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1- INTRODUÇÃO
Os direitos de propriedade intelectual são direitos patrimoniais que protegem diversas formas de
criação intelectual humana. A propriedade intelectual compreende os direitos autorais e os direitos de
propriedade industrial, tais como: invenções, sinais identificadores, novas formas para objetos cotidianos,
criações do campo das artes em geral, entre outros frutos do intelecto. Interessa aqui a discussão sobre os
direitos industriais1 como decisivos para as nações se posicionarem e competirem no mercado globalizado.
Em especial, os direitos de propriedade industrial surgem em um contexto de expansão de mercado
no qual os agentes econômicos, para conquistar e fidelizar a clientela, procuram diferenciar-se pela entrega
de novos bens de consumo. Conforme o tratadista e professor português Carlos Olavo:
Ora, num mercado cada vez mais competitivo e globalizado, a capacidade que cada empresário
tenha de inovar e de se distinguir dos demais constitui indiscutível vantagem. E é vantagem
acrescida a circunstância de os consumidores reconhecerem, com facilidade, essa capacidade de
inovação e de distinção. A Propriedade Intelectual representa a atribuição, a cada um, dos
valores correspondentes às inovações que fazem, bem como à respectiva capacidade distintiva,
em termos de tais valores poderem ser imediatamente apreendidos pelo mercado. (OLAVO,
2005, p.8)
Inovar e distinguir, para o citado autor, revelam-se como elementos fulcrais dos direitos de
propriedade industrial, reunindo marcas, nomes comerciais e indicações geográficas, como sinais de
identificação, e as patentes de invenção, modelos de utilidade e desenhos industriais como derivados da
capacidade de inovação. Esse conjunto de direitos permite às empresas e demais empreendedores se
posicionarem no mercado, com vistas ao crescimento e desenvolvimento de suas atividades. Não há como
negar serem tais direitos elementos de grande importância para o sistema de mercado capitalista, pois
buscam premiar aquele que investe em inovação, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico,
econômico e social da sociedade. Não há como investir sem a garantia da possibilidade de explorar seu
investimento de forma eficiente.
Não obstante, a questão se desenha no sentido de como tais garantias podem ser obtidas por
aqueles que investem. Que incentivos serão dados para a garantia da apropriação do investimento gasto na
inovação e diferenciação torna-se um ponto de problematização discutido pelos formuladores de políticas
desde o final do séc. XVIII.
Tais discussões levaram, em 1883, à Convenção da União de Paris para a Proteção da Propriedade
Industrial (CUP). Esta, por meio do seu artigo 12°, dispõe que:
1
“A propriedade industrial engloba o conjunto de princípios e normas que atribuem uma protecção exclusiva (com um
‘círculo de poder’ e um ‘círculo de proibição’) aos novos resultados da actividade criativa no domínio tecnológico – um
domínio que busca a consecução prática de soluções de problemas técnicos –, conquanto estético utilitário” (REMÉDIO
MARQUES, 2005, p. 206).
1
Cada um dos países da União se compromete a estabelecer um serviço especial da propriedade
industrial e uma repartição central para informar o público sobre as patentes de invenção,
modelos de utilidade, desenhos ou modelos industriais e marcas de fábrica ou de comércio (...).
3
Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (ADPIC2), como parte do
Acordo de Marrakesh, em 1994. O ADPIC reforça não só os direitos de propriedade intelectual, como um
todo, como também determina a observância da CUP por parte dos países que o assinaram.
No Brasil, a discussão sobre propriedade industrial, antes mesmo da entrada em vigor do ADPIC, já
fazia parte dos interesses do governo. Conforme Malavota (2006), os direitos de propriedade industrial
eram objeto de apreciação cuidadosa durante o período de 1970 a 1984. Segundo o autor, os governos
enquadrados no período citado visavam à “(...) construção de um amplo projeto de desenvolvimento
científico-tecnológico e industrial para o país, a partir do qual se desdobraria um plano específico para o
tratamento da propriedade industrial e transferência de tecnologia.” (MALAVOTA, 2006, p. 15).
O mesmo autor afirma ter sido a propriedade industrial um elemento de destaque do projeto
político do governo militar objetivando a transferência de tecnologia para o país. Acompanhando sua
exposição:
Defende-se, também, que apenas diante deste legado, pode-se compreender o posicionamento
dado à propriedade industrial na Constituição Federal brasileira de 1988. A matéria foi inserida dentro do
artigo 5º, que trata de garantias fundamentais a resguardarem todos os cidadãos. Conforme a Constituição
Federal:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...) XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnológico e econômico do País; (...)
Do texto constitucional, depreende-se ser a propriedade industrial uma dimensão não apenas
individual, da garantia de direito àquele que investe em um bem do intelecto, mas também uma dimensão
social de promoção do interesse social e do desenvolvimento tecnológico e econômico do país. Não sem
razões, a Lei da Propriedade Industrial (LPI 9.279/1996), em seu artigo 2° reafirma o contido na Carta
Constitucional ao dispor “A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerando o seu
2
Este é mais conhecido por seu acrônimo em inglês TRIPS (Agreement on Trade-Related Aspects of Intellectual
Property Rights).
4
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país, efetua-se mediante a concessão
(...)” de patentes de invenção e de modelo de utilidade, desenhos industriais, marcas, etc (BRASIL, 1996).
Sobre a relevância do interesse social, presente no texto constitucional e na LPI, José de Oliveira Ascensão
assim se posiciona:
(...) ‘privilégio temporário’, ‘tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
económico do país’. Há aqui um evidente acentuar do interesse social. Esses direitos são
conferidos na medida em que há interesse do país na sua concessão. E são expressamente
apresentados como temporários. Manifesta-se visivelmente uma preocupação pelo interesse
público, muito mais expressa que no respeitante ao direito de autor e direitos conexos (...). Há
ainda outro preceito particularmente importante para este efeito. Referimo-nos ao art. 5 XXIII –
“a propriedade atenderá a sua função social”. Em si, representa um limite do direito de
propriedade. Impõe a esta um limite funcional intrínseco: o desempenho duma função social.
(ASCENSÃO, 2002, p. 132)
Para traçar tal limite entre o interesse privado e o viés público atrelado à concessão de um
privilégio ou de outra modalidade de propriedade industrial, cabe ao Estado regular a matéria, conforme
ocorre em todos os países, de forma a promover, por meio da concessão dos direitos de propriedade
industrial e do uso eficiente do sistema, o propalado e desejado desenvolvimento econômico e tecnológico,
assim como o bem estar social.
Em consonância com essa diretriz, destacam-se outros tratados internacionais sob a égide da CUP,
como o Tratado de Cooperação em matéria de Patentes (PCT) e o recém-assinado Protocolo de Madri, cujo
objetivo é simplificar a solicitação de direitos de propriedade industrial por parte dos agentes econômicos
em diversos países, respectivamente, na área de patentes e marcas. Os Estados que fazem parte desses
tratados são os responsáveis pela recepção e administração das solicitações, e principalmente, são os entes
competentes na análise e possível concessão desses direitos nos seus respectivos países, e devem atuar no
sentido de preservar o equilíbrio entre o interesse privado e o viés público.
O papel do Estado na administração e análise das solicitações sob o escopo desses tratados fica
evidente na leitura desses instrumentos do direito público internacional. No texto do Protocolo,
mencionam-se membros da União de Madri que são os Estados Contratantes. Também se menciona
“Administração de Origem”, como a Administração de um Estado-parte. No texto do PCT, a menção ao
Estado e suas instituições governamentais é explícita no artigo 2°, no qual se encontra o título “Definições”:
5
privada, não devendo ser administrados por entes privados. O interesse público só pode ser representado,
portanto, por meio do Estado e das instituições por este coordenadas, de forma a obter a melhor eficácia
e eficiência do sistema.
Os direitos de propriedade industrial são direitos privados, concedidos aos agentes econômicos, na
intenção da exploração de criações intelectuais no ambiente de mercado, gerando benefícios econômicos,
tecnológicos e sociais. Neste equilíbrio entre garantir a exploração exclusiva aos titulares de tais direitos e o
aproveitamento pela coletividade dos avanços alcançados a partir da exploração do bem público
denominado conhecimento reside o elemento basilar do sistema de proteção à propriedade industrial.
Apesar da utilização do termo propriedade, não é clara a tipificação da proteção dos bens
intelectuais como uma espécie de propriedade. Isso se dá devido à matéria prima central para a produção
desses bens, ou seja, o conhecimento. Este se encontra disponível, sendo caracterizado como um bem não
finito e não rival. O consumo de conhecimento por cada um na sociedade não o diminui e não impede que
outros o utilizem. Todavia, o investimento destinado a transformar o conhecimento, bem público e não
rival, em uma invenção, por exemplo, merece ser recompensado. O sistema de propriedade industrial foi
estruturado pensando-se nessa recompensa. A ideia de classificar como propriedade a exploração e
transformação do conhecimento adveio, segundo Oliveira Ascensão (2002), muito mais de uma questão
ideológica3 do que técnica.
A presença do Estado no reconhecimento dos direitos de propriedade industrial passa a ter papel
fundamental exatamente por se tratar de um bem público, passível de fruição por toda a sociedade e que,
por poder ser transformado em matéria exclusiva de exploração econômica, tende a migrar para o âmbito
privado, mas sem deixar de perder suas especificidades como bem público. Conforme Remédio Marques
(2005, p. 202):
A produção e a divulgação do conhecimento tecnológico, (...), traduz a satisfação de necessidades
colectivas cujo processo de satisfação é assumido pela colectividade, ela própria, e não pelas
entidades privadas, as quais não podem satisfazer imediata e necessariamente por direito próprio
essas necessidades.
Remédio Marques (2005, p. 202) aponta que o processo de satisfação de tais necessidades deve ser
assumido por “entidades públicas governamentais ou institutos públicos”. A estes, segundo o autor,
“compete, segundo o princípio da territorialidade, a outorga de títulos jurídicos através dos quais são
constituídos direitos subjectivos patrimoniais privados sobre algumas das referidas criações ou prestações.”
Ou seja, para a consecução das finalidades desenhadas para o sistema de propriedade industrial, de
3
“Os direitos intelectuais são essencialmente direitos de exclusivo ou de monopólio. Reservam aos titulares a
exclusividade na exploração, ao abrigo da concorrência. São frequentemente qualificados como direitos de
propriedade, particularmente nas modalidades de propriedade literária ou artística e propriedade industrial. Mas a
qualificação nasceu no final do séc. XVIII e continua a existir com clara função ideológica, para cobrir a nudez crua do
monopólio sob o manto venerável da propriedade.” (ASCENSÃO, 2002, p. 126).
6
atendimento aos interesses envolvidos, seja de concorrentes, de titulares ou da sociedade como um todo,
o Estado funciona como um elemento mediador, visando à eficácia do sistema no intento de atingir ao bem
estar geral.
Neste diapasão, posiciona-se Barbosa ao analisar a concessão da proteção à patente.
É pacífico na doutrina nacional e estrangeira que a patente, isto é, o privilégio de exploração
monopolística que ela atribui, consiste em um instrumento destinado a equilibrar interesses. Se,
após divulgada uma invenção, qualquer pessoa pudesse apropriar-se da ideia e explorar por si
mesma suas utilidades industriais ou comerciais, pouco estímulo haveria tanto para a invenção
como para a divulgação dos inventos e, provavelmente, a sociedade seria privada de bens
capazes de promover o desenvolvimento e elevar a qualidade de vida das pessoas.
Modernamente, o período de exploração da patente é, acima de tudo, o mecanismo pelo qual as
empresas que se dedicam à invenção podem recompor os investimentos feitos em cada projeto
(BARBOSA, 2006, p. 15).
As noções propaladas por Hua sobre o bem estar social e o interesse público obtido por meio do
reconhecimento dos direitos de propriedade industrial podem ser observadas no contexto do ADPIC, em
seu artigo 7º. Neste, encontra-se que a proteção e a aplicação das normas referentes aos direitos de
propriedade intelectual deverão contribuir para a promoção tecnológica e para a transferência e difusão de
tecnologia, de forma a beneficiar mutuamente os produtores e usuários do conhecimento tecnológico,
atendendo ao bem-estar socioeconômico e tecnológico e a um equilíbrio entre direitos e obrigações. Ao
analisar o artigo 7º do ADPIC, Remédio Marques (2005, p. 216) destaca que:
É, porém, certo que a promoção da inovação tecnológica depende da criação, por parte dos
poderes públicos, de infra-estruturas económicas (v.g., economia de mercado), sociais e políticas
(v.g., estabilidade política, sistema judicial independente, pautado por regras de imparcialidade).
Já a transferência de tecnologia é um objectivo que, hoje, não é exercitável apenas através da
celebração de contratos de licença de direitos de propriedade intelectual (ou de comunicação de
saber-fazer secreto), mas também através da disseminação automática, via Internet, da
7
informação contida em pedidos de patente, modelo de utilidade e topografias de produtos
semicondutores, contanto que essas informações permaneçam acessíveis ao público.
Para caracterizar tais escritórios foram escolhidos os países que mais recebem depósitos de direitos
de propriedade industrial, bem como aqueles que apresentam economias de industrialização destacadas
no cenário econômico mundial. A metodologia escolhida para o levantamento das informações partiu do
sítio da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI)4, onde se pode obter a lista dos países
4
A lista completa dos países, com as instituições por estes designadas para a proteção da propriedade industrial,
juntamente com o endereço eletrônico de cada instituição, pode ser consultada no sítio eletrônico:
https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp. Esta lista está disposta no Anexo 1 deste documento.
8
pertencentes ao sistema de propriedade intelectual, além das instituições ou organismos de cada um que
cuidam da matéria, juntamente com os endereços eletrônicos que permitem o acesso direto a cada uma
das instituições.
A lista constante do sítio da OMPI (Anexo 1) revela que a matéria da propriedade industrial é
tratada em organismos governamentais, sendo alguns enquadrados diretamente como agências de
governo, e outros, ministérios, também pertencentes ao Estado de cada país, como são os casos de
ministérios da economia, da justiça, da cultura, do desenvolvimento, entre outros5.
Os países escolhidos para um melhor detalhamento deste documento são: Alemanha, China,
França, Japão, Coréia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.
4.1 – ALEMANHA
Na República Federal da Alemanha, o German Patent and Trade Mark Office (DPMA) foi criado em
1877, como Imperial Patent Office, tendo mais de 140 anos de existência. Atualmente, e conforme
informação disponível no sítio do escritório, além da análise e concessão, há a preocupação de
disponibilizar informações sobre tais direitos ao público, cumprindo-se a missão que se espera ser
executada por um escritório que trate a matéria.
The German Patent and Trade Mark Office (DPMA) is the center of expertise in the field of
industrial property protection in Germany. More than 2,500 staff work at our offices in Munich,
Jena and Berlin. We examine inventions, grant patents, register trademarks, utility models and
designs, administer IP rights and provide IP information to the public. The DPMA is the largest
national IP office in Europe and the fifth largest national patent office in the world. As a higher
federal authority, we operate within the portfolio of the Federal Ministry of Justice and Consumer
Protection.
4.2 – CHINA
O marco inicial dos direitos de propriedade industrial na China ocorreu a partir da década de 1980,
como parte das reformas empreendidas pelo país para se inserir na economia de mercado internacional,
levando o país a se tornar membro da OMPI. Em 1990, foi criado o State Intellectual Property Office of
China (SIPO), uma espécie de Instituto Nacional da Propriedade Industrial (ANJOS, 2014). Em 2018, o
mesmo foi reestruturado. Desta reestruturação, destaca-se a compreensão de que marcas e indicações
geográficas são partes do sistema de propriedade industrial, devendo ser tratadas juntamente com
patentes, desenhos industriais e modelos de utilidade, tendo em vista todos terem relevância econômica e
social.
Following a recent restructuring, the former State Intellectual Property Office of China (SIPO) was
renamed to China National Intellectual Property Administration, abbreviated as CNIPA, on 28
August 2018.
Since March 2018, CNIPA has no longer been a subordinate under the State Council, but
supervised by the newly established State Administration of Market Supervision and
Administration. In addition to patents, utility models and designs, CNIPA now also handles
trademarks (formerly administered by the State Administration of Industry and Commerce, SAIC)
5
https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp.
9
and geographical indications (formerly handled by the Administration of Quality Supervision,
Inspection and Quarantine, AQSIQ).
4.3 – FRANÇA
O Escritório de Patentes e Marcas criado em 1900, que mudou de nome em 1902, foi substituído
pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), criado pela Lei nº 51-444, de 19 de abril de 1915.
Este INPI é autofinanciado, mas sob a supervisão do Ministério da Economia, Finanças e Comércio Exterior,
Ministério da Recuperação Produtiva e Ministro Delegado para Pequenas Empresas, médias empresas,
inovação e economia digital.
Essa instituição administrativa pública configura-se como pessoa coletiva de direito público, com
certa autonomia administrativa e financeira, de forma a cumprir missão de interesse geral, não se
restringindo aos interesses industrial e comercial e se coadunando como os demais escritórios de
propriedade industrial como um mediador entre o interesse público e o interesse privado. De acordo com
Warusfel (2008, p. 3):
Ces organismes publics – et particulièrement l'INPI – assument une mission de service public et
disposent de prérogatives de puissance publique leur permettant de prendre des décisions
administratives individuelles ayant des effets sur les tiers. Les titres de propriété industrielle
6
délivrés ont en effet force obligatoire erga omnes .
4.4 – JAPÃO
O Escritório de Patentes do Japão, Japan Patent Office (JPO), criado em 1885, é uma agência
governamental responsável pelos assuntos de direito de propriedade industrial, no âmbito do Ministério da
Economia, Comércio e Indústria. A missão do Escritório é promover o crescimento da economia e da
indústria japonesas, administrando as leis relacionadas a patentes, modelos de utilidade, desenhos e
marcas comerciais. Já os direitos autorais são administrados pela Agência de Assuntos Culturais. Destaca-se
a importância dada pelo governo japonês aos direitos de propriedade industrial como elementos decisivos
para a promoção do progresso tecnológico e industrial, bem como para a melhoria do bem estar social
como um todo, conforme citação a seguir:
The industrial property rights system … administered by the JPO, has become increasingly
important for Japan in its quest to promote the progress of industrial technology and improve its
people’s lives in the 21st century.
As an agency made up of the General Affairs Department, the Trademark, Design and
Administrative Affairs Department, the First to Fourth Patent Examination Departments, and the
Appeals Department, the JPO is active in its efforts to boost Japanese industry, including: 1)
appropriate granting of industrial property rights; 2) drafting of industrial property-related
measures; 3) promotion of international harmonization and assistance to developing nations; 4)
reviews of the industrial property rights system; 5) implementation of support measures designed
for SMEs and universities; and 6) improvement in industrial property-related information services.
6
Tradução livre: Esses órgãos públicos - e particularmente o INPI - têm uma missão de serviço público e têm
prerrogativas de autoridades públicas para tomar decisões administrativas individuais com efeitos em terceiros. Os
títulos de propriedade industrial emitidos têm efetivamente força vinculativa erga omnes.
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4.5 – CORÉIA DO SUL
A Coréia do Sul destaca-se, atualmente, como player relevante no comércio internacional. Seu
escritório de Propriedade Intelectual (KIPO) tem como uma de suas origens o Escritório de Patentes,
criado em 1949. Em 1977, o então Escritório de Patentes tornou-se Escritório Coreano de Propriedade
Industrial, sendo ligado ao Ministério do Comércio e Indústria, assumindo, nos anos 2000, a atual
nomenclatura. Em 2006, o governo coreano alterou o status legal do KIPO para uma agência executiva
central, sendo a mesma enquadrada na Lei sobre Estabelecimento e Operação de Agências Executivas.
Dessas transformações, depreende-se o papel que o Estado vem assumindo como promovedor da
propriedade industrial, tendo papel estratégico para o país, principalmente diante da relevância da
economia criativa em âmbito mundial.
KIPO is the governmental agency primarily responsible for handling intellectual property (IP)
related issues in Korea. We are working hard to realize an IP-based creative economy by
effectively supporting the creation, protection, and utilization of IP rights (IPRs).
12
vítima, de certa forma, de equívoco de interpretação, sendo esquecido, “(...) sem maiores inconvenientes,
durante quase quarentas anos.” (CERQUEIRA, 1982, p. 30).
Os países que formaram a União para a proteção da propriedade industrial não se obrigaram a
criar uma repartição especial para esse serviço, nem a unificá-lo, mas apenas a criar (os que não
o possuíssem, ainda) o serviço especial e o depósito central de patentes, marcas, etc. Esse serviço
especial tanto podia ser desempenhado por uma só repartição, como por uma seção de
qualquer Ministério. A organização administrativa do serviço, desde que fosse satisfeito aquele
compromisso, nos termos restritos em que foi assumido, ficava ao critério de cada país, de
acordo com seus interesses e conveniências de ordem interna. (...) O essencial era a existência do
serviço relativo à propriedade industrial e o depósito central, onde o público pudesse ter
conhecimento das patentes e marcas em vigor.
Ao Código de 1945 coube reunir toda a matéria da propriedade industrial. Pela primeira vez, o
Brasil tinha uma única lei a espelhar o contido na CUP. A este seguiram mais dois Códigos, o de 1967 e o de
1969, até que, em 1970, promoveu-se a criação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Este
assumiu o lugar do DNPI, por meio da Lei nº 5.648/1970, tendo o novo Instituto atribuição e escopo
ampliados, conforme disposto no próximo item8.
8
http://www.inpi.gov.br/noticias/inpi-chega-aos-45-anos-conheca-a-historia-do-instituto.
13
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial foi criado por meio da Lei n.º 5.648, de 11 de
dezembro de 1970, como uma autarquia vinculada ao então Ministério da Indústria e do Comércio, cujas
atribuições seriam a execução das normas reguladoras da propriedade industrial e a efetuação do controle
e regulação sobre o comércio de tecnologia no Brasil. A criação do novo órgão e as funções a ele atribuídas
podem ser compreendidas como parte de um reordenamento do aparato jurídico-institucional de controle
sobre o mercado tecnológico, que englobava, entre outras providências, a promulgação de um novo Código
da Propriedade Industrial, a Lei n.º 5.772, de 21 de dezembro de 1971. Ainda que diversas outras áreas
tenham sido envolvidas em uma ampla estratégia de desenvolvimento para o campo científico-tecnológico,
a propriedade industrial e o comércio de tecnologia receberam naquela ocasião um tratamento
privilegiado.
Entre as funções atribuídas ao INPI no momento de sua criação, três se destacavam como
essenciais, constituindo as atividades-fim da autarquia: concessão de privilégios oferecidos por patentes de
invenção e registros de marcas (função herdada de seu antecessor, o DNPI); controle e regulação do
comércio de tecnologia entre o Brasil e o exterior; disponibilização e divulgação de informação tecnológica.
A primeira função, estabelecida pelo Artigo 2º da Lei n.º 5.648/70, consistia na execução das disposições
estabelecidas pelo Código da Propriedade Industrial (CPI). O papel do INPI seria, neste aspecto, o de
executor das “regras” concernentes ao campo da propriedade industrial em território nacional, cujas
principais disposições estavam voltadas para a concessão de privilégios por patentes de invenção, bem
como o registro de marcas, desenhos e modelos industriais.
A política brasileira para ciência e tecnologia passava pela priorização da utilização das patentes
como instrumentos de promoção do desenvolvimento tecnológico nacional, a partir de sua percepção
como ferramenta de estímulo à inovação, recompensa ao inventor e garantia de retorno dos investimentos
em pesquisa e desenvolvimento (P&D). A contrapartida ao privilégio concedido pelo poder público seria a
disseminação da informação tecnológica contida no documento de patente — disclosure9 — impulsionando
o desenvolvimento econômico e social. O exclusivo da marca, por sua vez, atuaria na esfera da
comercialização — identificação de mercadorias, prestação de informações ao consumidor, promoção de
segurança sobre as transações, delimitação de fatias de mercado, estimulação de demandas, etc. —,
propiciando o crescimento da economia nacional a partir de padrões tipicamente capitalistas.
Além das atribuições tradicionais de um escritório oficial de propriedade industrial, ao INPI também
cabia atuar na regulação do mercado tecnológico. Nesse sentido, suas funções foram exercidas a partir de
duas linhas gerais de atuação: controle e fiscalização sobre os contratos de tecnologia; e assessoria ao
empresariado nacional nas negociações envolvendo a tecnologia importada. Também nesse campo a
atuação da autarquia integrava-se aos objetivos de uma política de desenvolvimento tecnológico e
9 O disclosure consiste em uma descrição das informações técnicas sobre a invenção, de tal forma que permita a
terceiros a compreensão dos processos e técnicas utilizadas pelo inventor para chegar ao novo objeto. O sentido da
obrigatoriedade do disclosure, portanto, é de viabilizar a disseminação e plena absorção de uma dada tecnologia,
permitindo que após a expiração do prazo da patente os demais agentes econômicos possam dela fazer pleno uso.
14
industrial. A autoridade do INPI era garantida tanto pela Lei n.º 5.648/70 quanto pelo Código da
Propriedade Industrial, que em seu artigo 126 sujeitava à averbação da Instituição todos os contratos que
implicassem em transferência de tecnologia. O screening contratual efetuado pelo INPI prestava-se a
alguns objetivos específicos: seleção das tecnologias importadas, de acordo com as prioridades
estabelecidas pelas políticas industrial e tecnológica; a eliminação de cláusulas contratuais restritivas;
redução dos custos envolvidos na importação; o estabelecimento de prioridade para os contratos que
envolviam objetos de propriedade industrial; impedir que o pagamento por know-how se tornasse
remuneração de capital não sujeito a risco; impedir que o know-how se tornasse uma patente sem tempo
limitado (INPI, 1974). A averbação implicava também em três efeitos de caráter prático para as partes que
celebravam o contrato: legitimação de pagamentos ao exterior; obtenção de benefícios fiscais;
comprovação de exploração efetiva de patente (CARDOZO, 1990).
Uma última atribuição do INPI, conferida pelo Artigo 3º do Decreto n.º 68.104, de 22 de janeiro de
1971, consistia na promoção da absorção, adaptação ou desenvolvimento de novas tecnologias no país,
garantindo o aproveitamento de informações acumuladas e as divulgando amplamente junto aos setores
industriais ou de pesquisa. Neste sentido, coube ao órgão a construção de um sistema de informações
sobre tecnologia patenteada, que deveria disponibilizar fontes detalhadas de informação tecnológica,
prestando apoio técnico aos diferentes setores da indústria e da ciência, além de respaldar a atuação do
próprio corpo técnico do órgão (analistas de contratos, examinadores de patentes, etc.). Esta
disponibilização de informações tecnológicas tinha uma importância fundamental na função de
assessoramento do INPI às empresas nacionais nas negociações de importação de tecnologia, auxiliando-as
no estabelecimento das condições de contrato, apontando alternativas menos onerosas, aumentando seu
poder de barganha, enfim, estabelecendo uma verdadeira parceria com o empresariado, apoiando-o em
sua inserção em um sistema produtivo internacionalizado.
Segundo autores como Arruda (1984), Fonseca Netto (1986) e Cruz Filho (2015), a atuação do INPI
em suas três primeiras décadas foi marcada por fases distintas. Um momento inicial, compreendido
aproximadamente entre os anos de 1970 e 1978, a regulação dos contratos envolvendo transferência de
tecnologia impôs-se como prioridade, enfatizando-se a apuração de valores, fiscalização de procedimentos
e aferição da adequação das cláusulas contratuais à legislação. Além disso, destacaram-se ações voltadas
ao aperfeiçoamento dos serviços prestados nas áreas de patentes e marcas, modernização de
procedimentos administrativos, bem como a montagem de um centro de informações sobre tecnologia
patenteada — o chamado Banco de Patentes (MALAVOTA, 2006). Já entre 1979 e 1985 verificaram-se
algumas mudanças, especialmente na área de contratos. Para além dos controles até então exercidos,
procurou-se criar instrumentos que promovessem a plena absorção da tecnologia importada pelas
empresas nacionais e estimulassem a sua capacitação tecnológica.
A partir de meados dos anos 1980, já no contexto de redemocratização do país, foi introduzida uma
política de relaxamento dos critérios e exigências para averbação dos contratos (CRUZ FILHO, 2015). Em
15
uma conjuntura marcada pela alta dos juros internacionais, retração dos créditos e investimentos externos,
“decolagem” de segmentos tecnologicamente intensivos no centro da economia capitalista e pelo aumento
das pressões (internas e externas) em prol da abertura da economia brasileira, a nova diretriz visava
atenuar a intervenção do Estado sobre o mercado tecnológico, flexibilizando-se regras e procedimentos.
Entre seus objetivos destacavam-se a atração de investimentos externos e a criação de condições para que
o empresariado nacional elevasse seus investimentos em P&D. Procurou-se nesse período reformar o perfil
institucional, enfatizando-se o papel do INPI como instância de organização e divulgação de um sistema de
informações tecnológicas, estas últimas concebidas como matéria prima essencial à capacitação do
produtor nacional e à elevação de sua competitividade. Ao fim do século XX, a elevação da eficiência
operacional, a adaptação aos ditames da nova Lei de Propriedade Industrial (Lei n.º 9.279, de 14 de maio
de 1996) e a redução dos gargalos administrativos foram lançados ao topo da lista de prioridades,
determinando as principais linhas de ação da autarquia.
Ao longo dos anos seguintes, em especial a partir da década de 1990, observou-se expressivo
crescimento na demanda por ativos de propriedade industrial em todo mundo. Isso ocorreu em um
contexto em que o ADPIC elevou os patamares de proteção aos direitos de propriedade intelectual. Estes
vêm sendo cada vez mais utilizados pelos agentes econômicos como ferramentas de apropriabilidade dos
investimentos realizados na concepção, produção e distribuição de produtos e serviços.
Esse cenário juntamente com a abertura econômica vivenciada pelo Brasil ao longo da década
mencionada contribuiu para o recebimento de um expressivo número de pedidos de patentes,
principalmente de origem estrangeira. Entre os anos de 1971 e 1984 a média de solicitações para patentes
era de cerca de 10.000 ao ano (MALAVOTA, 2006). Por seu turno, nos últimos 10 anos, essas solicitações
passaram a um número em torno de 30.000. Todavia, tal número revela uma baixa participação de
residentes10, o que aponta para a necessidade de políticas públicas voltadas para os agentes locais diante
da baixa taxa de uso do sistema pelos mesmos. Tais políticas se fizeram presentes nas duas primeiras
décadas do INPI, conforme demonstrado, mas parecem ter perdido sua força com a aprovação da LPI n.º
9279/96 e com a adesão do Brasil ao ADPIC.
No caso das marcas, a situação apresenta-se diferente. O número de depósitos anuais vem
crescendo ao longo dos anos e, atualmente, são mais de 180.000 marcas requeridas por ano. As
solicitações de proteção às marcas são realizadas principalmente por residentes, o que expõe a relevância
que tal instituto, de marcas, possui para os nacionais, conforme pode ser observado na figura 1.
Figura 1 – Pedidos de marca por origem do depositante, 2008-2017
10
Tais informações podem ser conferidas no documento produzido pelo INPI Indicadores de Propriedade Industrial
2018, disponível no endereço eletrônico http://www.inpi.gov.br/sobre/estatisticas.
16
Fonte: INPI, Assessoria de Assuntos Econômicos, BADEPI v5.0.
Há, no Brasil, críticas contundentes ao atraso na concessão dos direitos de propriedade industrial.
Todavia, torna-se relevante apontar que o Instituo Nacional da Propriedade Industrial vem conseguindo
modificar esse cenário.
Em relação às concessões de patentes de invenção, por exemplo, a figura 2 aponta para um
crescimento nas concessões a partir de 2015, com taxas de crescimento anual chegando a 29,9% em 2017.
Estes dados indicam que, apesar do baixo número de examinadores de patentes existentes no INPI
brasileiro, quando comparado com outros grandes escritórios, e diante da demanda de depósitos
realizados anualmente, o corpo técnico de patentes do INPI vem conseguindo diminuir o atraso nas suas
decisões.
Figura 2: Total de concessões de patentes de invenção no Brasil por residentes e não-residentes, e taxa
anual de crescimento, 2008-2017.
17
Figura 3 – Registros de marcas, 2008-2017
6- CONCLUSÕES
11
http://www.inpi.gov.br/sobre/estatisticas.
18
Industrial. Não há como se entender, diante da importância da matéria, qualquer alusão à perda de
soberania do Estado no que diz respeito à análise e à concessão de tais direitos.
7-REFERÊNCIAS
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CONGRESSO BRASILEIRO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL, 4., 1984, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.], 1984.
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Magistratura Federal da 5ª Região. n.3, mar.2002. Disponível em: http://www.gedai.com.br/wp-
content/uploads/2018/08/Artigo_-Jos%C3%A9-Oliverira-
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a-four-part-series-on-open-notebook-science-part-4/. Acesso 17 outubro 2019.
BRASIL. Lei de 28 de agosto de 1830. Concede privilegio ao que descobrir, inventar ou melhorar uma
industria util e um premio que introduzir uma industria estrangeira, e regula sua concessão. Disponível via
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM-28-8-1830.htm. Acesso em 17 outubro 2019.
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Brazil. [S.l.]: UNCTAD Secretariat, 1990.
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intellectuelle”. In. http://www.crid.be/pdf/public/5301.pdf.
19
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homenagem ao professor Denis Borges Barbosa. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018.
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MALAVOTA, Leandro Miranda. Patentes, marcas e transferência de tecnologia durante o regime militar:
um estudo sobre a atuação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (1970-1984). Dissertação
(Mestrado em História Social) — Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências
Sociais, Departamento de História, Programa de Pós-graduação em História Social, 2006.
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20/06/2008. Disponível em:
http://www2.droit.parisdescartes.fr/warusfel/articles/DtpublicPI_warusfel08.pdf
20
8- APÊNDICES
8.1 - APÊNDICE 1 – DIVISÃO DAS INSTITUIÇÕES QUE CUIDAM DA PROPRIEDADE INTELECTUAL A PARTIR
DOS DADOS CONSTANTES DO ANEXO 1 EXTRAÍDOS DO SÍTIO DA OMPI
A divisão aqui apresentada de forma sintética baseia-se nos dados contidos no sítio da OMPI e
constantes do Anexo 1 deste documento.
Os dois próximos quadros apresentam como estam distribuidos os escritórios que cuidam da
protecção ao direito de autor.
Quadro 1
Quadro 2
Ministérios total
Cultura, Arte, Comunicações, Turismo, entre outros 53
Comércio, Indústria, Desenvolvimento Econômico, entre outros 10
Educação, Ciência, Esportes, entre outros 8
Justiça, Proteção consumidor, entre outros 7
Outros (muito variado) 22
Total de países 100
Os dois próximos quadros apresentam como estão distribuídos os escritórios de concessão dos
direitos de propriedade industrial que compreendem as marcas, as patentes, os modelos de utilidade e os
desenhos industriais.
21
Quadro 3
Quadro 4
Ministérios total %
Assuntos Econômicos, Comércio, Indústria, Investimentos, Produção, Desenvolvimento
38 32,8
Econômico, entre outros
Energia, Indústria, Setor Privado, Turismo, Inovação, PME, entre outros 31 26,7
Educação Superior, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, entre outros 3
Minas 2
Outros (muito variado) 42
Total de países 116 100
8.2 - APÊNDICE – 2
As figuras dispostas neste Apêndice 2 foram extraídas do Relatório de atividades do INPI 2018.
Destaca-se que todas apresentam a queda de decisões pendentes sejam de marcas, desenhos industriais e
patentes. Por conta de diversas ações institucionais, bem como da maior entrega por parte do corpo
técnico do INPI, vem diminuindo significativamente o número de decisões pendentes. Atualmente, os
setores que analisam e concedem marcas e desenhos industriais não possuem mais atraso, estando em
consonância com os prazos de análise dos maiores escritórios de propriedade industrial existentes,
respeitando, apenas, os prazos de publicação do pedido e oposição de terceiros.
22
No caso dos contratos de tecnologia e depósito de programas de computador, conforme
determinação das legislações de cada um desses, apenas são verificadas as formalidades, não havendo
análise de fundo, o que aponta para a não existência de atrasos.
As requisições de indicações geográficas ainda são modestas. Todavia, não há como apontar
atrasos na área de reconhecimento de indicações geográficas que, no Brasil, são reconhecidas pelo INPI. A
figura a seguir aponta para o número reduzido de indicações geográficas requeridas anualmente.
23
O maior atraso existente atualmente no INPI advém da área de patentes. Entretanto, cabe destacar
que o mesmo vem sendo combatido por meio das medidas administrativas cabíveis ao Instituto, bem
como do aumento da produtividade por parte do corpo técnico, o que tem levado a diminuição do tempo
de concessão, conforme pode ser observado por meio das duas próximas figuras.
Destaca-se que os esforços das administrações do INPI em conjunto com o seu corpo técnico de
servidores vêm gerando resultados positivos apesar de o INPI brasileiro estar bem aquém em relação ao
número de examinadores diante das solicitações que recebe, quando comparado com outros escritórios de
outros países, conforme pode ser verificado na figura seguinte.
24
Elaboração própria. Fonte: OMPI
Todos os dados apontados devem ser compreendidos diante da realidade que coloca o INPI como
uma autarquia superavitária, conforme a última figura disposta seguir. O INPI gera mais receitas do que
gastos para o Estado. Mesmo gerando mais receita do que gastos, o INPI tem trabalhado com um número
menor de examinadores diante de outros grandes escritórios. E ainda que tal número seja reduzido, a
autarquia vem conseguindo combater os atrasos na concessão dos direitos de propriedade industrial que a
assolaram durante anos.
500
400
300
200
100
0
2014 2015 2016 2017 2018
Receita 302,9 330,3 357,4 406,3 456,5
Despesas 391,6 385,7 343,9 389,6 390,2
8.3 – ANEXO 1 – RELAÇÃO DOS PAÍSES COM AS INTITUIÇÕES QUE CUIDAM DA MATÉRIA PROPRIEDADE
INTELECTUAL E OS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS DE TAIS INSTITUIÇÕES.
25
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Algeria Copyright Office National Office of Copyrights and Related Rights (ONDA) Web
Ministry of Culture site
Angola Copyright Office National Directorate for Copyrights and Related Rights
Ministry of Culture
Antigua and Intellectual Antigua and Barbuda Intellectual Property & Commerce Web
Barbuda Property Offices Office (ABIPCO) site
Ministry of Legal Affairs
Armenia Copyright Office Intellectual Property Agency of the Republic of Armenia, Web
Ministry of Economic Development and Investments site
Australia Copyright Office Online Content & Copyright Branch, Department of Web
Communications and the Arts site
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 3/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Bosnia and Copyright Office Institute for Intellectual Property of Bosnia and Web
Herzegovina Herzegovina site
Cabo Verde Intellectual Institute for Quality Management and Intellectual Property Web
Property Offices site
https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 4/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 5/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Costa Rica Copyright Office Register of Copyright and Related Rights Web
National Register site
Ministry of Justice and Peace
Croatia Copyright Office State Intellectual Property Office of the Republic of Web
Croatia (SIPO) site
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Finland Copyright Office Division for Copyright Policy and Audiovisual Culture Web
Ministry of Education and Culture site
Gabon Copyright Office Bureau gabonais du droit d’auteur et des droits voisins
(BUGADA)
Gambia (the) Copyright Office National Centre for Arts and Culture Web
Ministry of Culture site
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Ministry of Justice
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 11/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Property Offices
Kyrgyzstan Copyright Office State Service of Intellectual Property and Innovation Web
under the Government of the Kyrgyz Republic site
(Kyrgyzpatent)
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
https://www.wipo.int/directory/en/urls.jsp 13/23
11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
site
Montenegro Copyright Office Directorate for Internal Market and Competition Web
Ministry of Economy site
Namibia Copyright Office Business and Intellectual Property Authority (BIPA) Web
Ministry of Industrialization, Trade and SME Development site
(MITSMED)
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
New Zealand Copyright Office Corporate Governance and Intellectual Property Policy Web
Team site
Competition, Consumers and Communications Branch
Ministry of Business, Innovation and Employment
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Papua New Copyright Office Intellectual Property Office of Papua New Guinea Web
Guinea (IPOPNG) site
Peru Intellectual National Institute for the Defense of Competition and Web
Property Offices Protection of Intellectual Property (INDECOPI) site
Presidency of the Council of Ministers (PCM)
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Republic of Copyright Office The Copyright Bureau of the Ministry of Culture, Sports Web
Korea and Tourism of the Republic of Korea site
Russian Copyright Office Federal Service for Intellectual Property (ROSPATENT) Web
Federation site
Saint Vincent Copyright Office Commerce and Intellectual Property Office Web
and the site
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Saudi Arabia Intellectual Saudi Authority for Intellectual Property (SAIP) Web
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Senegal Copyright Office La Sénégalaise des Droits d’Auteurs et des Droits Voisins
Serbia Copyright Office Intellectual Property Office of the Republic of Serbia Web
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Sierra Leone Copyright Office National Registry for industrial property and copyright
Administrator and Registrar-General's Department
Slovakia Copyright Office Media, Audiovisual and Copyright Department, Ministry of Web
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Sri Lanka Copyright Office National Intellectual Property Office of Sri Lanka Web
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Sudan Copyright Office Council for the Protection of Copyright and Related
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Tonga Copyright Office Intellectual Property Office, Ministry of Trade & Economic Web
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Tunisia Copyright Office Tunisian Organism for the Protection of Copyrights and Web
Related Rights (OTDAV) site
Ukraine Copyright Office Ministry of Economic Development and Trade of Ukraine Web
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
Uzbekistan Copyright Office Agency on Intellectual Property under the Ministry of Web
Justice of the Republic of Uzbekistan site
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Viet Nam Copyright Office Copyright Office of Viet Nam (COV) Web
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Regional Offices
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11/09/2019 Directory of Intellectual Property Offices
UPOV Regional Office International Union for the Protection of New Varieties of Web
Plants site
GCC Regional Office Patent Office of the Cooperation Council for the Arab States Web
Patent of the Gulf site
Office
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