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Direitos de Propriedade Intelectual como base para políticas nacionais

1- INTRODUÇÃO
Os direitos de propriedade intelectual são direitos patrimoniais que protegem diversas formas de
criação intelectual humana. A propriedade intelectual compreende os direitos autorais e os direitos de
propriedade industrial, tais como: invenções, sinais identificadores, novas formas para objetos cotidianos,
criações do campo das artes em geral, entre outros frutos do intelecto. Interessa aqui a discussão sobre os
direitos industriais1 como decisivos para as nações se posicionarem e competirem no mercado globalizado.
Em especial, os direitos de propriedade industrial surgem em um contexto de expansão de mercado
no qual os agentes econômicos, para conquistar e fidelizar a clientela, procuram diferenciar-se pela entrega
de novos bens de consumo. Conforme o tratadista e professor português Carlos Olavo:
Ora, num mercado cada vez mais competitivo e globalizado, a capacidade que cada empresário
tenha de inovar e de se distinguir dos demais constitui indiscutível vantagem. E é vantagem
acrescida a circunstância de os consumidores reconhecerem, com facilidade, essa capacidade de
inovação e de distinção. A Propriedade Intelectual representa a atribuição, a cada um, dos
valores correspondentes às inovações que fazem, bem como à respectiva capacidade distintiva,
em termos de tais valores poderem ser imediatamente apreendidos pelo mercado. (OLAVO,
2005, p.8)

Inovar e distinguir, para o citado autor, revelam-se como elementos fulcrais dos direitos de
propriedade industrial, reunindo marcas, nomes comerciais e indicações geográficas, como sinais de
identificação, e as patentes de invenção, modelos de utilidade e desenhos industriais como derivados da
capacidade de inovação. Esse conjunto de direitos permite às empresas e demais empreendedores se
posicionarem no mercado, com vistas ao crescimento e desenvolvimento de suas atividades. Não há como
negar serem tais direitos elementos de grande importância para o sistema de mercado capitalista, pois
buscam premiar aquele que investe em inovação, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico,
econômico e social da sociedade. Não há como investir sem a garantia da possibilidade de explorar seu
investimento de forma eficiente.
Não obstante, a questão se desenha no sentido de como tais garantias podem ser obtidas por
aqueles que investem. Que incentivos serão dados para a garantia da apropriação do investimento gasto na
inovação e diferenciação torna-se um ponto de problematização discutido pelos formuladores de políticas
desde o final do séc. XVIII.
Tais discussões levaram, em 1883, à Convenção da União de Paris para a Proteção da Propriedade
Industrial (CUP). Esta, por meio do seu artigo 12°, dispõe que:

1
“A propriedade industrial engloba o conjunto de princípios e normas que atribuem uma protecção exclusiva (com um
‘círculo de poder’ e um ‘círculo de proibição’) aos novos resultados da actividade criativa no domínio tecnológico – um
domínio que busca a consecução prática de soluções de problemas técnicos –, conquanto estético utilitário” (REMÉDIO
MARQUES, 2005, p. 206).
1
Cada um dos países da União se compromete a estabelecer um serviço especial da propriedade
industrial e uma repartição central para informar o público sobre as patentes de invenção,
modelos de utilidade, desenhos ou modelos industriais e marcas de fábrica ou de comércio (...).

Por meio da CUP ficou estabelecido ser de responsabilidade do Estado o estabelecimento de um


serviço especial e uma forma de comunicação com a sociedade (no Brasil, a Revista de Propriedade
Industrial – RPI). Diante disso, todos os países signatários apresentam escritórios oficiais para tratar da
propriedade industrial.
O Brasil não se diferencia dos demais países, visto ser signatário da CUP desde 1883, durante o
governo imperial de D. Pedro II, que colocou o país no cenário das nações que protegem a propriedade
industrial. Seguindo essa lógica, o país participa, desde o final do século XIX, das discussões sobre
propriedade industrial em fóruns internacionais defendendo-a como elemento propulsor do
desenvolvimento tecnológico, econômico e social. Todavia, pelo número de requerimentos de patente de
invenção, como será observado ao longo deste documento, no caso da capacidade inovativa, percebe-se
que nossos empreendedores ainda precisam de políticas públicas que auxiliem na compreensão da
propriedade industrial como elemento estratégico para o desenvolvimento, bem como para a apropriação
da inovação.
Nesse contexto, este texto tem por objetivo apresentar a importância do papel do Estado, não
apenas na concessão de direitos de propriedade industrial, como também na formulação de políticas
públicas que auxiliem no uso estratégico destes direitos, visando ao alcance do disposto tanto na
Constituição Federal do Brasil de 1988, quanto na Lei da Propriedade Industrial (LPI 9279/1996), ou seja, o
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.
Para tanto, o documento está estruturado em quatro seções, além desta introdução e da
conclusão. Na primeira seção, discutir-se-á a institucionalização dos direitos de propriedade industrial e o
papel do Estado. Na segunda seção, empreender-se-á discussão sobre o direito de propriedade industrial e
o interesse público. Na terceira serão apresentados os principais escritórios de propriedade intelectual do
mundo e sua caracterização. Na quarta trata-se do direito de propriedade industrial no Brasil.

2- A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL E O PAPEL DO ESTADO

O direito de propriedade industrial, em âmbito internacional, teve sua primeira regulamentação,


conforme disposto, a partir da CUP. Por meio desta, foram estruturadas as principais diretrizes a serem
seguidas pelos Estados membros no cumprimento de proteção mínima aos direitos de propriedade
industrial, incluindo-se entre estes as marcas, as patentes, os desenhos industriais, os modelos de utilidade
e o combate às falsas indicações de proveniência.
Bodenhausen (1967) dispõe que a CUP especifica que os Estados contratantes se constituem em
uma União para a proteção da propriedade industrial, acrescentando que a Convenção contém disposições
de direito internacional público que regulam os direitos e obrigações dos Estados membros, estabelecendo
2
os órgãos da União criados pela Convenção, bem como as disposições de caráter administrativo. Além
disso, o citado autor aponta exemplos de tais disposições, inserindo, entre as mesmas, o artigo 12 da
Convenção, sobre o qual comenta: “El Artículo 12, donde se exige que los Estados miembros establezcan un
servicio nacional de propriedad industrial que edite ciertas publicaciones.” (BODENHAUSEN, 1967, p. 10).
Transcrevendo tal artigo (Art. 12o (1)), tem-se ideia da obrigação assumida por cada país membro da CUP
(CUP apud BODENHAUSEN, 1967, p. 167):
Cada país de la Unión se compromete a establecer un servicio especial de la propiedad
industrial y una oficina central para la comunicación al público de las patentes de invención, los
modelos de utilidad, los dibujos o modelos industriales y las marcas de fábrica o de comercio.
Este servicio publicará una hoja oficial periódica. Publicará regularmente: a) los nombres de los
titulares de las patentes concedidas, con una breve designación de las invenciones patentadas; b)
las reproducciones de las marcas registradas. (Grifo dos autores)

Bodenhausen complementa que a proteção da propriedade industrial e em particular sua proteção


internacional não podem evidentemente levar-se a cabo sem as “administraciones nacionales” que
registram os direitos de propriedade industrial e devem comunicar os mesmos. Segundo o autor
(BODENHAUSEN, 1967, p. 167-168):

(...) (b) Como la protección de la propiedad industrial, y en particular su protección internacional,


no pueden evidentemente llevarse a cabo sin las administraciones nacionales que registran los
derechos de que se trate y comunican esos derechos al público, el Convenio obliga a cada Estado
miembro a establecer esa administración en una oficina central. Según se indica en el Artículo
13.3) b) del Convenio, los Estados miembros pueden concluir también arreglos especiales que
establezcan una oficina común que tenga para cada uno de ellos el carácter de servicio nacional
especial de la propiedad industrial. (Grifo dos autores)

Como dito, a CUP estabeleceu não só a necessidade de os países estabelecerem instituições


nacionais para cuidar da propriedade industrial, como, também, sobre o que incidiriam os direitos
compreendidos dentro da noção de propriedade industrial. Marcas, patentes, desenhos industriais e
modelos de utilidade deveriam receber proteção em cada país pertencente à União de Paris. O Brasil
sempre esteve presente na CUP, conforme já informado, tendo sido membro fundador da mesma. Já
existiam algumas legislações a proteger separadamente alguns dos direitos de propriedade industrial, como
as marcas e as patentes. A unificação de cada um desses direitos, contemplando o disposto na CUP,
ocorreu ao longo dos séculos XIX e XX. No caso específico do Brasil, apenas com o Decreto-Lei n° 7.903 de
27 de agosto de 1945, reuniu-se marcas, patentes e desenhos industriais como pertencentes ao que se
pode denominar sistema de propriedade industrial.
Durante o século XX, a propriedade industrial foi ganhando cada vez mais espaço no cenário
internacional, com o acirramento do viés protetivo. Isso acarretou em revisões da CUP. Todavia, havia a
necessidade de robustecer o sistema e a pressão dos países desenvolvidos levou a discussão da
propriedade industrial para o âmbito do comércio. Neste contexto, foi aprovado o Acordo sobre os

3
Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (ADPIC2), como parte do
Acordo de Marrakesh, em 1994. O ADPIC reforça não só os direitos de propriedade intelectual, como um
todo, como também determina a observância da CUP por parte dos países que o assinaram.
No Brasil, a discussão sobre propriedade industrial, antes mesmo da entrada em vigor do ADPIC, já
fazia parte dos interesses do governo. Conforme Malavota (2006), os direitos de propriedade industrial
eram objeto de apreciação cuidadosa durante o período de 1970 a 1984. Segundo o autor, os governos
enquadrados no período citado visavam à “(...) construção de um amplo projeto de desenvolvimento
científico-tecnológico e industrial para o país, a partir do qual se desdobraria um plano específico para o
tratamento da propriedade industrial e transferência de tecnologia.” (MALAVOTA, 2006, p. 15).
O mesmo autor afirma ter sido a propriedade industrial um elemento de destaque do projeto
político do governo militar objetivando a transferência de tecnologia para o país. Acompanhando sua
exposição:

O despertar da década de 70 foi marcado por uma contundente inflexão no tratamento


governamental das questões concernentes ao comércio de tecnologia entre o Brasil e o exterior.
Como parte de uma ampla estratégia para o desenvolvimento da capacitação científico-
tecnológica nacional, empreendeu o regime militar um profundo reordenamento do aparato
jurídico-institucional de controle sobre as importações tecnológicas, englobando, entre outras
providências, a criação de um novo órgão de propriedade industrial, configurado sob moldes
totalmente diferentes de um escritório tradicional de patentes, e uma revisão da legislação
vigente. Esta significativa reforma inauguraria uma nova fase política para o setor, caracterizada
pela ampliação da esfera de atuação do Estado junto ao mercado tecnológico, fase esta que
perduraria até a década de 90, quando a estrutura de controle inaugurada pelo regime militar
seria desmontada, atropelada pelo processo de liberalização econômica. (MALAVOTA, 2006, p.
96)

Defende-se, também, que apenas diante deste legado, pode-se compreender o posicionamento
dado à propriedade industrial na Constituição Federal brasileira de 1988. A matéria foi inserida dentro do
artigo 5º, que trata de garantias fundamentais a resguardarem todos os cidadãos. Conforme a Constituição
Federal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...) XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País; (...)

Do texto constitucional, depreende-se ser a propriedade industrial uma dimensão não apenas
individual, da garantia de direito àquele que investe em um bem do intelecto, mas também uma dimensão
social de promoção do interesse social e do desenvolvimento tecnológico e econômico do país. Não sem
razões, a Lei da Propriedade Industrial (LPI 9.279/1996), em seu artigo 2° reafirma o contido na Carta
Constitucional ao dispor “A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerando o seu

2
Este é mais conhecido por seu acrônimo em inglês TRIPS (Agreement on Trade-Related Aspects of Intellectual
Property Rights).
4
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país, efetua-se mediante a concessão
(...)” de patentes de invenção e de modelo de utilidade, desenhos industriais, marcas, etc (BRASIL, 1996).
Sobre a relevância do interesse social, presente no texto constitucional e na LPI, José de Oliveira Ascensão
assim se posiciona:
(...) ‘privilégio temporário’, ‘tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
económico do país’. Há aqui um evidente acentuar do interesse social. Esses direitos são
conferidos na medida em que há interesse do país na sua concessão. E são expressamente
apresentados como temporários. Manifesta-se visivelmente uma preocupação pelo interesse
público, muito mais expressa que no respeitante ao direito de autor e direitos conexos (...). Há
ainda outro preceito particularmente importante para este efeito. Referimo-nos ao art. 5 XXIII –
“a propriedade atenderá a sua função social”. Em si, representa um limite do direito de
propriedade. Impõe a esta um limite funcional intrínseco: o desempenho duma função social.
(ASCENSÃO, 2002, p. 132)

Para traçar tal limite entre o interesse privado e o viés público atrelado à concessão de um
privilégio ou de outra modalidade de propriedade industrial, cabe ao Estado regular a matéria, conforme
ocorre em todos os países, de forma a promover, por meio da concessão dos direitos de propriedade
industrial e do uso eficiente do sistema, o propalado e desejado desenvolvimento econômico e tecnológico,
assim como o bem estar social.
Em consonância com essa diretriz, destacam-se outros tratados internacionais sob a égide da CUP,
como o Tratado de Cooperação em matéria de Patentes (PCT) e o recém-assinado Protocolo de Madri, cujo
objetivo é simplificar a solicitação de direitos de propriedade industrial por parte dos agentes econômicos
em diversos países, respectivamente, na área de patentes e marcas. Os Estados que fazem parte desses
tratados são os responsáveis pela recepção e administração das solicitações, e principalmente, são os entes
competentes na análise e possível concessão desses direitos nos seus respectivos países, e devem atuar no
sentido de preservar o equilíbrio entre o interesse privado e o viés público.
O papel do Estado na administração e análise das solicitações sob o escopo desses tratados fica
evidente na leitura desses instrumentos do direito público internacional. No texto do Protocolo,
mencionam-se membros da União de Madri que são os Estados Contratantes. Também se menciona
“Administração de Origem”, como a Administração de um Estado-parte. No texto do PCT, a menção ao
Estado e suas instituições governamentais é explícita no artigo 2°, no qual se encontra o título “Definições”:

xii) entende-se por “Organismo nacional” a Autoridade governamental de um Estado


contratante responsável por conceder patentes; qualquer referência a um “Organismo nacional”
entender-se-á igualmente como uma referência a qualquer Autoridade intergovernamental
encarregada por vários Estados de conceder patentes regionais, desde que pelo menos um
desses Estados seja um Estado contratante e que esses Estados tenham autorizado a referida
Autoridade a assumir obrigações e a exercer os poderes que o presente Tratado e o Regulamento
de Execução atribuem aos Organismos nacionais”.
xiii) entende-se por “Organismo receptor” o Organismo nacional ou a organização
intergovernamental junto da qual o pedido internacional foi depositado.
Resta claro, assim, que é incumbência do Estado a recepção de pedidos sob os citados tratados.
Não haveria de ser diferente já que as matérias tratadas por esses instrumentos não são de natureza

5
privada, não devendo ser administrados por entes privados. O interesse público só pode ser representado,
portanto, por meio do Estado e das instituições por este coordenadas, de forma a obter a melhor eficácia
e eficiência do sistema.

3- O DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL E O INTERESSE PÚBLICO

Os direitos de propriedade industrial são direitos privados, concedidos aos agentes econômicos, na
intenção da exploração de criações intelectuais no ambiente de mercado, gerando benefícios econômicos,
tecnológicos e sociais. Neste equilíbrio entre garantir a exploração exclusiva aos titulares de tais direitos e o
aproveitamento pela coletividade dos avanços alcançados a partir da exploração do bem público
denominado conhecimento reside o elemento basilar do sistema de proteção à propriedade industrial.
Apesar da utilização do termo propriedade, não é clara a tipificação da proteção dos bens
intelectuais como uma espécie de propriedade. Isso se dá devido à matéria prima central para a produção
desses bens, ou seja, o conhecimento. Este se encontra disponível, sendo caracterizado como um bem não
finito e não rival. O consumo de conhecimento por cada um na sociedade não o diminui e não impede que
outros o utilizem. Todavia, o investimento destinado a transformar o conhecimento, bem público e não
rival, em uma invenção, por exemplo, merece ser recompensado. O sistema de propriedade industrial foi
estruturado pensando-se nessa recompensa. A ideia de classificar como propriedade a exploração e
transformação do conhecimento adveio, segundo Oliveira Ascensão (2002), muito mais de uma questão
ideológica3 do que técnica.
A presença do Estado no reconhecimento dos direitos de propriedade industrial passa a ter papel
fundamental exatamente por se tratar de um bem público, passível de fruição por toda a sociedade e que,
por poder ser transformado em matéria exclusiva de exploração econômica, tende a migrar para o âmbito
privado, mas sem deixar de perder suas especificidades como bem público. Conforme Remédio Marques
(2005, p. 202):
A produção e a divulgação do conhecimento tecnológico, (...), traduz a satisfação de necessidades
colectivas cujo processo de satisfação é assumido pela colectividade, ela própria, e não pelas
entidades privadas, as quais não podem satisfazer imediata e necessariamente por direito próprio
essas necessidades.

Remédio Marques (2005, p. 202) aponta que o processo de satisfação de tais necessidades deve ser
assumido por “entidades públicas governamentais ou institutos públicos”. A estes, segundo o autor,
“compete, segundo o princípio da territorialidade, a outorga de títulos jurídicos através dos quais são
constituídos direitos subjectivos patrimoniais privados sobre algumas das referidas criações ou prestações.”
Ou seja, para a consecução das finalidades desenhadas para o sistema de propriedade industrial, de

3
“Os direitos intelectuais são essencialmente direitos de exclusivo ou de monopólio. Reservam aos titulares a
exclusividade na exploração, ao abrigo da concorrência. São frequentemente qualificados como direitos de
propriedade, particularmente nas modalidades de propriedade literária ou artística e propriedade industrial. Mas a
qualificação nasceu no final do séc. XVIII e continua a existir com clara função ideológica, para cobrir a nudez crua do
monopólio sob o manto venerável da propriedade.” (ASCENSÃO, 2002, p. 126).
6
atendimento aos interesses envolvidos, seja de concorrentes, de titulares ou da sociedade como um todo,
o Estado funciona como um elemento mediador, visando à eficácia do sistema no intento de atingir ao bem
estar geral.
Neste diapasão, posiciona-se Barbosa ao analisar a concessão da proteção à patente.
É pacífico na doutrina nacional e estrangeira que a patente, isto é, o privilégio de exploração
monopolística que ela atribui, consiste em um instrumento destinado a equilibrar interesses. Se,
após divulgada uma invenção, qualquer pessoa pudesse apropriar-se da ideia e explorar por si
mesma suas utilidades industriais ou comerciais, pouco estímulo haveria tanto para a invenção
como para a divulgação dos inventos e, provavelmente, a sociedade seria privada de bens
capazes de promover o desenvolvimento e elevar a qualidade de vida das pessoas.
Modernamente, o período de exploração da patente é, acima de tudo, o mecanismo pelo qual as
empresas que se dedicam à invenção podem recompor os investimentos feitos em cada projeto
(BARBOSA, 2006, p. 15).

A concessão dos direitos de propriedade industrial, diante do exposto em Barbosa e Remédio


Marques, não visa a atender apenas o interesse dos titulares de direito. A concessão de tais direitos
significa um escopo mais abrangente, pois o seu reconhecimento visa a manter o equilíbrio entre os
diversos interesses presentes na sociedade, não apenas dos titulares. Otero Lastres (1977) já observava,
assim como Barbosa, a proteção conferida à patente como um estímulo à divulgação do invento. Esta
divulgação atende aos interesses da sociedade em ter o desenvolvimento tecnológico que beneficia a
todos. Os direitos de propriedade industrial, conforme os mesmos encontram-se moldados, permitem que
o conhecimento seja reabastecido constantemente por conta do investimento realizado e protegido. Como
tais direitos são finitos, o domínio público é o local de reserva para o qual cada invenção protegida retorna,
aumentando o patrimônio da sociedade e beneficiando a todos.
Hua (2014) pensando no sistema de propriedade intelectual como um todo e sua relação com o
interesse público e o bem estar da sociedade, assim se posiciona:
One of the important purposes of intellectual property systems is to address public interest and
welfare. Yet this should not deny the proprietary rights of intangible property, but rather
emphasize the importance of a balance between individual exclusive rights and social public
interest. (HUA, 2014, p.6)

As noções propaladas por Hua sobre o bem estar social e o interesse público obtido por meio do
reconhecimento dos direitos de propriedade industrial podem ser observadas no contexto do ADPIC, em
seu artigo 7º. Neste, encontra-se que a proteção e a aplicação das normas referentes aos direitos de
propriedade intelectual deverão contribuir para a promoção tecnológica e para a transferência e difusão de
tecnologia, de forma a beneficiar mutuamente os produtores e usuários do conhecimento tecnológico,
atendendo ao bem-estar socioeconômico e tecnológico e a um equilíbrio entre direitos e obrigações. Ao
analisar o artigo 7º do ADPIC, Remédio Marques (2005, p. 216) destaca que:
É, porém, certo que a promoção da inovação tecnológica depende da criação, por parte dos
poderes públicos, de infra-estruturas económicas (v.g., economia de mercado), sociais e políticas
(v.g., estabilidade política, sistema judicial independente, pautado por regras de imparcialidade).
Já a transferência de tecnologia é um objectivo que, hoje, não é exercitável apenas através da
celebração de contratos de licença de direitos de propriedade intelectual (ou de comunicação de
saber-fazer secreto), mas também através da disseminação automática, via Internet, da
7
informação contida em pedidos de patente, modelo de utilidade e topografias de produtos
semicondutores, contanto que essas informações permaneçam acessíveis ao público.

Afastando-se um pouco da proteção às tecnologias, mesmo na concessão de um direito exclusivo


sobre a marca, entende-se existir um interesse público, tendo em vista o papel da mesma no mercado de
diminuir a assimetria da informação entre os agentes por meio do cumprimento de sua função de
identificação e diferenciação entre produtos e serviços disponíveis no mercado. Oliveira Ascensão salienta
ter a marca a sua “base no interesse público”. Tal interesse é atingido quando a marca fornece informação
ao público em geral, auxiliando este a “(...) distinguir uns produtos e serviços de outros e evitando que seja
induzido a erro.” (ASCENSÃO, 2002, p. 135). Sobre a pertinência da concessão do direito sobre a marca,
Remédio Marques (2005, p. 218) apensa:
A constituição do direito de marca (...) predispõe-se a assegurar e a manter a capacidade de
diferenciação de produtos e serviços no mercado, o que não deixa de relevar na promoção da
competitividade da empresa que é titular ou usa a marca. Não faria sentido atribuir estes
exclusivos em mercados monopolistas.

Todos os direitos de propriedade industrial são pensados e estruturados de forma a permitir a


constituição de um sistema leal e de plena concorrência entre os agentes econômicos, tendo, como fim em
si, o desenvolvimento do bem estar da sociedade. Não são, portanto, meros direitos de propriedade, mas
verdadeiros estruturantes da vida em sociedade, caracterizada pelas trocas econômicas cada vez mais
balizadoras da convivência socioeconômica. O Estado visa à análise e concessão dos direitos de
propriedade industrial na tentativa de manter o equilíbrio entre o interesse público e o privado, sem
descuidar de seu papel de promovedor de políticas necessárias e específicas à propriedade industrial.
Não pode o Estado descurar do seu papel, principalmente diante do cenário internacional de
acirramento dos direitos de propriedade intelectual, pois diversos são os interesses envolvidos que, em
parte, acarretam no bom funcionamento do mercado e na otimização de todos os processos de inovação e
comercialização de bens e serviços. Não sem razão, a propriedade industrial é matéria de diversas agências
governamentais dos mais diversos países. No sentido de demonstrar esta colocação, o próximo tópico faz
uma breve caracterização dos principais escritórios de propriedade industrial/intelectual.

4- PRINCIPAIS ESCRITÓRIOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E SUA CARACTERIZAÇÃO

Para caracterizar tais escritórios foram escolhidos os países que mais recebem depósitos de direitos
de propriedade industrial, bem como aqueles que apresentam economias de industrialização destacadas
no cenário econômico mundial. A metodologia escolhida para o levantamento das informações partiu do
sítio da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI)4, onde se pode obter a lista dos países

4
A lista completa dos países, com as instituições por estes designadas para a proteção da propriedade industrial,
juntamente com o endereço eletrônico de cada instituição, pode ser consultada no sítio eletrônico:
https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp. Esta lista está disposta no Anexo 1 deste documento.
8
pertencentes ao sistema de propriedade intelectual, além das instituições ou organismos de cada um que
cuidam da matéria, juntamente com os endereços eletrônicos que permitem o acesso direto a cada uma
das instituições.
A lista constante do sítio da OMPI (Anexo 1) revela que a matéria da propriedade industrial é
tratada em organismos governamentais, sendo alguns enquadrados diretamente como agências de
governo, e outros, ministérios, também pertencentes ao Estado de cada país, como são os casos de
ministérios da economia, da justiça, da cultura, do desenvolvimento, entre outros5.
Os países escolhidos para um melhor detalhamento deste documento são: Alemanha, China,
França, Japão, Coréia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

4.1 – ALEMANHA
Na República Federal da Alemanha, o German Patent and Trade Mark Office (DPMA) foi criado em
1877, como Imperial Patent Office, tendo mais de 140 anos de existência. Atualmente, e conforme
informação disponível no sítio do escritório, além da análise e concessão, há a preocupação de
disponibilizar informações sobre tais direitos ao público, cumprindo-se a missão que se espera ser
executada por um escritório que trate a matéria.
The German Patent and Trade Mark Office (DPMA) is the center of expertise in the field of
industrial property protection in Germany. More than 2,500 staff work at our offices in Munich,
Jena and Berlin. We examine inventions, grant patents, register trademarks, utility models and
designs, administer IP rights and provide IP information to the public. The DPMA is the largest
national IP office in Europe and the fifth largest national patent office in the world. As a higher
federal authority, we operate within the portfolio of the Federal Ministry of Justice and Consumer
Protection.

4.2 – CHINA
O marco inicial dos direitos de propriedade industrial na China ocorreu a partir da década de 1980,
como parte das reformas empreendidas pelo país para se inserir na economia de mercado internacional,
levando o país a se tornar membro da OMPI. Em 1990, foi criado o State Intellectual Property Office of
China (SIPO), uma espécie de Instituto Nacional da Propriedade Industrial (ANJOS, 2014). Em 2018, o
mesmo foi reestruturado. Desta reestruturação, destaca-se a compreensão de que marcas e indicações
geográficas são partes do sistema de propriedade industrial, devendo ser tratadas juntamente com
patentes, desenhos industriais e modelos de utilidade, tendo em vista todos terem relevância econômica e
social.
Following a recent restructuring, the former State Intellectual Property Office of China (SIPO) was
renamed to China National Intellectual Property Administration, abbreviated as CNIPA, on 28
August 2018.
Since March 2018, CNIPA has no longer been a subordinate under the State Council, but
supervised by the newly established State Administration of Market Supervision and
Administration. In addition to patents, utility models and designs, CNIPA now also handles
trademarks (formerly administered by the State Administration of Industry and Commerce, SAIC)

5
https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp.
9
and geographical indications (formerly handled by the Administration of Quality Supervision,
Inspection and Quarantine, AQSIQ).

4.3 – FRANÇA
O Escritório de Patentes e Marcas criado em 1900, que mudou de nome em 1902, foi substituído
pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), criado pela Lei nº 51-444, de 19 de abril de 1915.
Este INPI é autofinanciado, mas sob a supervisão do Ministério da Economia, Finanças e Comércio Exterior,
Ministério da Recuperação Produtiva e Ministro Delegado para Pequenas Empresas, médias empresas,
inovação e economia digital.
Essa instituição administrativa pública configura-se como pessoa coletiva de direito público, com
certa autonomia administrativa e financeira, de forma a cumprir missão de interesse geral, não se
restringindo aos interesses industrial e comercial e se coadunando como os demais escritórios de
propriedade industrial como um mediador entre o interesse público e o interesse privado. De acordo com
Warusfel (2008, p. 3):
Ces organismes publics – et particulièrement l'INPI – assument une mission de service public et
disposent de prérogatives de puissance publique leur permettant de prendre des décisions
administratives individuelles ayant des effets sur les tiers. Les titres de propriété industrielle
6
délivrés ont en effet force obligatoire erga omnes .

4.4 – JAPÃO
O Escritório de Patentes do Japão, Japan Patent Office (JPO), criado em 1885, é uma agência
governamental responsável pelos assuntos de direito de propriedade industrial, no âmbito do Ministério da
Economia, Comércio e Indústria. A missão do Escritório é promover o crescimento da economia e da
indústria japonesas, administrando as leis relacionadas a patentes, modelos de utilidade, desenhos e
marcas comerciais. Já os direitos autorais são administrados pela Agência de Assuntos Culturais. Destaca-se
a importância dada pelo governo japonês aos direitos de propriedade industrial como elementos decisivos
para a promoção do progresso tecnológico e industrial, bem como para a melhoria do bem estar social
como um todo, conforme citação a seguir:
The industrial property rights system … administered by the JPO, has become increasingly
important for Japan in its quest to promote the progress of industrial technology and improve its
people’s lives in the 21st century.

As an agency made up of the General Affairs Department, the Trademark, Design and
Administrative Affairs Department, the First to Fourth Patent Examination Departments, and the
Appeals Department, the JPO is active in its efforts to boost Japanese industry, including: 1)
appropriate granting of industrial property rights; 2) drafting of industrial property-related
measures; 3) promotion of international harmonization and assistance to developing nations; 4)
reviews of the industrial property rights system; 5) implementation of support measures designed
for SMEs and universities; and 6) improvement in industrial property-related information services.

6
Tradução livre: Esses órgãos públicos - e particularmente o INPI - têm uma missão de serviço público e têm
prerrogativas de autoridades públicas para tomar decisões administrativas individuais com efeitos em terceiros. Os
títulos de propriedade industrial emitidos têm efetivamente força vinculativa erga omnes.
10
4.5 – CORÉIA DO SUL

A Coréia do Sul destaca-se, atualmente, como player relevante no comércio internacional. Seu
escritório de Propriedade Intelectual (KIPO) tem como uma de suas origens o Escritório de Patentes,
criado em 1949. Em 1977, o então Escritório de Patentes tornou-se Escritório Coreano de Propriedade
Industrial, sendo ligado ao Ministério do Comércio e Indústria, assumindo, nos anos 2000, a atual
nomenclatura. Em 2006, o governo coreano alterou o status legal do KIPO para uma agência executiva
central, sendo a mesma enquadrada na Lei sobre Estabelecimento e Operação de Agências Executivas.
Dessas transformações, depreende-se o papel que o Estado vem assumindo como promovedor da
propriedade industrial, tendo papel estratégico para o país, principalmente diante da relevância da
economia criativa em âmbito mundial.
KIPO is the governmental agency primarily responsible for handling intellectual property (IP)
related issues in Korea. We are working hard to realize an IP-based creative economy by
effectively supporting the creation, protection, and utilization of IP rights (IPRs).

4.6 – REINO UNIDO


The Intellectual Property Office, do Reino Unido, é, desde 2 de abril de 2007, a designação oficial
adotada para o antigo Instituto de Patentes que foi criado em 1852. Atualmente, este escritório de
propriedade industrial do Reino Unido representa o órgão oficial do governo responsável pelos direitos de
propriedade intelectual como um todo, sendo uma agência governamental executiva do Departamento de
Negócios, Energia e Estratégia Industrial. Para além da análise e concessão dos direitos de propriedade
intelectual, o Intellectual Property Office busca, por meio da manutenção de um claro e acessível sistema
de proteção dos direitos de propriedade intelectual, fomentar a inovação e auxiliar agentes econômicos e a
sociedade como um todo a beneficiarem-se do conhecimento e da geração de ideias.
The Intellectual Property Office is the official UK government body responsible for intellectual
property (IP) rights including patents, designs, trademarks and copyright.
We operate and maintain a clear and accessible intellectual property system in the UK, which
encourages innovation and helps the economy and society to benefit from knowledge and ideas.
7
We help people get the right type of protection for their creation or invention.

4.7 – ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


The United States Patent and Trademark Office (USPTO) é uma agência do Departamento de
Comércio dos Estados Unidos da América (EUA) que emite patentes para as invenções de inventores
independentes bem como para as empresas, além de cuidar do registro de marcas para identificação de
produtos e serviços dos mais diversos agentes econômicos, sediados ou não nos EUA.
O USPTO é "único entre os órgãos federais, porque opera apenas com as taxas cobradas por seus
usuários, e não com os dólares dos contribuintes" (BOHLE, 2014). Sua "estrutura operacional é como uma
empresa, na medida em que recebe solicitações de serviços - solicitações de patentes e registros de marcas
comerciais - e cobra taxas projetadas para cobrir o custo da execução dos serviços que presta" (USPTO,
7
https://www.gov.uk/government/organisations/intellectual-property-office/about.
11
2014). Todavia, isto não afasta sua natureza de agência pública, tendo em vista o papel estratégico que a
proteção da propriedade industrial possui para os investidores e empreendedores norte americanos, sendo
a política de proteção da propriedade industrial pensada sempre em consonância com as diretrizes
constitucionais do país.
The United States Patent and Trademark Office (USPTO) is the federal agency for granting U.S.
patents and registering trademarks. In doing this, the USPTO fulfills the mandate of Article I,
Section 8, Clause 8, of the Constitution that the legislative branch "promote the Progress of
Science and useful Arts, by securing for limited Times to Authors and Inventors the exclusive Right
to their respective Writings and Discoveries." The USPTO registers trademarks based on the
commerce clause of the Constitution (Article I, Section 8, Clause 3).

5- O DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL NO BRASIL

Dispostas, no item anterior, a caracterização de alguns relevantes escritórios de propriedade


industrial, neste tópico, intenciona-se abordar o direito de propriedade industrial no Brasil. Conforme dito
anteriormente, o Brasil foi membro fundador da CUP. Acompanhando as reflexões de Grau-Kuntz, entende-
se o quão tardio foi o desenvolvimento do tema da propriedade industrial no Brasil, pois, de acordo com a
citada autora, “[d]urante o período colonial o Brasil sofreu severas restrições ao desenvolvimento de
qualquer indústria.” (GRAU-KUNTZ, 2018, p. 29). De acordo com a citada autora, observa-se ter sido a
chegada da família real ao Brasil, em princípios do séc. XIX, o elemento facilitador das primeiras formas de
proteção à tecnologia (GRAU-KUNTZ, 2018). Destaca-se o Alvará de 1809 que, segundo Barbosa (2003, p.
13), “(...) nos coloca como uma das quatro primeiras nações, no mundo, a ter uma legislação sobre o
tema.”
Em 1824, é promulgada a Constituição do Império. Nesta, foi assegurado aos inventores o direito
sobre as suas produções. A partir desta Constituição foi promulgada a Lei de 1830, onde o imperador D.
Pedro I concedia privilégio aos que descobrissem, inventassem ou melhorassem uma indústria útil e um
prêmio aos que introduzissem uma indústria estrangeira (BRASIL, 1830). Segundo Grau-Kuntz, citando
Cerqueira, a lei de 1830 vigorou quase sem aplicação durante mais de 50 anos (CERQUEIRA apud GRAU-
KUNTZ, 2018).
Para além das tentativas de proteger tecnologias, e de forma mais tardia, a primeira lei de marcas
surgiu apenas em 1875, devido a uma contenda entre duas empresas brasileiras de rapé em torno da
marca “Rapé Arêa Parda” (CERQUEIRA, 1982). São essas as leis que antecederam a participação do Brasil na
constituição da Convenção de Paris e que apontam o interesse do país, ainda de industrialização incipiente,
sobre a matéria da propriedade industrial.
Com a adesão à CUP, cogitou-se unificar a diretoria responsável pela concessão de patentes e a
junta comercial, incumbida do depósito central de marcas, conforme Cerqueira (1982). Todavia, segundo
este autor, o compromisso assumido por ocasião da adesão à CUP de criar um serviço especial de
propriedade industrial, detentor de um depósito central para a comunicação ao público das patentes de
invenção, modelos de utilidade, desenhos e modelos industriais e das marcas de fábrica e comércio foi

12
vítima, de certa forma, de equívoco de interpretação, sendo esquecido, “(...) sem maiores inconvenientes,
durante quase quarentas anos.” (CERQUEIRA, 1982, p. 30).

Os países que formaram a União para a proteção da propriedade industrial não se obrigaram a
criar uma repartição especial para esse serviço, nem a unificá-lo, mas apenas a criar (os que não
o possuíssem, ainda) o serviço especial e o depósito central de patentes, marcas, etc. Esse serviço
especial tanto podia ser desempenhado por uma só repartição, como por uma seção de
qualquer Ministério. A organização administrativa do serviço, desde que fosse satisfeito aquele
compromisso, nos termos restritos em que foi assumido, ficava ao critério de cada país, de
acordo com seus interesses e conveniências de ordem interna. (...) O essencial era a existência do
serviço relativo à propriedade industrial e o depósito central, onde o público pudesse ter
conhecimento das patentes e marcas em vigor.

Para Cerqueira, nesta época, não se pensava na remodelação de legislação de propriedade


industrial de acordo com as necessidades do comércio e da indústria. Apenas em 1922, por conta do
Congresso Jurídico comemorativo do Centenário da Independência, foram aprovadas teses que visavam a
tornar exclusivamente federal todo o serviço de marcas de fábrica e de comércio. Surge, então, a Diretoria
Geral da Propriedade Industrial (DGPI), por meio do Decreto 16.264 de 1923. A DGPI visava a reorganizar os
serviços de patentes de invenção e marcas de indústria e comércio. Para compor seus quadros não
poderiam ser admitidas pessoas estranhas ao funcionalismo, devendo-se aproveitar apenas funcionários
efetivos ou adidos já existentes nas diversas repartições federais (CERQUEIRA, 1982). Mesmo com o
Decreto de 1923, pouco progresso se deu no âmbito da propriedade industrial, tendo em vista o
regulamento aprovado pelo Decreto praticamente reproduzir as antigas leis sobre patentes e marcas.
Em 1933, criou-se o Departamento Nacional da Propriedade Industrial (DNPI) e em 1934
promulgou-se o Decreto 24.507 que trazia a previsão de proteção aos desenhos e modelos industriais, ao
nome comercial e à concorrência desleal. Desse histórico legislativo envolvendo a matéria de propriedade
industrial, Barbosa posiciona-se da seguinte forma:
Uma série de leis extravagantes regulou a matéria de marcas, patentes e, eventualmente de
concorrência desleal, do fim do séc. XIX até 1945, quando tivemos o nosso primeiro Código da
Propriedade Industrial, o Dec. Lei 7.903/45. Esta excelente peça legislativa, cuja elaboração
demonstra sofisticação técnica infinitamente maior do que toda legislação anterior, subsistiu –
em seus aspectos penais – por mais de meio século, até o início de vigência deste novo Código de
1996. (BARBOSA, 2003, p. 15).

Ao Código de 1945 coube reunir toda a matéria da propriedade industrial. Pela primeira vez, o
Brasil tinha uma única lei a espelhar o contido na CUP. A este seguiram mais dois Códigos, o de 1967 e o de
1969, até que, em 1970, promoveu-se a criação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Este
assumiu o lugar do DNPI, por meio da Lei nº 5.648/1970, tendo o novo Instituto atribuição e escopo
ampliados, conforme disposto no próximo item8.

5.1 – O INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

8
http://www.inpi.gov.br/noticias/inpi-chega-aos-45-anos-conheca-a-historia-do-instituto.
13
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial foi criado por meio da Lei n.º 5.648, de 11 de
dezembro de 1970, como uma autarquia vinculada ao então Ministério da Indústria e do Comércio, cujas
atribuições seriam a execução das normas reguladoras da propriedade industrial e a efetuação do controle
e regulação sobre o comércio de tecnologia no Brasil. A criação do novo órgão e as funções a ele atribuídas
podem ser compreendidas como parte de um reordenamento do aparato jurídico-institucional de controle
sobre o mercado tecnológico, que englobava, entre outras providências, a promulgação de um novo Código
da Propriedade Industrial, a Lei n.º 5.772, de 21 de dezembro de 1971. Ainda que diversas outras áreas
tenham sido envolvidas em uma ampla estratégia de desenvolvimento para o campo científico-tecnológico,
a propriedade industrial e o comércio de tecnologia receberam naquela ocasião um tratamento
privilegiado.
Entre as funções atribuídas ao INPI no momento de sua criação, três se destacavam como
essenciais, constituindo as atividades-fim da autarquia: concessão de privilégios oferecidos por patentes de
invenção e registros de marcas (função herdada de seu antecessor, o DNPI); controle e regulação do
comércio de tecnologia entre o Brasil e o exterior; disponibilização e divulgação de informação tecnológica.
A primeira função, estabelecida pelo Artigo 2º da Lei n.º 5.648/70, consistia na execução das disposições
estabelecidas pelo Código da Propriedade Industrial (CPI). O papel do INPI seria, neste aspecto, o de
executor das “regras” concernentes ao campo da propriedade industrial em território nacional, cujas
principais disposições estavam voltadas para a concessão de privilégios por patentes de invenção, bem
como o registro de marcas, desenhos e modelos industriais.
A política brasileira para ciência e tecnologia passava pela priorização da utilização das patentes
como instrumentos de promoção do desenvolvimento tecnológico nacional, a partir de sua percepção
como ferramenta de estímulo à inovação, recompensa ao inventor e garantia de retorno dos investimentos
em pesquisa e desenvolvimento (P&D). A contrapartida ao privilégio concedido pelo poder público seria a
disseminação da informação tecnológica contida no documento de patente — disclosure9 — impulsionando
o desenvolvimento econômico e social. O exclusivo da marca, por sua vez, atuaria na esfera da
comercialização — identificação de mercadorias, prestação de informações ao consumidor, promoção de
segurança sobre as transações, delimitação de fatias de mercado, estimulação de demandas, etc. —,
propiciando o crescimento da economia nacional a partir de padrões tipicamente capitalistas.
Além das atribuições tradicionais de um escritório oficial de propriedade industrial, ao INPI também
cabia atuar na regulação do mercado tecnológico. Nesse sentido, suas funções foram exercidas a partir de
duas linhas gerais de atuação: controle e fiscalização sobre os contratos de tecnologia; e assessoria ao
empresariado nacional nas negociações envolvendo a tecnologia importada. Também nesse campo a
atuação da autarquia integrava-se aos objetivos de uma política de desenvolvimento tecnológico e

9 O disclosure consiste em uma descrição das informações técnicas sobre a invenção, de tal forma que permita a
terceiros a compreensão dos processos e técnicas utilizadas pelo inventor para chegar ao novo objeto. O sentido da
obrigatoriedade do disclosure, portanto, é de viabilizar a disseminação e plena absorção de uma dada tecnologia,
permitindo que após a expiração do prazo da patente os demais agentes econômicos possam dela fazer pleno uso.
14
industrial. A autoridade do INPI era garantida tanto pela Lei n.º 5.648/70 quanto pelo Código da
Propriedade Industrial, que em seu artigo 126 sujeitava à averbação da Instituição todos os contratos que
implicassem em transferência de tecnologia. O screening contratual efetuado pelo INPI prestava-se a
alguns objetivos específicos: seleção das tecnologias importadas, de acordo com as prioridades
estabelecidas pelas políticas industrial e tecnológica; a eliminação de cláusulas contratuais restritivas;
redução dos custos envolvidos na importação; o estabelecimento de prioridade para os contratos que
envolviam objetos de propriedade industrial; impedir que o pagamento por know-how se tornasse
remuneração de capital não sujeito a risco; impedir que o know-how se tornasse uma patente sem tempo
limitado (INPI, 1974). A averbação implicava também em três efeitos de caráter prático para as partes que
celebravam o contrato: legitimação de pagamentos ao exterior; obtenção de benefícios fiscais;
comprovação de exploração efetiva de patente (CARDOZO, 1990).
Uma última atribuição do INPI, conferida pelo Artigo 3º do Decreto n.º 68.104, de 22 de janeiro de
1971, consistia na promoção da absorção, adaptação ou desenvolvimento de novas tecnologias no país,
garantindo o aproveitamento de informações acumuladas e as divulgando amplamente junto aos setores
industriais ou de pesquisa. Neste sentido, coube ao órgão a construção de um sistema de informações
sobre tecnologia patenteada, que deveria disponibilizar fontes detalhadas de informação tecnológica,
prestando apoio técnico aos diferentes setores da indústria e da ciência, além de respaldar a atuação do
próprio corpo técnico do órgão (analistas de contratos, examinadores de patentes, etc.). Esta
disponibilização de informações tecnológicas tinha uma importância fundamental na função de
assessoramento do INPI às empresas nacionais nas negociações de importação de tecnologia, auxiliando-as
no estabelecimento das condições de contrato, apontando alternativas menos onerosas, aumentando seu
poder de barganha, enfim, estabelecendo uma verdadeira parceria com o empresariado, apoiando-o em
sua inserção em um sistema produtivo internacionalizado.
Segundo autores como Arruda (1984), Fonseca Netto (1986) e Cruz Filho (2015), a atuação do INPI
em suas três primeiras décadas foi marcada por fases distintas. Um momento inicial, compreendido
aproximadamente entre os anos de 1970 e 1978, a regulação dos contratos envolvendo transferência de
tecnologia impôs-se como prioridade, enfatizando-se a apuração de valores, fiscalização de procedimentos
e aferição da adequação das cláusulas contratuais à legislação. Além disso, destacaram-se ações voltadas
ao aperfeiçoamento dos serviços prestados nas áreas de patentes e marcas, modernização de
procedimentos administrativos, bem como a montagem de um centro de informações sobre tecnologia
patenteada — o chamado Banco de Patentes (MALAVOTA, 2006). Já entre 1979 e 1985 verificaram-se
algumas mudanças, especialmente na área de contratos. Para além dos controles até então exercidos,
procurou-se criar instrumentos que promovessem a plena absorção da tecnologia importada pelas
empresas nacionais e estimulassem a sua capacitação tecnológica.
A partir de meados dos anos 1980, já no contexto de redemocratização do país, foi introduzida uma
política de relaxamento dos critérios e exigências para averbação dos contratos (CRUZ FILHO, 2015). Em
15
uma conjuntura marcada pela alta dos juros internacionais, retração dos créditos e investimentos externos,
“decolagem” de segmentos tecnologicamente intensivos no centro da economia capitalista e pelo aumento
das pressões (internas e externas) em prol da abertura da economia brasileira, a nova diretriz visava
atenuar a intervenção do Estado sobre o mercado tecnológico, flexibilizando-se regras e procedimentos.
Entre seus objetivos destacavam-se a atração de investimentos externos e a criação de condições para que
o empresariado nacional elevasse seus investimentos em P&D. Procurou-se nesse período reformar o perfil
institucional, enfatizando-se o papel do INPI como instância de organização e divulgação de um sistema de
informações tecnológicas, estas últimas concebidas como matéria prima essencial à capacitação do
produtor nacional e à elevação de sua competitividade. Ao fim do século XX, a elevação da eficiência
operacional, a adaptação aos ditames da nova Lei de Propriedade Industrial (Lei n.º 9.279, de 14 de maio
de 1996) e a redução dos gargalos administrativos foram lançados ao topo da lista de prioridades,
determinando as principais linhas de ação da autarquia.
Ao longo dos anos seguintes, em especial a partir da década de 1990, observou-se expressivo
crescimento na demanda por ativos de propriedade industrial em todo mundo. Isso ocorreu em um
contexto em que o ADPIC elevou os patamares de proteção aos direitos de propriedade intelectual. Estes
vêm sendo cada vez mais utilizados pelos agentes econômicos como ferramentas de apropriabilidade dos
investimentos realizados na concepção, produção e distribuição de produtos e serviços.
Esse cenário juntamente com a abertura econômica vivenciada pelo Brasil ao longo da década
mencionada contribuiu para o recebimento de um expressivo número de pedidos de patentes,
principalmente de origem estrangeira. Entre os anos de 1971 e 1984 a média de solicitações para patentes
era de cerca de 10.000 ao ano (MALAVOTA, 2006). Por seu turno, nos últimos 10 anos, essas solicitações
passaram a um número em torno de 30.000. Todavia, tal número revela uma baixa participação de
residentes10, o que aponta para a necessidade de políticas públicas voltadas para os agentes locais diante
da baixa taxa de uso do sistema pelos mesmos. Tais políticas se fizeram presentes nas duas primeiras
décadas do INPI, conforme demonstrado, mas parecem ter perdido sua força com a aprovação da LPI n.º
9279/96 e com a adesão do Brasil ao ADPIC.
No caso das marcas, a situação apresenta-se diferente. O número de depósitos anuais vem
crescendo ao longo dos anos e, atualmente, são mais de 180.000 marcas requeridas por ano. As
solicitações de proteção às marcas são realizadas principalmente por residentes, o que expõe a relevância
que tal instituto, de marcas, possui para os nacionais, conforme pode ser observado na figura 1.
Figura 1 – Pedidos de marca por origem do depositante, 2008-2017

10
Tais informações podem ser conferidas no documento produzido pelo INPI Indicadores de Propriedade Industrial
2018, disponível no endereço eletrônico http://www.inpi.gov.br/sobre/estatisticas.
16
Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos, BADEPI v5.0.

Há, no Brasil, críticas contundentes ao atraso na concessão dos direitos de propriedade industrial.
Todavia, torna-se relevante apontar que o Instituo Nacional da Propriedade Industrial vem conseguindo
modificar esse cenário.
Em relação às concessões de patentes de invenção, por exemplo, a figura 2 aponta para um
crescimento nas concessões a partir de 2015, com taxas de crescimento anual chegando a 29,9% em 2017.
Estes dados indicam que, apesar do baixo número de examinadores de patentes existentes no INPI
brasileiro, quando comparado com outros grandes escritórios, e diante da demanda de depósitos
realizados anualmente, o corpo técnico de patentes do INPI vem conseguindo diminuir o atraso nas suas
decisões.

Figura 2: Total de concessões de patentes de invenção no Brasil por residentes e não-residentes, e taxa
anual de crescimento, 2008-2017.

No caso das marcas, a produtividade dos examinadores do Instituto possibilitou a extinção do


histórico atraso que acometia a Instituição, mesmo diante do número de depósitos que atualmente
chegam ao Instituto, conforme pode ser conferido na figura 3. Os dados mostram o aumento no número de
registros que chegou a mais de 120.000 no ano de 2017.

17
Figura 3 – Registros de marcas, 2008-2017

Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos, BADEPI v5.0.

A situação de aumento no número de concessões não se altera para desenhos industriais e


modelos de utilidade de acordo com o contido no documento Indicadores de Propriedade Industrial de
2018, que pode ser consultado no sítio do INPI11. No caso da concessão de desenhos industriais, o corpo
técnico desta área do INPI não possui mais atraso, estando analisando o que dá entrada no Instituto, assim
como ocorre com a equipe de marcas, respeitando apenas os prazos legais de publicidade e oposições aos
novos depósitos.

6- CONCLUSÕES

O documento aqui apresentado revela-se apenas como um resumo do tratamento dado à


propriedade industrial ao longo dos anos no cenário nacional e internacional. Utilizada como elemento
estratégico da política industrial de muitos países, entendida como ponto basilar da soberania dessas
políticas, a propriedade industrial não é apenas a concessão de direitos privados a empresas e demais
empreendedores.
Espera-se que o Brasil tenha consciência da importância de tal matéria de forma a colocá-la em
destaque nas agendas de políticas públicas, não apenas a política industrial, mas também a de saúde,
cultura, entre outras. Acredita-se que o papel do Estado é de suma importância na análise e concessão de
direitos, bem como na proposição de políticas públicas de propriedade industrial. Entende-se que o país já
soube, no período de 1970 a 1984, lidar estrategicamente com a propriedade industrial de forma a utilizá-la
para o desenvolvimento tecnológico, econômico e social.
As mudanças no cenário econômico mundial apontam para novos tempos. Todavia, a relevância da
propriedade industrial nos países mais desenvolvidos só tendeu ao crescimento, sendo considerada como
papel de Estado em todos os países que compõem a lista da Organização Mundial da Propriedade

11
http://www.inpi.gov.br/sobre/estatisticas.
18
Industrial. Não há como se entender, diante da importância da matéria, qualquer alusão à perda de
soberania do Estado no que diz respeito à análise e à concessão de tais direitos.

7-REFERÊNCIAS

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a-four-part-series-on-open-notebook-science-part-4/. Acesso 17 outubro 2019.

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industria util e um premio que introduzir uma industria estrangeira, e regula sua concessão. Disponível via
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM-28-8-1830.htm. Acesso em 17 outubro 2019.

CARDOZO, A.C. The implementation of laws and regulations on transfer of technology: the experience of
Brazil. [S.l.]: UNCTAD Secretariat, 1990.

CERQUEIRA, João da Gama. Tratado de propriedade industrial vol.1. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1982.

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Janeiro: [s.n.], 2015.

DUSSOLIER, Séverine. “L’intérêt public et l’accès au savoir dans la genèse et l’évolution de la propriété
intellectuelle”. In. http://www.crid.be/pdf/public/5301.pdf.

FONSECA NETTO, H.P. Liberalização do Sistema de controle e regulação da transferência de tecnologia no


Brasil — Implicações e prováveis consequências sobre a questão. Rio de Janeiro: INPI, 1986.

19
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SICHEL, Ricardo Luiz. 20 anos da Lei nº 9.279/1996 – Lei da Propriedade Industrial. Estudos em
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HUA, Jerry Jie. Toward a more balanced approach: rethinking and readjusting copyright systems in the
digital network era. New York / London: Springer Heideberg / Dordrecht, 2014.

MALAVOTA, Leandro Miranda. Patentes, marcas e transferência de tecnologia durante o regime militar:
um estudo sobre a atuação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (1970-1984). Dissertação
(Mestrado em História Social) — Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências
Sociais, Departamento de História, Programa de Pós-graduação em História Social, 2006.

OLAVO, Carlos. Propriedade industrial. Sinais distintivos do comércio concorrência desleal. Coimbra:
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OTERO LASTRES, Manuel. El modelo industrial. Madrid: Montecorvo, 1977.

REMÉDIO MARQUES, J. P. “Propriedade intelectual, exclusivos e interesse público”. In.: ASCENSÃO, J. O.


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USPTO - United States Patent and Trademark Office. USPTO 2014–2018 Strategic Plan. February 2014. 42p.
WARUSSEL, Bertrand. L’emergence d’un droit public de la propriété intellectuelle. Colloque transformations
du droit public, Université de Bretagne Occidentale, Centre de Recherches administratives. Brest,
20/06/2008. Disponível em:
http://www2.droit.parisdescartes.fr/warusfel/articles/DtpublicPI_warusfel08.pdf

20
8- APÊNDICES

8.1 - APÊNDICE 1 – DIVISÃO DAS INSTITUIÇÕES QUE CUIDAM DA PROPRIEDADE INTELECTUAL A PARTIR
DOS DADOS CONSTANTES DO ANEXO 1 EXTRAÍDOS DO SÍTIO DA OMPI

A divisão aqui apresentada de forma sintética baseia-se nos dados contidos no sítio da OMPI e
constantes do Anexo 1 deste documento.

ESCRITÓRIOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL TOTAL


COPYRIGHT OFFICE 100
INDUSTRIAL PROPERTY OFFICE 116
INTELLECTUAL PROPERTY OFFICE 47
PAÍSES COM A MESMA INSTITUIÇÃO TRABALHANDO COM COPYRIGHT E PROPRIEDADE 47
INDUSTRIAL
SEM IDENTIFICAÇÃO 1

8.1.1- COPYRIGHT OFFICES

Os dois próximos quadros apresentam como estam distribuidos os escritórios que cuidam da
protecção ao direito de autor.

Quadro 1

Unidades Administrativas total


Institutos Nacionais/Centros Nacionais/Diretorias Nacionais/Escritórios Nacionais 44
Departamentos 19
Diretorias/Diretorias Gerais 12
Escritórios/Escritórios Permanentes 11
Outros tipos de unidades (secretaria, divisão, conselho, agência, procuradoria geral, unidade
15
de registro etc.)
Não identificado 6
Total de países 100

Quadro 2

Ministérios total
Cultura, Arte, Comunicações, Turismo, entre outros 53
Comércio, Indústria, Desenvolvimento Econômico, entre outros 10
Educação, Ciência, Esportes, entre outros 8
Justiça, Proteção consumidor, entre outros 7
Outros (muito variado) 22
Total de países 100

8.1.2- INDUSTRIAL PROPERTY OFFICE – 116 países

Os dois próximos quadros apresentam como estão distribuídos os escritórios de concessão dos
direitos de propriedade industrial que compreendem as marcas, as patentes, os modelos de utilidade e os
desenhos industriais.

21
Quadro 3

Unidades Administrativas total %


Instituto Nacional/Centro Nacional/Demais Autoridades Nacionais 58 50
Escritórios 15
Departamentos 14
Diretorias 12
Outros tipos de unidade 12
Não identificados 5
Total de países 116 100

Quadro 4

Ministérios total %
Assuntos Econômicos, Comércio, Indústria, Investimentos, Produção, Desenvolvimento
38 32,8
Econômico, entre outros
Energia, Indústria, Setor Privado, Turismo, Inovação, PME, entre outros 31 26,7
Educação Superior, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, entre outros 3
Minas 2
Outros (muito variado) 42
Total de países 116 100

8.2 - APÊNDICE – 2

As figuras dispostas neste Apêndice 2 foram extraídas do Relatório de atividades do INPI 2018.
Destaca-se que todas apresentam a queda de decisões pendentes sejam de marcas, desenhos industriais e
patentes. Por conta de diversas ações institucionais, bem como da maior entrega por parte do corpo
técnico do INPI, vem diminuindo significativamente o número de decisões pendentes. Atualmente, os
setores que analisam e concedem marcas e desenhos industriais não possuem mais atraso, estando em
consonância com os prazos de análise dos maiores escritórios de propriedade industrial existentes,
respeitando, apenas, os prazos de publicação do pedido e oposição de terceiros.

22
No caso dos contratos de tecnologia e depósito de programas de computador, conforme
determinação das legislações de cada um desses, apenas são verificadas as formalidades, não havendo
análise de fundo, o que aponta para a não existência de atrasos.

As requisições de indicações geográficas ainda são modestas. Todavia, não há como apontar
atrasos na área de reconhecimento de indicações geográficas que, no Brasil, são reconhecidas pelo INPI. A
figura a seguir aponta para o número reduzido de indicações geográficas requeridas anualmente.

23
O maior atraso existente atualmente no INPI advém da área de patentes. Entretanto, cabe destacar
que o mesmo vem sendo combatido por meio das medidas administrativas cabíveis ao Instituto, bem
como do aumento da produtividade por parte do corpo técnico, o que tem levado a diminuição do tempo
de concessão, conforme pode ser observado por meio das duas próximas figuras.

Depósitos de patentes e decisões (2014-2018)


50000
45000
40000
35000
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
2014 2015 2016 2017 2018
Depósito 33086 32936 30946 28576 27444
Decisões 22336 15842 25481 44781 41503

Destaca-se que os esforços das administrações do INPI em conjunto com o seu corpo técnico de
servidores vêm gerando resultados positivos apesar de o INPI brasileiro estar bem aquém em relação ao
número de examinadores diante das solicitações que recebe, quando comparado com outros escritórios de
outros países, conforme pode ser verificado na figura seguinte.

24
Elaboração própria. Fonte: OMPI

Todos os dados apontados devem ser compreendidos diante da realidade que coloca o INPI como
uma autarquia superavitária, conforme a última figura disposta seguir. O INPI gera mais receitas do que
gastos para o Estado. Mesmo gerando mais receita do que gastos, o INPI tem trabalhado com um número
menor de examinadores diante de outros grandes escritórios. E ainda que tal número seja reduzido, a
autarquia vem conseguindo combater os atrasos na concessão dos direitos de propriedade industrial que a
assolaram durante anos.

Receitas e despesas do INPI (em R$ milhões)


2014-2018

500
400
300
200
100
0
2014 2015 2016 2017 2018
Receita 302,9 330,3 357,4 406,3 456,5
Despesas 391,6 385,7 343,9 389,6 390,2

8.3 – ANEXO 1 – RELAÇÃO DOS PAÍSES COM AS INTITUIÇÕES QUE CUIDAM DA MATÉRIA PROPRIEDADE
INTELECTUAL E OS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS DE TAIS INSTITUIÇÕES.

25
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Directory of Intellectual Property Offices


Afghanistan

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Country Contact Details Office URL

Afghanistan Copyright Office Ministry of Information and Culture (MoIC) Web


site

Industrial Afghanistan Central Business Registry and Intellectual Web


Property Office Property site
Ministry of Commerce and Industry

Albania Copyright Office Copyright Directorate Web


Ministry of Culture site
Republic of Albania Web
site

Industrial General Directorate of Industrial Property (GDIP) Web


Property Office Ministry of Finance and Economic site

Algeria Copyright Office National Office of Copyrights and Related Rights (ONDA) Web
Ministry of Culture site

Industrial Algerian National Institute of Industrial Property (INAPI) Web


Property Office Ministry of Industry, Small and Medium Sized Entreprises site
and Investment Promotion

Andorra Copyright Office Trademarks Office of the Principality of Andorra Web


Secretary of State of Tourism and Trade site
Ministry of Tourism and Trade

Industrial Trademarks Office of the Principality of Andorra Web


Property Office Secretary of State of Tourism and Trade site
Ministry of Tourism and Trade

Angola Copyright Office National Directorate for Copyrights and Related Rights
Ministry of Culture

Industrial Angolan Institute of Industrial Property


Property Office Ministry of Industry

Antigua and Intellectual Antigua and Barbuda Intellectual Property & Commerce Web
Barbuda Property Offices Office (ABIPCO) site
Ministry of Legal Affairs

Argentina Copyright Office National Directorate of Author’s Right Office Web


Ministry of Justice and Human Rights site

Industrial National Institute of Industrial Property Web


Property Office site

Armenia Copyright Office Intellectual Property Agency of the Republic of Armenia, Web
Ministry of Economic Development and Investments site

Industrial Intellectual Property Agency of the Republic of Armenia, Web


Property Office Ministry of Economic Development and Investments site

Australia Copyright Office Online Content & Copyright Branch, Department of Web
Communications and the Arts site

Industrial IP Australia Web

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Property Office site

Austria Copyright Office Federal Ministry of Constitutional Affairs, Reforms, Web


Deregulation and Justice site

Industrial Austrian Patent Office Web


Property Office site

Azerbaijan Intellectual Intellectual Property Agency of the Republic of Azerbaijan Web


Property Offices site

Bahamas Copyright Office Registrar General's Department Web


site

Industrial Registrar General's Department Web


Property Office site

Bahrain Copyright Office Ministry of Information Affairs Web


Directorate of Media Administration site

Industrial Directorate of Foreign Trade Relations Web


Property Office Ministry of Industry, Commerce and Tourism site

Bangladesh Copyright Office Copyright Office Bangladesh Web


Ministry of Cultural Affairs site

Industrial Department of Patents, Design and Trademarks Web


Property Office Ministry of Industries site

Barbados Intellectual Corporate Affairs and Intellectual Property Office Web


Property Offices Ministry of International Business and Industry site

Belarus Copyright Office National Center of Intellectual Property (NCIP) Web


site

Industrial National Center of Intellectual Property (NCIP) Web


Property Office site

Belgium Intellectual Belgium Intellectual Property Office Web


Property Offices Federal Public Service Economy, SMEs, Self-employed site
and Energy

Belize Intellectual Belize Intellectual Property Office (BELIPO) Web


Property Offices site

Benin Copyright Office Beninese Copyright Office (BUBEDRA)


Ministry of Tourism, Culture and Sports

Industrial National Industrial Property Agency (ANaPI) Web


Property Office Ministry of Industry and Trade site

Bhutan Intellectual Department of Intellectual Property Web


Property Offices Ministry of Economic Affairs site
Web
site

Bolivia Copyright Office National Intellectual Property Service, Ministry of Web


(Plurinational Productive Development and Plural Economy site
State of)

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Industrial National Intellectual Property Service, Ministry of Web


Property Office Productive Development and Plural Economy site

Bosnia and Copyright Office Institute for Intellectual Property of Bosnia and Web
Herzegovina Herzegovina site

Industrial Institute for Intellectual Property of Bosnia and Web


Property Office Herzegovina site

Botswana Intellectual Companies and Intellectual Property Authority (CIPA) Web


Property Offices Ministry of Trade and Industry site

Brazil Copyright Office Secretariat of Copyright and Intellectual Property Web


Ministry of Citizenship site

Industrial National Institute of Industrial Property Web


Property Office Ministry of Economy (INPI) site

Brunei Copyright Office Attorney General's Chambers Web


Darussalam site

Industrial Brunei Darussalam Intellectual Property Office Web


Property Office Attorney General’s Chambers site

Bulgaria Copyright Office Copyright and Neighbouring Rights Directorate Web


Ministry of Culture site

Industrial Patent Office of the Republic of Bulgaria (BPO) Web


Property Office site

Burkina Faso Copyright Office Burkinabé Copyright Office (BBDA)


Ministry of Culture, Arts and Tourism

Industrial General Directorate of Industrial Property Web


Property Office Ministry of Trade,Industry and Craft site

Burundi Copyright Office Burundian Office of Copyright and Neighboring Rights


Ministry of Youth, Sports and Culture

Industrial Ministry of Trade, Industry and Tourism Web


Property Office site

Cabo Verde Intellectual Institute for Quality Management and Intellectual Property Web
Property Offices site

Cambodia Copyright Office Department of Copyright and Related rights Web


Ministry of Culture and Fine Arts site

Industrial Department of Industrial Property (DIP) Web


Property Office Ministry of Industry and Handicraft (MIH) site

Industrial Department of Intellectual Property Rights Web


Property Office Ministry of Commerce site

Cameroon Copyright Office Ministry of Arts and Culture

Industrial Directorate of Technological Development and Industrial Web


Property Office Property site

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Ministry of Mines, Industry and Technological


Development

Canada Copyright Office Canadian Intellectual Property Office Web


site
Web
site

Industrial Canadian Intellectual Property Office Web


Property Office site
Web
site

Central Copyright Office Central African Copyright Office


African (BUCADA)
Republic Ministry of Arts, Tourism, Culture and Francophonie
Culture

Industrial Direction de la propriété industrielle; Direction générale


Property Office de l’industrie du développement industriel
Ministère de l'industrie, du commerce et des PMEs

Chad Copyright Office Chadian Copyright Office (BUTDRA)


Ministry of Tourism Development, Culture and Handicrafts

Industrial Ministry of Mines, Industrial Development, Trade and


Property Office Private Sector Promotion

Chile Copyright Office Ministry of Education Web


Intellectual Rights Department (DDI) site
Directorate of Libraries, Archives and Museums Web
site

Industrial National Institute of Industrial Property Web


Property Office Ministry of Economy site

China Copyright Office National Copyright Administration of China (NCAC) Web


site

Industrial China National Intellectual Property Administration Web


Property Office site

Industrial State Administration for Market Regulation Web


Property Office site
Web
site

Colombia Copyright Office Copyright Offices Web


Competent administration of the National Directorate of site
Copyright
Special Administrative Unit
Ministry of the Interior

Industrial Superintendence of Industry and Commerce Web


Property Office Ministry of Industry, Commerce and Tourism site

Comoros Copyright Office Ministry of Youth, Employment, of the Workforce


Development, Culture, and Sport

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Industrial Comorian Office of Intellectual Property (OCPI)


Property Office Ministry of Economy, Planning, Energy, Tourism, Private
Sector of the Investments and Land Affairs

Congo Copyright Office Congolese Copyright Office (BCDA)


Ministry of Culture and the Arts

Industrial National Industrial Property Unit


Property Office Ministry of Economy, Industrial Development and Private
Sector Promotion

Cook Islands Intellectual Secretary of Culture Administration Web


Property Offices Ministry of Cultural Development site

Costa Rica Copyright Office Register of Copyright and Related Rights Web
National Register site
Ministry of Justice and Peace

Industrial Registry of Industrial Property Web


Property Office National Registry site
Ministry of Justice and Peace

Côte d'Ivoire Copyright Office Ivorian Copyright Office Web


Ministry of French Language and Culture site

Industrial Ivorian Office of Intellectual Property Web


Property Office Ministry for Industry and the Promotion of the Private site
Sector

Croatia Copyright Office State Intellectual Property Office of the Republic of Web
Croatia (SIPO) site

Industrial State Intellectual Property Office of the Republic of Web


Property Office Croatia (SIPO) site

Cuba Copyright Office National Copyright Center (CENDA)


Ministry of Culture

Industrial Cuban Industrial Property Office Web


Property Office Ministry of Science, Technology and Environment site

Cyprus Copyright Office Department of Registrar of Companies and Official Web


Receiver site
Ministry of Energy, Commerce, Industry and Tourism

Industrial Department of Registrar of Companies and Official Web


Property Office Receiver site
Ministry of Energy, Commerce, Industry and Tourism

Czech Copyright Office Copyright Law Department Web


Republic Ministry of Culture site

Industrial Industrial Property Office Web


Property Office site

Democratic Copyright Office Copyright Office of the Democratic People's Republic of


People's Korea
Republic of
Korea

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Industrial Invention Office of the Democratic People's Republic of


Property Office Korea

Industrial Trademark, Industrial Design and Geographical Indication


Property Office Office (TIDGIO) of the DPR Korea

Democratic Copyright Office Secretariat General of Culture


Republic of Directorate of Research, Planning and International
the Congo Cultural Relations
Ministry of Culture and the Arts

Industrial Directorate of Industrial Property


Property Office Secretariat for industry and small and medium
enterprises (IPMEA)
Ministry of Industry and SMEs

Denmark Copyright Office Copyright Department Web


Ministry of Culture site

Industrial Danish Patent and Trademark Office Web


Property Office Ministry of Industry, Business and Financial Affairs site

Djibouti Copyright Office Djibouti Office of Copyright and Related Rights


Department of copyright and related rights
Ministry of Muslim Affairs, Culture and property

Industrial Office of Industrial Property and Commerce Web


Property Office Delegate Ministry for Trade, Small and Medium site
Enterprises, Artisans, Tourism and Formalization Web
site

Dominica Intellectual Companies and Intellectual Property Office Web


Property Offices Ministry of Tourism and legal Affairs site

Dominican Copyright Office National Copyright Office Web


Republic Ministry of Culture site

Industrial National Office of Industrial Property Web


Property Office Ministry of Industry and Trade site

Ecuador Copyright Office National Service of Intellectual Rights Web


site

Industrial National Service of Intellectual Rights Web


Property Office site

Egypt Copyright Office Permanent Office for the Protection of


Copyright
Supreme Council of Culture
Ministry of Culture

Industrial Egyptian Patent Office Web


Property Office Academy of Scientific Research and Technology (ASRT) site
Ministry of Scientific Research

Industrial Trademarks and Industrial Designs Office Web


Property Office Internal Trade Development Authority site
Ministry of Trade and Industry

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

El Salvador Copyright Office National Center of Registries (CNR) Web


site

Industrial National Center of Registries (CNR) Web


Property Office site

Equatorial Intellectual Council of Scientific and Technological Research


Guinea Property Offices Presidency of the Government

Eritrea Copyright Office Department of Culture


Ministry of Information and Culture

Industrial Domestic Trade and Intellectual Property


Property Office Ministry of Trade and Industry

Estonia Copyright Office Estonian Ministry of Justice Web


site

Industrial The Estonian Patent Office Web


Property Office site

Eswatini Copyright Office Ministry of Commerce Industry and Trade Web


Intellectual Property Office site

Industrial Ministry of Commerce Industry and Trade Web


Property Office Intellectual Property Office site

Ethiopia Intellectual Ethiopian Intellectual Property Office (EIPO) Web


Property Offices site

Fiji Intellectual Office of the Attorney-General Web


Property Offices Ministry of Justice site

Finland Copyright Office Division for Copyright Policy and Audiovisual Culture Web
Ministry of Education and Culture site

Industrial Finnish Patent and Registration Office Web


Property Office site

France Copyright Office Office of Literacy and Artistic Property Web


Under-Directorate of Legal Affairs site
Directorate of General Administration
Ministry of Culture and Francophone Affairs

Industrial National Institute of Industrial Property Web


Property Office site

Gabon Copyright Office Bureau gabonais du droit d’auteur et des droits voisins
(BUGADA)

Industrial Industrial Property Office


Property Office Ministry of Industry and National Entrepreneurship

Gambia (the) Copyright Office National Centre for Arts and Culture Web
Ministry of Culture site

Industrial Office of the Registrar General


Property Office Attorney General’s Chambers

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Ministry of Justice

Georgia Copyright Office National Intellectual Property Center Web


site

Intellectual National Intellectual Property Center Web


Property Offices site

Germany Copyright Office Unit Copyright and Publishing Law Web


Directorate IIIB site
Directorate-General III: Commercial and Economic Law
Federal Ministry of Justice and Consumer Protection

Industrial German Patent and Trade Mark Office (DPMA) Web


Property Office site

Ghana Copyright Office Copyright Department Web


Ministry of Justice site
Web
site

Industrial Registrar General's Department


Property Office Ministry of Justice

Greece Copyright Office Hellenic Copyright Organization Web


Ministry of Culture site

Intellectual Patent Office Web


Property Offices Hellenic Industrial Property Organization (HIPO) site

Intellectual Trademark Office


Property Offices Directorate of Commercial Property
General Secretariat of the Trade and Consumer
Protection

Grenada Intellectual Corporate Affairs and Intellectual Property Office (CAIPO)


Property Offices

Guatemala Copyright Office Registry of Intellectual Property Web


Ministry of Economic Affairs site

Industrial Registry of Intellectual Property


Property Office Ministry of Economic Affairs

Guinea Copyright Office Bureau guinéen du droit d'auteur (BGDA)


Ministère des Sports, de la Culture et du Patrimoine
Historique

Industrial Service national de la propriété industrielle (SPI)


Property Office Ministère de l'Industrie, des PME et de la Promotion du
Secteur Privé

Guinea- Copyright Office Guinean Copyright Society


Bissau Ministry of Education, Culture, Science, Youth and Sports

Industrial General Directorate of Industrial Property


Property Office Ministry of Energy, Industry and Natural Resources

Guyana Intellectual Deeds and Commercial Registries Web

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Property Offices Ministry of Legal Affairs site

Haiti Copyright Office Haitian Copyright Office (BHDA) Web


Ministry of Culture and Communication site

Industrial Intellectual Property Service Web


Property Office Ministry of Trade and Industry site

Holy See Copyright Office Judicial Office Web


Central Offices site

Industrial Judicial Office Web


Property Office Central Offices site

Honduras Intellectual Directorate General of Intellectual Property Web


Property Offices site

Hungary Copyright Office Hungarian Intellectual Property Office (HIPO) Web


Copyright Department site
Web
site

Industrial Hungarian Intellectual Property Office (HIPO) Web


Property Office site

Iceland Copyright Office Office of Legal Affairs Web


Ministry of Education, Science and Culture site

Intellectual Icelandic Intellectual Property Office Web


Property Offices site

India Copyright Office Copyright Office


Department of Industrial Policy and Promotion
Ministry of Commerce and Industry
Government of India

Industrial Office of the Controller-General of Patents, Designs and Web


Property Office Trademarks site
Department of Industrial Policy Promotions
Ministry of Commerce and Industry
Government of India

Indonesia Copyright Office Directorate General of Intellectual Property (DGIP) Web


Ministry of Law and Human Rights site

Industrial Directorate General of Intellectual Property (DGIP) Web


Property Office Ministry of Law and Human Rights site

Iran (Islamic Copyright Office Ministry of Culture and Islamic Guidance,


Republic of) Registrar of Copyright,
Center for Cultural Studies and Research (CCSR)

Industrial Organization for Registration of Deeds and Properties Web


Property Office site
Web
site

Iraq Copyright Office Ministry of Culture

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Industrial Industrial Property Department


Property Office Central Organization for Standardization & Quality
Control (COSQC)
Ministry of Planning

Ireland Industrial Patents Office Web


Property Office Department of Business, Enterprise and Innovation. site

Intellectual Intellectual Property Unit Web


Property Offices Department of Business, Enterprise and Innovation site

Israel Copyright Office Director General Web


Ministry of Justice site

Industrial Israel Patent Office Web


Property Office Ministry of Justice site

Italy Copyright Office Service II - bibliographic heritage and copyright Web


General Direction for libraries and cultural institutes site
Ministry for cultural heritage and activities

Industrial Italian Patent and Trademark Office Web


Property Office Directorate General for the Fight Against Counterfeiting site
Ministry of Economic Development

Jamaica Copyright Office Jamaica Intellectual Property Office (JIPO) Web


site

Industrial Jamaica Intellectual Property Office (JIPO) Web


Property Office site

Japan Copyright Office Japan Copyright Office (JCO) Web


Agency for Cultural Affairs site
Ministry of Education, Culture, Sports, Science and
Technology (MEXT)

Industrial Japan Patent Office (JPO) Web


Property Office Ministry of Economy, Trade and Industry (METI) site

Jordan Copyright Office Department of the National Library


Ministry of Culture

Industrial Industrial Property Protection Directorate Web


Property Office Ministry of Industry, Trade and Supply site

Kazakhstan Authorized Department for Intellectual Property Rights Web


Government Ministry of Justice of the Republic of Kazakhstan site
Agency

Industrial National Institute of Intellectual Property Web


Property Office Ministry of Justice of the Republic of Kazakhstan site

Kenya Copyright Office Kenya Copyright Board Web


Office of the Attorney General and Department of Justice site

Industrial Kenya Industrial Property Institute (KIPI) Web


Property Office Ministry of Trade and Industry site

Kiribati Intellectual Ministry of Commerce, Industry and Cooperatives

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Property Offices

Kuwait Copyright Office National Library of Kuwait

Industrial Ministry of Trade and Industry


Property Office Trademarks and Patents Department

Kyrgyzstan Copyright Office State Service of Intellectual Property and Innovation Web
under the Government of the Kyrgyz Republic site
(Kyrgyzpatent)

Industrial State Service of Intellectual Property and Innovation Web


Property Office under the Government of the Kyrgyz Republic site
(Kyrgyzpatent)

Lao People's Intellectual Department of Intellectual Property, Web


Democratic Property Offices Ministry of Science and Technology site
Republic

Latvia Copyright Office Copyright Unit Web


Ministry of Culture site

Industrial Patent Office of the Republic of Latvia Web


Property Office site

Lebanon Intellectual Office of Intellectual Property Web


Property Offices Department of Intellectual Property site
Directorate General of Economy and Trade
Ministry of Economy and Trade

Lesotho Intellectual Ministry of Law, Constitutional Affairs and Human Rights


Property Offices Registrar General's Office

Liberia Copyright Office Liberia Intellectual Property Office Web


Ministry of Commerce & Industry site

Industrial Liberia Intellectual Property Office Web


Property Office Ministry of Commerce & Industry site

Libya Industrial National Authority for Scientific Research (NASR)


Property Office Ministry of Higher Education and Scientific Research

Liechtenstein Copyright Office Bureau of Intellectual Property Web


Office of Economic Affairs site

Industrial Bureau of Intellectual Property Web


Property Office Office of Economic Affairs site

Lithuania Copyright Office Ministry of Culture of the Republic of Lithuania, Web


Copyright Division site

Industrial State Patent Bureau of the Republic of Lithuania Web


Property Office site

Luxembourg Intellectual Office of Intellectual Property Web


Property Offices Ministry of the Economy site

Madagascar Copyright Office Malagasy Copyright Office Web


Ministry of Communication and Culture site

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Industrial Malagasy Industrial Property Office Web


Property Office Ministry of Industry, Trade and Craft site

Malawi Copyright Office Copyright Society of Malawi (COSOMA)


Ministry of Youth, Sports, Culture & Community
Development

Industrial Department of the Registrar General


Property Office Ministry of Justice and Constitutional Affairs

Malaysia Copyright Office Intellectual Property Corporation of Malaysia Web


site

Industrial Intellectual Property Corporation of Malaysia Web


Property Office site

Maldives Copyright Office Intellectual Property Unit


Ministry of Economic Development

Industrial Intellectual Property Unit Web


Property Office Ministry of Economic Development site

Mali Copyright Office Malian Copyright Office Web


Ministry of Culture site

Industrial Malian Centre for the Promotion of Industrial Property Web


Property Office (CEMAPI) site
Ministry of Trade and Industry

Malta Copyright Office Commerce Department Web


Industrial Property Registrations Directorate site
Ministry for the Economy, Investment and Small Business

Industrial Commerce Department Web


Property Office Industrial Property Registrations Directorate site
Ministry for the Economy, Investment and Small Business

Marshall Intellectual Ministry of Internal Affairs


Islands Property Offices

Mauritania Copyright Office Cultural Cooperation and Intellectual Property


Department
Directorate of Culture and Arts
Ministry of Culture, Youth and Sports

Industrial Directorate of Industry


Property Office Ministry of Commerce, Industry, Handicraft and Tourism

Mauritius Copyright Office Mauritius Society of Authors (MASA) Web


Ministry of Arts and Culture site
Web
site

Industrial Industrial Property Office (IPO) Web


Property Office Regional Integration and International Trade site
Ministry of Foreign Affairs

Mexico Copyright Office National Institute of Copyright (INDAUTOR) Web

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

site

Industrial Mexican Institute of Industrial Property Web


Property Office site

Monaco Intellectual Direction de l'Expansion Economique - Division de la Web


Property Offices Propriété Intellectuelle / Business Development Agency - site
Intellectual Property Office

Mongolia Intellectual Intellectual Property Office Web


Property Offices Implementing Agency of the Government of Mongolia site

Montenegro Copyright Office Directorate for Internal Market and Competition Web
Ministry of Economy site

Industrial Directorate for Internal Market and Competition Web


Property Office Ministry of Economy site

Morocco Copyright Office Copyright Office of Morocco Web


site

Industrial Moroccan Industrial and Commercial Property Office Web


Property Office site

Mozambique Copyright Office National Institute of Book and Records


Ministry of Culture and Tourism

Industrial Industrial Property Institute (IPI) Web


Property Office Ministry of Industry and Commerce site

Myanmar Intellectual Intellectual Property Department


Property Offices Ministry of Commerce

Namibia Copyright Office Business and Intellectual Property Authority (BIPA) Web
Ministry of Industrialization, Trade and SME Development site
(MITSMED)

Industrial Business and Intellectual Property Authority (BIPA) Web


Property Office Ministry of Industrialization, Trade and SME Development site
(MITSMED)

Nauru Copyright Office Department of Justice


Office of the Registrar of Patents, Trade Marks and
Copyright
Department of Justice and Border Control

Industrial Department of Justice


Property Office Office of the Registrar of Patents, Trade Marks and
Copyright
Department of Justice and Border Control

Nepal Copyright Office Nepal Copyright Registrar's Office Web


Ministry of Culture, Tourism and Civil Aviation site

Industrial Department of Industries Web


Property Office Department of Industry, Ministry of Industry, Commerce site
and Supplies

Netherlands Copyright Office Ministry of Justice and Security Web

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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Directorate of Legislation and legal affairs site

Industrial Bureau for Intellectual Property Sint Maarten Web


Property Office site

Industrial Bureau of Intellectual Property Aruba Web


Property Office site

Industrial Bureau of Intellectual Property Curaçao Web


Property Office site

Industrial Netherlands Patent Office Web


Property Office Netherlands Enterprise Agency site
Ministry of Economic Affairs

New Zealand Copyright Office Corporate Governance and Intellectual Property Policy Web
Team site
Competition, Consumers and Communications Branch
Ministry of Business, Innovation and Employment

Industrial Office for Tokelau Affairs


Property Office

Intellectual Intellectual Property Office of New Zealand (IPONZ) Web


Property Offices Ministry of Business, Innovation and Employment site

Nicaragua Copyright Office Officina Nacional de Derechos de Autor y Derechos Web


Conexos site
Registro de la Propiedad Intelectual (RPI)
Ministerio de Fomento, Industria y Comercio (MIFIC)

Industrial Intellectual Property Registry (RPI) Web


Property Office Ministry of Development, Industry and Trade (MIFIC) site

Niger Copyright Office Niger Copyright Office (BNDA)


Ministry of Cultural Revival, Arts and Social
Modernization

Industrial National Agency for Industrial Property and Promotion of


Property Office Innovation
Ministry of Mines and Industrial Development

Nigeria Copyright Office Nigerian Copyright Commission (NCC) Web


Federal Ministry of Information and Culture site

Industrial Commercial Law Department Web


Property Office Trademarks, Patents and Designs site
Ministry Of Trade and Investment

Niue Intellectual Crown Law Office


Property Offices

North Copyright Office Normative and Administrative Affairs, Copyright and


Macedonia Related Rights,
Ministry of Culture (MoC)

Industrial State Office of Industrial Property (SOIP) Web


Property Office site

https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 15/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Norway Copyright Office Department of Media Policy and Copyright Web


Norwegian Ministry of Cultural Affairs site

Industrial Norwegian Industrial Property Office Web


Property Office site

Oman Industrial Intellectual Property Department Web


Property Office Ministry of Commerce and Industry site

Pakistan Copyright Office Intellectual Property Organization of Pakistan (IPO- Web


Pakistan) site

Industrial Intellectual Property Organization of Pakistan (IPO- Web


Property Office Pakistan) site

Industrial Patent Office Web


Property Office Intellectual Property Organization of Pakistan (IPO- site
Pakistan)

Industrial Trademarks Office Web


Property Office Intellectual Property Organization of Pakistan (IPO- site
Pakistan)

Palau Industrial Ministry of Resources and Development


Property Office

Panama Copyright Office Directorate General of Copyright


Ministry of Commerce and Industries

Industrial Directorate General of the Industrial Property Registry


Property Office Ministry of Commerce and Industries

Papua New Copyright Office Intellectual Property Office of Papua New Guinea Web
Guinea (IPOPNG) site

Industrial Intellectual Property Office of Papua New Guinea Web


Property Office (IPOPNG) site

Paraguay Intellectual National Directorate of Intellectual Property Web


Property Offices site

Peru Intellectual National Institute for the Defense of Competition and Web
Property Offices Protection of Intellectual Property (INDECOPI) site
Presidency of the Council of Ministers (PCM)

Philippines Intellectual Intellectual Property Office of the Philippines Web


Property Offices site

Poland Copyright Office Department of Intellectual Property and Media Web


Ministry of Culture and National Heritage site

Industrial Patent Office of the Republic of Poland Web


Property Office site

Portugal Copyright Office Bureau for Cultural Strategy, Web


Planning and Assessment (GEPAC) site

Industrial Portuguese Institute of Industrial Property Web


Property Office Ministry of Justice site

https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 16/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Qatar Copyright Office Intellectual Property Department


Ministry of Commerce and Industry

Industrial Patents and Integrated Circuits


Property Office Intellectual Property Department
Ministry of Commerce and Industry

Industrial Trademarks, Industrial Designs, Geographical Indication,


Property Office Commercial Registration and Licensing
Intellectual Property Department
Ministry of Commerce and Industry

Republic of Copyright Office The Copyright Bureau of the Ministry of Culture, Sports Web
Korea and Tourism of the Republic of Korea site

Industrial Korean Intellectual Property Office (KIPO) Web


Property Office site

Republic of Intellectual State Agency on Intellectual Property Web


Moldova Property Offices site

Romania Copyright Office Romanian Copyright Office (ORDA) Web


site

Industrial State Office for Inventions and Trademarks Web


Property Office site

Russian Copyright Office Federal Service for Intellectual Property (ROSPATENT) Web
Federation site

Industrial Federal Service for Intellectual Property (ROSPATENT) Web


Property Office site

Rwanda Copyright Office Office of the Registrar General Web


Rwanda Development Board (RDB) site

Industrial Office of the Registrar General Web


Property Office Rwanda Development Board (RDB) site

Saint Kitts Intellectual Intellectual Property Office Web


and Nevis Property Offices Ministry of Justice,Legal Affairs and Communications site

Saint Lucia Copyright Office Registry of Companies and Intellectual Property

Industrial Registry of Companies and Intellectual Property


Property Office

Saint Vincent Copyright Office Commerce and Intellectual Property Office Web
and the site
Grenadines

Industrial Commerce and Intellectual Property Office Web


Property Office site

Samoa Copyright Office Registrar of Intellectual Properties Web


Registries of Companies and Intellectual Property site
Division (RCIP)

https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 17/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Division of the Ministry of Commerce, Industry and


Labour (MCIL)

Industrial Registries of Companies and Intellectual Property Web


Property Office Division (RCIP) site
Division of the Ministry of Commerce, Industry and
Labour (MCIL)

San Marino Copyright Office Directorate of Economic and Social Affairs


Department of External Affairs

Industrial Department of External Affairs Web


Property Office State Office for Patents and Trademarks site

Sao Tome Intellectual National Intellectual Property and Quality Service


and Principe Property Offices Secretary of State, Trade and Industry
Ministry of Tourism, Culture, Commerce and Industry

Saudi Arabia Intellectual Saudi Authority for Intellectual Property (SAIP) Web
Property Offices site

Senegal Copyright Office La Sénégalaise des Droits d’Auteurs et des Droits Voisins

Copyright Office Ministry of Culture

Industrial Senegalese Agency of Industrial Property and Innovation Web


Property Office Technologique (ASPIT) site
Ministry of Industry and Mining

Serbia Copyright Office Intellectual Property Office of the Republic of Serbia Web
Sector for Copyright and Related Rights and International site
Cooperation

Industrial Intellectual Property Office of the Republic of Serbia Web


Property Office site

Seychelles Intellectual Intellectual Property Office


Property Offices Registration Division
Department of Legal Affairs
President's Office

Sierra Leone Copyright Office National Registry for industrial property and copyright
Administrator and Registrar-General's Department

Industrial National Registry for industrial property and copyright


Property Office Administrator and Registrar-General's Department

Singapore Copyright Office Intellectual Property Office of Singapore (IPOS) Web


site

Industrial Intellectual Property Office of Singapore (IPOS) Web


Property Office site

Slovakia Copyright Office Media, Audiovisual and Copyright Department, Ministry of Web
Culture site

Industrial Industrial Property Office of the Slovak Republic Web


Property Office site

https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 18/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Slovenia Copyright Office Slovenian Intellectual Property Office (SIPO) Web


Ministry of Economic Development and Technology site

Industrial Slovenian Intellectual Property Office (SIPO) Web


Property Office Ministry of Economic Development and Technology site

Solomon Copyright Office Registrar-General's Office


Islands Ministry of Justice and Legal Affairs

Industrial Registrar General's Office


Property Office Ministry of Justice and Legal Affairs

Somalia Copyright Office Ministry of Culture and Higher Education,


Copyright Office

Industrial Ministry of Industry,


Property Office Patents and Trademarks Office

South Africa Intellectual Companies and Intellectual Property Commission Web


Property Offices Department of Trade and Industry site

Spain Copyright Office Ministry of Culture and Sports Web


Directorate General of Cultural Industries and site
Cooperation
Deputy Directorate General for Intellectual Property

Industrial Spanish Patent and Trademark Office O.A. Web


Property Office Ministry of industry, trade and tourism site

Sri Lanka Copyright Office National Intellectual Property Office of Sri Lanka Web
site

Industrial National Intellectual Property Office of Sri Lanka Web


Property Office site

Sudan Copyright Office Council for the Protection of Copyright and Related
Rights

Industrial Registrar General of Intellectual Property Department Web


Property Office site

Suriname Intellectual Intellectual Property Office of Suriname


Property Offices Ministry of Trade,Industry and Tourism

Sweden Industrial Swedish Patent and Registration Office (SPRO) Web


Property Office site

Intellectual Division of Intellectual Property and Transport Law Web


Property Offices Ministry of Justice site

Switzerland Copyright Office Swiss Federal Institute of Intellectual Property Web


site

Industrial Swiss Federal Institute of Intellectual Property Web


Property Office site

Syrian Arab Copyright Office Copyright Office Web


Republic Ministry of Culture site

https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 19/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Industrial Directorate of Industrial and Commercial Property Web


Property Office Protection (DCIP) site
Ministry of Internal Trade and Consumer Protection

Tajikistan Copyright Office Agency of Copyright and Related Rights


Ministry of Culture

Industrial National Center for Patents and Information Web


Property Office Ministry of Economic Development and Trade of the site
Republic of Tajikistan

Thailand Intellectual Department of Intellectual Property (DIP) Web


Property Offices Ministry of Commerce site

Timor-Leste Intellectual Permanent Mission of the Democratic Republic of Timor- Web


Property Offices Leste to the United Nations Office at Geneva site

Togo Copyright Office Togolese Copyright Office Web


Ministry of Culture, Tourism and Leisure site

Industrial National Institute for Industrial Property and Technology


Property Office (INPIT)

Tonga Copyright Office Intellectual Property Office, Ministry of Trade & Economic Web
Development site

Industrial Intellectual Property Office Web


Property Office Ministry of Trade & Economic Development site

Trinidad and Intellectual Intellectual Property Office Web


Tobago Property Offices Ministry of the Attorney General and Legal Affairs site

Tunisia Copyright Office Tunisian Organism for the Protection of Copyrights and Web
Related Rights (OTDAV) site

Industrial National Institute for Standardization and Industrial Web


Property Office Property site

Turkey Copyright Office Directorate General for Copyright Web


Ministry of Culture and Tourism site
Web
site

Industrial Turkish Patent and Trademark Office Web


Property Office site

Turkmenistan Intellectual State Service on Intellectual Property of Ministry of


Property Offices Finance and Economy of Turkmenistan

Tuvalu Industrial Attorney General’s Office


Property Office Office of the Prime Minister

Uganda Copyright Office Uganda Registration Services Bureau Web


Ministry of Justice and Constitutional Affairs site

Industrial Uganda Registration Services Bureau Web


Property Office Ministry of Justice and Constitutional Affairs site

Ukraine Copyright Office Ministry of Economic Development and Trade of Ukraine Web

https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 20/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Department for Intellectual Property site

Industrial Ministry of Economic Development and Trade of Ukraine Web


Property Office Department for Intellectual Property site

Industrial Ministry of Economic Development and Trade of Ukraine Web


Property Office State Enterprise “Ukrainian Intellectual Property Institute site
(Ukrpatent)”

United Arab Copyright Office Copyright Department Web


Emirates Ministry of Economy site

Industrial International Center for Patent Registration Web


Property Office Ministry of Economy site

Industrial Trademark Department


Property Office Ministry of Economy

United Copyright Office Intellectual Property Office Web


Kingdom site

Industrial Intellectual Property Office Web


Property Office site

United Copyright Office Copyright Society of Zanzibar (COSOZA),


Republic of Ministry of Youth, Culture, Arts and Sports
Tanzania

Copyright Office The Copyright Society of Tanzania (COSOTA) Web


Ministry of Industry and Trade site

Industrial Business Registrations and Licensing Agency (BRELA) Web


Property Office Ministry of Industry and Trade site

Industrial Zanzibar Business and Property Registration Agency


Property Office (BPRA)
Ministry of Industry and Trade

United States Copyright Office Library of Congress Web


of America Copyright Office site

Industrial United States Department of Commerce Web


Property Office United States Patent and Trademark Office (USPTO) site

Uruguay Copyright Office Copyright Council Web


Ministry of Education and Culture site

Industrial National Directorate of Industrial Property Web


Property Office Ministry of Industry, Energy and Mining site

Uzbekistan Copyright Office Agency on Intellectual Property under the Ministry of Web
Justice of the Republic of Uzbekistan site

Industrial Agency on Intellectual Property under the Ministry of Web


Property Office Justice of the Republic of Uzbekistan site

Vanuatu Copyright Office The Intellectual Property Office of the Republic of


Vanuatu
Ministry of Trade, Tourism and Industry

https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 21/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Industrial The Intellectual Property Office of the Republic of


Property Office Vanuatu
Ministry of Trade, Tourism and Industry

Venezuela Copyright Office Autonomous Service of Intellectual Property (SAPI) Web


(Bolivarian Ministry of Popular Power for National Commerce site
Republic of)

Intellectual Autonomous Service of Intellectual Property Web


Property Offices Ministry of the Popular Power of Industries and National site
Production

Viet Nam Copyright Office Copyright Office of Viet Nam (COV) Web
site

Industrial Intellectual Property Office of Viet Nam Web


Property Office site

Yemen Copyright Office Ministry of Culture

Industrial Ministry of Industry and Trade, General Department for Web


Property Office Intellectual Property Protection site

Zambia Intellectual Patents and Companies Registration Agency Web


Property Offices Ministry of Commerce, Trade and Industry site

Zimbabwe Copyright Office Zimbabwe Intellectual Property Office (ZIPO)


Ministry of Justice, Legal and Parliamentary Affairs

Industrial Zimbabwe Intellectual Property Office (ZIPO) Web


Property Office Ministry of Justice, Legal and Parliamentary Affairs site

Regional Offices

https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 22/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices

Acronym Contact Details Office URL

OAPI Regional Office African Intellectual Property Organization Web


site

ARIPO Regional Office African Regional Intellectual Property Organization Web


site

ASBU Regional Office Arab States Broadcasting Union Web


site

BOIP Regional Office Benelux Office for Intellectual Property Web


site

EAPO Regional Office Eurasian Patent Organization Web


site

EPO Regional Office European Patent Organisation Web


site

EUIPO Regional Office European Union Intellectual Property Office Web


site

UPOV Regional Office International Union for the Protection of New Varieties of Web
Plants site

ICPIP Regional Office Interstate Council on the Protection of Industrial Property

GCC Regional Office Patent Office of the Cooperation Council for the Arab States Web
Patent of the Gulf site
Office

https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 23/23

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