Daniel, 9 anos de idade, estudante do 2º ano de uma escola pública estadual
localizada em Montes Claros, chega para atendimento psicológico em uma Unidade
Básica de Saúde do município, encaminhado por sua professora de português, com queixa de sérias dificuldades em seu processo de alfabetização, e com uma suspeita de dislexia. É trazido por seus pais, que logo na entrevista inicial apresentam opiniões diferentes acerca de Daniel. Para a mãe, que se mostra bastante ansiosa e preocupada, Daniel sempre foi ‘meio devagar para as coisas’, mas não acredita que seu filho tenha ‘algum problema de cabeça’. Já seu pai manifesta-se nervoso, porém com o próprio Daniel, dizendo que este ‘é preguiçoso’, e que mais uma vez ‘está dando trabalho pra gente!’. A professora atual, Carmem, está com Daniel em sala de aula há 8 meses, e relata ter notado muito pouca evolução em seu processo de alfabetização, levantando a suspeita de dislexia, relatando à mãe que passou por um treinamento, realizado pela Secretaria de Estado da Educação, para qualificá-la a identificar precocemente casos de dislexia. Daniel, segundo a mãe, tem relutado em ir à escola, afirmando que não quer ir porque não aprende nada.
ANALISE o caso descrito com base nas discussões feitas na disciplina até o momento.
O caso aqui tratado vem da demanda escolar, com o propósito de
averiguar queixas como dificuldades em alfabetização e uma suspeita de dislexia e vários fatores mediante a Psicologia Escolar. Por um lado em análise com a Pedagogia, podemos fazer um confronto sobre os problemas de aprendizagem e também averiguar alguns problemas familiares refletidos no dia- a- dia escolar de uma escola pública. Há um papel de suma importância entre escola e o desenvolvimento do aluno, o passo de encaminhar Daniel para um atendimento psicológico foi de grande valia, nesta lógica, percebe-se uma necessidade em aprimorar sua matriz de conhecimentos, com o intuito de não estreitar o direcionamento apenas para a prática clínica ou escolar mas sim conduzir o ensino as diversas áreas de atuação, por que, mediante a queixa observa-se alguns problemas emocionais que estão afetando e tem de ser avaliados por um profissional competente. Mediante a entrevista inicial o Psicólogo tem de realizar o acolhimento, conhecer o motivo da procura, avaliando o funcionamento do indivíduo e sua rotina diária traga pela professora e pelos pais. Criou-se uma hipótese diagnóstica (dislexia), levando em conta as forças e fraquezas para melhor lidar com os problemas aderidos por Daniel, porem esta hipótese torna-se vazia por não ser aderida primordialmente por um Psicólogo em questão, foi dada sem nenhum estudo clinico apurado.
“O primeiro passo é o reconhecimento que o educando recebe,
rompendo com o histórico de objetificação. Ao ser percebido como sujeito, ele passaria, também, a ver-se como sujeito. Um segundo passo é a valorização da cultura daquele educando, pois todos são produtores e capazes de transformar o mundo. O objetivo é que, assim, a transformação ocorreria de dentro da cultura do educando, de maneira orgânica, tendo essa população tanto como sujeito da ação quanto como sujeito da decisão, pois seria capaz de escolher o caminho a tomar” (DULLO, Eduardo, v. 29, n. 85, p. 49-61, 2014)
Diante das dúvidas quanto ao diagnóstico e do contexto geral sobre o
cotidiano de Daniel, tem de ser mais apurada, a família é um fator crucial que influencia aos valores emocionais e de aprendizagem, ela também tem de ter uma escuta e um estudo, nas quais podem refletir na postura relatada por eles mesmo na queixa inicial. A aceitação do processo terapêutico para Daniel e para os pais é significativo, uma ajuda profissional qualificada, uma vez que relutar sobre a queixa é invalidar o crescimento da criança. Há uma grande necessidade da realização da avaliação clínica baseada em uma análise abrangente dos dados clínicos disponíveis relevantes para o uso pretendido do dispositivo em questão da situação de Daniel, tem de ser realizado um levantamento da Escuta da demanda trazida pelo paciente e investigação para a descoberta do que esta acarretando a criança a tal situação e assim ajudando dentro do processo psicotepeutico a solucionar ou lidar com o fator problema, junto com a família e a escola. Por fim, a tarefa do psicólogo diante da queixa é identificar o padrão particular que está relacionado ao sintoma e encontrar uma maneira de mudar este padrão particular. Esse olhar ampliado ajudará a familiar a se mover para uma forma mais complexa de organização que permita enfrentar melhor as circunstâncias atuais na vida da criança e assim refletir no seu processo de aprendizagem na escola. DULLO, Eduardo. Paulo Freire, o testemunho e a pedagogia católica: a ação histórica contra o fatalismo. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 29, n. 85, p. 49-61, 2014.
Cassorla, R. M. S (2013) - O Analista, Seu Paciente Adolescente e A Estupidez No Campo Analítico. Revista Latino Americana de Psicanálise Calibán Volume 11 n2