manhã até o meio-dia sem conseguir.
Então, Elias entrou em cena. A Palavra de Deus diz que
Elias, antes de pedir que Deus enviasse fogo do céu para
consumir o sacrifício, pegou água e jogou em cima do
novilho. Ele havia aberto um rego em volta deste, que se
encheu da água. Sabe o que isso significa? Ele dificultou
o processo de Deus. Ao contrário da gente que fica que-
rendo facilitar, como se Deus precisasse da nossa ajuda.
“Ah! Senhor, já que o Senhor não muda meu marido, eu
vou te dar uma ajudazinha... mando ele embora e arrumo
outro. Quem sabe é melhor eu pegar um aqui dentro da
igreja...” Cuidado! Deus não precisa da sua ajuda.

Sempre chegamos a um momento em nossas vidas


como o que Jabez chegou. Mas ele se tornou mais ilustre
que seus irmãos porque ele pagou o preço. Ele carrega-
va ainda muito da sua herança familiar. Ele ouviu falar
de Deus e ouviu também falar do deus dos pagãos, mas

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decidiu seguir ao Senhor. Às vezes é mais fácil acreditar
no que a gente vê. Muitas vezes a gente perde a bênção
de Deus porque optamos pelo que aparece na frente da
gente.

O texto diz: ...então ele invocou o Deus de Israel.


Essa é a primeira coisa que você vai aprender. Será que
realmente eu creio que o meu Deus é poderoso? Será que
realmente eu creio que o meu Deus é maior do que eu?
Será que realmente eu creio que Deus é maior do que os
meus problemas? Será que realmente eu creio que Deus
é maior que o câncer? Será que realmente eu creio que
Deus é maior que qualquer enfermidade?

Uma mãe estava orando pela transferência de um


filho. Ela tentou essa transferência por todos os meios:
figurões, políticos etc, mas nada aconteceu. Era impos-
sível. Então ela jejuou vinte e um dias. No vigésimo pri-
meiro dia, o escritório onde o filho trabalhava recebeu
um telefonema dizendo: “Libera fulano. Como? Libera
fulano”. Não liberaram. Então veio uma ordem superior:
“Libera fulano”. O que homens não conseguiram o po-
der da oração consegue.

Nós somos pessoas que gostamos das coisas muito


rápidas e por isso temos dificuldades.

Por que Jabez se tornou o mais ilustre? Porque ele


não teve vergonha de invocar o Deus de Israel. Ele não
teve vergonha de dizer que não iria coxear entre dois
pensamentos. Um homem de Deus certa vez falou: “Eu
prefiro morrer crendo a viver duvidando, quando estava
com uma doença terminal e não queria tomar remédio”.

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Haviam dito a ele que ele iria morrer e ele respondeu que
não havia problema. “A vida para mim não tem valor
sem fé. Ou eu creio que meu Deus é poderoso e me cura
ou Ele me leva, porque eu não vou viver em dúvida”. A
pior coisa do mundo é viver em dúvida.

Tire a dúvida do seu coração. Busque a Deus e peça


a Ele para encontrar com você. Diga a Ele que você não
quer ser alguém que se relaciona com um Deus distante.
O nosso Deus é um Deus pessoal, que nos vê como indi-
víduos. Jabez descobriu isso. Ele descobriu que no meio
de toda aquela gente, Deus o conhecia. Mesmo com tan-
ta gente sofrendo, passando fome, Deus nos conhece e
não vai nos abandonar. Somos filhos de Deus, criados
em Cristo Jesus, gerados pelo Espírito Santo. Ele se pre-
ocupa conosco. A Bíblia diz que Deus se preocupa com a
comida das andorinhas. Deus sabe quantos fios de cabe-
lo nós temos na cabeça, e são milhões! A Bíblia diz que
Deus sabe até quantos fios caem. Eu não sei como, só sei
que Ele é Deus e Ele pode. Ele é onisciente, onipresente
e onipotente. Foi a esse Deus que Jabez invocou.

Deus está falando e diz que você não precisa vi-


ver neste nível de vida que você está vivendo. Você não
precisa aceitar ser o menor da sua casa. Você não precisa
aceitar ser o coitadinho. Tem gente que tem necessida-
de de ser “o carente”, “o necessitado”, aquele por quem
todo mundo ora, aquele por quem todo mundo se preo-
cupa. Esse não é o propósito de Deus. Deus quer nos ver
como Jabez, pessoas que O invocam e sabem que Ele é
poderoso. O mesmo Deus que tornou Jabez ilustre abriu
o Mar Vermelho, multiplicou os pães, curou os cegos,
nos cura e nos preserva a vida.

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A primeira coisa então é crer em Deus. Muita gente
ora sem crer. Avalie se você é uma pessoa que realmente
crê ou se ainda está coxeando entre dois pensamentos
— “Eu acho que Deus pode fazer”. Deixe-me falar uma
coisa para você: eu levei tempo para aprender o que era
viver em fé. Não é uma coisa que acontece da noite para
o dia. O importante é saber que você precisa crescer na
fé e colocar sua vida totalmente nas mãos de Deus. Líde-
res, deixem seus discípulos terem experiências de orar e
esperar com paciência a resposta de Deus. Muitas vezes
a gente quer fazer as coisas pelos outros e acaba atrapa-
lhando a Deus. Se Deus quiser usar você, Ele vai falar.
Antes de ele(a) ser seu(sua) discípulo(a), ou filho(a), ou
marido, ou esposa, ele(a) pertence a Deus.

Precisamos aprender a nos perder nos braços do


nosso Pai. Eu me perco nos braços do meu Deus, o Deus
de amor. Alguns religiosos quiseram apanhar Jesus em
alguma coisa que ele dissesse e lhe perguntaram: “Quais
são as leis e os mandamentos?” Jesus olhou para eles e
disse: “Sabe qual é o mandamento de Deus? Sabe em
que se resume o reino que eu estou aqui representando?
Amar ao Senhor teu Deus de toda a tua força, com todo
o teu coração e com todo o teu entendimento; e ao teu
próximo como a ti mesmo”.

Se algum dia perguntarem a você quais são os pre-


ceitos da sua religião cite somente isso. Em que vocês
acreditam na Sara Nossa Terra? Nós acreditamos que
devemos amar a Deus de todo o coração, de todo o en-
tendimento, com todas as nossas forças, e ao próximo
como a nós mesmos.

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A primeira coisa que Jabez fez foi invocar a Deus.
Ele se dispôs. Invocar significa se dispor. Jabez invocou,
ele disse: Oh! Deus. Ele chamou a atenção de Deus. Ele
fez alguma coisa. Você pode até jejuar para chamar a
atenção de Deus. “Deus, eu estou querendo isso tanto,
que eu vou jejuar”. “Deus, eu estou querendo isso tan-
to que vou fazer sete semanas de campanha”. Chame a
atenção de Deus! Mostre para Deus que você está envol-
vido e quer mudar a sua vida.

A segunda coisa que Jabez fez, depois de chamar


a atenção de Deus é: Oh! Tomara que me abençoes. Que
bênção é essa? Que bênção ele queria? Que bênção Ja-
bez estava buscando? Quem quer bênção é porque não é
abençoado. E Jabez não era abençoado. Além de ser uma
pessoa com muita dificuldade, ele ainda fazia os outros
sofrerem. Quando você está com a sua vida destruída
é duro, mas destruir a dos outros é pior. Tem gente que
vive se metendo em encrenca. Eu costumo dizer para al-
gumas pessoas: se você conseguir não atrapalhar a vida
dos outros, já está bom demais. Se a gente consegue viver
como mãe, não atrapalhando a vida dos filhos; ou como
esposa, não atrapalhando a vida do marido, já está muito
bom. Porque o ser humano tem uma capacidade criativa
muito grande, tanto para o bem quanto para o mal.

Jabez falou: Senhor, se tu me abençoares... por-


que eu não sou abençoado. Ele devia estar falando para
Deus: “Deus, minhas finanças estão um desastre; Se-
nhor, minha vida conjugal está um desastre; na minha
vida amorosa, Senhor, eu não consigo me acertar com
ninguém; eu não consigo deixar de ter ciúme da minha

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namorada e estou sempre pensando coisa ruim”. Pessoas
não abençoadas são pessoas assim, pessoas ciumentas,
pessoas que não liberam os outros.

Bênção significa liberação para ser próspero. Bên-


ção, no sentido bíblico, é uma ministração sobrenatural
a seu favor. Bênção tem o poder de mudar a nossa his-
tória. Bênção é o que Davi buscou e recebeu. Bênção é
o que José recebeu, ele podia ter sido um fracasso, mas
se tornou o homem mais poderoso do Egito. Isso é ser
uma pessoa abençoada. Pessoa abençoada é aquela que
tem uma história de fracasso, e de repente muda tudo. O
fracasso se transforma em vitória.

A Bíblia diz em Provérbios 10:22 que a bênção


do Senhor enriquece. Enriquece financeiramente. Não
adianta os teólogos criticarem dizendo que é doutrina da
prosperidade. É a Bíblia que está dizendo e eu não vou
contra ela. Prefiro acreditar na Bíblia a acreditar em teó-
logos. Prefiro acreditar na Palavra de Deus literal do que
nas interpretações. A bênção de Deus enriquece, e foi
isso que Jabez descobriu. Jabez descobriu que não adian-
tava ficar lamentando pelos cantos. Jabez descobriu que
o problema não era a mãe ter posto aquele nome nele.
Ele precisava tomar alguma posição. Deus pode mudar
o futuro das nossas vidas. Só Deus pode dar um novo
rumo à sua vida e ao seu casamento. Só Deus pode dar a
você o que você tem buscado.

Muitas vezes nós pensamos assim: Deus vai me


abençoar porque fulano de tal vai abrir uma porta para
mim. Não. Deus vai me abençoar e eu não sei como. Ele
precisa usar homens. Mas, se não houver homem dispo-

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nível, Deus manda anjos. Quando o ser humano não se
dispõe, Deus não se preocupa, mas envia anjos. Eu não
sei quem ligou para liberar o filho daquela irmã que fez
vinte e um dias de jejum. Quem será que ligou dizen-
do: “Libera fulano de tal?” Pode ter sido um anjo. Eu
creio que o nosso Deus opera de forma tremenda, de for-
ma que nós não esperamos. Tome essa oração de Jabez,
ponha num lugar onde você possa ver. É a oração mais
completa. Ele falou: que tu me abençoes, que tu amplies
os meus limites. O que você precisa não está nas pesso-
as. O que você precisa não está no curso que você está
fazendo. O que você precisa está em Deus.

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A Oração de Jabez
Parte 2

Falamos anteriormente que Jabez invocou o Deus


de Israel quando se viu diante de uma situação difícil,
quando descobriu que tinha um problema na sua vida.
Jabez via seus irmãos, sua família, sua casa, seus ami-
gos, seus primos, serem bem-sucedidos e ele não. Até
que um dia ele descobriu a chave para a mudança.

Falamos também que a primeira coisa que Jabez


fez foi buscar a Deus. Ele deixa sair de dentro dele aque-
le oxalá (tomara, quem dera), como um suspiro. Tudo
começa em nossas vidas com um desejo. Faz parte de
sermos mulheres e homens saudáveis desejar, querer.
Quem não deseja nada, quem não aspira nada, está vi-
vendo mais morte do que vida. E Deus nos chamou à
vida e não à morte. Muitas pessoas vêm para Jesus e
ficam pensando: “Será que eu posso e devo aspirar por
bênçãos?” A Bíblia nos ensina que sim. A história de Ja-
bez nos ensina que sim. A história de Jabez nos ensina
que nós podemos, e que Deus quer que nós recebamos as
bênçãos que Ele tem para nós.

Jabez começa sua oração com um desejo, e de-


clara: que tu me abençoes, Senhor. Ser abençoado é ser
uma pessoa que sente que é digna do amor e da mise-
ricórdia de Deus. Mas ele não parou aí. Jabez não fez
somente uma oração como muitas vezes nós fazemos.

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Ele foi específico, pois sentiu que a vida era limitada. Ja-
bez sentiu que, quando ele olhava, ele não via um futuro
muito promissor, mas sim os muitos limites que o cerca-
vam. Fiquei pensando quantas vezes nós sentimos isso
em nossas vidas. Quantas vezes nós buscamos a Deus
e pedimos Sua bênção, mas quando saímos da reunião
abençoada de domingo, ou da célula, chegamos em casa,
olhamos para o marido e questionamos: “Onde está a
Tua bênção, Senhor?” Ou chegamos em casa e olhamos
para a situação dos filhos. Ou chegamos no trabalho e
tiramos o extrato do banco, e pensamos: “Meu Deus,
eu pedi tua bênção, o que está acontecendo? Parece que
quanto mais eu busco...”

Eu quero ensinar vocês que, quando nós chega-


mos diante de Deus para pedir algo, nós precisamos ser
específicos na nossa oração. Jabez começa sua oração
dizendo o seguinte: Que tu me abençoes e me alargues
as fronteiras. Ele percebeu que a vida dele estava limi-
tada, que algo o impedia de seguir seu caminho. Jabez
percebeu, como nós devemos perceber, que nós temos
limites. E é aí que começa o valor da nossa vida espiri-
tual. Olhamos para os nossos limites, mas não para dizer
que a nossa vida não presta, que está uma droga. Quando
olhamos para os nossos limites, podemos ver um Deus
que nos ama e quer nos ajudar a crescer.

Quais são os limites demarcados da sua vida?


Aqueles que, muitas vezes, você quer ultrapassar, mas
volta correndo. Tem pessoas que oram pedindo a Deus
uma promoção. Mas quando recebem e precisam assu-
mir o novo lugar, não conseguem suportar.

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Eu já vi casos de pessoas que quiseram voltar para
a função antiga, às quais eu digo: “Você não pode fazer
isso, você desejou tanto!” A pessoa diz: “Eu posso por-
que não consigo lidar com essa nova situação”. Isto são
limites. E Deus quer quebrar os nossos limites. Só Ele
pode fazer isto.

Primeiramente, você precisa identificar quais são


os seus limites. Existem os limites espirituais, os emo-
cionais e os que chamamos limites naturais. Hoje eu
quero falar com vocês sobre os limites espirituais. Quem
coloca esse limite espiritual? Muitas vezes é a nossa re-
ligiosidade. Religião significa “religado”. Ser religado a
Deus. Se for a Deus, a sua religião é boa. Mas se a sua
religião o conduz para matar os outros, como nós temos
visto por aí, esse espírito religioso é limitador. Espírito
religioso é tudo aquilo que nos impede de aprofundar
nosso relacionamento com Deus.

O que um limite espiritual e a religiosidade fazem


com a gente? A primeira coisa é que ficamos cegos. O li-
mite espiritual traz cegueira espiritual. Não enxergamos
quem Deus é. A religiosidade está muito vinculada ao
terreno. Por exemplo, Davi não era um homem religioso.
Ele tinha um contato pessoal com Deus. Ele declara nos
Salmos: “Caem mil à minha direita, e dez mil à minha
esquerda (ele sabia o que era isso, pois ele era um guer-
reiro!) e eu não serei atingido”. Você falaria como Davi?
A nossa cegueira espiritual não nos deixa saber que te-
mos direito a essa proteção.

Existe um texto no livro de Efésios 3:20 que fala


sobre quem Deus é. Para mim, esse é um dos versícu-

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los mais maravilhoso da Palavra de Deus, ele diz: “Ora,
aquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do
que tudo o que pedimos ou pensamos conforme o seu
poder que opera em nós”. A Bíblia diz que até a oração
mental que você faz, Deus é poderoso para responder.
Isto significa que Deus é poderoso, mas o poder de Deus
não pode se manifestar se a fé não for liberada de dentro
de nós. Deus quer liberar fé no nosso coração. Muitas
vezes nós não temos noção do poder do Deus que nós
servimos. Isto é cegueira espiritual.

Em 2 Reis 6:15 lemos: “Tendo se levantado muito


cedo o moço do homem de Deus e saído, eis que tro-
pas, cavalos e carros haviam cercado a cidade, então
seu moço lhe disse: Ai, meu Senhor, que faremos? O ho-
mem de Deus respondeu: não temas porque mais são
os que estão conosco dos que os que estão com eles”.
Uma visão espiritual. O moço deve ter olhado e falado:
Cadê? Eliseu não era cego espiritualmente, mas o moço
era. Muitas vezes na nossa infantilidade espiritual temos
dificuldade para enxergar. Mas quero que você saiba que
não pode ficar criança o resto da vida. Espiritualmente
você precisa crescer. Então ele diz: “Não temas, porque
mais são os que estão conosco do que os que estão com
eles. Orou Eliseu e disse: Senhor, peço que lhe abra os
olhos para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço
e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros
de fogo em redor de Eliseu”. Esse é o mundo que nós
não vemos e ele é tão real quanto esse que vemos. Pare
de ser cego espiritualmente. Abra mão de dizer: só creio
no que vejo. Nem a ciência é assim. Na física, há uma
teoria que se você pegar uma bolinha e jogar na parede

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milhões de vezes, ela passa a parede. Você acredita nis-
so? Você não vê, mas tem as contas que os físicos fazem
que dizem que acontece. Eu não posso dizer que não é
verdade, porque eu não vejo. Assim é a fé. Eu sei que
existe, mas muitas vezes eu não posso tocar; e o mundo
espiritual é assim.

O nosso mundo, o cosmo, o mundo em que nós vi-


vemos mudou a partir do atentado de 11 de setembro de
2001 em Nova York. Eu não quero fazer terrorismo, mas
nós somos profetas e eu devo falar o que Deus tem nos
falado. Houve uma mudança espiritual com aquele acon-
tecimento. Nós já estávamos esperando por isso. Não foi
novidade. Nós sabíamos que alguma coisa ia mudar no
mundo espiritual na virada do século. E mudou. Nós pre-
cisamos ter olhos espirituais para ver.

A Bíblia diz que esse moço de Eliseu era cego por-


que ele confiava na carne. Ele olhou e falou: “Poxa, um
exército está vindo contra nós, contra Israel. É fortíssimo
e não temos nada”. Eliseu, então, olhou para ele e disse:
“Oh, querido! Oh, criança! Nós estamos com Deus”. Em
seguida, ele orou: “Senhor, abra os seus olhos para que
ele possa ver”. E Deus mostrou o mundo espiritual àque-
le moço. Em muitas situações, você pode não ter a visão,
mas você tem a sensação. A plenitude é a fé na certeza de
que os anjos estão ao redor. É segurança. E a Palavra de
Deus diz que o moço de Eliseu ficou tranqüilo.

Quero chamar sua atenção para esses dias que es-


tamos vivendo. Eu sei que você tem ido à igreja, eu sei
que nós temos insistido e a maioria participa de alguma
célula. Nós estamos vivendo dias de luta. A cegueira es-

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piritual é como escamas querendo descer sobre os nos-
sos olhos. E, quando não temos visão espiritual, somos
facilmente enganados. Mas onde podemos encontrar
proteção espiritual? O único lugar seguro que temos não
é a nossa casa, mas a Casa de Deus. O lugar mais seguro
da terra é a Casa de Deus. É onde Deus nos plantou. Não
é só na Sara Nossa Terra, mas também a igreja que você
congrega.

A Bíblia nos ensina em 1 Coríntios 3:3-6 que te-


mos que crescer espiritualmente: “Porquanto, havendo
entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois car-
nais e andais segundo o homem? Quando, pois, alguém
diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evi-
dente que andais segundo os homens? Quem é Apolo?
E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e
isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei,
Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus.”

Então, a bispa Lúcia prega, o bispo Robson prega,


os pastores pregam, e vem uma pastora rega e Deus dá
o crescimento.

Deus está falando que muitos estão limitados es-


piritualmente. Por que muitos não têm crescido e alcan-
çado a bênção de Deus? Jabez orou pedindo que Deus
ampliasse seus limites. Esse termo que ele usou é amplo:
é limite espiritual, emocional e físico. Se Deus não que-
brar seus limites espirituais, você vai ser sempre criança.
“Ah! Eu sou de fulano. Ah! Eu gosto dessa igreja, mas
vou ali na irmã Maria”. Você não vai crescer. Você vai
viver como menino levado ao redor por todo vento de
doutrina.

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A Palavra de Deus diz que Ele dá o crescimento,
mas eu pergunto: quem tem regado a semente que al-
guém, usado por Deus, plantou no seu coração? Se você
não tem resposta, você precisa imediatamente tomar
providência. Quem tem regado a sua vida? Você pode
dizer: Ah! É o Espírito Santo, que derrama as águas dele
sobre mim. E eu lhe respondo: É lindo, mas totalmente
antibíblico. Eu sei que é difícil ouvir isso, mas eu volto a
perguntar: Quem tem regado a sua semente? Eu sei que
é Deus quem tem dado crescimento. Alguém que minis-
trou a palavra, plantou a semente. Mas eu volto a per-
guntar: Quem tem acompanhado você? Quem tem usado
daquela água fresca que Deus derrama e molhado a sua
plantinha? E tirado os matos e ervas daninhas? É o seu
líder que faz isso. A cegueira espiritual começa quando
você diz: “Eu não preciso de ninguém”.

A Bíblia diz que o Corpo de Cristo é vinculado


por juntas. Ninguém se liga ao Corpo de Cristo sem es-
tar ligado a alguém. Você nunca veria nascer uma mão
do meu cotovelo. Caso acontecesse, seria normal? Claro
que não. Eu iria dar um jeito de tirar aquela mão dali.
Eu sou normal e, de repente, nasce uma mão do meu
cotovelo, ou um dedo. Eu iria imediatamente procurar
um cirurgião. Mas tem muita gente que vive assim. É
um dedo maravilhoso, ou uma unha que está fora do lu-
gar. Uma unha que nasce na testa, por exemplo. É brin-
cadeira, mas é verdade. Você precisa estar vinculado ao
Corpo de Cristo para receber a bênção de Jabez.

Nós vivemos em dias onde há muitos errantes


espirituais. Existe um livro em inglês, que li há muitos

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anos, e se chama: The Devil’s Door. Hoje está traduzi-
do e se chama “A Isca de Satanás”. Na década de 80,
nos EUA, foi um dos livros mais vendidos falando sobre
isso. Naquela época começavam os errantes espirituais.
Aquele pinga-pinga de igreja em igreja. Alguns podem
estar falando: “Então, se eu nascer numa igreja nunca
mais posso sair dela?” Eu não estou falando isso. O que
eu estou falando é que você precisa achar o seu lugar
e criar raízes. Deixar que alguém regue a sua semente.
Deixar que alguém cuide de você para que você cresça
uma planta saudável. O autor diz que só há uma pos-
sibilidade de você sair de uma igreja para a outra. Ele
cita Isaías 55:12, que é um dos meus preferidos: “E vós
saireis com alegria e em paz sereis guiados”. Você pode
sair de um ministério para outro quando seu pastor diz:
“Vai em paz”. Temos pastores aqui que vieram de outros
ministérios com a bênção do seu líder. Seu tempo em
outros ministérios acabou e foram liberados. Vá em paz.
Você será abençoado. Não saiu dividindo. Não saiu le-
vando ninguém. Não saiu falando mal do pastor. Pessoas
que carregam isso sobre a sua vida são pessoas limitadas
espiritualmente, são pessoas que vão ser cegas espiritu-
almente pelo resto da vida.
Quero falar uma coisa séria aos líderes e pastores.
Se você está no lugar certo, saiba de uma coisa: o diabo
vai tentar lhe escandalizar para que você saia desse lu-
gar. Se você está no lugar certo, ao diabo vai começar a
colocar idéias de separação. Você vai ser provado porque
o diabo não quer que você cresça. Tome cuidado!

Jabez pediu: Deus, alargue as minhas fronteiras.


Se você olhar lá em Crônicas verá que Jabez não aparece

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solto na Bíblia. Jabez não aparece do nada. Ele está no
contexto de uma genealogia. Deus está nos ensinando
que para você ser abençoado, para você ser uma pessoa
ilustre na sua casa, como foi Jabez, você precisa estar de-
baixo de autoridade, ele era da tribo de Judá. Deus sabia
quem ele era. Quem é você? Você está debaixo de auto-
ridade? Se fossemos fazer uma genealogia nossa aqui,
você seria colocado debaixo de quem?

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Alargando nossas
Fronteiras Emocionais

Nossas fronteiras emocionais precisam ser esten-


didas. O texto que encontramos em Provérbios 18:1
diz: “O solitário busca seu próprio interesse, insurge-se
contra a verdadeira sabedoria”. Paulo fala em 2 Corín-
tios 6:11: “Para vós outros, ó Corintios, abrem-se os
nossos lábios, e alarga-se o nosso coração; Não tendes
limites em nós, mas estais limitados em vossos próprios
afetos”. Nós vivemos um grande dilema em nossos dias:
para que nós possamos alargar nossas fronteiras emocio-
nais dependemos do outro, das pessoas com quem nos
relacionamos. Alargar as fronteiras emocionais tem a ver
com o seu relacionamento com Deus e com seu relacio-
namento interpessoal — com seu cônjuge, com seu na-
morado ou namorada, com seu líder, com seu grupo de
discipulado, com seus discípulos, com seus colegas de
seu trabalho, etc.

Muitas vezes nós achamos que, quando a Palavra de


Deus nos fala de relacionamento, é algo para praticar somen-
te no meio da família natural ou da família de Deus. Não é
verdade. Todos os Seus princípios podem e devem ser colo-
cados em prática em todos os seus relacionamentos.

Em Gênesis 2:18 lemos: “Disse mais o Senhor


Deus: não é bom que o homem esteja só. Far-lhe-ei uma

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ajudadora, que lhe seja idônea”. Deus criou a terra, os
animais, a lua, o sol, as estrelas, o homem que colocou
sobre a terra. Você acha que Deus errou por ter criado o
homem só? Não. Tudo o que Deus faz é perfeito. Deus
criou o homem para que ele pudesse dominar sobre a
face da terra. A Bíblia narra que durante a criação, no
fim de cada dia, Deus olhava e via que era bom, mas
quando ele criou o homem, a Bíblia diz que Ele olhou
e viu que era muito bom. Deus criou uma companhia
para o homem não porque este tenha pedido. Podemos
ver como Deus é maravilhoso, e como Ele nos conhece.
Antes mesmo que você chegue diante de Deus com o seu
pedido, Deus já conhece tudo.
Deus conhece as nossas necessidades antes mes-
mo de nós, porque Ele é nosso Pai, Ele é nosso Criador.
Como o Dr. Myles Munroe diz em seus livros: “Deus
nos criou e possui o manual do fabricante. Logo, se sur-
ge algum defeito, ninguém melhor do que o fabricante
para consertar, não?” Quando algum aparelho funciona
de forma errada, nós mandamos para alguém que enten-
da o seu funcionamento para que possa consertá-lo. Todo
eletrodoméstico vem com o manual do fabricante para
que seja reparado se tiver problemas. Você é obrigado
a saber tudo? Não. As pessoas constróem as máquinas e
preparam o manual. Deus fez isso. Eu vou lhes mostrar
o que esse manual do fabricante, que nos criou, tem para
nos falar sobre relacionamentos.
A primeira coisa é que não foi Adão que sentiu fal-
ta de alguém, mas foi Deus que viu que não era bom
que ele estivesse só. Eu sei que a maioria pensa: “Eu te-
nho que casar”. Eu não sei se você tem que casar. Quem

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sabe disso é você. Quando eu falo que não é bom que
o homem esteja só, não é bom que a mulher esteja só,
não é bom que ninguém esteja só, eu não estou falando
somente de casamento; mas não é bom que o ser huma-
no não se relacione. Se você não começar a viver esses
princípios que eu vou ensinar, não adianta você ter uma
companhia ao seu lado. Quantas vezes eu encontro mu-
lheres e homens, bem casados, que me pedem oração di-
zendo: “Eu quis tanto casar e consegui, mas continuo me
sentindo só, continuo sentindo um vazio”. Quero deixar
uma coisa muito clara: casamento não cura o problema
da solidão.
Vemos no texto que Deus não estava pensando
somente no casamento, mas estava dando um princípio
para guardar na mente. A nossa felicidade e a nossa vida
dependem disso. Deus não nos criou para estarmos so-
zinhos. Ele não o criou para que você tenha uma vida
somente voltada para o seu eu. Deus não criou você para
viver uma vida isolada.
O que significa estar só? Estar só é estar num “lu-
gar isolado de solidão”. Algumas pessoas falam que não
se sentem sós porque têm seus cachorrinhos ou gatinhos.
Tem gente que tem dois, três, quatro, ou até mais. Eu
também tenho meu cachorrinho e gosto dele. Mas ele
não substitui qualquer pessoa. Muita gente fala assim:
“Quando eu estiver sozinha, vou comprar uns três passa-
rinhos para me fazer companhia”. Os passarinhos podem
fazer companhia, mas nunca vão tirar esse sentimento de
solidão e isolamento. Você precisa ter relacionamentos
com pessoas da sua espécie. A ciência mostra que al-
guns animais chegam bem perto na cadeia genética do

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homem, mas não se igualam. Isso mostra que Deus nos
criou únicos.
No livro de Gênesis encontramos a história de
Caim e Abel. Deus interveio na vida de Caim depois dele
ter matado seu irmão Abel. Em Gênesis 4:12, lemos:
“Quando lavrares o solo, ele não te dará a sua força.
Serás fugitivo e errante pela terra”. O que Deus estava
falando? “Caim, o castigo que eu te dou é o castigo da
solidão, de não ter raízes”. Que palavra dura!
Em Gênesis 2, Deus fala que não é bom que o ho-
mem esteja só. Logo depois, no capítulo 4, Deus impõe
sobre Caim seu castigo e este entra em desespero porque
tem medo que as pessoas o encontrem e o matem. As pes-
soas pensariam que, se ele matou o irmão, poderiam matá-
lo, pois era a lei da época. Abriu-se uma brecha na vida de
Caim. Lemos no versículo 17 o que Caim fez para reparar
essa brecha: “E coabitou Caim com sua mulher e ela con-
cebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou uma cidade”.
Por que Caim edificou uma cidade? Ele edificou uma ci-
dade em busca de segurança, pelo medo da maldição de
que ele seria errante sobre a terra. Ser errante significa não
ter raízes, não ter vínculos permanentes.
Eu tenho ficado impressionada ao ver que mui-
tos de nós, que já conhecem Jesus, que estão há muito
tempo na igreja freqüentando os cultos, estão vivendo a
mesma situação de Caim. São pessoas errantes que não
conseguem formar vínculos. Caim construiu uma cidade
imaginando que teria proteção, mas o que poderia acon-
tecer? Caim atraiu para essa cidade pessoas iguais a ele.
Nos nossos relacionamentos temos a tendência de atrair
pessoas parecidas conosco. Portanto, cuidado quando

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você critica seu noivo, sua noiva, seu namorado, sua na-
morada, seu marido, sua esposa, ou seus filhos porque
ninguém se aproxima de ninguém à toa. Atraímos e so-
mos atraídos por aqueles que são iguais a nós.
Por que ansiamos tanto por comunhão e não so-
mos capazes de manter nossos relacionamentos? Porque
muitas vezes nos tornamos como Caim — errantes na
vida. Nos tornamos pessoas solitárias até mesmo den-
tro de uma igreja grande. Alguns dizem que preferem as
igrejas pequenas. Quero que você saiba que o problema
não é a igreja ser grande ou pequena. O problema não é
a igreja. O problema é a dificuldade de se vincular. Se
você vem somente aos cultos, vai ficar muito difícil criar
raízes. As células, os Encontros e demais atividades, são
promovidos para ajudá-lo a se vincular. Todavia, estar
perto do outro desperta conflitos. Deus sabe disso, pois
Ele fez o homem e o acompanha desde o início. Dois ir-
mãos, Caim e Abel, não conseguiram viver juntos numa
família. É um desafio. O maior desafio do ser humano é
servir a Deus e conseguir amar o seu próximo. Eu quero
te desafiar a não parar onde você está. Para alargar suas
fronteiras emocionais você não pode parar. O que eu pre-
ciso fazer então para manter comunhão, criar vínculos a
fim de que eu não seja um errante?
O primeiro princípio que eu quero compartilhar
com vocês, eu tenho certeza que vocês já sabem: é o per-
dão. Deus tem falado ao meu coração que chegou a hora
da igreja de Jesus amadurecer. Chegou a hora do povo de
Deus viver em plenitude. O texto de Lucas 17:3 e 4 diz
o seguinte: “Acautelai-vos, se teu irmão pecar contra ti,
repreenda-o; se ele se arrepender, perdoe. Se, por sete

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vezes no dia pecar contra ti, e sete vezes vier ter contigo
dizendo: estou arrependido, perdoa-lhe. Então disseram
os apóstolos ao Senhor: aumenta-nos a fé”.
Jesus estava falando sobre um tema tão importante
e os apóstolos estavam temerosos de falar sobre o assun-
to. Por que? Porque é a grande ferida da humanidade.
Muitas pessoas lêem esse versículo e interpretam segundo
o seu próprio coração. Jesus fala que se o teu irmão pecar
contra ti, repreenda-o. A palavra repreenda não está bem
traduzida, não tem o sentido de perguntar, “Por que você
fez isso?” Muitos pensam que o significado é ir lá e dar
uma boa surra no irmão. Mas a Bíblia está falando aqui
sobre você exortar o irmão dizendo: “Você me ofendeu”.
É isso que a Bíblia está falando. Se teu irmão pecar contra
ti, vá até ele. Não espere até que a ficha dele caia. Chegue
até ele com humildade. Esse é o princípio máximo para
nós vivermos neste mundo. Do outro lado nós vamos ter
um corpo incorruptível e vai ser uma bênção. Lá a gente
não vai precisar do perdão, mas aqui nós precisamos.
A Bíblia nos ensina: se teu irmão pecar contra ti,
se teu irmão fizer alguma coisa inconveniente com você,
perdoa-lhe. Existem pessoas que chegam num estágio
que nem precisam ir ao irmão e dizer: “Você me ofen-
deu”. Elas chegam num estágio de comunhão com Deus,
que o seu coração se dilata tanto, que começam a enten-
der tanto da natureza do homem com suas complexida-
des e limitações, que conseguem ver que aquela pessoa
não está fazendo nada contra elas. O grande desafio é
chegarmos a parar de ficar levando as coisas para o lado
pessoal, a não deixarmos que tudo o que acontece nos
faça sentir culpados. Nós precisamos mudar isto!

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Jesus nos ensina que, se um irmão fizer alguma coi-
sa que venha nos ferir, devemos ir até ele para exortá-lo. A
gente não tem esse costume. A nossa tendência é revidar.
É uma reação natural, mas Deus está falando que não deve
ser assim. Jesus está dizendo que se um irmão, sete vezes
no dia, pecar contra nós, e vier a nós, temos que perdoá-lo.
E não somente quando ele vier, mas também quando ele
fizer alguma coisa que nos magoe e não perceber, não de-
vemos guardar isso em nosso coração, porque senão, em
algum momento, poderemos vir a nos vingar dele.

É difícil procurar seu cônjuge, seu filho, seu líder,


seu irmão, seu pai, sua mãe, quando eles lhe ofendem,
por causa da dúvida: “Ah, e se eu falar, e ele disser que
não fez?” Não se intimide, pois se isso acontecer, você
pode responder simplesmente: “Talvez você não tenha
feito, mas eu é que me senti assim. Eu é que me senti
ofendido”. É difícil essa prática do perdão, que deveria
ser algo tão espontâneo. Eu não estou falando para você
chegar e falar: “Você me ofendeu, você fez isso por que-
rer, você acabou comigo”.

A Bíblia fala que o irmão ofendido resiste mais


que uma fortaleza. Muitas vezes as coisas não se resol-
vem, porque você quer chegar mostrando que tem razão,
e ofensa não se resolve assim.

Quando alguém lhe ofender, vá até ele e cumpra


a Palavra de Deus para lhe proteger. Você não está pro-
tegendo o outro, mas a si mesmo. A Bíblia mostra que,
quando você não faz isso, acaba se vingando do outro.
Foi isso que os irmãos de José fizeram com ele. José os
ofendeu quando contou para eles seu sonho. Nenhum dos

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dez irmãos teve coragem suficiente para falar: “José, você
está achando que é melhor do que nós?” Qual é o proble-
ma de falar isso? Em vez disso, eles calaram e esperaram
uma oportunidade de vingança. Quando você não vai até
o ofensor, mas guarda a ofensa, sabe o que acontece? Você
acaba se vingando, porque passa a só ver as falhas dos ou-
tros e não consegue ver as suas. O desejo de vingança não
lhe permite ver que você pode também ter falhado.
A primeira coisa que temos que fazer quando so-
mos ofendidos é chegar diante de Deus e falar: “Senhor,
eu me sinto ofendido, mas me ajude a ver se, de alguma
forma, eu contribuí”. Chegue até a pessoa, mas nunca
atacando. Esse é um princípio importantíssimo. Jesus
era filho de Deus e filho de Maria. A Bíblia diz que Deus
nos criou à Sua imagem e à Sua semelhança, e que Jesus
é o primogênito de muitos irmãos. Quando ele estava na
terra, Ele era humano, tanto quanto eu e você. Na cruz
Jesus teve a capacidade de deixar tudo resolvido, quan-
do declarou “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o
que fazem”. Jesus entendia o poder do perdão e o perigo
da vingança. Jesus não queria enfrentar aquele momen-
to com o coração negro. Ele tinha todas as razões do
mundo para ficar triste com aquele povo que Ele havia
curado. Foram os mesmos que o crucificaram, mas Jesus
tinha um propósito maior.

Muitas vezes seus relacionamentos não vão para


frente porque você não permite que eles sejam prova-
dos. Quando acontece uma ofensa, você se rebela e diz:
“Ninguém mexe comigo”. “Ninguém mexe com a filha
da dona Zizi”. Na minha família era assim: “Ninguém
mexe com uma Brito, que veio dos Caldas e dos Barbo-

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sa”. Mulheres de fibra, mas que, quando se submetem a
Jesus, sabem abaixar a cabeça. E Deus quer ensinar isso
a você. Não importa o que a sua família lhe ensinou. Eu
peço ao Espírito Santo que apague algumas “instruções”
que eles lhe deram, como por exemplo: “Eu não levo
desaforo para casa”. É por isso que você está sozinho,
não é? Tem momentos em nossas vidas que nós temos
que levar desaforo para casa sim. Chegar no nosso quar-
to, chorar e dizer: “Deus, eu perdôo. Senhor, isso está
me machucando, me ajude a procurá-lo para resolver”.
Caim não conseguiu fazer isso. A Bíblia não fala que
Caim buscou arrependimento. Ele não chegou para Deus
e falou “Senhor! Pequei. Matei meu irmão”. Caim não
se preocupou, pois ele achava que tinha feito o que era
certo. “Eu matei aquele cara porque ele estava entrando
muito na minha vida”. Muitas vezes nós fazemos isso.
Não matamos fisicamente, mas “apagamos” no nosso
coração.
Eu não quero viver uma vida errante. Eu não quero
viver como Caim. Eu não quero construir a minha cida-
de. Eu não quero construir para mim um lugar em que
todo mundo é parecido comigo, eu amo a diferença. Eu
amo as minhas discípulas com as suas diferenças. Se fos-
sem todas iguais, do que adiantaria? Temos que aprender
a amar a diferença. As diferenças dos outros que estão
perto de nós é que vão contribuir para sermos pessoas
melhores.
No texto de 1 Coríntios 10:23-33, Paulo diz que
todas as coisas são licitas, mas nem todas convêm. Você
é livre. Você é livre para falar o que você quer, para fazer
o que você quer. Paulo está dizendo que a lei mata, mas

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cassio vitoria nos relacionament37 37 4/7/2007 09:47:26


a lei do amor me faz fazer diferença. A lei do amor me
faz saber que eu não posso falar coisas para uma pessoa
que irão machucar a vida dela, mesmo que ela tenha me
ofendido. Muitos acham que perdoar é fácil. Mas não
é. É a razão porque nós ansiamos tanto por comunhão,
mas não somos capazes de obtê-la. Vamos amontoando
tanta ofensa dentro de nós que não suportamos mais nos
relacionar com gente. Por isso muitos preferem viver
no meio dos gatos, dos cachorros, dos cavalos, do gado.
Eles só fazem o que você quer, não é mesmo?

Para você ter relacionamentos, para estender suas


fronteiras, você tem que entender que vai ser contraria-
do. Você não vai estar sempre com a razão. Muitas vezes
seu líder, seu marido, vão ter que dizer para você que
você está errada. E isso vai servir para que você possa
crescer. Quero lhe fazer um desafio: Quais são as ofensas
que você tem acumulado? Faça uma lista hoje. Começe
a pensar agora. Vamos ser pessoas saudáveis. Se você
acha que é traída por todos os amigos, veja o que você
pode fazer para mudar esse círculo vicioso. Pense as-
sim: “Mesmo se for para as pessoas me traírem, eu vou
continuar me relacionando”. Quantas pessoas passaram
pelo nosso ministério? Quantas centenas de líderes nós
formamos, nós ajudamos e um dia pegaram a sua mali-
nha e foram embora. Vocês imaginem se nós fôssemos
ficar amargurados. Não estaríamos aqui hoje, porque a
amargura prende. A amargura não deixa você prosseguir.
A amargura é uma arma, é uma isca do diabo para fazer
de você um perdedor. Mas hoje estou aqui para dizer a
você que Deus o chamou para ser um homem ou uma
mulher de sucesso.

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cassio vitoria nos relacionament38 38 4/7/2007 09:47:26


Alargando nossas
Fronteiras Emocionais:
como não cair na
Armadilha da Ofensa

Eu gostaria de ensinar a vocês sobre a armadilha


da ofensa. Infelizmente, é impossível evitar que vocês
sejam ofendidos. É impossível! Se você quiser que nin-
guém mexa com você, terá que morar sozinho, virar er-
mitão, sem contato nem com gente, nem com animais,
e mesmo assim, eu tenho a certeza que logo você vai
arrumar encrenca com alguma coisa. Muitos que ficam
sozinhos acabam criando problemas com Deus ou com
eles mesmos. Não adianta fugir, eu não tenho uma fór-
mula que possa evitar que você passe por essa situação.
O que eu quero ensinar a vocês é que, ao passar por uma
situação difícil, como quando somos ofendidos ou in-
justiçados, não fiquemos paralisados, eu quero ensinar
a vocês o que Deus tem me ensinado. É um caminho de
maturidade espiritual e emocional.

O livro de Hebreus, no capítulo 12, nos exorta a


ter paz e a manter a pureza do nosso coração. Como é
possível isso num mundo tão corrompido? Um mundo
onde as pessoas tiram proveito umas das outras; em que
os próprios pais, que deveriam ser guardiões dos seus

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cassio vitoria nos relacionament39 39 4/7/2007 09:47:26


filhos, muitas vezes tiram proveito deles, seja através do
abuso sexual, verbal ou físico; onde os maridos, que de-
veriam proteger suas esposas, não fazem isso; e nem as
mulheres, que deveriam proteger seus filhos.

Jesus previu, no capítulo 24 do evangelho de Ma-


teus, que no final dos tempos, o amor de muitos esfriaria.
Mas isso não vai acontecer conosco porque o Espírito
Santo de Deus habita em nós. O Espírito Santo de Deus
vai aquecer nosso coração, todavia, devemos estar aten-
tos. É possível que você, mesmo nascido de novo, tendo
experiência com Deus, tenha o seu coração fechado para
os outros. É isso que Paulo nos ensina em Hebreus 12:14
e 15: “Meus irmãos, segui a paz com todos e a santifi-
cação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Atentando
diligentemente porque ninguém seja faltoso, separando-
se da graça de Deus. E nem haja alguma raiz de amar-
gura, que brotando, vos perturbe e por meio dela muitos
sejam contaminados”. O final do versículo 15 encerra o
pensamento que Paulo está querendo passar para nós. A
única forma de não deixar que a amargura se torne uma
raiz na sua vida é perdoando a ofensa, liberando perdão
para o ofensor. Se não houver perdão, aquela semente
que foi jogada no seu coração pode se enraizar e vir a se
tornar uma árvore.

O que eu posso fazer, então, para não cair na arma-


dilha? Paulo nos ensina em Romanos 12:18: “O quanto
depender de vós, tendes paz com todos”. Paulo nos dá
aqui a primeira chave de como não cair na armadilha
da ofensa, que gera amargura, contamina sua vida, seu
casamento, e todos os seus relacionamentos. Paulo ensi-

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cassio vitoria nos relacionament40 40 4/7/2007 09:47:26


na que o quanto depender de nós devemos ter paz com
todos. O quanto depender de mim, e não do outro. En-
quanto o poder estiver na minha mão, a decisão deve ser
ter paz. O que Paulo está dizendo com isso? Ele ensina
que muitas vezes a paz não depende só de nós.
Um dia desses uma irmã falou que ouviu uma pa-
lavra minha que mexeu muito com ela. Ela disse: “Eu
me senti inadequada porque sou uma pessoa que reajo
aos outros quando as pessoas abusam de mim, e a mi-
nha reação é forte, eu ponho limite”. Eu respondi: “Por
favor, continue fazendo isso”. O fato de você ser alguém
da paz, não significa que os outros vão fazer o que que-
rem de você.
Deus tem falado comigo uma coisa muito impor-
tante. Ele tem me ensinado que aceitar as pessoas não
significa aprovar as suas ações. Às vezes nós confundi-
mos as coisas. A gente sabe que amor é aceitação, mas
nós confundimos aceitação com aprovação. Achamos
que para amar alguém eu tenho que aceitar e aprovar
os seus atos. E criamos uma grande confusão. Criamos
uma situação em que é impossível ter paz. Por exemplo,
como você pode aprovar alguém que comete adultério
contra você? Você pode aceitar a pessoa e perdoar. Isso
é aceitação. Mas você aprova o ato? Naturalmente que
não. Existe uma diferença. Eu amo aquela pessoa, mas
eu não amo o que ela fez comigo. Algumas pessoas di-
zem: quando eu perdôo, eu sinto que eu me igualo ao
outro. Não. Não entenda assim. Quando você perdoa o
outro, você está dizendo para ele: “Eu aceito você por-
que eu te amo, eu te perdoo, mas eu não aprovo o que
você fez”.

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cassio vitoria nos relacionament41 41 4/7/2007 09:47:26


A linha que diferencia a aceitação da aprovação
é muito fina, e só é compreendida pelas pessoas madu-
ras, as pessoas que andam com Deus. É por isso que o
cristianismo é para quem nasce de novo. Cristianismo é
para quem decide ter uma vida nova, para aqueles que
estavam cansados da sua vida sem Deus. O que Jesus
traz para nós é um desafio. É fácil ser um religioso, mas
é difícil ser um cristão verdadeiro.
Paulo nos ensina no texto que devemos seguir a paz
com todos, o quanto depender de nós. Existem algumas
pessoas que criam caso por qualquer coisa. Vocês conhe-
cem alguém assim? Elas reclamam que não têm amigos.
Mas como poderão ter amigos se criam caso com tudo,
inclusive com as pessoas que se aproximam? Choveu,
está ruim, Deus não me ama. Não choveu, também está
ruim. Deus também não me ama. Estou exagerando, mas
é mais ou menos assim. Criam caso com tudo. Você liga,
está perturbando. Você não liga, esqueceu dela. Quem
conhece gente assim? Tem pessoas que estão de mal com
a vida. E com essas pessoas é muito difícil de se relacio-
nar. Essas pessoas são aquelas que muitas vezes Deus
coloca no seu caminho para lhe ensinar. Quando você
notar uma pessoa assim muito perto de você, ore e peça:
“Deus, me ensina logo todas as lições que o Senhor quer
me ensinar”. Na hora que você aprender tudo que Ele
quer ensinar, você liberará a vida dessa pessoa, que Deus
colocou a seu lado, para ela mudar.
Muitas vezes nós caímos na armadilha do diabo,
ou como aquele livro diz, na isca de Satanás. A isca atrai.
Por exemplo, é muito fácil ser atraído pela busca dos
nossos próprios direitos. Mas o que Paulo nos ensina no

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texto é que nós devemos seguir a paz no que depender
de você ou de mim. Você pode chegar para mim e dizer:
“Você fez isso errado”. Eu vou questionar: “Você acha
que eu fiz?” Então, você responde: “Acho”. Mesmo não
achando que eu tenha feito, mas se você acha que eu fiz,
você vai ficar feliz se eu disser: “Me perdoa”. Seguir
a paz é isso. Adianta discutir com uma pessoa que age
dessa maneira? Você vai ficar disputando com ela sem
chegar a nenhuma solução. Tome uma decisão na sua
vida. Decida que você será um seguidor da paz.

Você pode estar se perguntando: E quando não de-


pender de mim? A Bíblia diz que nesse caso, você está
livre, mas, se depender de você, não crie caso. Se depen-
der de você, feche a sua boca. Quantas vezes você não
acerta a questão diretamente com o ofensor, mas leva a
situação para que outros briguem por você? Isso é levan-
tar contenda entre irmãos. E isso não é seguir a paz. Eu
não faço, mas levo o outro a fazer. Isso acontece muito
nos lares. As mulheres não vão direto aos maridos, mas
usam os filhos. Isso é golpe baixo. Por exemplo, a mulher,
em vez de chegar para o marido e reclamar: “Eu estou
sentindo a sua falta, você está viajando muito, você não
fica em casa”. Ela chega para o marido e diz: “Olha, qual-
quer hora nosso filho vai estar mexendo com drogas”. Aí
você pergunta para o filho como é que ele se sente e ele
responde: “Eu acho meu pai ótimo, sempre que pode ele
fica comigo. É que ele tem que trabalhar”. Você percebe aí
que a queixa não é da criança, mas da mulher.

A próxima coisa que Paulo ensina no texto para que


a gente não caia em armadilha é: seguir a paz com todos

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e a santificação. Você pode estar pensando: “Agora você
tocou numa coisa que é difícil demais. Ser santo nesse
mundo?” Eu concordo com você que é difícil. Santo sig-
nifica separado. Ser santo é uma decisão que você toma
em seu coração de ser uma pessoa separada, diferente da
maioria. O que é a santificação? A palavra santificação
significa integridade, inteireza. Alguém que fala a mes-
ma coisa sempre. Alguém que não muda de opinião de
um dia para o outro. Alguém que tem palavra. Alguém
que, quando faz uma aliança, permanece nela até o fim.
Isso é ser santo segundo a maneira que Deus vê.

Eu estava vendo algumas definições de santidade e


encontrei uma muito interessante, que diz: ser santo é ser
puro em suas motivações, é não ter segundas intenções.
Muitos ainda têm a ideia de que, quando a Bíblia fala em
santificação, é somente em relação ao corpo. “Eu não
tenho relações sexuais ilícitas, mas somente dentro do
meu casamento, então estou em santidade”. Otimo! Você
não faz mais do que a sua obrigação, e sua atitude vai lhe
preservar para não pegar Aids ou alguma outra doença.
Mas não pense que está fazendo isso para Deus. Tem
gente que acha que manter a pureza é para Deus. É para
você. Eu costumo dizer que o prostituto é uma pessoa
dada ao suicídio, é um suicida. Eu trabalho com essa vi-
são. Ele é um suicida porque ele quer pôr fim à vida dele.
Mas não quero falar sobre esse aspecto da santificação.
A santificação do corpo é a mais básica. O que Deus está
falando aqui é de integridade. Integridade moral. Uma
integridade que, na nossa sociedade, o diabo tem conse-
guido roubar. Alguns dizem: “Hoje em dia é tão comum
dar calote nos outros. É tão natural!” É mentira! Não é

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natural. O evangelho é a única forma de mudar a nossa
sociedade. A Bíblia é um código de ética. A Bíblia nos dá
recursos para que possamos viver em paz.

Sabe o que significa ser santo? É ser o mesmo on-


tem, hoje e amanhã. A Bíblia nos diz que Jesus Cristo é
o mesmo ontem, hoje e será para sempre. Então o meu
desafio é esse: ser uma mesma pessoa. Eu quero cres-
cer como pessoa, mas quero manter os meus princípios.
Minha palavra é sim, sim, não, não. Eu quero ser uma
pessoa que vive baseada na Palavra de Deus.

Se você quiser ficar livre das armadilhas do diabo,


seja alguém assim, que busca a santificação. Mas deixe-
me alertá-lo para uma coisa: pare de se preocupar com a
santificação do próximo. Às vezes, ficamos tão preocu-
pados com a santificação do outro que a gente esquece
da nossa. Cuide da sua santificação.

O último ponto no texto, para não cairmos na ar-


madilha da ofensa, é não deixar criar raiz de amargura.
Amargura é a vingança não executada. Deus pode arran-
car da sua vida toda raiz de amargura. Faça agora uma
lista, e entregue para Deus, com todas as pessoas que lhe
ofenderam, que lhe feriram, e nunca lhe pediram perdão.
Essas pessoas que injustiçaram você precisam ser libe-
radas em nome de Jesus. Não contamine seus relaciona-
mentos atuais com raízes do seu passado. Existem várias
pessoas que têm dificuldades de manter relacionamentos
com marido, com filhos, com noivo, com namorada, com
amigos, porque vivem no passado, sempre pensando que
as pessoas vão lhes trair, exatamente como aconteceu

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antes. Acham que nunca vão achar ninguém em quem
possam confiar. Deus vai quebrar hoje esse seu medo.

Segure o seu papel e, mesmo que você ainda não


tenha escrito nada nele, comece agora. Você e Deus.
Comece a escrever nome por nome. E repita comigo:
“Senhor Jesus, eu sei do meu limite. Eu sei do limite
das pessoas que me magoaram. Mas sei também que o
Senhor é ilimitado. Por isso eu entrego nas tuas mãos
todo o direito de vingança. Eu entrego a amargura que
tem me consumido por tantos anos. Entrego a Ti essas
pessoas que me ofenderam, que me feriram, que me in-
justiçaram, que me roubaram, que roubaram a minha
paz, que roubaram a minha alegria, que roubaram o meu
companheiro, que roubaram o meu trabalho, seja o que
for, Senhor. Eu quero declarar agora que essas pessoas
não têm mais poder sobre a minha vida. Eu declaro ago-
ra em nome de Jesus que toda a armadilha que o diabo
preparou para mim está desfeita em nome de Jesus. Eu
quero perdoar agora essas pessoas por todo o mal que
elas possam ter feito a mim na sua ignorância, na sua
consciência ou na sua inconsciência. Eu declaro agora
que eu os perdoo em nome de Jesus. Sozinho eu não
consigo, mas Tu estás comigo, Tu és poderoso e eu con-
fio em Ti. Em nome de Jesus. Amém”.

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Como ter vitória em seus
relacionamentos

“Aleluia! Bem-aventurado o homem que teme ao


Senhor e se compraz nos seus mandamentos; a sua des-
cendência será poderosa na terra. Será abençoada a ge-
ração dos justos. Na sua casa há prosperidade, riqueza,
e a sua justiça permanece para sempre. Ao justo nasce
luz nas trevas, ele é benigno, misericordioso e justo. Di-
toso o homem que se compadece e empresta. Ele defen-
derá a sua causa em juízo. Não será jamais abalado.
Será tido em memória eterna. Não se atemoriza de más
notícias, o seu coração é firme, confiante no Senhor. O
seu coração bem firmado não teme até ver cumprido nos
seus adversários o seu desejo”. (Salmos 112)

Eu quero falar um pouco sobre esse salmo


relacionando-o com Efésios 6:10, que diz: “Quanto ao
mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu po-
der. Revesti-vos de toda a armadura de Deus para po-
derdes ficar firmes contra as ciladas do diabo. Porque a
nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra
principados e potestades, contra os dominadores desse
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal
nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura
de Deus para que possais resistir no dia mal e, depois de
terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis”.

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Existe uma relação muito próxima entre esses dois
textos. O salmo fala sobre o homem que teme ao Senhor.
Eu não sei como você entende o que a Bíblia diz em Efé-
sios. Conheci várias pessoas que acham que, se fizerem
muitos cursos, tiverem muito conhecimento, terão uma
maior capacidade de entender a Palavra de Deus. Exis-
te, hoje em dia, uma busca pelo saber e muitos não se
contentam com apenas um curso superior, mas seguem
para o segundo, às vezes o terceiro ou então, um curso
de pós-graduação, mestrado ou doutorado. A ciência tem
crescido e prosperado, e nós desejamos ser pessoas sá-
bias. Contudo, uma coisa tem me entristecido muito: ver
que, quanto mais se multiplica a ciência, menos as pesso-
as estão sabendo como lidar com os pequenos problemas
das suas vidas. Às vezes, uma pessoa sabe dar uma ex-
plicação maravilhosa sobre política, economia etc, mas
não consegue resolver pequenas coisas.

Havia uma tartaruga que se achava muito poderosa


com seu casco, até que um dia um mosquito entrou na
sua narina. Aquela tartaruga ficou num desespero tal que
acabou tombando de pernas para cima. O seu poderoso
casco não serviu para ajudá-la, porque ela não teve con-
dições de se virar. Perdoe-me pela comparação grotesca,
mas a vida de muitas pessoas é assim. Sabem de tantos
assuntos, têm tanta informação, mas quando chega um
pequenino mosquito ou quando um pequeno problema
acontece, não sabem como resolver.

Eu quero ensinar vocês a ter vitória nos seus relacio-


namentos, principalmente dentro da família.

Eu não sei qual é sua teoria sobre o diabo ou se até

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mesmo você tem uma. Há muita gente que não acredita
nele e isso é ótimo para ele, pois assim pode “aprontar”
que a culpa sempre vai ser dos homens. Não estou di-
zendo que, quando nós acreditamos na força maligna,
essa seja maior do que Deus. A Bíblia nos dá base para
crer que, quando Jesus veio a esse mundo e morreu na
cruz, Ele tomou ali a legitimidade das nossas vidas, que
até então estava entregue na mão de Satanás. Um justo
morreu por mim e por você há dois mil anos atrás para
nos libertar das garras do diabo. Ele nos deu a legalida-
de mas, infelizmente, muitas pessoas não entram nessa
legalidade, não entram nessa experiência prática. Temos
um direito legal, mas não conseguimos vivenciá-lo. Por
que? Porque não acreditamos no reino das trevas.

Acreditamos que existe um mundo espiritual ma-


ligno; assim como existe Deus e seus anjos, existe o dia-
bo e seus anjos, que trabalham noite e dia para que as
nossas vidas não alcancem o projeto de Deus.

A Bíblia chama Satanás de “inimigo das nossas al-


mas”. Em Efésios 6 lemos que a nossa luta não é contra
a carne nem contra o sangue. Isso significa que a luta que
você está vivendo hoje no seu casamento, ou na sua em-
presa, ou no seu relacionamento com seu filho é uma luta
espiritual. Muitos filhos se envolvem com drogas e seus
pais só ficam sabendo oito, dez anos depois, geralmente
quando o jovem já se tornou um pequeno traficante e
vai preso. E quando os pais são chamados, começam a
culpar a sociedade, a violência, a desestrutura familiar
etc. É inegável que esses elementos estejam realmente
contribuindo, mas eu quero que você saiba que a luta a
ser travada quando você descobre que um filho seu está

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envolvido com drogas ou com o tráfico, não é uma guer-
ra natural, mas por trás disso tudo existe um mundo es-
piritual que domina.

Paulo fala no versículo 10: “Quanto ao mais, ir-


mãos, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu po-
der”. Saiba que a sua luta não é contra a sua esposa,
seu marido ou seu filho, que saiu de casa. Muitas vezes
eu atendo casais que dizem: “Nós estávamos tão bem,
fizemos uma viagem maravilhosa, nossa vida estava ca-
minhando bem, mas o amor acabou e ele se apaixonou
por outra”. Não existe explicação. Saiba que você não
está lutando contra a sua esposa ou o seu marido, mas
contra principados malignos. Você está lutando contra
forças malignas. A vitória do diabo começa quando ele
sabe que você não sabe o que ele pode fazer.

As pessoas às vezes me acham extremamente dura


e rígida na questão de casamento. Eu acredito que exis-
tem casamentos que, em alguns momentos, correm ris-
co de vida. E, nesses momentos, é necessário que uma
providência seja tomada. Eu não acredito que Deus vá
abençoar desertores. Eu não acredito que você consiga
ser feliz abandonando seu casamento. A partir de agora
você está tomando consciência disso.

Muitos estão passando por guerras dentro da fa-


mília, e nos seus relacionamentos, que os fazem pensar
em desistir. Eu li em uma revista americana uma pesqui-
sa científica, não evangélica, mostrando que, nos Esta-
dos Unidos da América, de cada dez casamentos, sete
chegam ao divórcio depois do terceiro ou quarto ano.
Entre sessenta e setenta por cento. É um índice muito

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alto! De cada dez casamentos, somente três ou quatro
permanecem, os outros são desfeitos. Uma pesquisa foi
feita entre casais e todos declararam em suas respostas
que passaram por momentos de crise em que pensaram
em desistir de seus casamentos. É normal que em algum
momento venha esse desejo, pois a pressão é grande,
mas às vezes o casal não sabe como lidar com ela e não
busca ajuda.

Os casais que permaneceram casados tomaram a


decisão de não sair do casamento no momento da crise, e
dentro de cinco anos seus problemas estavam resolvidos.
Eles declararam ao entrevistador: “Graças a Deus que
nós estamos juntos”. “Graças a Deus que nós não desis-
timos”. “Graças a Deus que nós tivemos apoio legítimo,
porque amigo da onça tem demais”. Aparece muita gen-
te, inclusive alguns profissionais, que chegam a sugerir:
“Larga essa mulher porque ela é muito difícil”. “Larga
esse homem porque ele é mesquinho demais”. “Você é
tão bonita e tão nova e tem tanto homem por aí querendo
casar”. “Tem tanto homem bom para se casar, porque
você está com esse?” A que ponto nós chegamos? Isso é
uma trama maligna! Se você está vivendo essa situação,
em nome de Jesus, não desista do seu casamento.

Retornando ao Salmo 112, podemos ver que to-


dos nós passamos por problemas. A diferença é o que
nós fazemos com esses problemas, e como os problemas
chegam até nós. O Salmo 112:1 diz: “Bem-aventurado o
homem que teme ao Senhor e se compraz nos seus man-
damentos”. Para que sua família seja abençoada, para
que seu casamento seja abençoado, em primeiro lugar,
você precisa ter o temor do Senhor.

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O versículo 6 do Salmo 112 diz que o homem que
teme ao Senhor não será abalado. O versículo 7 diz que
ele não se atemoriza das más notícias, pois o seu cora-
ção é firme e confiante no Senhor. Sabe que homem é
esse? O homem que não assiste ao jornal das oito, mas
somente ao das onze. Você já reparou que a notícia quen-
te vem no jornal das oito, mas o reparo só vem às onze?
A primeira notícia que chega até nós de algum fato pro-
duz uma impressão, deixa uma marca inesquecível. Toda-
via, a primeira notícia não é a última notícia e o salmista
sabia disso. Ele diz que ele não se atemoriza das más no-
tícias. Por que? Porque ele teme a um Deus cuidadoso.
Sabe qual é a nossa tendência diante da primeira notícia,
quando não entendemos o mundo espiritual? É pensar
que tudo acabou. O marido diz que quer separar, aí a
mulher vai lá e faz a mala do marido! Por favor, nunca
faça a mala de seu marido para ele sair, se ele quiser, ele
que faça sem a sua cooperação. Essa é a primeira notícia,
mas Deus é um Deus que muda a história.

Quantas vezes como líder, como pastora, como te-


rapeuta, eu sou escolhida para ouvir ou transmitir notí-
cias difíceis. Faz parte do meu chamado fazer isso. Mui-
tas vezes as pessoas procuram a nós, antes do que a sua
própria família, porque precisam da nossa ajuda. Muitas
jovens já vieram a mim com a notícia: “Estou grávida,
e agora? Meu namorado quer que eu aborte, mas eu não
quero fazer isso. Meu pai e minha mãe vão me destruir,
e eu não quero decepcioná-los”. Só quem aprendeu que
a primeira notícia, não é a última notícia, consegue for-
talecer esse coração. Meses depois, quando o nenêm nas-
ce, e você o apresenta na igreja, lembra de tudo e vê que

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a família está feliz. A primeira notícia foi horrível, mas
quando Deus entra em cena, tudo muda. Deus faz com
que os nossos corações sejam amolecidos e sejamos ca-
pazes de perdoar.

Eu já acompanhei muitos casais que receberam a


notícia da primeira traição. O marido confessa, então nós
somos procurados. Parece que é o fim. Aquilo nos ma-
chuca, machuca a família. Mas nós temos um coração
firmado no Senhor. E dizemos: “Não desista porque isso
vai passar. A dor vai passar. Não jogue fora algo que foi
construído com tantas lágrimas durante anos e anos. São
dias, são lágrimas, são sorrisos, são experiências que nós
não podemos esquecer. Se você acredita na primeira no-
tícia, você se entrega”.

Nunca me esqueço de uma vez que uma líder nos-


sa, quando ainda morávamos em Goiânia, foi acometida
de uma infecção na medula (meningite), entrou em coma
e os médicos disseram que era irreversível. Nós sabíamos
dos planos que Deus tinha para aquela mulher. Quando
chegamos no hospital, a família já estava lá e o marido
falou: “Pastor, pastora por favor, orem por nós, para que
nós possamos estar fortalecidos porque os médicos fala-
ram que ela vai embora. Então eu falei: “Eu respeito o
que os médicos falaram, mas o que o Médico dos médi-
cos falou? Alguém trouxe algum recado de Deus?” Então
ele disse: “Uma profetisa esteve aqui e disse que a viu
no caixão e os anjos do Senhor a carregavam”. Eu dis-
se: “Esta palavra está amarrada em nome de Jesus, por-
que os anjos do Senhor não carregam caixão nenhum. O
Anjo do Senhor vem, ressuscita, toma o morto pela mão

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e o levanta”. Eu e meu marido não comemos e não be-
bemos durante doze horas naquele hospital, porque nós
críamos que Deus tinha uma palavra para aquela mulher
e, se Ele a levasse, então nós íamos duvidar de um monte
de coisas que Deus havia falado conosco. E nós ficamos
doze horas ali lutando pela sua vida. Depois de doze ho-
ras, ela abriu os seus olhos, voltou a falar e hoje ela é
pastora. Nós podíamos ter ficado com a primeira notícia,
mas nós decidimos crer na Palavra de Deus que diz que
bem-aventurado é o homem que crê no Senhor.

Eu sei, mulher, que muitas vezes seu marido che-


ga em casa e nem lhe dá atenção. Isso acontece muito.
Mas não se preocupe, ele está fazendo isso para que você
assine o divórcio. Não assine. Se você crê que seu casa-
mento é de Deus, se você está com ele há vinte anos, se
vocês lutaram juntos, se vocês construíram um patrimô-
nio juntos, não abra mão. Deus é um Deus que intervém.
Deus é um Deus que vai fortalecer você e lhe dar estrutu-
ra para que você possa ser um vitorioso, uma vitoriosa.

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Semeadura nos
Relacionamentos

Encontramos um texto em Eclesiastes 11:1-8, que


diz o seguinte: “Lança o teu pão sobre as águas, porque
depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete e ain-
da com oito, porque não sabes que mal sobrevirá à ter-
ra. Estando as nuvens cheias, derramam aguaceiro so-
bre a terra; caindo a árvore para o sul ou para o norte,
no lugar em que cair aí ficará. Quem somente observa o
vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca
segará. Assim como tu não sabes qual o caminho do ven-
to, e nem como se formam os ossos no ventre da mulher
grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que
faz todas as coisas. Semeia pela manhã a tua semente e
à tarde não repouses a mão, porque não sabes qual pros-
perará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão
boas. Doce é a luz, e agradável aos olhos ver o sol. Ainda
que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles;
contudo, deve lembrar-se que há dias de trevas, porque
serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade”.

Eclesiastes é um livro que, se você ler somente


com os olhos naturais, despertará dúvidas e você entra-
rá em crise existencial. Mas, se você conseguir extrair
desse livro não só as palavras, mas o coração do escritor
Salomão, você começará realmente a destilar mel na sua
vida através dele.

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Quando você leu, lança o teu pão sobre as águas
porque depois de muitos dias o acharás, deve ter se per-
guntado: “Mas o que tem isso a ver com a família? Ele
está falando de semeadura”. Eu lhe digo que tem tudo
a ver com família porque ele está falando de relaciona-
mento. A figura usada por Salomão nesse primeiro verso
parece loucura quando paramos para pensar. Se você pe-
gar um pedaço de pão e jogá-lo na água, o que vai acon-
tecer? Ele vai se desmanchar. É como se ele se diluísse.

Muitos têm semeado no relacionamento com sua


família, mas têm pensado: “Meu Deus, parece que eu
tenho semeado pão em água. Ou pior ainda, tenho se-
meado pão em águas correntes”. Quando você coloca
o pão numa vasilha de água, ele se desmancha, mas se
você quiser, ainda ajunta um pouquinho. Se você semeia
o pão em águas correntes, o pão vai embora e você não
recupera nada. Deus está chamando a nossa atenção hoje
nos mostrando que semear em relacionamentos é assim.
A Palavra de Deus diz que o pão deve ser lançado em fé.
O pão é o seu alimento, o seu sustento, é aquilo que lhe
dá segurança, que vai sustentar o seu estômago.

Todo relacionamento passa por crises, mas se du-


rante a crise você está debaixo da Palavra de Deus, e de
oração, você pode crer no que diz o texto, que depois
de vários dias você vai recobrar esse pão. Quando você
semeia o seu pão e não tem Deus, sabe o que acontece?
As águas levam o pão e não há esperança. Uma pessoa
sem Deus não tem esperança do amanhã.

Para mim, o relacionamento conjugal, o familiar,


e em geral, quer de família ou de amigos, é uma seme-

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cassio vitoria nos relacionament56 56 4/7/2007 09:47:28


adura que, se você não gosta do que semeou, Deus vai
lhe dar novas sementes. Ele está pronto para lhe dar no-
vas sementes, novas oportunidades, para você começar a
semear junto com aquela semeadura antiga, que infeliz-
mente já está brotando. Ao lado dEle, comece a semear a
nova semente e creia que elas terão maior poder do que
aquelas sementes ruins que você semeou em sua igno-
rância.

É interessante também o texto que encontramos


em Hebreus 10:36: “Necessitai de paciência para que
depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais
alcançar a promessa”. Quando semeamos nos nossos
relacionamentos, precisamos de paciência, o que às
vezes não temos. Semeamos, mas depois fazemos bes-
teira, e querendo correr atrás para consertar acabamos
fazendo uma besteira maior. Se isso acontecer, não fi-
que paralisado, mas continue a semear a boa semente.
Se quisermos colher precisamos semear e aguardar com
paciência que os frutos surjam.

O que acontece conosco é que, quando fazemos


uma retrospectiva de nossas vidas, e vemos que o que
estamos colhendo não é bom, cruzamos os braços e di-
zemos: “Eu não vou mais semear, não vou investir mais
no meu relacionamento”. “Eu investi tanto no meu ca-
samento, nos meus filhos, nos meus netos. Durante os
365 dias do ano, eu estava crendo e orando pela minha
família, participando do culto da família”. Você semeou!
Creia nisso! Mas não basta somente a semeadura de es-
tar ouvindo a Palavra. Muitas vezes você escuta a Pala-
vra, mas não semeia em casa. As coisas não acontecem

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cassio vitoria nos relacionament57 57 4/7/2007 09:47:28


por osmose. A plantação não vai nascer se a semente não
for jogada. O seu relacionamento com a sua esposa não
vai melhorar somente porque você está orando. Se eu
prometesse isso estaria enganando você. O fato de você
ouvir a Palavra e orar por seu marido é muito impor-
tante. Mas é importante também a sua ação a cada dia.
É importante que você preste atenção do que você está
enchendo a sua mão para semear.

Existem sementes necessárias para que os


relacionamentos sejam sólidos. Não queremos construir
relacionamentos que vão embora com a correnteza. Não
queremos construir relacionamentos fora da vontade de
Deus. Qual é a semente que você vai semear nesse novo
século? Você já parou para pensar?

A primeira semente necessária para que os


relacionamentos sejam solidificados chama-se aliança.

Qual o nível de sua aliança com a sua família? Mu-


lher, qual o nível de sua aliança com o seu marido? Ho-
mem, qual é o nível de sua aliança com a sua esposa? É
uma aliança passageira? É uma aliança de papel ou é uma
aliança de ouro? Em geral, as alianças de casamento são
feitas de ouro. Uns fazem em ouro amarelo, outros em
ouro branco, mas é ouro. Tentaram inventar uma época a
moda da aliança de prata, mas não pegou, pois todo mundo
que vai casar quer uma aliança de ouro, não é verdade?

O que é aliança? Aliança é algo que não se quebra.


Aliança é a coisa mais sagrada que existe num relacio-
namento. A gente sempre lembra de Rute quando fala de
aliança, porque ela foi uma mulher aliançada. Rute tinha

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cassio vitoria nos relacionament58 58 4/7/2007 09:47:28


tudo para ir embora e abandonar a sua sogra, mas ela
tinha feito uma aliança diante de Deus. Rute falou para
sua sogra: “Eu tenho uma aliança com você, não me peça
que eu te deixe, minha sogra”. Isso é aliança! “Eu não sei
para onde você vai, eu não conheço a tua terra, não sei
nada sobre ela e nem sei como vai ser a nossa vida lá”.
Noemi não tinha nada para oferecer. Aliança é isso. Ela
permanece mesmo em situações difíceis. Fazer aliança
em tempos de paz, de alegria e de fartura é fácil!

Você está disposto a semear esse ano? E como nós


semeamos a aliança? Em cada dificuldade que você en-
frentar no seu casamento, em cada dificuldade que você
enfrentar com seu filho, você vai provar que a sua alian-
ça é maior do que o problema. O que significa a aliança
no casamento? Que quando você passa por uma crise,
você olha para o seu cônjuge e diz: “Nós vamos superar
porque estamos juntos”. Muitos semeiam coisas ruins e
colhem como conseqüência: “Vou me separar”. Para eles
é mais fácil falar “vou me separar” do que dizer “vamos
superar isso juntos”.

A primeira semente necessária para que nós tenha-


mos relacionamentos solidificados é aliança. Não estou
falando somente de casamento, mas de relacionamentos
em geral. Quantas vezes eu vejo os pais romperem as
suas alianças com seus filhos. Quantas vezes eu vejo fi-
lhos romperem as suas alianças com seus pais. Não faça
isso! Seu pai não é perfeito, sua mãe não é perfeita, mas
eles são seus pais e aliança é algo que não se rompe.

Eu ouço de muitas mulheres: “Meu pai me estu-


prou quando eu tinha 12 anos e continuou até eu sair de

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casa. Como é que eu vou ter aliança com um homem
como esse?” Eu digo: “Você tem aliança com ele porque
ele é seu pai”. Elas contestam: “Não, ele não é meu pai”.
Novamente eu afirmo: “Sim ele é seu pai! E na hora cer-
ta o poder de Deus vai encontrá-lo, vai humilhá-lo, e ele
vai lhe pedir perdão. Mas ele continua sendo seu pai”.

Seu filho saiu de casa, mexeu com drogas, engra-


vidou fulana e sicrana. Você pode dizer: “Não é mais
meu filho!” E eu lhe digo: “Sim, ele é seu filho!” Muitas
vezes nós semeamos o que é falta de aliança. É muito
fácil ter aliança quando tudo vai bem. E eu quero lhe per-
guntar, você está disposto a ter aliança mesmo quando as
coisas vão mal?

A segunda semente necessária na nossa família,


e nos nossos relacionamentos em geral, é o amor e a
generosidade.

Isso significa sermos pessoas capazes de nos doar


com amor incondicional mesmo que o outro erre, mes-
mo que ele não faça o que você quer.

“Mesmo que você esteja namorando, minha filha,


uma pessoa que eu acho que não é a melhor para você,
eu a respeito. Se você quer mesmo, se você orou e pediu
a direção de Deus, eu vou abençoar você”.

Nosso filho está morando em Florianópolis, mas


quando estávamos juntos, no Natal passado, ele disse:
“Mãe, pai, se vocês, em qualquer momento, precisarem
de mim, eu estarei de volta a Brasília no dia seguinte”.
Isso é aliança! Nós semeamos e ele está frutificando.

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Aliança, amor, compromisso. Eu ficava temerosa pen-
sando: “Vai chegar a hora em que esses meninos vão fa-
zer 21 anos e vão dar adeus à mamãe e ao papai”. Mas
não é assim quando existe amor. Eu estou falando isso
porque eu tenho vivido isso. Nós semeamos amor na
vida dos nossos filhos, eles nos amam profundamente e
estão comprometidos conosco. Amor é resposta. Se você
quer filhos amorosos, semeie amor na vida deles. Amar
seu filho não significa deixar de colocar limites. Limites
fazem parte do amor. O “não” faz parte do amor. A se-
mente do amor precisa ser semeada a cada dia.

E, junto com o amor, vem a terceira semente


que é o perdão.

Não tem jeito de desassociar. O perdão é algo que


precisa estar presente a cada dia nos nossos relaciona-
mentos. Não só entre os casais, mas entre pais e filhos,
entre amigos, entre líderes e seus liderados. As pesso-
as não são perfeitas. As pessoas vão falhar com vocês.
Eu vou falhar com você algum dia, talvez sem perceber.
Não é porque eu quero, mas vou falhar porque todos so-
mos falhos. Um dia a sua discipuladora vai falhar com
você, e aí? Perdoe.

Você tem semeado perdão? Se você semeia perdão


para os outros, se você é uma pessoa fácil de perdoar,
você vai ser uma pessoa fácil de ser perdoada. Tem coisa
melhor no mundo do que ser perdoado quando se falha?
Você chega para a pessoa e diz: “Falhei, você me per-
doa?” E ela responde: “Não tem problema, eu a amo as-
sim mesmo”. É um alivio! É bom ser perdoado. Mas por
que você não tem sido perdoado? Por que as pessoas têm

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segurado o perdão na sua vida? Talvez porque você não
tem sido uma pessoa perdoadora. Pare para pensar nis-
so. Talvez as pessoas não tenham tido uma aliança com
você porque você não tem sido uma pessoa de aliança.
Pare de olhar para os outros e olhe para você. Talvez
você não tenha recebido o amor adequado do seu filho,
do seu marido, dos seus amigos, porque você não tem
semeado a semente certa.

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Restaurando
Relacionamentos

“Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul,


a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o
amou como a sua própria alma. Saul, naquele dia, o to-
mou e não lhe permitiu que tornasse para a casa de seu
pai. Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o
amava como a sua própria alma. Despojou-se Jônatas da
capa que vestia e a deu a Davi, como também a armadu-
ra, inclusive a espada, o arco e o cinto. Saía Davi aonde
quer que Saul o enviasse e se conduzia com prudência;
de modo que Saul o pôs sobre tropas do seu exército, e
era ele benquisto de todo o povo e até dos próprios ser-
vos de Saul” (1 Samuel 18:1-5).

Restauração de relacionamentos é o nosso tema,


e a primeira coisa que vocês precisam saber é que não é
possível restaurar relacionamentos se não foram firmados
com base em uma aliança. O texto acima fala sobre uma
aliança, um dos laços de alma mais bonitos da Bíblia. É
triste constatar que, em nossa sociedade hoje, as pessoas
não estão acostumadas com esse tipo de relacionamento
entre pessoas do mesmo sexo. Quando a Bíblia fala que
a alma de Jônatas se ligou à alma de Davi, entendemos
que era um tipo de amor que fez Jônatas amá-lo como a
sua própria alma. É algo muito forte que vem de Deus e
não do homem. Deus fez com que o coração de Jônatas

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se ligasse ao de Davi. E vocês vão ver mais tarde, no
decorrer do estudo, o porquê dessa vinculação tão forte
— uma vinculação de alma.

Como era essa vinculação de alma que encontra-


mos no texto? Era um vínculo muito maior do que a
carne e envolvia intelecto, emoção e vontade. Pode ser
positivo ou negativo para os envolvidos. Eu tenho vis-
to muitas pessoas envolvidas de maneira negativa, mas
a maneira com que Jônatas e Davi se ligaram foi sau-
dável porque não impedia nem a Davi, nem a Jônatas,
de cumprir suas funções normais. Um relacionamento
doentio é aquele que impede você de ser quem você é.
Todo relacionamento que paralisa é doentio. Vamos ver
um exemplo.

Encontramos em 1 Reis 11:1-4 um exemplo de vin-


culação de alma que não foi benéfica, o texto diz: “Ora,
além da filha de faraó, amou Salomão muitas mulheres
estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e
etéias. Mulheres das nações de que o Senhor havia dito
aos filhos de Israel: ‘Não caseis com elas, nem casem
elas convosco, pois vos perverteria o coração para se-
guirdes os seus deuses’. A estas se apegou Salomão pelo
amor. Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas
concubinas; e as suas mulheres lhe perverteram o co-
ração”.

Saibam vocês que a mulher tem um poder muito


grande na vida de um homem. Eu tenho repetido sempre
isso, porque se vocês realmente acreditarem, suas vidas
serão muito diferente. A Bíblia diz que as mulheres lhe
perverteram o coração. Atentem bem! Não foi o diabo,

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não foram as riquezas, não foi o poder que perverteu a
vida de Salomão. A Bíblia é muito clara quando diz que
foram as mulheres que perverteram o coração de Salo-
mão. Esse é um exemplo de um vínculo de alma malé-
fico.

Eu tenho visto, como terapeuta e como pastora, que


a maioria das pessoas ficam entre dois extremos: ou se
vinculam fortemente em relacionamentos errados ou evi-
tam se relacionar. Elas têm medo. Muitos estão casados,
mas não têm intimidade com seus parceiros. Isso porque
a visão que receberam de relacionamentos não foi uma
visão saudável. Talvez você tenha crescido numa família
onde experiências de traição deixaram uma forte marca.
Seus avós, seus tios ou seus pais repetiram histórias de
trair e serem traídos. Isso fez com que você crescesse
desconfiando das pessoas. Você cresceu achando que os
homens, que o casamento ou que os amigos não são dig-
nos de confiança.

Eu quero falar algo para vocês: todo relaciona-


mento é um risco. Não há como se relacionar sem correr
riscos de ser ferido e de ferir. Temos é que aprender a
trabalhar o relacionamento para que ele seja próspero.
Quero ensinar a você o grande segredo do relaciona-
mento. Segredo que havia entre a vida de Davi e a de
Jônatas. Segredo que havia também no relacionamento
de Rute com sua sogra — leia o livro de Rute! A Bíblia
fala que Rute se apegou a sua sogra, Noemi. O marido
de Noemi havia morrido assim como seus dois filhos;
ela decidiu que ia voltar para sua terra, e falou para Rute
e para a outra nora: “Voltem para suas casas que eu vou

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voltar para minha terra”. E elas choraram e não queriam
ir porque havia uma aliança entre aqueles corações. Que
coisa bonita!

Esse relacionamento de aliança não nasce da noite


para o dia e não se compra com dinheiro. Isso envolve
a nossa afetividade. Nós somos uma geração que sabe
como ganhar dinheiro, tem excelentes profissionais, mas
possui uma vida afetiva bastante tumultuada. A maioria
não sabe se relacionar, tem medo de intimidade e acaba,
inconscientemente, mandando embora as pessoas que as
amam. Por medo do amor nós mandamos embora as pes-
soas que poderiam nos amar e ficamos com aquelas que
nos machucam. Isso porque muitos de nós aprendemos,
infelizmente, que ser amado é ser maltratado.

Quantas vezes você foi espancado(a) pelo seu pai,


que justificava dizendo que fazia aquilo porque o(a)
amava? Quem ama não espanca. Você pode disciplinar
seu filho com a vara ou com o chinelo, mas não descon-
tar sua raiva nele. A Bíblia ensina sobre colocar limites,
mas não a espancar seu filho. Quando um pai termina de
espancar seu filho, e deixa a criança toda roxa, e diz que
fez aquilo porque a ama. Como vocês acham que essa
criança vai crescer com essa mensagem dupla? Você é
espancado, mas ao mesmo tempo ouve: “Eu te amo”.
Vai ficar registrado na sua mente que o amor dói, que
para alguém me amar, eu tenho que apanhar. Isso explica
porque tantas mulheres ficam em relacionamentos abusi-
vos. Eu não entendia isso. A Bíblia deu a resposta que a
psicologia não conseguiu me dar. As pessoas não sabem
receber carinho e quando lêem um texto como esse de

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Davi e Jônatas, ou de Noemi e Rute, acham que é um
relacionamento homossexual.

Saiba que Deus quer desafiar a mim e a você, a


você e seu marido, a você e seus filhos, a construir rela-
cionamentos assim. Eu não estou falando de relaciona-
mentos doentios exclusivistas que paralisam a pessoa,
mas de relacionamentos baseados no verdadeiro amor
que libera.

Existem algumas características e alguns ganhos


quando temos relacionamentos como o de Davi e Jôna-
tas, como o de Rute e Noemi, como o de Abraão e Sara,
como o de Isaque e Rebeca, que eram relacionamentos
aliançados. Quais as características de um relacionamen-
to em que há aliança?

1) Em um relacionamento em que há aliança


existe acordo.
Leia Amós 3:3 e Mateus 18:19. Como aindarão
dois juntos se não houver entre eles acordo? O relacio-
namento para dar certo precisa ter harmonia. O que é
acordo? Eu tenho um acordo com você quando nós te-
mos um mesmo pensamento, uma mesma idéia, a mes-
ma maneira de exercer autoridade sobre os filhos, por
exemplo. Acordo é harmonia. Mulheres, aprendam a não
intervir quando seu marido estiver disciplinando seus fi-
lhos. É melhor que eles aprendam a lidar com um pai
agressivo do que você entrar no meio. O seu filho não
vai aprender como reagir às situações da vida se você
intervir. O mundo é difícil. Não fique disputando poder
com seu marido, pois sua casa se tornará um caos.

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2 Em um relacionamento em que há aliança
existe renúncia.
Para se chegar num acordo, um dos dois tem que
ceder. Às vezes ambos cedem. Muitas vezes um dos
dois precisará ceder cem por cento para que haja paz.
Rute teve que renunciar à sua família para estar com
Noemi. Ela não podia ter Noemi, a sua sogra, e a sua
família moabita, porque Noemi estava voltando para
Israel. Ela teve que abrir mão. Na vida nós vamos ter
sempre que abrir mão de alguma coisa. É impossível
ganhar sempre. Nós vivemos numa sociedade capita-
lista, onde se quer tirar proveito de tudo, mas, em re-
lacionamentos, se você quiser tirar proveito, vai ficar
sozinho.

A Bíblia diz que Jônatas entregou para Davi a


capa, a armadura, a espada, o arco, o cinto. Isso é uma
metáfora, uma alegoria do Reino de Deus. Jônatas de-
veria herdar o reino de Israel. Ele era o filho mais velho
do rei. Mas o amor de Jônatas por Davi, e o reconhe-
cimento de que Davi era homem de Deus, o fez abrir
mão. E sabemos que Jônatas não viveu triste, não viveu
chorando pelos cantos. Deus já havia ungido Davi para
ser rei, todavia Jônatas não sabia. Quando você tem um
coração de aliança, Deus o guarda para que você não
faça besteira.

Paulo nos ensina em 2 Coríntios 6:14: “Não vos


ponhais em jugo desigual com os incrédulos, porquanto,
que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüida-
de? Ou que união da luz com as trevas? Que harmonia
entre Cristo e o maligno? Ou que união do crente com

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o incrédulo?” A Bíblia diz isso. Que ligação há entre o
santuário de Deus e os ídolos? Nós somos santuário do
Deus vivente. Como Ele próprio disse: Eu habitarei e
andarei com eles e serei o seu Deus e eles serão o meu
povo. Muitas vezes você terá que renunciar a relaciona-
mentos onde o jugo é desigual. Por exemplo, sociedade
numa empresa. Se a pessoa não tiver acordo com você,
como será? É um acordo espiritual. Vocês entendem?
Cuidado! Alguns ainda vêm me perguntar se a socie-
dade vai dar certo, mesmo com jugo desigual, eu logo
aviso que não. Nem peça oração. Você está tentando
Deus. Alguns questionam: “Ah! Eu pedi um sinal para
Deus e Deus permitiu”. Cuidado. Muitas vezes Deus
permite, depois de muita insistência, e diz: “Eu vou
deixar acontecer para ele aprender”. A pior coisa do
mundo é você “torcer o braço de Deus” para que Ele faça
a sua vontade. Muitas vezes agimos da mesma maneira
no relacionamento com nossos filhos. Eles não aceitam
nosso não, mas depois questionam: “Por que eu não te
ouvi?”

Eu me lembro quando me converti, aliás, Deus me


converteu, porque a última coisa que eu queria na vida
era ser crente. Eu corria de crente como o diabo corre
da cruz. Mas não teve jeito, Deus foi lá e me buscou e,
quando eu vi, já estava convertida e doida para ir para
a igreja dos crentes, onde estou até hoje. Eu tinha mui-
tas barreiras. Minha família era toda católica. Era muito
difícil para eu deixar de ser católica, mas chega um mo-
mento na vida que você vai ter que fazer uma opção: ou
viver uma vida de paz e comunhão com Deus ou viver
uma vida para agradar os homens.

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3) Em um relacionamento em que há aliança
encontramos refúgio.
Em 1 Samuel 16 a 31, lemos que Davi foi ungi-
do rei e fugiu de Saul durante muitos anos. É difícil, e
muitos de nós não conseguimos permanecer na palavra
dada por Deus. Deus nos promete alguma coisa e nós
queremos que Ele faça no outro dia. A Bíblia diz em 1
Samuel 22:1 que “Davi se retirou dali e se refugiou na
caverna de Adulão. Quando ouviram isso seus irmãos e
toda a casa de seu pai, desceram ali para estar com ele.
Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em
aperto. Todos os homens endividados, todos os amargu-
rados de espírito, e ele se fez chefe deles, e eram com ele
uns quatrocentos homens”.

Este texto mostra tudo o que eu falei para vocês.


Davi precisava de refúgio. Saul estava tentando matá-lo.
Deixe-me lhe ensinar uma coisa: se você não mostrar a
sua fraqueza, você não pode encontrar refúgio. Nós ora-
mos na igreja de uma maneira geral, mas é nas reuniões
de célula que você encontra refúgio e amizade, pessoas
de comum acordo, que pensam da mesma forma, que
acreditam no mesmo Deus. E uma coisa eu tenho apren-
dido: ninguém pode adivinhar suas necessidades, nem
seu marido, nem sua mãe, nem seus filhos, ninguém.
Muitas namoradas pensam: “O Dia dos Namorados está
chegando e ele tem que adivinhar que eu quero aquela ca-
misola”. É melhor dar uma bola de cristal para ele. Tem
mulher que diz: “Eu nunca falo o que eu quero”. Está
vinte anos casada e o marido nunca acertou seus desejos.
Então, ela sofre dizendo: “É porque não me ama, não me
conhece”. Tem mil coisas que uma mulher pode gostar!

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Se você tem ganhado no dia das mães sofá, lava-louça,
coisas para a casa, é porque é isso que você está passando
como desejo. Se seu marido está entendendo dessa forma,
é essa a mensagem que você está passando.

Se você estuda a vida de Jesus com seus discípulos,


vê que Jesus não tinha problemas de se abrir. Quando Ele
ia orar nos momentos difíceis, Ele levava dois discípulos
com ele. Jesus não tinha vergonha de ser quem Ele era.
Davi também não. Quando ele precisou, Deus mandou
a família dele e os irmãos. Olhe que bonito. Ele mani-
festou que estava refugiado, sendo procurado para ser
morto, e solitário, e Deus supriu sua necessidade. Mui-
tas vezes Deus não supre as nossas carências porque nós
não manifestamos. Nos tornamos pessoas muito frias e
distantes e resolvemos tudo para os outros. É muito bom
estar perto de pessoas que resolvem tudo, mas confor-
me o tempo passa isto cansa. Pessoas que sabem tudo,
que fazem tudo, que nunca mostram fraquezas, não são
boas amigas. Porque parecem que são Deus e ninguém
vai conseguir se relacionar com elas. Muitas vezes nós
estamos perdendo os nossos relacionamentos por causa
disso, relacionamento significa refúgio.

Eu não sei qual tem sido a sua experiência. Talvez


você constate que suas experiências de amizade sempre
acabaram em traição. Está na hora de você renunciar a
certas escolhas na sua vida. Por que você tem sempre
escolhido pessoas que irão lhe trair? Eu quero que você
pense nisso. Vamos mudar, vamos pedir a Deus que nos
dê graça, que nos dê força. Precisamos saber que nós
não podemos sozinhos. É importante você falar para o

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seu marido “me ajude”. A gente sabe cobrar, mas não
sabe pedir. É preciso aprender a dizer: “Me ajude, eu não
consigo”, “Faça isso por mim, mãe, pai”. As pessoas não
podem adivinhar que você precisa de ajuda.

4) Em um relacionamento em que há aliança


existe lealdade.
Lealdade é uma das características fundamentais
no relacionamento. Davi foi um amigo fiel mesmo quan-
do Saul, o seu rei, quis matá-lo. A Bíblia diz que Davi
teve oportunidade de matar Saul quando este entrou
numa caverna para aliviar o ventre (1 Samuel 24). Davi
estava lá e podia matá-lo, mas a Bíblia diz que ele só cor-
tou um pedaço do seu manto. Naquela hora o coração de
Davi se comoveu por ter cortado o manto do ungido de
Deus. Saul já era um homem que consultava mortos, um
homem totalmente pervertido, mas Davi não tocou nele
por causa da aliança. Ele tinha um coração leal.

Quero encorajar você a ser uma pessoa como Davi


ou como Rute, que não tinham um coração dividido. A
Bíblia fala sobre pessoas inconstantes que em um dia es-
tão lá em cima, em outro estão lá embaixo. Inconstância
significa isso. Vamos ser pessoas leais, fieis às nossas
alianças. Vou ser fiel à igreja que me ajuda, à igreja em
que eu me converti, à igreja que ministrou em minha
vida, ao meu líder que tem cuidado de mim.

Você só vai ter a lealdade dos seus filhos, do seu


marido, dos seus discípulos, segundo a sua lealdade com
Deus, com as pessoas que estão acima de você. Se você
for uma pessoal leal, uma pessoa de princípios, você vai

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ter uma família leal, uma família de princípios. Saul es-
tava vulnerável. Davi podia tê-lo matado e ido para o
trono, mas ele não fez isso. Quando os companheiros de
Davi chegaram e questionaram, ele não usou o pedaço
do manto para se mostrar valente para seus amigos. A
Bíblia diz que o coração de Davi doeu porque ele ha-
via tocado no ungido de Deus. Isso é lealdade. Vamos
ser leais. Leais ao nosso cônjuge, ao nosso casamento, a
nós mesmos. Tenha certeza de uma coisa: só Deus pode
fazer isso em nossas vidas. Ele é capaz de curar seu co-
ração ferido.

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O propósito da família

Você sabia que Deus tem um propósito para a fa-


mília? Vamos começar examinando o texto de Gênesis
18, que será a nossa base. O propósito de Deus para a fa-
mília é algo que todos precisam entender, tanto aqueles
que são casados quanto aqueles que ainda não casaram.
Você já parou para pensar qual é o propósito da sua famí-
lia? Por que você se casou? Se você nunca refletiu sobre
isto, aproveite agora e pense. Por que, jovem, você de-
seja se casar? Muitas respostas poderão ser encontradas:
“Eu não quero ficar sozinho” Muito bem! É um propó-
sito. “Eu quero dividir a minha vida com alguém”. “Eu
não quero viver de namorado em namorado”. “Eu quero
ter alguém que me espere todo dia”.

Quando a gente questiona alguma coisa sempre aca-


ba achando resposta. Tenho encontrado muitos casais per-
didos porque têm medo de questionar. Eles têm medo do
Encontro de Casais porque sentem que seu casamento é frá-
gil. Pensam: “Se eu for num Encontro como esse, eu posso
descobrir que meu casamento não é bom”. Saiba, porém,
que quanto mais rápido você descobrir que seu casamento
está doente, mais rápido você pode receber a cura.

Nós temos um hábito horrível de pensar: “Não vou


ao médico porque posso estar com uma doença terrível,
e se eu descobrir que realmente estou doente, vai ser
horrível!” Você teme porque pensa que poderá morrer.

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Mas, se você não descobrir o que você tem, vai morrer
de qualquer maneira, não é verdade? E, na realidade, se
você descobrir a doença que você tem, poderá fazer um
tratamento, pedir a Deus a cura, e ser restaurado.

Gênesis 18:1-8 fala sobre um episódio que acon-


teceu na família de Abraão e Sara: “Apareceu o Senhor
a Abraão, nos carvalhais de Manre, quando ele estava
assentado à entrada da tenda no maior calor do dia.
Levantou ele os olhos, olhou, e eis que três homens esta-
vam de pé em frente dele. Vendo-os, correu da porta da
tenda ao seu encontro, prostrou-se em terra e disse: Se-
nhor meu! Se acho mercê em tua presença, rogo-te que
não passes do teu servo. Traga-se um pouco de água,
lavai os pés e repousai debaixo desta árvore. Trarei um
bocado de pão, refazei as vossas forças, visto que che-
gastes até vosso servo, depois seguirdes avante. Respon-
deram: Fazes como dissestes. Apressou-se, pois, Abraão
para a tenda de Sara e lhe disse: Amassa depressa três
medidas de flor de farinha e fazes um pão assado no
borralho. Abraão, por sua vez, correu ao gado, tomou
um novilho tenro e bom, e deu ao criado que se apressou
em prepará-lo. Tomou também a coalhada e o leite e o
novilho que mandara preparar e pôs tudo diante deles,
e permaneceu de pé junto a eles debaixo da árvore, e
eles comeram”. Vamos reconhecer o propósito da famí-
lia nesses oito versículos.

O primeiro propósito: a família é um lugar de


proteção.

Família é um lugar de proteção contra o sol caus-


ticante. Os três homens chegaram até a tenda de Abraão

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no maior calor do dia. O calor que nós sentimos aqui
não é nada comparado ao calor do deserto que chega a
55ºC. Naquele momento de sol tão quente, os homens
chegaram à casa de Abraão e este nem sabia quem eles
eram. Mais à frente, lendo todo o capítulo, vamos desco-
brir que esses três homens eram o Senhor e seus anjos.
Aprendemos aí que Deus visita a nossa casa. Deus tem
interesse em saber como anda o nosso lar.

O primeiro propósito da família é ser um lugar de


proteção contra o sol, ser um lugar onde as pessoas pode-
rão encontrar sombra e descanso. Mulher, sua casa tem
sido um lugar de sombra e descanso? A Bíblia fala que
a mulher é o esteio do lar. Será que seu marido, quando
termina seus afazeres, deseja ir para casa? Será que seus
filhos, quando terminam a escola, ficam doidos para vol-
tar para casa por ser um lugar gostoso de se estar? Sua
casa é um lugar de sombra e de descanso, ou a sua casa
é um lugar de conflito?

A casa de Abraão era um lugar de descanso. Sa-


bemos disso porque ele foi até aqueles homens, que es-
tavam cansados, e ofereceu descanso. Acontece, porém,
que algumas casas são lugares de descanso e de sombra,
mas só para os estranhos. É um lugar agradável para re-
ceber visitas. Isso não é totalmente ruim, pois em He-
breus lemos que devemos praticar a hospitalidade por-
que, muitos, sem saber, receberam anjos e esse foi o caso
de Abraão. Nós, brasileiros, em geral, nos relacionamos
com facilidade e gostamos de tratar as pessoas muito
bem, principalmente os visitantes. É parte da nossa cul-
tura. Mas não podemos esquecer os que moram ali.

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cassio vitoria nos relacionament77 77 4/7/2007 09:47:29


Pare para pensar: Seu filho tem liberdade em
casa? Você pode justificar: “Ah! Mas a casa é minha e
do meu mando”. Não é verdade. A sua casa é também
dos seus filhos. Será que eles têm tido prazer em viver
lá e compartilhar isso com seus amigos? Você homem,
tem construído isso, ou acha que receber os amigos dos
seus filhos gasta muito e vocês já estão vivendo muito
apertados?... “É tudo tão caro”. “É tão difícil fazer um
almoço de domingo...”. Mas nós não podemos deixar a
essência da família se perder, o sentar-se à mesa juntos
e compartilhar. Somos tentados a pensar: “Nossos filhos
vão casar e nós vamos mudar para um flat”. Eu mesma
já me peguei pensando assim. Mudar para um flat onde
não temos que nos preocupar com nada, só com a nossa
vida, seria um sonho. Você e seu marido ficariam bem,
mas seu neto não teria aonde ir.
O lar de um homem e uma mulher que têm Deus é
um lugar de sombra onde as pessoas chegam e se sentem
bem. O seu lar tem sido assim para os seus filhos, para
seu marido, para você? Às vezes, o marido torna o lar
um tormento. Ele chega em casa igual aquele “fiscal do
governo”, com muitas cobranças, quando na realidade
seu desejo é conversar.
Um lar que Jesus visita é um lar onde há sombra
e descanso. Jesus valorizou isso. A Bíblia diz que Jesus
amava ir à casa de Lázaro, Marta e Maria. E, porque ele
gostava de ir lá, surgiu uma amizade maravilhosa. O dia
que Lázaro morreu, todos sabiam que quando Jesus sou-
besse, iria fazer alguma coisa, pois era seu amigo. Todas
as vezes que Jesus subia da Galiléia para Jerusalém, ele
tinha que passar em Betânia, pois era caminho. E, muitas

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vezes, Jesus dormia na casa de Lázaro. A casa de Láza-
ro, Marta e Maria se tornou um lugar de proteção para
Jesus. Se Lázaro não tivesse aberto a sua casa, não teria
experimentado a ressurreição, porque quando falassem
para Jesus: “Morreu um homem chamado Lázaro”, Ele
não saberia quem era. Todavia, a Bíblia diz que quando
Ele soube, chorou, pois amava Lázaro. Jesus se lembrou
do quanto ele era um amigo especial. Um lugar de prote-
ção contra o sol e um lugar de amizade.

Um desses dias alguém estava compartilhando:


“Eu não sei o que está acontecendo comigo, porque eu
não ligo mais para o jogo de futebol. Eu costumava mor-
rer se não assistisse ao jogo”. Eu falei: “Suas prioridades
mudaram. Sua família hoje é mais importante que seu
jogo de futebol”. O dia que sua família for mais impor-
tante que seu jogo de futebol, de vôlei, de peteca, de tê-
nis, seja o que for, a sua casa vai ser um lugar preparado
para que Jesus possa estar. A sua família estará cumprin-
do o projeto para o qual Deus a preparou.

O segundo propósito: a família é um lugar onde


as pessoas se sentem bem-vindas e são especiais pelo
que são e não pelo que fazem.

Eu acredito que a casa, o lar, a família, é o único


lugar onde a produtividade não deveria ser cobrada. As
pessoas deveriam ser amadas pelo que elas são. Você é
querido e amado pelo que você é. Não é pelas notas que
você tira. As pessoas são amadas pelo que elas são.

Vocês viram que Abraão saiu correndo e, sem es-


perar que aqueles três homens pedissem um lugar para

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ficar, ele lhes ofereceu. Você gosta quando chega num
lugar e as pessoas se movimentam para o deixar confor-
tável? Quando você chega numa loja e os vendedores o
recebem na porta, você fica animado, não? Não estou
falando daquele vendedor chato, mas aquele que diz:
“Seja bem-vindo e fique à vontade”. Os lojistas deve-
riam treinar seus funcionários para receberem as pessoas
dizendo: “Entre e fique à vontade”. É o suficiente para
você relaxar e saber que você é bem-vindo. Todos nós
precisamos nos sentir bem-vindos. Faça com que seus
filhos se sintam bem-vindos em casa. Mulher, faça com
que seu marido se sinta bem-vindo. Homem, faça com
que sua mulher se sinta bem-vinda cada vez que entrar
na sua casa.

Na cultura judaica existe um costume em que, to-


das as vezes que os pais passam pelos seus filhos, eles
os abençoam. Todas as vezes e todos os dias. Não é a toa
que os judeus conquistam o que conquistam no mundo.
Eles sabem quem eles são. A família é o elemento de
maior influência na definição de quem você é. A sua fa-
mília define quem você será amanhã. Você pode pensar:
“Mas a minha família foi um horror, e eu estou sendo
diferente”. Quer saber por que você está sendo diferen-
te? Porque a sua família foi um horror. Você não quer ser
igual. Pelo bem ou pelo mal você está olhando para sua
família. Ela é o ponto de referência.

Um dos mais conceituados terapeutas de famílias


do Brasil escreveu um livro muito interessante que se
chama: “A Família é deus”. Ele fala de como a família
tem um poder determinante na vida das pessoas.

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Você tem feito com que seus filhos se sintam em
casa ou você vive reclamando de tudo o que eles fa-
zem?

O terceiro propósito: a família é um lugar de


parceria.

Nós vivemos no século XXI, a palavra do mo-


mento nas grandes empresas multinacionais, e nas pu-
blicações da área de relações humanas é parceria. O que
significa dizer que a família deve ser um lugar de parce-
ria? Olhe o que Abraão fez: Abraão era o administrador
da casa. Muitas vezes é a mulher, mas nesse caso era
Abraão. Quando ele viu os três anjos, correu para Sara
e falou: “Sara, prepare o pão”. Mas depois ele não se
sentou e ficou papeando, como muitos maridos fazem.
Olhem o versículo 7: Abraão, por sua vez correu... Mas
ele não correu para sentar, ouviram maridos? Às vezes
fica difícil para a mulher receber convidados porque ela
tem que fazer tudo sozinha. Ela faz as compras, define o
cardápio etc. Quando os convidados chegam, ela já está
morta de cansada.

Você tem vivido uma parceria no seu casamento?


Abraão vivia essa parceria já há quatro mil anos atrás e
nós, no século XXI, estamos vivenciando o machismo.
Você já pensou quanto nós estamos atrasados? Às vezes
acho que nós estamos involuindo. Abraão correu e foi fa-
zer o que era para ele fazer. A Bíblia diz que ele mandou
que o servo matasse o animal, mas ele serviu e ficou em
pé. Na cultura daquela época, a mulher não comia junto
com os homens, mas Abraão também não se sentou. Ele
serviu e ficou em pé esperando. Sabe o que eu vejo aqui?

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Um trabalho em equipe. O que Deus tem para as famílias
no século XXI é parceria. Um casamento é inteiro quan-
do existe parceria. Sara fez os pães, o marido escolheu
a ovelha e a mandou matar. Tem havido parceria no seu
casamento? Alguns maridos podem responder: “Tem.
Eu trabalho e ela gasta”. Há muitos casamentos assim.
Tudo bem se existe acordo entre os dois. “Ela trabalha e
eu trabalho e nós dividimos as tarefas”. Pensem agora:
“Eu tenho sido parceiro de minha esposa? Eu tenho sido
parceira de meu marido?” Ou é cada um para um lado?
Sabem por que muitos casamentos acabam? Porque os
cônjuges resolvem competir entre si em vez de serem
parceiros.

Os três homens, que Abraão até então não sabia


quem eram mas recebeu-os porque era hospitaleiro,
foram mensageiros do cumprimento da promessa que
Abraão esperava por cinqüuenta anos, seu filho Isaque.
A bênção de Deus veio por aqueles homens. As pessoas
que estão perto de nós são as pessoas que nós precisamos
ter ao nosso lado para vivenciar o propósito de Deus em
nossas vidas. Acredite no seu marido. Acredite no seu
filho. Acredite na sua esposa. Acredite na família. E o
propósito de Deus vai se cumprir. Eu creio que a família
é um lugar onde os milagres acontecem. Você quer que
sua família seja um lugar de milagres?

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O Propósito da Família
Parte 2

Quarto propósito: a família é um lugar de acei-


tação, de apoio, de segurança, de limite e de respeito.

O texto de Romanos 15:1-7 diz: “Nós que somos


fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não
agradar-nos a nós mesmos. Portanto cada um de nós
agrade ao próximo, no que é bom para edificação. Por-
que também Cristo não se agradou a si mesmo, antes
mesmo, como está escrito: as injúrias dos que te ultra-
javam caíram sobre mim. Pois tudo o que outrora foi
escrito para nosso ensino, foi escrito a fim de que, pela
paciência e pela consolação das Escrituras tenhamos
esperança. Ora, o Deus da paciência e da consolação
vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros,
segundo Cristo Jesus, para que concordemente e a uma
voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo. Portanto, acolhei-vos uns aos outros como tam-
bém Cristo nos acolheu para a glória de Deus”.

A tônica principal desse texto é a aceitação. Nós


vivemos em um mundo onde os fracos são deixados de
lado, onde os menos inteligentes não têm muito espaço e
onde os menos dotados dão espaço para os mais dotados.
É o que a gente chama da seleção natural da vida. Paulo
nos traz uma mensagem diferente, que é a mensagem

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que deve estar dentro dos nossos lares. No mundo existe
a seleção natural, mas na Casa de Deus existe a aceitação
total. E a família é uma extensão da Casa de Deus.
Paulo diz que nós, que somos fortes, devemos su-
portar a debilidade dos fracos. Eu acho que todos nós já
passamos por alguma situação em que, estando diante
de alguma pessoa, na família, na escola ou no trabalho,
uma questão é colocada e alguém não consegue entender
o que está sendo falado, mas você entende claramente.
Como se costuma falar: “Quando alguém está indo com
milho, você já está voltando com o angu”. Uns tem uma
facilidade muito grande de pensamento, mas outros não.
É exatamente sobre isso que Paulo está falando.
Isso é comum nos casamentos. É comum o homem
ter uma mente mais racional. Não que as mulheres não
sejam racionais, mas Deus nos dotou de mais emoção
para trazer equilíbrio. Há muitas mulheres que desejam
ser menos emocionais. Desenvolva seu raciocínio, mas
não peça a Deus para tirar o seu emocional. O seu papel
de mulher, emocional, traz equilíbrio à sua família.
Paulo fala sobre isso: nós que somos fortes deve-
mos suportar as debilidades dos fracos. Aceitação é isso!
Vencer as dificuldades e aceitar todas aquelas caracterís-
ticas difíceis do temperamento do seu cônjuge, dos seus
filhos, dos seus pais, do seu noivo ou do seu namorado.
É bom que os conflitos comecem no namoro. É bom que
eles apareçam. É bom que os problemas comecem antes
do casamento para que possam ser resolvidos.
Eu tenho visto que a família muitas vezes tem sido
destruída porque as pessoas não se dão tempo para se co-

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nhecerem. E é muito importante que você saiba de uma
coisa: seu filho, sua filha, sua esposa, seu marido, ou as
pessoas da sua família que você ama, nunca serão iguais
a você. A psicologia mostra que famílias simbióticas são
famílias doentes. A família simbiótica é aquela onde to-
dos são iguais. Todos têm o mesmo temperamento. To-
dos reagem à vida da mesma forma. Todos reagem ao
momento do mesmo jeito. Isso não é saudável. Se você
tem filhos diferentes, bem diferentes uns dos outros,
pode se sentir aliviado. O seu lar está mais saudável do
que você imagina. Um lar onde as pessoas são diferentes
é um lar onde as pessoas têm liberdade. E um lar que tem
liberdade é um lar que tem aceitação.
Uma coisa muito importante para que seu lar seja
um lar com propósito é o seguinte: aceite cada membro
como eles são e não espere que eles sejam como você.
Saiba, porém que essas coisas não acontecem natural-
mente, mas são fruto de trabalho. Por isso eu gostaria de
lhe dar uma tarefa: aliste quais são os pontos negativos
na personalidade do seu marido, ou da sua mulher, que
te irritam profundamente, mas você precisa aprender a
aceitar. E você vai começar a orar por aquilo e pedir, não
que Deus mude o seu cônjuge, mas que Ele mude a sua
atitude em relação a esses pontos. Você terá uma sur-
presa. Quando a gente muda a nossa atitude em relação
aos outros, os outros tendem a mudar. As pessoas não
mudam quando você exige mudanças, mas elas mudam
quando você muda.
Muitos pais chegam para mim e falam que seus
filhos são frios e distantes. E eu pergunto a eles: “Como
vocês são com seus filhos? Da forma como você reage

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com seus filhos, eles vão reagir com vocês”. E eu tenho
uma notícia para os maridos: o jeito que você tratar sua
esposa, seus filhos vão tratar você. Eles estão atentos. Se
você é um pai e um marido frio, os seus filhos vão ser
frios com você. Na maioria das vezes é assim porque
eles aprendem com você. Eles aprendem com o modelo,
e o pai é o maior deles.

Nós buscamos o tempo todo aceitação, mas te-


mos uma dificuldade muito grande de aceitar. Olhem o
texto de Romanos 5:8: “Mas Deus prova o seu próprio
amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por
nós sendo nós ainda pecadores”. A Bíblia diz que Jesus
morreu por nós porque nós éramos perfeitos? Não. Mas
diz que Deus olhou e viu a nossa transgressão e, mesmo
assim, nos aceitou. Isso é um princípio tremendo para
qualquer relacionamento a dois: aceitação. Eu amo e sir-
vo a esse Deus porque Ele me ama e me aceita como eu
sou, com todos os meus defeitos e limitações.
Você precisa demonstrar amor à sua família ape-
sar das suas falhas. Quando eles falham, é preciso haver
correção. Mas deixe-me falar uma coisa: pai corrige fi-
lho, mas marido não corrige esposa e esposa não corrige
marido. Esse não é o propósito de Deus. O propósito de
Deus é que você aceite seu marido ou sua esposa com as
suas limitações. Porque quando você aceita as limitações
dele ou dela, dá ao outro liberdade para crescer. Quando
você aceita seu filho como ele é, você dá liberdade para
ele crescer.
As pessoas não são como nós gostaríamos. Estou
repetindo porque esse é um segredo que nós precisamos

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aplicar na nossa vida aos nossos relacionamentos. Há
muita gente sozinha. Há muitos casamentos em que os
cônjuges estão solitários no relacionamento com o outro.
Eles não sabem nada da vida um do outro, não sabem
das aspirações, das dores, dos desejos do outro. Você já
perguntou ao seu cônjuge quais são os alvos dele para
esse ano? É mais fácil perguntar para sua amiga da reu-
nião de célula ou para seu discípulo, do que para o seu
cônjuge ou seu filho. Por quê? Porque, com certeza a
lista dele é bem diferente da sua e nós temos dificuldade
de aceitar isso.

Deus nos aceita como nós somos. Nós precisamos


da ajuda dEle para aceitarmos uns aos outros. Tome a
decisão de aceitar as pessoas que estão perto de você, a
começar pelo seu cônjuge. Algumas pessoas têm tanta
paciência com empregados e tão pouca paciência no seu
lar. Têm tanta paciência com as pessoas de fora, mas não
permitem que as pessoas de dentro errem.

Nós não somos perfeitos e também precisamos de


aceitação. Sabemos, portanto, que aquilo que damos,
recebemos. O que você tem semeado no seu lar? Acei-
tação? Você tem semeado amor? Compaixão? Perdão?
Alguns dizem: “Mas se eu perdoo muito, a pessoa vai
ficar sem-vergonha”. Eu lhe digo: se você perdoa muito,
ele vai ficar é com vergonha e vai começar a mudar. Ex-
perimente. Você quer mudança? Perdoe, aceite a pessoa
como ela é, não tente mudá-la. Não tente mudar a dire-
ção do rio, porque você não vai conseguir.

Existe um segredo. Deus, o Espírito Santo, é pode-


roso para fazer mudanças quando você ora. Por isso ore

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pela lista que você fez: “Senhor, essas coisas são difíceis
para eu aceitar, mas te peço que tu me ajudes a mudar
minha atitude e eu possa aceitá-lo(a) como ele(a) é”.

Sabemos que o que nos incomoda nos outros é o


nosso defeito refletido neles. De maneira geral, aquilo
que o incomoda no seu cônjuge ou no seu filho é o seu
defeito que você vê nele. É duro falar isso. Nós temos uma
dificuldade muito grande de nos aceitar. Você precisa, em
primeiro lugar, saber que Deus o aceitou como você é para
você se aceitar e poder assim aceitar o outro.

A família é um lugar de aceitação, é um lugar onde


a gente pode ser a gente mesmo. É um lugar onde a gente
pode se esconder quando o sol está quente. É uma som-
bra gostosa. Família é lugar de apoio.

Veja o que o texto de Gálatas 6:1 diz: “Irmãos, se


algém for surpreendido em alguma falta, vós que sois
espirituais, corrigi-o com espírito de brandura. E guar-
da-te para que não sejas tentado. Levai as cargas uns
dos outros e assim cumprireis as leis de Cristo”.

Quinto propósito: a família é um lugar de


apoio.

O que é apoio? Apoio não é silêncio, e não são


palavras negativas. Apoio é envolver a outra pessoa com
palavras e com ações. Você tem se envolvido e apoiado
seu filho ou seu cônjuge? Você tem apoiado os projetos
de vida dele, mesmo que você não concorde? Você pode
dizer: “Mas eu queria que meu filho fosse médico e ele
decidiu fazer Publicidade”. O sonho é do seu filho. Mui-

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tas vezes o filho tem que cumprir o sonho do pai. Não
queira isso para o seu filho. Se você deseja ser médico,
vá fazer vestibular e “ralar” oito anos na faculdade. É
assim que funciona. Seu filho não quer ser médico. “Ah!
Mas na minha família alguém tem que ser médico...”.
Quem sabe é você quem tem que ser médico. “Mas eu já
estou velho, estou com trinta e poucos anos...”. É sempre
tempo de você ir atrás do seu sonho. “Vá para a univer-
sidade! É tão fácil passar!”. Não é assim que você fala
para o seu filho?

Família é lugar de apoio. Você tem apoiado os pro-


jetos de seu marido, da sua esposa, de seus filhos? “Mas
meu filho tem seis anos e o projeto dele é entrar no time
de futebol”. É um projeto e ele precisa do seu apoio. Às
vezes o projeto do seu filho é conquistar um determi-
nado amigo. “Mãe, tem um menino na minha sala que
eu gosto muito dele, mas ele não gosta de mim”. Você
então fala: “Você pode conquistá-lo, meu filho”. E você
ajuda o seu filho. É tão simples, não é? É assim que a
vida funciona!

Se nós pudéssemos fazer isso nas nossas famílias,


o nosso mundo seria melhor. Eu acredito que nós pode-
mos fazer isso dentro das nossas casas. A nossa família
pode ser um lugar de apoio. É o que nós fazemos na
igreja. Nós o recebemos e ajudamos a crer no Deus todo
poderoso, como Pai, e em você mesmo. Não é isso que
você escuta sempre na igreja? Que você é capaz, que
você pode, que você é filho de Deus?

Estava lendo sobre uma cientista que vai ser pre-


miada em Paris por um estudo do genoma, e ela disse

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que não poderia ter concluído o que concluiu se o ma-
rido não tivesse tomado a frente financeira da família.
“Se eu tivesse ainda que trabalhar para dividir o susten-
to da casa, eu não poderia continuar. Mas ele assumiu
para que eu pudesse estudar e me dedicar”, disse ela. Eu
pergunto: Esse sucesso é só dela? Claro que não. É um
sucesso familiar. Muitos casais vivem uma briga pelo
poder. Acham que o sucesso de um parceiro é somente
dele. Esquecem que o casal trabalha em equipe. Quando
seu marido tem sucesso, você tem sucesso. Quando a sua
esposa tem sucesso, você tem sucesso. Quando seu filho
tem sucesso, você tem sucesso. É o que a Bíblia diz: le-
vando as cargas uns dos outros.

Vamos aprender, ao chegar em casa à noite todos


os dias, a perguntar para os outros como foi o dia deles.
Como foram as vendas na loja? Como foi o movimento
no restaurante? Como foi a aula que você deu? Relacio-
namento é isso. Pergunte ao seu filho: “Como foi seu dia
na escola?” Talvez, no início, seu filho não queira fa-
lar. Ele vai estranhar, pois nunca viu você perguntar. Ele
poderá pensar: “Meu pai ficou doido depois que virou
crente”. Mas não desista! Continue! “Mas meu filho não
mora comigo, estou no segundo casamento”. E para que
existe telefone? Ligue e pergunte: “Filho, como foi seu
dia? Como estão as coisas?” Sem isso ninguém sobrevi-
ve. “Mas eu sobrevivi sem isso. Eu consegui ser alguém
e nunca recebi isso na minha casa”. Você estará sendo
egoísta ao pensar: “Eu não recebi, então eu não posso
dar”. Se você chegou até aqui sem apoio, onde poderia
ter chegado se tivesse amor, respeito e aceitação? Você
seria uma pessoa muito melhor.

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O grande desafio para a família é que ela possa ser
um lugar de aceitação. Aceitação essa que começa den-
tro do nosso coração. Pergunte para o seu cônjuge todos
os dias como foi o seu dia. Pergunte se ele tem algum
motivo específico pelo qual deseja que você ore.

Eu fiquei muito triste quando ouvi na faculdade


uma estatística que dizia que o grande problema do sé-
culo XXI não vai ser o dinheiro, nem a tecnologia, nem a
doença física, mas a saúde mental. Isso porque o homem
se isolou. O homem vive sozinho e nós, como igreja,
temos a responsabilidade de mudar isso. Deus falou em
Gênesis 2:18: “Não é bom que o homem esteja só”. É
bom estar junto, é bom ter família, é bom ter filhos, é bom
ter netos. Há muita gente iniciando a própria família, então
comece sabendo que a família é um presente de Deus.

Família é um lugar de descanso. Família não é


chato. Família é um lugar de amor. Família não é só
cobrança. Família é um lugar de aceitação. Saiba que
Deus acredita em você. Se ninguém acreditou em você
até hoje, saiba que você tem um Deus, você tem um Pai
todo poderoso que acredita. Meus pais não acreditaram
em mim, mas Deus sim. Ele acreditou em mim e me deu
uma chance. Deus também acredita em você. Mais tarde,
eu encontrei pessoas, inclusive meu marido, que acre-
ditaram em mim. É assim que a vida funciona. Vamos
escrever uma nova história. Nosso lar vai ser um abrigo
para alcançar outras vidas, um lugar de paz, um lugar de
amor.

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Família Vencedora

No livro de Rute 1:1-6 lemos: “Nos dias em que


os juízes governavam, houve fome na terra. Pelo que um
homem, de Belém de Judá, saiu a peregrinar no país de
Moabe, ele, sua mulher e seus dois filhos. Chamava-se
esse homem Elimeleque e sua mulher Noemi. E seus dois
filhos se chamavam Malon e Quilion e eram Efrateus, de
Belém de Judá. Tendo entrado no país de Moabe, fica-
ram ali, e morreu Elimeleque, marido de Noemi, e ficou
ela com seus dois filhos, os quais casaram com mulheres
moabitas; uma delas se chamava Orfa e a outra Rute. E
moraram ali quase dez anos. E morreram também os dois
Malon e Quilion, os dois filhos de Noemi, ficando assim a
mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido.
Então se levantou ela com as suas noras para voltar do
país de Moabe, porquanto nessa terra tinha ouvido que o
Senhor tinha visitado seu povo dando-lhe pão”.

Eu gostaria de falar sobre famílias vencedoras e


poderia ter escolhido um homem para ser a principal fi-
gura da mensagem, mas preferi escolher Noemi. Escolhi
uma mulher para ilustrar este estudo. Paulo afirma, em
Gálatas, que Deus não faz acepção de pessoas, para Ele
não existe rico ou pobre, branco ou preto, escravo ou
livre, homem ou mulher. Deus nos olha com os mesmos
olhos, como filhos e filhas dEle. Ele não faz essa sepa-
ração de gêneros. Claro que Deus olha para mim e sabe

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que eu sou mulher. Ele conhece as minhas limitações e
os meus talentos. Olha para você, homem, e sabe das
suas limitações e dos seus talentos, mas não faz acepção
de pessoas com respeito ao destino das nossas vidas.

Noemi se torna a figura principal dessa família de-


pois que uma catástrofe assola sua casa. A Bíblia relata
que, para fugir da adversidade, da fome e da morte imi-
nente, aquele homem, como um bom homem que quer
saciar sua família, vai para Moabe. Ele viu que em Belém
de Judá, onde morava, ele não teria condições de manter
a sua família viva e com saúde. Ele havia ouvido dizer
que em Moabe, uma terra distante, havia pão, e mais do
que depressa chamou a sua esposa e disse: “Olha, se nós
continuarmos aqui, nós vamos perecer, por isso nós va-
mos para uma outra terra mesmo sabendo dos perigos
que poderemos enfrentar”. Eu creio que Deus sempre
abençoa aquela pessoa decidida a vencer, portanto, se
você quiser vencer, Deus vai lhe abençoar, pois Ele quer
fazer de cada um de nós famílias vencedoras.

Fugindo da adversidade, Elimeleque, Noemi e os


dois filhos foram para Moabe, mas depois de algum tem-
po que estavam ali, ele veio a falecer. Foi um grande
choque para Noemi, pois ela havia pensado que naquela
terra eles estariam protegidos. Eles podiam ter ficado em
Israel e crer que Deus poderia suprir. Mas eles olhavam
com olhos naturais e, para que nós tenhamos famílias
vitoriosas, nós não podemos ter olhos naturais e sim es-
pirituais.

A Bíblia fala que o primeiro choque para Noemi


foi a morte de Elimeleque. Ela ficou viúva com seus dois

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filhos. Quando eles casaram, ela pensou: “Deus vai me
dar a oportunidade de ter uma família porque meus fi-
lhos se casaram e vão me dar netos”. Mas ela não teve
oportunidade de ver um neto sequer, porque os dois fi-
lhos dela vieram a falecer.

Quando lemos essa história, pensamos: “Meu


Deus, como é que pode tanta tristeza numa só família?”
Deus falou comigo que a família de Noemi representa
a família do século XXI. A família que está ferida. Eu
sei que muitos de vocês passam por problemas. Talvez
você não tenha perdido seu marido ou sua esposa por
falecimento, mas por um divórcio ou por abandono. Tal-
vez tenha perdido seu filho não por morte, mas porque
ele rompeu com você e foi embora de casa. Estamos vi-
vendo dias onde as famílias estão se esfacelando. A Bí-
blia nos mostra que Noemi não ficou apática. Todos nós
passamos por adversidades, somos provados, passamos
por situações difíceis. Cada um à sua maneira, mas todos
enfrentamos problemas.

Eu nunca me esqueço da palavra que ouvi de um


homem de Deus, há vários anos atrás, quando eu passava
por um período muito difícil da minha vida. Eu estava
passando por uma crise muito profunda onde eu questio-
nava se valia a pena gastar a minha vida no ministério.
“Há tanta traição, os seres humanos são falsos, a gente
quer servir a Deus e as pessoas se aproveitam da gente”,
eram os meus pensamentos. E aquele homem de Deus,
vindo lá da Nigéria, falando para pastores, disse: “Pas-
tores, se vocês não querem ter problemas, vão fundar
suas igrejas no cemitério, porque só os mortos não darão

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problemas”. Eu quero falar para você que tem uma famí-
lia e vive nesse mundo: você vai passar por aflições. É
inevitável! Mas olhe o exemplo de Noemi, que apesar de
seus problemas, não ficou paralisada.

O versículo seis diz: “Então ela se levantou com


suas noras”. Ela não ficou prostrada! A situação que ela
viveu, a catástrofe que ela enfrentou com a morte do seu
marido e de seus dois filhos, não deixou Noemi desani-
mar. Ela pensou: “Eu estou viva, e, por amor àqueles que
morreram, eu vou continuar vivendo”. Diante de gran-
des perdas, como a de Noemi, muitos acham que têm
que desistir da vida. Ela se tornou um grande exemplo,
pois não desistiu.

O texto de Hebreus 13:6 e 7 diz: “Assim, afirme-


mos confiantemente: o Senhor é o meu auxílio, não te-
merei; que me poderá fazer o homem? Lembrai-vos dos
vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus;
e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai
a fé que tiveram”. Eu vejo Noemi assim. Noemi olhou
para um lado e para o outro e viu que não havia mais
ninguém com ela a não ser as duas mulheres, suas noras.
Ela certamente pensou: “O Senhor é que me ajuda e eu
não temerei, mas levantarei e voltarei para minha terra
para reconstruir a minha vida”. Não importa a situação
que você tem vivido, não importa o seu passado. Eu sei
que a maioria de nós é sobrevivente de famílias destruí-
das, de situações que enfrentamos tão difíceis quanto as
de Noemi. O nosso problema é que nos fixamos muito
no fracasso. Pare de olhar para o fracasso! De quatro
casamentos em Brasília, três terminam em divórcio. E

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você fica olhando para isso. Não olhe para os que fra-
cassaram, mas olhe para aquele que permaneceu. É isto
que a Bíblia diz. Olhai, atentando para o êxito da sua
carreira. Deus é um Deus que quer conduzir você em
vitória, mesmo que esteja passando por um momento de
grande aflição em casa. O diabo tenta roubar, mas sabe
de quem ele desiste? Ele não desiste daquela pessoa que
grita, porque ele não tem medo de grito. O diabo desiste
daquele que persevera.

O escritor de Hebreus nos exorta a imitar-lhe a fé.


Vamos imitar a fé de Noemi. Vamos imitar a fé de José. Os
homens deveriam ler a história de José freqüentemente.
José foi um homem que foi banido de sua casa e vendido
pelos seus irmãos. Um homem que viveu muita desgra-
ça em sua vida mas, de repente, se tornou o governador
do Egito. Não importa como você vai chegar, mas Deus
vai levar você até lá. Geralmente nos preocupamos em
como Ele vai fazer. José, durante seu tempo na cadeia,
devia pensar em como ele poderia ver o seu sonho se
cumprir e seus irmãos se curvarem diante dele. O como
não compete a nós, mas a Deus. O que compete a nós é
crer. Crer e permanecer com os olhos nEle. A Bíblia diz
o seguinte nos versículos 7 e 8: “Olhai firmemente para
o êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé. Jesus Cristo é o
mesmo ontem, hoje e eternamente”.

Eu desafio você. O mesmo Deus que interveio na


vida de José e na vida de Noemi pode intervir na sua.
Deus fez o impossível na vida daquela mulher. Ela não
tinha mais marido, nem seus dois filhos, mas Deus usou
sua nora para lhe dar um neto, que veio a se tornar o avô

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de Davi. O grande rei Davi veio da descendência dessa
mulher. O sangue que corria nas veias de Davi era san-
gue moabita. A bisavó de Davi viveu como uma mendi-
ga quando acompanhou sua sogra de volta a sua terra. A
Bíblia diz que ela sobrevivia recolhendo as espigas que
caíam no campo durante a colheita. E um dia a graça de
Deus se estendeu para ela.

A graça de Deus se estendeu para Rute por cau-


sa de Noemi. Noemi decidiu não ficar sentada chorando
a morte de seu marido. Ela chorou o tempo que tinha
que chorar, mas a Bíblia diz que “ela se levantou”. Eu
quero desafiar você a se levantar da sua acomodação.
Levanta desse espírito negativo que está corroendo você.
“Minha esposa nunca vai mudar!”. “Meu marido nunca
vai mudar!”. “Meus filhos nunca vão mudar”. Põe isso
para fora da sua vida e comece a declarar: “O meu Je-
sus é o mesmo ontem, hoje e eternamente. O meu Jesus
não mudou. O meu Deus é o mesmo Deus de Noemi.
O meu Deus é o mesmo que restaurou a Noemi tudo o
que ela perdeu”. Mas se prepare, pois Deus não vai fazer
como você quer. Você não manda em Deus. Às vezes
nós achamos que nós mandamos em Deus por causa da
oração. Você jejua e ora e acha que Deus vai lhe obe-
decer. É certo que a oração move a mão de Deus, mas
chegou a hora de você descer desse lugar que você tem
se colocado, de ficar disputando lugar com Deus. Muita
gente disputa o trono com Deus. Enquanto você estiver
disputando o trono com Deus, querendo reger sua vida e
dominar as pessoas, você não vai conseguir nada. Diga
para Deus: “Eu quero entregar a minha vida totalmente
em suas mãos e eu não vou ficar prostrado, mas vou lu-

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tar. O Senhor me colocou nesse lugar, o Senhor me deu
esse trabalho. O Senhor me deu esse casamento”. Seja
em que área for que você estiver passando por crises;
assim como Noemi não se prostrou diante de tanta dor,
você também não se prostrará. Muitas vezes nós ficamos
prostrados por coisas tão pequenas, mas chegou a hora
de colocarmos a nossa fé em prova.

“Senhor, ninguém me tira dessa posição. Senhor,


eu creio e eu quero imitar os vencedores”. É isso que
o escritor de Hebreus fala: olhai para os vossos guias,
homens e mulheres de Deus que viveram e não depende-
ram de seres humanos. Quem dependeu de seres huma-
nos, morreu. O marido de Noemi dependeu do homem,
dele mesmo, da força dele e morreu em Moabe. Noemi
dependeu de Deus, voltou como se fosse uma mendiga e
Deus a tornou parte da história de Davi. Você quer fazer
parte de uma grande história?

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As Chaves para o Sucesso
no Casamento

O texto de Eclesiastes 4:7-9 e 11 nos revela algu-


mas das principais chaves para o sucesso de um casa-
mento. Ele diz: “Descobri outra situação absurda de-
baixo do sol: havia um homem totalmente solitário; não
tinha filho, nem irmão. Trabalhava sem parar! Contudo,
os seus olhos não se satisfaziam com a sua riqueza. Ele
sequer perguntava: para que estou trabalhando tanto,
e por que razão deixo de me divertir? Isso também é
um absurdo; um trabalho por demais ingrato! É melhor
ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a
recompensa do trabalho de duas pessoas. E se dois dor-
mirem juntos, vão manter-se aquecidos. Como, porém
manter-se aquecido sozinho?”

Entendemos que o casamento é a base da família.


O homem e a mulher, pai e mãe, é que formam a base da
família, então as duas chaves principais que precisamos
entender, mas que muitos não entendem, enfraquecendo
com isso seu casamento, são:

1) Acreditar, como marido ou como esposa, que


você está no lugar certo. Você deve pensar que está no
melhor lugar que você poderia estar.

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2) Saber que você está com a pessoa certa e agra-
decer a Deus por estar casado com ela.

A Bíblia diz em Provérbios 18:22 que quem acha


uma boa esposa, alcançou o favor do Senhor. Hoje em
dia não é fácil achar uma boa esposa para se casar. O me-
lhor lugar para você achar uma boa mulher é dentro da
Igreja porque ela terá princípios e entendimento do que
é ser uma mulher e como ser uma esposa.

De uma forma bem-humorada, alguém comparou


o casamento com uma fortaleza. As pessoas que estão
dentro da fortaleza estão doidas para sair, e as que estão
de fora, observando a fortaleza, estão doidas para entrar.
Os solteiros fazem campanhas de oração para achar um
companheiro, e há muitos casais fazendo campanhas de
oração para ver se realmente querem ou não continuar
no casamento. Encontramos todos os dias essa dicotomia
emocional, e eu acredito que essa divisão de anseios tem
feito muito mal a esta instituição chamada casamento.

O autor de Eclesiastes mostra o valor de você ter


um casamento com companheirismo. O verdadeiro ca-
samento proporciona isso a você. Todavia, ele não acaba
com o seu problema de solidão ou com seus sentimentos
de menos valia. O casamento não resolve seus proble-
mas de falta de pai e de mãe, ou seus problemas de auto-
estima. Na realidade, casamento não resolve problemas
interiores de ninguém!

Muitos casamentos se desfazem porque os parcei-


ros não entram no relacionamento preparados para dar.
Eles entram no casamento pensando somente em rece-

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ber, pois se sentem carentes. Casam, mas não conseguem
esse suprimento com o marido ou esposa. Quando vêm
os filhos, tentam, de uma forma equivocada, transferir
para eles todas as suas expectativas de suprimento.

Você pode estar dizendo: “Eu reconheço que errei,


mas agora, que eu já estou casada, como é que eu faço?”
Creio que é hora de você parar e começar a administrar
seus problemas, e a investir na sua vida pessoal, espiri-
tual, e emocional. Em suma, descobrir quem você é, e o
que você quer da vida.

O casamento não resolve seus problemas, pelo


contrário, muitas vezes os acentua. Por exemplo, uma
mulher sai de casa porque o pai é alcoólatra, e ela can-
sada de apanhar, de ver a mãe apanhar, ou de ver o pai
perder tudo, encontra alguém e pensa: “É a chance de
resolver a minha vida!” Depois de anos ela descobre que
aquele bebedor social não é um bebedor social, mas é
um alcoólatra, um viciado em álcool igualzinho ao seu
pai. Quando num relacionamento você não está inteiro,
não tem o espírito resgatado, não tem projetos de vida, a
tendência natural é buscar um relacionamento nos mol-
des familiares conhecidos, seja bom ou ruim.

Eu tenho me perguntado porque nós, seres huma-


nos, temos tanta dificuldade em aceitar e vivenciar o mo-
mento presente. Lembrando a comparação da fortaleza,
por que os solteiros têm tanta dificuldade de vivenciar a
vida de solteiro? Por que os casais têm tanta dificuldade
de vivenciar o casamento? Deus não nos criou para vi-
vermos sós, mas nos deu o desejo e a necessidade de nos
relacionarmos, de vivermos juntos, de fazermos trocas.

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A Bíblia diz em Eclesiastes 4:9 e 10 em outra versão:
“Melhor serem dois do que um, porque têm melhor paga
do seu trabalho, porque se caírem, um levanta o com-
panheiro, ai porém do que estiver só, pois caindo não
haverá quem o levante”.

Eu atendo pessoas de diversos lugares, e fico im-


pressionada com o fato delas viverem os mesmos tipos
de problema. Normalmente, quando os casais passam
por dificuldades, eles são covardes e logo querem aban-
donar o barco. Vejo isso todo dia. O casamento começa
a ter conflito e as pessoas querem desistir. Isto acontece
também com quem ainda não casou. Quando aparece um
conflito com seu líder, com seu namorado, com sua mãe,
com seu pai, você quer logo ir embora.

Quero que você aprenda que os problemas fazem


parte da nossa vida e do nosso crescimento. Você só vai
crescer se enfrentar as dificuldades. Você só vai se tornar
um marido melhor se tiver dificuldade no seu casamen-
to. É dessa forma que você vai ver onde tem falhado. Em
geral, as pessoas têm uma dificuldade muito grande de
lidar com os problemas que aparecem. Muitos abando-
nam, nos momentos críticos, o seu parceiro, o seu sócio,
ou qualquer outra pessoa cujo relacionamento está em
conflito. Isso acontece porque nós não queremos resol-
ver os problemas. Mas precisamos pensar que iremos ter
problemas de qualquer forma, sozinhos ou acompanha-
dos, não é mesmo?

O texto de Provérbios 25:28 nos mostra algo muito


importante na construção de um relacionamento sólido,
seja ele de casamento, de amizade, etc. Quero lhe mostrar

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porque muitas vezes, as pessoas estão insatisfeitas, mes-
mo quando conseguem casar com a pessoa que amam,
ou conquistar o status que desejavam na empresa que de-
sejavam. O texto diz: “Como cidade derribada que não
tem muros, assim é o homem que não tem domínio pró-
prio”. Eu quero parafrasear isso aqui pra vocês: “Aquele
que não tem pleno controle de si mesmo é como a cidade
aberta para qualquer um entrar e sair, e dominar”. É
isso que esse versículo quer dizer. O Senhor quer nos
ensinar, através desse texto, que eu e você precisamos ter
o controle de nossas vidas. Nós não podemos entregar
esse controle para ninguém. Você pode estar pensando:
“Mas o controle da minha vida tem que ser de Jesus”. Só
que antes de você entregar para Ele, o controle precisa
estar em suas mãos. Não podemos entregar para alguém
o controle de algo que não é nosso. Eu só posso doar o
que é meu e não o que é dos outros. Tem muita gente en-
tregando a vida pra Jesus e parece que Jesus não recebe,
não é? Alguns dizem: “Eu já entreguei a vida para Jesus,
mas continua tudo a mesma coisa, parece que Ele não re-
cebeu e não está me ouvindo”. Você precisa ter controle
sobre a sua vida, e isto é possível!

Em outras palavras, esse versículo nos diz que a


pessoa que não sabe quem ela é torna-se um joguete na
mão de outras pessoas. Isso acontece muito dentro da
família. Muitas vezes temos dificuldades de ajudar na
formação da identidade de nossos filhos, porque nós não
sabemos quem nós somos. Como vou formar a identi-
dade de outra pessoa se eu não sei nem quem eu sou?
Nossos filhos crescem à mercê da vida, crescem rece-
bendo todo tipo de influência. Está na hora de parar e

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falar: “Senhor, eu quero reaver o controle da minha vida.
Quero tomá-lo nas minhas mãos para depois te entregar!
Eu quero ser uma pessoa com defesas emocionais, al-
guém que saiba colocar limites, que saiba dizer não para
aqueles que muitas vezes querem abusar de mim”. Um
dos grandes desafios para nós, como pais, é poder ajudar
nossos filhos a crescer com essa verdade.
Como terapeuta familiar, eu percebo que é uma
grande dificuldade para as famílias quando os filhos es-
tão crescendo, e querem ter a liberdade de seguir seus
caminhos. Por quê? Porque aquilo que é certo para nós
pode não ser a escolha dos nossos filhos. Por não saber-
mos quem nós somos, temos dificuldades de ver nossos
filhos crescendo, saindo de casa, fazendo suas próprias
opções de vida. Esse movimento tem início na pré-ado-
lescência, e é aí que eles mais vão precisar de limites.
Nem tudo o que eles vão precisar eles terão e isso faz
parte da formação. E nós precisamos ter a sensibilidade
e a graça para aceitar que nossos filhos sejam diferentes
de nós, e que isso é bonito e saudável.
Quero mostrar para vocês, em Mateus 13:3-6, uma
verdade maravilhosa que Jesus traz para nós: “...mas,
quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram
porque não tinham raiz”. Neste texto Ele estava exli-
cando a parábola do semeador e os quatro tipos de solo.
Quero enfocar somente o segundo caso. Aquele solo era
pedregoso, por isto a semente não formou raiz e secou.
Muitas pessoas têm secado, até mesmo dentro da Igreja
servindo a Deus. Há pessoas que têm secado emocio-
nalmente, entrado em depressão, passado por problemas
sérios, mesmo tendo um bom casamento e filhos maravi-

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lhosos. Estão secando porque não têm raízes, e sem elas
não podemos ser pessoas inteiras, assim como as árvores.
Jesus ensina que uma pessoa sem raízes não persevera.
Quando surge a perseguição, essas pessoas desistem na
primeira dificuldade. Elas não subsistem no casamento,
e nem naquilo que decidem fazer, porque não têm raízes
nelas mesmas.
O texto não fala sobre ter raiz em Deus, mas sim
em nós mesmos. Alguém que não vive à mercê de outros,
mas tem suficiente segurança interior para decidir a sua
vida. Pessoas dadas ao vício, por exemplo, não têm raí-
zes em si mesmas, mas precisam de coisas externas para
lhes para dar um certo equilíbrio e as solidificar. Pessoas
que não têm raízes dependem do externo. Ter raiz em si
mesmo é saber quem eu sou, é respeitar a opinião dos
outros, e não ser abalado quando discordarem de mim ou
me criticarem. O que me chama a atenção nesse texto é:
o que vai acontecer com quem não tem raiz? Vai preci-
sar de um processo de transformação que inclui sua vida
emocional e espiritual. O espiritual é que move a nossa
vida natural. Os princípios espirituais é que devem reger
seu casamento.
Se você não tem raiz, o que vai fazer? Vai pegar
emprestada? Sim, mas não a raiz natural e sim a raiz
espiritual que é Jesus Cristo. Apocalipse 5:5 diz coisas
tremendas sobre Jesus. Diz que Ele é o Leão de Judá e
a Raiz de Davi. É interessante ver como Deus valoriza a
família, e as nossas raízes dependem das nossas famílias.
A raiz que cada um de nós tem depende da família onde
fomos criados e onde nascemos. Isso é tão forte que toda
referência do nome de Jesus tem a ver com a família

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natural dEle. Ele é o Leão de Deus somente? Não, Ele é
o Leão da Tribo de Judá. Jesus veio da descendência de
Judá, que foi um dos filhos de Jacó. Ele tem uma proce-
dência, veio de alguém. É Filho de Deus, mas Ele tem
uma ligação aqui na terra.

Temos necessidade da ligação com o espiritual e


com o natural, que é a nossa família. Não podemos jo-
gar nossa família fora. Muitos acabam se afastando da
família depois que se convertem. Às vezes, a família
coloca você de lado por causa de sua fé, mas você não
pode colocar ninguém de lado por causa de sua fé. A fé
aglutina. A fé, quando eu creio, me faz perdoar e querer
levar essa verdade para a minha família. Alguns pensam
que, quando nos convertemos, esquecemos da família.
Pelo contrário, quando uma pessoa se converte, o amor
de Deus a leva a se reaproximar e não a abandonar seus
familiares.

Apocalipse 22:16 diz: “Eu sou a raiz e a geração


de Davi”. Se você não tem raiz, Jesus está dizendo que
Ele é a sua raiz, e vai lhe dar sustentação neste momento
que você está vivendo. Você não sabe quem você é. Você
não sabe como vai ser o seu futuro. Você não sabe nada
da sua vida. Você não sabe nem mesmo o que você espe-
ra dela. Mas Jesus diz: “Eu vou colocar você na minha
geração, você vai deixar de ser ninguém e vai fazer parte
da minha história”.

Sabe o que Jesus quer fazer conosco? Ele quer dar


raiz para você que não tem. Talvez a sua família não te-
nha lhe dado raiz; ou, a raiz que eles lhe deram é uma
raiz doente, corrompida nos princípios e nos valores. Ele

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não só tem o poder de lhe dar uma raiz, como também
de fortalecer a raiz que você tem, que está fraca e não se
desenvolveu o suficiente.

Muitos casamentos não têm dado certo porque as


pessoas não têm raízes. Quando vem um vento forte,
elas se desestruturam porque a sua raiz é frágil. Então,
queridos, descobrimos uma coisa maravilhosa: Jesus en-
tra na nossa história, no nosso casamento, e começa a
nos mudar. A mulher tímida se torna uma mulher forte
e destemida. Um homem tímido em um homem ousado.
Um homem com o interior destruído, em um homem que
começa a se fortalecer. Essa é a beleza do Evangelho!

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Unção para o sucesso

No livro de Gênesis 1:1-4 encontramos o seguinte:


“No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra,
porém estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a
face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre
as águas. Disse Deus: Haja luz e houve luz. E viu Deus
que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.
Chamou Deus à luz dia e às trevas, noite. Houve tarde e
manhã, o primeiro dia”.
A “Unção para o Sucesso” é uma unção para ter-
mos êxito em nossas vidas espiritual, emocional, natural,
financeira, familiar etc. Você deve estar pensando o que
esse texto da Bíblia tem a ver com o nosso sucesso e
com a bênção de Deus em nossas vidas, mas eu vou lhes
mostrar.
Gênesis significa “começo/início/origem”. A Bí-
blia mostra que Deus, quando criou a Terra, viu que ela
estava vazia e sem forma. Deus falou comigo que, mui-
tas vezes em nossas vidas, quando O procuramos, nos
encontramos assim: vazios e sem forma. Nós não temos
senso de destino e não sabemos porque estamos viven-
do. Só sabemos que estamos neste mundo com algum
propósito, que desconhecemos.
Deus tem me falado que, para que você tenha su-
cesso, êxito na sua vida, são necessárias três coisas: Você

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precisa ter identidade espiritual, responsabilidade e
propósito. Esses três fatores vão delinear o seu sucesso.

Muitos se chegam para Deus com a vida totalmen-


te destruída, querendo que o pastor ou a igreja a conserte.
A igreja pode orientar, mas Deus quer falar diretamente
com você. O Espírito Santo de Deus precisa pairar so-
bre a sua vida, assim como ele pairou no início, quando
ainda não havia nada. É isso que me deixa maravilhada
ao ler Gênesis. Deus é o Deus que cria, que faz existir
algo que não existia. Esse é o Deus que nós servimos.
Nós não servimos um Deus de religião. Nós servimos
um Deus que pegou um nada, um caos, uma confusão e
os transformou neste planeta maravilhoso.

Deus tem me ensinado e eu repito. Estas três coisas


vão delinear nosso sucesso na vida: ter uma identidade
espiritual, ter responsabilidade e ter um propósito.

Ter uma identidade espiritual significa saber


quem você é. Você tem que ter a experiência do nascer
de novo para entender que você é filho de Deus. Você
não nasceu por acaso, você não é fruto de um acidente
genético, mas tem uma identidade. E essa identidade na-
tural está vinculada à identidade espiritual. Você precisa
saber que possui uma identidade espiritual.

Ser responsável por essa identidade espiritual que


nos foi dada nos ajuda a parar de colocar a culpa dos
nossos fracassos nos outros. Às vezes até Deus é acusa-
do como culpado pelas coisas que acontecem em nossas
vidas. Nós gostamos de colocar a culpa em Deus. Entre-
tanto, uma coisa Deus tem me ensinado como pastora,

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como ovelha, como pessoa que lida com outras pessoas:
Deus não precisa de defesa, Ele é o grande EU SOU.

A segunda coisa que Deus precisa lhe ensinar para


que você seja uma pessoa de sucesso é assumir a res-
ponsabilidade da sua vida. Sou terapeuta familiar, cur-
sei psicologia e gostei, por ser um curso que tem muito
para nos ajudar. Todavia, as teorias humanistas, a pró-
pria psicologia, a filosofia e a sociologia estão sempre
tentando, de alguma forma, arrumar um bode expiatório
para ser responsabilizado pelos problemas do homem.
Enquanto você tiver um bode expiatório na sua vida, não
vai ter responsabilidade. Responsabilidade é quando eu
retomo o controle da minha vida, com suas escolhas e
conseqüências, assumo minha identidade espiritual e não
permito que o passado ou as pessoas que estão à minha
volta me controlem, somente o Espírito Santo de Deus.

A terceira coisa que eu preciso é ter propósito na


vida. É uma das grandes crises do ser humano: “Qual é
o propósito da minha existência? Por que eu vim a este
mundo?” Eu descobri o propósito para o qual vim a este
mundo: para sarar esta Terra. Eu vim para proclamar que
existe uma vida espiritual, que existe fé, que existe amor,
que Deus não morreu, mas está vivo.

Em Gênesis 1:4 vemos que Deus fez separação


entre a luz e as trevas. Deus começa a pôr ordem na cria-
ção. Uma das chaves do nosso sucesso é ter ordem em
nossas vidas. Você tem ordem na sua vida emocional,
natural, profissional, espiritual, ou sua vida é um caos?
Se a sua vida é um caos, se você não tem controle sobre
aquilo que Deus lhe deu controle, como é que você vai

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querer ter sucesso? Como é que o sucesso pode chegar
até você? Deus está dizendo aqui, que do caos Ele traz
perfeição; das trevas, Ele retira a luz. Não importa a sua
história, não importa a escuridão de onde você veio, não
importa as dores que você carrega. O que importa é que
Deus quer curar você. Nada disso será barreira para que
você seja um homem ou uma mulher de sucesso.

O que Deus fez no capítulo primeiro de Gênesis


foi estabelecer uma rotina para a Terra. Você sabia que
ninguém sobrevive sem rotina? Em geral, não gostamos
de rotina, não é mesmo? Durante algum atendimento no
gabinete, quando eu pergunto como será o futuro daque-
la pessoa daqui a cinco anos, ouço respostas como: “Não
sei, o futuro pertence a Deus”. Mas, particularmente, eu
imagino como será: totalmente igual ao presente, pois
não há planejamento. Precisamos aprender a planejar em
Deus o nosso amanhã colocando a nossa vida em ordem
hoje.

Você pode estar se perguntando: “Como colocar a


minha vida espiritual em ordem?” A primeira coisa para
termos sucesso é a identidade espiritual, logo, Deus pre-
cisa ocupar o primeiro lugar. Minha família, meu traba-
lho, meus bens, as minhas jóias, o meu dinheiro, meu
carro que gosto tanto etc, não podem ocupar o primeiro
lugar. Não é à toa que a Bíblia fala para não acumularmos
tesouros na terra. Como está a sua vida? Está um caos ou
está em ordem? Como está a sua vida natural? Quais são
as suas prioridades? Como está a sua vida emocional?

Eu quero dar o exemplo de uma mulher de suces-


so. Uma mulher que do caos teve ordem, que das trevas

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brotou a luz. Se você estudar o livro de Rute, você vai
ver que ela voltou para Israel com a sua sogra e viveu
como mendiga. Os trabalhadores, quando terminavam
de colher nos campos, deixavam as espigas que caíam
para que os pobres que vinham atrás as recolhessem. Era
assim que Rute e Noemi se sustentavam, colhendo as
espigas que caíam.

Quero mostrar agora o poder da identidade espiri-


tual, o que significa colocar a vida em ordem. Em Rute
l:6-8, lemos: “Então se dispôs Noemi com as suas noras
e voltou da terra de Moabe, porquanto, nesta, ouviu que
o Senhor se lembrara do seu povo, dando-lhe pão. Saiu,
pois, ela com suas duas noras do lugar onde estivera;
e, indo elas a caminho de volta, para a terra de Judá,
disse-lhes Noemi: Ide, voltai cada uma à casa de sua
mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como
vós usastes com os que morreram comigo”.

O que havia acontecido com Noemi? Noemi per-


deu o seu marido, e depois os dois filhos. Ela e suas duas
noras ficaram solitárias numa terra que não era a terra de
Noemi, numa terra onde o Deus dela não era adorado.
Ela poderia ter sido morta, porque era judia e adorava a
um só Deus numa região onde todos os povos adoravam
vários deuses. Mas Noemi não desistiu.

No meio do caminho de volta para Israel, Noemi


olhou para as suas noras e disse: “Eu não tenho direi-
to de fazer a escolha por vocês”. Às vezes a gente ama
tanto as pessoas que a gente acaba escolhendo por elas.
Noemi chega para Orfa e para Rute, suas noras, e diz:
“Vocês são livres, eu já estou muito velha para me casar

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e ter filhos; e, mesmo que eu me case e tenha filhos, até
esses filhos crescerem para poder casar com vocês, não
dá para vocês esperarem”. Rute e Orfa ouviram a mesma
coisa, mas reagiram de forma diferente. Orfa não con-
seguiu ver luz nas trevas, mas Rute viu. Rute viu no caos
a possibilidade de ordem.

Deus começa a nos ensinar desde Gênesis. Não é


apenas uma narrativa para nos mostrar que Ele criou o
mundo, mas Ele está mostrando para nós como as nos-
sas vidas devem ser traçadas. Nós não temos luz quando
iniciamos um projeto. Quando nos decidimos por Jesus,
muitas vezes nós não sabemos o que virá. Rute não ti-
nha luz, mas teve que assumir sua responsabilidade. Ela
precisava de uma identidade espiritual. Ela deve ter pen-
sado: eu vivi tantos anos com Noemi, alguma coisa na
vida dela me tocou, e eu não posso abandonar isso. A
Bíblia diz que Rute se apegou a Noemi e voltou com
ela para a sua terra. Ela abriu mão do conhecido pelo
desconhecido.

Uma coisa que Deus tem me falado é: para que


nós possamos ter bom êxito, devemos estar dispostos a
passar por provações. Você está disposto? Muitos cris-
tãos ficam mais de vinte, trinta anos e não saem do lugar.
Como vemos no texto, Rute definiu sua identidade espi-
ritual. Ela era moabita, porém se apegou à fé de sua so-
gra como sua própria. Rute voltou com ela e se dispôs a
pagar o preço. Muitos de nós não alcançamos o sucesso
porque não estamos dispostos a pagar o preço. É normal
não querermos sofrer. Temos medo do sofrimento. Po-
rém eu devo lhe informar que o sofrimento é inevitável.

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Vamos viver uma vida em ordem, ou seja, com
identidade espiritual, com responsabilidade e com pro-
pósito. Foi isso que Rute fez. Sabe o que aconteceu com
ela? Tornou-se bisavó do rei Davi. Um milagre! Das tre-
vas, Deus tira a luz. De uma moabita, que não conhecia a
Deus, e foi criada numa família que adorava muitos deu-
ses, Deus tira uma mulher porque ela ousou crer na Pala-
vra de Deus. Ela ousou ter uma identidade espiritual.

Obedecer a Deus, porém, nunca é fácil e sempre


exige sacrifício. Você está disposto a abrir mão do seu
passado, assim como Rute? Talvez, se Rute voltasse para
os seus pais, não precisasse mendigar. Quem sabe seus
pais não tinham condições melhores do que as de No-
emi. Todavia ela decidiu: “Eu não quero voltar a viver
como eu vivia, como um caranguejo, que anda para fren-
te e para trás”. Seja um homem ou uma mulher que anda
sempre para frente, como Rute fez. Os problemas virão,
pois são inevitáveis, mas o Deus que lhe chamou, lhe
deu identidade espiritual e colocou dentro de você um
senso de propósito. E esse Deus nunca erra.

Eu lembro de situações em minha vida onde eu


pensava: meu Deus, as possibilidades humanas acaba-
ram. Eu ficava torcendo para ver como é que o Senhor
ia se manifestar naquela situação. Quando ficamos nas
mãos de Deus, o nosso problema não é mais nosso. Eu
vivo assim. Por exemplo, precisamos terminar a constru-
ção do prédio da Igreja. Tenho certeza que o Senhor não
quer um lugar inacabado. Esse problema não é meu, mas
do Senhor. Então, Ele vai gerar os recursos e fazer algu-
ma coisa. Eu sei que não preciso ficar sem dormir.

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Você tem uma identidade espiritual? Você tem a
convicção de que é filho de Deus, de que você nasceu
de novo? Você tem assumido responsabilidade por suas
atitudes? Você sabe qual é o propósito da sua vida? De-
fina isso para que os milagres comecem a acontecer. De-
clare como Rute: “Não importa aonde você vai, Noemi,
não importa aonde o Espírito Santo queira me levar, não
importa o que eu tenha que passar, eu quero obedecer!”
Você pode falar isso para Deus? “Eu quero lhe obedecer,
Senhor, aconteça o que acontecer, custe o que custar”.

Eu fico imaginando a experiência de Abraão, de-


pois de quase quarenta anos esperando por um filho e,
quando o filho veio, Deus o pede de volta. Deus estava
perguntando: “Abraão, esse filho é mais precioso do que
eu? Eu quero ser a sua única esperança”. Quantas vezes
nós colocamos nossa segurança nas pessoas, nas coisas,
nas situações, nas circunstâncias. Deus está lhe dizendo:
“Eu quero ser a sua segurança, eu quero fazer com você
o mesmo que fiz com Rute. Eu fiz Rute andar por um ca-
minho desconhecido, um caminho difícil, de viuvez, ser
estrangeira em terras distantes, mas Eu a honrei”. Rute
é lembrada hoje como bisavó de Davi. Ela está na gene-
alogia de Jesus. Já pensou se Rute tivesse dito não? Se
o diabo a tivesse convencido, assim como tantas vezes
ele quer nos convencer, que não compensa dar nossas
vidas pelas pessoas, pois elas irão nos trair? Vale a pena
confiar no Senhor!

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Oração:
“Senhor Jesus, eu reconheço que minha vida está
um caos, e eu te peço: coloca ordem em meu mundo
espiritual, em meu mundo emocional, em meu mundo
natural. Eu quero ser uma pessoa em cuja vida reine a
ordem de Jesus. Toca o meu coração agora, fortalece o
meu interior, me faz uma pessoa de sucesso. Que tudo
que eu fizer, tudo que eu colocar a minha mão tenha bom
êxito. Dá-me a unção de Davi, Senhor, para sair e entrar
sempre em vitória. Eu quero te receber agora, como meu
Senhor, como meu Salvador, como aquele que é pode-
roso para me dar uma identidade espiritual. Faz comigo
Jesus, o que Você fez com Rute. Você deu a Rute uma
identidade espiritual e um propósito de vida. Dá isso a
mim hoje, em nome de Jesus, Amém”.

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Biografia
Maria Lúcia Rodovalho
- Casada com Robson Rodovalho, mãe de Priscila, Samuel e
Ana Lia.
- Bispa da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra
- Graduada em Psicologia Clínica e Teologia, sendo Doutora Ho-
noris Causa em Filosofia, com especialização em Terapia Fami-
liar Sistêmica.
- Conselheira e terapeuta familiar
- Escritora, autora dos seguintes livros:
O propósito de Deus para a família cristã
Paternidade – a busca de um filho
Relacionamentos em crise
Ei, cadê você?
Vitória nos relacionamentos: você pode conseguir
- Apresentadora dos programas de televisão “Espaço da Família”
e “Momento Terapêutico”, pela Rede Gênesis e apresentadora de
programa de rádio na Sara Brasil FM
- Membro da Academia Internacional de Cultura
- Cidadã honorária de Brasília
- Condecorada com o Prêmio Mulher 97
- Conferencista internacional na área de crescimento emocional
e formação de liderança, sendo ainda coordenadora e preletora
em eventos para formação de líderes.
- Coordenadora nacional do movimento feminino Aglow, com
sede nos EUA.
- Presidente da Aitecc – Associação Internacional de Terapeutas
e Conselheiros Cristãos
- Conselheira do Conselho dos Direitos da Mulher
- Diretora do CAF – Centro de Apoio à Família
- Diretora do instituto Rhema / Instituto Bíblico Sara Nossa Terra
- Vice-presidente e fundadora da Fundação Sara Nossa Terra
- Vice-presidente da Federação Ministério Sara Nossa Terra
- Coordenadora Nacional do Ministério Sara Jovem

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Conheça também estes outros livros

Conhecendo a Glória de Deus


Robson Rodovalho

Estar na presença de Deus é o propósito maior da vida de


qualquer pessoa. Em Conhecendo a Glória de Deus, Robson
Rodovalho nos mostra que os detalhes dados por Deus para a
construção do Tabernáculo estavam impregnados de signifi-
cados e simbologias que remetiam à Nova Aliança, realizada
em Jesus Cristo.
Ao desvendar os significados dos utensílios e das partes que
compunham o Tabernáculo, bem como os detalhes dos ma-
teriais de que eram constituídos, suas dimensões e os rituais
que os rodeavam, passamos a entender mais profundamente
as verdades reveladas por Deus no Antigo Testamento, como
figura das verdades que podemos usufruir hoje, ao vivenciar-
mos a realidade de um relacionamento com Deus.
Ao ler Conhecendo a Glória de Deus você entenderá o proces-
so de santificação, de sacrifício e de adoração que existiram
no Tabernáculo, e que refletem as etapas para adentrarmos
no Santo dos Santos e contemplarmos a Glória do Senhor.

cassio vitoria nos relacionament122 122 4/7/2007 09:47:33


Vencendo a obesidade
Robson Rodovalho

A obesidade é resultado de desequilíbrios que, corrigidos, re-


sultarão em saúde, no sentido amplo da palavra. Isso poderá
ser sentido em mais disposição, criatividade e, principalmen-
te, uma vida mais longa. Neste livro você encontrará orien-
tações práticas, princípios e dicas muito importantes sobre
como construir sua saúde, através do equilíbrio entre alimen-
tação, descanso e exercícios físicos.
A saúde e a doença nem sempre são resultado do acaso, mas
de princípios corretos, que se aplicados, trarão suas conse-
qüências, positivas ou negativas em nossas vidas.
Este livro irá tirá-lo de uma cultura de erros alimentares ou
da herança deixada por nossos pais sobre alimentação e saú-
de, e colocá-lo sobre bases sólidas e científicas a esse respei-
to. Inclui dicas de alimentação, com receitas, e programa de
exercícios, para uma vida feliz, ativa e saudável. Vencendo a
Obesidade é a prova de que uma vida saudável é possível com
bom-senso, sem que seja necessário recorrer a fórmulas má-
gicas e torturantes para se obter boa aparência e vitalidade.

cassio vitoria nos relacionament123 123 4/7/2007 09:47:33


Você nasceu para reinar
Robson Rodovalho

Este livro mostra de maneira clara e objetiva que Deus deu ao


homem o governo sobre a terra, e o capacitou a manifestar aqui,
neste planeta, o governo dos céus; porém o homem perdeu esse
governo após o pecado.
Em Jesus Cristo, Deus restaura seu projeto original e anuncia
a chegada do reino de Deus sobre a terra, onde o ser humano
volta a ocupar seu lugar, com o propósito de dominar a terra,
fazendo a diferença sobre toda a criação, e trazendo novamente
o padrão dos céus para reger a sociedade e a natureza. A obra
mostra ainda que a aceitação da mensagem de Jesus – a chega-
da do reino de Deus – implica em uma nova postura diante da
realidade de um mundo corrompido e desalinhado com o projeto
de Deus, e mostra como esse domínio deve se dar, em nossos
dias, através da liderança verdadeira, no exercício da influên-
cia transformadora que leva as pessoas a alcançar o verdadeiro
sucesso e felicidade. Você nasceu para reinar estimula o leitor
a participar da edificação de uma sociedade mais justa e mais
condizente com o projeto original de Deus, onde cada indivíduo
reproduz os princípios do Reino e não mais abre mão de exercer
a autoridade e governo que lhe foram confiados pelo Criador e
restituídos por seu Filho: a chegada do reino de Deus.

cassio vitoria nos relacionament124 124 4/7/2007 09:47:33


Senhor, ajuda-me a crer
Robson Rodovalho

Senhor, ajuda-me a crer é um livro desafiador, pois coloca


diante de cada um de nós a realidade de uma fé prática, pal-
pável e atual.
Ao analisar os fundamentos da fé, através de passagens bíbli-
cas de milagres de Jesus e reflexões, o autor Robson Rodova-
lho constrói, tijolo por tijolo uma fé que pode transformar as
situações cotidianas em milagres, nos dias de hoje.
Em uma linguagem simples e direta, Senhor ajuda-me a crer
mostra como discernir a palavra criadora, que vem direto de
Deus, a qual nos habilita a vivermos em uma nova dimensão
de fé.
Mais que isso, com exemplos reais estimula todo aquele que
busca uma fé renovada e cheia de vida, para que caminhe em
direção ao impossível.
Mesmo àqueles cujas experiências frustrantes tenham apaga-
do a chama da fé, este livro certamente vai mostrar que crer é
o melhor caminho para ver as respostas de Deus.

cassio vitoria nos relacionament125 125 4/7/2007 09:47:33


A Arte da Liderança
Robson Rodovalho

Um líder não é alguém que nasce pronto, mas sim alguém que
a cada dia é forjado para perseguir seus projetos e metas.
Alguém que entende que sua existência é para cumprir um
propósito e por isso se capacita para realizar esse chamado,
alcançando assim a felicidade.
A Arte da Liderança mostra, de maneira clara e direta, as-
pectos importantes na formação de um líder, ajudando todos
os que almejam atingir esse objetivo a desenvolver caracte-
rísticas fundamentais como as capacidades de motivar, cor-
rigir, supervisionar e arregimentar, bem como a habilidade
com a palavra.
A Arte da Liderança é uma ferramenta indispensável para to-
dos que acreditam na possibilidade de construção um mundo
melhor para se viver, e que assumem a responsabilidade de
serem aperfeiçoados para cumprir essa missão de vida.

cassio vitoria nos relacionament126 126 4/7/2007 09:47:34


A oração de um intercessor
Robson Rodovalho

A oração de um intercessor é uma obra objetiva e prática,


que traz preciosos ensinamentos sobre a oração de interces-
são. Neste livro, o leitor descobrirá que orar é mais que fazer
petições a Deus, mas é uma forma de liberar o Seu poder em
nossas vidas e que, ao orarmos, Deus nos preenche e nos tor-
na instrumentos da Sua operação sobre a terra.
O autor Robson Rodovalho desafia cada cristão a alimentar
sua alma através dessa comunhão com o Criador, desenvol-
vendo aspectos práticos como tempo e local de qualidade
para a oração, disciplina e obediência.
A oração de um intercessor leva o leitor à descoberta da ma-
neira correta de apresentar as petições a Deus, bem como
a entender que um intercessor é um profeta, que resgata os
valores divinos na sociedade.

cassio vitoria nos relacionament127 127 4/7/2007 09:47:34


SBE
Pedidos pelo Televendas:

4007 2144 (capitais e regiões metropolitanas)


0800 6047472 (demais localidades)
www.sarabrasil.com.br

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