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Escolas | João de Araújo Correia

Ano Lectivo EB 2,3 de Peso da Régua


2010/2011
7.º Ano Matemática

Um pouco de História...
A Estatística é um ramo da Matemática que nos permite efectuar um estudo de uma forma planeada,
recolhendo dados, organizando-os
A História e interpretando-os
confirma que para tirar conclusões.
as primeiras estatísticas foram realizadas para os governantes das
grandes civilizações antigas tomarem conhecimento dos bens que o estado possuía e como
estavam distribuídos pela população.

Em 1935, fundou-se o Instituto Nacional de Estatística (INE) que hoje centraliza toda a actividade
estatística oficial, em Portugal. Todos os anos, o INE publica numerosos trabalhos estatísticos.

A importância da Estatística

Na vida de todos os dias, cada vez mais é reconhecida a importância da estatística. Através do seu
estudo e conhecimento é possível compreender a sociedade e o seu progresso e também potencializar a
capacidade de cada indivíduo ser mais interveniente nesse próprio progresso.
A estatística proporciona ainda o desenvolvimento de capacidades para formular e resolver problemas e
também facilita a manifestação do espírito crítico, introduzindo rigor na comunicação.
No intuito de conhecerem melhor a população e as suas necessidades, os governos de quase todos os
países, a partir do século XIX, recorrem à estatística.

Termos e conceitos gerais


Vamos então aprender algo sobre a estatística, para que possas aprofundar os teus
conhecimentos sobre o ramo da matemática com mais aplicações a outros níveis.

Censos e sondagens
Um estudo estatístico pode ser um censo (ou recenseamento) ou uma sondagem.

Um recenseamento ou censo é um estudo científico sobre pessoas, instituições ou objectos


físicos com o propósito de adquirir conhecimentos, observando todos os seus elementos, e tirar
conclusões, de natureza quantitativa, acerca de características importantes do universo em
estudo.
A Uma sond
maior parte dos estudos estatísticos são sondagens, porque um censo é difícil de implementar e, por vezes,
estudar atitude
pressupõe gastos muito elevados, uma vez que implica o envolvimento de toda a população em estudo. assuntos de int
População e amostra

Março/Abril 2009 1 Ficha Mat 8


EXEMPLO 1: Idade dos alunos de uma turma
Quando se pretende saber a idade dos alunos de uma turma é possível fazê-lo, perguntando a
cada um a sua idade, dado que o número de inquiridos é finito e pouco numeroso.

POPULAÇÃO – Todos os alunos da turma.

EXEMPLO 2: Sondagem de opinião


Quando se faz uma sondagem, não se interroga
toda a população, mas apenas uma pequena FICHA TÉCNICA
parte desta, ou seja, uma amostra. Sondagem realizada
pela EURO EXPANSÃO.
A amostra aleatória
é de 624 entrevistas
telefónicas efectuadas
POPULAÇÃO – Conjunto dos portugueses. entre 29 e 30 de
Outubro de 2001.

AMOSTRA – 624 entrevistas telefónicas.

De um modo geral,

POPULAÇÃO – é um conjunto de pessoas, objectos ou acontecimentos sobre o qual incide um estudo esta
AMOSTRA – é uma parte da população, sobre a qual incide a observação. A amostra deve ser representat

As percentagens aparecem frequentemente no dia-a-dia: nos resultados de inquéritos, nas eleições, nas
taxas de juros de bancos, no desporto, nas reduções de preços (saldos), nos impostos, nas audiências dos
canais de televisão, etc.

Variáveis estatísticas
Março/Abril 2011 2 Ficha Mat 7
A cor de olhos, o desporto favorito, a comida favorita, … são variáveis qualitativas, porque não se
podem medir.
A altura, o número de alunos, o peso, o número de irmãos, … são variáveis quantitativas, porque se
podem medir.
A altura e o peso são variáveis contínuas (podem tomar valores não inteiros), enquanto o número de
alunos e o número de irmãos são variáveis discretas (só podem tomar valores inteiros).

Variáveis estatísticas

Qualitativas Quantitativas

Contínuas Discretas

Tabelas e gráficos
Vamos estudar a turma do Ricardo:
Em cima, da esquerda para a direita:
Frederica, Bruno, Miguel, Maria, Margarida,
Gonçalo, Joana, Ricardo, Carlos.
Em baixo, pela mesma ordem:
Manuel, Rafael, Ana, Tiago, Jorge, Filomena,
Paula, Vanessa, Rui, Vítor, Bárbara.

Vamos tentar responder a estas questões:

 Quantos alunos tem a turma do Ricardo?


 Quantos desses alunos são raparigas? E rapazes?
 Qual a percentagem de rapazes existentes na turma?
 E de raparigas?

Para tal, vamos completar a tabela seguinte a que chamamos Tabela de Frequências:

Frequência absoluta de um Frequência relativa de um acontecimento é


acontecimento é o número de vezes o quociente entre a frequência absoluta e o
que esse acontecimento se verifica. número total de observações.

Frequência Relativa
Alunos Frequência Absoluta
Número decimal Percentagem

Rapazes

Raparigas

Total
TABELA 1

Março/Abril 2011 3 Ficha Mat 7


Tendo em conta os dados da Tabela 1, completa os seguintes Gráficos de Barras, tendo em
atenção que:
 O gráfico deve ter um título.
 As barras devem ser todas da mesma largura.
 A distância ente as barras deve ser a mesma.
 A altura de cada barra corresponde à sua frequência.
 Num dos eixos colocam-se a variável estatística.

Março/Abril 2011 4 Ficha Mat 7


 No outro eixo colocam-se as frequências absolutas ou relativas.
Completa os seguintes gráficos, usando a informação da tabela 1:

Distribuição dos alunos Distribuição dos alunos


da turma do Ricardo da turma do Ricardo

(usando a frequência absoluta) (usando a frequência relativa em percentagem)

O Ricardo resolveu estudar também a cor dos olhos dos seus colegas de turma e elaborou uma tabela
com a respectiva contagem. Completa-a:

Cor dos Frequência Frequência Relativa


Contagem Ângulo
olhos Absoluta N.º decimal %
Castanho III III III III II 14 14÷20=0,7 0,7×100=70 % 0,7×360=252º
Azul IIII
Verde II
Total
TABELA 2

Vamos representar estes dados num Gráfico Circular. Observa o seguinte exemplo:
Para determinarmos a amplitude do ângulo que corresponde a 70% fazemos:
Ângulo = frequência relativa  360º = 0,70×360 º=252 º

Nota: O total das amplitudes dos ângulos tem de ser 360º. Se assim não acontecer, deves proceder aos
ajustamentos adequados nos valores dos ângulos.

Para representarmos 70% num gráfico circular, teríamos que marcar um ângulo de 252º.

Procederíamos da seguinte forma:


I – Desenhávamos uma circunferência: II – Marcávamos um raio:

III – A partir desse raio, marcávamos, IV – Escrever a percentagem respectiva:


com o transferido , o ângulo de 252º:

Estes são os passos que tens que seguir sempre que quiseres construir um gráfico circular.

Março/Abril 2011 5 Ficha Mat 7


Deves marcar os ângulos das restantes cores, fazer a legenda e dar um título ao gráfico.
Então com os dados da Tabela 2 podemos construir o gráfico circular que representa a distribuição da
cor dos olhos da turma do Ricardo.

Cor dos olhos dos colegas do Ricardo

10%
Legenda:
20%
Castanho
70%
Azul
Verde

Exercícios: 1 e 3 da página 108 e 4 da página 109.


Pictogramas

Muito antes de o homem primitivo inventar a escrita, conseguiu através de desenhos e símbolos deixar
informações importantes.
Também nos nossos dias os desenhos e os símbolos são úteis para comunicar informações importantes
que podem ser compreendidas por diferentes pessoas, mesmo que não falem a mesma língua.
Exemplos disso são os pictogramas que se utilizam muito em estatística.

Um pictograma é um gráfico em que os valores são apresentados por


figuras, normalmente relacionadas com o tema em estudo.

Como construir um pictograma?

 Começa por escolher um símbolo alusivo ao


fenómeno em estudo e atribuir-lhe um certo
valor;

 Representa graficamente a informação, por


repetição desse símbolo, em linhas ou em
colunas igualmente espaçadas;

 Indica o significado de cada símbolo junto ao


gráfico;
 Dá um título ao gráfico.

Exercício: 1 da página 112.

Agrupamento em classes
Histogramas
Março/Abril 2011 6 Ficha Mat 7
EXEMPLO: Classificações num teste de Matemática

Na turma do Ricardo, as classificações num teste de Matemática foram as seguintes:

Aluno n.º Classificação Aluno n.º Classificação


1 71% 11 79%
2 36% 12 39%
3 76% 13 59%
4 94% 14 52%
5 45% 15 19%
6 75% 16 32%
7 55% 17 51%
8 28% 18 45%
9 61% 19 62%
10 74% 20 23%
TABELA 3
Observando “a olho nú” esta tabela, não se fica com nenhuma ideia clara sobre o número de negativas
e/ou positivas, pois os dados são muitos e estão dispersos. Assim, torna-se necessário agrupar estes dados
em duas classes, como o mostra a tabela 4.

Classificação Frequência Absoluta


0-50 8
50-100 12
TOTAL 20

TABELA 4

Observando esta tabela, conclui-se imediatamente que mais de metade da turma obteve classificação
positiva.

Poderias agora perguntar em qual das classes iríamos incluir um aluno que tivesse obtido exactamente
50%.

Convencionou-se que:
 Na 1ª classe estariam incluídas as classificações maiores ou iguais a 0% e menores do que 50%.

 Na 2ª classe estariam incluídas as classificações maiores ou iguais a 50% e menores ou iguais do que
100%.

A classe 0-50 também pode ser escrita na forma .

Repara ue a amplitude de cada uma das classes anteriores é 50, ou seja, é a diferença entre o
extremo superior e o extremo inferior da classe.
Mas se quisermos saber, por exemplo, quantos alunos tiveram menos de 20%, ou quantos tiveram mais
de 80%, torna-se necessário agrupar os dados em classes mais estreitas, como podes verificar na tabela.

À semelhança do que se faz com os dados simples, também


se pode construir gráficos com os dados agrupados. Frequência
Classificação
Absoluta
0-20 1
20-40 5
Observa o gráfico correspondente à tabela 5: 40-60 6
60-80 7
80-100 1
Março/Abril 2011 7 TOTAL 20 Ficha Mat 7
Tabela 5
Este gráfico denomina-se histograma.

Histograma é um gráfico de barras formado por um conjunt

Polígono de frequências
Se num histograma unires por segmentos de recta os pontos médios dos lados superiores de cada
rectângulo do histograma, como se fez em baixo, obténs uma outra forma de apresentar a distribuição, que
se chama polígono de frequências.

Histograma Polígono de frequências

Nota: Para obteres o ponto A da linha poligonal, deves imaginar que existe uma classe com a mesma
amplitude das restantes e frequência zero, determinar o ponto médio desta classe e uni-lo aos restantes.
Quando não começa em zero deverás também considerar à esquerda uma classe com a mesma amplitude e
frequência zero.

Exercícios: 2 da página 116 e 3.1 da página 117.

Medidas de tendência central

EXEMPLO: Número de filhos por família

Numa pequena aldeia vivem apenas 20 famílias: 4 famílias têm 1 filho; 6 famílias têm 2 filhos; 2 famílias
têm 3 filhos; 1 família tem 6 filhos; 7 famílias não têm filhos.

Março/Abril 2011 8 Ficha Mat 7


Qual é, em média, o número de filhos por família, naquela aldeia?

nº total de filhos 4×1+6×2+2×3+1×6+7×0 28


Média= x̄= = = =1,4
nº de famílias 20 20

x
E qual é o número de filhos mais frequente?
É o 0, porque há 7 famílias com 0 filhos. A este número (0) chama-se moda.

A moda de um conjunto de dados é o valor mais frequente (ou seja, o que mais vezes aparece).

EXEMPLO: A altura dos soldadinhos de chumbo

Mediram-se as alturas de 7 soldadinhos de chumbo e obtiveram-se os resultados


que depois de ordenados são:
Se o número de dados é ímpar, a med

Como o número total de dados é ímpar, há um valor central: 168. A mediana representa-se por .
Ao valor 168 mm chama-se mediana.

EXEMPLO: A altura dos soldadinhos de chumbo

Mediram-se as alturas de 6 soldadinhos de chumbo e obtiveram-se os resultados


que depois de ordenados são:

Se o número de
dados é par, a
mediana é a média
aritmética dos dois
valores centrais.

Qual será agora a mediana?

Como o número total de dados é par, há dois valores centrais: 168 e 170.

Neste caso, a mediana é igual à média aritmética dos dois valores centrais.

Março/Abril 2011 9 Ficha Mat 7


168+170
MEDIANA=~
x= =169
2 .

Para determinares a mediana deves começar por escrever os dados por ordem crescente ou
decrescente.

À média aritmética, moda e mediana chamamos medidas de tendência central.

Exercícios: 1 da página 120 e 6 da página 121.

Exercícios: 1 e 2 da página 124 e 3 e 4 da página 125.

Março/Abril 2011 10 Ficha Mat 7

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