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DOCUMENTOS 366
Embrapa Cerrados
Planaltina, DF
2020
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link: https://www.bdpa.cnptia.embrapa.br
(Digite o título e clique em “Pesquisar”) Presidente
Lineu Neiva Rodrigues
Embrapa Cerrados
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Oliveira Arbues e Shirley da Luz Soares Araujo
Secretária
Alessandra S. Gelape Faleiro
Supervisão editorial
Jussara Flores de Oliveira Arbues
Revisão de texto
Jussara Flores de Oliveira Arbues
Normalização bibliográfica
Shirley da Luz Soares Araujo (CRB 1/1948)
Editoração eletrônica
Renato Berlim Fonseca
Foto da capa
Nattanan Kanchanaprat (pixabay.com)
Impressão e acabamento
Alexandre Moreira Veloso
1ª edição
1ª impressão (2020): tiragem 20 exemplares
Kinpara, Kinpara,
K559K55 Daniel Ioshiteru.
Daniel Ioshiteru.
AspectosEconomia
econômicospara além dosorganominerais
de fertilizantes custos : aplicação
obtidosda análise
a partir de
de cama
de frangosensibilidade
e de torta de filtro
para deacana-de-açúcar no Brasilagropecuária
tomada de decisão / Daniel Ioshiteru Kinpa-
/ Daniel
ra. – Planaltina,
IoshiteruDF Kinpara.
: Embrapa–Cerrados, 2020.
Planaltina, DF : Embrapa Cerrados, 2020.
25 p. (Documentos / Embrapa Cerrados, ISSN 1517-5111, ISSN online 2176-
25 p. (Documentos / Embrapa Cerrados, ISSN 1517-5111,
5081; 360).
ISSN online 2176-5081; 366).
1. Economia
1. Fertilizante. 2. Resíduoagrícola.
agrícola. 2. Avaliação
3. Cama econômica.
de galinheiro. 3. de
4. Torta Análise
filtro. I.de
Título. II.sensibilidade.
Série. I. Título. II. Série.
338.1
668.64 CDD-21
– CDD-21
© Embrapa, 2020
Autor
Daniel Ioshiteru Kinpara
Engenheiro-agrônomo, doutor em Psicologia Social, área
de pesquisa em Socioeconomia, pesquisador da Embrapa
Cerrados, Planaltina, DF.
Apresentação
A Economia Rural é um ramo da ciência Econômica que tem um arsenal de
ferramentas de análise que não se limitam aos custos de produção. A des-
peito da importância dos custos, existem análises que fornecem informações
mais completas.
A análise de sensibilidade............................................................................. 10
Análise de risco........................................................................................ 16
Considerações finais..................................................................................... 20
Referências................................................................................................... 21
Introdução
A produção agropecuária sempre foi um tema caro para a ciência econômica.
A origem do nome “economia” já indica a sua preocupação com as necessi-
dades dos habitantes da “casa” (óikos), estudando a alocação de produtos
alimentícios, fibras e energia dentro das residências, objeto da Economia
Doméstica. Também deu atenção à organização da produção, estudando não
só as necessidades da casa, mas de uma sociedade, diferenciando o rural do
urbano. Surge outro ramo, a Economia Rural. Mais recentemente, a preocu-
pação com o uso sustentável dos recursos trouxe para o debate a Economia
Ecológica e a Economia Ambiental.
A partir das décadas de 1950 e 1960, o Estado brasileiro foi um grande incen-
tivador da incorporação de inovações tecnológicas no meio rural por meio de
vultosos recursos financeiros proporcionados pelas políticas públicas (Castro,
2019). A Economia Rural teve um papel fundamental na gestão desses recur-
sos nas unidades produtivas agrícolas por meio da análise de custos. Porém,
a produção e o consumo em crescimento vertiginoso causaram problemas.
Andrade (2008) explica que se começou a perceber que a economia retira
recursos naturais do meio ambiente proporcionando não apenas produção e
consumo, mas devolvendo rejeitos e resíduos. Isso passou a ser uma preo-
cupação para a economia na medida que o sistema econômico poderia ultra-
passar a capacidade de assimilação desses resíduos e rejeitos. Essas são
as bases para uma nova teoria econômica, a teoria ambiental neoclássica. As
análises de custos e os seus métodos de valoração neoclássicos são revis-
tos, expandindo-se para a valoração econômica ambiental.
A análise de sensibilidade
O objeto de estudo da Economia é a escassez. Como atender as infinitas
necessidades humanas em um mundo cujos recursos são escassos? Cabe à
Economia resolver este problema de alocação. A despeito do objeto de estu-
do ser imutável, o pensamento econômico evolui e novas teorias são elabo-
radas. Essas novas teorias permitem o desenvolvimento de novos métodos
de análise econômica. Atualmente, predomina o pensamento neoclássico.
(1)
Tabela 1. Continuação.
Item de custo Valor (R$) % do total
Defensivos 251,90 10,2
Outros insumos 105,00 4,3
Financeiro e administrativo 77,03 3,1
Total do COE 2.469, 95 100,0
Fonte: IFAG (2020a).
(2)
A etapa que incorre em maior custo é a de plantio. Mais de 40% dos custos
ocorrem nesta etapa. Na planilha de custos completa, o plantio inclui ope-
ração de máquinas, fertilizante e sementes. Desses três itens, sementes é
o de maior custo, representando 24,1% do COE total. Esse percentual está
inclusive presente na Tabela 1.
Essas informações são importantes pois sugerem que o produtor rural tome
especial atenção durante o plantio, pois erros aqui implicam impactos signi-
ficativos nos custos da atividade. Se, por algum motivo, for necessário res-
semear a área, provavelmente a rentabilidade do negócio estará seriamente
comprometida. Assim, investir em um bom serviço de previsão do clima para
decidir quando plantar talvez seja um bom gasto, por exemplo.
(3)
Análise de risco
Tabela 4. Receita líquida da produção de 1 ha de milho para silagem para dois níveis
de produtividade.
Produtividade
Entrada (R$) Saída (R$) Receita líquida (R$)
(t ha-1)
30 3.900,00 2.496,96 1.430,04
70 9.100,00 2.496,96 6.630,04
(4)
(5)
Essas afirmações de risco valem para uma situação em que não existe va-
riação na escala de produção e para um determinado ponto no tempo. O
tamanho do negócio implica diluição dos custos fixos, mas amplia o risco
como um todo. Mais área implica mais investimentos, mais capital imobiliza-
do e maior probabilidade de reveses. Os custos também variam de ano para
ano em decorrência do desgaste dos maquinários, da inflação, do aumento
de remuneração da mão de obra e mesmo de novas tecnologias disponíveis.
Para uma área de produção de 350 ha, com preço pago pela tonelada de
silagem em R$ 130,00 e produtividade por hectare de 30 t de silagem, o VPL
foi -R$ 478,78 e a TIR obtida foi de 3,5%. O negócio não se mostrou rentável
e rendeu menos que uma aplicação em poupança no ano de 2019.
(6)
(7)
Considerações finais
Aproveitando que as análises de custos são bastante populares, a análise de
sensibilidade é exequível pelo produtor e a convergência para os resultados
é rápida. Auxilia o produtor rural na tomada de decisão em sua propriedade,
sem que para isso seja necessário lançar mão de cálculos complexos ou que
envolva a necessidade de levantamentos demorados e caros de dados.
Como toda técnica, ela possui limitações. As duas principais são os pres-
supostos de linearidade e de ceteris paribus. Dessa forma, as análises são
estáticas e representam um instante do negócio ou uma faixa restrita de aná-
lise. Quanto maior a faixa mais erro se introduz na análise, pois se amplia
o pressuposto de “tudo mais constante” para um longo período ou se assu-
me uma relação linear que, na prática, não ocorre para longos períodos de
observação.
Economia para além dos custos: aplicação da análise de sensibilidade para a tomada de decisão... 21
Referências
ANDRADE, D. C. Economia e meio ambiente: aspectos teóricos e metodológicos nas visões
neoclássica e da economia ecológica. Leituras de Economia Política, n. 14, p. 1-31, ago./dez.
2008.
COASE, R. H. The Nature of the Firm. Economica, v. 4, n. 16, p. 386-405, nov. 1937.
Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1468-0335.1937.tb00002.x
ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2016. 1024 p.
SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: AMGH Editora,
2012. 672 p.
VASCONCELLOS, M. A. S. de. Economia Micro e Macro. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 480 p.
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MINISTÉRIO DA
AGRICULTURA, PECUÁRIA
E ABASTECIMENTO