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ISSN 1518-6512

Março/2021
DOCUMENTOS
193

Sustentabilidade: reflexões sobre uso do


termo e evolução de conceitos
ISSN 1518-6512
Março/2021

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Embrapa Trigo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

DOCUMENTOS 193

Sustentabilidade: reflexões sobre uso


do termo e evolução de conceitos

Genei Antonio Dalmago

Embrapa Trigo
Passo Fundo, RS
2021
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Rochelle Martins Alvorcem (CRB 10/1810)

Tratamento das ilustrações e editoração


eletrônica
Márcia Barrocas Moreira Pimentel

Projeto gráfico da coleção


Carlos Eduardo Felice Barbeiro

Ilustrações da capa e do texto


Genei Antonio Dalmago

1ª edição
Publicação digital – PDF (2021)

Todos os direitos reservados.


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constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Trigo

Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos. / por


Genei Antonio Dalmago, autor. – Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2021
PDF (60 p.) : il. color. - (Embrapa Trigo. Documentos Online, 193).

ISSN 1518-6512

1. Sustentabilidade. 2. Princípios. 3. Análise histórica. 4. Conceito. 5. Defini-


ção. I. Dalmago, Genei Antônio. II. Embrapa Trigo. III. Série.

CDD (21. ed.) .) 630.981


Rochelle Martins Alvorcem (CRB 10/1810) © Embrapa 2021
Autor

Genei Antonio Dalmago


Engenheiro-agrônomo, doutor em Fitotecnia/Agrometeorologia,
pesquisador da Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS.
Apresentação
A sustentabilidade é uma palavra que procura sintetizar a harmonia entre o
homem, a natureza e a atividade econômica. Por esta razão, está cada vez
mais presente no vocabulário das pessoas e das instâncias de tomada de de-
cisão. Apesar disso, ainda enfrenta dificuldade de definição/compreensão e
é tratada na forma de conceitos diversos, impregnados de subjetivismo, sen-
timentos apaixonados e/ou conveniências. No momento em que a Embrapa
apresenta o seu VII PDE (Plano Diretor da Embrapa), em que a sustentabi-
lidade é um dos valores que demarcam suas ações, reflexões sobre o tema
assumem grande importância para ampliar a compreensão e auxiliar a evo-
lução do assunto.

O trabalho é uma análise de publicações sobre diferentes campos de apli-


cação da sustentabilidade, em que foram buscados os pontos de conexão
entre eles, as interfaces com as áreas de estudo e as distintas compreensões
sobre o tema. Os aspectos chaves identificados no contexto atual de uso da
palavra sustentabilidade foram indicados como sendo o propósito e a inten-
cionalidade para a presença da expressão em um texto. De acordo como o
autor, propósito e intencionalidade devem se fundir na direção da busca de
conhecimento que propicie as condições necessárias para a manutenção da
vida humana e das demais espécies, de maneira indefinidamente.

O texto apresenta um olhar ordenado sobre a sustentabilidade, indicando


pontos de avanço e aqueles que ainda precisam ser melhor elaborados, tanto
do ponto de vista cognitivo, quanto prático. O autor se utiliza de uma análise
histórica, apresentando as raízes longínquas da sustentabilidade e a evolu-
ção da construção do conceito central da mesma. Também faz uma reflexão
sobre os princípios da sustentabilidade e destaca a importância de revisar e
reestruturar constantemente os conceitos associados aos elementos centrais
da área, como forma de organizar a cognição para compreensão da sustenta-
bilidade. Por fim, é apresentada e discutida a ideia de que a sustentabilidade
vai além dos números, entrando para o campo das percepções, apontando a
necessidade de um novo paradigma e novas dimensões, que consigam esta-
belecer conexão e vinculação com as diferentes áreas da ciência.

Assim, as reflexões sobre a sustentabilidade feitas neste texto podem auxiliar


na identificação da visão de mundo, das utopias, dos valores, dos objetivos
e dos compromissos individuais nas nossas ações para com indivíduos, com
a sociedade e com a natureza, buscando uma mudança e/ou expansão de
consciência. Há, portanto, um caminho a ser percorrido, apreciado e sen-
tido, vinculando os seres humanos à vida das outras espécies e ao meio
que vivem. Os sinais emergentes do campo de estudo da sustentabilidade
estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, nos mostrando que somos
parte de um todo. Esse é o objetivo desta publicação, ao qual se agrega a
compreensão da importância do alcance dos Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável da Agenda 2030 da ONU, compromisso assumido pelo Brasil
junto a ONU.
Osvaldo Vasconcellos Vieira
Chefe-Geral da Embrapa Trigo
Sumário
1. Introdução................................................................................................... 9

2. Histórico de elaboração do conceito de sustentabilidade......................... 11

3. Evolução do conceito de sustentabilidade................................................ 13

4. Necessidade dos conceitos para estudo e compreensão da sustentabili-


dade.............................................................................................................. 16

5. Necessidade de princípios para alcançar a sustentabilidade................... 19

6. Percepção da sustentabilidade para além das medições e números....... 23

7. Paradigma norteador na avaliação da sustentabilidade........................... 27

8. Dimensões para avaliação e percepção da sustentabilidade................... 30

9. Indicadores para avalição da sustentabilidade......................................... 36

10. Estudos de casos com uso de indicadores de sustentabilidade............. 40

11. Considerações finais e ideias sínteses.................................................... 44

12. Referências............................................................................................. 48
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 9

1. Introdução
A sustentabilidade é cada vez mais importante e está presente no vocabulário
das pessoas, passando a fazer parte dos cenários de tomada de decisão,
tanto para ações individuais, quanto de instituições. Via de regra esse mo-
vimento tem sido motivado por uma noção de vantagem, de distinção e de
posicionamento frente aos respectivos pares, aproveitando a força atratora
da palavra. Invariavelmente, o fluxo que se observa parece ser caótico, haja
vista que o mesmo se estabeleceu em um sistema orientado por bases que
não conseguem ofertar o suporte necessário, gerando vários conceitos vie-
sados. Em função disso ocorre a adoção apenas de fragmentos da sustenta-
bilidade, selecionados ao acaso e de acordo com a conveniência da situação
e, praticamente, sem as reflexões necessárias. Há, portanto, um espaço a
ser preenchido, de ordem cognitiva, para contribuir no alinhamento do fluxo
instável de informações e conhecimentos, que ainda circunda a ciência da
sustentabilidade.

Os aspectos chaves deste processo são o propósito e a intencionalidade


que desencadeiam a utilização da palavra sustentabilidade. O propósito nem
sempre aparece de imediato e de maneira clara. Às vezes é necessário maior
atenção para entender, por se encontrar disfarçado por trás da elegância
da escrita e da retórica. Por outro lado, a intencionalidade carrega a noção
do imediato e está associada a aspectos de comportamento e da vontade
do indivíduo ou sociedade. Portanto, é percebida mais facilmente do que o
propósito. No caso da sustentabilidade, o propósito e a intencionalidade se
fundem no dever da manutenção da vida humana e das demais espécies, in-
definidamente, e das condições que a proporcionam (Mosher; College, 2010;
Garcia; Garcia, 2016). Sem essa conexão a sustentabilidade deixa de ter
sentido para a humanidade.

O ser humano não pode prescindir da vida. Deixar de lado o propósito de


vida harmônica (Garcia; Garcia, 2016; Aquino; Garcia, 2017), especialmente
da vida humana, significa dar permissão para que a natureza a exclua da
evolução do planeta. Isso tornaria a humanidade descartável, uma vez que
a natureza é sustentável per si (Mariotti, 2013) e considera que o planeta,
como um todo, é mais importante que as partes que o formam (Capra, 2006).
Portanto, preservar a vida humana e das demais espécies significa trilhar o
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caminho da sustentabilidade, pois o sentido da sustentabilidade é de inclusão


e não de exclusão de pessoas e/ou de espécies (Engelman, 2013; Garcia;
Garcia, 2016; Cirelli, 2020).

Desenvolver pesquisa e/ou ações no escopo da sustentabilidade, onde a vida


da humanidade é o elemento central não é uma tarefa fácil. Na atualidade,
isso é, especialmente, mais difícil, em função da alta competitividade e con-
corrência que existe na sociedade em geral, e onde o lucro, sem limites, e o
esplendor da riqueza são mais importantes do que a própria vida. Para inver-
ter essa condição e “alçar a vida” e, por consequência a sustentabilidade, a
níveis mais elevados de compreensão é necessária uma mudança/evolução
de consciência, iniciando por uma mudança de valores, atitudes e comporta-
mentos (Leiserowitz et al., 2006; Mosher; College, 2010; Souza et al., 2020),
aliada ao avanço do conhecimento sobre o tema.

Para que essas interfaces com a sustentabilidade sejam buscadas, apre-


sentadas, analisadas, discutidas e consideradas em nossas ações é funda-
mental identificar elementos balizadores deste contexto. Neste sentido, as
reflexões sobre a sustentabilidade assumem grande importância, por auxiliar
na identificação da visão de mundo, das utopias, dos valores, dos objetivos
e dos compromissos individuais nas nossas ações para com indivíduos, com
a sociedade e com a natureza. Este trabalho contribui na construção deste
conhecimento apresentando o histórico de elaboração do conceito de susten-
tabilidade e sua evolução ao longo tempo. Também, traz uma reflexão da im-
portância de estabelecer, revisar e reestruturar conceitos para os elementos
centrais da área, como forma de organizar a cognição para compreensão da
sustentabilidade. Em sequência é feita uma abordagem sobre os princípios
de sustentabilidade a serem considerados como orientadores do fluxo evolu-
tivo dos estudos e ações neste contexto. Após a compreensão dos aspectos
básicos é apresentada e discutida a ideia de que a sustentabilidade vai além
dos números, entrando para o campo das percepções. A percepção carrega
consigo a possibilidade da transcendência das observações sobre o homem,
sociedade e a natureza.

Para contribuir no avanço da compreensão da sustentabilidade, também foi


apresentado um tópico que discute a necessidade de um novo paradigma
para a sustentabilidade, que consiga estabelecer conexão e vinculação com
as diferentes áreas da ciência. Com relação às dimensões da sustentabili-
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 11

dade foi apresentada a importância da Triple Bottom Line1, mas também foi
apontada a necessidade de uma nova dimensão, a medida da evolução dos
conceitos em sustentabilidade. Por fim, discutiu-se a importância de utiliza-
ção de indicadores, como estratégia metodológica para captar a evolução da
sustentabilidade, com especial atenção a forma de interpretação dos mes-
mos. Nas considerações finais as principais ideias foram sintetizadas e foram
feitas as conexões e vinculações entre elas.

O objetivo principal deste trabalho foi contribuir para a compreensão, cons-


trução e evolução da sustentabilidade como ciência, reduzindo os conflitos
conceituais e de perspectivas, orientados pelas vontades e desejos da onis-
ciência do ser humano e suas instituições.

2. Histórico de elaboração do
conceito de sustentabilidade
Embora seja aceito que o conceito de sus-
tentabilidade iniciou a ser elaborado nas dé-
cadas de 1960 a 1970, suas raízes históricas
datam de mais de 400 anos e iniciam por
volta de 1560, na Província da Saxônia, na
Alemanha. A preocupação à época era o uso
racional das florestas como base para per-
mitir sua recuperação e manutenção futura
(Boff, 2012). Ao longo do tempo, a mudança
de percepção foi grande como pode ser observado nos registros históricos
relacionados ao tema (Costa et al., 2019). Para consolidar o conceito de sus-
tentabilidade e seu significado, deve-se considerar abordagens contextuali-
zadas e projetadas no tempo para que a compreensão seja abrangente.

Na história recente, as raízes da sustentabilidade, embora precárias, estão ar-


raigadas nos cenários que surgiram com o fim da Segunda Guerra Mundial
e o grande bum econômico em diversos setores da economia. A expansão

1
A Triple Bottom Line, correspondem ao tripé da sustentabilidade, representada pelas dimensões social,
ambiental e econômica, as quais estão relacionadas ao bem estar e qualidade de vida (social), minimizar/
eliminar os efeitos ambientais negativos (ambiental) e proporcionar a lucratividade (econômica), de manei-
ra integrada e holística.
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econômica causou impactos substanciais no planeta e na vida em geral. A ace-


leração do consumo dos recursos naturais e a geração de externalidades do
processo de industrialização e do aumento da densidade populacional nas
cidades, associado à velocidade mais baixa das soluções do que daquela de
agravamento da situação, são alguns exemplos (Fialho et al., 2008; Mendes,
2013). Esses e outros fatores alteraram, significativamente, a relação do ho-
mem com a natureza (Magri, 2008) e embasaram o surgimento das preocu-
pações com o futuro da vida humana no planeta, favorecendo a fundação
das primeiras Associações de Proteção Ambiental no pós-guerra, ainda na
década de 40 (Fialho et al., 2008).

Com o avanço das ações socioambientais, tomou forma o movimento am-


bientalista no final de 1950 e início de 1960 (Fialho et al., 2008; Magri, 2008).
Esse movimento impôs forte contraponto ao desenvolvimento econômico,
questionando as bases e valores da sociedade (Silva, 2003). Assim, surgiram
as primeiras preocupações com o efeito das atividades humanas sobre o
ambiente (Foladori; Manoel, 2001; Moura, 2002). Essas preocupações foram,
sem dúvida, importantes contribuições para a construção das discussões
sobre sustentabilidade, que culminaram com a publicação do relatório The
Limits of Growth, em 1972. Esse relatório e a Conferência da Organização
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente no mesmo ano, também contribuí-
ram para ampliar as discussões e para aumentar as preocupações diante dos
impactos previstos para o futuro sobre a vida humana no planeta (Foladori;
Manoel, 2001; Montibeller-Filho, 2001). Ambos eventos mostraram a situação
delicada da humanidade, com a limitação dos recursos naturais e o compro-
metimento das futuras gerações. Com isso, ficou evidente a necessidade de
se adotar estratégias, ambientalmente, adequadas para o desenvolvimento
socioeconômico igualitário da humanidade. As observações apontadas du-
rante esse período foram muito importantes para o avanço da compreensão
da sustentabilidade, uma vez que a parte social passou a integrar as aborda-
gens, conjuntamente com a parte econômica e ambiental, formando o tripé
básico da sustentabilidade (Elkington, 2012).

Outros eventos importantes para a construção do entendimento sobre sus-


tentabilidade se seguiram, especialmente, na década de 1980. Em 1982
ocorreu a Conferência de Nairóbi, em que foi constatado o agravamento am-
biental, com áreas já excedendo a capacidade natural de suportar os impac-
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 13

tos (Fialho et al., 2008). Na sequência, um grupo de especialista, trabalhando


para a Organização das Nações Unidas, elaborou um relatório sobre a degra-
dação destas condições, culminando com a publicação do mesmo em 1987.
Esse documento recebeu o nome de Relatório Brundtland (United..., 1987)
(Fialho et al., 2008; Boff, 2012). De acordo com esse Relatório, a sustentabili-
dade será alcançada quando a geração atual conseguir atender suas neces-
sidades, sem comprometer as bases para as gerações futuras suprirem suas
necessidades (United..., 1987).

A contribuição mais recente para o avanço da sustentabilidade foi a Agenda


2030, a qual apresenta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
(United..., 2015). Este documento enumera dezessete objetivos sobre dife-
rentes aspectos da vida humana e o ambiente em seu entorno, para serem
alcançados até 2030, como forma de buscar a sustentabilidade do plane-
ta. De acordo com essa agenda, os ODS serão monitorados por metas e
acompanhados por indicadores, estabelecidos com ampla participação social
(Pamies & Papaoikonomou, 2020). A operacionalização dos ODS envolve a
readequação das metas e indicadores de acompanhamento em cada país e
participação das unidades de governança interna, empresas públicas e pri-
vadas, instituições diversas e a sociedade em geral (IPEA, 2018). Embora as
ações possam ser diferentes em cada local, o objetivo em comum é fortalecer
a paz mundial, a liberdade, com responsabilidade, e a redução da pobreza e
da fome (IPEA, 2018).

3. Evolução do conceito de sustentabilidade


O Relatório Brundtland deu formas mais
definidas ao desenvolvimento sustentável,
sintetizando o conceito de sustentabilidade
(Montibeller-Filho, 2001), o que o transformou
na versão clássica e amplamente utilizada
(Moura, 2002). O mesmo também ajudou a
divulgar o ideal de desenvolvimento susten-
tável para diferentes setores da sociedade,
que até então, tinham compreensão limitada
sobre o tema (Ehlers, 1996). O ideal do relatório Brundtland (United..., 1987)
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foi reafirmado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e


Desenvolvimento, a Rio-92 (Ehlers, 1996). Isso consolidou a sustentabilidade
como um conceito, fortemente, associado à evolução temporal da humanida-
de e das demais espécies (Mosher; College, 2010; Engelman, 2013; Plessis;
Bradon, 2015).

Apesar dos contornos melhor definidos, dados pelo relatório Brundtland, a sus-
tentabilidade ainda não escapa de críticas, principalmente, devido à amplitude
de abrangência e da inovação do conceito (Costa et al., 2017). Veiga (2010),
após dizer que o termo “sustentável” não passava de um jargão da década
de 1970, entende que “sustentabilidade” apresenta noções de continuidade,
durabilidade ou perenidade em um contexto futuro. Ao mesmo tempo o autor
reconhece que o termo sustentabilidade pode representar qualquer coisa.
Talvez seja por isso que são encontrados diversos conceitos de sustentabili-
dade na atualidade.

De certa forma, Veiga (2010) tem razão em suas críticas e muito se deve à
falta de compreensão do que é sustentabilidade (Silva; Antich, 2020). Não é
raro encontrar abordagens que tentam ligar a sustentabilidade, por exemplo, a
simples redução de uso de insumos. Embora essas ações contribuam para au-
mentar a sustentabilidade, na visão de alguns autores (Ehlers, 1996), elas não
representam a sustentabilidade em sua essência ou em seu todo. Há outros
elementos a serem considerados, além destes “conceitos” específicos. Por ou-
tro lado, é possível encontrar conceitos mais amplos, sintetizados nas expres-
sões ambientalmente correto, economicamente viável e socialmente justo
(Vecchiatti, 2004). Neste caso, estariam mais próximos do que é sustentabili-
dade, mas muitas vezes são utilizados de maneira superficial e tendem a ser
impregnados de subjetivismo relativista, dificultando a compreensão do que
é sustentabilidade na prática. Também, são encontrados conceitos altamen-
te rebuscados, que tentam contemplar inúmeros aspectos da vida (Freitas,
2012), tornando a sustentabilidade difícil de ser implementada. Essas inúme-
ras abordagens demonstram apenas que a sustentabilidade, realmente, pode
significar coisas diferentes para distintas pessoas, instituições e/ou áreas de
atuação (Čiegis et al., 2009; Silva et al., 2014). Diante disso Glissman (2000)
entende que é imperativo definir o conceito que norteia ações e/ou estudos
em sustentabilidade, por facilitar o envolvimento das pessoas, da sociedade,
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 15

dos governos (Costa et al., 2017), na operacionalização concreta da susten-


tabilidade em seus contextos (Van Bellen, 2010).

A interpretação exata do que é sustentabilidade têm causado fortes discus-


sões apesar da essência do conceito estar bastante clara (Čiegis et al., 2009).
Mesmo assim, na literatura (Marzall, 1999; Sands; Podmore, 2000; Moura,
2002; Gomes, 2004; López-Ridaura et al., 2005; Jain, 2005; Zampieri, 2006),
parece aceitar que o conceito mais difundido e que melhor representa a sus-
tentabilidade no momento é aquele do Relatório Brundtland (United..., 1987).
Segundo Van Bellen (2005) esse conceito deslocou a ênfase da integridade
ambiental para o elemento humano, gerando equilíbrio entre as dimensões
econômica, social e ambiental.

A busca por um conceito mais amplo (Costa et al., 2017), na ótica de Ferraz
(2003), será alcançada quando o mercado adotar a lógica das necessidades
(Souza; Armada, 2017), devido a finitude dos recursos naturais não-renová-
veis (Garcia; Garcia, 2016) e devido os limites de assimilação e suporte da
natureza. Já Glissman (2000) teoriza um pouco mais e diz que não há como
encontrar a sustentabilidade e, portanto, o seu conceito mais representativo.
O autor argumenta que a sustentabilidade permanece sempre no futuro, dado
o compromisso que a sociedade atual tem de garantir as necessidades das
gerações futuras. Assim, considerando a argumentação de Glissman (2000),
a sustentabilidade é algo relativo ao espaço e ao tempo. Ou seja, um sistema
pode ser mais ou menos sustentável que outro, dependendo das condições
em que se encontra e do contexto em que está inserido (Feil et al., 2015).
Segundo Feil et al. (2015), esse caráter indefinido que o conceito de susten-
tabilidade ainda apresenta, confere flexibilidade de adaptação em todas as
áreas de interação entre sistemas ambientais e humanos. Isso é desejável
do ponto de vista da sustentabilidade, mas apenas como potencial propulsor
e não como limitador de ações na área.

Parece razoável aceitar o conceito de sustentabilidade, expresso no Relatório


Brundtland como balizador de ações neste tema atualmente. Além do equilí-
brio entre as dimensões econômicas, social e ambiental (Van Bellen, 2005),
esse conceito possui uma base científica sólida, uma vez que foi o resultado
de um processo de trabalho histórico da relação do homem com o meio na-
tural em que vive (Van Bellen, 2005; Souza; Armada, 2017). A complexidade
que esse conceito envolve, segundo Montibeller-Filho (2001), está na dificul-
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dade de compreender a realidade mutante, composta de fenômenos sociais


que não fazem parte do pensamento científico estabelecido e mantido sob as
bases do modelo cartesiano (Souza; Vienna, 2018). Entretanto, a incerteza
envolvida em processos não lineares como é a sustentabilidade é outro fator
que pode contribuir para a dificuldade de desenvolver um conceito suficiente-
mente amplo (Bonotto et al., 2018).

A aceitação do conceito do Relatório Brundtland, não invalida a necessidade


de constante evolução do mesmo (Costa et al., 2017), à medida que ocorre a
evolução do ser humano e a mudança de contextos. O ajuste no conceito, po-
derá elevar a sustentabilidade para a noção de um novo valor no futuro (Veiga,
2010), sem perder a essência de harmonização entre as pessoas, a socieda-
de e a natureza (Čiegis et al. 2005; Aquino; Garcia, 2017). Vecchiatti (2004),
sintetiza bem essa evolução histórica do conceito de sustentabilidade, des-
de a visão puramente reducionista e tecnicista, no início do surgimento do
mesmo, até a necessidade de uma visão de futuro, baseada na mudança de
cultura (Costa et al., 2017), a qual é lenta e gradual, pois requer a evolução
da consciência. Portanto, a sustentabilidade é mais do que algo a ser medido,
pois trata-se da integridade ecológica, qualidade de vida e transformação da
sociedade/humanidade (Fricker, 1998), com um toque de espiritualidade e
expansão do “eu” para o “nós” (Costa et al., 2017).

4. Necessidade dos conceitos para estudo


e compreensão da sustentabilidade
Estabelecer conceitos para o estudo e com-
preensão da sustentabilidade como ciência é
importante pelo fato de ser um campo alta-
mente complexo e que traz consigo muita
incerteza, devido a relação com o futuro
(Bonotto et al., 2018). A necessidade de es-
tabelecer conceitos é própria da ciência e
constitui em pilar da sua eficácia e eficiência,
bem como do seu modus operandi, por levar
a reflexão sobre os objetos em estudo (Zapata; Muñoz, 2019). Isso é mais
necessário, especialmente, quando a ciência se torna cada vez mais acessí-
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 17

vel e democrática e explora campos como o da sustentabilidade (Letrari et al.,


2019), em que a compreensão e reflexão se reveste de maior complexidade.
De acordo com Farrow e Winograd, (2001) um trabalho em sustentabilidade
e/ou que usa indicadores de sustentabilidade deve estar ajustado a um pa-
drão analítico e conceitual coerente para ser eficaz.

A palavra conceito tem origem na palavra latina conceptum, que significa


conceber, gerar, formar dentro de si uma ideia, normalmente, abstrata, so-
bre uma realidade. Filosoficamente, corresponde a concepção de uma ideia
geral, com características essenciais de um objeto ou realidade, construída
a partir de uma análise teórica ou intuída pelo pensamento, mas com um
significado estabelecido acerca do fato (Lisboa, 2007; Nonato, 2009; Collins,
2021; Zapata; Muñoz, 2019). Na essência, é algo que a mente entende, in-
dependente do seu formato e que pode ser representado na forma de lingua-
gem ou simbologia (Nonato, 2009). A representação deve ser clara, precisa e
adequada à realidade, porém, maleável para se adaptar, progressivamente,
à evolução da ciência (Mendonça, 1983; Lisboa, 2007). Porém, no início o
conceito sobre uma realidade ou tema de estudo pode ser vago e confuso.
A clareza vem com o desenvolvimento lento e gradual e a incorporação de
novas percepções do ambiente que envolve o sistema em estudo (Zapata;
Muñoz, 2019).

Estabelecer conceitos faz parte da natureza humana e da ciência e são im-


portantes para o desenvolvimento do conhecimento (Zapata; Muñoz, 2019).
O homem faz afirmações, constantemente, sobre coisas concretas ou abstra-
ta (Nonato, 2009; Costa; Marcelino, 2012). De acordo com Almeida (1998) um
conceito não surge de maneira isolada e sim, está relacionado a um todo e a
outros conceitos, formando uma estrutura conceitual dentro de um campo es-
pecializado do conhecimento. O ponto de partida para estabelecer conceitos
é a compreensão dos contextos (Fricker, 1998), pois isso permite captar tra-
ços distintos e explicativos sobre o objeto, realidade ou tema que está sendo
tratado (Fromm, 2009), formando uma unidade abstrata (Lara, 2004). Esse
entendimento se aplica de maneira clara e completa para a Sustentabilidade,
cuja a abstração é parte fundamental desta área de conhecimento, principal-
mente, se tomarmos por base a afirmação de Glissman (2000), de que a sus-
tentabilidade se encontra no futuro, o que exigem capacidade de abstração
para a compreensão da mesma e estabelecer conexões temporais.
18 DOCUMENTOS 193

A relação entre a necessidade de compreensão/delimitação de contextos de


estudo/observação e a elaboração de conceitos em sustentabilidade é defen-
dida por Čiegis et al. (2009). Segundo esses autores, os conceitos utilizados
em sustentabilidade não são homogêneos, devido aos diferentes sistemas de
valores existentes na sociedade, baseados em distintas formas de percepção
da realidade presente e futura (Zapata; Muñoz, 2019). À primeira vista, isso
implica no uso de distintos conceitos no estudo da sustentabilidade, fazendo
com que seja dificultada a compreensão daquilo que está sendo avaliado.
No entanto, o que importa é que o conceito de sustentabilidade apresente
elementos de aplicação ampla, para que se possa, por exemplo, relacionar
a sustentabilidade aos sistemas produtivos (Salas-Zapata et al., 2011). Isso
não invalida a necessidade de estabelecer conceitos claros em cada aspecto
que compõem um estudo de sustentabilidade, como forma de organização do
conhecimento a cerca daquelas categorias de análise (Nebias, 1999; Lisboa,
2007). O papel dos conceitos é facilitar a aprendizagem e contribuir na cons-
trução do conhecimento científico, de maneira organizada (Nebias, 1999),
o que é primordial na área da sustentabilidade, devido à complexidade e a
incerteza envolvida (Bonotto et al., 2018).

Em estudos de sustentabilidade o uso de conceitos envolve dois aspectos


marcantes e fundamentais. O primeiro é o estabelecimento de um conceito
a respeito de qual é o entendimento de sustentabilidade, que será assumido
dentro de um determinado contexto (Zapata; Muñoz, 2019). A utilização da
palavra sustentabilidade, de maneira genérica, apenas como forma de se
sentir pertencente à “onda”, não pode ser vista como “comportamento ele-
gante”, tanto na construção de um projeto de pesquisa, quanto na avaliação
do mesmo pelos pares. É preciso que se explicite qual o entendimento de
sustentabilidade está sendo considerado naquele contexto de estudo, por
meio de elaboração de um conceito, suficientemente amplo para dar signi-
ficado ao que está sendo proposto e/ou avaliado (Zapata; Muñoz, 2019).
De maneira geral, o conceito de sustentabilidade deve contemplar elementos
que permitam a perpetuação da vida no planeta, a reprodução da mesma e
sua evolução (Mosher; College, 2010; Garcia; Garcia, 2016).

No segundo aspecto e após o estabelecimento do conceito de sustentabilida-


de é preciso que se estabeleçam conceitos específicos para cada categoria
de análise, dentro do contexto delimitado de estudo. É o caso, por exemplo,
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 19

de estabelecer conceitos para cada dimensão de sustentabilidade, critério de


avaliação, indicador de sustentabilidade, sempre de maneira harmônica com
o conceito principal de sustentabilidade. Neste sentido, não pode ser esque-
cido que os conceitos são balizadores do processo de avaliação e permitem
a interpretação dos resultados obtidos no mesmo (Zapata; Muñoz, 2019).
Sendo assim, a análise dos resultados de um estudo de sustentabilidade
pode deixar de ser, exclusivamente, objetivo, como a maioria dos trabalhos
atualmente desenvolvidos, e passar a captar, um pouco mais, a subjetividade
envolvida no contexto de análise. Isso é necessário, considerando que os
conceitos são representações abstratas de uma realidade, que, nem sempre,
possui os contornos científicos necessário, pelo menos sob o controle do pa-
radigma vigente. De acordo com Hardi e Zdan (1997) determinar um conceito
de sustentabilidade é fundamental para definir, claramente, os objetivos a
serem perseguidos com o estudo e/ou ações nesta área.

5. Necessidade de princípios para


alcançar a sustentabilidade
O estabelecimento de um conceito do que é
sustentabilidade pode ser viesado, por inte-
resses, se o mesmo for feito sem considerar
alguns princípios fundamentais (Cirelli, 2020).
Por princípios, entende-se como as normas
fundamentais do sistema (Silva, 2003), que
envolve o homem e sua relação com a natu-
reza, a sociedade e os meios de produção.
Entre os mais fundamentais que devem bali-
zar a sustentabilidade destaca-se a Ética (Dresner, 2008), a responsabilida-
de, a precaução (Mariotti, 2013) e o direito à vida. Também, não podem ser
esquecidos os princípios da participação, da tendência dos processos, do
dinamismo dos sistemas, da pluralidade das dimensões, da interdisciplinari-
dade do conhecimento e da temporalidade e espacialidade das ações. A ob-
servação dos mesmos constitui o fundamento básico das ações de sustenta-
bilidade, desde sua concepção até a comunicação dos resultados.
20 DOCUMENTOS 193

O princípio da ética em sustentabilidade está ligado a equidade entre as ge-


rações (United...,1987). A ideia central deste princípio é deixar para as futuras
gerações um conjunto de recursos melhor do que o conjunto que recebemos
(Dresner, 2008). A efetiva implementação do mesmo, na sua totalidade, re-
quer evolução da consciência, pois a ética deve nascer da essência do ser
humano e não imposta de cima para baixo, para que possa ser compreendida
por todos (Garcia; Garcia, 2016; Souza et al., 2020). Embora a ética tenha
uma base antropocêntrica, ela deve ser aplicada também na relação do ho-
mem com a natureza, uma vez que ela é o estudo dos princípios normativos
das ações humanas (Gensler, 1998, apud Joaquin; Biana, 2020). Desta for-
ma, se configura uma ética de cunho ecocêntrico (Joner, 2010), podendo
evoluir para uma cosmoética com o avanço da compreensão da sustentabili-
dade. Uma nova ética é o caminho para a civilização e toda a vida no planeta
alcançar a sustentabilidade (Paula; Cavalcanti, 2000).

A responsabilidade é outro princípio importante para a sustentabilidade e


está ligado com a liberdade presente no seio das sociedades democráticas
e com o livre arbítrio sob o ponto de vista espiritualista (Silva et al., 2011).
A base que sustenta este princípio na sustentabilidade está relacionada com
o compromisso compartilhado, que o ser humano, a sociedade e o estado
devem assumir entre si e com as gerações futuras, especialmente, para as-
segurar proteção da qualidade dos recursos naturais indispensáveis para
a existência digna intergeracional do homem sobre a terra (Silveira; Ayala,
2012). A importância deste princípio reside no fato que as gerações futuras
recebem o ambiente que as gerações anteriores deixam, de maneira que são
alvos da humanidade atual (Mariotti, 2013). Isso seria uma transição tranqui-
la já que há relações de descendência entre as gerações e um conjunto de
tradições que as unem, mas não é desta forma que, na maioria das vezes,
acontece. Normalmente, o ser humano costuma se rebelar com as tradições
para deixar sua marca, inserindo modificações no meio, conforme sua von-
tade e/ou conhecimento (Mariotti, 2013). De acordo com Mariotti (2013) o
impacto esperado das alterações provocadas na natureza pelos seres huma-
nos, tenderia a diminuir com o aumento do conhecimento, mas não é o que
ocorre atualmente, em decorrência da dificuldade de redução da incerteza da
existência humana. Neste ponto, a evolução do senso de responsabilidade
em sustentabilidade, deve abarcar outras linhas filosóficas, principalmente
aquelas em que a crise existencialista da humanidade possa ser reduzida
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 21

novamente ou resolvida. Na base deste novo pensamento está o processo


evolutivo da consciência (Vecchiatti, 2004), que, para Joner (2010), significa
mudança da ética tradicional antropocêntrica para a ética da responsabilida-
de, em que as gerações conscientes podem assumir compromissos interge-
racionais (Silva et al., 2011).

O princípio da precaução é fundamental para uma sociedade que busca se


inserir na construção de um mundo mais sustentável. O mesmo se funda-
menta na ideia de que, se uma ação pode causar danos graves ou irreversí-
veis à sociedade ou ao ambiente em geral (Dornelas, 2011; Babel; Poduval,
2020), a ação deve ser evitada, mesmo sem consenso científico (Mariotti,
2013). Isso é motivado por duas razões simples. A primeira é que, constan-
temente, enfrentamos processos naturais não lineares, cuja dinâmica não
conhecemos suficientemente bem, em que a interferência humana poderia
acarretar consequência irreversíveis (Hammerschmidt, 2002, Mariotti, 2013).
Negar ou descartar que existem ações feitas pelo homem no meio físico e/
ou social, em que a tecnologia futura poderá não resolver é, no mínimo, uma
atitude realista (Mariotti, 2013). A segunda razão decorre do fato de que nem
todas as inovações nos processos produtivos podem ser analisadas como
certezas e/ou verdades absolutas. Pelo menos, aquelas que se encontram na
fronteira do conhecimento, por definição, permanecem abertas para o futuro
e ao surgimento de novas questões. Nestes casos, mesmo com avaliações
ex ante, nem sempre é possível saber o resultado da interação da inovação
com a sociedade e seus efeitos sobre o mundo global, gerando incertezas
que não podem ser negligenciadas (Bonotto et al., 2018). Portanto, o cami-
nho da sustentabilidade passa pela geração de ideias e conceitos, com forte
base filosófica, que fogem de um pensamento único e da busca, simplesmen-
te, de uma resposta adaptativa (Mariotti, 2013; Bonotto et al., 2018), entrando
no caminho da evolução.

O direito à vida, de maneira geral, e, principalmente, o direito à vida de todo


o ser humano é o princípio que justifica a abordagem em sustentabilidade
(Mosher; College, 2010), uma vez que a natureza subsistiria sem a presen-
ça do homem, mas o contrário não seria possível (Mariotti, 2013; Garcia;
Garcia, 2016). Neste sentido, a sustentabilidade como está sendo discutida
atualmente, passa a ter uma conotação, basicamente, antropocêntrica. A res-
ponsabilidade para preservação da vida e evolução da mesma é, exclusiva-
22 DOCUMENTOS 193

mente, uma tarefa humana (Mosher; College, 2010; Silveira; Ayala, 2012).
Dentro deste princípio, as ações devem ser direcionadas para a criação de
um ambiente de qualidade de vida (Silva et al., 2012) a todas as pessoas,
indistintamente, e a manutenção do equilíbrio entre as demais espécies, bus-
cando a estabilidade dinâmica com o ambiente (Canotilho, 2010). Isso impli-
ca ao homem a necessidade de mudanças em modos de vida e padrões de
desenvolvimento, os quais devem seguir os caminhos da diversidade da vida
e de processos e não na padronização dos mesmos (Mariotti, 2013; Garcia;
Garcia, 2016; Souza; Vienna, 2018). Isso é necessário para que o ser huma-
no possa tirar proveito dos recursos do ambiente e conseguir preservar as
outras espécies para as gerações futuras (Mosher; College, 2010; Silveira;
Ayala, 2012).

Com relação aos demais princípios, cumpre destacar alguns aspectos que de-
vem ser considerados em estudos de sustentabilidade. O princípio da partici-
pação está relacionado com a necessidade de envolver o público diretamente
interessado (Olde et al., 2017), senão em todas as etapas, pelo menos, no
processo de validação dos resultados. É o caso de tornar as pessoas sujeito
e não objeto do contexto de avaliação da sustentabilidade em que estão in-
seridas. No caso do princípio do dinamismo dos sistemas é necessário com-
preender que os sistemas mudam com o tempo, em função da variabilidade
natural e das ações que os mesmos sofrem pela ação do homem (Almeida,
2007). Isso é convergente com a percepção de sustentabilidade, que também
apresenta essa característica, principalmente, quando o conceito está cen-
trado nas necessidades intergeracionais. Para o princípio da pluralidade das
dimensões (Freitas, 2012) a base de análise deve levar em conta a neces-
sidade de envolver vários aspectos, pois o conceito de sustentabilidade tem
embutido em si uma noção de equilíbrio, que só pode ser buscada entre um
conjunto de “pilares”, que são as dimensões: econômica, social e ambiental.
A interdisciplinaridade do conhecimento (Elali; Peluso, 2011) é outro princípio
que não pode ser esquecido, o qual está ligado com a complexidade das
interações entre o ser humano, a sociedade e o ambiente e as incertezas
do resultado destas relações (Bonotto et al., 2018). O principal objetivo é
buscar a compreensão do sentido das relações que tornam a vida possível
e que a mantém. Já, o princípio da humildade reconhece as limitações do
conhecimento humano, de que não somos detentores de todo o saber e das
verdades absolutas, seja de maneira individual ou coletiva (Fricker, 1998).
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 23

Este princípio encontra-se associado ao princípio da precaução (Dornelas,


2011; Mariotti, 2013). Por fim, o princípio da temporalidade e espacialidade
das ações versa sobre os efeitos que ações tomadas no presente terão sobre
o futuro e como elas variam de local para local, uma vez que as interrelações
mudam com o tempo e o espaço.

A importância de cada princípio pode variar de acordo com a delimitação do


contexto de análise, conceito de sustentabilidade que guiará as avaliações e
objetivos de cada estudo. Esse entendimento é fundamental, pois as realida-
des são mutantes, condição que exigem grande capacidade de análise e de
abstração das mesmas. A capacidade de análise e de abstração requerem
o uso de nossas faculdades mentais, associada à informação e ao conheci-
mento, com sabedoria. A evolução da consciência é um dos caminhos mais
seguros neste processo, por permanecer para além do tempo quando al-
cançada e proporcionar o desenvolvimento humano em princípios evolutivos
(Souza et al., 2020).

6. Percepção da sustentabilidade para


além das medições e números
Um dos contrassensos mais emblemáticos
da sociedade moderna é falar em sustentabi-
lidade sem saber exatamente o que o termo
significa (Zapata; Muñoz, 2019). De acordo
com Van Bellen (2010), isso leva à elabora-
ção e aceitação de conceitos diversos, pou-
co abrangentes (Osório et al., 2005, Carvalho;
Barcellos, 2009), que possam acomodar as
inquietudes, aspirações e desejos do ser hu-
mano, em cada contexto, que por natureza são diferentes (Čiegis et al.,
2009). Porém, a dificuldade de avançar na compreensão da sustentabilidade,
para além dos limites básicos, também pode estar na falta da análise crítica
e da reflexão sobre o tema. Para Joner (2010), a razão é a dificuldade de
estabelecer fundamentação filosófica e sociológica consistente, que consiga
dar significado à palavra sustentabilidade em distintos contextos. Com base
nestas afirmações percebe-se claramente, que a sustentabilidade é mais do
24 DOCUMENTOS 193

que apenas números e índices gerados sobre uma realidade e, portanto, re-
quer uma melhor compreensão de sua natureza.

Assumindo-se que o conceito de sustentabilidade do relatório Brundtland


(United..., 1987) é o mais claro e universalmente aceito e que harmoniza
os anseios da sociedade atual (Malheiros et al., 2012) é possível traçar a
abordagem lógica que posiciona a sustentabilidade para além dos números.
A essência deste conceito está centrada no atendimento das necessidades
atuais (todas) e futuras da humanidade (Marzall, 1999; Sands; Podmore,
2000; Moura, 2002; Gomes, 2004; López-Ridaura et al., 2005; Jain, 2005;
Zampieri, 2006; Malheiros, et al., 2012; Mendes, 2013). Com isso o relatório
Brundtland faz com que a sustentabilidade permaneça sempre no futuro, o
que a torna difícil de ser medida no momento presente, criando uma depen-
dência do tempo que há por vir (Glissman, 2000). Ferraz (2003), argumenta
que, devido à finitude dos recursos naturais, a sustentabilidade será alcan-
çada e, portanto, talvez poderá ser medida, quando a lógica do mercado se
equivaler à lógica das necessidades humanas (Massuga et al., 2019). Para
Shaharir (2012), isso se equivaleria em substituir a otimização completa das
necessidades, inclusive as culturais e espirituais, pela satisfação mediana
das mesmas, atendendo, em parte, o ideal do relatório Brundtland.

O relatório Brundtland, e as demais iniciativas de elaboração de conceitos,


adicionaram elementos essenciais à evolução da compreensão da susten-
tabilidade. A centralização do conceito no atendimento das necessidades
presentes e futuras (Čiegis et al., 2009) trouxe limitação ao consumo sem
limites. Essa limitação de consumo, focado nas necessidades (Malheiros et
al. 2012), por outro lado, individualizou o entendimento do que é sustentável
no planeta. Isso possibilita que diferentes povos ou nações, compreendam
mais facilmente a sustentabilidade (Fien; Tilbury, 2002), pois ninguém sabe
mais das necessidades e limitações daquele contexto, do que quem vive
nele. Centrado nas necessidades, o conceito Brundtland também dificultou a
adoção de conceitos generalistas e/ou muito específicos que, provavelmen-
te, seriam compreendidos por poucas pessoas e tiraria a possibilidade, de
grande parte da população, de participar da construção da sustentabilidade
(Malheiros et al., 2012). Ainda nesse aspecto, o conceito de sustentabilidade
amparado no atendimento das necessidades humanas, contribui para a cria-
ção de espaços de relacionamentos e de compreensão das diversidades e
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 25

heterogeneidades de aproveitamento dos recursos de proteção, manutenção


e reprodução da vida no planeta (Goodland, 1995; Mosher; College, 2010;
Souza; Vienna, 2018). Ao mesmo tempo, também contribui com a formação
de distintas visões de mundo, uma vez que as necessidades são diferentes
em cada local e mudam com o tempo (Malheiros et al., 2012), gerando a
noção de necessidade de equilíbrio. Portanto, considerando esses aspectos,
a sustentabilidade está mais próxima a algo a ser percebido do que, efetiva-
mente, medido (objetivo/tecnicamente), conforme tratada por Kagawa (2007)
e Khalil et al. (2013).

Outro aspecto importante do relatório United... (1987), apontado por Glissman


(2000), que contribui com a noção de sustentabilidade é a dimensão de tem-
po futuro associada à mesma. Isso implica que se tenha capacidade de ava-
liar hoje, com certa segurança, o que será necessário em décadas ou séculos
posteriores. Se por um lado essa é uma tarefa difícil, por outro, requer plena
consciência do uso dos recursos do planeta no presente e seus impactos nas
gerações futuras (Vecchiatti, 2004). Por isso, o foco precisa, constantemen-
te, ser ajustado à evolução da visão de mundo e da mudança das necessi-
dades da humanidade no tempo, mediante o estabelecimento de cenários
interligados, interdependentes e mutáveis (Hevia, 2012; Plessis; Bradon,
2015). Os sinais que emergem da evolução destes cenários devem ser deco-
dificados para orientar a sociedade sobre os novos rumos a serem seguidos
e ajustes a serem feitos (Malheiros et al., 2012). Para isso a sustentabilidade
deve ser compreendida e entendida a partir da aquisição de conhecimentos
e da expansão da consciência, tendo os sentidos como ferramenta de per-
cepção da mesma em distintos contextos (Kagawa, 2007; Khalil et al., 2013).

O caráter perceptivo da sustentabilidade vem sendo discutido faz tempo, dada


a grande amplitude nas definições de percepção (Kuhnen, 2011). Ele está
implícito na mudança de comportamento e de valores que os seres humanos,
sociedades e organizações fizeram ao longo do tempo e que precisa ser man-
tida para atingirmos graus mais elevados de sustentabilidade (Leiserowitz et
al., 2006). De acordo com Kuhnen (2011), na parte ambiental, a percepção
é importante para identificar ambientes e para a interpretação, a reflexão e
a construção de significados (Kuhnen, 2011). Isso se deve ao fato de existir
palavras e frases que não são homogêneas em todas as culturas, em virtude
dos distintos sistemas de valores e contextos (Čiegis et al., 2009). Nestes ce-
26 DOCUMENTOS 193

nários um número apenas, provavelmente, faria pouco sentido e dificultaria a


compreensão do que a sustentabilidade apresenta.

Uma aplicação do conceito de percepção em sustentabilidade foi feita por


Florez (2010) na avaliação de produtos sustentáveis na construção civil.
O autor constatou que houve mudanças positivas e significativas na escolha
dos materiais sustentáveis, quando a tomada de decisão considerou medidas
subjetivas. Esse tipo de resultado concorda com a visão de outros autores
(Osório et al., 2005), de que a sustentabilidade se configura em algo que
deve ser percebido a partir de conjuntos de dados e informações de natureza
objetiva e subjetiva, com permanente referência ao contexto cultural, do qual
as discussões foram estruturadas (Assadourian, 2013; Fuchs, 2017). Isso faz
sentido para a sustentabilidade se considerarmos que o termo percepção,
na sua origem latina, significa a união dos sentidos no reconhecimento de
estímulos externos ao ser humano (Kuhnen, 2011). De acordo com Piaget
(1978) apud Kuhnen (2011) a percepção é essencial no processo cognitivo de
tomada de consciência do mundo, fundamento imprescindível para a efetiva
sustentabilidade. Entretanto, esse exercício tem sido pouco realizado por ser
complexo e de difícil assimilação, provavelmente, devido à falta ou à pouca
compreensão dos conceitos e princípios associados à sustentabilidade.

A dificuldade que ainda existe na compreensão da sustentabilidade, na sua


totalidade e conforme atualmente aceita (econômica, social e ambiental), em
parte, ocorre devido ao fato do conceito de percepção ambiental (ambiente
como um todo), ainda estar em construção, conforme colocado por Kuhnen
(2011). De acordo com Martínez et al. (2011) essa questão pode ter outro
viés, que é a necessidade do Estado e de outras Organizações, de provar o
valor da sua intervenção, regulação e controle, centrados em seus interes-
ses, normalmente, com uma lógica racional, puramente objetiva, que nem
sempre interessa à sustentabilidade (Costa et al., 2019; Letrari et al., 2019;
Cirelli, 2020). O estudo em sustentabilidade requer capacidade de abstração
e incursão na subjetividade, de maneira organizada (Martínez et al., 2011),
uma vez que a sustentabilidade é uma noção complexa e envolvida de incer-
teza, que não pode ser reduzida e simplificada de maneira simplista (Mariotti,
2013; Bonotto et al., 2018). Portanto, conhecer como as pessoas percebem,
vivenciam, valorizam e ressignificam o ambiente e seu entorno, ou o ambien-
te que buscam (visão de futuro), é uma informação crucial para gestores de
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 27

diferentes áreas, para que possam atender às necessidades sociais, presen-


tes e futuras (Kuhnen, 2011).

7. Paradigma norteador na
avaliação da sustentabilidade
O interesse pelo tema da sustentabilidade é
relativamente recente, comparado com
áreas de conhecimento mais tradicionais
(González-Marquez; Toledo, 2020). Por isso
é compreensível a dificuldade de compor o
escopo básico-teórico orientador da ciência
da sustentabilidade. Esforços para estabele-
cer conceitos e princípios a serem seguidos
e desenvolvimento do ferramental metodoló-
gico baseado na definição de contextos, como forma de facilitar a percepção
da sustentabilidade e a compreensão de seus significados foram feitos.
Apesar disso, carecem iniciativas de discussões acerca da elaboração de um
paradigma, que oriente estudos em sustentabilidade e que possa direcionar
essa área de conhecimento, para um caminho de constante evolução, com
base em fundamentos científicos sólidos (Bollani et al., 2019; González-
Marquez; Toledo, 2020).

A abordagem mais conhecida, de diferentes aspectos, sobre paradigmas em


ciência é feita por Kuhn (2005), a qual também tem aplicação na sustentabi-
lidade (Bettencourt; Kaur, 2011; González-Marquez; Toledo, 2020). Na ótica
de Kuhn (2005), paradigma é um conjunto de regras e padrões, aceitos e uti-
lizados pela comunidade científica e que regem a prática científica ao longo
da história. Em síntese, o paradigma estabelece a base teórico metodológica
para a ciência, conduzindo o olhar do cientista à medida que estabelece li-
mites. Isso confere precisão e sentido à atividade científica, por permitir que
o cientista avance com segurança e profundidade (Souza, 2002), aspectos
ainda escassos em sustentabilidade.

A abordagem paradigmática de Kuhn (2005) é lógica e pragmática, para o


contexto atual da ciência e de vida da sociedade como um todo e, especial-
28 DOCUMENTOS 193

mente, da comunidade científica, pois oferece a possibilidade mais clara de


mudança de visão de mundo (Zambam, 2002; Plessis; Bradon, 2015). A ideia
de que algo pode ser diferente do que é hoje, talvez, seja a oportunidade
mais valiosa para que a ciência siga evoluindo, levando os atores envolvidos
a uma evolução consciencial (Chiotinis, 2006). É neste campo que a sus-
tentabilidade, atualmente encontra o terreno mais fértil para prosperar como
área científica, portadora de futuro, mediante os ajustes necessários e mu-
danças de rumos, que precisam, constantemente, serem feitos. (González-
Marquez; Toledo, 2020). A relação entre a base paradigmática do modelo
de Kuhn (Kuhn, 2005) e a sustentabilidade foi bem retratada por González-
Marquez; Toledo (2020).

Considerando a associação íntima entre paradigma e ciência, percebe-se


que a evolução do conhecimento em sustentabilidade requer a consolidação
de novas bases científicas, regras e padrões, em torno de um paradigma dis-
tinto daquele em que orbita nossa compreensão atual de mundo (Chiotinis,
2006; Fialho et al. 2008; Cavrić, 2009; Boff, 2012; Plessis; Bradon, 2015;
Souza; Vienna, 2018; Bollani et al., 2019; González-Marquez; Toledo, 2020).
A percepção da necessidade dessa mudança encontra-se sustentada pela
fragilidade dos diversos conceitos de sustentabilidade que são encontrados
na literatura (Matta; Schimidt, 2014), na falta de clareza de comunicação dos
mesmos, na forte resistência da comunidade científica em trabalhos com
esse perfil; na dificuldade de desprendimentos da segurança oferecida pelo
velho paradigma (Souza, 2002), na infinidade de interesses associados ao
termo sustentabilidade (Cirelli, 2020) e na pouca transcendência de dimen-
sões envolvidas nos conceitos (Boff, 2012), entre outros fatores (González-
Marquez; Toledo, 2020).

O estado de a necessidade de estabelecer um novo conjunto de regras e pa-


drões, com pressupostos diferentes daqueles que conhecemos. Isso é perce-
bido na falta de respostas a questões cruciais que norteia a vida das pessoas
no dia a dia, desde a dificuldade de resolver a questão da fome no mundo,
até para questões existenciais da humanidade (de onde viemos e para onde
vamos, por exemplo) (Boff, 2012; Souza; Vienna, 2018; Stefen et al., 2015;
Bollani et al., 2019). A ideia de que, nas últimas três décadas, o conhecimento
em desenvolvimento sustentável avançou muito e os problemas ainda persis-
tem (González-Marquez; Toledo, 2020) é mais um indicador de que as bases
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 29

que devem oferecer sustentação a novas compreensões ainda não estão


suficientemente prontas. Essa prioridade foi apontada nos principais marcos
referenciais sobre o desenvolvimento sustentável, (Schenberg, 2010).

A construção do paradigma para a sustentabilidade, conforme a teorização de


Kuhn (2005) necessita de tempo e clareza, devido à complexidade e as incer-
tezas envolvidas (González-Marquez; Toledo, 2020). De acordo com Fialho
et al. (2008), um paradigma para a sustentabilidade requer que se evite a
produção de desequilíbrios de qualquer natureza e que se promova a inte-
gração entre as dimensões econômica, social e ambiental e outras que forem
surgindo, com foco nos benefícios que serão gerados para todo o planeta
e não somente para a vida humana (Plessis; Bradon, 2015; Garcia; Garcia,
2016). Isso implica uma forma de ação baseada na interligação de processos
dinâmicos em evolução (Plessis; Bradon, 2015; Bollani et al., 2019) e não, ex-
clusivamente, no benefício econômico das nações e determinadas pessoas
envolvidas, como acontece atualmente.

Na argumentação de Montibeller-Filho (2001), um paradigma para a susten-


tabilidade deve cumprir, simultaneamente, a eficiência econômica, eficiên-
cia social e eficiência ambiental para atingir o desenvolvimento sustentável.
De acordo com Barkin (2012), também deve envolver a diversidade cultural
(Chiotinis, 2006; Cavrić, 2009; Assadourian, 2013; Fuchs, 2017) e biológica,
incorporando visões alternativas e de racionalidades diversas, para romper a
lógica unitária que define as instituições, sociedade e pessoas. De qualquer
forma, o paradigma da sustentabilidade deve ser forjado em pressupostos
científicos fortes, elaborados pela ciência, envolvendo pessoas e alcançando
a transformação de visões de mundo (Mariotti, 2013).

A afirmação de Mariotti (2013), da necessidade de transformação de visões


de mundo, remete à construção/lapidação de bases científicas que favore-
çam a transição do campo atual do conhecimento humano, a partir da expan-
são da consciência. Esse processo, uma vez alcançado, faria com que o ser
humano se reconhecesse, pelo autoconhecimento e pelo conhecimento do
seu entorno, percebendo que é parte integrante da natureza (Chiotinis, 2006;
Freitas, 2012). Isso conduziria a humanidade a um processo de mudança de
cultura, por meio da mudança de pensamento e comportamento (Osório et
al., 2005; Chiotinis, 2006; Cavrić, 2009; Mariotti, 2013; Bollani et al., 2019)
favorecendo o alcance da sustentabilidade, uma vez que ela está fortemente
30 DOCUMENTOS 193

ligada ao homem. O meio, naturalmente, possui sua própria sustentabilidade


e os mecanismos de reequilíbrio energético, quando sofre rupturas naturais
(Carneiro Neto et al., 2008).

Diante do exposto, parece evidente que o futuro paradigma da sustentabi-


lidade caminha em direção à complexidade (Paradigma da complexidade)
e deve envolver o ser humano como sujeito da realidade (Carneiro Neto et
al., 2008). Isso é reforçado pelo fato de que os indicadores de sustentabili-
dade, que é a forma mais usual de avaliação da sustentabilidade atualmen-
te, requererem uma análise interpretativa das informações que estão sendo
apontadas por eles e que essas informações sejam interpretadas à luz do
conhecimento, mas projetados em cenários futuros, que, por sua vez, são
repletos de incertezas.

8. Dimensões para avaliação e


percepção da sustentabilidade
A sustentabilidade é uma área emergente do
pensamento científico e muitos aspectos de sua
construção ainda não foram suficientemente
trabalhados para melhorar a percepção e a
compreensão (Siena, 2008). É o caso das di-
mensões de sustentabilidade, que são utiliza-
das nos estudos sobre o tema, em que, a maio-
ria dos trabalhos reconhecem apenas 3
dimensões (Oliveira et al., 2012). Alguns pesqui-
sadores entendem que há espaço para mais dimensões a serem consideradas,
sendo a sustentabilidade uma área multidimensional (Mendes, 2009). Portanto,
para que haja clareza sobre qual abordagem dimensional melhor se aplica atual-
mente em estudos de sustentabilidade é fundamental a compreensão do significa-
do do termo dimensões de sustentabilidade e de suas bases teóricas.

A palavra dimensão tem origem na palavra latina “dimensione”, que significa


medir (Bueno, 1974), qualquer grandeza ou variável numérica (Verbo, 1965)
em um sistema. Ela pode ter outros conceitos, de acordo com a área de co-
nhecimento em que é utilizada, como matemática, física, psicologia... (Verbo,
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 31

1965). Entre estes, o conceito matemático parece ser o mais adequado para
o caso da sustentabilidade, onde o mesmo expressa a relação de ordem e
orientação de elementos de um conjunto, ou seja, de uma parte dentro de
um todo (Verbo, 1965), conforme tratam as bases da sustentabilidade atual-
mente. Por isso, uma dimensão dentro da sustentabilidade deve abranger
elementos que se interrelacionam, de maneira integrada e contribuem para
estabelecer as características de uma das partes do sistema, sem perder as
conexões, sistêmicas e complexas, com as demais (Dimensões) e com o
todo. Neste sentido, a definição das características das partes que compõem
o todo da sustentabilidade deve ser feita de maneira clara, apontando os
elementos que as distinguem e aqueles que as vinculam. Isso evita a sele-
ção de dimensões que estão contidas em outras mais ampla, pois o excesso
de dimensões torna as análises superficiais e inviabiliza abordagens mais
aprofundadas, em busca da compreensão da complexidade e das incertezas
associadas à sustentabilidade (Van Bellen, 2005).

As três dimensões consideradas e amplamente aceitas no desenvolvimento atual


da ciência da sustentabilidade são: a dimensão econômica, a dimensão social e
a dimensão ambiental (Tiesdell, 1996; Lindholm et al., 2007; Čiegis et al., 2009;
Amaro Neto, 2011; Nascimento, 2012). O conceito destas três dimensões foi idea-
lizado por Elkington, (2012) sob a denominação de Triple Bottom Line, e tem sido
aceito e difundido como os três pilares de avaliação da sustentabilidade. As mes-
mas não são excludentes e se complementam (Carvalho et al., 2015).

A aceitação deste conceito se deve ao fato de que o Triple Bottom Line criou
um modelo de orientação das discussões e conseguiu agregar agentes que
ainda não haviam se sensibilizado com o tema da sustentabilidade (Oliveira
et al., 2012). De acordo com Oliveira et al. (2012) essas três dimensões re-
sultam em algo justo, viável e vivível, pela intersecção entre as dimensões
econômica e social, econômica e ambiental e entre as dimensões social e
ambiental, respectivamente. Essa abordagem, de acordo com Fricker (1998),
representa a transformação da sociedade humana (social), a qualidade de
vida (econômica) e da integridade ecológica (ambiental), quando integradas e
analisada como um conjunto sistêmico, conforme mencionado por Van Bellen
(2005), e em constante evolução (Plessis; Bradon, 2015; Bollani et al., 2019).

Para além das afirmações de Van Bellen (2005), Fricker, (1998) e Oliveira
et al. (2012), há outros argumentos fortes que corroboram com o uso da
32 DOCUMENTOS 193

ideia da Triple Bottom Line de Elkington (2012). Estes argumentos referem-


-se à trajetória temporal de emergência de cada uma das dimensões ao lon-
go do século XX, que resultou na formação do contexto da sustentabilidade
que conhecemos hoje (Nascimento, 2012). Com base em Foladori e Manoel
(2001) e Nascimento (2012), essa linha temporal inicia com a percepção da
finitude dos recursos naturais e da incapacidade de suporte do padrão de
produção e consumo pela sociedade, momento em que se consolidou a di-
mensão econômica das relações de produção e consumo, estabelecidas à
época. Posteriormente, durante as reuniões de Estocolmo, em 1972, crista-
lizou-se a noção de que a pobreza humana é a causadora de degradação
ambiental. Isso fez surgir a necessidade da busca pela equidade social de
acesso aos meios de produção e consumo ou, pelo menos da redução das
desigualdades, como forma de melhoria da qualidade de vidas das gerações.
Neste contexto emergiu as bases que sustentam e fundamentam a dimen-
são social, como uma das partes importantes deste campo de conhecimento.
Paralelamente à percepção da importância social na sustentabilidade surgiu
também a preocupação com o ambiente, nos grandes debates da década de
60 e 70 (Foladori; Manoel, 2001). Ao longo de quase três décadas as discus-
sões sobre o tema evoluíram, consolidando-se com o lançamento do relatório
Brundtland (United..., 1987) e a Conferência das Nações Unidas no Rio de
Janeiro, em 1992. Neste período a dimensão ambiental da sustentabilidade
toma forma e as bases mínimas para a ciência da sustentabilidade foram
elaboradas. Esta abordagem encontra respaldo nas observações de Fialho
et al. (2008) e Magri, (2008) de que o avanço das ações socioambientais,
no final da década de 1950 e início de 1960 impôs um forte contraponto ao
desenvolvimento econômico, que se iniciou alguns anos antes, questionando
a base de valores da sociedade (Silva, 2003).

No contexto da ideia da Triple Bottom Line (Elkington, 2012) a dimensão eco-


nômica aborda a parte monetária das relações entre o consumo de recursos
naturais e a produção de resíduos, também chamadas de externalidades do
processo. Tradicionalmente, essa dimensão é predominante (Rocha; Steiner
Neto, 2019) nas avaliações da sustentabilidade, em relação às outras dimen-
sões, pelo peso relativo que a mesma tem nas decisões humanas (Ferraz,
2003, Van Bellen, 2010) e pelo impacto que pode gerar na pobreza e ao
ambiente. A ideia central desta dimensão é que o sistema avaliado tem que ser
viável e atraente para o capital (Oliveira et al., 2012), ou seja, deve gerar dividen-
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 33

dos, de maneira segura e, de preferência, de baixo risco. Porém, para a sus-


tentabilidade outros aspectos da economia são importantes, além do lucro
puro e simples, como a noção de eficiência e eficácia de produção (Freitas,
2012), consumo e fluxo de bens e serviços entre essas categorias e entre os
seres humanos, numa perspectiva espaço temporal global. Com base nisso,
Freitas (2012) sugere que a sustentabilidade gerará uma nova economia,
baseada, fundamentalmente, na mudança de comportamento e de valores
e com planejamento a longo prazo (Souza; Armada, 2017). Esta visão tam-
bém é compartilhada por Carvalho (2011) e está assentada sob a ótica da
evolução da própria economia como ciência e não apenas como disciplina
analisadora do mercado. De acordo com Carvalho et al. (2015) economia e
sustentabilidade são complementares e não excludentes.

A dimensão econômica da sustentabilidade, na sua essência, busca a pros-


peridade econômica do empreendimento ou do sistema avaliado (Mariotti,
2013). Para isso, a visão de lucro máximo ou a qualquer custo deve ser dei-
xada de lado e outras variáveis devem ser consideradas, tanto do ponto de
vista micro, quanto macroeconômico, uma vez que a prosperidade não sig-
nifica somente o lucro. Para Chauvel e Cohen (2009) isso envolve ocupar-se
também, com a análise dos custos, das relações entre demandas e necessi-
dades da sociedade e preservação dos valores da organização/empreendi-
mento, e/ou, considerar fatores de capital humano, social e ambiental e seus
efeitos sobre progressos técnicos, substituição de bens e serviços e desastres
naturais, conforme mencionado por Bartelmus (1995) apud Van Bellen (2005).

Outra preocupação da dimensão econômica é avaliar também a função so-


cial da economia na região e/ou entorno. Neste sentido, a geração de renda
e emprego são os aspectos mais importantes e fundamentais para o desen-
volvimento sustentável (Amaro Neto, 2011). Ambos são vetores dos fluxos
de bens e serviços entre a fonte (produtores) e drenos (consumidores), bem
como da geração de pobreza e degradação ambiental (Boff, 2012). Já, Fialho
et al. (2008) defende a necessidade de avaliação também da macroecono-
mia, especialmente, a questão de barreiras protecionistas, dificuldades de
acesso a tecnologias, dívida externa e interna e desigualdades de renda entre
países. Mendes (2009) aponta outros aspectos que podem ser considerados,
de acordo com o contexto estabelecido para avaliação da sustentabilidade,
34 DOCUMENTOS 193

como a alocação, gestão e fluxo de recursos, tanto públicos quanto privados,


associado à avaliação da eficiência econômica.

A dimensão social da sustentabilidade está relacionada com a presença do


homem no planeta (Van Bellen, 2005), reforçando a forte característica an-
tropocêntrica que a sustentabilidade apresenta. As ideias centrais conside-
radas na análise social estão relacionadas com o bem estar do homem, a
condição humana em que se encontra e as possibilidades de aumentar a
sua qualidade de vida, com redução das desigualdades sociais (Van Bellen,
2005; Mendes, 2009). Para isso, além de avaliar a presença de emprego e
renda associados aos sistemas em avaliação, a condição e desenvolvimento
social estão ligados também, com a presença de ações coletivas, por meio
de associações, entidades de classe e outros órgãos de mesma natureza,
com capacidade de estabelecer mecanismos de cooperação e de proteção
e também de promoção da saúde das pessoas (Mendes, 2009; Amaro Neto,
2011). Para Neto (2011) a síntese das ações é o surgimento de efeitos be-
néficos nas comunidades e regiões envolvidas, contribuindo para a geração
da sustentabilidade, por meio da redução substancial da desigualdade social
(Montibeller-Filho, 2001; Mendes, 2009).

Existem ainda outros aspectos ligados à dimensão social, segundo Freitas


(2012) referem-se ao princípio de não admitir um modelo de desenvolvimento
excludente, de desamparo e com falta de equidade, que possa gerar reações
de ordem negativa no sistema em análise e na sociedade. Além disso, Freitas
(2012) observa que é importante a garantia de direitos fundamentais, especial-
mente o direito à moradia e ao trabalho em ambientes física e psicologicamente
não contaminados. Também neste sentido, Dias (2005) considera necessário pro-
porcionar as melhores condições de trabalho e o oferecimento de oportunidades
às pessoas portadoras de necessidades especiais. Todas essas observações
sobre a dimensão social são compactuadas também por Mendes (2009),
que acrescenta ser fundamental pensar o desenvolvimento como estratégia
de expansão das liberdades substantivas dos indivíduos, o que se entende
como a capacidade de se evitar a desnutrição, a fome e a mortalidade infantil,
desenvolvendo participação de vida pública e promovendo a boa saúde, en-
tre outros aspectos (Sen, 1999, apud Kang, 2011; Pinheiro, 2012).

Na dimensão ambiental o objetivo é avaliar a interação de processos com o


ambiente sem lhe causar danos permanentes (Oliveira et al., 2012) pautada
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 35

pela ecoeficiência, conforme citado por Dias (2005). Esta abordagem corres-
ponde ao uso dos diferentes potenciais dos ecossistemas ou agroecossis-
temas, com a mínima deterioração dos mesmos, permitindo que a natureza
encontre novos equilíbrios depois da intervenção humana (Montibeller-Filho,
2001). Isso implica conhecer o potencial de cada ambiente, contexto ou pro-
cesso em avaliação, de maneira a manejar, adequadamente, as fontes de
recursos naturais e energéticos, em uma perspectiva de ciclos temporais e
futuros (Montibeller-Filho, 2001; Van Bellen, 2005). A necessidade de consi-
deração destas premissas é fundamental se for considerado que a produtivi-
dade primária oferecida pela natureza é a base que sustenta o ser humano
no planeta (Van Bellen, 2005) e permite o seu desenvolvimento, reprodução
e evolução (Plessis; Bradon, 2015).

A dimensão ambiental é a parte mais visível da sustentabilidade, porque ela


mostra questões de grande impacto, relacionadas ao meio em que vivemos
(Amaro Neto, 2011). Esses pontos de impacto são também aqueles que de-
vem ser observados nas avaliações da dimensão ambiental. Para Amador
(2011) deve ser avaliado o potencial de contaminação em geral do ambiente,
o comprometimento dos recursos hídricos e do solo, o desmatamento e ou-
tros indicadores biofísicos do meio. Além desses aspectos, são importantes
questões relacionadas à desertificação, perdas da diversidade agrícola, des-
truição da camada de ozônio, emissão de gases de efeito estufa, avanço do
crescimento global (Amaro Neto, 2011), presença de entidades ambientalis-
tas (Dias, 2005). Dependendo da escala de avaliação da sustentabilidade, não
pode ser esquecido a geração de resíduos e/ou a capacidade disponível de redu-
zir, reutilizar e reciclar componentes do lixo que produzimos (Fialho et al., 2008).

Além das três dimensões que compõem a Triple Bottom Line (Elkington,
2012), outras são indicadas e utilizadas em vários estudos de sustentabilida-
de. Para Freitas (2012), a sustentabilidade é pluridimensional e envolve as
dimensões: ética e jurídico-política. São encontras também, as dimensões:
geográfica (Montibeller-Filho, 2001; Van Bellen, 2005), ecológica (Montibeller-
Filho, 2001; Fialho et al., 2008), espacial, geoambiental, científico-tecnoló-
gica, político-institucional (Fialho et al., 2008), psicológica, espiritual (Boff,
2012) e cultural (Montibeller-Filho, 2001; Van Bellen, 2005; Fialho et al., 2008;
Amador, 2011; Amaro Neto, 2011; Fuchs, 2017), entre outras que podem ser
descritas na bibliografia sobre o assunto.
36 DOCUMENTOS 193

Embora importantes, as dimensões além daquelas consagradas na Triple


Bottom Line (Elkington, 2012) são tentativas de introduzir uma linha de evo-
lução na avaliação da sustentabilidade e de seus conceitos correlatos. Isso,
normalmente, é feito por estudiosos com larga escala de trabalho no tema, o
que é fundamental para o avanço do conhecimento, mas que reduz a capaci-
dade de compreensão das pessoas que estão iniciando os estudos na área.
Além disso, a inclusão de novas dimensões, sem um caráter propriamente
evolutivo está mais próximo de criar um desequilíbrio da participação de
cada dimensão na capacidade de abarcar os fatores primordiais que afetam
a sustentabilidade. Até o momento é perceptível que as tentativas de inclu-
são de novas dimensões, não contemplam a perspectiva evolutiva desejada
para a sustentabilidade, uma vez que as sugestões indicadas parecem es-
tar contidas dentro daquelas já existentes na Triple Bottom Line (Elkington,
2012). No entanto, dentre as sugestões apontadas e considerando a evo-
lução desejada da sustentabilidade e seus conceitos, a dimensão cultural
(Assadourian, 2013; Fuchs, 2017) é candidata promissora para ser a quarta
dimensão, quando estiver consolidada. Ao mesmo tempo, dentro de uma li-
nha evolutiva, também é possível perceber que a quinta dimensão da sus-
tentabilidade, talvez, seja a espiritual. Porém, para essa consolidação, ainda
haverá muito trabalho de criação dos princípios e conceitos que nortearão
ambas dimensões (cultural e espiritual), os quais, quiçá, serão alcançadas
somente após a evolução da sociedade (Plessis; Bradon, 2015), atingindo
um nível de consciência mais elevado.

9. Indicadores para avalição da sustentabilidade


A compreensão do que deve ser um indica-
dor de avaliação da sustentabilidade está as-
sociada a alguns aspectos fundamentais,
que devem estar presentes na concepção do
mesmo. O primeiro deles é a delimitação de
um contexto, definido por contornos que o
torne distinto em suas características, frente
a outros contextos, que possuem “traços” em
comum, mas que não podem ser classifica-
dos como sendo apenas um único contexto. O segundo ponto importante é a
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 37

clareza na definição do conceito que norteia o trabalho em sustentabilidade,


uma vez que o mesmo funciona como um balizador do que deve ser avaliado
e como deve ser avaliado. Para a elaboração deste conceito, os princípios
fundamentais não devem ser esquecidos, pois são eles que contornam obs-
táculos impostos por interesses que, muitas vezes, não tem uma finalidade
comum às pessoas diretamente envolvidas com a avaliação da sustentabili-
dade (Cirelli, 2020). O terceiro aspecto está relacionado com as dimensões
de sustentabilidade que serão avaliadas, as quais devem ser de, no mínimo,
três: econômica, social e ambiental (Elkington, 2012). Isso denota a necessi-
dade de se ter, prioritariamente, um conjunto de indicadores e não apenas um
indicador para avaliar a condição de sustentabilidade de um sistema. O quar-
to requisito é a observação da escala que os indicadores serão gerados, a
qual deve estar de acordo com o contexto de estudo delimitado e com o ob-
jetivo do que o indicador quer mostrar. No entanto, os indicadores podem
apresentar graus de agregação para comporem indicadores/índices mais ro-
bustos, desde que essa agregação apresente um sentido lógico e científico.
O quinto e último aspecto é que os indicadores devem ter significados passí-
veis de serem descritos a luz do conhecimento científico e/ou tácito, para
poder comunicar o resultado obtido aos sujeitos envolvidos, com a máxima
clareza.

A definição de indicador, como forma de avaliação da sustentabilidade, en-


volve o estabelecimento e a compreensão clara dos conceitos, que forma a
referida área de estudo. Para o caso, são fundamentais aqueles referentes
à sustentabilidade/paradigma de sustentabilidade e dimensões da sustenta-
bilidade. Com base na conceituação destes pontos, um indicador é algo que
aponta, anuncia e/ou estima o progresso de um evento em direção a uma
meta (Hammond et al., 1995) que, no caso é a identificação dos níveis ou
nível de sustentabilidade.

Na origem semântica da palavra, indicador também quer dizer descobrir algo


sobre um sistema, muitas vezes, antes que aconteça. Isso pode ocorrer, ba-
seando-se em uma tendência ou apenas em sinalizações percebidas a partir
de estudos dos contextos e da capacidade de abstração sobre a realidade
(Mitchell, 1996). Na mesma linha de raciocínio, os indicadores podem, ainda
serem considerados modelos a seguir, o que evita a interpretação dos mesmos,
como sendo a própria realidade (Hammond et al., 1995). Quando o indicador
38 DOCUMENTOS 193

é interpretado como sendo a própria realidade, ele deixa de ser indicador e


passa para a categoria de dados, ou de variável.

O objetivo de um indicador ou conjunto de indicadores é agregar, quantificar e


simplificar informações sobre fenômenos complexos e, muitas vezes incertos,
de modo que as tendências e o conhecimento acerca dos mesmos fiquem
mais claros e significativos Gallopin (1996). Isso melhora não apenas o pro-
cesso de entendimento e interpretação de um sistema, mas também favorece
a comunicação (Bossel, 1999; Van Bellen, 2005) das ideias e significados vin-
culados ao mesmo. A ideia de desenvolver indicadores para avaliar a susten-
tabilidade foi manifestada pela primeira vez na Agenda 21, documento final da
Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente – Rio 92 (United..., 1992).

Embora existam tentativas de avaliar sustentabilidade com base em apenas


um indicador, a lógica predominante é a utilização de um conjunto de indica-
dores, que represente com equilíbrio (Camino; Müller, 1993), pelo menos, as
três dimensões da sustentabilidade e distintos aspectos do sistema (Marzall,
1999). Diferentes estratégias evolvendo também escalas diversas de espa-
ço/tempo são encontradas na bibliografia (Marzall, 1999; Farrow; Winograd,
2001; Moura, 2002; Viglizzo et al. 2003). Isso mostra a diversidade dos objeti-
vos, tipos e quantidades de conjuntos de indicadores (Marzall, 1999). Até um
certo ponto, essa diversidade de tentativas e fragmentação de opiniões (Van
Bellen, 2005) é parte da turbulência científica necessária para a evolução
de novos paradigmas científicos (Kuhn, 2005). Por outro lado, mostra que o
enfoque sistêmico e interdisciplinar ainda não está presente, de forma efeti-
va, para o entendimento, da realidade complexa e incerta da sustentabilida-
de. Talvez, isso aconteça, na maioria dos casos, pelo fato que a elaboração
de conjuntos de indicadores, normalmente, é feita apenas por especialistas,
para depois reuni-los e não pela participação conjunta de todos outros atores
(Marzall, 1999).

Algumas características são desejáveis para um conjunto de indicadores de


sustentabilidade. Inicialmente, os indicadores devem refletir as alterações
das propriedades fundamentais do sistema em estudo (Camino; Müller, 1993)
e sinalizar perturbações potenciais (Ferraz, 2003) que o mesmo pode sofrer.
Os indicadores devem também ser eficientes no sentido de cumprirem as
condições descritas do sistema (Ferraz, 2003), serem de fácil aplicação, com
custo e tempo de elaboração adequados e que sejam viáveis para efetuar
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 39

as medições, bem como que represente os objetivos do trabalho (Hammond


et al., 1995). A Organization... (2002) estabelece que os indicadores devem
ter relevância política e utilidade para usuários, bem como solidez analítica
e mensurabilidade. Também, os conjuntos de indicadores de sustentabilida-
de devem permitir a participação da sociedade no processo de avaliação
(Olde et al., 2017) e atender as necessidades dos seus usuários (Deponti,
2002), para que as informações contidas nele, sejam percebidas por todos
os envolvidos.

As propriedades fundamentais que devem ser contempladas pelos indicado-


res, no caso de agroecossistemas, foram definidas por Altieri (1989), como
sendo: produtividade (produção por unidade de terra e insumo), estabilidade
(resistir às perturbações), elasticidade ou resiliência (capacidade de recupe-
ração) e equidade (distribuição equitativa do recurso econômico, benefícios,
custos e riscos) (Ferraz, 2003). Com isso, é possível a elaboração de um mo-
delo conceitual, que permita uma compreensão das interrelações existentes
entre os indicadores de sustentabilidade e destes com as propriedades dos
sistemas em avaliação, contemplando os componentes mais significativos
do mesmo (Pessoa et al. 2003). Para Camino e Muller (1993), estabelecer um
conjunto de indicadores é possível mediante uma estrutura metodológica de sete
passos distintos: 1) definição do sistema a analisar; 2) identificação das catego-
rias significativas; 3) identificação dos elementos significativos em cada categoria;
4) identificação e seleção de variáveis; 5) definição e obtenção dos indicadores; 6)
análise dos indicadores; 7) monitoramento. Contudo, a sequência adequada de
geração de indicadores segue o fluxo da pirâmide de informação descrita por
Hammond et al. (1995), em que na base se encontram os dados primários,
seguido por dados analisados e indicadores e culminando com índices, que
são o resultado da agregação do conjunto de indicadores em um nível de
ponderação atribuído para cada indicador (Van Bellen, 2005). Essa estrutura
possibilita, facilmente, a identificação de onde estão as ameaças e/ou onde
elas poderão surgir, antecipando ou acelerando as ações de mitigação.

Atendidas as condições de um bom conjunto de indicadores a interpretação do


mesmo é o ponto seguinte e fundamental para avaliação da sustentabilidade.
A interpretação deve ser feita considerando o conhecimento científico e tácito
disponível, atribuindo significados aos elementos interpretados. Assim, ela in-
corporara um caráter inter e transdisciplinar, condição já referenciada como
40 DOCUMENTOS 193

sendo de grande importância em estudos de sustentabilidade, dada a carac-


terísticas multidimensional que a mesma apresenta. Portanto, para uma ava-
liação efetiva da sustentabilidade há a necessidade de transcender a base
compartimentalizada de informações e conhecimentos das diversas áreas
científicas, passando para as áreas de interfaces entre as mesmas e acres-
centando informações e conhecimento das experiências dos atores (sujeitos)
inseridos no sistema que está sendo avaliado. É consenso que uma política
de desenvolvimento sustentável não seja possível sem indicadores (Bouni,
1996; Louette, 2007), que contemplem esses aspectos, tanto para avalição
quanto para o monitoramento da sustentabilidade.

10. Estudos de casos com uso de


indicadores de sustentabilidade
Apesar das diferenças de conceitos associados à sustentabilidade, a área
tem evoluído no estabelecimento e uso de ferramentas para avaliação deste
campo de estudo científico. Mesmo assim, a essência dos métodos aplica-
dos tem por base o uso de indicadores (United..., 1992; Marzall, 1999; Tayra;
Ribeiro, 2006; United..., 2015; Jesus et al., 2019) de maneira isolada ou em
conjuntos. Também é notório que os contextos de aplicação seguem direções
diversas, com objetivos que atendem motivações distintas, características tí-
picas de áreas científicas que estão em construção (Kuhn, 2005). Por isso,
neste item serão apresentados alguns estudos de casos de uso de indica-
dores para avaliar a sustentabilidade em distintas áreas, sem juízo de valor,
de qualquer natureza, e/ou análise crítica quanto à adequação ou não, aos
preceitos apresentados neste texto. Este item também não tem a pretensão
de esgotar o assunto em cada caso apresentado.

Na literatura são encontradas iniciativas de avaliação da sustentabilidade


em diferentes escalas espaciais e ou temporais. Neste sentido o estudo so-
bre Indicadores do Desenvolvimento Sustentável para o Brasil pelo IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015) é um dos exem-
plos mais importantes. O trabalho mostra um conjunto de 63 indicadores,
envolvendo distintas dimensão que vão além da tradicional Triple Bottom Line
(Elkington, 2012). Os indicadores selecionados procuram mensurar aspectos
essenciais relativos à qualidade do ambiente, da vida da população, do de-
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 41

sempenho macroeconômico do País, dos padrões de produção e consumo,


entre outros aspectos, constituindo-se em uma base integrada de informa-
ções de curto, médio e longo prazo, útil para diversos fins de gestão e gover-
nança de recursos do Brasil (IBGE, 2015). Na mesma linha de abordagem,
Farrow; Winograd (2001) usaram dez indicadores de sustentabilidade (índice
de uso da terra, mudança no uso da terra, distribuição das culturas agrícolas,
áreas afetadas pela erosão, compactação e salinização, projeção de uso da
terra, superfície com florestas, fragmentos de florestas, desmatamento, reflo-
restamento e área agrícola para alimentação da população), para avaliar o
uso do solo na América Central. Os autores observaram que a modelagem
implementada pelos indicadores foi sensível em representar a condição de
uso da terra de alguns países da América Central, enquanto para outros a
incerteza dos dados de entrada prejudicou a análise.

Em uma escala regional, Viglizzo et al. (2003), aplicaram um conjunto de


indicadores de sustentabilidade para avaliar o status corrente e futuro
dos ambientes rurais da região do Pampa na Argentina. Eles selecio-
naram 12 indicadores de sustentabilidade com base nos critérios: solidez
do indicador, simplicidade no cálculo, facilidade de entender e aplicar pelos
tomadores de decisão. Os indicadores escolhidos foram: uso da terra, uso
de energia fóssil, eficiência de uso da energia fóssil, balanço de nitrogênio,
balanço de fósforo, risco de contaminação com nitrogênio, risco de contami-
nação com fósforo, contaminação com pesticidas, risco de erosão do solo,
intervenção em habitats, mudança de estoque de carbono no solo e balanço
de gases de efeito estufa. Embora os resultados não tenham sido suficien-
tes para indicar se a agricultura na região dos Pampas é sustentável, vários
aspectos foram destacados como importantes. Por exemplo, a utilização do
sistema de plantio direto e/ou agricultura conservacionista sem estratégias
que contribuem positivamente na mudança dos indicadores relacionados.
Por outro lado, os indicadores que mostraram tendências negativas reque-
rem atenção no futuro para estancar ou reverter a tendência. Sendo assim,
os autores concluem que, os resultados mais importantes são os padrões de
mudança, os gradientes e as tendências no espaço tempo que os indicado-
res apontam. Sugerem também, que estudos desta natureza necessitam ser
repetidos, periodicamente, como forma de melhor perceber padrões susten-
táveis e/ou insustentáveis.
42 DOCUMENTOS 193

A prática da irrigação em áreas agrícolas de perímetros irrigados na Espanha


foi avaliada utilizando um conjunto de indicadores de sustentabilidade
(Gómez-Limón; Riesgo, 2009). Os sistemas agrícolas utilizados foram com-
postos de cereais, como o milho, cevada e trigo e outras culturas como be-
terraba açucareira, girassol e alfafa. Segundo os autores, as fazendas eram
extensivas, com baixo valor agregado pela produção e pouca intensidade
de uso de mão de obra, sendo altamente dependente de políticas de subsí-
dios. O conjunto de indicadores utilizados por Gómez-Limón e Riesgo (2009)
foi composto por quatro indicadores econômicos (Margem bruta total, Lucro,
Contribuição da produtividade bruta e Subsídios públicos) dois indicadores
sociais (Horas de trabalho e Nível de emprego sazonal) e seis indicadores
ambientais (Diversidade de cultivos agrícolas na região, Cobertura do solo,
Uso da água, Balanço de nitrogênio, Balanço de energia e Risco de toxicida-
de de pesticidas). Utilizando técnicas de Análise de Componentes Principais,
Processo Analítico Hierárquico e Técnica Multi-Critérios, os indicadores
foram agrupados para avaliação conjunta da sustentabilidade do caso em
estudo. Como resultados, os autores perceberam que os agricultores que
trabalhavam em tempo integral nas pequenas e médias fazendas tinham as
safras mais lucrativas e, portanto, eram mais sustentáveis em todos os cená-
rios das políticas de subsídios. Avaliações em perímetros irrigados utilizando
indicadores de sustentabilidade também foram feitas por Carneiro Neto et
al. (2008) no Vale do Acaraú, Ceará, Brasil. De acordo com Carneiro Neto et
al. (2008), 60,6% das unidade produtivas apresentaram nivel de sustentabi-
lidade fragilizadas e 39,4% tiveram condições de insustentabilidade, porém,
reversível.

A avaliação de agroecossistemas com a utilização de conjuntos de indica-


dores de sustentabilidade também é bastante difundida, com um conjunto
grande de indicadores e técnicas já testadas (Deponti, 2002; Felice et al.,
2012; Cândido; Da Silva, 2015; Deggorone; Da Costa, 2018). Deponti (2002)
ao avaliar a sustentabilidade em contexto de desenvolvimento rural do mu-
nicípio de Camaquã/RS, destaca que a diversidade da atividade produtiva
e a capacidade de reprodução são os aspectos mais importantes a serem
observados na dimensão econômica da sustentabildiade. Para as dimensões
social e cultural o autor destacou a qualidade de vida, o grau de concentração
fundiária, a diversidade cultural e participação e cidadania. Na dimensão am-
biental destaque foi feito para a contaminação e degradação do meio natural
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 43

e a presença de unidades de conservação. Felice et al. (2012) avaliando


agroecossistemas na Italia, observou, 27 a 30% na melhoria da sustentabi-
lidade, associada a performance econômica, explicada pela diversificação
dos sistemas de cultivo, especialmente, com a presença da criação de gado,
enfatizando que sistemas mistos é a chave para a sustentabilidade na região
central da Italia. No norte da Alemanha, Steinborn e Svirezhev (2000), utili-
zaram um indicador baseado na superprodução de entropia e observaram
que a sustentabilidade dos campos de pesquisa do Centro de Ecologia de
Kiel, melhorou no período de 1988 a 1997, devido à redução da entrada de
energia artificial no sistema. Porém, concluiram que as áreas estão longe de
atingir uma condição de sustentabilidade do ponto de vista da termodinâmica,
provavelmente, devido a elevada adubação orgânica adicionada às áreas.
Outros sistemas de produção em distintos agroecossistemas são relatados
por Cândido; Da Silva (2015), envolvendo distintos conjuntos de indicadores
sustentabilidade e formas de agregação dos mesmos.

Análises em escala de propriedade rural também podem se valer da metodo-


logia de indicadores para avaliação do nível de sustentabilidade da mesma.
Nunes e Fausto (2017) utilizaram a metodologia do APOIA – Novo Rural,
desenvolvido pela Embrapa, cujos indicadores previstos no sistema são nor-
malizados entre 0 e 1 e cuja conformidade do indicador (considerado sus-
tentável) está acima do limite de 0,7. De acordo com os resultados relatados
a propriedade avaliada apresentou o índice geral de sustentabilidade igual
a 0,69, ou seja, próximo ao limite de ser considerada sustentável por essa
metodologia. Destaque foi dados aos indicadores: diversidade produtiva, di-
versidade de paisagem e saúde ocupacional dos colaboradores, as quais ti-
veram índices de 0,00, 0,02 e 0,21, respectivamente, necessitando, portanto,
de melhorias.

A avaliação da sustentabilidade de cultivos agrícolas e/ou explorações agro-


pecuárias é outro campo de aplicação de indicadores de sustentabilidade.
Moura (2002), utilizando o conceito de sustentabilidade relativa avaliou a
sustentabilidade dos fumicultores no município de Agudo/RS. Os indica-
dores econômicos, sociais e ambientais escolhidos foram: (econômicos)
Produtividade da terra, Nível de reprodução social simples, Diversidade de
mercado, Autonomia estrutural, Segurança; (sociais) Produtividade do traba-
lho, Acesso a bens e serviços, Visão de futuro do agricultor, Participação
44 DOCUMENTOS 193

institucional, Formação cultural; (ambientais) Produtividade energética do


sistema, Práticas conservacionistas, Disponibilidade de terra, Autonomia
energética do sistema e Renovabilidade energética do sistema, respectiva-
mente. De maneira geral o autor observou que as dimensões econômica e
social apresentaram alta correlação com a sustentabilidade (0,87 e 0,92, res-
pectivamente), enquanto que a dimensão ambiental apresentou fraca cor-
relação (0,12). Isso levou o autor a concluir que os ganhos econômicos e
sociais estavam sendo obtidos às custas de fatores ambientais, o que pode-
ria comprometer a atividade a longo prazo se nada fosse feito no sentido de
reverter as condições estabelecidas. Para avaliar a sustentabilidade do arroz
irrigado, cultivado no Sul de Santa Catarina, Colombo (2017) aplicou o mé-
todo SAFA, desenvolvido pela FAO e observou que as propriedades têm um
alto grau de sustentabilidade na dimensão social e econômica, porém tiveram
desempenho baixo em relação à dimensão ambiental, semelhante ao que foi
apresentado por Moura (2002) para a cultura do fumo.

Outras aplicações de indicadores de sustentabilidade podem ser encontradas


na literatura para a cultura do café (Lima Junior, 2017), etanol de cana-de-
-açúcar (Rodrigues Filho; Juliani, 2013), psicultura (Bueno et al., 2020), gran-
jas suinícolas (Gomes et al., 2014), propriedades produtoras de leite (Ahlert,
2015), extrativismo (Ribas et al., 2007), sustentabilidade urbana (Shen; Guo,
2014; Li; Li, 2017). Cada um destes exemplos utiliza indicadores e/ou méto-
dos distintos de avaliação da sustentabilidade, mas convergem na busca de
indicadores técnicos com forte embasamento científico. A exploração deste
universo de tentativas de melhor compreender a sustentabilidade é um cami-
nho que contribui para o avanço desta área científica.

11. Considerações finais e ideias sínteses


A sustentabilidade é uma palavra que representa um processo que vem sen-
do construído ao longo do tempo, que ainda permanece em construção e
deverá perdurar indefinidamente, pelo menos no estágio atual de evolução
da humanidade. Uma ruptura na construção deste significado, representaria
a perda do sentido daquilo que a sustentabilidade representa atualmente e
interromperia o processo. Em decorrência disso, talvez, teríamos a instalação
do verdadeiro caos econômico, social e ambiental no planeta. Uma mudança
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 45

desta linha evolutiva, provavelmente, ocorrerá quando houver mudança de


consciência da humanidade. Até lá, auxiliar a evolução desta seta do tempo
chamada sustentabilidade é o melhor a fazer.

Apesar de opiniões e posicionamentos contrários e/ou não bem alinhados,


houve um caminho de construção do entendimento do que é sustentabilida-
de. As inúmeras tentativas de elaboração de conceitos e as ações realizadas
foram importantes subsídios de avanço, considerando que os mesmos foram
feitos em plena ação de um paradigma, cujas bases destoam do sentido da
sustentabilidade. Provavelmente isso foi possível graças a ações continua-
das de inúmeras pessoas, profissionais e cientistas do mundo todo e em suas
áreas de atuação. Se hoje temos a sensação de que a própria sustentabili-
dade está entrando em crise é sinal de que precisa ampliar o raio de ação e
envolver a humanidade, para consolidar a criação de um novo paradigma que
oriente a evolução do ser humano daqui para frente.

Criar condições de pertencimento a todos, é mais importante do que refinar


o significado de sustentabilidade, sob risco de perdermos todo o esforço feito
até aqui. Do ponto de vista científico não há dúvidas de que as duas coisas
podem seguir em paralelo, e devem, como forma de elaborar novos pon-
tos atratores para ancorar o avanço futuro. Neste sentido, organizar o esco-
po básico necessário para uma ampla compreensão da sustentabilidade foi
uma necessidade detectada, cujo benefício é a organização do pensamento
crítico e a elaboração de ações coordenadas em sustentabilidade, entre os
diversos agentes fomentadores, tomadores de decisão, executores e benefi-
ciários. Como essas ações estarão sendo feitas em uma mesma base concei-
tual, a retroalimentação do processo também será possível, gerando outros
benefícios importantes.

Neste contexto, o presente trabalho trouxe uma visão da construção tempo-


ral do conceito de sustentabilidade até o momento, como forma de ampliar
a compreensão pela sociedade. A ideia foi mostrar como os elementos que
sustentam os três pilares da sustentabilidade (econômico, social e ambiental)
foram se desenvolvendo até a elaboração o conceito geral de sustentabili-
dade, apresentado no relatório Brundtland. Neste ponto, reconhecemos que
esse conceito de sustentabilidade mais utilizado, ainda é atual. Sua força
está centrada no atendimento das necessidades humanas ao longo do tem-
po. E aqui entende-se que se trata de todas as necessidades, inclusive e,
46 DOCUMENTOS 193

principalmente, da necessidade de relações harmônicas e pacíficas consigo


mesmo, com as outras pessoas e com os demais seres do planeta, bem
como, com o meio físico em geral, transcendendo para o nível das trocas
energéticas e não somente de matéria. Por isso foi tratado da necessidade
de estabelecer novas bases (paradigma) como forma de orientação para al-
cançar esse objetivo e também se fez a tentativa de indicar um caminho de
evolução paradigmática, que, no nosso entendimento, vai ao encontro de um
paradigma da complexidade, envolvendo a espiritualidade.

Outra questão importante abordada no texto foi relativa à necessidade de esta-


belecer e/ou atualizar conceitos para as distintas ações executadas no contexto
da sustentabilidade. Pelo próprio significado da palavra, conceito é mutável de
acordo com a mudança e evolução de contexto para acomodar novos entendi-
mentos da realidade e facilitar a compreensão da mesma. A sustentabilidade
também está em constante transformação e deverá se manter até a humani-
dade se estabilizar em outro nível evolutivo. Portanto, para a sustentabilidade,
os conceitos formam os alicerces de construção do seu significado, ajusta-
do ao tempo e também servem como alavancas para novos ajustes quando
ocorrem mudanças de contexto. Eles são necessários tanto para a sustenta-
bilidade em si, quanto para a fundamentação das dimensões, das proprieda-
des dos sistemas analisados e princípios envolvidos. Em síntese, conceitos
são guias de condução da construção e evolução da sustentabilidade.

No texto também foi dissertado sobre a necessidade de estabelecer princípios


para entrar no fluxo da sustentabilidade. Os princípios cumprem a função de
conexão do ser humano com ele mesmo, com a sociedade e com a natureza/
meio físico. As relações entre os seres e destes com seu entorno, somente
são possíveis em um ambiente guiado por princípios. Do contrário o caos
se estabeleceria, uma vez que haveria tomada de decisão baseada apenas
em instintos e estes servem, fortemente, ao desejo do indivíduo. Como já foi
apresentado, a sustentabilidade é algo do indivíduo para com a sociedade,
outros seres e o meio que o cerca, embasado em relação de simbiose e não,
puramente, de competição, individualismo ou supremacia.

Considerando essa base teórica efetiva, entende-se que a sustentabilidade


passa de algo a ser apenas quantificado, para o desenvolvimento da ideia
de algo a ser percebido. A percepção da sustentabilidade, para além dos nú-
meros, requer bases claras e bem fundamentadas (conceitos) e orientadas
Sustentabilidade: reflexões sobre uso do termo e evolução de conceitos 47

(princípios) no sentido de geração de entalpia (conexão). Além da aquisi-


ção de conhecimento, a percepção na sustentabilidade requer expansão da
consciência, alto grau de abstração e incursão na subjetividade de maneira
organizada. A percepção assim entendida, proporciona a união de todos os
sentidos, gerando um contexto metodológico próprio para mergulhar na com-
plexidade e nas incertezas associadas à sustentabilidade. Conhecer como as
pessoas percebem, vivenciam, valorizam e ressignificam as relações entre si,
para com a sociedade e o ambiente como um todo, permite conhecer as dis-
tintas visões de futuro e agir de maneira assertiva, de acordo com o conceito
de sustentabilidade.

A simbologia dos números ainda é uma das melhores formas de compreen-


dermos o universo. Os números guardam a energia da ordenação mesmo
quando o processo não é linear. Isso possibilita que os seres humanos te-
nham um certo alcance de compreensão do universo, pelo menos, de aspec-
tos básicos. Quando os processos se tornam mais complexos e as energias
se ligam e se interconectam em um padrão, aparentemente, mais aleatório
aos olhos humanos e da ciência clássica, a compreensão se torna mais difí-
cil. Esse é o cenário em que a sustentabilidade de encontra e se desenvolveu
até o momento e que, provavelmente seguirá no futuro.

Para possibilitar a compreensão do mundo sob o olhar da sustentabilidade,


a estratégia mais eficiente encontrada foi o desenvolvimento da abordagem
por indicadores de sustentabilidade. Embora um indicador ou um conjunto
de indicadores possam ser reduzidos a um número, não é a simbologia que
importa e sim o que ela representa. A interpretação da realidade presente
neste indicador pode ser feita utilizando o conhecimento objetivo, mas sem
esquecer a noção de percepção centrada nos sentidos e a necessidade de
mergulhar, ordenadamente, também na subjetividade envolvida, no contexto
da complexidade e na incerteza aí representada.

No momento atual (anos 20s, do século XXI) é plausível pensar que a sus-
tentabilidade se encontra em desenvolvimento, reduzindo o grau de asserti-
vidade, por conta da capacidade limitada de expansão da consciência. Por
isso, a utilização de um conjunto de indicadores de sustentabilidade é sempre
melhor para captar a realidade, em constante mutação, nos distintos con-
textos, do que o uso de apenas um índice ou indicador. Considerando que a
sustentabilidade é algo em evolução, com o vetor tempo apontando para o
48 DOCUMENTOS 193

futuro, é possível especular que a simbologia numérica possa ser substituída


para outra forma de avaliar a sustentabilidade. A ciência já começou a mos-
trar sinais de que, juntamente com a expansão da consciência a capacidade
de percepção de campos de energia mais sutis é desenvolvida e aprimorada
à medida que o ser humano se dedica a sua própria evolução, da sociedade
e do planeta.

Com a abordagem aqui desenvolvida, espera-se ter contribuído para ampliar


a compreensão de que a sustentabilidade é um conceito que vai permanecer
em desenvolvimento até atingirmos outro nível evolutivo. Para acelerar esse
processo e seguir no caminho, outro paradigma orientador deverá ser desen-
volvido e novos conceitos deverão ser formulados, contemplando a evolução
das ideias básicas e dos contextos. A consideração de novas dimensões para
avaliação da sustentabilidade é uma realidade possível e necessária, à medi-
da que a compreensão da sustentabilidade evolui. A noção de que a susten-
tabilidade é algo a ser percebido além dos números medidos, impulsionará
essa área de estudo para um contexto de maior amplitude de conhecimento
e de aplicações. A sustentabilidade não é apenas para alguns privilegiados
“esclarecidos”. Ela é para toda a vida e em especial, para a vida humana,
inseridas no meio físico do planeta Terra.

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