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PARTICIPAÇÃO E PERSPECTIVAS DAS


FONTES RENOVÁVEIS E OS SEUS
IMPACTOS PROVOCADOS NO SISTEMA
ELÉTRICO BRASILEIRO.

Douglas Souza Silva

Projeto de Graduação apresentado ao curso de


Engenharia Elétrica da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Engenheiro.

Orientadores: Walter Issamu Suemitsu


Rachel Martins Henriques

Rio de Janeiro

Março, 2019

i
PARTICIPAÇÃO E PERSPECTIVAS DAS FONTES RENOVÁVEIS E OS SEUS
IMPACTOS PROVOCADOS NO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO.

Douglas Souza Silva

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE


ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO
ELETRICISTA.

Examinado por

_____________________________________
Prof. Walter Issamu Suemitsu , Dr. Ing.

_____________________________________
Eng. Rachel Martins Henriques, D. Sc

_____________________________________
Prof. José Luiz da Silva Neto, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL


MARÇO DE 2019

ii
Silva, Douglas Souza
Participação e perspectivas das fontes renováveis e os seus
impactos provocados no Sistema elétrico brasileiro/

Douglas Souza Silva – Rio de Janeiro: UFRJ/ ESCOLA


POLITÉCNICA,2019

XIV, 84 p.:il.: 29,7 cm

Orientadores: Walter Issamu Suemitsu


Rachel Martins Henriques

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica/ Curso de


Engenharia Elétrica, 2019.

Referência Bibliográficas: p. 59 - 62

1. Participação das fontes renováveis. 2. fontes intermitentes. 3.


Perspectivas das fontes renováveis. I. Walter Issamu Suemitsu et al.
II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica,
Curso de Engenharia Elétrica. III. Título.

iii
Á minha família,
Minha mãe e minha irmã.

iv
AGRADECIMENTOS

À minha família, pelo apoio, carinho, amor e compreensão em todas as etapas da


minha vida. Principalmente a minha irmã Cintia, que tenho profunda gratidão por estar
sempre ao meu lado e por ter me dado forças nos momentos mais difíceis. À minha mãe
Cosmira, agradeço pela paciência e apoio no desenvolvimento desse trabalho.
Às amizades que construí durante esses anos na UFRJ, por desempenharem papel
importante em minha formação. Ao grupo galera nervosa pelos estudos, relatórios e
trabalhos elaborados, sem os quais eu não teria conseguido concluir a faculdade.
Especialmente ao Anderson, à Érika e à Lilian. Certamente a faculdade não teria sido a
mesma sem vocês. Obrigado por compartilhar todos os sucessos e fracassos comigo.
À EPE, pela oportunidade de aprendizado. Especialmente a Rachel Henriques, por
todos os ensinamentos e por ser tão paciente no meu período de estágio. Aos engenheiros
Juliana Nascimento e Rafael Araújo e toda a equipe de biocombustíveis, agradeço por
sempre estarem dispostos a me auxiliar.
À instituição de ensino UFRJ, e aos professores que tive a oportunidade de
conhecer e que me despertaram o interesse pela área de sistemas de energia.

Ao meu orientador Walter Issamu Suemitsu, por sua orientação na realização


deste trabalho.
E a todos àqueles que contribuíram de alguma forma. Mesmo não estando
presentes em minha vida, vocês foram fundamentais para uma experiência acadêmica
completa.

v
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

PARTICIPAÇÃO E PERSPECTIVAS DAS FONTES RENOVÁVEIS E OS SEUS


IMPACTOS PROVOCADOS NO SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO.

Douglas Souza Silva

Março/2019

Orientadores: Walter Issamu Suemitsu


Rachel Martins Henriques

Curso: Engenharia Elétrica

Devido a preocupações ambientais, ao contínuo desenvolvimento tecnológico, ao


constante crescimento da população mundial e consequente incremento na demanda de
energia, o uso de fontes renováveis para geração de eletricidade surge com uma solução
positiva para o planejamento energético de qualquer região ou país. Contudo, muitas das
energias renováveis são intermitentes aumentando a variabilidade e a imprevisibilidade
do parque gerador. Este trabalho é uma pesquisa de Graduação cujo objetivo de avaliar a
participação, perspectiva e os impactos do aumento das fontes alternativas no SIN. Para
essa análise, foram usados informações de energia injetada na rede e dos leilões de energia
através dos dados da CCEE, as informações de empreendimentos em operação da ANEEL
e o Plano Decenal de Energia de 2026, na criação de 3 cenários. Assim, seguindo a
metodologia da energia contratada nos leilões utilizando macros e VBA no Excel. Os
resultados apontam para um crescimento moderado na participação das fontes alternativas
com uma leve queda na oferta interna de energia no final do período de estudo. Tornam-
se imprescindíveis pesquisas futuras que apresentem propostas para reduzir os problemas
da variabilidade e a consequente redução da confiabilidade do sistema, sem que os
mesmos interferiram negativamente no crescimento das fontes renováveis.

Palavras Chave: Participação das fontes renováveis, fontes intermitentes, Perspectivas


das fontes renováveis.

vi
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/ UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Electrical Engineer.

PARTICIPATION AND PERSPECTIVES OF RENEWABLES AND ITS IMPACTS


CAUSED IN THE BRAZILIAN ELECTRIC MATRIX

Douglas Souza Silva

March/2019

Adcisors: Walter Issamu Suemitsu


Rachel Martins Henriques

Course : Electrical Engineering

Due to environmental concerns, to the continuous technological development, the


constant growth of the world population and consequent increment in the demand of
energy, the use of renewable sources electricity for generation of appears with a positive
solution for the energy planning of any area or country. However, many of the renewable
energies are intermittent increasing the variability and the previsibility of the generating
park. This work is treated of a research of Graduation with objective of evaluating the
participation, perspective and impacts of the increase of the alternative sources in SIN.
For that analysis, information of energy were used injected in SIN and of the auctions of
energy through the data of CCEE, the information of enterprises in operation of ANEEL
and the Plano Decenal of Energy of 2026, in the creation of 3 sceneries. The methodology
of the contracted energy was followed in the auctions using macros and VBA in
Excel. The results appear for a moderate growth in the participation of the alternative
sources with a light fall in the supply interns of energy in the end of the study
period. Future researches that present proposed to reduce the problems of the variability
and the reduction of the reliability of the system, without interfering negatively in the
growth of the renewable sources, they become indispensable.

Key worlds: Participation of the renewable sources, intermittent sources, Perspectives of


the renewable sources.

vii
Sumário
1. Introdução ............................................................................................ 1
1.1 Panorama da Matriz Elétrica Nacional ................................................................. 2
1.2 Metodologia ........................................................................................................ 3
1.3 Estrutura .............................................................................................................. 3
2. Estrutura atual do Sistema Elétrico .................................................... 5
2.1 Órgãos do Setor Elétrico ...................................................................................... 7
2.1.1 CNPE – Conselho Nacional de Política Energética .............................................................8
2.1.2 MME – Ministério de Minas e Energia ...............................................................................8
2.1.3 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica ................................................................8
2.1.4 EPE – Empresa de Pesquisa Energética ..............................................................................8
2.1.5 ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico ..................................................................9
2.1.6 CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica................................................10

2.2 Agentes do setor elétrico .................................................................................... 11


2.3 Comercialização de Energia Elétrica .................................................................. 12
2.3.1 Garantia Física (GF) ..........................................................................................................13
2.3.2 ACR - Ambiente de Contratação Regulada .......................................................................13
2.3.3 ACL - Ambiente de Contratação Livre..............................................................................14
2.3.4 PLD – Preço de Liquidação das Diferenças ......................................................................14
2.3.5 Leilões de Energia .............................................................................................................15
2.4 Critérios para classificação e operação das usinas .............................................. 16
2.4.1 Tipo 1.................................................................................................................................16
2.4.2 Tipo 2.................................................................................................................................16
2.4.3 Tipo 3.................................................................................................................................17

2.5 SIN – Sistema Interligado Nacional ................................................................... 17


2.6 Fontes Renováveis na Geração Distribuída ........................................................ 20
2.6.1 Atual cenário da GD no Brasil...........................................................................................20
2.6.2 Micro e Minigeração .........................................................................................................22
2.6.3 Sistema de Compensação de Energia (Net Metering) .......................................................22

3. Tipos de Fontes Renováveis e participação no SEB ......................... 23


3.1 Eólica ............................................................................................................... 24
3.2 Biomassa .......................................................................................................... 29

viii
3.3 PCH – Pequena Central Hidrelétrica .................................................................. 34
3.4 Solar Fotovoltaica .............................................................................................. 36
3.5 Leilões contratados pelas fontes renováveis ....................................................... 38
4. Estudo de Caso ................................................................................... 41
4.1 Previsões de carga da EPE ................................................................................. 41
4.2 Metodologia ...................................................................................................... 43
4.2.1 Mercado Livre de Energia .................................................................................................44
4.2.2 Energia Extra certame........................................................................................................44
4.3 Cenário 1 ........................................................................................................... 45
4.4 Cenário 2 ........................................................................................................... 45
4.5 Cenário 3 ........................................................................................................... 46
5. Resultados e Discussões ...................................................................... 48
5.1 Resultados do Cenário 1 .................................................................................... 48
5.2 Resultados do Cenário 2 .................................................................................... 50
5.3 Resultados do Cenário 3 .................................................................................... 52
5.4 Riscos, desafios e impactos para o SEB ............................................................. 56
6. Conclusão e trabalhos futuros ........................................................... 57
6.1 Trabalhos Futuros .............................................................................................. 58
7. Referências Bibliográficas.................................................................. 59
Anexo A................................................................................................... 63

ix
Lista de Figuras
Figura 2.1 - Esquemático verticalizada do sistema elétrico brasileiro............................. 6
Figura 2.2 - Representação Esquemática do atual modelo brasileiro. ............................. 7
Figura 2.3 - Diagrama com da Estrutura atual do SEB. ................................................ 11
Figura 2.4 - Sistema Interligado Nacional. .................................................................. 18
Figura 5.1 -Planilha com informações dos empreendimentos vencedores nos leilões....43

x
Lista de Gráficos
Gráfico 1.1 – Evolução das novas fontes renováveis na matriz elétrica brasileira........... 3
Gráfico 3.1 - Capacidade Instalada por fonte..................................................................24
Gráfico 3.2 - Comparativo do fator de capacidade do Brasil com os demais países. ..... 25
Gráfico 3.3 - Evolução da Exportação de energia eólica para o SIN. ........................... 26
Gráfico 3.4 - Complementariedade entre hidrelétrica e eólica em 2017........................ 27
Gráfico 3.5 - Evolução da Geração de energia da biomassa. ........................................ 31
Gráfico 3.6 - Tipos de biomassa e sua participação na exportação de energia para o SIN
em 2017. ..................................................................................................................... 31
Gráfico 3.7 - Complementariedade entre hidrelétrica e Biomassa em 2017. ................. 32
Gráfico 3.8 - Evolução da Geração de energia da PCH. ............................................... 35
Gráfico 3.9 - Evolução da Geração solar.........................................................................37
Gráfico 3.10 - Ano de início da operação da energia contratada nos leilões de fontes
renováveis........................................................................................................................40
Gráfico 5.1 - Perspectiva das renováveis - Cenário 1.......................................................49
Gráfico 5.2 - Participação futura ds fontes renováveis segundo o cenário 1....................50
Gráfico 5.3 - Perspectiva das renováveis - Cenário 2.......................................................51
Gráfico 5.4 - Participação futura das fontes renováveis segundo o cenário 2..................52
Gráfico 5.5 - Perspectiva das renováveis - Cenário 3.......................................................53
Gráfico 5.6 - Participação futura das fontes renováveis segundo o cenário 3..................54
Gráfico 5.7 - Variação percentual acumulada dos cenários.............................................54
Gráfico 5.8 - Comparação entre os cenários analisados....................................................55

xi
Lista de Tabelas
Tabela 2.1 - As 10 maiores hidrelétricas do país. ......................................................... 18
Tabela 3.1 - Dados trimestrais da geração hidrelétrica e eólica em 2017........................28
Tabela 3.2 - Empreendimentos de Geração Eólica. ...................................................... 28
Tabela 3.3 - Tipos de Combustível utilizado para produção de energia considerado
biomassa..........................................................................................................................29
Tabela 3.4 - Dados trimestrais da geração hidrelétrica e biomassa em 2017. ................ 33
Tabela 3.5 - Empreendimentos de fontes de Biomassa ................................................ 33
Tabela 3.6 - Empreendimentos de fontes de PCH. ....................................................... 35
Tabela 3.7 - Os 10 maiores países com geração solar fotovoltaica. .............................. 36
Tabela 3.8 - Empreendimentos de fontes de energia solar fotovoltaica. ....................... 37
Tabela 3.9 - Leilões de energias renováveis. ................................................................ 39
Tabela 4.1 - Previsão de carga no período decenal segundo dados da EPE.....................42
Tabela 4.2 - Energia injetada na rede proveniente do mercado livre............................. 44
Tabela 4.3 - Energia Extra certame das fontes renováveis. .......................................... 45
Tabela 4.4 - Dados de geração de fontes renováveis a partir dos dados do cenário 1. ... 45
Tabela 4.5 - Dados de geração de fontes renováveis a partir dos dados do cenário 2. ... 46
Tabela 4.6 - Dados de geração de fontes renováveis a partir dos dados do cenário 3. ... 47

xii
Lista de Abreviaturas

ACL Ambiente de Contratação Livre, p. 3

ACR Ambiente de Contratação Regulada, p. 6

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica, p. 6

BEN Balanço Energético Nacional, p. 2

BIG Balanço de Informação da Geração, p. 21

CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, p. 6

CEPEL Cento de Pesquisas de Energia Elétrica, p. 12

CMO Custo Marginal da Operação, p. 15

CMSE Conselho de Monitoramento do Setor Elétrico, p. 6

CNPE Conselho Nacional de Política Energética, p. 8

CVU Custo Variável Unitário, p. 13

DECOMP Modelo de Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos


interligados de Médio Prazo, p. 12
EOL Usina Eólica, p. 21

EPE Empresa de Pesquisa Energética, p. 2

GD Geração Distribuída, p. 20

GEE Gases de Efeito Estufa, p. 24

ICB Índice de Custo Benefício, p. 13

IEA Agência Internacional de Energia, p. 24

xiii
LEE Leilão de Energia Existente, p. 15

LEN Leilão de Energia Nova, p. 15

LER Leilão de Energia Reserva, p. 15

LFA Leilão de Fontes Alternativas, p. 16

MME Ministério de Minas e Energia, p. 7

NEWAVE Modelo de Planejamento da Operação de Sistemas Hidrotérmicos


interligados de Longo e Médio Prazo, p. 12
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico, p. 1

PCH Pequena Central Hidrelétrica, p. 2

PDE Plano Decenal de Energia, p. 42

PLD Preço de Liquidação das Diferenças, p. 10

PROEÓLCIA Programa Emergencial de Energia Eólica, p. 25

PROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas, p. 16

SIN Sistema Interligado Nacional, p. 3

UFV Usina Solar Fotovoltaica, p. 21

UTE Usina Termelétrica, p.21

VBA Visual Basic for Applications, p. 44

xiv
1. Introdução

Nesse capítulo, é feita a contextualização dos principais assuntos que serão


abordados neste trabalho. O objetivo principal consiste em introduzir o
cenário elétrico atual brasileiro e mostrar a participação potencial das fontes
renováveis, assim como, em capítulos posteriores, realizar a projeção da
oferta das fontes alternativas, elaboradas através de diferentes metodologias.

O expressivo aumento da participação das fontes renováveis intermitentes e


sazonais no mix de geração elétrica é uma realidade. Dentre as renováveis para geração
elétrica em 2017, 63,1% foram provenientes de hidroenergia, 8,7% de biomassa e 7,2%
de eólica (BEN,2018). Foi possível verificar uma redução da hidroeletricidade da
participação na matriz elétrica nos últimos anos, com o consequente acréscimo das outras
fontes.
Após a segunda restruturação do setor elétrico nacional em 2004, a participação das
fontes alternativas vem sendo ampliada, isso se deve principalmente, a busca
diversificação da geração elétrica, pelo aumento da segurança energética, assim como
também a adoção de um mercado competitivo descentralizado, a busca pelo uso mais
racional da energia e a mitigação dos impactos ambientais.
Todavia, as hidrelétricas foram e continuam sendo a principal fonte de energia elétrica
em nosso país e isso se deve, sobretudo, ao baixo custo operacional para geração de
energia, mas também por ser renovável, despachável e pela capacidade de
armazenamento de água em grandes reservatórios.

Entretanto, nos últimos anos, as fontes hidrelétricas não foram capazes de realizar
toda a regularização do setor elétrico, especialmente nos meses de estresse hídrico, visto
que houve uma redução significativa nos montantes de água acumulada nos reservatórios,
aliada a grandes variações da demanda.

Deste modo, a inserção das fontes alternativas na cesta de geração elétrica, torna-se
visivelmente necessário, com uma importante missão de garantir a segurança energética
e contribuir significativamente para a continuidade do abastecimento de energia. No
entanto, grande parte das novas renováveis são fontes intermitentes, tais como eólica e
solar, que aumenta a variabilidade e a imprevisibilidade na operação do sistema.
Introduzindo grandes desafios aos agentes do setor elétrico, sobretudo ao ONS.

1
Neste contexto, as novas fontes renováveis 1 , objeto de estudo desse trabalho,
poderão representar uma parcela de destaque no cenário elétrico brasileiro, visto que são
fontes limpas, renováveis e complementares com as hidrelétricas. Entretanto, é necessário
verificar toda a viabilidade técnica, econômica e operacional da inserção das fontes
alternativas no parque gerador nacional.

1.1 Panorama da Matriz Elétrica Nacional

A matriz elétrica nacional possui uma parcela significativa da sua oferta interna de
energia advinda de fontes renováveis, o que correspondeu a 79% da oferta interna de
energia elétrica em 2017 (BEN, 2018). Isso se deve a diversas alternativas para o uso de
energia renovável, como a presença de bacias hidrográficas importantes, bons ventos nas
regiões Nordeste e Sul do país, permitindo a instalação de parques eólicos e por suas
características edafoclimáticas, que propiciam a geração de biomassa. Adicionalmente, o
regime de insolação também tem favorecido a entrada de fontes solares na matriz elétrica.
A geração proveniente de fontes renováveis é vista como uma das alternativas mais
promissoras para o futuro energético sustentável.
Conforme pode ser observado no gráfico abaixo, tomando como base os dados
publicados pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) no BEN (2018) é possível
observar que a participação das hidrelétricas na matriz vem diminuindo ao longo nos
últimos anos, enquanto que as demais fontes, sobretudo as novas renováveis tiveram um
crescimento significativo. Esse decrescimento, como dito anteriormente, vem ocorrendo
gradativamente em detrimento da redução do armazenamento de água das grandes usinas,
aliado ao incentivo de novas fontes.

1
Fontes renováveis são aquelas que possuem um ciclo de renovação em escala humana, ou seja,
estão sempre disponíveis para a utilização, tais como a luz do sol, ventos, água, por exemplo. As
usinas hidrelétricas são, portanto, fontes renováveis também. Deste modo, será usado nesse
trabalho o termo novas renováveis que representa as usinas eólicas, biomassas, PCH’s e solares
fotovoltaicas.

2
PARTICIPAÇÃO DAS FONTES NA GERAÇÃO ELÉTRICA
50% 90%
45% 84%
80% 78% 81% 80%
40% 75%
68% 70%
66%
35% 63% 62% 63% 60%
30%
27% 50%
25% 26%
23% 40%
20% 20% 21%
18% 30%
15% 16% 15% 15% 16%
11% 13% 12% 20%
10% 10%
7% 7% 7% 8%
5% 4% 5% 10%
0% 0%
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Renováveis Não renováveis Hidrelétricas

Gráfico 1. 1 – Evolução das novas fontes renováveis na matriz elétrica brasileira.


Fonte: Própria a partir da EPE (12/2018).

1.2 Metodologia

Este trabalho visa apresentar projeções de oferta das fontes renováveis para o período
2019 – 2025, elaboradas através de diferentes metodologias. Para isso foram construídos
três cenários, considerando os resultados dos leilões de energia, análise histórica da
injeção de energia no SIN proveniente do mercado livre de energia e análises do potencial
da energia extra certame dos empreendimentos (tais conceitos serão explicados no
próximo capítulo).
O primeiro cenário utilizou dados técnicos dos empreendimentos vencedores dos
leilões desde 2004. Nesse caso, admitiu-se como premissa de que toda a energia
contratada nos leilões foi exportada para o SIN. O segundo cenário será sobreposto ao
cenário 1 com a projeção da energia injetada na rede proveniente do mercado livre
baseando-se em dados históricos. E o terceiro cenário será um indicativo considerando o
cenário 1 sobrepondo toda a energia extra certame. Todos os cenários serão comparados
com a projeção da demanda futura de modo a analisar os impactos nacionais das fontes
renováveis no período de estudo.

1.3 Estrutura

O trabalho foi estruturado de forma a esclarecer as premissas e metodologias


utilizadas para a obtenção dos resultados atingidos. Portanto, foi feito uma divisão de

3
forma a expor os conceitos básicos, as metodologias para as análises e os resultados
obtidos.

No capítulo 2, são apresentados os conceitos básicos da reestruturação do setor


elétrico, assim como o surgimento dos novos agentes responsáveis pela operação,
fiscalização, planejamento e regulação do setor. Além disso, foi abordado todo o processo
de comercialização de energia e seus impactos nas fontes renováveis.

No capítulo 3, são apresentados os conceitos pertinentes às fontes alternativas de


energia. Será abordado o cenário atual das novas fontes renováveis, assim como a
participação na oferta interna de energia no Brasil, e o montante de energia contratada
nos leilões de energia no período de 2004 – 2018.
No capítulo 4, são relatados a metodologia desenvolvida para obtenção dos
resultados. A partir de um estudo de caso, e após algumas considerações e premissas,
obtêm-se as variáveis para a avaliação da viabilidade do estudo.

No capítulo 5, expõe-se as análises dos resultados obtidos no capítulo 4,


modificações e consequências, no sistema elétrico, proveniente da alteração feita no
parque gerador com a introdução de fontes não controláveis e sazonais. E por fim, os
resultados e a conclusão são expostos no capítulo 6.

4
2. Estrutura atual do Sistema Elétrico

Neste capítulo, apresenta-se o cenário elétrico brasileiro após as duas


reestruturações, os novos agentes, os novos mercados, a comercialização de
energia e como o novo modelo impacta nas novas fontes renováveis: Eólica,
PCH, biomassa e solar fotovoltaica.

Desde o surgimento da primeira usina geradora de energia elétrica (CC) em Nova


York por Thomas Edison até os dias atuais com o armazenamento de energia,
gerenciamento da demanda, carros elétricos e a smart grid, o setor elétrico vem passando
por uma série de mudanças e desafios. Alguns ainda são desafios antigos a serem
resolvidos, como por exemplo, o atendimento total a carga, garantir a qualidade da
energia, a confiabilidade e segurança sistêmica. Enquanto que outros, devido a entrada de
novas tecnologias, surgem como desafios novos para o futuro, como a imprevisibilidade
na geração, a geração distribuída e gerenciamento da demanda.

Dessa forma, foi necessário que ocorressem mudanças estruturais no sistema


elétrico no decorrer dos anos, de modo a acompanhar todas as transformações que estão
acontecendo no sistema em seu pouco mais de 100 anos de existência.
A partir da crise econômica de 1990, o governo brasileiro decidiu iniciar um
grande programa de desestatização, assim como também havia na época um
consentimento geral de que era necessário a criação de um mercado competitivo no
atacado para a energia, não apenas isso, como a desverticalização da cadeia produtiva,
separando as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de
energia.
O sistema verticalizado como pode ser visto na figura 2.1 representa a forma de
como era a estrutura do sistema até a década de 90, em que as empresas recebiam a
concessão para o fornecimento de energia em uma determinada região do país, isso
incluía fornecer serviços de geração, transmissão e distribuição. Até então era um
monopólio regulado que não estimulava a competição entre os grupos geradores ou
transmissores, uma vez que não havia a possibilidade de uma empresa comercializar
energia diretamente aos consumidores fora de sua área de concessão.

Então em 1996, foi implantando o Projeto de Restruturação do Setor Elétrico


Brasileiro, que determinou a separação do transporte (transmissão e distribuição) da
produção (geração) e comercialização. O objetivo era aumentar a competição entre os
agentes, reduzir os custos e ampliar a participação de empresas privadas, uma vez que as
empresas eram predominantemente estatais. Houve também o surgimento do mercado
livre de energia e os preços que antes eram regulados em todos os segmentos, passaram
a ser livremente negociados entre os agentes de geração e distribuição.

5
Nesse primeiro modelo foram criados agentes importantes que têm papel
fundamental na operação (ONS) e regulação (ANEEL). No entanto, devido ao
racionamento em 2001 viu-se a necessidade em realizar novos estudos para a formulação
de um novo modelo. Desse modo houve a segunda reestruturação em 2004, sendo que
dessa vez foi criada a EPE que presta serviços de planejamento do setor elétrico, a CCEE
que viabiliza as transações de compra e venda de energia entre os agentes, o CMSE que
é o comitê de monitoramento do setor elétrico e dos mercados ACR (ambiente de
contratação regulada) e ACL (ambiente de contratação livre).

G G

T T T

D D D

Figura 2.1 - Esquemático verticalizado do sistema elétrico brasileiro.2


Fonte: Elaboração Própria.

Com essa nova reestruturação houve uma maior flexibilidade, uma vez que
aumentou-se a liberdade para estabelecer volumes de compra e venda de energia, não
apenas isso, como o surgimento de novos consumidores, como o consumidor livre e
especial e empresas destinadas a comercializar energia funcionando como representantes
de empreendimentos de geração de pequeno porte. A figura 2.2 representa o atual sistema
de comercialização de energia.

Percebe-se, que após a segunda reestruturação, é possível que determinados tipos


de consumidores possam adquirir energia de outros geradores fora da área de concessão

2
Perceba que nesse sistema era possível que outras empresas poderiam vender energia para
empresas vizinhas através de contratos de médio e longo prazo.

6
da concessionária de sua região, ou até mesmo vender a sua energia em contratos
bilaterais, ou no mercado de curto prazo se preferir.

G G G G G

Ambiente de Contratação Ambiente de Contratação


Regulada (ACR) livre (ACL)

COMERCIALIZADORAS

D D D

CL CL CL

Figura 2.2 - Representação Esquemática do atual modelo brasileiro.


Fonte: Elaboração Própria.

2.1 Órgãos do Setor Elétrico

Após as duas restruturações, importantes órgãos de regulação, operação,


comercialização, fiscalização e planejamento foram criados com intuito de garantir maior
confiabilidade, segurança e prevenção do sistema diante a grandes perturbações que
possam ocorrer. Tais órgãos desempenham um papel fundamental na continuidade do
fornecimento de energia, são eles: MME, CMSE, EPE, ONS e ANEEL.
A seguir são apresentadas, brevemente, as atribuições dessas principais
instituições que compõe o sistema elétrico atualmente.

7
2.1.1 CNPE – Conselho Nacional de Política Energética

É o órgão de assessoramento do Presidente da República, instituído pela Lei


9.478, de 6 de agosto de 1997, tem como objetivo formular políticas e diretrizes para o
setor de energia. O CNPE [1] é presidido pelo Ministro de Minas e energia (MME) e
conta também com a presença dos Ministros da Ciência e Tecnologia, Planejamento,
Orçamento e Gestão, Meio Ambiente, fazenda, casal civil e desenvolvimento, indústria e
comércio exterior. Vale ressaltar que também é composto por um cidadão especialista em
energia, um integrante de uma universidade e um representante dos estados.

2.1.2 MME – Ministério de Minas e Energia

Criado em 1960, o MME [2] formula políticas e planos de curto, médio e longo
prazo e de propor medidas preventivas ou corretivas para assegurar a confiabilidade do
suprimento de energia do país. É responsável por elaborar os programas governamentais
com base nas diretrizes do CNPE e de definir as metas e os instrumentos para prestação
de serviços aos consumidores. Compete ao MME também zelar pelo equilíbrio
conjuntural e estrutural de energia elétrica.

2.1.3 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

A ANEEL [3] foi criada em 1996 tem o objetivo de regular, fiscalizar as atividades
de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, responsável por
promover leilões. Também resolve conflitos entre consumidores e agentes do mercado e
entre os próprios agentes. Concede, permite e autoriza instalações e serviços de energia,
homologa reajustes tarifários, assegura a universalização e a qualidade adequada dos
serviços prestados e estimula investimentos e a competição entre os agentes do setor.

2.1.4 EPE – Empresa de Pesquisa Energética

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) [4] é uma empresa pública federal,


vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), e que foi instituída pela Lei nº 10.487
de 15 de março de 2004. A EPE tem por finalidade realizar serviços na área de estudos e
pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, nas áreas de energia
elétrica, petróleo e gás natural, e seus derivados, e biocombustíveis.

De acordo com essa lei, a EPE tem as seguintes atribuições [4]:

8
• Desenvolver estudos necessários para o desenvolvimento dos planos de expansão
da geração e transmissão de energia elétrica de médio e longo prazo;

• Efetuar o acompanhamento da execução de projetos e estudos de viabilidade


realizados por agentes interessados e devidamente autorizados;

• Realizar estudos indicativos a médio e longo prazo para setores de petróleo, gás e
biocombustíveis.

• Realizar estudos de impacto social, viabilidade técnico – econômica e


socioambiental para os empreendimentos de energia elétrica e de fontes
renováveis;

2.1.5 ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é uma empresa privada sem fins
lucrativos, e que foi instituída pela Lei nº 9.648 de 1998, criado para controlar, operar e
supervisionar a operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no
sistema interligados Nacional (SIN). O ONS [5] executa também diversos estudos sobre
o SIN, com objetivo de coordenar as fontes de geração de energia, otimizando os recursos
energéticos e garantindo segurança no fornecimento de energia no país.

São atribuições do ONS [5]:

• Promover a otimização da operação do sistema eletro energético, visando o


menor custo para o sistema, observando os padrões técnicos e os critérios de
confiabilidade estabelecidos nos Procedimentos de Rede aprovados pela Aneel;

• Planejamento da operação dos sistemas isolados do país, sob fiscalização da


Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL);

• Garantir que todos os agentes do setor elétrico tenham acesso à rede de


transmissão de forma não discriminatória;

• Contribuir, de acordo com a natureza de suas atividades, para que a expansão do


SIN se faça ao menor custo e vise às melhores condições operacionais futuras.

9
2.1.6 CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, que atua sob autorização do
poder concedente e regulação da ANEEL, com finalidade de viabilizar as transações de
compra e venda de energia entre os agentes da CCEE, restritas ao SIN.

No âmbito operacional, uma das principais atividades da CCEE [6] é contabilizar


as operações de compra e venda de energia elétrica, apurando mensalmente as diferenças
entre os montantes contratados e os montantes efetivamente gerados ou consumidos pelos
agentes de mercado. Para tanto, registra os contratos firmados entre compradores e
vendedores, além de medir os montantes físicos de energia movimentados pelos agentes.

São atribuições da CCEE [6]:

• Promover leilões de compra e venda de energia elétrica, por delegação da


ANEEL;

• Promover a medição e o registro de dados relativos às operações de compra e


venda e outros serviços inerentes aos serviços de energia elétrica;

• Determina os débitos e créditos dos agentes com base nas diferenças apuradas,
realizando a liquidação financeira das operações. Para valorar tais diferenças, a
instituição calcula o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

• Realiza o monitoramento contínuo do mercado, identificando e analisando ações


dos agentes de acordo com a legislação ou condutas incompatíveis com as boas
práticas comerciais.

O diagrama 2.3 mostra o nível hierárquico das empresas que compõe o sistema
elétrico brasileiro após as duas restruturações.

10
CNPE

CMSE MME EPE

ANEEL

CCEE ONS

Figura 2.3 - Diagrama com da Estrutura atual do SEB.


Fonte: Elaboração Própria.

2.2 Agentes do setor elétrico

No atual cenário, além dos órgãos organizacionais que coordenam e viabilizam o


setor elétrico como foi descrito no subíndice anterior, existem também os agentes
setoriais, que são organizadas em quatro categorias, descritas abaixo:

• Geradores - Podem ser agentes concessionários de serviço público que operam


plantas de geração de energia por meio da concessão a título de serviço público,
ou produtor independente de energia que são agentes individuais, que recebem a
concessão para comercializar energia destinada à comercialização por sua conta e
risco e autoprodutor que recebem autorização para produzir sua própria energia,
podendo comercializar o excedente. Os agentes de geração podem comercializar
sua energia no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e ambiente de
contratação livre (ACL).

• Transmissoras – São agentes detentoras de concessão de instalações de energia na


rede elétrica. A concessão para operar o sistema de transmissão é firmada em
contrato com duração de 30 anos. Os usuários pagam pelo serviço através das
Tarifas de Uso dos Sistemas de Transmissão (TUST).

• Comercializadoras – São agentes importadores, exportadores e comercializadores


de energia além de consumidores livres e especiais que podem comprar ou vender

11
energia em ambos os mercados (livre e regulado) atendendo a requisitos da
legislação e a condições específicas de cada categoria.

• Distribuidoras – São agentes da distribuição de energia representadas por


concessionárias que realizam o atendimento da demanda de energia em
determinada região do país aos consumidores com tarifas e condições de
fornecimento reguladas pela ANEEL, através de contratos energia celebrados no
ACR por meio de leilões3 aos consumidores.

2.3 Comercialização de Energia Elétrica

O novo modelo tem como objetivo garantir a segurança do suprimento de energia


elétrica, modicidade tarifária e maior flexibilidade na compra e venda. No entanto, a
comercialização é um processo contratual, resultando em dúvidas para aqueles que não
estão familiarizados com as regras de comercialização, uma vez que existe uma grande
diferença entre o contrato e a energia fisicamente entregue ao consumidor, em virtude,
principalmente, de que para se gerar a energia é necessário que uma série de fatores
estejam sendo atendidos, tais como níveis de tensão, carregamento nas linhas e limite
operativo dos equipamentos, por exemplo.

Dessa forma, embora um empreendimento de geração ganhe nos leilões o mesmo


não é obrigado a entregar fisicamente a energia, visto que o despacho é determinado pelo
ONS que usa como auxílio os programas NEWAVE4 e DECOMP5 que são elaborados
pelo CEPEL (Centro de Pesquisas de Energia Elétrica) [7] que tem como objetivo
otimizar os recursos energéticos e despachar as usinas com menor custo operacional.

Para o entendimento de como funciona a comercialização de energia e os seus


impactos nas fontes renováveis é necessário o entendimento de alguns termos e regras
que devem ser seguidos.

3
Os agentes de distribuição também podem adquirir energia através da geração distribuída desde
que a mesma limite a 10% de seu mercado, segundo a resolução normativa 482 da ANEEL.
4
NEWAVE - É um programa de otimização de médio e longo prazo com discretização mensal,
com objetivo de definir as parcelas de geração hidrotérmica que minimizem o valor esperado do
Custo de Operação.
5
DECOMP - É um programa de otimização de curto prazo com discretização semanal que recebe
os resultados do NEWAVE e determina as metas individuais de geração para as usinas térmicas
e hidrelétricas, bem como o intercâmbio de energia entre subsistemas.

12
2.3.1 Garantia Física (GF)

Garantia Física [8] é a quantidade máxima de energia elétrica associada ao


empreendimento, incluindo importação, que poderá ser utilizada para comprovação de
atendimento de carga ou comercialização por meio de contratos. O cálculo da GF dos
empreendimentos é de responsabilidade do MME, sob execução do cálculo realizada pela
EPE, e o seu valor estabelecido no contrato de concessão ou ato de autorização.

Usinas hidrelétricas e térmicas são despachadas centralizadamente pelo ONS


(com exceção de usinas a Biomassa). Enquanto que eólicas e solares fotovoltaicas não
são despachadas pelo ONS e são consideradas como abatimento de carga.

• Índice de Custo Benefício (ICB) - É definido para a ordenação econômica de


empreendimentos de geração termelétrica, solares e eólicos em leilões de compra
de energia provenientes de novos empreendimentos de geração. Definido como o
custo total do empreendimento e o benefício energético que representa para o
sistema.

• Custo Variável Unitário (CVU) - Representa o custo excedente repassado ao


comprador quando à necessidade despachar usinas termelétricas com custo de
combustível (óleo, carvão, gás natural). Valor expresso em (R$/MWh), calculado
pela EPE e representa a quantia que será ressarcido para uma usina quando
chamada para operar e que serve também como base para a definição da GF.

2.3.2 ACR - Ambiente de Contratação Regulada

Segmento do mercado [9] no qual se realizam as operações de compra e venda de


energia entre os agentes vendedores e de distribuição, procedidos de licitação, conforme
regras e procedimentos de comercialização específicos. A contratação é realizada por
meio de leilões de energia sob supervisão da CCEE, por delegação da ANEEL, onde são
celebrados contratos bilaterais 6 entre agentes geradores e distribuidores, sendo o
vencedor do leilão o empreendimento que oferecer o menor preço em reais por megawatt-
hora (R$/MWh). Os contratos das usinas geradoras são divididos em duas modalidades:

6
São contratos de compra e venda de energia em volumes livremente aceitados entre duas partes.
Nesses contratos são definidos a quantidade de energia contratada.

13
• Por Quantidade [10] – Destinada às usinas hidrelétricas, sendo que o risco
hidrológico é assumido pelos empreendedores. Isso significa que para os casos de
geração inferior ao contratado nos leilões, será necessário que o empreendimento
compre energia no mercado de curto prazo, como forma de honrar seu contrato.
Para o caso contrário, a usina (ou grupo delas) irá vender energia no mercado de
curto prazo, ambos os casos sujeitos ao PLD.

• Por Disponibilidade [10] – Destinado às usinas térmicas, que recebem uma receita
fixa apenas para ficarem disponível para o sistema com intenção de garantir a
segurança energética, e apenas quando requisitada pelo ONS para produzirem a
energia é que serão remuneradas pelo CVU. O custo adicional devido ao
despacho das térmicas é repassado aos consumidores, através das bandeiras
tarifárias.

2.3.3 ACL - Ambiente de Contratação Livre

É o segmento do mercado no qual se realizam as operações de compra e venda de


energia, através de contratos bilaterais [9] livremente negociados, respeitando as regras e
procedimentos de comercialização específicos e registrados na CCEE. Participam desse
mercado agentes de geração, comercializadores e consumidores livres e especiais.

• Consumidor Cativo (CC) – Consumidores que podem comprar energia apenas da


sua concessionária na qual se encontra instalado, ficando submetido à tarifa e
condições estabelecidas pela ANEEL.

• Consumidor Livre (CL) – Consumidores que atuam no ACL podendo comprar


energia de qualquer agente gerador ou comercializador do país, através da
negociação de preços e condições contratuais. Para se enquadrar nesse segmento,
é necessário possuir carga mínima de 3 MW e tensão de 69 KV.

• Consumidor Especial (CE) – Consumidores com carga superior a 500 KW


poderão contratar através o ACL energia de fontes incentivadas (PCH, eólica,
solar e biomassa).

2.3.4 PLD – Preço de Liquidação das Diferenças

O PLD [12] é uma tarifa calculada semanalmente pela CCEE, por meio dos
programas desenvolvidos pelo CEPEL, para cada submercado (Norte, Nordeste, Sudeste

14
e Cento- Oeste e Sul) e patamar de carga. Os preços servirão para a liquidação de toda a
energia não contratada entre os agentes.

O PLD é determinado com base no Custo Marginal da Operação 7, limitado a um


preço mínimo que considera os custos de operação e manutenção das usinas hidrelétricas
e um preço máximo que leva em consideração os custos variáveis de operação dos
empreendimentos termelétricos.

2.3.5 Leilões de Energia

Os leilões são mecanismos de mercado que visam aumentar a eficiência de


contratação de energia. Com objetivo de garantir que diferentes empreendimentos de
geração tenham a possibilidade de vencer nos leilões. Foram criados pela CCEE
diferentes categorias. Para auxiliar na compreensão dos resultados que serão abordados
em capítulos posteriores, apresenta-se, inicialmente, uma breve descrição dos principais
tipos de leilões.

• Leilão de Energia Nova (LEN) [13] - Tem por objetivo o atendimento às


necessidades de mercado das distribuidoras, mediante a venda de energia elétrica
a ser gerada por novos empreendimentos. Este leilão pode ser dos seguintes tipos:
A-6 (usinas que entram em operação comercial em até 6 anos) até o A-3 (em até
três anos).

• Leilão de Energia Existente (LEE) [13] - leilão de energia existente foi criado para
contratar energia gerada por usinas já construídas e que estejam em operação,
cujos investimentos já foram amortizados e, portanto, possuem um custo mais
baixo.

• Leilão de Energia Reserva (LER) [13] - Tem como objetivo aumentar a segurança
no fornecimento de energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional – SIN
podendo ser de novos empreendimentos de geração ou de empreendimentos
existentes. A energia de reserva é contabilizada e liquidada no mercado de curto
prazo operada pela CCEE. Sua contratação é viabilizada por meio dos leilões de
energia de reserva.

• Leilão de Fontes Alternativas (LFA) [13] – Tem como objetivo atender o mercado
consumidor das concessionárias de distribuição através de fontes térmicas a
biomassa, eólica e solar. O leilão de fontes alternativas foi regulamentado por
meio do Decreto nº 6.048, de 27 de fevereiro de 2007, o qual altera a redação do

7
Através dos programas de otimização NEWAVE e DECOMP obtém-se o CMO (Custo
Marginal da Operação) que significa o quanto custará para o sistema produzir 1 MW a mais.

15
Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004. O último leilão de fonte alternativa
ocorreu em 2015.

• Programa de Incentivo às Fontes Alternativa (PROINFA) [13] foi instituído pela


Lei nº 10.438/2002 e tem o objetivo de aumentar a participação de fontes
alternativas renováveis (PCH’s, usinas eólicas e empreendimentos termelétricos a
biomassa) na produção de energia elétrica, privilegiando empreendedores que não
tenham vínculos com concessionárias de geração, transmissão ou distribuição.
Toda a energia produzida pelos participantes do programa tem garantia de
contratação pela Eletrobrás por 20 anos.

2.4 Critérios para classificação e operação das usinas

Após a realização leilões do ACR e contratos bilaterais do ACL, o procedimento


para a geração será coordenado pelo operador nacional. Para isso, os empreendimentos
de geração são classificados em 3 tipos segundo o procedimento de rede 26.2 do ONS.

2.4.1 Tipo 1

Usinas conectadas na rede básica [14], independente da potência e da fonte


primária que afete a operação eletroenergética, usinas fora da rede básica que contribuem
para minimizar problemas operativos e usinas hidrelétricas com potência superior a 30
MW. Os empreendimentos que se enquadram nessa modalidade são programados para o
despacho centralizado, supervisionado e controlado pelo ONS;

2.4.2 Tipo 2

São usinas que estão conectadas na rede básica [14] ou não e que não causam
impactos na segurança elétrica na rede de operação, mas que impactam no planejamento.
São classificadas em 3 subgrupos:

• Tipo II –A: Térmicas que tem custo variável unitário – CVU e que são
despachadas por ordem de mérito, esses tipos de empreendimentos são
programados para o despacho centralizado, supervisionado e controlado pelo
ONS;

• Tipo II – B: Usinas que apresentam limitações que impedem ao despacho


centralizado, tais como: PCH, eólica, biomassa e fotovoltaica. Empreendimentos

16
que se enquadram nessa modalidade não tem seu despacho coordenado pelo ONS,
entretanto o agente deve informar ao ONS o seu despacho programado e
excepcionalmente devido a condições operativas específicas, essas usinas poderão
ter a sua programação centralizada pelo ONS.

• Tipo II – C: Usinas que individualmente não impactam no SIN, mas quando


analisadas em conjunto com outras usinas no mesmo ponto de conexão, totalizam
uma injeção de potência significativa, deste modo, precisa de um contato com o
ONS informando sua geração programada.

2.4.3 Tipo 3

Usinas conectadas fora da rede básica [14] e que não impactam na operação
eletroenergética do SIN. São caracterizados por empreendimentos de autoprodução, cuja
demanda seja permanentemente maior do que a sua geração, deste modo esses
empreendimentos não precisam ter relacionamento operacional com o ONS.

2.5 SIN – Sistema Interligado Nacional

A rede elétrica brasileira é um sistema grande e robusto que interliga todas as


regiões do país, sendo que um dos seus principais objetivos principais é garantir a
otimização dos recursos hídricos. Pela dimensão continental do Brasil, o sistema elétrico
é composto por diversos equipamentos, com diversos níveis de tensão, restrições
operativas e com diferentes tipos de geração, sendo predominantemente hidráulica, mas
com participação crescente das eólicas, térmicas a biomassa e solar fotovoltaica.
O SIN é constituído por quatro subsistemas: Sudeste/Centro- Oeste, Sul, Norte e
Nordeste como pode ser visto na figura 2.4.

17
Figura 2.4 - Sistema Interligado Nacional.
Fonte: ONS (11/2018).

Na figura 2.4, verifica-se grandes empreendimentos de geração hídrica em todo o


país, com uma concentração maior na região Norte. Na tabela 2.1 é possível verificar as
10 maiores usinas hidrelétricas do Brasil, sendo que juntas somam 47 GW de capacidade
instalada e representam 28% de toda a capacidade brasileira.

18
Tabela 2.1 - As 10 maiores hidrelétricas do país.

Usina Potência (GW) Município


Belo Monte 11,23 Altamira -PA
Tucuruí 8,54 Tucuruí - PA
Itaipu (Parte Brasileira) 7,00 Foz do Iguaçu - PR
Jirau 3,75 Porto Velho - RO
Santo Antônio 3,57 Porto Velho - RO
Ilha Solteira 3,44 Ilha Solteira - SP
Xingó 3,16 Canindé de São Francisco - SE
Paulo Afonso IV 2,46 Delmiro Gouveia - AL
Itumbiara 2,08 Araporã - MG
Teles Pires 1,82 Jacareacanga - PA
Fonte: Própria a partir do BIG - ANEEL (2018)

No entanto, devido ao crescimento das novas fontes alternativas na oferta interna


de energia elétrica no país, empreendimentos eólicos, por exemplo, têm tido um aumento
considerável nos últimos anos, como será detalhado no capítulo seguinte. São ao todo 545
usinas eólicas em operação, nos quais 444 estão na região Nordeste do país com
capacidade instalada de 11,31 GW. Fazendo uma comparação da potência instalada das
eólicas com as das usinas hidrelétricas da tabela 2.1, é possível notar que a potência
instalada das usinas eólicas apenas na região Nordeste, equivale a aproximadamente uma
usina de Belo Monte.
As térmicas a biomassa estão predominantemente na região Sudeste, somando 303
usinas de um total de 559, o que corresponde a 7,91 GW de potência e que equivale a
54% dessa fonte. Esse valor de potência de usinas a biomassa na Região Sudeste é maior
do que a usina de Itaipu. Vale destacar que 223 usinas estão apenas em São Paulo, com
5,99 GW de capacidade.
Enquanto que as demais renováveis como as PCH´S, por exemplo, estão
espalhadas entre todas as regiões, com uma concentração maior no Sul e Sudeste, e os
empreendimentos solares fotovoltaicos estão principalmente nas regiões Sudeste e
Nordeste do país.

19
2.6 Fontes Renováveis na Geração Distribuída

Um empreendimento é classificado como geração distribuída (GD) quando


instalado próximo ao centro de carga e de baixa potência. Estes geradores, que podem ser
síncronos a diesel, a biomassa ou resíduos combustíveis industriais e urbanos e PCH’s.
No entanto no Brasil, a classificação para GD são apenas as novas fontes renováveis,
objeto de estudo desse trabalho.
O uso da GD é recente, sobretudo no Brasil, e pode acarretar em alterações
positivas no sistema, tais como redução das perdas na transmissão e distribuição, aumento
da confiabilidade, elevação da eficiência e aumento de outras fontes na matriz energética.
No entanto, a GD é composta em sua maioria por fontes não controláveis, tais como eólica
e solar, que aumenta a variabilidade do sistema, não apenas isso, como trata-se de uma
geração descentralizada aumentando as incertezas de geração.
Deve-se analisar dessa maneira, os locais com uma maior penetração das GD’s,
uma vez que a mesma pode em alguns casos aumentar as perdas do sistema, provocar
problemas na qualidade de energia, nos níveis de segurança, perfil da tensão e a proteção.

Nesse sentido, é visível de que a geração de energia elétrica próxima ao local de


consumo ou na própria instalação consumidora pode trazer uma série de vantagens sobre
a geração centralizada tradicional. Entretanto, deve-se verificar toda a viabilidade técnica,
econômica e operacional do sistema, uma vez que o mesmo precisa entregar energia com
altos índices de segurança, confiabilidade e qualidade aos consumidores.

2.6.1 Atual cenário da GD no Brasil

O sistema elétrico brasileiro por ter dimensões continentais até então foi
estruturado para ser grande e robusto o suficiente para conseguir transmitir energia de
longas distâncias com grandes usinas geradoras a centenas ou até mesmo milhares de
quilômetros do centro de carga. Dessa forma, o planejamento, a operação, a regulação e
a proteção do mesmo foram pensados de forma a garantir o fornecimento de energia com
os empreendimentos de geração a grandes distâncias. Entretanto, recentemente com uma
maior penetração da geração distribuída na matriz elétrica brasileira, introduz ao sistema
um novo desafio, de atendimento a demanda com uma maior penetração de fontes
variáveis na matriz elétrica próximos aos centros de consumo.

Segundo os dados recentes retirados da ANEEL, a potência instalada como


geração distribuída já corresponde a 553,3 MW de capacidade instalada [15] com um
total de 44.961 unidades geradoras entre elas estão fotovoltaicas, PCH’s, biomassas,
eólicas e entre outras como pode ser visto na tabela 2.2.

20
Tabela 2.2 - GD´S no Brasil.

UNIDADES CONSUMIDORAS COM GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Tipo Quantidade Quantidade de UCs Potência Instalada (MW)


CGH 61 7.422 55,7
EOL 57 100 10,31
UFV 44.721 54.557 452,42
UTE 122 513 35,28
Fonte: ANEEL (12/2018).

Dentre todos os empreendimentos classificados como geração distribuída, a


fotovoltaica é a fonte com maior participação na capacidade instalada. Isso se deve
principalmente pelo custo decrescente no projeto de instalação das placas assim como
também a Resolução Normativa 482, de 17 de abril de 2012, a ANEEL (Agência Nacional
de Energia Elétrica) que estabeleceu as condições gerais para o acesso de microgeração e
minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica.

O crescente aumento da geração distribuída não apenas pelas UFV como também
biomassas, PCH’s e eólicas é uma realidade. Para se ter uma ideia, segundo o BIG
(Balanço de Informação da Geração), da ANEEL os projetos em construção [16] de
PCH’s e UFV somam 11,93% como podem ser vistos na tabela 2.3. No entanto, vale
ainda ressaltar que a participação da geração distribuída pode ser ainda maior, uma vez
que existem térmicas e eólicas conectadas à rede de distribuição, que não são
considerados separadamente segundo dados da ANEEL.

Tabela 2. 3 - Porcentagem dos Empreendimentos em construção.

Empreendimentos em Construção

Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) %

CGH 5 4.810 0,05


EOL 116 2.588.050 25,71
PCH 29 369.099 3,67
UFV 30 831.796 8,26
UHE 6 1.254.100 12,46
UTE 28 3.667.591 36,44
UTN 1 1.350.000 13,41
Total 215 10.065.446 100
Fonte: ANEEL (12/2018)

21
2.6.2 Micro e Minigeração

Segundo regras e procedimentos [17] da ANEEL, a micro e minigeração


distribuída consistem na produção de energia elétrica através de empreendimentos que
utilizam fontes renováveis ou cogeração qualificada, conectadas diretamente à rede de
distribuição. A tabela 2.4 mostra os tipos e as categorias que as usinas se enquadram, com
base na regulamentação da ANEEL.

Tabela 2.4 - Classificação da geração distribuída no Brasil.

Tipo Capacidade Categoria Regras de Comercialização

PIE com negociação no ACL ou


Geração Até 30 MW para Eólica,Biomassa,
direto com empresas de
Distribuída as PCH´S PCH
distribuição
Mini Geração Maior que 75KW Eólica,Biomassa,
Distribuída até 5MW PCH e fotovoltaica Sistema de Compensação de
Micro Geração Energia
Até 75 KW Fotovoltaica
Distribuída
Fonte: Própria a partir da ANEEL (12/2018)

2.6.3 Sistema de Compensação de Energia (Net Metering)

O Net Metering [17] trata-se de um incentivo governamental que permite que a


energia gerada pelo pequeno empreendimento classificado como micro ou minigeração
seja injetada na rede de distribuição, fazendo com que o proprietário possa reduzir a sua
tarifa de energia, mesmo que o instante de consumo seja diferente da geração.

Para esse procedimento o excedente de energia exportada para rede, contará como
créditos em energia (KWh), de forma que no arrecadamento desses créditos será abatido
no consumo dessa unidade. Pode-se pensar que a rede elétrica funciona como uma bateria
para a micro ou minigeração, sendo um sistema de armazenamento virtual.

Os créditos continuam válidos por 60 meses, podendo ainda utilizar esses créditos
em outras unidades caracterizadas como geração compartilhada.
No entanto, é importante destacar que não é permitido a comercialização dos
excedentes de energia produzidos pelos empreendimentos. Deste modo, não existe
incentivos para que as unidades geradoras produzam mais energia do que seu
autoconsumo.

22
3. Tipos de Fontes Renováveis e participação
no SEB

Neste capítulo, apresenta-se o cenário atual das novas fontes renováveis, a


potência instalada, assim como a participação na oferta interna de energia
no Brasil. É abordada também a complementariedade entre as fontes de
energia e o montante de geração contratado nos leilões.

Embora a matriz energética do setor elétrico seja predominantemente hidráulica,


o Brasil vem buscando meios para a promoção das fontes renováveis alternativas de
energia no Setor Elétrico Nacional. Os motivos para o uso dessas ferramentas de apoio
estão mais relacionados à busca pela diversificação energética, provocado pela redução
dos níveis de água nos reservatórios, da preocupação com a emissão de gases do efeito
estufa (GEE) e da segurança energética.
Os principais mecanismos existentes após as reestruturações no Brasil estão
direcionados ao Sistema Interligado Nacional – SIN que são o Programas de Incentivos
às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), os leilões de energia nova e os leilões
de energia de reserva, ambos podendo ser específicos para as fontes renováveis
alternativas.
É importante enfatizar que as novas fontes renováveis têm um grande potencial
de aproveitamento, como por exemplo a biomassa e eólica, que são complementares com
as usinas hidrelétricas. Na região Sul e Sudeste por exemplo o período de safra da cana-
de-açúcar e consequentemente a geração de energia exportada para o SIN tem aumento
significativo por essa fonte fora do período chuvoso dessas regiões (abril – outubro). O
mesmo acontece com a eólica, na região Nordeste, já que o período de chuvas ser o
inverso dos ventos. O gráfico 4.1 mostra a capacidade instalada por cada fonte em
operação em 2018 segundo dados da ANEEL. [16].
Nota-se que as fontes renováveis somam 79,19% da capacidade instalada da
matriz elétrica, enquanto que as novas renováveis (PCH, eólica, solar e biomassa) já
somam 21,53%. Tais dados coloca o Brasil em uma posição de destaque na geração de
fontes renováveis no cenário mundial, uma vez que segundo dados recentes da Agência
Internacional de Energia (IEA), o Brasil é o terceiro maior gerador de energias renováveis
do mundo.

23
MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA
CAPACIDADE INSTALADA POR FONTE

Biomassa Nuclear
9% 1%

Gás natural
8%
Carvão mineral
2%
Hidrelétrica
Petróleo
61%
6%
PCH
3%
Solar
1%
Eólica
9%

Gráfico 3.1 - Capacidade Instalada por fonte.


Fonte: Própria a partir da ANEEL (12/2018)

Para auxiliar na compreensão dos resultados que serão abordados em capítulos


posteriores, apresenta-se, inicialmente, uma breve análise das principais características
das fontes renováveis e alternativas com potencial de aproveitamento no SIN, a saber, a
energia eólica, a biomassa, as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e solar fotovoltaica.

3.1 Eólica

Em 1992, no arquipélago de Fernando de Noronha, entrou em operação o primeiro


aerogerador instalado no Brasil. Devido ao alto custo da tecnologia e pela falta de
políticas de incentivo nos anos seguintes, a energia eólica, infelizmente, pouco cresceu.
No decorrer da crise energética de 2001, houve a tentativa de incentivar a
contratação de empreendimentos de geração de energia eólica no país. Criou-se então, o
Programa Emergencial de Energia Eólica (PROEÓLICA). Esse programa tinha como
objetivo a contratação de 1.050 MW de projetos de energia eólica até dezembro de 2003.
Aliado a isso, como também já se tinha o conhecimento da complementaridade sazonal
do regime de ventos com os fluxos hidrológicos nos reservatórios hidrelétricos no
nordeste do país. Esse programa, no entanto, não obteve resultados e foi substituído pelo
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, o PROINFA.
No nascimento do PROINFA (2004), a tecnologia de geração de energia eólica
ainda era muito cara e o desenvolvimento em leilões competitivos só viria mais tarde. Foi
então no final de 2009, ano que ocorreu o primeiro leilão (Energia de Reserva - LER) de

24
comercialização de energia voltado exclusivamente para a fonte eólica, havendo a
contratação de 1,8 GW e abrindo as portas para novos leilões que ocorreram nos anos
seguintes.
Dessa forma, após os incentivos para o desenvolvimento dessa fonte, a energia
eólica vive um crescimento de mercado. Isso se deve principalmente aos bons ventos,
sem mudanças bruscas de velocidade e direção, as melhorias técnicas ao longo dos anos,
assim como também, a queda dos preços dos aerogeradores e o baixo custo de operação,
uma vez que não se paga pelo uso do combustível. Um outro ponto importante para
consolidação da energia eólica no cenário nacional, é o elevado fator de capacidade 8 do
Brasil, considerado o maior do mundo. Com base nos dados do MME/ABEEólica [18] é
possível comparar o fator de capacidade do Brasil com os demais países.

FATOR DE CAPACIDADE DE GERAÇÃO EÓLICA


45% 42%
40%
35% 33%
29%
30% 27%
25% 21% 22%
19% 20%
20%
15%
10%
5%
0%
Alemanha Brasil Canada China EUA França Itália Reino Unido

Gráfico 3.2 - Comparativo do fator de capacidade do Brasil com os demais países.


Fonte: Própria a partir do MME (12/2018)

Diante desse novo cenário para a geração eólica, com uma maior contratação no
mercado regulado (ACR) e do mercado livre (ACL), fez com que os níveis de geração
aumentassem mais de 600% entre os anos de 2013 a 2017 segundo dados [19] de injeção
da CCEE, assim como o aumento significativo na participação da oferta interna de energia
do país, saltando de 1% em 2013 para 8% em 2017 como pode ser visto no gráfico 3.3.

8
Fator de capacidade de uma estação de geração elétrica é a proporção entre a produção efetiva
da usina em um período de tempo e a capacidade máxima neste mesmo período.

25
ENERGIA EÓLICA NO SIN
5,00 4,62 10%
4,50 9%
4,00 3,66 8%
8%
GWmédio

3,50 7%
3,00 6% 6%
2,41
2,50 5%
2,00 4% 4%
1,40
1,50 3%
1,00 0,75 2% 2%
0,50 1% 1%
0,00 0%
2013 2014 2015 2016 2017

Eólica % da matriz

Gráfico 3.3 - Evolução da Exportação de energia eólica para o SIN.


Fonte: Própria a partir da CCEE (12/2018)

Entretanto, em alguns meses do ano, a participação da eólica tem atingido até 10%
da matriz elétrica brasileira 9, isso ocorre devido ao comportamento sazonal dos ventos,
que tem uma maior variação na intensidade e duração entre os períodos de julho a
dezembro, fazendo com que esse período represente um acréscimo de geração comparado
ao outro semestre. Isso se deve, principalmente, em função da relação cúbica da
velocidade do vento e potência entregue pela turbina, como pode ser visto na fórmula 4.1.

P = 0,5 A 𝜂 𝜌 Cp V³ (4.1)

Sendo que:
P Potência produzida;

A Área varrida pelo rotor 𝜋r² (m²);

𝜂 Rendimento da turbina – gerador;

𝜌 Densidade do ar (1,225 kg/ m³);

Cp Coeficiente de desempenho aerodinâmico;


V Velocidade do ar (m/s).

9
Segundo dados da CCEE em setembro de 2017 foi o primeiro mês que a geração eólica atingiu dois dígitos
chegando a 11%.

26
Tomando como dados da CCEE de 2017 de exportação de energia para o SIN, o
segundo semestre da geração eólica correspondeu a 62% da produção total de energia
anual por essa fonte. Esse comportamento tem um papel importantíssimo para o sistema,
uma vez que esse período corresponde aos meses de estiagem e redução dos reservatórios
das grandes usinas hidrelétricas.
Portanto, a complementariedade com as hidrelétricas pode se tornar uma forma de
redução da necessidade do ONS em despachar térmicas fora da ordem de mérito por
exemplo. O gráfico 3.4 mostra a geração de energia em 2017 das fontes hidrelétricas e
eólicas segundo dados [19] da CCEE.

HIDRELÉTRICA X EÓLICA
TWh TWh
40 6
35
5
30
4
25
20 3
15
2
10
1
5
0 0
jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17

Hidrelétrica Média Anual Eólica Eólica

Gráfico 3.4 - Complementariedade entre hidrelétrica e eólica em 2017.


Fonte: Própria a partir da CCEE (12/2018)

Fazendo uma nova análise, tomando agora uma média trimestral de geração dessas
duas fontes, com base nesses dados que estão disponíveis na tabela 4.1, é possível analisar
os valores trimestrais de 2017 da geração hidrelétrica e eólica e suas variações percentuais
tomando como base o valor médio trimestral.

Na tabela 3.1 é possível observar os percentuais de aumento e queda das duas


fontes em relação ao valor médio. Tendo em vista como exemplo de análise o 3º e 4º
trimestre, a geração proveniente de fontes hidrelétricas sofreu uma redução de 1,94 GW
médio 10 em comparação com a média, enquanto que as fontes eólicas teve um aumento
de 0,55 GW médio. Considerando um caso hipotético, em que não houvesse variação da

10
Os dados estão em GWmédio que é uma energia média no intervalo de 1 ano (8760 horas), ou
seja 1 MW médio = MWh/8760.

27
demanda anual e que toda a redução da geração hídrica precisasse ser compensada pelas
demais fontes, isso significaria que em 2017, as eólicas representaram 28% do valor
necessário para ser gerado.

Tabela 3.1 - Dados trimestrais da geração hidrelétrica e eólica em 2017.

Hidrelétrica Eólica
Fontes/ Semestre
GW médio % GW médio %
1º Trimestre 12,5 19% 0,79 -31%
2º Trimestre 10,4 0% 0,96 -17%
3º Trimestre 9,1 -13% 1,48 28%
4º Trimestre 9,9 -5% 1,38 20%
Valor Médio 10,5 1,15
Fonte: Própria a partir da ANEEL (12/2018)

Portanto, a energia eólica, além de ser renovável é ambientalmente limpa e


complementar com a geração hídrica. Identifica-se, dessa forma, um grande potencial e
inúmeros ganhos sociais que fonte de energia eólica representa para a sociedade, uma vez
que possui baixo impacto ambiental em sua instalação, possui atualmente um custo de
operação inferior dos empreendimentos de geração que emitem CO 2, proporciona a
geração de empregos, melhoria de vida para proprietários de terra com arrendamento para
colocação das torres, além do vasto potencial eólico nacional, principalmente no Nordeste
e Sul do país.
Segundo dados do Banco de Informação da Geração (BIG) da ANEEL [16] essa
fonte terá um crescimento positivo de sua capacidade instalada nos próximos anos. Na
tabela 3.2 percebe-se que 108 empreendimentos estão em construção correspondendo um
acréscimo de mais de 2GW em sua capacidade.

Tabela 3. 2 - Empreendimentos de Geração Eólica.

Parque Eólico Nacional

Fase Quantidade Potência (GW)


Operação 545 13,4
Construção 108 2,32
Total 653 15,72
Fonte: ANEEL (12/2018)

28
3.2 Biomassa

O uso da biomassa para a produção de energia é antigo, sobretudo no Brasil.


Inicialmente abundante, a lenha foi responsável, até a primeira metade do século XX, por
mais de 50% da oferta interna no país, sendo utilizada diretamente como combustível
para fins domésticos e industriais.
Devido à preocupação mundial com o aquecimento global, os biocombustíveis,
como o etanol e o biodiesel produzidos a partir da biomassa como a cana de açúcar e a
soja, são vistos como soluções promissoras para minimizar a emissão de CO2 na
atmosfera. Visto que esses combustíveis são considerados “neutros em CO 2”, pois o
carbono emitido pela queima dos mesmos é reabsorvido pelo crescimento da biomassa
na safra seguinte.
O principal insumo para a produção de energia da biomassa no Brasil é o bagaço
da cana. Esse insumo é queimado em caldeiras com elevada temperatura e pressão para
geração de vapor e produção da eletricidade. Entretanto, é importante enfatizar, que do
ponto de vista energético, a biomassa é toda matéria orgânica, seja de origem animal ou
vegetal, que pode ser utilizada na produção de energia. A tabela 3.3 é descrito todos os
tipos de fonte biomassa [20] no Brasil segundo dados da ANEEL.

Tabela 3.3 - Tipos de Combustível utilizado para produção de energia considerado biomassa.

Origem Fonte Nível 1 FF Insumo


Biogás – Floresta
Carvão Vegetal
Gás de Alto Forno – Biomassa
Floresta FL
Lenha
Licor Negro
Resíduos Florestais
Resíduos sólidos Biogás – RU
RU
Biomassa urbanos Carvão – RU
Resíduos animais RA Biogás – RA
Biocombustíveis Etanol
BL
líquidos Óleos vegetais
Bagaço de Cana de Açúcar
Biogás-AGR
Agroindustriais AI
Capim Elefante
Casca de Arroz
Fonte: ANEEL (12/2018)

29
A princípio, a produção de energia proveniente do bagaço era destinada apenas
para o autoconsumo das usinas produtoras do açúcar e etanol 11 . No entanto, com o
crescimento do setor e da eficientização das caldeiras de pressão, permitiu-se que as
usinas passassem também exportar seu excedente para o SIN.

Devido a questões diversas, como o tempo necessário para crescimento da cana,


assim como também condições climáticas para a colheita e impurezas que podem reduzir
a qualidade da matéria prima, faz com que se tenha uma sazonalidade na produção,
impactando na exportação de energia, uma vez que há um aumento significativo do
excedente de energia na época de safra que corresponde os meses de abril a outubro. Isso
foi considerado, a princípio, um empecilho para essa fonte, uma vez que não havia uma
geração constante ao longo de um ano.
Curiosamente, verificou-se que a produção sazonal de bioeletricidade, ao invés de
ser um obstáculo, trouxe um benefício ao setor elétrico. O motivo está relacionado com a
época da safra da cana de açúcar coincidir com o período hidrológico mais seco, isto é,
há uma complementariedade natural entre a geração hídrica e a bioeletricidade.

Dessa forma, após incentivos do governo como o PROINFA e leilões específicos,


como o LER (2008), para as fontes renováveis, houve um crescimento, assim como para
o caso das eólicas, da biomassa na participação da oferta interna de energia, sobretudo no
mercado regulado (ACR), mas também com uma parcela considerável e crescente no
mercado livre (ACL).
Nos últimos anos embora a mecanização de todo o processo de produção tenha
aumentado o rendimento para a produção de eletricidade, a geração de energia da
biomassa teve um crescimento moderado, sobretudo devido à crise no setor
sucroenergético causado por falências e processos judiciais das usinas, a partir de 2013.
Segundo dados do BEN-EPE(2018)12 a geração (autoconsumo + exportação) teve
um crescimento modesto nos últimos 5 anos na oferta interna de energia do país,
crescendo de 7,5% em 2013 para 9,4% em 2017 como [21] pode ser visto no gráfico 3.5.

11
O caldo da cana é a principal matéria prima destinada a produção de açúcar e etanol no Brasil.
12
Balanço Energético Nacional (BEN) - É um relatório [22] que divulga, anualmente, a
contabilidade relativa à oferta e consumo de energia no Brasil, contemplando as atividades de
recursos energéticos primários, sua conversão em formas secundárias, a importação e exportação,
a distribuição e o uso final da energia. [6]

30
GERAÇÃO BIOMASSA
7,00
14,0%
5,83 5,85
6,00 5,62
5,30 12,0%
5,00 4,62
9,7% 10,0%
9,1% 9,4%
GWmédio

4,00 8,4%
7,5% 8,0%
3,00 6,0%
2,00 4,0%

1,00 2,0%

0,00 0,0%
2013 2014 2015 2016 2017
Biomassa % da matriz

Gráfico 3. 5 - Evolução da Geração de energia da biomassa.


Fonte: Própria a partir da CCEE (12/2018)

Considerando apenas a exportação de energia, através dos dados da CCEE,


verifica-se no gráfico 3.6 que a cana é o principal insumo responsável pela geração da
bioeletricidade. No entanto outras fontes como o biogás13 tem um grande potencial e teve
um crescimento considerável nos últimos anos.

CONTRIBUIÇÃO DAS FONTES BIOMASSA

Cana
Biogás
Licor Negro
1,59%
Resíduo Florestal
9,84% 83,67% Casca de Arroz
2,83% Outros

Gráfico 3.6 - Tipos de biomassa e sua participação na exportação de energia para o SIN em 2017.
Fonte: Própria a partir da CCEE (12/2018)

13
É um biocombustível produzido a partir da matéria orgânica. Na geração de energia ocorre a
conversão da energia química do gás em energia mecânica por meio de um processo controlado
de combustão. Essa energia mecânica ativa um gerador que produz energia elétrica.

31
Devido a sazonalidade, nos meses de safra, a participação da biomassa tem um
acréscimo de geração comparado ao período entre safra. Tomando como dados da CCEE
de 2017 de exportação de energia para o SIN, no período de maio-outubro da geração da
bioeletricidade correspondeu a aproximadamente 70% da produção total de energia anual
por essa fonte. Esse comportamento, da mesma forma do que foi descrito para as eólicas,
tem um papel fundamental para o sistema, uma vez que esse período corresponde a época
de estiagem e redução dos reservatórios das grandes usinas hidrelétricas. O gráfico 3.7
mostra a exportação de energia em 2017 das fontes hidrelétricas e da biomassa segundo
dados [19] da CCEE.

HIDRELÉTRICA X BIOMASSA
TWh TWh
40 3,50
35 3,00
30
2,50
25
2,00
20
1,50
15
1,00
10
5 0,50

0 0,00
jan/17 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17

Hidrelétrica Térmica a Biomassa Média anual Biomassa

Gráfico 3.7 - Complementariedade entre hidrelétrica e Biomassa em 2017.


Fonte: Própria a partir da CCEE (12/2018)

Assim como foi feito para a geração eólica, a tabela 3.4 representa os dados
médios trimestrais de 2017 da exportação de energia hidrelétrica e biomassa e suas
variações percentuais tomando como base o valor médio desse respectivo ano. Nessa
tabela é possível observar os percentuais de aumento e queda das duas fontes em relação
ao valor médio trimestral. De forma análoga do que foi feito anteriormente, realiza-se
uma análise entre o 3º e 4º semestre, sabendo que nesse período as fontes hidrelétricas
sofreram uma redução de 1,94 GWmédio. Para a bioeletricidade, verifica-se um aumento
de 0,40 GWmédio de exportação de energia comparado com seu valor médio. Novamente
considerando um caso hipotético, em que não houvesse variação da demanda anual e que
toda a redução da geração hídrica precisasse ser compensada pelas demais fontes, isso
significaria que em 2017, a biomassa representou aproximadamente 20% do valor
necessário para ser gerado.

32
Tabela 3.4 - Dados trimestrais da geração hidrelétrica e biomassa em 2017.

Fontes/ Hidrelétrica Biomassa


Semestre Gwmédio % Gwmédio %
1º Trimestre 12,5 19% 0,21 -71%
2º Trimestre 10,4 0% 0,84 15%
3º Trimestre 9,1 -13% 1,10 51%
4º Trimestre 9,9 -5% 0,77 5%
Valor Médio 10,5 0,727
Fonte: Própria a partir da CCEE (12/2018)

Diferente das eólicas, a biomassa não terá um crescimento notável da sua


capacidade instalada no curto prazo. Visto que segundo dados do Banco de Informação
da Geração (BIG) da ANEEL que pode ser visto na tabela 3.5, apenas 8 empreendimentos
estão em construção correspondendo um acréscimo de 0,2 GW em sua capacidade
instalada.

Tabela 3. 5 - Empreendimentos de fontes de Biomassa

Empreendimentos de biomassa
Fase Quantidade Potência (GW)
Operação 559 14,67
Construção 8 0,21
Total 567 14,88
Fonte: ANEEL (12/2018)

33
3.3 PCH – Pequena Central Hidrelétrica

Após as reestruturações do setor e incentivo a aumento das novas fontes


renováveis, viu-se na PCH uma forma de aumentar a segurança energética nacional, assim
como a mesma trazia consigo várias outras vantagens quando comparado com as
hidrelétricas como a proximidade dos centros de consumo, seu baixo custo de construção
e baixo impacto ambiental.

“As PCHs se apresentam como uma forma rápida e eficiente de


promover a expansão da oferta de energia elétrica, visando suprir a
crescente demanda verificada no mercado nacional. Por suas
características, esse tipo de empreendimento possibilita um melhor
atendimento às necessidades de carga de pequenos centros urbanos e
regiões rurais, complementando o fornecimento realizado pelo sistema
interligado” [22].

Entretanto, essa fonte de energia não passa por um bom momento. Isso porque
devido à redução dos níveis hidrológicos, aliado a dificuldade para aprovação de um
empreendimento hidrelétrico, que por causa das restrições ambientais, podem levar anos,
ou até mesmo décadas, fez com que o crescimento dessa fonte seja inferior as demais
renováveis.
Segundo a Resolução da ANEEL n° 673 [23], de 4 de agosto de 2015, é
considerado como sendo uma PCH, o empreendimento hidrelétrico com potência superior
a 3 MW e igual ou inferior a 30 MW, destinado a produção independente, autoprodução
ou produção independente autônoma, com área do reservatório inferior a 3,0 km2. Para
os empreendimentos que não atendem a condição de área, poderão ser enquadradas na
condição de PCH, desde que determinado pela diretoria da ANEEL, com base em parecer
técnico, que observe, entre outros, aspectos econômicos e sócios ambientais.
As PCH’s podem comercializar energia tanto no mercado regulado (ACR) e do
mercado livre (ACL). Porém, diante das dificuldades já apresentadas, houve uma redução
nos níveis de geração entre os anos de 2013 a 2017 segundo dados de injeção [19] da
CCEE, como pode ser visto no gráfico 3.8.

34
GERAÇÃO DE PCH

3,50 6%
2,93
3,00 5%
2,47 5%
2,50 2,33 2,39
4% 4% 2,10 4%
4%
GWmédio

2,00 3%
3%
1,50
2%
1,00

0,50 1%

0,00 0%
2013 2014 2015 2016 2017

PCH % da matriz

Gráfico 3.8 - Evolução da Geração de energia da PCH.


Fonte: Própria a partir da CCEE (12/2018)

Uma importante diferença da PCH comparado com as demais novas renováveis é


que a geração é mais constante ao longo do ano, sem sazonalidade e intermitência. Isso
significa que embora ainda se tenha um risco hidrológico alto, principalmente por
algumas delas não ter reservatório de energia, pode-se dizer que a geração é mais
determinística comparando com as demais.

Assim como a biomassa, a Pequena Central Hidrelétrica pouco crescerá no curto


prazo. Visto que segundo dados do Banco de Informação da Geração (BIG) da ANEEL
[16] que pode ser visto na tabela 3.6, 29 empreendimentos estão em construção
correspondendo um acréscimo de aproximadamente 0,4 GW em sua capacidade instalada.

Tabela 3.6 - Empreendimentos de fontes de PCH.

Empreendimentos de PCH
Fase Quantidade Potência (GW)
Operação 427 5,12
Construção 29 0,38
Total 456 5,5
Fonte: ANEEL (12/2018)

35
3.4 Solar Fotovoltaica

Devido à preocupação mundial com o meio ambiente, e a busca por novas fontes
de energia, os empreendimentos fotovoltaicos têm sido uma alternativa promissora para
a segurança energética mundial. Dados mundiais mostram ganhos significativos e a
redução de custos para os investidores. A tabela 3.7 mostra os 10 países com maior
capacidade instalada de geração fotovoltaica [24].

Tabela 3. 7 - Os 10 maiores países com geração solar fotovoltaica.

Geração Potência
Países Instalada (GW)
(TWh)
1. China 66,2 78,07
2. Estados Unidos 56,8 40,3
3. Japão 49,5 42,7
4. Alemanha 38,2 41,3
5. Itália 22,2 19,3
6. Espanha 13,2 5,5
7. Índia 11,9 9,0
8. Reino Unido 10,3 11,7
9. França 8,3 7,1
10. Austrália 7,2 5,5
Fonte: MME(01/2019)

Embora a China seja líder em capacidade instalada, os países com maior


representatividade da fonte solar em relação a demanda são Itália e Alemanha, isto se
deve principalmente, a grande dimensão do sistema elétrico Chinês.

O Brasil, segundo dados do Banco de Informação da Geração (BIG) da ANEEL


[16] que pode ser visto na tabela 3.8, possui 1,4 GW de capacidade instalada, sem contar
com os empreendimentos que estão em construção. Esse valor, entretanto, é considerado
baixo, uma vez que segundo o Brasil possui altos níveis de insolação, com médias
relativamente altas em todo o território.

Uma outra grande vantagem do Brasil para o crescimento da geração solar


fotovoltaica está relacionada a maior parte do território está localizado relativamente
próxima da linha do Equador, de forma que se observam altos índices de radiação. Essas
condições favorecem os investimentos em energia solar em todo o país.

36
Tabela 3.8 - Empreendimentos de fontes de energia solar fotovoltaica.

Empreendimentos Fotovoltaicos
Fase Quantidade Potência (GW)
Operação 2.257 1,4
Construção 29 0,79
Total 2286 2,19
Fonte: ANEEL (01/2019)

As usinas solares, assim como as demais, podem comercializar energia tanto no


mercado regulado (ACR) e do mercado livre (ACL). Embora ainda com uma participação
modesta, verificou-se em 2017, um crescimento significativo da geração solar injetada no
SIN, isso se deve principalmente ao início da operação da energia contratada por essa
fonte no leilão de energia reserva (LER) que aconteceu em 2014 como pode ser visto na
tabela 3.9. Os níveis de geração entre os anos de 2013 a 2017 segundo dados de injeção
[19] da CCEE, como pode ser visto no gráfico 14 3.9.

GERAÇÃO SOLAR FOTOVOLTAICA

44,55
MWmédio

3,47
2,12
0,32 0,50

2013 2014 2015 2016 2017

Gráfico 3.9 - Evolução da Geração solar.


Fonte: Própria a partir da CCEE (12/2018)

14
A CCEE fornece as informações da energia injetada na rede individuais por usinas que
firmaram contratados no mercado livre e regulado localizados a grandes distâncias dos centros de
carga. Isso significa que pequenos empreendimentos localizados na distribuição, fazendo parte da
geração distribuída, não entram na contabilização da Câmara Comercializadora, uma vez que
essas unidades geradoras classificadas como micro e mini geração fazem parte do mecanismo de
compensação de energia e não recebem monetariamente pela sua geração, e sim créditos que são
abatidos em sua conta de energia elétrica.

37
3.5 Leilões contratados pelas fontes renováveis

Os leilões de energia são um processo licitatório com objetivo de obter energia


elétrica em um prazo futuro, podendo chegar até 30 anos dependendo do tipo de fonte.
Para isso, os empreendimentos disputam o direito de firmar contratos de venda de energia
com as distribuidoras, e vencem aqueles que tiverem o menor preço. Esse modelo garante
uma maior transparência e competição nas transações de compra e venda, no entanto para
garantir uma heterogeneidade no parque gerador, foram necessários que medidas fossem
tomadas, com intuito que outras fontes pudessem vencer nos leilões.
Atualmente um dos principais mecanismos regulatórios para incentivar o uso das
fontes renováveis foi o proinfa, e os leilões de energia reserva (LER) e de energia nova
(LEN), que podem ser específicos para fontes alternativas.
O primeiro deles, como foi descrito no capítulo anterior, foi o proinfa. Criado após
a crise energética no Brasil de 2001, o proinfa teve como principal objetivo a
diversificação da matriz energética, mas também como garantir a segurança do
abastecimento de energia, e a mitigação das emissões de gases do efeito estufa (GEE) e a
criação de empregos e formação da mão de obra.
A primeira fase do proinfa estabeleceu-se a contratação de 3.300 MW de energia
ao SIN, proveniente de fontes eólicas, biomassa e PCH. Os empreendimentos tiveram
contratos de 20 anos, a partir da entrada de operação.
O primeiro leilão de fontes alternativas (LFA) foi realizado em 18 de junho de
2007, com objetivo de atender a demanda das distribuidoras e promover a contratação de
energia elétrica proveniente de fontes alternativas. Nesse leilão houve a contratação de
186 MW médio provenientes de fontes biomassa e PCH.
Em 14 de agosto de 2008 foi realizado o primeiro leilão de energia reserva (LER),
com objetivo de contratação de energia elétrica proveniente de biomassa. Houve a
contratação de mais de 590 MW médio, para entrar em operação entre os anos de 2009 e
2012. Até então, esse leilão foi a maior contratação da biomassa.
O segundo leilão de energia reserva (2009) teve a contratação de energia eólica
com a finalidade de manter a segurança no abastecimento de energia elétrica ao SIN.
Houve a contratação de aproximadamente 750 MW médio de energia com início de
operação em 2012 com duração de 20 anos. Esse leilão, foi o marco inicial para o
crescimento e consolidação da geração eólica no cenário nacional, como pode ser visto
na tabela 3.9 que mostra o tipo do leilão e o ano de contratação das fontes renováveis.
A contratação dos empreendimentos solares só aconteceria mais tarde, sobretudo
devido ao alto custo da fonte solar, assim como também devido à falta de uma legislação
que impulsionasse a produção de energia por essa fonte. O leilão de energia reserva (LER)
de 2014 foi o pontapé inicial para a entrada dos empreendimentos fotovoltaicos no
mercado regulado, com a contratação de mais de 200 MW médio de energia com início

38
de operação em 2017 e duração de 20 anos. A tabela 3.9 mostra o montante de energia
contratada na leilões entre 2008 e 2017.

Tabela 3. 9 - Leilões de energias renováveis em MW médios.

Fonte Tipo 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
LEE 0 1 1 0 0 0 1 160 0 0
LEN 35 10 0 36 0 459 309,7 99,2 81,5 111,2
Biomassa LER 592 0 445,9 38,3 0 0 0 0 0 0
LFA 0 0 22,3 0 0 0 0 67,2 0 0
PROINFA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LEN 0 0 0 452,4 151,6 1322,1 680,7 237,8 0 727,4
Eólica LER 0 753 255,1 422,1 0 675,5 333,2 262,6 0 0
LFA 0 0 643,9 0 0 0 0 29,7 0 0
PROINFA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LEE 0 0 0 0 0 0 0 286 0 239
LEN 0 1 39 0 0 194 23,7 126 82,9 76,3
PCH LER 0 0 21,7 0 0 0 0 0 867,6 0
LFA 0 0 6,24 0 0 0 0 0 0 0
PROINFA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LEE 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
LEN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 290,9
SOLAR LER 0 0 0 0 0 0 202,1 476,8 0 0
LFA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
PROINFA 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

É importante destacar que o ano de contratação da energia, não necessariamente,


corresponde ao ano de início de operação. Depende do tipo do leilão e de regras
preestabelecidas pela CCEE e EPE antes do início dos leilões. O prazo para o início do
suprimento dos leilões varia de 1 até 6 anos a partir do ano da contratação.
Um ponto importante a ser enfatizado, é o valor em MW médio contido na tabela
3.9, visto que representa apenas ao ACR (ambiente de contratação regulada), ou seja, as
transações através dos contratados bilaterais no ACL (ambiente de contratação livre) de
fontes renováveis não estão sendo consideradas.
Uma importante diferença na produção de energia dessas fontes, são que as novas
renováveis (eólica, solar, PCH e biomassa) na sua grande maioria, não são despachadas
pelo ONS, segundo as regras de operação das usinas, descrito no capítulo anterior, devido
à sua sazonalidade, intermitência e ao baixo custo operacional comparado com as
tradicionais termelétricas. Isso faz com que a energia efetivamente injetada no SIN possa

39
ser bem diferente da energia contratada, embora que os empreendimentos precisem
honrar seus contratos, podendo ser penalizados pela ANEEL, ou sofrerem redução da
garantia física (GF) como tem sido feito nos últimos anos pela EPE.
O gráfico 3.10 mostra o ano de início da operação da energia contratada nos leilões
de fontes renováveis. É possível analisar um crescimento significativo das fontes eólicas
e o aparecimento da energia solar no final de 2017.

EVOLUÇÃO DA CONTRATAÇÃO DAS RENOVÁVEIS

0,43
1,06
1,06
1,86
GWMÉDIO

0,77 1,86
0,73
0,73 1,61
1,54
0,70 1,49
0,70 5,10
0,70 1,36 4,32
0,66 0,66 3,53
1,00 1,16 2,43 2,86
0,41 0,55
1,54
0,78 0,78 0,78 0,78
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Eólica Biomassa PCH Solar

Gráfico 3.10 - Ano de início da operação da energia contratada nos leilões de fontes renováveis.
Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

40
4. Estudo de Caso

Nesse capítulo, são feitos estudos de caso direcionados a participação das


novas renováveis para os próximos anos no Brasil. Serão mostrados cenários
com diferentes perspectivas e horizontes que as fontes renováveis podem
seguir através dos dados obtidos nos leilões de energia e no mercado livre
(ACL).

O crescimento e a consolidação das fontes renováveis são uma realidade não


apenas no Brasil, como no mundo. A preocupação com a escassez dos recursos naturais,
aliado à busca pela mitigação das emissões de gases do efeito estufa (GEE), fizeram com
que as nações pressionassem os países a reduzissem as suas emissões, aumentando dessa
forma, a busca por novas fontes de energia.
O Brasil é referência no mundo em fontes renováveis, sobretudo devido as
condições hidrológicas favoráveis, mas também como o grande potencial eólico e solar
como foi descrito em capítulos anteriores.
Entretanto, foram os leilões de energia e os mecanismos de incentivo
governamentais que promoveram o uso de fontes renováveis alternativas, resultando em
uma redução gradativa dos custos de geração por essa fonte e uma maior competitividade.
Portanto, os leilões são um dos importantes mecanismos regulatórios utilizados no Brasil
para alavancar a geração proveniente de fontes alternativas, uma vez que além de garantir
o menor custo de energia para o consumidor, fornece também uma segurança ao
proprietário do empreendimento vencedor dos leilões, uma vez que os contratos firmados
têm em média duração de 15 a 30 anos.
Sendo assim, nesse trabalho, o objetivo será criar cenários com base nos dados
dos leilões realizados pela CCEE e os dados históricos de geração de energia, com
objetivo de analisar a participação das fontes renováveis no período 2019-2025 para o
cenário nacional.
Será feito também, tomando os dados de previsão de demanda da EPE, por meio
do PDE 202615 a comparação entre a oferta das renováveis e a demanda futura.

4.1 Previsões de carga da EPE

Foram utilizados os dados da previsão da demanda do documento PDE - 2026


[25] elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que considera indicadores
como o crescimento da economia (PIB) e a previsão do consumo total da eletricidade nos

15
O PDE consiste em documento que estabelece um conjunto de diretrizes e orientações para a expansão
do sistema elétrico para os próximos dez anos. Publicado anualmente pela EPE, o PDE realiza cenários
indicativos e avalia a melhor possibilidade de expansão do SIN.

41
setores residenciais, comerciais e industriais para elaboração da previsão da demanda
futura. A tabela 4.1 sinaliza as previsões feitas pela EPE no cenário decenal.

Tabela 4.1 – Previsão da expansão da carga no período decenal segundo dados da EPE.

Subsistema
Ano Norte Nordeste Sudeste/CO Sul SIN
MW médio
2016 5.484 10.436 37.752 10.964 64.636
2021 6.887 12.525 43.796 12.792 76.000
2026 8.844 15.388 51.640 15.288 91.160
Fonte: EPE (01/2019)

O gráfico 4.1 mostra as previsões de demanda segundo estudos da EPE para o


período de estudo desse trabalho.

PREVISÃO DE CARGA DE ENERGIA NO SIN.


90
88,1

85 85,1

82,2
80
GWmédio

79,3

76
75
72,8
70 70,2

65
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

Gráfico 4.1 - Previsão de carga no SIN.


Fonte: Própria a partir da EPE (01/2019)

42
4.2 Metodologia

Foram criados 3 cenários para o estudo, considerados como alto (otimista), médio
(realista) e baixo (conservador). Os dados coletados a partir das informações de energia
contratada nos leilões disponibilizadas no sítio da CCEE. A diferença entre os cenários
está no uso ou não da energia proveniente do mercado livre ou do extra certame.
Com as informações retiradas da CCEE, criou-se um documento com uma lista
de todas as usinas vencedoras (que se encontra no anexo A), contendo as informações de
cada empreendimento pela energia (em MW médio) contratada, pelo ano do respectivo
leilão, pelo ano de início da operação, pela região em que se encontra a usina, o ano de
término do contrato e pelo tipo de contrato, podendo ser proveniente de energia nova,
reserva, alternativa, existente ou pelo PROINFA. E utilizando uma macro através da
ferramenta Excel foi feito a separação segmentada por fonte e ano. Em seguida, uniu
todas as informações e usando o Visual Basic for Applications (VBA), criou-se uma
ferramenta que gera gráficos automáticos, sendo necessário apenas o usuário entrar com
o período dos anos para análise. A tela inicial pode ser visualizada na figura 4.1.

Figura 4.1 - Planilha com informações dos empreendimentos vencedores nos leilões.
Fonte: Própria.

As seções seguintes abordarão os procedimentos utilizados para as simulações dos


três cenários, apresentando os critérios e premissas utilizadas para a obtenção dos
parâmetros e resultados encontrados durante o processo.

43
4.2.1 Mercado Livre de Energia

As informações contidas no documento descrito acima referem-se apenas ao


mercado regulado (ACR). Sendo assim, para a projeção do mercado livre de energia
(ACL) são utilizados dados históricos de energia injetada na rede disponibilizadas pela
CCEE e as informações da tabela do anexo A. Adotou- se como premissa de que toda a
energia anual acima daquela firmada nos contratos pertence ao ACL.

Deste modo, o primeiro passo foi mapear entre os anos de 2013 – 2017 toda a
energia exportada [19] na rede proveniente de fontes alternativas. Em seguida, admitiu-
se que todos os empreendimentos honraram seus contratos injetando na rede toda a
energia contratada nos leilões. Logo após subtraiu-se a energia injetada na rede da energia
contratada nos leilões e obteve o valor de energia proveniente do mercado livre anual
como pode ser visto na tabela 4.2.

Tabela 4.2 - Energia injetada na rede proveniente do mercado livre.

Catagoria (GW médio) 2013 2014 2015 2016 2017


Energia Injetada no SIN 5,18 6,12 7,91 8,87 9,67
Energia Contratada 4,65 5,13 5,91 7,23 8,44
ACL 0,5 1,0 2,0 1,6 1,2
Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

4.2.2 Energia Extra certame

A garantia física em GW médio de cada empreendimento é o valor em energia


que o mesmo poderá comercializar no ACR. Esse valor, leva em consideração paradas
programadas para manutenção e paradas não programadas devido a defeitos e distúrbios
que possam ocorrer.
Nos leilões, as distribuidoras podem adquirir lotes menores ou iguais a garantia
física de uma usina, e a diferença entre a garantia física e a energia contratada é conhecida
como energia extra certame. Esse valor não contratado pode ser comercializado
livremente em outros mercados como foi descrito em capítulos anteriores.
Através dos valores individuais em energia contidas na tabela do anexo A, foram
coletadas todas as informações da energia extra certame dos empreendimentos.

Em seguida foi feita a separação por ano considerando o período 2013-2017 como
pode ser visto na tabela 4.3.

44
Tabela 4.3 - Energia Extra certame das fontes renováveis.

Catagoria (GW médio) 2013 2014 2015 2016 2017


Energia Extra Certame 0,82 0,96 1,04 1,58 1,61
Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

4.3 Cenário 1

Neste cenário, foram utilizados os dados técnicos dos empreendimentos


vencedores dos leilões desde 2004 e admitiu-se que toda energia contratada proveniente
de fontes alternativas foi efetivamente injetada na rede. Trata-se de um cenário
conservador, uma vez que não foram levados em consideração os dados referentes ao
mercado livre de energia (ACL) e as informações apresentadas estão em GW médio.

É importante destacar que a estimativa partiu da premissa que toda a exportação


de energia foi proveniente apenas de usinas que venceram nos leilões entre o período de
2004 – 2018, ou seja, não foi levado em consideração possíveis leilões futuros no período
de estudo 2019-202516. A tabela 4.4 em GW médio descreve os valores obtidos nesse
cenário.

Tabela 4.4 - Dados de geração de fontes renováveis a partir dos dados do cenário 1.

Tipo (GW
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
médio)
Eólica 7,29 7,65 7,83 7,83 8,00 8,03 8,03
Biomassa 2,25 2,25 2,21 2,19 2,19 2,21 2,21
PCH 1,31 1,31 1,30 1,48 1,73 1,88 1,75
Solar 0,57 1,24 1,39 1,39 1,85 2,10 2,10

Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

4.4 Cenário 2

Neste cenário, foram usados as informações do mercado livre de energia descritas


no subíndice anterior. Para a projeção dos anos seguintes da injeção na rede proveniente
ao ACL, tomou- se inicialmente a média do montante de energia exportada para o SIN
proveniente do mercado livre nos últimos 5 anos contidos na tabela 4.2. Em seguida,

16
Como a partir da contratação dos leilões, os empreendimentos têm em média 4 a 6 anos para
começarem a injetar energia na rede, a previsão de não considerar leilões futuros dentro do
período de análise não inviabiliza a projeção, uma vez que para um leilão em 2019, por exemplo,
com contratação de 6 anos o mesmo só entra em operação no final do período de estudo.

45
foram realizados as taxas de crescimento anual da demanda tomando como base os
valores de projeção da EPE como pode ser visto no gráfico 4.1. Admitiu-se, portanto, um
crescimento do ACL proporcional ao crescimento da demanda entre o período 2019-
2025, realizando a multiplicação entre a média histórica com o percentual de aumento da
demanda anual.
Esse cenário, pode ser considerado mais realista do que o anterior, uma vez que
como pode ser visto na tabela 4.2, todos os anos há uma parcela da energia sendo
comercializada em ambos os mercados. Novamente, foi considerado apenas os leilões
que ocorrem entre o período de 2004-2018, ou seja, de forma análoga ao do cenário 1,
não foi feito a projeção de leilões futuros.
É importante enfatizar que as novas renováveis não são despachadas pelo ONS,
deste modo além da variabilidade na geração devido aos ventos e os raios solares, não se
tem um órgão que coordene o despachado centralizado desses empreendimentos. Portanto
isso pode impactar diretamente nas análises feitas nesse trabalho, uma vez que o ACL é
um mercado livremente negociado entre os agentes, logo não se tem disponível os
contratos firmados nesse segmento. Deste modo, as análises feitas dos dados históricos
descritos do mercado livre da tabela 4.2 pode ser muito diferente do real. A tabela 4.5 em
GW médio descreve os valores obtidos nesse cenário.

Tabela 4.5 - Dados de geração de fontes renováveis a partir dos dados do cenário 2.
Tipo (GW médio) 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
Eólica 7,29 7,65 7,83 7,83 8,00 8,03 8,03
Biomassa 2,25 2,25 2,21 2,19 2,19 2,21 2,21
PCH 1,31 1,31 1,30 1,48 1,73 1,88 1,75
Solar 0,57 1,24 1,39 1,39 1,85 2,10 2,10
ACL 1,37 1,43 1,49 1,54 1,60 1,66 1,71
Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

4.5 Cenário 3

Nesse cenário, foi considerado um caso hipotético em que toda energia extra
certame descrita na tabela 4.3 foi injetada na rede, sobrepondo os dados do cenário 1.
Trata-se de uma projeção otimista, pois supõe-se que os empreendimentos estarão
injetando na rede toda a sua garantia física. No entanto, não é um cenário absurdo a se
considerar, uma vez que em termos técnicos, a garantia física é calculada considerando
as intermitências dessas fontes, isso significa que os empreendimentos renováveis podem,
eventualmente, produzir energia superior a sua garantia física, e em termos econômicos,
o custo operacional decrescente das fontes alternativas fazem com que a geração

46
proveniente das renováveis seja uma solução barata para o sistema elétrico. A tabela 4.6
em GW médio descreve os valores obtidos nesse cenário.

Tabela 4.6 - Dados de geração de fontes renováveis a partir dos dados do cenário 3.

Tipo (GW
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
médio)
Eólica 7,29 7,65 7,83 7,83 8,00 8,03 8,03
Biomassa 2,25 2,25 2,21 2,19 2,19 2,21 2,21
PCH 1,31 1,31 1,30 1,48 1,73 1,88 1,75
Solar 0,57 1,24 1,39 1,39 1,85 2,10 2,10
Certame 1,79 1,79 1,80 1,68 1,78 1,96 1,88
Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

47
5. Resultados e Discussões

Nesse capítulo, é feita a consolidação e análise dos dados obtidos do capítulo


4. Serão mostrados os resultados dos três cenários e os seus impactos, riscos
e desafios provocados no sistema devido ao aumento das fontes alternativas
na matriz elétrica.

O presente capítulo tem como foco a análise da projeção das novas fontes
renováveis no setor elétrico, a comparação entre a demanda futura e as consequências
provocadas no sistema. Os critérios, premissas e valores utilizados são os mesmos
descritos no capítulo anterior.

Para análise das projeções, foram considerados apenas empreendimentos que


estão em operação segundo o BIG - ANEEL, ou que estejam para iniciar seu
funcionamento com início do contrato de seus leilões segundo os dados retirados do sítio
da CCEE. Outro ponto importante foi a escolha da unidade GW médio como referência,
deste modo não é feito análise da intermitência e sazonalidade no período de estudo, assim
como também não foi feita a separação por patamar de carga.

O principal objetivo do trabalho é a demonstração de cenários tomando como base


parâmetros reais e a partir deles avaliar o potencial das novas fontes renováveis para o
sistema elétrico no médio e curto prazo e no final identificar os desafios a serem
enfrentados e indicar possíveis novas tecnologias capaz de minimizar ou reduzir o
problema da sazonalidade e intermitência.

5.1 Resultados do Cenário 1

A primeira etapa dos procedimentos, foi a coleta dos dados da tabela 4.4 para a
projeção das fontes renováveis entre o período de 2019-2025 como pode ser visto no
gráfico 5.1.
Os níveis de geração nesse cenário têm um aumento percentual de 20,12% entre
os anos de 2019-2025 enquanto que a projeção da demanda nesse período tem um
acréscimo de 25,5% considerando o cenário médio da EPE. Entretanto, há uma redução
gradativa a partir de 2024, isso se deve ao término dos contratos de alguns
empreendimentos que iniciaram sua operação em 2008.
Observa-se uma participação expressiva das eólicas, sobretudo devido ao elevado
número de energia contratada nos leilões de 2009, 2013 e 2014 por essa fonte.
Nota-se também, o aparecimento da geração solar, com uma estagnação no
período de estudo, devido, principalmente, ao número modesto de participação nos

48
leilões, sendo três até então (LER-2014, LER-2015 e LER-2018). O mesmo acontece com
as PCH´s, que embora tenha uma representatividade maior do que a energia solar, ainda
sofre com restrições ambientais e climáticas (devido à redução de água nos reservatórios),
limitando seu potencial de aproveitamento. Enquanto que fontes a biomassa verifica-se
uma queda nos anos finais da análise, sobretudo devido ao término dos contratos desses
empreendimentos.

CONTRATAÇÃO DAS RENOVÁVEIS

1,08 1,08 1,08


0,68 0,85 1,08 2,20 2,20
2,15
0,68
GWMÉDIO

2,22 2,19 2,08


1,26
2,77 2,75 2,60
2,48 2,56 2,65 2,67

7,76 8,18 8,18


7,00 7,00 7,04 7,07

2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

Eólica Biomassa PCH Solar

Gráfico 5.1 - Perspectiva das renováveis - Cenário 1.


Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

Fazendo uma comparação entre a geração das renováveis em relação a projeção


da carga do SIN, verifica-se uma oscilação e uma queda gradativa na participação das
fontes alternativas no final do período de estudo. Isso acontece devido à projeção
conservadora adotada nesse cenário, que leva em consideração apenas o mercado
regulado de energia, restringindo a geração proveniente de outros mercados. O término
de contratos de empreendimentos a biomassa a partir de 2023, influencia ainda mais para
essa queda. O gráfico 5.2 mostra o percentual das fontes renováveis na exportação de
energia para o SIN no período de 2019-2025.

No entanto, uma redução da representatividade nesse cenário não significa uma


queda significativa de geração exportada ao SIN por fontes alternativas, uma vez que,
comparando a energia contratada nos anos de 2023 e 2025 e a partir dos dados da tabela
4.4, verifica-se uma redução de apenas 1,2% de representatividade.
Vale salientar também, que a análise anual impossibilita a verificação da
complementariedade das eólicas e biomassas com as hidrelétricas descritas no capítulo 3.

49
PERSPECTIVAS RENOVÁVEIS X DEMANDA
16,0% 100
90
15,0% 15,0% 14,9% 14,7% 80
14,1% 14,1% 14,1% 70
14,0%
60

GWmédio
13,5%
13,0% 50
40
12,0%
30
20
11,0%
10
10,0% 0
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
Demanda Renováveis

Gráfico 5.2 - Participação futura das fontes renováveis segundo o cenário 1.


Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019).

5.2 Resultados do Cenário 2

Para esse cenário, foi realizado a coleta dos dados da tabela 4.5 para a projeção de
forma análoga ao item anterior, entre o período de 2019-2025 como pode ser visto no
gráfico abaixo.

Com a participação do mercado livre de energia, os níveis de geração nesse


cenário têm um aumento percentual de 23,37% entre os anos do período de análise.
Considerando o ACL, diferentemente do que é visto no cenário anterior, há um
crescimento modesto na maioria dos anos com uma pequena estagnação entre 2024 e
2025.

Como o objetivo desse cenário é sobrepor a contratação do mercado regulado com


o mercado livre, a taxa de crescimento das fontes renováveis no ACR não se altera. É
feito então a separação do ACL por tipo de fonte renovável considerando duas premissas.
A primeira fazendo a separação de acordo com percentual de participação de cada fonte
no mercado regulado entre os anos analisados, e a segunda limitar o valor de geração ao
da garantia física de cada fonte, garantindo dessa forma que nenhuma fonte esteja gerando
energia acima de sua GF. É importante salientar, que trata-se de uma estimativa, uma vez
que devido à falta de dados dos contratos bilaterais, assim como também devido à grande
variabilidade das fontes alternativas, o montante de energia exportada para o SIN por tipo
de empreendimento pode mudar muito conforme o passar dos anos.

50
CONTRATAÇÃO DAS RENOVÁVEIS

1,60 1,66 1,71


1,49 1,54 1,08 1,08
GWMÉDIO

1,43 1,08
1,37 0,68 0,85 1,08 2,20 2,20
0,68 2,15
2,22 2,19 2,08
1,26
2,77 2,75 2,60
2,48 2,56 2,65 2,67

7,76 8,18 8,18


7,00 7,00 7,04 7,07

2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

Eólica Biomassa PCH Solar ACL

Gráfico 5.3 - Perspectiva das renováveis - Cenário 2.


Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

De forma análoga, o gráfico 5.4 é uma comparação entre a geração das renováveis
em relação a projeção da carga do SIN. Verifica-se um crescimento da representatividade
de 4,3% em média comparado ao cenário 1, correspondendo a aproximadamente 20% da
carga em alguns anos. Isso ocorre sobretudo devido à entrada no mercado livre.
Entretanto, percebe-se que embora o mercado livre aumente a participação das fontes
alternativas, ainda se tem uma oscilação entre os anos e uma ligeira queda na participação
das fontes renováveis no final do período de estudo.
Mesmo sendo um cenário mais realista do que o anterior, a queda na participação
está relacionada ao término de contratos de empreendimentos a biomassa a partir de 2023.
Todavia, a redução na participação no final do período de estudo, não representa uma
queda de geração exportada ao SIN por fontes alternativas, uma vez que, comparando a
energia contratada nos anos de 2023 e 2025 e a partir dos dados da tabela 4.5, verifica-se
uma redução de apenas 0,8% de representatividade como pode ser visto no gráfico 5.4.

51
PERSPECTIVAS RENOVÁVEIS X DEMANDA
100
24,0%
90
22,0% 80
70
20,0%

GWmédio
19,1% 18,7% 60
18,7% 18,6%
18,0% 18,2% 18,2% 17,9% 50
16,0% 40
30
14,0%
20
12,0%
10
10,0% 0
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
Demanda Renováveis

Gráfico 5.4 - Participação futura das fontes renováveis segundo o cenário 2.


Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

5.3 Resultados do Cenário 3

Para esse cenário, foi realizado a coleta dos dados da tabela 4.6 para a projeção de
forma análoga aos itens anteriores, entre o período de 2019-2025 como pode ser visto no
gráfico 5.5.

Trata-se de um cenário indicativo em que foi considerado no estudo um caso


hipotético em que toda a energia não contratada nos leilões fosse injetada no SIN,
proveniente de outros mercados. Os níveis de geração nesse cenário têm um aumento
percentual de 20,72% entre os anos de 2019 e 2025. Com a participação do extra certame,
há um crescimento gradativo na maioria dos anos com uma pequena queda entre 2024 e
2025.

Para esse cenário, o objetivo é sobrepor a contratação do mercado regulado com


o montante de energia destinada ao extra certame, como foi explicado no capítulo
anterior. É importante salientar, que trata-se de uma estimativa, uma vez que além de não
serem fontes despachadas pelo ONS, existem outros fatores que podem influenciar nos
níveis de geração por essas fontes, devido a questões diversas, como paradas para
manutenção ou problemas em equipamentos, podendo resultar que o montante de energia
exportada para o SIN por tipo de empreendimento pode variar muito.

52
CONTRATAÇÃO DAS RENOVÁVEIS

1,96 1,88
1,78
1,79 1,80 1,68 1,08 1,08
1,08
1,79 0,68 0,85 1,08 2,20
2,15 2,20
GWMÉDIO

0,68 2,22 2,19 2,08


1,26
2,77 2,75 2,60
2,48 2,56 2,65 2,67

7,76 8,18 8,18


7,00 7,00 7,04 7,07

2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

Eólica Biomassa PCH Solar Certame

Gráfico 5.5 - Perspectiva das renováveis - Cenário 3.


Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

Da mesma forma que foi feito em cenários anteriores, o gráfico 5.6 é uma
comparação entre a geração das renováveis em relação a projeção da carga do SIN.
Verifica-se um crescimento da representatividade de apenas 0,35% em média comparado
ao cenário 2. Entretanto, percebe-se que embora o extra certame aumente a participação
das fontes alternativas, ainda se tem uma oscilação entre os anos e uma pequena queda
na participação das fontes renováveis no final do período de estudo.
Trata-se do cenário mais otimista comparado aos demais, todavia devido ao
crescimento das renováveis nos últimos anos, torna-se uma projeção viável. Vale
ressaltar, que foi considerado apenas o extra certame de empreendimentos que estão com
contratos ativos, isso significa que aquelas usinas que terminaram seus contratos em 2023
por exemplo, não entraram no cálculo da composição do extra certame. Isso porque a vida
útil de uma usina termelétrica seja em torno de 20 a 25 anos.

53
PERSPECTIVAS RENOVÁVEIS X DEMANDA
100
24%
90
22% 80
70
20% 20%
19% 19% 19% 60

GWmédio
19% 18%
18% 18%
50
16% 40
30
14%
20
12%
10
10% 0
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025
Demanda Renováveis

Gráfico 5.6 - Participação futura das fontes renováveis segundo o cenário 3.


Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

Fazendo uma comparação percentual acumulada entre os três cenários, como pode
ser visto no gráfico 5.7, é possível notar que ambos são fortemente influenciados pela
entrada e saída de novos empreendimentos no mercado regulado, isso porque tal
segmento representa 100% do cenário 1 e mais de 80% nos cenários 2 e 3. Nota-se
também, que o cenário 3 é menos impactado pela variação do ACR, devido
principalmente ao montante do extra certame, amortizando as flutuações desse mercado.

VARIAÇÃO PERCENTUAL ACUMULADA


23%

21%

19%
Cenário 1
17%
Cenário 2
15%
Cenário 3
13%

11%

9%

7%
2020 2021 2022 2023 2024 2025

Gráfico 5.7 – Variação percentual acumulada dos cenários.


Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

54
Fazendo agora uma comparação entre o montante injetado na rede em cada
cenário, é possível notar que os cenários 2 e 3 estão muito mais alinhados do que o
primeiro, mesmo com diferentes metodologias adotadas, como pode ser visto no gráfico
5.8. Isso pode ser um indicativo importante de que a representatividade que as renováveis
têm alcançado vai além do mercado regulado proveniente de políticas de incentivo,
chegando até mesmo ao mercado livre de energia. Trata-se de uma realidade que vem
acontecendo de forma gradativa e principalmente devido a redução dos custos desses
empreendimentos, assim como também a troca por equipamentos mais eficientes, e uma
maior aceitação das fontes alternativas entre os agentes do setor elétrico.

EVOLUÇÃO DOS CENÁRIOS


16,30

15,30

Cenário 1
GW médio

14,30
Cenário 2

Cenário 3
13,30

12,30

11,30
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

Gráfico 5.8 - Comparação entre os cenários analisados.


Fonte: Própria a partir da CCEE (01/2019)

55
5.4 Riscos, desafios e impactos para o SEB

Como foram mostrados nesse e em capítulos anteriores, são grandes as vantagens


para o setor elétrico com uma maior penetração das fontes alternativas de energia.
Entretanto, quase todas as novas fontes renováveis são intermitentes, com disponibilidade
variável em diferentes horas do dia, aumentando a imprevisibilidade e reduzindo a
despachabilidade. Deste modo, a integração das fontes renováveis introduz desafios
importantes no que diz respeito ao planejamento e à operação do sistema elétrico,
principalmente na estabilidade e ao equilíbrio entre à geração e a carga.
Adicionalmente, não existe um histórico longo de informações passadas como
forma de avaliar os pontos críticos comparado com as hidrelétricas, por exemplo. Desafio
a mais para os agentes, principalmente ao ONS e a EPE, devido à necessidade em criar
novos modelos que realizem planejamentos de geração e transmissão para o atendimento
dos requisitos de segurança e confiabilidade do sistema elétrico incluindo as fontes não
controláveis.
Dessa forma, torna-se visivelmente necessário a criação de metas e soluções dos
novos desafios para a inclusão das fontes alternativas para minimizar os impactos na
operação e no planejamento. Encontra-se na literatura como uma das possíveis soluções
o armazenamento de energia, uma vez que o armazenamento permite acumular energia
quando a produção excedente à carga por um determinado momento e utilizá-la em
instantes que a situação se inverte. São várias as tecnologias disponíveis capazes de
armazenar energia, dentre as quais as usinas hidrelétricas reversíveis e a bateria. Tais
recursos não geram energia, mas podem aumentar a oferta em momentos críticos.

56
6. Conclusão e trabalhos futuros

Essa pesquisa teve como objetivo avaliar a participação e perspectiva das novas
fontes renováveis no setor elétrico brasileiro entre o período de 2019-2025, pode-se
afirmar que o mesmo foi alcançado.

Devido ao elevado número de instalações de fontes não controláveis ser


relativamente recente no Brasil, foram encontradas poucas pesquisas na área que
contribuíssem para a discussão dos resultados. Contudo, com base nos dados históricos
disponíveis, verificou-se um comportamento coerente do sistema em relação à evolução
das novas fontes alternativas no SIN.

A criação de 3 cenários, a partir arquivos da CCEE e das informações do PDE


2026, possibilitou realizar a projeção do parque gerador de fontes alternativas e observar
tendências no comportamento de certas variáveis no sistema. O uso do banco de dados
elaborado, e utilizando as ferramentas macro e VBA, permitiu a coleta dos dados e a
construção dos gráficos, assim como as análises realizadas nesse trabalho.

Inicialmente, avaliando a projeção das fontes alternativas nos primeiros anos,


verificou-se um crescimento da participação, sobretudo a eólica. Isso é devido ao início
de contratos dos leilões em 2019 e 2020. Com base nos dados de projeção da demanda
da EPE, verificou-se nos três cenários um crescimento inicial das fontes alternativas.
Como resultado, observou-se que os cenários 2 e 3 estão mais alinhados devido,
principalmente, ao uso da energia de fontes renováveis proveniente de outros mercados,
além do ACR.

Adicionalmente, em todos os cenários, verificou-se uma queda na participação,


devido a empreendimentos provenientes de fontes a biomassa, sobretudo devido ao
término dos contratos que iniciaram em 2008, mas também devido a projeção da EPE
considerar um crescimento médio de 3,5% ao ano da demanda.

Os resultados dessa pesquisa apontam para uma consolidação das novas fontes
renováveis no sistema elétrico, portanto esse trabalho sinaliza que se deve ampliar os
estudos da expansão e operação de fontes intermitentes no SIN, assim como a adoção de
novos modelos computacionais entre os agentes que realizem além do planejamento
hidrotérmico, o de fontes alternativas.

57
6.1 Trabalhos Futuros

Abaixo estão listados alguns tópicos que são interessantes afim de se dar
continuidade ao trabalho realizado.

• Estudo dos impactos regionais com a maior penetração das novas renováveis,
sobretudo a eólica no Nordeste;

• Realização de mais análises teóricas e práticas, comparando os resultados obtidos


e levando em consideração a geração complementar e a geração nas diferentes
horas do dia;

• Análise da máxima hospedagem das novas fontes renováveis e seus impactos nos
níveis de tensão e frequência.

58
7. Referências Bibliográficas

1. CNPE - Minas e Energia. Ministério de Minas e Energia, 16 Janeiro 2019.


Disponivel em: <http://www.mme.gov.br/web/guest/conselhos-e-comites/cnpe>.

2. MINAS e Energia. MME - Ministério de Minas e Energia. Disponivel em:


<http://www.mme.gov.br/web/guest/acesso-a-
informacao/institucional/competencias>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

3. O Que a ANEEL faz? Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponivel em:


<http://www.aneel.gov.br/aneel-essencial/-
/asset_publisher/c4M6OIoMkLad/content/o-que-a-aneel-faz-
?inheritRedirect=false>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

4. QUEM Somos - EPE. Empresa de Pesqusia Energética. Disponivel em:


<http://www.epe.gov.br/pt/a-epe/quem-somos>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

5. O que é o ONS. Operador Nacional do Sistema Elétrico. Disponivel em:


<http://ons.org.br/pt/paginas/sobre-o-ons/o-que-e-ons>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

6. CCEE - O que fazemos. Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.


Disponivel em: <https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/o-que-
fazemos?_afrLoop=1127234501862603&_adf.ctrl-
state=megpx5k21_1#!%40%40%3F_afrLoop%3D1127234501862603%26_adf.ctrl-
state%3Dmegpx5k21_5>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

7. QUEM Somos - O CEPEL. Centro de Pesquisa de Energia Elétrica. Disponivel


em: <http://www.cepel.br/o-cepel/quem-somos/>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

8. Garantia Física - Regras de Comercialização. Câmera de Comercialização de


Energia Elétrica. São Paulo, p. 75. 2019.

59
9. CCEE - Comercialização. Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.
Disponivel em:<https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/onde-
atuamos/comercializacao?_afrLoop=1129277431993622&_adf.ctrl-
state=megpx5k21_78#!%40%40%3F_afrLoop%3D1129277431993622%26_adf.ctr
l-state%3Dmegpx5k21_82>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

10 Contratos. Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. São Paulo, p. 182.


2019.

11 CCEE - Ambiente livre e regulado. Câmara de Comercialização de Energia


Elétrica. Disponivel em:
<https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/como-participar/ambiente-
livre-ambiente-regulado?_afrLoop=1129397104840058&_adf.ctrl-
state=megpx5k21_95#!%40%40%3F_afrLoop%3D1129397104840058%26_adf.ctr
l-state%3Dmegpx5k21_99>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

12 Preço de Liquidação das Diferenças. Câmara de Comercialização de Energia


Elétrica. São Paulo, p. 22. 2019.

13 TIPOS de Leilões. Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Disponivel


em: <https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/o-que-
fazemos/como_ccee_atua/tipos_leiloes_n_logado?_afrLoop=1129993694497829&
_adf.ctrl-
state=megpx5k21_142#!%40%40%3F_afrLoop%3D1129993694497829%26_adf.c
trl-state%3Dmegpx5k21_146>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

14 Critérios para classificação da modalidade de operação de usinas. Operador


Nacional do Sistema Elétrico. Rio de Janeiro, p. 11. 2011.

15 GD fonte. Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponivel em:


<http://www2.aneel.gov.br/scg/gd/GD_Fonte.asp>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

60
16 CAPACIDADE Brasil. Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponivel em:
<http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/Combustivel.cfm>. Acesso
em: 16 Janeiro 2019.

17 Cadernos Temáticos ANEEL, Micro e Minigeração Distribuída. Agência Nacional


de Energia Elétrica. Brasília, p. 34. 2016.

18 Energia Eólica Brasil e Mundo. Ministério de Minas e Energia. Brasília, p. 8. 2016.

19 INFOMERCADO. Câmara de Comemrcialização de Energia Elétrica. Disponivel


em: <https://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/o-que-
fazemos/infomercado?_adf.ctrl-
state=q4gbm9pus_5&_afrLoop=1152687616686641#!>. Acesso em: 16 Janeiro
2019.

20 FORMAÇÃO CEG. Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponivel em:


<http://www2.aneel.gov.br/scg/formacao_CEG.asp>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

21 Balanço Energético Nacional 2018. Empresa de Pesquisa Energética. Rio de


. Janeiro, p. 294. 2018.

22 TOMLMASQUIM, M. T. Energia Renovável: Hidráulica, Biomassa, Eólica, Solar,


Oceânica. Rio de Janeiro: Empresa de Pesquisa Energética, 2016.

23 Resolução da ANEEL n° 673, de 4 de agosto de 2015. Agência Nacional de Energia


Elétrica. Brasília, p. 15. 2015.

24 Energia Solar no Brasil e no Mundo. Ministério de Minas e Energia. Brasília, p. 8.


2017.

25 Plano Decenal de Expansão de Energia 2026. Empresa de Pesquisa Energética. Rio


de Janeiro, p. 271. 2017.

61
26 BALANÇO Energético Nacional. Empresa de Pesquisa Energética. Disponivel
em: <http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-
energetico-nacional-ben>. Acesso em: 16 Janeiro 2019.

27 MME/EPE. Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira.


Ministério de Minas e Energia/ Empresa de Pesquisa Energética. Brasília/Rio de
Janeiro. 2012.

28 EPE. Recursos Energéticos Distribuídos: Impactos no Planejamento Energético.


Empresa de Pesquisa Energética. Rio de Janeiro, p. 20. 2018.

29 EPE. Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira.


Empresa de Pesquisa de Energética. Rio de Janeiro, p. 64. 2012.

30 EPE. Flexibilidade e Capacidade: Conceitos para a incorporação de atributos ao


planejamento. Empresa de Pesquisa ENergética. Rio de Janeiro, p. 23. 2018.

31 HENRIQUES, R. M. Análise da Inserção da Bioenergia da cana de açucar na


Matriz Energética Nacional, Rio de Janeiro, 15 setembro 2018. 8.

32 CURTY, M. G. Avaliação do impacto na operação do sistema interligado


nacional devido à mudança do perfil do parque gerador. Rio de Janeiro: Trabalho
de Conclusão de Curso, 2017.

33 MARTINS, J. M. C. Estudo dos principais mecanismos de incentivo às fontes


renováveis alternativas de energia no setor elétrico. Campinas: Dissertação de
Mestrado, 2010.

62
Anexo A

Tipo de Ano do Ano de Ano de Energia Garantia Extra


Categoria Região
Leilão Leilão Inicio Termino Contratada Fisica Certame
Biomassa Proinfa 2004 2010 2040 3,0 10,0 7,0 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2040 7,0 10,0 3,0 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2040 4,0 10,0 6,0 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2040 14,0 15,0 1,0 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2040 13,0 15,0 2,0 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2040 5,0 10,0 5,0 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 13,0 22,6 9,6 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 6,0 7,2 1,2 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 10,0 22,6 12,6 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 12,0 26,3 14,3 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 6,3 10,2 3,9 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 6,0 14,0 8,0 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 14,0 14,0 0,0 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 23,0 23,0 0,0 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 8,0 21,8 13,8 SE
Biomassa Proinfa 2004 2010 2025 12,0 16,9 4,9 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 4,0 7,8 3,8 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 25,0 25,0 0,0 S
PCH Proinfa 2004 2011 2026 11,0 11,0 0,0 NE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 11,0 36,2 25,2 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 8,0 16,0 8,0 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 8,0 8,2 0,2 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 10,0 10,5 0,5 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 11,0 11,6 0,6 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 11,0 11,2 0,2 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 28,0 28,3 0,3 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 21,0 23,4 2,4 SE
PCH Proinfa 2004 2008 2023 10,0 19,3 9,3 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 9,0 19,3 10,3 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 19,0 22,0 3,0 SE
PCH Proinfa 2004 2008 2023 6,0 20,7 14,7 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 2,0 20,7 18,7 SE
PCH Proinfa 2004 2008 2023 6,0 11,6 5,6 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 12,0 14,5 2,5 SE
PCH Proinfa 2004 2008 2023 0,0 9,4 9,4 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 14,0 14,0 0,0 SE
PCH Proinfa 2004 2008 2023 9,0 24,8 15,8 SE
PCH Proinfa 2004 2009 2024 10,0 24,8 14,8 SE
PCH Proinfa 2004 2012 2027 11,0 36,2 25,2 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 9,0 12,5 3,5 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 1,0 0,0 -1,0 SE
PCH Proinfa 2004 2012 2027 2,0 0,0 -2,0 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 11,0 19,0 8,0 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 2,0 0,0 -2,0 SE
PCH Proinfa 2004 2012 2027 14,0 0,0 -14,0 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 2,0 6,0 4,0 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 2,0 0,0 -2,0 SE
PCH Proinfa 2004 2012 2027 2,0 0,0 -2,0 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 11,0 12,3 1,3 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 4,0 0,0 -4,0 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 8,0 18,6 10,6 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 5,0 0,0 -5,0 SE
PCH Proinfa 2004 2012 2027 14,0 0,0 -14,0 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 16,0 16,3 0,3 SE

63
PCH Proinfa 2004 2011 2026 7,0 0,0 -7,0 SE
PCH Proinfa 2004 2012 2027 4,0 0,0 -4,0 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 12,0 21,0 9,0 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 1,0 0,0 -1,0 SE
PCH Proinfa 2004 2012 2027 21,0 0,0 -21,0 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 23,0 40,3 17,3 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 14,0 0,0 -14,0 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 2,0 7,3 5,3 SE
PCH Proinfa 2004 2011 2026 5,0 0,0 -5,0 SE
PCH Proinfa 2004 2010 2025 4,0 12,6 8,6 SE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 8,0 0,0 -8,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 12,0 39,2 27,2 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 8,0 0,0 -8,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 10,0 18,0 8,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 11,0 19,0 8,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 2,0 0,0 -2,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 13,0 0,0 -13,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 8,0 18,6 10,6 SE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 15,0 0,0 -15,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 4,0 0,0 -4,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 5,0 13,7 8,7 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 16,0 16,3 0,3 SE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 7,0 0,0 -7,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 4,0 0,0 -4,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 8,0 24,0 16,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 20,0 20,0 0,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 14,0 30,0 16,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 2,0 0,0 -2,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2009 2024 4,0 15,0 11,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 2,0 0,0 -2,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 8,0 13,5 5,5 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 2,0 0,0 -2,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2009 2024 16,0 20,1 4,1 SE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 6,0 0,0 -6,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 11,0 20,0 9,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 11,0 16,0 5,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 10,0 19,0 9,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 1,0 0,0 -1,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 11,0 0,0 -11,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2009 2024 3,0 11,3 8,3 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 3,0 0,0 -3,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 1,0 0,0 -1,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 12,0 24,0 12,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 15,0 33,2 18,2 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 19,0 0,0 -19,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 15,0 36,8 21,8 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 7,0 51,5 44,5 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 12,0 0,0 -12,0 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2025 7,0 7,0 0,0 NE
Eólica Proinfa 2004 2011 2026 18,0 18,0 0,0 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 24,0 24,0 0,0 NE
Eólica Proinfa 2004 2013 2028 35,0 24,4 -10,6 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2042 1,0 9,4 8,4 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2027 10,0 16,2 6,2 SE
Eólica Proinfa 2004 2010 2015 1,0 27,8 26,8 SE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 6,0 6,9 0,9 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 11,0 11,7 0,7 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 12,0 12,6 0,6 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 11,0 11,0 0,0 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 12,0 12,0 0,0 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 11,0 11,6 0,6 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 9,0 9,0 0,0 NE

64
PCH Proinfa 2004 2012 2032 13,0 13,2 0,2 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 8,0 8,1 0,1 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 22,0 22,8 0,8 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 10,0 10,8 0,8 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 7,0 7,8 0,8 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 11,0 11,3 0,3 S
PCH Proinfa 2004 2012 2032 11,0 11,3 0,3 S
PCH Proinfa 2004 2012 2032 11,0 11,3 0,3 S
PCH Proinfa 2004 2012 2032 13,0 13,5 0,5 NE
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 13,0 13,9 0,9 NE
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 13,0 13,7 0,7 NE
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 14,0 14,3 0,3 NE
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 13,0 13,1 0,1 NE
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 13,0 13,4 0,4 NE
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 10,0 10,9 0,9 NE
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 11,0 11,3 0,3 NE
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 19,0 19,7 0,7 NE
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 3,0 3,2 0,2 S
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 5,0 5,5 0,5 S
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 9,0 9,2 0,2 S
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 9,0 9,9 0,9 S
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 9,0 9,2 0,2 S
Biomassa Proinfa 2004 2012 2032 11,0 11,1 0,1 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 10,0 10,5 0,5 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 8,0 8,2 0,2 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 13,0 13,0 0,0 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 18,0 18,0 0,0 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 10,0 10,6 0,6 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 6,0 6,5 0,5 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 21,0 21,8 0,8 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 21,0 21,0 0,0 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 3,0 3,1 0,1 NE
Eólica Proinfa 2004 2012 2032 9,0 9,3 0,3 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 9,0 9,5 0,5 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 8,0 8,3 0,3 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 8,0 8,5 0,5 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 9,0 9,0 0,0 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 6,0 6,5 0,5 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 12,0 12,3 0,3 NE
PCH Proinfa 2004 2012 2032 12,0 12,0 0,0 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 12,0 12,7 0,7 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 13,0 13,1 0,1 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 8,0 8,3 0,3 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 7,0 7,8 0,8 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 3,0 3,9 0,9 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 4,0 4,2 0,2 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 8,0 8,4 0,4 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 13,0 13,6 0,6 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 13,0 13,9 0,9 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 5,0 5,0 0,0 NE
Biomassa LEN 2005 2012 2032 10,0 10,9 0,9 NE
Biomassa LEN 2006 2012 2032 12,0 12,4 0,4 NE
Biomassa LEN 2006 2012 2032 11,0 11,8 0,8 NE
Biomassa LEN 2006 2012 2032 11,0 11,0 0,0 NE
Biomassa LEN 2006 2012 2032 12,0 12,2 0,2 NE
Biomassa LEN 2006 2012 2032 2,0 2,7 0,7 NE
Biomassa LEN 2006 2012 2032 16,0 16,6 0,6 NE
Biomassa LEN 2006 2012 2032 7,0 7,4 0,4 NE
Biomassa LEN 2006 2012 2032 13,0 13,7 0,7 NE
Biomassa LEN 2006 2012 2032 12,0 12,7 0,7 NE
PCH LFA 2007 2012 2032 12,0 12,5 0,5 NE
PCH LFA 2007 2012 2032 12,0 12,3 0,3 NE

65
PCH LFA 2007 2012 2032 12,0 12,4 0,4 NE
PCH LFA 2007 2012 2032 12,0 12,2 0,2 NE
PCH LFA 2007 2015 2045 16,0 17,2 1,2 SE
PCH LFA 2007 2015 2045 7,0 7,8 0,8 SE
Biomassa LFA 2007 2015 2045 9,0 9,1 0,1 SE
Biomassa LFA 2007 2015 2045 7,0 7,7 0,7 SE
Biomassa LFA 2007 2013 2028 11,7 15,0 3,3 SE
Biomassa LFA 2007 2013 2028 5,9 8,3 2,4 SE
Biomassa LFA 2007 2013 2028 6,3 21,2 14,9 SE
Biomassa LFA 2007 2013 2028 35,0 36,0 1,0 SE
Biomassa LFA 2007 2013 2028 15,0 37,6 22,6 SE
Biomassa LFA 2007 2013 2028 0,9 19,0 18,1 SE
Biomassa LFA 2007 2012 2027 18,4 24,4 6,0 SE
Biomassa LFA 2007 2012 2027 5,8 19,1 13,3 SE
Biomassa LFA 2007 2015 2030 18,7 26,7 8,0 SE
Biomassa LFA 2007 2015 2030 33,4 51,0 17,6 SE
Biomassa LER 2008 2015 2030 10,0 22,5 12,5 SE
Biomassa LER 2008 2013 2033 14,0 15,0 1,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 6,8 6,8 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 7,9 8,0 0,1 S
Biomassa LER 2008 2013 2033 14,5 15,5 1,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 15,2 15,2 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 15,0 16,1 1,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 8,4 8,4 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 8,1 9,7 1,6 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,5 13,5 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 12,7 12,7 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 15,0 15,7 0,7 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 15,8 16,4 0,6 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 15,2 15,6 0,4 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 15,0 15,0 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 10,1 10,1 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,9 15,5 1,6 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 14,7 16,1 1,4 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 15,3 17,5 2,2 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,9 13,9 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 10,1 10,1 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2043 1,1 10,6 9,5 S
Biomassa LER 2008 2013 2043 0,6 6,4 5,8 SE
Biomassa LER 2008 2013 2043 1,1 11,1 10,0 S
Biomassa LER 2008 2013 2043 2,2 21,6 19,4 SE
Biomassa LER 2008 2013 2043 1,3 12,7 11,4 SE
Biomassa LER 2008 2013 2033 11,2 11,2 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,2 13,2 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 12,8 12,8 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 12,5 12,5 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 14,0 14,0 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,6 13,7 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 14,4 14,4 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 14,3 14,3 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,5 13,6 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 12,2 12,2 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,2 13,5 0,3 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 12,5 12,6 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 9,8 9,8 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 61,4 61,4 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,1 13,1 0,0 S
Biomassa LER 2008 2013 2033 12,9 12,9 0,0 S
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,0 13,0 0,0 S
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,7 13,7 0,0 S
Biomassa LER 2008 2013 2033 5,7 6,3 0,6 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 14,9 15,3 0,4 NE

66
Biomassa LER 2008 2013 2033 14,0 14,6 0,6 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 9,1 10,1 1,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 10,3 10,5 0,2 S
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,7 13,7 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 12,3 12,9 0,6 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 11,0 11,2 0,2 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 11,1 11,2 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,8 13,9 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 11,8 11,9 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,8 13,9 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 12,8 12,8 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,6 13,7 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 9,3 9,8 0,5 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 7,5 7,6 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 9,7 9,8 0,1 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 22,3 36,5 14,2 SE
Biomassa LER 2008 2013 2033 13,1 13,1 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 4,2 4,2 0,0 S
Biomassa LER 2008 2013 2033 14,0 14,0 0,0 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 10,1 10,3 0,2 NE
Biomassa LER 2008 2013 2033 8,9 8,9 0,0 S
Biomassa LEN 2008 2013 2033 8,0 8,0 0,0 S
PCH LEN 2009 2013 2033 9,5 9,5 0,0 S
Biomassa LEN 2009 2013 2033 13,2 14,0 0,8 NE
Biomassa LEE 2009 2013 2033 12,6 14,2 1,6 NE
Eólica LER 2009 2013 2033 11,8 14,1 2,3 NE
Eólica LER 2009 2013 2033 11,2 14,0 2,8 NE
Eólica LER 2009 2013 2033 10,9 12,4 1,5 NE
Eólica LER 2009 2013 2033 13,5 13,5 0,0 NE
Eólica LER 2009 2013 2033 13,1 13,1 0,0 NE
Eólica LER 2009 2013 2033 14,1 14,1 0,0 NE
Eólica LER 2009 2013 2043 16,5 16,5 0,0 SE
Eólica LER 2009 2013 2043 5,2 5,2 0,0 S
Eólica LER 2009 2011 2012 1,0 17,0 16,0 SE
Eólica LER 2009 2014 2033 9,0 10,0 1,0 SE
Eólica LER 2009 2015 2033 6,0 20,0 14,0 SE
Eólica LER 2009 2014 2035 1,0 33,1 32,1 SE
Eólica LER 2009 2014 2035 6,0 6,0 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 10,5 10,5 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,5 13,5 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,7 13,7 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 15,5 15,5 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,6 13,6 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 8,2 8,2 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 14,5 14,5 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,7 13,7 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,2 13,2 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 9,0 9,0 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 10,6 10,6 0,0 S
Eólica LER 2009 2014 2035 13,2 13,2 0,0 S
Eólica LER 2009 2014 2035 12,9 12,9 0,0 S
Eólica LER 2009 2014 2035 13,8 13,8 0,0 S
Eólica LER 2009 2014 2035 9,0 9,0 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 11,5 11,5 0,0 S
Eólica LER 2009 2014 2035 10,4 11,1 0,7 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 7,1 7,7 0,6 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 12,8 13,4 0,6 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 7,6 8,1 0,5 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 15,0 25,5 10,5 SE
Eólica LER 2009 2014 2035 4,0 12,8 8,8 SE
Eólica LER 2009 2014 2035 12,0 12,8 0,8 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,5 13,5 0,0 NE

67
Eólica LER 2009 2014 2035 0,1 18,8 18,7 SE
Eólica LER 2009 2014 2035 0,1 16,2 16,1 SE
Eólica LER 2009 2014 2035 16,0 16,0 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 15,7 15,7 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 7,3 19,7 12,4 SE
Eólica LER 2009 2014 2035 10,8 34,4 23,6 SE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,5 13,5 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,2 13,2 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 14,6 14,6 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,4 13,4 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,8 16,3 2,5 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,1 13,1 0,0 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 13,9 14,4 0,5 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 14,8 15,3 0,5 NE
Eólica LER 2009 2014 2035 14,3 14,3 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 15,9 15,9 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 16,3 16,3 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 16,3 16,3 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 6,2 6,7 0,5 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 14,4 14,8 0,4 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 14,0 14,4 0,4 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 13,9 14,3 0,4 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 13,3 13,7 0,4 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 9,9 9,9 0,0 S
Eólica LER 2009 2016 2036 12,4 12,4 0,0 S
Eólica LER 2009 2016 2036 9,5 9,5 0,0 S
Eólica LER 2009 2016 2036 8,8 8,8 0,0 S
Eólica LER 2009 2016 2036 15,5 15,5 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 15,5 15,5 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 9,7 9,7 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 9,0 9,0 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 13,6 13,6 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 14,0 14,0 0,0 NE
Eólica LER 2009 2016 2036 9,5 9,5 0,0 NE
PCH LEN 2010 2016 2036 8,7 9,9 1,2 NE
PCH LEN 2010 2016 2036 6,4 7,3 0,9 NE
PCH LEN 2010 2016 2036 11,7 14,1 2,4 NE
PCH LEN 2010 2016 2036 7,9 9,0 1,1 NE
Biomassa LER 2010 2016 2036 5,1 5,8 0,7 NE
Biomassa LER 2010 2016 2036 8,7 9,9 1,2 NE
Biomassa LER 2010 2016 2036 15,0 15,0 0,0 NE
Biomassa LER 2010 2016 2036 11,2 12,8 1,6 NE
Biomassa LER 2010 2016 2036 11,0 11,0 0,0 S
Biomassa LER 2010 2016 2036 12,2 13,9 1,7 NE
Biomassa LER 2010 2016 2036 7,5 8,5 1,0 NE
Biomassa LER 2010 2016 2036 8,2 9,3 1,1 NE
Biomassa LER 2010 2016 2036 12,7 15,7 3,0 NE
Biomassa LER 2010 2016 2036 1,0 5,4 4,4 SE
Biomassa LER 2010 2016 2036 20,0 37,7 17,7 SE
Eólica LER 2010 2016 2036 13,5 14,6 1,1 NE
Eólica LER 2010 2016 2036 9,3 9,6 0,3 NE
Eólica LER 2010 2016 2036 13,5 14,6 1,1 NE
Eólica LER 2010 2016 2036 12,1 13,1 1,0 NE
Eólica LER 2010 2016 2036 11,4 13,3 1,9 NE
Eólica LER 2010 2016 2036 13,5 16,0 2,5 NE
Eólica LER 2010 2016 2036 15,1 15,3 0,2 NE
Eólica LER 2010 2017 2037 16,6 16,6 0,0 NE
Eólica LER 2010 2017 2037 17,0 17,0 0,0 NE
Eólica LER 2010 2017 2037 16,6 16,6 0,0 NE
Eólica LER 2010 2017 2037 16,7 16,7 0,0 NE
Eólica LER 2010 2017 2037 16,7 16,7 0,0 NE
Eólica LER 2010 2017 2037 16,4 16,4 0,0 NE

68
Eólica LER 2010 2017 2037 16,0 16,2 0,2 NE
Eólica LER 2010 2017 2037 13,9 13,9 0,0 NE
Eólica LER 2010 2017 2037 11,5 11,5 0,0 S
Eólica LER 2010 2017 2037 10,2 10,6 0,4 NE
Eólica LER 2010 2015 2035 14,6 14,6 0,0 NE
Eólica LER 2010 2015 2035 10,1 10,1 0,0 NE
Eólica LER 2010 2015 2035 8,9 8,9 0,0 NE
PCH LFA 2010 2015 2035 11,9 12,1 0,2 NE
PCH LFA 2010 2015 2035 10,8 10,9 0,1 NE
PCH LFA 2010 2015 2035 12,2 12,4 0,2 NE
PCH LFA 2010 2015 2035 14,7 14,7 0,0 NE
PCH LFA 2010 2015 2035 16,1 16,7 0,6 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 15,5 16,1 0,6 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 2,6 3,1 0,5 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 4,9 5,1 0,2 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 1,9 2,2 0,3 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 5,1 5,1 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 4,7 4,7 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 4,6 4,6 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 4,2 4,2 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 3,7 4,2 0,5 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 7,9 8,1 0,2 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 4,8 5,0 0,2 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 6,4 7,2 0,8 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 10,1 11,0 0,9 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 6,4 7,7 1,3 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 9,2 9,5 0,3 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 9,1 9,4 0,3 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 7,1 7,3 0,2 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 7,1 7,5 0,4 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 9,8 10,1 0,3 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 6,9 7,1 0,2 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 5,4 5,6 0,2 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 10,7 11,0 0,3 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 11,4 11,5 0,1 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 12,5 12,7 0,2 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 10,1 10,1 0,0 S
Eólica LFA 2010 2015 2035 5,4 5,4 0,0 S
Eólica LFA 2010 2015 2035 6,5 6,5 0,0 S
Eólica LFA 2010 2015 2035 5,6 5,6 0,0 S
Eólica LFA 2010 2015 2035 11,0 11,0 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 6,9 6,9 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 3,9 3,9 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 9,7 9,7 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 4,5 4,5 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 9,5 9,5 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 10,1 10,1 0,0 NE
Biomassa LFA 2010 2015 2035 7,4 7,4 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 10,7 10,7 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 6,6 6,6 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 14,7 14,7 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 14,4 14,4 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 14,0 14,0 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 15,0 15,0 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 15,1 15,1 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 14,9 14,9 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 14,3 14,8 0,5 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 13,2 15,8 2,6 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 15,1 15,1 0,0 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 15,6 15,7 0,1 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 13,6 16,0 2,4 NE
Eólica LFA 2010 2015 2035 14,1 16,0 1,9 NE

69
Eólica LFA 2010 2015 2035 15,3 16,9 1,6 NE
PCH LER 2010 2015 2035 13,4 16,0 2,6 NE
PCH LER 2010 2015 2035 14,7 14,9 0,2 NE
Biomassa LEE 2010 2015 2035 15,0 16,2 1,2 NE
Biomassa LEN 2011 2015 2035 15,3 17,4 2,1 NE
Biomassa LEN 2011 2015 2035 16,0 16,2 0,2 NE
Biomassa LER 2011 2015 2035 15,9 16,6 0,7 NE
Eólica LER 2011 2015 2035 16,7 16,7 0,0 NE
Eólica LER 2011 2018 2048 13,1 16,9 3,8 SE
Eólica LER 2011 2018 2048 9,5 9,5 0,0 S
Eólica LER 2011 2018 2048 13,6 13,6 0,0 SE
Eólica LER 2011 2018 2048 9,1 9,1 0,0 SE
Eólica LER 2011 2018 2048 0,5 10,8 10,3 S
Eólica LER 2011 2018 2048 2,6 2,6 0,0 NE
Eólica LER 2011 2018 2048 12,7 13,1 0,4 SE
Eólica LER 2011 2018 2048 16,7 16,7 0,0 SE
Eólica LER 2011 2018 2043 10,0 13,3 3,3 SE
Eólica LER 2011 2018 2043 119,1 119,1 0,0 NE
Eólica LER 2011 2018 2043 122,1 122,1 0,0 NE
Eólica LER 2011 2018 2043 19,0 23,8 4,8 SE
Eólica LER 2011 2018 2043 52,2 52,2 0,0 SE
Eólica LER 2011 2018 2043 15,2 15,2 0,0 SE
Eólica LER 2011 2018 2043 15,3 17,0 1,7 SE
Eólica LER 2011 2018 2043 10,6 15,0 4,4 SE
Eólica LER 2011 2018 2043 11,3 16,0 4,7 SE
Eólica LER 2011 2016 2046 2,8 3,9 1,1 S
Eólica LER 2011 2016 2046 3,9 4,0 0,1 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 5,5 7,8 2,3 S
Biomassa LER 2011 2016 2046 8,3 11,8 3,5 S
Biomassa LER 2011 2016 2046 12,2 12,2 0,0 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 9,9 9,9 0,0 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 11,0 11,0 0,0 NE
Biomassa LER 2011 2016 2046 10,5 10,5 0,0 NE
Biomassa LER 2011 2016 2046 9,2 9,6 0,4 S
Eólica LER 2011 2016 2046 7,1 7,1 0,0 S
Eólica LER 2011 2016 2046 8,2 8,5 0,3 S
Biomassa LER 2011 2016 2046 2,1 3,0 0,9 S
Biomassa LER 2011 2016 2046 7,3 8,5 1,2 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 4,7 4,9 0,2 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 13,5 16,9 3,4 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 13,0 15,4 2,4 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 7,6 8,5 0,9 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 9,4 12,1 2,7 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 15,5 15,9 0,4 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 2,9 2,9 0,0 S
Eólica LER 2011 2016 2046 14,7 14,7 0,0 NE
Eólica LER 2011 2016 2046 13,4 14,3 0,9 NE
Eólica LEN 2011 2016 2046 14,2 14,2 0,0 NE
Eólica LEN 2011 2016 2046 14,1 14,1 0,0 NE
Eólica LEN 2011 2016 2046 14,8 14,8 0,0 NE
Eólica LEN 2011 2016 2046 14,0 15,6 1,6 NE
Eólica LEN 2011 2016 2046 15,4 15,7 0,3 NE
Eólica LEN 2011 2016 2046 13,4 16,2 2,8 NE
Eólica LEN 2011 2016 2046 6,5 9,2 2,7 S
Eólica LEN 2011 2016 2046 2,4 3,3 0,9 S
Eólica LEN 2011 2016 2046 4,9 7,0 2,1 S
Eólica LEN 2011 2016 2046 5,6 7,9 2,3 S
Eólica LEN 2011 2016 2046 4,2 5,9 1,7 S
Eólica LEN 2011 2016 2046 5,9 8,3 2,4 S
Eólica LEN 2011 2016 2046 5,8 8,2 2,4 S
Eólica LEN 2011 2016 2046 3,0 4,2 1,2 S
Eólica LEN 2011 2016 2046 4,7 6,7 2,0 S

70
Eólica LEN 2011 2016 2046 4,1 5,8 1,7 S
Eólica LEN 2011 2016 2046 6,8 9,7 2,9 S
Eólica LEN 2011 2018 2048 6,0 11,4 5,4 SE
Eólica LEN 2011 2018 2048 10,4 10,4 0,0 S
Eólica LEN 2011 2018 2048 11,7 13,8 2,1 S
Eólica LEN 2011 2018 2048 9,3 9,9 0,6 S
Eólica LEN 2011 2018 2048 6,7 8,9 2,2 SE
Eólica LEN 2011 2018 2048 3,2 3,4 0,2 S
Eólica LEN 2011 2018 2048 1,1 4,5 3,4 S
Eólica LEN 2011 2018 2048 1,1 4,4 3,3 S
Eólica LEN 2011 2018 2048 1,2 6,1 4,9 SE
Eólica LEN 2011 2018 2048 11,7 11,7 0,0 SE
Eólica LEN 2011 2018 2048 2,3 2,3 0,0 S
Eólica LEN 2011 2018 2048 13,9 14,0 0,1 SE
Eólica LEN 2011 2018 2048 14,1 14,2 0,1 SE
Eólica LEN 2011 2018 2048 14,0 14,1 0,1 SE
Eólica LEN 2011 2018 2048 2,5 6,6 4,1 SE
Biomassa LEN 2011 2018 2048 7,0 12,9 5,9 SE
Biomassa LEN 2011 2018 2043 14,9 14,9 0,0 NE
Eólica LEN 2011 2018 2043 22,8 23,1 0,3 SE
Eólica LEN 2011 2018 2043 10,5 13,9 3,4 SE
Eólica LEN 2011 2018 2043 20,4 20,4 0,0 SE
Eólica LEN 2011 2018 2043 15,6 22,2 6,6 SE
Eólica LEN 2011 2018 2038 9,8 10,7 0,9 NE
Eólica LEN 2011 2018 2038 5,2 5,7 0,5 NE
Eólica LEN 2011 2018 2038 9,8 10,7 0,9 NE
Eólica LEN 2012 2018 2038 10,4 11,2 0,8 NE
Eólica LEN 2012 2018 2038 8,6 9,4 0,8 NE
Eólica LEN 2012 2018 2038 9,7 9,7 0,0 S
Eólica LEN 2012 2018 2038 12,3 12,3 0,0 S
Eólica LEN 2012 2018 2038 4,3 4,3 0,0 S
Eólica LEN 2012 2018 2038 6,9 6,9 0,0 S
Eólica LEN 2012 2018 2038 6,0 6,0 0,0 S
Eólica LEN 2012 2018 2038 7,9 7,9 0,0 S
Eólica LEN 2012 2018 2038 5,8 5,8 0,0 S
Eólica LEN 2012 2018 2038 6,0 6,0 0,0 S
Eólica LER 2013 2018 2038 3,4 3,4 0,0 S
Eólica LER 2013 2018 2038 3,3 3,3 0,0 S
Eólica LER 2013 2018 2038 12,5 12,9 0,4 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 7,8 7,8 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 9,3 9,8 0,5 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 6,0 6,0 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 4,3 4,3 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 9,2 9,6 0,4 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 6,5 6,5 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,1 14,0 1,9 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,2 14,2 2,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,7 14,7 2,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,7 13,6 1,9 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,1 15,2 2,1 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,9 16,1 2,2 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,4 14,4 2,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,7 14,7 2,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,9 15,0 2,1 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,9 13,8 1,9 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,5 11,5 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,8 13,8 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,5 11,5 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,9 13,9 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,2 13,2 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 8,9 8,9 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,3 11,3 0,0 NE

71
Eólica LER 2013 2018 2038 11,4 11,9 0,5 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,6 12,4 0,8 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 7,1 7,1 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 5,5 5,5 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,6 13,6 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,5 12,5 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 14,1 14,5 0,4 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 10,4 10,7 0,3 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 7,2 7,4 0,2 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,7 12,0 0,3 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 10,0 10,3 0,3 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,9 12,2 0,3 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 9,4 9,6 0,2 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,7 14,1 1,4 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 4,2 4,4 0,2 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,9 14,3 0,4 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 9,8 10,1 0,3 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 9,7 9,9 0,2 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 9,3 9,5 0,2 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,3 11,6 0,3 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,3 11,7 0,4 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,5 12,8 0,3 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 8,6 8,8 0,2 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 10,5 10,5 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,6 15,0 1,4 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 9,0 9,0 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 7,2 8,0 0,8 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,3 13,3 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,1 12,1 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 12,7 12,7 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,0 14,8 3,8 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 7,4 8,4 1,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,2 12,6 1,4 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 9,1 10,3 1,2 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 8,2 8,2 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 13,3 15,7 2,4 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 14,9 16,4 1,5 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 8,2 8,4 0,2 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 8,8 8,8 0,0 NE
Eólica LER 2013 2018 2038 11,6 16,5 4,9 NE
PCH LEN 2013 2018 2038 11,4 15,4 4,0 NE
PCH LEN 2013 2018 2038 12,6 15,6 3,0 NE
PCH LEN 2013 2018 2038 13,5 14,8 1,3 NE
PCH LEN 2013 2018 2038 12,6 13,0 0,4 NE
PCH LEN 2013 2018 2038 12,5 12,8 0,3 NE
PCH LEN 2013 2018 2038 12,2 12,5 0,3 NE
PCH LEN 2013 2018 2038 9,4 13,4 4,0 NE
PCH LEN 2013 2018 2038 8,9 12,7 3,8 NE
Biomassa LEN 2013 2018 2038 12,7 13,1 0,4 NE
Biomassa LEN 2013 2018 2038 5,3 5,5 0,2 NE
Biomassa LEN 2013 2018 2038 12,9 13,3 0,4 NE
Biomassa LEN 2013 2018 2038 9,9 14,2 4,3 NE
Biomassa LEN 2013 2018 2038 7,5 10,7 3,2 NE
Biomassa LEN 2013 2018 2038 8,3 11,9 3,6 NE
Biomassa LEN 2013 2018 2038 10,5 14,8 4,3 NE
Biomassa LEN 2013 2018 2038 11,8 14,2 2,4 NE
Biomassa LEN 2013 2018 2038 10,6 14,0 3,4 NE
Eólica LEN 2013 2018 2038 10,5 13,9 3,4 NE
Eólica LEN 2013 2014 2019 1,0 10,0 9,0 SE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,6 9,6 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 10,8 10,8 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 13,9 13,9 0,0 NE

72
Eólica LEN 2013 2017 2037 14,7 14,7 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,4 9,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 17,2 17,2 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 12,9 12,9 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 18,5 18,5 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,4 11,1 1,7 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 12,3 15,3 3,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 10,7 12,2 1,5 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,3 10,9 1,6 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,1 10,2 1,1 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 15,3 15,3 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 14,2 14,2 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 14,5 14,5 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 14,6 14,6 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 15,7 15,7 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 13,3 13,3 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 10,7 10,7 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,5 9,5 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 6,7 6,9 0,2 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2017 2037 8,4 8,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 8,4 8,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 8,4 8,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 8,4 8,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 8,4 8,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 8,4 8,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 8,4 8,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 1,8 1,8 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2017 2037 7,3 7,3 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 7,1 7,1 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 SE
PCH LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 SE
PCH LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 SE
PCH LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 SE
PCH LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 SE
PCH LEN 2013 2017 2037 7,7 7,7 0,0 NE
PCH LEN 2013 2017 2037 6,6 6,6 0,0 NE
PCH LEN 2013 2017 2037 6,6 6,6 0,0 NE
PCH LEN 2013 2017 2037 6,6 6,6 0,0 NE
PCH LEN 2013 2017 2037 6,5 6,5 0,0 NE
PCH LEN 2013 2017 2037 6,5 6,5 0,0 NE
PCH LEN 2013 2017 2037 6,5 6,5 0,0 NE
PCH LEN 2013 2017 2037 2,3 2,3 0,0 NE
PCH LEN 2013 2017 2037 6,0 6,0 0,0 SE
PCH LEN 2013 2017 2037 6,0 6,0 0,0 SE
PCH LEN 2013 2017 2037 6,0 6,0 0,0 SE
PCH LEN 2013 2017 2037 5,9 5,9 0,0 NE
Biomassa LEN 2013 2017 2037 13,1 13,1 0,0 NE
Biomassa LEN 2013 2017 2037 11,6 11,6 0,0 NE
Biomassa LEN 2013 2017 2037 9,0 9,0 0,0 NE
Biomassa LEN 2013 2017 2037 13,5 13,5 0,0 NE
Biomassa LEN 2013 2017 2037 7,7 7,7 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 7,9 7,9 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 11,7 11,7 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 13,2 13,2 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 10,8 10,8 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 11,0 11,0 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 10,1 10,1 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,6 9,6 0,0 NE

73
Eólica LEN 2013 2017 2037 8,3 8,3 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,1 9,1 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 10,3 10,3 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 12,0 12,0 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 10,6 10,6 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 11,3 11,5 0,2 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 13,6 13,6 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 13,6 13,6 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 13,6 13,6 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 11,6 11,6 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 11,0 11,0 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 6,5 6,5 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,2 9,2 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 5,2 5,2 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 14,2 14,2 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 13,6 13,6 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 15,2 15,2 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,2 9,2 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2049 6,2 6,2 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2019 2049 9,0 10,9 1,9 SE
Eólica LEN 2013 2019 2049 8,5 8,5 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2019 2044 43,0 59,8 16,8 SE
Eólica LEN 2013 2019 2044 6,4 6,4 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2019 2044 8,0 11,4 3,4 SE
Eólica LEN 2013 2019 2044 4,0 5,6 1,6 SE
Eólica LEN 2013 2019 2044 18,5 26,1 7,6 SE
Eólica LEN 2013 2019 2044 9,8 12,4 2,6 SE
Eólica LEN 2013 2019 2044 110,0 135,1 25,1 SE
Eólica LEN 2013 2019 2044 110,0 135,1 25,1 SE
Eólica LEN 2013 2019 2039 14,2 14,2 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 11,3 11,3 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 13,5 13,5 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 12,9 12,9 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 10,3 10,3 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 11,9 11,9 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 13,8 13,8 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 4,5 4,5 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 11,5 11,5 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 9,4 9,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 13,8 13,8 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 13,4 13,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 13,8 13,8 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 14,1 14,1 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 14,1 14,1 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 13,4 13,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 11,4 11,7 0,3 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 11,8 12,1 0,3 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 10,3 10,6 0,3 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 7,1 7,3 0,2 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 7,5 7,7 0,2 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 9,7 9,7 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 10,0 10,0 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 9,6 9,6 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 8,7 8,7 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 8,4 8,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 8,4 8,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 9,0 12,8 3,8 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 9,2 13,1 3,9 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 9,8 13,9 4,1 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 9,7 13,8 4,1 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 16,1 17,1 1,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 17,2 18,6 1,4 NE

74
Eólica LEN 2013 2019 2039 15,5 16,4 0,9 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 14,4 14,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2019 2039 15,4 15,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2016 2036 5,2 34,4 29,2 SE
Eólica LEN 2013 2016 2036 5,6 14,1 8,5 SE
Eólica LEN 2013 2016 2036 3,5 14,4 10,9 SE
Eólica LEN 2013 2016 2036 9,3 14,4 5,1 SE
Eólica LEN 2013 2016 2036 6,7 7,9 1,2 SE
Eólica LEN 2013 2016 2036 10,0 13,2 3,2 SE
Eólica LEN 2013 2016 2036 9,4 9,4 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2016 2036 17,5 26,8 9,3 SE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,9 14,1 4,2 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 10,0 14,2 4,2 NE
Eólica LEN 2013 2017 2037 9,8 14,0 4,2 NE
Eólica LEN 2013 2020 2050 16,5 18,4 1,9 SE
Eólica LEN 2013 2020 2050 14,0 14,4 0,4 SE
Eólica LEN 2013 2020 2050 13,5 13,7 0,2 S
Eólica LEN 2013 2020 2050 1,2 1,3 0,1 SE
Eólica LEN 2013 2020 2050 19,2 19,7 0,5 SE
Eólica LEN 2013 2020 2050 13,4 13,8 0,4 SE
Eólica LEN 2013 2020 2050 14,1 14,5 0,4 S
Eólica LEN 2013 2020 2050 1,0 5,3 4,3 S
Eólica LEN 2013 2020 2045 41,4 41,4 0,0 NE
Eólica LEN 2013 2020 2045 6,2 6,2 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2020 2045 30,9 30,9 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2018 2048 4,6 5,1 0,5 S
Eólica LEN 2013 2018 2048 7,1 7,1 0,0 SE
Eólica LEN 2013 2018 2048 4,6 4,7 0,1 SE
Biomassa LEE 2014 2018 2048 4,9 5,0 0,1 SE
Eólica LEN 2014 2018 2048 2,3 3,3 1,0 S
Eólica LEN 2014 2018 2048 6,5 6,5 0,0 SE
Eólica LEN 2014 2018 2048 3,1 3,5 0,4 S
Eólica LEN 2014 2018 2038 14,5 14,5 0,0 SE
Eólica LEN 2014 2018 2038 6,2 6,8 0,6 S
Eólica LEN 2014 2018 2038 9,9 10,2 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 12,8 13,1 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 12,8 13,1 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 13,5 13,8 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 12,4 12,7 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 12,7 13,0 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 12,8 13,1 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 13,2 13,5 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 9,7 10,0 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 12,8 13,2 0,4 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 8,6 8,8 0,2 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 13,6 14,0 0,4 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 14,5 16,0 1,5 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 13,1 14,6 1,5 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 13,7 14,0 0,3 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 12,4 14,1 1,7 NE
SOLAR LER 2014 2018 2038 13,2 15,6 2,4 NE
SOLAR LER 2014 2018 2038 11,6 13,7 2,1 NE
SOLAR LER 2014 2018 2038 14,5 15,6 1,1 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 6,7 6,7 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,6 8,8 0,2 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 6,7 6,9 0,2 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 3,7 3,7 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 9,2 9,2 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 6,1 6,1 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 9,2 9,2 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,7 8,7 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,7 8,7 0,0 NE

75
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,8 8,8 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,8 8,8 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,8 8,8 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,8 8,8 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,8 8,8 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,8 8,8 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,8 8,8 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,4 8,4 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,4 8,4 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 6,7 6,7 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,4 8,4 0,0 SE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,4 8,4 0,0 SE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,4 8,4 0,0 SE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,4 8,4 0,0 SE
SOLAR LER 2014 2017 2037 8,4 8,4 0,0 SE
SOLAR LER 2014 2017 2037 7,8 7,8 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 7,8 7,8 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 1,2 1,2 0,0 NE
SOLAR LER 2014 2017 2037 7,5 7,5 0,0 NE
Eólica LER 2014 2017 2037 7,5 7,5 0,0 NE
Eólica LER 2014 2017 2037 5,0 5,0 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 9,7 9,7 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 13,1 13,1 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 14,5 14,5 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 13,2 13,4 0,2 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 13,4 13,4 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 13,5 16,1 2,6 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 10,8 13,2 2,4 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 12,8 14,4 1,6 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 12,6 14,1 1,5 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 11,8 13,2 1,4 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 14,4 15,2 0,8 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 12,7 14,1 1,4 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 12,0 15,5 3,5 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 13,1 15,8 2,7 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 12,2 15,3 3,1 N
Eólica LER 2014 2018 2038 15,2 15,4 0,2 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 13,9 14,1 0,2 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 15,2 15,4 0,2 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 14,2 14,4 0,2 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 14,3 14,5 0,2 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 7,1 7,1 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 5,4 5,4 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 5,4 5,4 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 5,4 5,4 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 6,3 7,0 0,7 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 1,3 1,3 0,0 SE
Eólica LER 2014 2018 2038 8,7 8,7 0,0 NE
Eólica LER 2014 2018 2038 8,2 8,2 0,0 SE
Eólica LER 2014 2018 2038 9,2 9,2 0,0 NE
PCH LEN 2014 2018 2038 8,7 8,7 0,0 NE
PCH LEN 2014 2018 2038 8,2 8,2 0,0 SE
PCH LEN 2014 2018 2038 8,7 8,7 0,0 NE
Biomassa LEN 2014 2018 2038 8,7 8,7 0,0 NE
Biomassa LEN 2014 2018 2038 8,4 8,4 0,0 SE
Biomassa LEN 2014 2018 2038 8,5 8,5 0,0 SE
Biomassa LEN 2014 2018 2038 8,5 8,5 0,0 SE
Biomassa LEN 2014 2018 2038 8,4 8,4 0,0 SE
Biomassa LEN 2014 2018 2038 8,4 8,4 0,0 SE
Biomassa LEN 2014 2018 2038 8,5 8,5 0,0 SE
Biomassa LEN 2014 2018 2038 8,5 8,5 0,0 SE
Eólica LEN 2014 2018 2038 7,8 7,8 0,0 NE

76
Eólica LEN 2014 2018 2038 9,4 9,4 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 9,4 9,4 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 6,3 6,3 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 5,3 5,3 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 5,3 5,3 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 5,3 5,3 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 8,7 8,7 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 8,7 8,7 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 8,7 8,7 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 8,7 8,7 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 6,2 6,2 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2018 2038 5,0 5,0 0,0 NE
Eólica LEN 2014 2016 2018 15,0 30,0 15,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 N
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 S
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 17,0 30,0 13,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 6,0 30,0 24,0 S
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 N
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 S
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 S
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 N
Eólica LEN 2014 2016 2018 25,0 30,0 5,0 S
Eólica LEN 2014 2016 2018 5,0 30,0 25,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 15,0 30,0 15,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 18,0 30,0 12,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 30,0 30,0 0,0 N
Eólica LEN 2014 2016 2018 10,0 30,0 20,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 25,0 30,0 5,0 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 30,0 30,0 0,0 S
Eólica LEN 2014 2016 2018 6,0 17,3 11,3 SE
Eólica LEN 2014 2016 2018 18,0 96,9 78,9 N
Eólica LEN 2014 2016 2017 15,0 15,0 0,0 SE
Biomassa LFA 2015 2016 2017 4,0 4,0 0,0 S
Biomassa LFA 2015 2016 2017 8,0 8,0 0,0 S
Biomassa LFA 2015 2016 2017 8,0 8,0 0,0 S
Biomassa LFA 2015 2016 2017 2,0 2,0 0,0 S
Biomassa LFA 2015 2016 2017 6,0 6,0 0,0 SE
Biomassa LFA 2015 2016 2017 12,0 12,0 0,0 SE
Biomassa LFA 2015 2016 2017 9,0 9,0 0,0 SE
Biomassa LFA 2015 2016 2017 8,0 8,0 0,0 SE
Eólica LFA 2015 2016 2017 5,0 5,0 0,0 SE
Eólica LFA 2015 2016 2017 6,0 6,0 0,0 SE
Eólica LFA 2015 2016 2017 5,0 5,0 0,0 SE
PCH LEN 2015 2016 2017 1,0 1,0 0,0 SE
PCH LEN 2015 2016 2017 1,0 1,0 0,0 SE
PCH LEN 2015 2016 2017 5,0 5,0 0,0 SE
PCH LEN 2015 2016 2017 2,0 2,0 0,0 SE
PCH LEN 2015 2016 2017 3,0 3,0 0,0 SE
PCH LEN 2015 2016 2017 30,0 30,0 0,0 N
PCH LEN 2015 2016 2017 4,0 4,0 0,0 SE
PCH LEN 2015 2016 2017 2,0 2,0 0,0 SE
Biomassa LEN 2015 2021 2051 1,9 1,9 0,0 S
Biomassa LEN 2015 2021 2051 7,5 7,6 0,1 S
Biomassa LEN 2015 2021 2051 5,9 6,0 0,1 N
PCH LEN 2015 2021 2051 5,0 6,2 1,2 S
PCH LEN 2015 2021 2051 1,7 2,5 0,8 S
PCH LEN 2015 2021 2051 1,5 6,1 4,6 S
PCH LEN 2015 2021 2051 3,0 6,8 3,8 S
PCH LEN 2015 2021 2051 4,2 17,9 13,7 SE

77
PCH LEN 2015 2021 2051 4,9 5,0 0,0 SE
PCH LEN 2015 2021 2051 3,5 3,6 0,1 S
Biomassa LEN 2015 2021 2051 9,0 9,4 0,4 SE
Biomassa LEN 2015 2021 2051 5,6 6,4 0,8 SE
Eólica LEN 2015 2021 2051 5,9 6,6 0,7 SE
Eólica LEN 2015 2021 2051 5,3 5,3 0,0 SE
Eólica LEN 2015 2021 2051 1,8 6,6 4,8 SE
Eólica LEN 2015 2021 2051 2,3 2,9 0,6 S
Eólica LEN 2015 2021 2051 4,3 4,3 0,0 SE
Eólica LEN 2015 2021 2051 1,1 12,9 11,8 SE
Eólica LEN 2015 2021 2051 5,3 12,9 7,6 SE
Eólica LEN 2015 2021 2051 3,2 5,3 2,1 S
Eólica LEN 2015 2021 2041 11,0 13,7 2,7 SE
Eólica LEN 2015 2021 2041 38,1 43,1 5,0 SE
Eólica LEN 2015 2021 2041 2,3 2,9 0,6 SE
Eólica LEN 2015 2021 2041 5,3 26,1 20,8 SE
Eólica LEN 2015 2021 2041 3,4 4,5 1,1 SE
Eólica LEN 2015 2021 2041 13,7 18,8 5,1 SE
Eólica LEN 2015 2021 2041 7,7 7,7 0,0 SE
Eólica LEN 2015 2020 2050 28,8 3,2 -25,6 NE
Eólica LEN 2015 2020 2050 98,2 10,9 -87,3 SE
Eólica LEN 2015 2020 2050 17,0 2,3 -14,7 S
Eólica LEN 2015 2020 2050 45,2 5,0 -40,2 NE
SOLAR LER 2015 2020 2050 23,4 2,6 -20,8 S
SOLAR LER 2015 2020 2050 62,9 7,0 -55,9 SE
SOLAR LER 2015 2020 2050 8,0 0,9 -7,1 N
SOLAR LER 2015 2020 2050 169,3 18,8 -150,5 SE
SOLAR LER 2015 2020 2050 27,3 3,0 -24,3 S
SOLAR LER 2015 2020 2050 30,0 3,6 -26,4 SE
SOLAR LER 2015 2020 2050 46,7 5,2 -41,5 NE
SOLAR LER 2015 2020 2050 15,2 1,7 -13,5 S
SOLAR LER 2015 2020 2050 16,7 1,9 -14,8 S
SOLAR LER 2015 2020 2050 52,3 5,8 -46,5 SE
SOLAR LER 2015 2020 2050 64,8 7,2 -57,6 SE
SOLAR LER 2015 2020 2050 15,7 1,8 -13,9 S
SOLAR LER 2015 2020 2050 38,9 4,4 -34,5 S
SOLAR LER 2015 2020 2050 40,4 4,6 -35,8 S
SOLAR LER 2015 2020 2050 66,8 7,4 -59,4 SE
SOLAR LER 2015 2021 2051 5,0 8,6 3,6 SE
SOLAR LER 2015 2021 2041 8,6 8,6 0,0 SE
SOLAR LER 2015 2021 2041 17,7 19,2 1,5 NE
SOLAR LER 2015 2021 2041 17,9 18,8 0,9 NE
SOLAR LER 2015 2021 2041 4,0 7,9 3,9 SE
SOLAR LER 2015 2021 2041 7,9 10,2 2,3 SE
SOLAR LER 2015 2021 2041 7,9 10,2 2,3 SE
SOLAR LER 2015 2021 2041 9,9 10,2 0,3 NE
SOLAR LER 2015 2021 2041 9,9 10,2 0,3 NE
SOLAR LER 2015 2021 2041 9,9 10,2 0,3 SE
SOLAR LER 2015 2021 2041 9,9 10,2 0,3 NE
SOLAR LER 2015 2021 2041 9,9 10,2 0,3 NE
SOLAR LER 2015 2021 2041 9,9 10,2 0,3 NE
SOLAR LER 2015 2021 2041 9,9 10,2 0,3 NE
SOLAR LER 2015 2021 2041 9,9 10,2 0,3 NE
Eólica LER 2015 2021 2041 8,6 8,6 0,0 NE
Eólica LER 2015 2021 2041 8,8 8,8 0,0 NE
Eólica LER 2015 2021 2041 8,8 8,8 0,0 NE
Eólica LER 2015 2021 2041 6,8 6,8 0,0 NE
Eólica LER 2015 2021 2041 6,8 6,8 0,0 NE
Eólica LER 2015 2021 2041 6,8 6,8 0,0 NE
Eólica LER 2015 2021 2041 6,8 6,8 0,0 NE
Eólica LER 2015 2021 2041 8,9 8,9 0,0 NE
Eólica LER 2015 2021 2041 8,9 8,9 0,0 NE

78
Eólica LER 2015 2023 2053 16,4 16,4 0,0 SE
Eólica LER 2015 2023 2053 5,0 5,6 0,6 S
Eólica LER 2015 2023 2053 9,7 10,5 0,8 S
Eólica LER 2015 2023 2053 4,5 7,7 3,2 S
Eólica LER 2015 2023 2053 17,5 17,6 0,1 S
Eólica LER 2015 2023 2053 18,2 18,7 0,5 SE
Eólica LER 2015 2023 2048 11,5 13,4 1,9 SE
Eólica LER 2015 2023 2048 45,1 46,1 1,0 S
Eólica LER 2015 2023 2048 1,0 2,9 1,9 SE
Eólica LER 2015 2023 2048 14,7 14,7 0,0 SE
Eólica LER 2015 2023 2048 20,6 24,6 4,0 SE
SOLAR LER 2015 2023 2048 9,7 10,8 1,1 SE
SOLAR LER 2015 2023 2043 11,7 13,0 1,3 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 12,8 14,3 1,5 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 14,1 15,6 1,5 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 15,0 16,6 1,6 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 13,2 13,9 0,7 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 13,9 14,7 0,8 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 8,9 9,4 0,5 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 16,5 18,4 1,9 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 17,0 18,8 1,8 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 18,0 20,0 2,0 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 7,5 8,3 0,8 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 8,1 9,0 0,9 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 15,6 16,8 1,2 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 16,4 17,5 1,1 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 16,0 16,9 0,9 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 15,4 16,4 1,0 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 16,3 16,3 0,0 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 16,2 17,5 1,3 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 12,0 17,7 5,7 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 14,9 17,3 2,4 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 14,5 16,6 2,1 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 14,0 16,0 2,0 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 13,3 15,4 2,1 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 13,8 16,1 2,3 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 15,2 16,0 0,8 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 15,3 17,0 1,7 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 14,2 16,9 2,7 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 15,6 16,1 0,5 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 13,6 15,4 1,8 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 15,9 17,5 1,6 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 10,9 16,4 5,5 NE
SOLAR LER 2015 2023 2043 10,6 16,3 5,7 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 9,9 11,0 1,1 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 15,9 17,3 1,4 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 15,5 16,7 1,2 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 17,0 17,7 0,7 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 17,0 17,5 0,5 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 17,2 18,1 0,9 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 14,4 15,2 0,8 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 17,7 19,0 1,3 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 16,9 18,3 1,4 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 10,1 11,7 1,6 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 10,2 11,7 1,5 N
PCH LEE 2015 2023 2043 13,0 14,6 1,6 N
PCH LEE 2015 2023 2043 12,0 13,3 1,3 N
PCH LEE 2015 2023 2043 11,9 12,1 0,2 N
PCH LEE 2015 2023 2043 15,5 16,6 1,1 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 15,8 19,9 4,1 NE
PCH LEE 2015 2023 2043 15,4 18,8 3,4 NE
PCH LEE 2015 2018 2020 10,0 30,0 20,0 N

79
PCH LEE 2015 2018 2020 10,0 30,0 20,0 N
PCH LEE 2015 2018 2020 20,0 30,0 10,0 N
Biomassa LEE 2015 2018 2020 20,0 30,0 10,0 N
Biomassa LEE 2015 2018 2020 28,0 30,0 2,0 N
Biomassa LEE 2015 2018 2020 10,0 30,0 20,0 N
Biomassa LEE 2015 2018 2020 15,0 30,0 15,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 10,0 30,0 20,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 10,0 30,0 20,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 10,0 30,0 20,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 10,0 30,0 20,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 30,0 30,0 0,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 5,0 30,0 25,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 10,0 30,0 20,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 10,0 30,0 20,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 25,0 30,0 5,0 N
Biomassa LEE 2015 2019 2021 6,0 30,0 24,0 N
Biomassa LEE 2015 2022 2052 9,0 11,3 2,3 S
Biomassa LEE 2015 2022 2052 5,0 6,3 1,3 S
Biomassa LEE 2015 2022 2042 7,7 10,3 2,6 SE
Biomassa LEE 2015 2022 2042 9,4 24,2 14,8 SE
Biomassa LEE 2015 2022 2042 6,6 15,4 8,8 NE
Biomassa LEE 2015 2022 2042 8,0 14,9 6,9 NE
Biomassa LEE 2015 2022 2042 9,4 13,7 4,3 NE
Biomassa LEE 2015 2022 2042 9,4 13,7 4,3 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 10,0 10,2 0,2 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 10,0 10,2 0,2 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 10,0 10,2 0,2 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 10,0 10,2 0,2 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 10,0 10,2 0,2 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 10,0 10,2 0,2 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 10,0 10,2 0,2 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 10,0 10,2 0,2 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 10,0 10,2 0,2 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 6,7 8,4 1,7 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 6,7 8,4 1,7 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 6,7 8,4 1,7 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 6,7 8,4 1,7 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 6,7 8,4 1,7 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 6,7 8,4 1,7 NE
PCH LEN 2016 2022 2042 9,1 9,1 0,0 SE
PCH LEN 2016 2022 2042 9,1 9,1 0,0 SE
PCH LEN 2016 2022 2042 9,1 9,1 0,0 SE
PCH LEN 2016 2022 2042 8,4 8,4 0,0 SE
PCH LEN 2016 2022 2042 8,4 8,4 0,0 SE
Biomassa LEN 2016 2022 2042 5,5 5,5 0,0 SE
Biomassa LEN 2016 2022 2042 6,2 6,2 0,0 NE
Biomassa LEN 2016 2022 2042 6,2 6,2 0,0 NE
Biomassa LEN 2016 2022 2042 6,2 6,2 0,0 NE
Biomassa LEN 2016 2022 2042 6,2 6,2 0,0 NE
Biomassa LEN 2016 2022 2042 6,2 6,2 0,0 NE
Biomassa LEN 2016 2022 2042 5,5 5,5 0,0 NE
PCH LER 2016 2022 2042 5,5 5,5 0,0 NE
PCH LER 2016 2022 2042 6,7 6,7 0,0 NE
PCH LER 2016 2024 2054 14,7 16,6 1,9 S
PCH LER 2016 2024 2054 16,5 16,6 0,1 S
PCH LER 2016 2024 2054 5,0 5,0 0,0 SE
PCH LER 2016 2024 2054 5,4 5,5 0,1 S
PCH LER 2016 2024 2054 6,0 6,9 0,9 S
PCH LER 2016 2024 2054 2,3 2,9 0,6 S
PCH LER 2016 2024 2044 4,0 13,3 9,3 NE
PCH LER 2016 2024 2044 9,7 15,4 5,7 NE
PCH LER 2016 2024 2044 13,1 15,5 2,4 NE

80
PCH LER 2016 2024 2044 11,0 15,5 4,5 NE
PCH LER 2016 2024 2044 11,3 14,6 3,3 NE
PCH LER 2016 2024 2044 11,0 14,5 3,5 NE
PCH LER 2016 2024 2044 1,2 4,1 2,9 NE
PCH LER 2016 2024 2044 1,2 4,0 2,8 NE
PCH LER 2016 2024 2044 1,2 4,1 2,9 NE
PCH LER 2016 2024 2044 1,2 4,0 2,8 NE
PCH LER 2016 2024 2044 4,6 15,3 10,7 NE
PCH LEN 2017 2024 2044 4,5 14,9 10,4 NE
Biomassa LEN 2017 2024 2044 8,8 16,9 8,1 NE
Eólica LEN 2017 2024 2044 8,9 17,0 8,1 NE
Eólica LEN 2017 2024 2044 8,5 16,2 7,7 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 9,9 17,2 7,3 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 40,0 41,2 1,2 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 39,1 40,3 1,2 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 32,5 33,5 1,0 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 9,1 19,7 10,6 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 13,0 13,4 0,4 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 1,8 5,9 4,1 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 5,0 15,3 10,3 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 4,3 13,7 9,4 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 4,3 13,7 9,4 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 2,4 14,9 12,5 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 3,6 11,7 8,1 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 2,6 8,5 5,9 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 8,4 8,4 0,0 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 11,2 11,2 0,0 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 11,8 11,8 0,0 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 7,6 7,6 0,0 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 29,9 30,6 0,7 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 8,2 13,4 5,2 NE
SOLAR LEN 2017 2024 2044 8,3 15,7 7,4 NE
PCH LEN 2017 2024 2044 8,3 15,4 7,1 NE
PCH LEN 2017 2024 2044 8,2 16,8 8,6 NE
PCH LEN 2017 2024 2044 12,7 16,9 4,2 NE
PCH LEN 2017 2024 2044 5,9 15,3 9,4 NE
PCH LEN 2017 2024 2044 11,2 17,3 6,1 NE
PCH LEN 2017 2024 2044 11,2 12,4 1,2 NE
Biomassa LEN 2017 2024 2044 1,4 4,7 3,3 NE
Biomassa LEN 2017 2024 2044 1,4 4,8 3,4 NE
Biomassa LEN 2017 2024 2044 1,4 4,8 3,4 NE
Biomassa LEN 2017 2024 2044 1,4 4,7 3,3 NE
Biomassa LEN 2017 2024 2044 1,4 4,6 3,2 NE
Biomassa LEN 2017 2024 2044 1,2 4,0 2,8 NE
Eólica LEN 2017 2024 2044 1,2 3,9 2,7 NE
Eólica LEN 2017 2024 2044 8,4 8,4 0,0 S
Eólica LEN 2017 2024 2044 1,4 2,6 1,2 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 2,8 2,8 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 11,1 11,1 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 23,4 23,4 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 15,1 15,1 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 13,8 13,8 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 27,5 27,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 5,5 5,5 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 8,8 8,8 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 3,0 3,0 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 4,4 4,4 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 16,5 16,5 0,0 NE
Eólica LEN 2017 2008 2028 11,0 11,0 0,0 NE
Eólica LEN 2017 2008 2028 3,9 3,9 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 8,3 8,3 0,0 NE
Eólica LEN 2017 2008 2028 8,7 8,7 0,0 SE

81
Eólica LEN 2017 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 10,7 10,7 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 10,7 10,7 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 12,4 12,4 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 15,0 15,0 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 0,4 0,4 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 1,3 1,3 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 6,6 6,6 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 5,5 5,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 5,5 5,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 11,6 11,6 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 8,8 8,8 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 8,3 8,3 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 10,5 10,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 14,9 14,9 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 12,4 12,4 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 11,6 11,6 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 2,5 2,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 14,4 14,4 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 12,2 12,2 0,0 S
Eólica LEN 2017 2008 2028 16,0 16,0 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 9,9 9,9 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 16,0 16,0 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 7,2 7,2 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 5,0 5,0 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 10,9 10,9 0,0 SE
Eólica LEN 2017 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
PCH LEE 2017 2008 2028 9,1 9,1 0,0 S
PCH LEE 2017 2008 2028 8,3 8,3 0,0 S
PCH LEE 2017 2008 2028 8,1 8,1 0,0 NE
PCH LEE 2017 2008 2028 6,1 6,1 0,0 NE
PCH LEE 2017 2008 2028 8,8 8,8 0,0 NE
PCH LEE 2017 2008 2028 5,0 5,0 0,0 S
PCH LEE 2017 2008 2028 6,3 6,3 0,0 NE
PCH LEE 2017 2008 2028 7,7 7,7 0,0 NE
PCH LEE 2017 2008 2028 2,3 2,3 0,0 SE
PCH LEE 2017 2008 2028 9,9 9,9 0,0 SE
PCH LEE 2017 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
PCH LEE 2017 2008 2028 10,5 10,5 0,0 SE
PCH LEE 2017 2008 2028 13,8 13,8 0,0 SE
PCH LEE 2017 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
PCH LEE 2017 2008 2028 14,3 14,3 0,0 S
PCH LEE 2017 2008 2028 6,4 6,4 0,0 SE
PCH LEE 2017 2008 2028 8,3 8,3 0,0 S
PCH LEN 2018 2008 2028 3,7 3,7 0,0 S
PCH LEN 2018 2008 2028 5,0 5,0 0,0 S
Biomassa LEN 2018 2008 2028 31,4 31,4 0,0 NE
Biomassa LEN 2018 2008 2028 2,3 2,3 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 15,8 15,8 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 15,8 15,8 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 23,1 23,1 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 27,5 27,5 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 27,5 27,5 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 27,5 27,5 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 17,3 17,3 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 27,1 27,1 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 13,9 13,9 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 16,5 16,5 0,0 S

82
SOLAR LEN 2018 2008 2028 16,5 16,5 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 38,5 38,5 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 0,2 0,2 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,8 2,8 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 16,5 16,5 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 5,3 5,3 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 11,8 11,8 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 16,5 16,5 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 16,5 16,5 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 16,5 16,5 0,0 S
SOLAR LEN 2018 2008 2028 5,6 5,6 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 2,5 2,5 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 3,6 3,6 0,0 NE
SOLAR LEN 2018 2008 2028 3,0 3,0 0,0 NE
PCH LEN 2018 2008 2028 7,6 7,6 0,0 NE
PCH LEN 2018 2008 2028 15,4 15,4 0,0 SE
PCH LEN 2018 2008 2028 9,8 9,8 0,0 NE
PCH LEN 2018 2008 2028 2,3 2,3 0,0 NE
PCH LEN 2018 2008 2028 2,3 2,3 0,0 NE
PCH LEN 2018 2008 2028 2,3 2,3 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 2,3 2,3 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 2,3 2,3 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 74,3 74,3 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 13,9 13,9 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 35,5 35,5 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 2,6 2,6 0,0 S
Eólica LEN 2018 2008 2028 1,1 1,1 0,0 S
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Eólica LEN 2018 2008 2028 15,4 15,4 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 11,8 11,8 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 16,5 16,5 0,0 NE
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Eólica LEN 2018 2008 2028 5,1 5,1 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 3,3 3,3 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 7,6 7,6 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 2,3 2,3 0,0 SE
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Eólica LEN 2018 2008 2028 11,3 11,3 0,0 S
Eólica LEN 2018 2008 2028 6,6 6,6 0,0 SE
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Eólica LEN 2018 2008 2028 15,6 15,6 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 13,4 13,4 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 16,8 16,8 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 20,3 20,3 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 18,3 18,3 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 8,8 8,8 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 8,3 8,3 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 2,8 2,8 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 19,8 19,8 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 16,4 16,4 0,0 SE

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Eólica LEN 2018 2008 2028 43,2 43,2 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 29,7 29,7 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 12,9 12,9 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 9,1 9,1 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 27,5 27,5 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 11,0 11,0 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 17,1 17,1 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 20,0 20,0 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 5,8 5,8 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 1,8 1,8 0,0 NE
Eólica LEN 2018 2008 2028 3,5 3,5 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 9,4 9,4 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 7,2 7,2 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 8,8 8,8 0,0 SE
Eólica LEN 2018 2008 2028 8,5 8,5 0,0 SE
Biomassa LEN 2018 2008 2028 16,5 16,5 0,0 SE
Biomassa LEN 2018 2008 2028 12,1 12,1 0,0 SE

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