Você está na página 1de 25

UNIVERSIDADE PAULISTA

REFORMA TRIBUTÁRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


CURSO: ADMINISTRAÇÃO

REFORMA TRIBUTÁRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

(5º E 6º SEMESTRE)

SÃO PAULO
2021
ANA CAROLINA DOS SANTOS COSTA RA: F065677
DANIELLA FERNANDA G. BERRIOS RA: N507411
IGOR JOSE SOUZA FERREIRA RA: F117GJ4
GABRIEL MACEDO SANTOS RA: N5293F8
MARIA FERNANDA COSTA RA: N507DC3
MATHEUS DUARTE M. DE SOUZA RA: N3933A8
RENAN EDSON SANTOS DAS NEVES RA: F076695
YAN CARLOS DOS SANTOS PARENTE RA: N436662

REFORMA TRIBUTÁRIA DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Reforma Tributária da Previdência Social:


Trabalho solicitado pela disciplina Economia e
Gestão do Setor Público para avaliação do 5° e
6° semestre, do curso de Administração da
Universidade Paulista sob orientação do
professor do semestre, Fabiana Barrionovo.

SÃO PAULO
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................4
2. OBJETIVO DO TRABALHO...................................................................................5
3. DESENVOLVIMENTO............................................................................................5
3.1 O que é a Previdência Social..............................................................................5
3.2 Principais Características....................................................................................6
4. REFORMAS DA PREVIDÊNCIA............................................................................6
5. GOVERNO COLLOR/ITAMAR...............................................................................6
6. GOVERNO FHC.....................................................................................................8
7. GOVERNO LULA.................................................................................................11
8. GOVERNO DILMA...............................................................................................12
9. GOVERNO TEMER..............................................................................................12
10. GOVERNO BOLSONARO...................................................................................13
10.1 Principais Mudanças........................................................................................13
10.2 Tramitação no Congresso Nacional................................................................14
10.3 Manifestações Favoráveis e Contrárias..........................................................15
10.4 Repercussão após aprovação.........................................................................15
10.5 Reforma da Previdência: o que mudou?.........................................................16
10.6 Quais são os impactos destas mudanças?.....................................................17
10.7 A reforma da previdência era necessária?......................................................18
10.8 Aposentadoria por idade..................................................................................19
10.9 Cálculo do benefício........................................................................................19
10.10 Como ficaram as alíquotas depois da Reforma da Previdência?.................20
10.11 Quando as mudanças da reforma passaram a valer?..................................21
10.12 Sistema de pontos.........................................................................................21
10.13 O impacto da pandemia na reforma da previdência.....................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................23
4

1. INTRODUÇÃO

A Constituição de 1988 é a Carta Constitucional que mais instituiu direitos


sociais, dentre esses estão os direitos previdenciários, tanto em relação ao Regime
Geral de Previdência Social, que rege os critérios de concessão de aposentadoria
aos trabalhadores cujos contrato de trabalho são regidos pela CLT, quanto do
Regime Próprio de Previdência Social, dos servidores públicos civis e militares.
Apesar desses avanços nos direitos sociais serem resultado de lutas e
reivindicações de homens e mulheres, que foram às ruas em busca de melhores
condições de trabalho e vida, organizados em sindicatos, partidos de esquerda,
movimentos sociais, a promulgação desta Carta foi feita pela elite brasileira,
representada pela direita.
Todavia, mal encerrou o processo de aprovação desta Constituição, esses
mesmos grupos, começaram a atuar na implantação do capitalismo em sua forma
neoliberal, iniciando atrelado a este o processo de reforma da previdência social
brasileira. Apesar das tentativas de implantação desta ao longo do governo
Collor/Itamar, esta foi efetivada somente em 1998 com a aprovação da Emenda
Constitucional nº 20/98. Essa emenda acabou com a aposentadoria por tempo de
serviço, implantou a aposentadoria por tempo de contribuição, definiu teto máximo
para pagamento de benefícios previdenciários do regime geral e instituiu o regime
de previdência complementar, seguindo critérios definidos pelo Banco Mundial,
atrelado ao FMI e ao governo estadunidense.
No entanto, mesmo conseguindo a aprovação da EC nº 20, o governo FHC
não conseguiu avançar no sentido da desregulamentação dos direitos
previdenciários dos servidores públicos. Esse retrocesso foi conseguido na reforma
seguinte implantada ao final do 1º ano do governo Lula (2003), através da aprovação
da Emenda Constitucional nº 41. Nosso objetivo é analisar o processo da reforma
previdenciária brasileira, de 1990 a 2003, a partir das discussões realizadas nas
votações das PECs no âmbito do Congresso Nacional, pensado enquanto sociedade
política, formada por representantes de grupos com interesses heterogêneos,
visando perceber as contradições e conflitos intra/extraclasse.
5

2. OBJETIVO DO TRABALHO

Seu objetivo principal consiste em prestar assistência financeira quando o


trabalhador se encontra em situação de incapacidade de realizar o seu trabalho
habitual por motivo de doença ou acidente.
Esclarecer e evidenciar como as mudanças ao longo da história determinaram
o rumo político e financeiro do país e apresentar a evolução dos governos e a
Reforma da previdência Social relatada em cada um deles. Contudo o tema
abordado abrange uma série de etapas, emendas constitucionais, artigos e leis.
Propondo uma discussão através dos princípios que envolvem o tema. Ao
final, o trabalho terá atingido o seu objetivo se demonstrar os princípios que
envolvem a seguridade social e quão importante são para a eficácia desses direitos.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 O que é a Previdência Social

O Regime Geral da Previdência Social (RGPS) é gerido pelo Instituto


Nacional do Seguro Social (INSS) e alcança basicamente os empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sendo custeado por contribuições
dos empregados e empregadores.
A Previdência Social é um seguro na qual todo trabalhador de carteira
assinada está automaticamente incluído. Sua participação se dá por meio de
contribuições que são mensalmente descontadas do salário, também conhecido
como o desconto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O índice dessa dedução será definido de acordo com a remuneração recebida
pelo trabalhador celetista. Dessa forma, passa a ser garantido ao trabalhador o
recebimento de uma renda mensal, proporcional, quando se aposentar, como uma
“contrapartida compensatória”.
A Previdência Social tem como objetivo impedir que as pessoas cheguem à
velhice sem nenhuma renda. Além dessa finalidade, a instituição também resguarda
os segurados em situações que, de outra maneira, poderiam comprometer sua
6

renda e a subsistência de seus dependentes. Por exemplo: doença; invalidez;


desemprego; licença-maternidade; morte.
Por meio de uma contribuição mensal, é possível ter a garantia de uma renda
permanente no futuro e o auxílio necessário em circunstâncias atípicas.

3.2 Principais Características

O fundo do seguro social é alimentado por meio das contribuições mensais


realizadas pelos segurados. Isso significa que os trabalhadores ativos financiam a
aposentadoria de trabalhadores inativos já aposentados ou pensionistas.
Atualmente, a Previdência Social não apenas garante os proventos da
aposentadoria de cada trabalhador brasileiro. O sistema também pode ser acionado
para proteger a renda dos trabalhadores e seus dependentes. Situação bem comuns
são em casos de comprometimento da renda familiar por conta de doença, invalidez
ou morte, por exemplo.

4. REFORMAS DA PREVIDÊNCIA

Desde a redemocratização e a formulação da Constituição Federal de 1988, o


Brasil já passou por três reformas da Previdência. Jair Bolsonaro é o quinto
presidente a enviar um texto que modifica as regras de aposentadorias dos
brasileiros. Antes dele, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff tiveram
êxito, ainda que de forma fragmentada, em mudar a idade mínima e o tempo de
contribuição dos trabalhadores. Michel Temer, por sua vez, chegou a enviar um
texto mais amplo, mas não conseguiu aprovação no Congresso.

5. GOVERNO COLLOR/ITAMAR

Fernando Collor de 1990 até sua renúncia (impeachment) em 1992. Ao


compreendermos a “reforma” enquanto uma “contrarreforma” estamos partindo do
pressuposto que a “reforma previdenciária” foi feita em 1988, com a promulgação da
Constituição Federal. Onde, saúde, previdência e assistência social tornaram-se
partes integrantes da seguridade social. A reforma/contrarreforma previdenciária foi
7

feita, no entanto, houve resistência à mesma. Essa resistência pode ser percebida
ao longo do governo Collor/Itamar, pela recusa das propostas feitas dentro do
Congresso Nacional, onde uma delas, conhecida como “Proposta do MTPS/INSS –
Ministério do Trabalho e Previdência Social e do Instituto Nacional da Seguridade
Social”, nem chegou a ir para votação; em 1993, a proposta apresentada para ser
votada na revisão constitucional, também não foi aceita.
Proposições do governo Collor, desde os primeiros meses do mandato até a
tentativa de revisão da constituição (1993) sem obter aprovação. A partir de 1990,
visavam a desregulamentação dos mesmos, objetivando diminuir gastos da máquina
estatal com direitos sociais. Em outras palavras, podemos dizer que propunham uma
contrarreforma, retrocesso dos direitos até então conquistados. As novas propostas
apresentadas possuíam elementos que afetariam diretamente o financiamento do
sistema, bem como os benefícios previdenciários e previam:
1 - Uma previdência pública composta de dois planos de benefícios, um
compulsório e outro facultativo/complementar;
2- A criação de um Instituto de previdência do servidor público, o fim das
aposentadorias especiais concedidas às categorias como professores, aeronautas,
jornalistas, entre outros;
3- A instituição de um Seguro de Riscos Sociais e, a longo prazo, a extinção
das contribuições de empregados e empregadores calculadas sobre os salários.
Os benefícios do plano geral, do qual participaram todos os segurados do
RGPS - Regime Geral de Previdência Social, exceto os servidores públicos da
União, autarquias e fundações públicas, seriam os mesmos do RGPS excetuando-
se as aposentadorias especiais, os acidentes de trabalho e as enfermidades comuns
ou profissionais. A iniciativa de Collor conservava a aposentadoria por tempo de
serviço, o valor máximo do benefício seria o equivalente a cinco salários-mínimos e
a admissão ao sistema não teria a contribuição individual como base. Já no plano da
previdência complementar de adesão facultativa, seria regido por capitalização e a
gestão ficaria no Banco do Brasil.
Existia ainda a previsão de uma previdência complementar privada
organizada por entidades fechadas, sindicatos que tivessem base territorial máxima
estadual, associações e federações, sendo vedada a participação das centrais
sindicais e confederações. A limitação da atuação sindical se dava em função de
outra ideia que se plantava na época - o fortalecimento do sindicalismo de empresas
8

individuais. Os fundos de pensão estavam limitados aos Estados, municípios,


empresas de economia mista e empresas, órgãos ou autarquias da administração
direta ou indireta do Estado no custeio dos benefícios em valor não superior à
participação dos segurados.
A fase de Itamar Franco na previdência da república, por conta do processo
de impeachment de Collor, se constitui como um período de intervalo entre o
governo Collor e o de Fernando Henrique Cardoso, sendo assim, um governo de
transição. Foram tomadas, nesse período inicial, iniciativas importantes para
promover o ajuste fiscal, que se considerava chave para permitir o combate à
inflação. A mais importante delas só pôde ser adotada graças à abrangência do
apoio parlamentar com que contava o governo Itamar. Refere-se à aprovação da
Emenda Constitucional nº 3, enviada ao Congresso em janeiro e aprovada em 17 de
março de 1993.
Essa emenda, entre outras medidas, determinou que as pensões e
aposentadorias de funcionários civis e militares fossem custeadas não só pela União
mas também pelos servidores, permitiu que a União retivesse suas transferências de
recursos tributários para estados e municípios, caso estes não pagassem suas
dívidas para com o governo federal, e criou o Imposto Provisório sobre
Movimentação Financeira (IPMF), para vigorar em 1993 e 1994.23 A aprovação se
deu por maioria - 349 votos contra 85 - na Câmara dos Deputados e 65 votos contra
12 no Senado Federal. Para a vitória na Câmara, o governo contou com os votos até
do PT, que não fazia parte de sua base parlamentar. Os votos contrários vieram do
PDS e da ala do PFL liderada pelo governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães.
O apoio parlamentar ao governo foi forte o bastante para contrariar intensa
campanha contrária ao IPMF de entidades empresariais e a oposição da grande
imprensa. Continuando as alterações legislativas, deu-se início àquelas relativas à
Previdência Social e que não necessitavam de mudança constitucional. Embora
criadas no governo Itamar, essas mudanças foram realizadas no período
compreendido de 1994 a 1997, compreendendo, portanto, o início do governo de
Fernando Henrique Cardoso.

6. GOVERNO FHC
9

A reforma da previdência no Brasil vem sendo conduzida por um processo


gradual, não apenas pela necessidade de leis complementares que possam tornar a
emenda operacional, mas também em função da sequência de eventos que se
desdobraram ao longo de ambas as administrações. No governo Fernando
Henrique, o novo sistema previdenciário atingiu principalmente os trabalhadores do
regime geral. No plano político, teve que digladiar por mais de três anos no
Congresso até que a reforma fosse promulgada em dezembro de mil novecentos e
noventa e oito.
Fernando Henrique estabeleceu dois objetivos principais para o seu governo:
manter a estabilidade macroeconômica e reformar o Estado. Em seu primeiro
mandato, entre mil novecentos e noventa e cinco e mil novecentos e noventa e oito,
seu governo empreendeu uma série de reformas de primeira geração, como a
privatização de empresas estatais, ao mesmo tempo mantendo uma política
monetária ortodoxa, com o intuito de assegurar a estabilidade econômica obtida com
o plano Real, de mil novecentos e noventa e quatro. Nesse ínterim, a reforma da
previdência e as outras reformas de segunda geração começaram a ser debatidas.
A proposta de reforma do sistema previdenciário foi enviada ao Congresso pela
primeira vez em abril de mil novecentos e noventa e cinco, onde permaneceu até a
sua aprovação em dezembro de mil novecentos e noventa e oito.
Fernando Henrique, inicialmente, tentou passar uma emenda abrangente,
almejando equilibrar os benefícios previdenciários dos setores público e privado,
reduzindo privilégios, acirrando critérios de elegibilidade e atacando outros focos que
contribuíssem para agravar o déficit fiscal. Assim como as reformas de primeira
geração, o objetivo principal era cortar despesas em vez de expandir a rede de
proteção social. Ademais, o governo demorou a decidir se adotaria a privatização
total da previdência, como recomendado pelo Banco Mundial, antes de optar por
promover reformas paramétricas no sistema de repartição.
No plano legislativo, Fernando Henrique encontrou oposição entre os setores
tradicionais resistentes a mudanças no sistema previdenciário: os partidos de
esquerda (liderados pelo PT), a CUT e os servidores públicos. Em função da
fragmentação do sistema político e da ausência de disciplina partidária, o governo
sofreu defecções entre seus próprios aliados. Ao final, Fernando Henrique foi capaz
de passar sua proposta, ainda que com diversas modificações, por meio de
10

concessões e liberação de verbas para fins específicos, encaminhados por


parlamentares, e também aceitando uma versão limitada do projeto original.
As principais mudanças efetuadas no regime geral com a emenda de mil
novecentos e noventa e oito foram:

Emenda Constitucional (EC) n° 20, de 15.12.1998: imposição de idade


mínima para aposentadoria integral por tempo de contribuição: 60 anos para
homens e 55 anos para mulheres; imposição de dez anos de serviço público para
habilitação a aposentadorias programáveis e de cinco anos no cargo ocupado; fim
da acumulação de aposentadorias, bem como impossibilidade de aumento de renda
quando da passagem do servidor para a inatividade; restrições à acumulação de
proventos de aposentadoria com vencimentos da atividade e imposição de teto a
qualquer rendimento oriundo dos cofres públicos (não efetivado por falta de
legislação infraconstitucional).
A Emenda 20 estabeleceu ainda que três leis complementares deveriam
passar a regular o regime de previdência privada no Brasil:
(a) uma estabelecendo as regras gerais do sistema, destinada a modernizar a
previdência privada como um todo;
(b) outra direcionada a fixar regras específicas ao relacionamento entre
empresas estatais e seus fundos de pensão;
(c) outra dispondo sobre as normas gerais para instituição de regime de
previdência complementar pela União, Estados, DF e Municípios (cuja previsão foi
posteriormente excluída, como se verá adiante).

É importante destacar que a Emenda 20 preservou, em termos gerais, os


direitos adquiridos daqueles que, até a data de sua publicação, tivessem cumprido
os requisitos para obter aposentadoria e pensão. O maior rigor para a obtenção da
aposentadoria, o estabelecimento de período mínimo de contribuição, além de
mudanças no cálculo dos benefícios advindos da introdução do fator previdenciário,
que funcionou como uma fórmula de ajuste atuarial para os contribuintes elegíveis à
obtenção da aposentadoria. Para os servidores públicos, o aspecto mais significativo
foi a eliminação da aposentadoria proporcional para os novos servidores, que,
anteriormente, garantia a possibilidade de antecipação da aposentadoria.
11

Enquanto alguns autores argumentam que aqueles foram "ajustes mínimos ao


modelo existente", outros afirmam que a reforma dos regimes geral e complementar
foi bem-sucedida. O governo Fernando Henrique empreendeu grandes esforços
para quebrar a rigidez imposta pela Constituição de mil novecentos e noventa e oito,
com o intuito de obter maior flexibilidade e implementar as mudanças utilizando os
canais legais regulares. Nesse contexto, uma das maiores conquistas para a
reforma de mil novecentos e noventa e oito foi "desconstitucionalizar" a regra de
cálculo dos benefícios para os trabalhadores sob o Regime Geral, possibilitando a
mudança da idade e o limite das aposentadorias especiais. Ainda assim, a reforma
não efetuou mudanças substanciais no sistema previdenciário, especialmente no
que tange às aposentadorias do setor público, levando a uma percepção
generalizada de que um dos principais fatores do desequilíbrio permaneceu
intocado.

7. GOVERNO LULA

Emenda constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003


Reforma da Previdência de Lula altera a aposentadoria dos servidores
públicos em dezembro de 2003. Pressionado por militares e pelo poder judiciário,
governo faz concessões. É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de
aposentadoria aos servidores públicos, bem como pensão aos seus dependentes,
que, até a data de publicação desta Emenda, tenham cumprido todos os requisitos
para obtenção desses benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente
O servidor de que trata este artigo que opte por permanecer em atividade
tendo completado as exigências para aposentadoria voluntária e que conte com, no
mínimo, vinte e cinco anos de contribuição, se mulher, ou trinta anos de
contribuição, se homem, fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor
da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria
compulsória contidas no art. 40, § 1º, II, da Constituição Federal
A emenda pôs fim ao benefício de valor integral a funcionários do Estado,
criando um teto e um cálculo que levava em conta a média de contribuição do
trabalhador para o fundo da previdência. Além disso, o servidor público já
12

aposentado foi obrigado a pagar 11% de contribuição previdenciária. Foi a primeira


vez que beneficiários sofreram descontos depois de já terem obtido o benefício.

8. GOVERNO DILMA

Por fazer parte do mesmo partido e partilhar das mesmas iniciativas


implantadas pelo seu antecessor (ao qual era vice-presidente) continuou apoiando
as mudanças antes impostas por Lula ao referir-se à previdência social.
Regra 85/95 – Lei 8.213/91 Art 29-C. É uma pontuação que possibilita se
aposentar a partir de critérios que melhoram o benefício. A possibilidade de se
aposentar pela regra 85/95 se tornou lei em 05 de novembro de 2015 e geraram
algumas dúvidas sobre o tema. O mais importante é que a pontuação só muda as
coisas para melhor, Os números 85/95 são a pontuação, para mulheres e para
homens, respectivamente, que deve ser alcançada. Essa pontuação é calculada
somando a idade e o tempo de contribuição do segurado. Quem atingir a pontuação,
pode se aposentar sem aplicação do fator previdenciário
Vantagens: A grande vantagem da Regra 85/95 é afastar o Fator
Previdenciário. Isso beneficia principalmente quem começou a trabalhar muito cedo,
pois essas pessoas irão completar o tempo de contribuição bastante jovens.
O problema é que no sistema de aposentadoria comum, por idade ou por
tempo de contribuição, essas pessoas tinham o valor do benefício muito reduzido, já
que havia desconto do Fator Previdenciário por causa da idade. No sistema a partir
da Regra 85/95.

9. GOVERNO TEMER

A reforma da previdência no governo Michel Temer foi uma proposta de


reforma iniciada em 2016 com a PEC 287/2016.
A PEC 287/2016 propunha alterações no sistema previdenciário brasileiro,
modificando as regras de aposentadoria, em razão da expectativa de vida média da
13

população (75,5 anos), a tendência de redução da população em idade ativa, entre


outros aspectos.
O objetivo da reforma, segundo o governo, era equilibrar as finanças da
União, tendo em vista que em 2016 o déficit do INSS chegaria a R$ 149,2 bilhões
(2,3% do PIB). A PEC 287 propunha que todos — exceto militares — teriam as
mesmas regras de aposentadoria: trabalhadores da iniciativa privada, Políticos e
Servidores Públicos, vão se aposentar aos 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres),
com valor do benefício limitado ao Teto do INSS (R$5531), além de aumentar o
tempo de contribuição para 40 anos para que o trabalhador receba a aposentadoria
integral (cujo valor máximo, em 2017, é 5.531,31 reais)
O tempo mínimo de contribuição à Previdência aumentaria 67% para
Servidores Públicos, passando de 15 para 25 anos, mas foi mantido em 15 anos
para trabalhadores da iniciativa privada. A tramitação da reforma foi suspensa pelo
governo em 2018, tanto pela falta de votos (apoio no Congresso) como também pela
intervenção federal no Rio de Janeiro, cujo período de vigência impede, por força de
lei, que a reforma fosse aprovada.

10. GOVERNO BOLSONARO

Também chamada de Nova Previdência, a reforma da Previdência do


governo Jair Bolsonaro entrou em vigor com a publicação da Emenda Constitucional
nº 103 no Diário Oficial da União, em 13 de novembro de 2019. Em 20 de fevereiro
de 2019, o presidente Jair Bolsonaro entregou pessoalmente ao Congresso a
proposta da reforma da previdência elaborada pela equipe do Ministério da
Economia, chefiada por Paulo Guedes. Em maio, o governo lançou uma campanha
publicitária pela reforma da Previdência sob o slogan Nova Previdência. Pode
perguntar., ao custo de 37 milhões de reais.
No dia 23 de outubro de 2019, o Senado do Brasil aprovou o texto-base da
reforma da previdência por 60 votos a 19.

10.1 Principais Mudanças


14

Idade mínima: 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, não


sendo mais possível se aposentar apenas por tempo de contribuição. Tempo de
Contribuição: 15 anos para homens e mulheres. 20 anos para homens que iniciem
sua vida profissional após a reforma entrar em vigor. Cálculo do Benefício: Média
baseada em 100% dos salários. Para ter direito à aposentadoria integral, mulheres
devem contribuir por 35 anos e homens por 40 anos. Servidores Públicos: Com um
mínimo de 25 anos de contribuição, mulheres poderão se aposentar aos 62 e os
homens aos 65 anos.

10.2 Tramitação no Congresso Nacional

A proposta da Reforma da Previdência ficou estagnada por um tempo no


Congresso, desde sua apresentação em fevereiro, contribuindo para a crise política
e econômica do começo do governo. No dia 6 de agosto, a Câmara dos Deputados
aprovou em segundo turno, por 370 votos a favor, 124 contra e uma abstenção, o
texto base da reforma. Esse texto não continha uma das principais propostas do
governo, que era a transição do regime de repartição para um regime de
capitalização. O texto-base aprovado foi igual ao aprovado no primeiro turno, em 10
de julho, quando 379 deputados votaram a favor e 131 contra. No dia 7 de agosto,
os deputados federais rejeitaram todos os oito destaques que pretendiam mudar o
texto base da reforma, logo, o plenário da Câmara dos Deputados concluiu a
votação em segundo turno e o texto da reforma da previdência foi formalmente
enviado ao Senado Federal.
No dia 22 de outubro, o Senado aprovou em segundo turno o texto-base da
reforma, por 60 votos a 19. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição
(PEC), o texto precisa ser aprovado duas vezes, tanto na Câmara quanto no
Senado. O texto fora aprovado em primeiro turno no Senado no dia 2 do mesmo
mês, por 56 votos a 19. Também por ser uma PEC, o texto não precisa ser aprovado
pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, precisando apenas ser promulgado
pelo Congresso, o que ocorreu em 12 de novembro de 2019.
A Câmara dos Deputados é a câmara baixa do Congresso Nacional do Brasil
e, ao lado do Senado Federal, faz parte do Poder Legislativo da União. A Câmara
está localizada na praça dos Três Poderes, na capital federal, e é composta pela
15

Mesa da Câmara dos Deputados do Brasil, pelo Colégio de Líderes e pelas


Comissões, que podem ser permanentes, temporárias, especiais ou de inquérito. Foi
criada em 25 de março de 1824 pela Constituição brasileira de 1824 e no dia 6 de
maio de 1826 foi realizada a sessão de abertura da primeira legislatura da
Assembleia Geral Legislativa, em reunião conjunta da Câmara dos Deputados e do
Senado. São 513 deputados que, através do voto proporcional, são eleitos e
exercem seus cargos por quatro anos. Atualmente seu presidente é o deputado
federal Arthur Lira, filiado ao Progressistas (PP) do estado de Alagoas.

10.3 Manifestações Favoráveis e Contrárias

No dia 26 de maio de 2019 foram realizadas manifestações a favor do


governo em ao menos 156 cidades nos 26 estados e no DF. Manifestantes usavam
roupas nas cores verde e amarelo e carregavam bandeiras do Brasil. As principais
pautas defendidas por eles foram: as reformas ministerial, da previdência e apoio ao
pacote anticrime, do ministro Sergio Moro. Dentre as principais cidades que
registraram atos, Rio de Janeiro e São Paulo foram as que tiveram o número mais
expressivo de manifestantes. Nesta, o acontecimento ocupou cerca de sete
quarteirões da Avenida Paulista; naquela, ele se concentrou na Avenida Atlântica, na
orla de Copacabana, ocupando o mesmo número de quarteirões. Sobre as
manifestações, Bolsonaro afirmou que foram um "recado às 'velhas práticas' que
não deixam o povo se libertar". Governadores no Brasil também apoiaram a
proposta, principalmente os do Nordeste.
No dia 14 de junho de 2019, ocorreu uma greve geral em todo o país que foi
contrária a Reforma da Previdência. Até às 20 horas do dia, 189 cidades de 26
estados e Distrito Federal tinham registrado protesto. A greve foi organizada pela
Central Única dos Trabalhadores (CUT), juntamente com Força Sindical, Central
Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB),
União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central CSP-Condutas e Intersindical.
O exército brasileiro na sua base também protestou contra a reforma.

10.4 Repercussão após aprovação


16

Comentando no Jornal da Cultura, o economista Samy Dana disse que a


valorização da moeda brasileira que ocorreu após a aprovação da reforma foi devido
a fatores externos, como os balanços das empresas americanas que foram
divulgados no terceiro trimestre que vieram melhor do que esperado, o "aceno" do
Reino Unido para sair do Brexit e a intenção da aprovação da reforma da
previdência do Brasil. Samy Dana pontuou que a reforma é necessária, mas não é
suficiente. Tem outras reformas [que estão por vir] (…) A economia do Brasil não
precisa melhorar de fato para a bolsa subir. Você trabalha com expectativa.
PEC n.º 6 de 2019: Em 20 de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro entregou
pessoalmente ao Congresso a proposta de reforma elaborada pela equipe do
Ministério da Economia, chefiada por Paulo Guedes. Um dos pontos cruciais da
reforma é a proposta de transição do atual regime de repartição para um regime de
capitalização. No regime de repartição, os trabalhadores que contribuem para a
previdência estão, na verdade, pagando a aposentadoria de quem já está
aposentado. No regime de capitalização, cada trabalhador será responsável por
contribuir para sua própria previdência, de certo modo, como uma poupança. Essa
"poupança" seria gerida por entidades públicas e privadas da escolha do
trabalhador. Paulo Guedes se espelhou no modelo previdenciário chileno, no qual o
dinheiro é administrado por empresas privadas que, por sua vez, podem investir no
mercado financeiro.
A proposta de reforma da previdência foi protocolada na Câmara dos
Deputados como a PEC 6/2019, a mesma foi aprovada na Comissão de
Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara (CCJ) em abril do mesmo ano, e
quase três meses depois na Comissão Especial sendo aprovada pelo plenário da
Câmara em primeiro turno no mês de julho e em segundo turno em agosto. No
Senado Federal por sua vez, a reforma da Previdência foi definitivamente aprovada
em 23 de outubro de 2019, na casa o Senador Tasso Jereissati, foi o relator da
proposta de alteração constitucional na Comissão de Constituição e Justiça e
Cidadania a promulgação do texto como Emenda Constitucional pelos presidentes
das duas casas do Congresso Nacional ocorreu em 12 de novembro de 2019, a
matéria foi 103ª alteração na Constituição de 1988, segundo os economistas a
previsão é de economia de R$ 800 bilhões aos cofres públicos em 10 anos.

10.5 Reforma da Previdência: o que mudou?


17

No ano de 2019, a Previdência Social consumiu em torno de R$ 767,8


bilhões. Essa estimativa é a mesma que consta na proposta de orçamento
encaminhada ao Congresso Nacional no ano anterior. Esse número foi três vezes
maior do que a soma dos desembolsos com educação, saúde e segurança pública.
Para completar, nesse ano, o rombo nas contas do sistema previdenciário
ultrapassou a marca de R$ 300 bilhões. Essa é a diferença entre o que o governo
arrecada como contribuição à Previdência e o que ele tem que pagar em
aposentadorias e pensões.
O objetivo principal da reforma é justamente reduzir esse deficit. Já sob as
novas regras, então, o governo estimou os gastos com previdência para 2020 em R$
677 bi. O valor representa uma redução de quase 12% em relação ao ano anterior.
Aprovada em segundo turno pelo Senado em 22 de outubro de 2019, ela altera
diversos pontos e afeta todos os trabalhadores ativos. Veja, agora, as principais
mudanças que já estão em vigor.
Trabalhador privado urbano: para a mulher 62 anos idade e15 anos tempo de
contribuição. Para o homem 65 anos idade e 20 anos tempo de contribuição.
Trabalhador servidor público: para a mulher 62 anos idade e 25 anos tempo
de contribuição, 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo. Para o homem 65
anos idade e 25 anos tempo de contribuição, 10 anos no serviço público e 5 anos no
cargo.
Trabalhador rural (não muda): para a mulher 55 anos idade e 15 anos tempo
de contribuição. Para o homem 60 anos idade e 15 anos tempo de contribuição.
Professor Privado: Para a mulher 57 anos idade, 25 anos tempo de
contribuição como professor. Para o homem 60 anos idade, 25 anos tempo de
contribuição como professor.
Professor Servidor Público: para a mulher 57 anos idade, 25 anos tempo de
contribuição como professor, 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo. Para o
homem 60 anos idade, 14 anos tempo de contribuição como professor, 10 anos no
serviço público e 5 anos no cargo.

Muita gente vai demorar muitos anos para conseguir se aposentar agora. A
idade média dos clientes do escritório em 2018 era 51 anos. Isso quer dizer que com
18

o tempo e a nova aposentadoria, as pessoas podem demorar 10 ou mais anos para


se aposentar.

10.6 Quais são os impactos destas mudanças?

Agora que você já sabe as principais mudanças propostas pela reforma, é


importante discutir o seu impacto na sua vida. Primeiramente, ficou bem claro que é
difícil se aposentar e conseguir uma boa remuneração por isso. Logo, um grande
impacto é que a população precisa se desprender um pouco da dependência
exclusiva da previdência social. Ou seja, procurar alternativas de previdência
privada, ou investir para acumular capital. É mais importante do que nunca ter uma
disciplina e um planejamento financeiro para a aposentadoria, pois a previdência
não é mais tão garantida. É preciso encontrar uma alternativa. Outro grande impacto
é nas regras de transição. Como ficou claro, o poder de decisão está na mão do
contribuinte, que pode decidir como irá ser impactado pela reforma. Apesar de o
artigo ter um bom resumo, é difícil entender de maneira tão clara qual é a decisão
ideal para cada caso.
Portanto, os contribuintes precisam entender melhor as regras, ou contar com
um apoio jurídico, através de uma consultoria, para encontrar a regra de transição
que seja mais vantajosa para o seu caso específico. Então, se quiser conhecer mais
sobre os detalhes da reforma e estar por dentro desta e de qualquer outra mudança,
cadastre o seu e-mail e recebe conteúdos exclusivos.

10.7 A reforma da previdência era necessária?

A Previdência Social tem um déficit crescente, ou seja, gasta mais do que


arrecada. Sem uma reestruturação, para garantir o pagamento dos benefícios, seria
preciso tirar recursos de outros sistemas, como educação, saúde e infraestrutura.
Outro ponto é que, com o envelhecimento da população, menos pessoas contribuem
e mais passam a receber o benefício. O resultado disso é que o rombo não pararia
de crescer enquanto uma medida corretiva não fosse aplicada.
Aqui, vale destacar que o envelhecimento da população está ligado a dois
fatores. O primeiro é o aumento da expectativa de vida do brasileiro, que, hoje, gira
entre 70 e 80 anos. Essa média, superior às que eram registradas quando a
19

legislação anterior foi desenvolvida, contribuía para o desequilíbrio. O segundo fator


é a queda na taxa de natalidade — as mulheres estão tendo menos filhos e
engravidando mais tarde. Com isso, a proporção entre idosos e jovens no país é
alterada.
Nesse cenário, haveria cada vez menos contribuintes e mais beneficiários.
Estes receberiam o benefício por mais tempo, considerando o aumento da
expectativa de vida. A verdade é que a reforma da Previdência não foi um
movimento único. Foi um conjunto de propostas para tentar fazer a conta de a
Previdência Social fechar. Por isso, diferentes interesses e orientações políticas
permearam as discussões, demandando diversos ajustes até que o texto fosse
aprovado.

10.8 Aposentadoria por idade

A principal mudança para quem se aposenta pelo INSS é o aumento da idade


mínima. Ela passa a ser de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. Antes
da reforma, não existia idade mínima no setor privado. O setor público, no entanto,
previa 60 anos para homens e 55 anos para mulheres. Além disso, a reforma não
permite mais que os trabalhadores se aposentem apenas por tempo de contribuição.
Contudo, para se aposentar, será necessário ter contribuído com o INSS por, pelo
menos, 15 anos. Ainda, os homens que passarem a contribuir com a Previdência
Social após a nova lei devem colaborar por, no mínimo, 20 anos.
Tempo de contribuição: Antes, mulheres com 30 anos e homens com 35 anos
de contribuição podiam se aposentar a partir dos 56 e 61 anos, respectivamente. A
ideia, nessa regra de transição, é aumentar a idade mínima a cada ano, até igualar
às medidas gerais da reforma.
Isso acontecerá em 2031 para as mulheres, quando a idade mínima será de
62 anos. Já para os homens, em 2027, essa idade limite já será de 65 anos.
Idade mínima e tempo de contribuição: Essa regra de transição se destina ao
contribuinte homem com 61 anos e 35 de contribuição. Também para a mulher com
56 anos e 30 anos de contribuição. Ela estabeleceu uma progressão de idade que
determina o acréscimo de 6 meses na idade mínima a cada ano, a iniciar em 2020.
Assim, a partir de 2031 as mulheres atingirão 62 anos e os homens, 65 anos em
2027.
20

Com isso, a partir de 2031, essa regra de transição deixará de existir. Passará
a valer a regra geral para aposentadoria: 65 anos para o homem e 62 anos para a
mulher.

10.9 Cálculo do benefício

O cálculo do benefício também mudou. Agora, ele é feito com base na média
do histórico geral de contribuição do trabalhador. Antes, era feita uma média de 80%
dos maiores recebimentos, levando em consideração também os reajustes do
salário mínimo. Quem contribuir por 20 anos terá direito a se aposentar recebendo o
equivalente a 60% do benefício calculado. O valor aumenta dois pontos percentuais
a cada dois anos em que o trabalhador permanecer na ativa. Assim, para atingir o
valor integral calculado, os homens terão de contribuir por 40 anos, e as mulheres,
por 35 anos, pelo menos.
Aposentadoria por insalubridade: Após a Reforma, será calculado 60% da
média salarial, com acréscimo de 2% por ano trabalhado que exceda 15 anos para
mulheres e trabalhadores de minas ou 20 anos para homens. Essa é uma mudança
significativa, e, portanto, acaba sendo uma grande diferença no valor recebido da
aposentadoria. Em segundo lugar, houve inclusão das idades mínimas que variam
conforme o período contribuído, são elas: 55, 58 e 60 anos (de acordo com o grau
de risco da profissão) e que devem ser aliadas com os seguintes tempos de
contribuição:
- 15 anos, podem aposentar-se trabalhadores de mineração subterrânea, que
estão em frentes de produção;
- 20 anos, aposentam-se trabalhadores expostos ao agente químico asbestos
(amianto) e colaboradores que trabalham em mineração subterrânea, mas afastados
das frentes de produção;
- Por último, 25 anos, tendo direito à aposentadoria especial todos os demais
casos de exposição a agentes físicos, químicos e biológicos.

10.10 Como ficaram as alíquotas depois da Reforma da Previdência?


21

A reforma da Previdência estabeleceu novas alíquotas progressivas, ou seja,


quem ganha mais paga mais. Para o colaborador da iniciativa privada serão quatro
alíquotas, de acordo com a renda. Quem ganha até um salário mínimo contribui com
7,5%. Já aqueles que recebem de R$ 1.045 a R$ 2.089,60 pagam 9%. A próxima
faixa vai de R$ 2.089,60 a R$ 3.134,40, com alíquota de 12%. Acima desse valor e
até R$ 6.101,06, que é o teto do INSS, sobe para 14%. Aos servidores federais, a
alíquota máxima é de 11% sobre todo o salário. Para os servidores que continuarem
ligados ao Regime Próprio da Previdência Social (RPPS), há novas alíquotas
incidindo também sobre as faixas salariais acima do teto do regime geral. Elas
podem chegar até 22% e são calculadas sobre cada faixa de salário.
Mulheres: ganham mais 2% a cada ano trabalhado depois de 15 anos de
contribuição. Se tiver 16 anos de contribuição, tem direito 62%. Se tiver 17 anos de
contribuição, terá direito 64%, e assim por diante.
Homens: ganham mais 2% a cada ano trabalhado depois de 20 anos de
contribuição. De 15 a 20 anos de contribuição há direito a 60% da média salarial. Se
tiver 21 anos, terá 62% da média. Se tiver 22 anos, terá 64%, e assim por diante.

10.11 Quando as mudanças da reforma passaram a valer?

A reforma da Previdência foi aprovada pelo Congresso Nacional no dia 12 de


novembro de 2019. Porém, foi apenas depois da publicação no Diário Oficial da
União, no dia seguinte (13), que as regras passaram a valer. Vale destacar que a
maioria das alterações entrou em vigor de forma imediata. Algumas, no entanto,
tiveram uma carência. Podemos citar a mudança na alíquota de contribuição
previdenciária, que passou a valer em 1º de março de 2020.

10.12 Sistema de pontos

É semelhante à regra anterior, em que o trabalhador soma sua idade ao


tempo de contribuição. Para solicitar a aposentadoria, antes, era preciso que esse
valor fosse de 86 para mulheres e 96 para os homens. Com a reforma, ao adotar o
sistema de pontos, o contribuinte deve ter no mínimo 30 anos (mulheres) ou 35 anos
(homens) de contribuição. A partir de 2020, a cada ano, a razão necessária
22

aumentará 1 ponto, até alcançar 100 pontos para mulheres e 105 pontos para
homens.
O valor do benefício passa a ser calculado a partir da média dos salários de
contribuição a partir de julho de 1994. Atribui-se um percentual de 60% e mais 2
pontos para cada ano que ultrapassar os 20 anos de contribuição, se homem, e 15
anos, se mulher. Isso tem como objetivo não prejudicar tanto quem começou a
trabalhar cedo quanto quem já tem o tempo necessário de contribuição para se
aposentar.
Pedágio de 50%: Quem estava bem próximo de atingir o tempo mínimo de
contribuição para se aposentar nas regras antigas pode optar por esse modelo de
transição. Para isso, será preciso cumprir o tempo de trabalho restante e mais
metade dele. Ou seja, se o trabalhador contribuiria por mais um ano quando a
reforma da Previdência foi aprovada, terá de fazê-lo por um ano e meio. Assim, o
benefício será concedido de forma integral depois desse período de pedágio.
Pedágio de 100%: Já para quem cumpria os requisitos da aposentadoria por
idade e precisava completar apenas o tempo de contribuição, essa regra pode ser a
melhor alternativa. Nela, o trabalhador terá de cumprir um pedágio de 100% sobre o
tempo restante para período mínimo de contribuição. Veja um exemplo: se um
homem com 60 anos tinha 28 de contribuição, ele precisará trabalhar por mais 4
anos.
É uma regra exclusiva a quem ingressou no serviço público até 31 de
dezembro de 2003 e pretende se aposentar com o último salário da ativa. Funciona
de forma semelhante ao sistema de pontos para trabalhadores da iniciativa privada.
A soma da idade com tempo de trabalho começa em 86 para mulheres e 96 para
homens, com aumento de um ponto a cada ano. A diferença é que, para esses
profissionais, a idade mínima exigida do benefício é de 56 anos para mulheres e 61
anos para homens. O tempo mínimo de contribuição é de 30 e 35 anos,
respectivamente.
O que você pode fazer hoje para garantir uma aposentadoria tranquila? Já
pensou em não depender da Previdência Social no futuro? Existe uma forma de
começar a fazer isso hoje mesmo. O primeiro passo é dar mais atenção às finanças
e começar a se organizar financeiramente.
Saiba que, quando cuida do seu dinheiro, de modo a separar alguma quantia
para o futuro, você já está no caminho da independência financeira. Depois,
23

conforme for se acostumando com o equilíbrio das contas, será mais livre para
tomar decisões sobre sua vida e carreira. Entre elas, a importante definição de
quando você vai se aposentar.
As possibilidades que o mercado financeiro oferece podem ser grandes
aliadas nesse objetivo. Existem opções como planos de previdência privada,
Tesouro Direto e fundos de investimento. Todas têm potencial de ajudar a construir
seu patrimônio com segurança e boa rentabilidade. Mesmo que a Previdência Social
seja muito importante a todos os trabalhadores, é possível se programar para não
contar apenas com esse benefício. Esse é o grande segredo para que você tenha a
tranquilidade que espera dos anos de descanso. Agora você entende um pouco
mais sobre o que muda com a reforma da Previdência no Brasil.

10.13 O impacto da pandemia na reforma da previdência

No ano subsequente à aprovação da Reforma da Previdência, com impacto


na economia nacional, surgiu a pandemia do COVID-19. Neste mesmo período a fila
de espera pelo benefício da aposentadoria se encerrou com 1,7 milhões de
brasileiros o aguardando.
Em 2020, aproximadamente 4,5 milhões de aposentadorias foram negadas,
um número 6,2% maior em relação ao ano de 2019, que possuía o recorde de
reprovação em 4,2 milhões. Outro recorde batido em dezembro deste mesmo ano foi
a demora na fila de concessão dos benefícios, onde 1.760.368 pedidos aguardavam
a adesão, visto que 72,3% dependem do serviço do INSS e o restante apenas
esperam pela regularização dos segurados.
No breve debate que antecedeu a Reforma da Previdência, nem mesmo os já
beneficiados sabiam como ocorreria as alterações, visto que na própria EC 103/19 já
continha informações bastante divergentes referentes a como seria sua implantação.
Assim, convém observar se os próximos anos serão tão desastrosos quanto foi
2020, já que o objetivo é que até 2033 todo o processo resulte à uma única norma.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
24

SALLUM, B. J. O Governo Itamar e a Democracia. Scielo Brasil, 2021.


Disponível em: https://www.scielo.br/j/sant/a/6myNQV64TbN7cqwNtYkPBwH/ .
Acesso em: 16 de outubro 2021.

CONGRESSO EM FOCO. Histórico e Ameaça de Nova Reforma da


Previdência. Congresso em foco, 2016. Disponível em:
https://congressoemfoco.uol.com.br/reportagem/historico-e-ameaca-de-nova-
reforma-da-previdencia/ . Acesso em: 16 de outubro 2021.

WIKIPÉDIA. Previdência social no Brasil. 2021. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Previd%C3%AAncia_social_no_Brasil. Acesso em: 15
out. 2021.

CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. Presidência da


República: casa civil. Casa Civil. 2019. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc103.htm. Acesso
em: 14 out. 2021.

CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. Presidência da


República: casa civil. Casa Civil. 2019. Disponível em:
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/07/10/camara-aprova-em-primeiro-turno-
texto-base-da-pec-da-previdencia.ghtml. Acesso em: 14 out. 2021.

CALGARO, Fernanda et al. 2021. Disponível em:


https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/07/10/camara-aprova-em-primeiro-turno-
texto-base-da-pec-da-previdencia.ghtml. Acesso em: 13 out. 2020.

SIQUEIRA, A. Reforma da Previdência: entenda o que muda. entenda o que


muda. 2020. Disponível em: https://blog.magnetis.com.br/reforma-da-previdencia/.
Acesso em: 15 out. 2021.

BELTRÃO, R. I. Reforma da Previdência | Guia Completo. 2019. Disponível


em: https://ingracio.adv.br/reforma-da-previdencia/. Acesso em: 16 out. 2021.

GOV.BR. NOVA PREVIDÊNCIA. 2021. Disponível em:


http://www.brasil.gov.br/novaprevidencia/. Acesso em: 13 out. 2021.
25

CASA CIVIL. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103, DE 12 DE NOVEMBRO


DE 2019. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc103.htm. Acesso
em: 12 out. 2021.

LUCHIN, A. B. NOVAS REGRAS PARA APOSENTADORIA: conheça o que


mudou (2021). CONHEÇA O QUE MUDOU (2021). 2020. Disponível em:
https://abladvogados.com/artigos/novas-regras-para-aposentadoria/. Acesso em: 15
out. 2021.

CONTEUDO, E. Congresso quer usar recursos da Previdência em


emendas parlamentares. Disponível em: https://exame.com/brasil/congresso-quer-
usar-recursos-da-previdencia-em-emendas-parlamentares/. Acesso em: 13 out.
2021.

SANTANA, A. E. JADE, L. Reforma da Previdência: saiba o que muda com


as novas regras propostas. 2016. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-12/reforma-da-previdencia-
saiba-o-que-muda-com-novas-regras-propostas. Acesso em: 16 out. 2021.

NACIONAL, T. Reforma da Previdência do governo Temer. 2020.


Disponível em: https://especiais.gazetadopovo.com.br/politica/reforma-previdencia-
governo-temer/. Acesso em: 15 out. 2021.

FREITAS, G. Problema antigo, Previdência já foi alterada por FHC, Lula e


Dilma. 2019. Disponível em: https://economia.ig.com.br/previdencia/reforma-
urgente/2019-05-29/problema-antigo-previdencia-ja-foi-alterada-por-fhc-lula-e-
dilma.html. Acesso em: 14 out. 2021.

Você também pode gostar