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Tom Cunningham
Hazelden Foundation
Editora JCB Publicações Ltda
Copyright © 2014, Tom Cunnigham
Rei Bebê
CDD-717.1 07-7211
ii
Nota dos Editores à Tradução Brasileira:
Uma adicção consiste no uso habitual de substâncias alteradoras
do humor (medicamentos, álcool, drogas) ou de comportamentos
(excesso de trabalho, jogos, abuso de comida, internet, falar
demais, sexo, mania de limpeza, consumismo) que é caracterizado
pela tolerância à substância ou comportamento (sendo que um
crescente e contínuo uso à substância ou comportamento se
tornam necessários para obter o mesmo efeito) e pela perda de
controle (o uso continuado apesar de suas consequências
negativas).
A dependência química consiste na adicção ao álcool e/ou
outras drogas. É uma doença progressiva e, se não for tratada,
mortal.
Sobre o autor:
Tom Cunningham trabalha no campo da dependência química
há dez anos. Tem uma licenciatura obtida na Universidade de
Minnesota e trabalha atualmente com aconselhamento de jovens e
adolescentes dependentes de substâncias tóxicas.
iii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 7
QUEM É O REI BEBÊ ............................................................................. 9
CARACTERÍSTICAS DO REI BEBÊ ......................................................... 10
A CRIANÇA ASSUSTADA E O REI BEBÊ .............................................. 13
O MITO DO REI BEBÊ .......................................................................... 16
O CÍRCULO VICIOSO ............................................................................. 23
A COMBINAÇÃO FATAL ....................................................................... 24
O CATALISADOR ................................................................................... 25
CANSADO DE ESTAR FARTO ............................................................... 26
ADMITIR A DERROTA, ENCARAR A REALIDADE ............................. 27
CURAR A NOSSA CRIANCINHA ASSUSTADA ................................... 28
OS CUIDADOS DENTRO DE A.A/N.A ................................................. 29
AMAR A SI MESMO ............................................................................. 30
AMAR E SER AMADO .......................................................................... 31
LIBERDADE ........................................................................................... 32
RENDIÇÃO ........................................................................................... 33
PERDÃO ................................................................................................. 34
HUMILDADE ........................................................................................ 35
CULPA ................................................................................................... 36
USANDO NOSSA PERSONALIDADE COMPULSIVA .......................... 37
RELACIONAMENTO COM NOSSO PODER SUPERIOR ..................... 38
DÉCIMO PASSO ................................................................................... 39
RELACIONAMENTOS COM O SEXO OPOSTO ................................... 40
ELIMINANDO VELHOS PADRÕES DE COMPORTAMENTO ............ 41
A ATITUDE A TER É DE GRATIDÃO ................................................... 45
O PEDIDO E A RESPOSTA ..................................................................... 45
v
INTRODUÇÃO
Página | 8
QUEM É O REI BEBÊ
Página | 9
CARACTERÍSTICAS DO REI BEBÊ
Página | 12
A CRIANÇA ASSUSTADA E O REI BEBÊ
Página | 13
que cheguem para a criança assustada que existe em
nós.
Considerando tudo isto como uma fraqueza, a parte
de nós que corresponde ao Rei Bebê tentará destruir,
atacar e por de lado a nossa criancinha assustada. Ao
negar estes sentimentos, o Rei Bebê encobre, em última
análise o fato de a criancinha assustada existir.
Página | 14
A luta interior
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O problema
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O MITO DO REI BEBÊ
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O Popular
O Tirano/Ditador
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O Conquistador
O Atraente
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O Carismático
O Perfeccionista
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O Simpático
O Rebelde
Página | 21
O Auto piedoso
O Rejeitado
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A COMBINAÇÃO FATAL
Página | 24
O CATALISADOR
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CANSADO DE ESTAR FARTO
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ADMITIR A DERROTA, ENCARAR A REALIDADE
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CURAR A NOSSA CRIANCINHA ASSUSTADA
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OS CUIDADOS DENTRO DE A.A./N.A
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AMAR A SI MESMO
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AMAR E SER AMADO
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LIBERDADE
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RENDIÇÃO
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PERDÃO
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HUMILDADE
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CULPA
Página | 36
USANDO NOSSA PERSONALIDADE COMPULSIVA
Página | 37
RELACIONAMENTO COM NOSSO PODER SUPERIOR
Página | 38
DÉCIMO PASSO
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RELACIONAMENTOS COM O SEXO OPOSTO
Página | 40
ELIMINANDO VELHOS PADRÕES DE COMPORTAMENTO
1 - “Stinking Thinking”.
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Comparação de pensamentos negativos do Rei Bebê
em relação a Slogans dos A.A./N.A.
5 - “Keep a simple”.
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Compare os sintomas da recaída do Rei Bebê
com os princípios de A.A./N.A.
Desonestidade Honestidade
Dúvida Esperança
Procrastinação Ação
Medo Coragem
Facilitação Integridade
Complacência Boa vontade
Arrogância Humildade
Auto piedade Amor fraterno
Libertinagem Autodisciplina
Negligência Perseverança
Ingratidão Consciência espiritual
Onipotência Serviço
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A ATITUDE A TER É DE GRATIDÃO
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O PEDIDO E A RESPOSTA
(Oração Universal de Ação de Graças)
Página | 46
Recuperação é o que acontece aqui ... !!!
A RAIVA
A RAIVA
1) Introdução:
Por exemplo: Estamos a guiar por uma estrada atrás de uma pessoa que conduz seu
veículo à 50 km/h, numa zona de velocidade cujo limite é de 100 km/h, e você está atrasado para um
encontro. Começa a sentir-se muito irritado e por causa disso, ultrapassa imprudentemente o outro
carro, põe a sua vida e a dos outros em risco por causa da sua RAIVA, isto é, potencialmente uma
conseqüência muito perigosa para sua raiva.
Outro exemplo: À tarde, você quer ir embora do trabalho mais cedo para jogar futebol.
Começa a trabalhar cedo, trabalha na hora do almoço para compensar o fato de querer sair mais
cedo. No meio da tarde, aparece seu patrão e destina-lhe uma nova tarefa e deseja que fique feito
antes de você ir embora. Você obedece, mas somente acaba a tarefa muito tarde, quando não dá
mais para jogar futebol. Quanto mais o tempo vai avançando mais você vai sentindo-se furioso.
Quando sai do trabalho, para em um bar, ou em uma boca, na tentativa de aliviar o seu
sentimento de raiva. Acaba por usar demais, chegando em casa muito tarde e tem uma discussão
com sua mulher, a quem você não se preocupou em telefonar para avisar que ia chegar mais tarde,
tropeça nos brinquedos das crianças que estão espalhados pela sala onde seus filhos estiveram
brincando, esperando por você, transfere toda sua raiva contra as crianças mandando-as
imediatamente arrumar a sala, ameaça-as ao ver que elas demoram ao guardarem os brinquedos e
finalmente, num ataque de fúria manda-as para a cama, depois senta-se para jantar com a mulher e
acusa-a violentamente de ser má mãe.
1
Para alguns de nós, as conseqüências dolorosas da raiva, resultam de transferirmos
abertamente aos outros. Por outro lado alguns de nós podemos negar nossa própria raiva,
guardando-a para nós mesmos o que vai nos consumir em autopiedade e rejeição que resultam no
nosso uso de álcool e outras drogas.
Aprender a lidar com a raiva de maneira saudável, sem fazer mal a nós próprios e aos
outros e uma parte fundamental em nossa recuperação.
A maioria de nós pensa que são as pessoas ou as situações que nos fazem ficar com
sentimento de raiva. Acreditamos que é o que as outras pessoas fazem, ou o que nos acontece que
causa nossa raiva. Transferimos para ou outros a responsabilidade da nossa raiva, ou acreditamos
que temos mau gênio, como se fosse assim que fomos feitos e não podemos mudar.
Acreditamos erradamente que nossa raiva é causada por pressões externas. Achamos
que não podemos mudar, porque as pessoas, lugares e coisas não mudam. Este tipo de raciocínio ,
permiti-nos arranjar desculpas para o nosso sentimento de raiva e então atribuímos a culpa aos
outros.
Para alguns de nós culpar outras pessoas ou situações pela nossa raiva, fornece-nos
uma desculpa para usar álcool ou outras drogas.
Contrariamente à crença comum sobre a raiva, de que os outros ou as situações é nos
fazem ficar zangados, acreditamos que o que realmente nos faz senti-la é pensar com raiva à
respeito das coisas que nos acontece. Aquilo que pensamos ou contamos a nós próprios sobre um
acontecimento é que nos faz sentir raiva, e não o acontecimento em si.
Normalmente quando julgamos ou avaliamos qualquer coisa de forma negativa, ficamos
com o sentimento de raiva. Se porém julgarmos ou avaliarmos uma coisa de forma positiva, nos
sentiremos melhor.
Basicamente não são os acontecimentos que nos perturbam, mas sim nossa forma de
pensar sobre estes acontecimentos. Por outras palavras, sentimos como pensamos.
Por exemplo: Uma mãe leva consigo o filho de um ano para visitar uma amiga. A criança
gatinha pelo chão enquanto as duas mulheres conversam. A certa altura a criança estica-se até a
mesinha onde estão as revistas e começa a atirar tudo pelo chão. A mãe afasta a criança da mesa,
organiza as revistas e continua a conversa. A criança volta até a mesinha e atira as revistas
novamente. A mãe observa a situação e pensa consigo mesma: “ Ela não devia fazer isto ...!!! ”
A mãe grita com a criança, dá-lhe umas palmadas na mão e a criança começa a chorar.
A amiga também observou a cena da criança e pensa consigo: “ É mesmo próprio de uma
criança de um ano querer explorar, atirar e esparramar as coisas pelo chão. Seria melhor se eu
tivesse preparado a sala para receber uma criança de um ano, pois a criança precisa se distrair !!! “
A amiga então diz:
- Vamos ver se encontramos outras atividades que interessem ao seu filho.
2
A seqüência começa com o querermos que as coisas corram segundo a nossa vontade, o
que é um exemplo normal do egocentrismo que todos temos. Quando este desejo não se realiza, e
não conseguimos aquilo que queremos podemos ficar com sentimento de raiva.
Resultado:
“ BECO SEM SAÍDA, USO DE ÁLCOOL OU OUTRAS DROGAS. “
Um exemplo:
3
A = SITUAÇÃO: à tarde quero ir embora do trabalho mais cedo para jogar futebol.
Começo a trabalhar mais cedo, trabalho até durante a hora do almoço para compensar o tempo. Meu
patrão destina-me nova tarefa e deseja que fique pronta antes que eu vá embora. Eu obedeço, mas
só termino a tarefa muito tarde, quando não dá mais para ir jogar futebol.
B = CONVICÇÕES: acredito que meu patrão deveria ter visto meu esforço no trabalho
para sair mais cedo.
Como parte do processo de aprendizagem para fazer um inventário sobre a sua raiva é
muito útil, fazer um Diário de Bordo.
Para começar tome nota dos acontecimentos ou situações passadas e recentes em que
sentiu raiva. Ao descrever esta experiência, utilize o processo A, B, C.
A B C
Situações Convicções Sentimentos e Ações
Depois de ter uma prática na descrição das manifestações de sua raiva passada ou
recente, torna-se útil, trazer consigo um pequeno bloco de papel para fazer o registro diário das suas
manifestações de raiva.
Ao longo do dia a dia ou ao final do dia, você pode usar o esquema A, B, C, para tomar
notas dos seus sentimentos de raiva.
Fazer um diário irá ajudá-lo a desenvolver maior consciência da sua raiva, das suas
causas e das suas conseqüências.
4
6) Usar o processo A, B, C para abrandar a fervura:
A primeira parte do processo A, B, C, para o controle dos sentimentos de raiva pode ser
comparada entre a analogia da caldeira e da raiva.
Podemos imaginar nossa raiva como sendo a água dentro de uma caldeira sobre o fogão.
Se a água continuar a aquecer, acabará por sair da chaleira sob a forma de vapor.
Com nossa raiva acontece o mesmo, quanto mais raiva temos, mais provável que ela se
exteriorize abertamente.
No entanto, se apagarmos o fogo debaixo da chaleira, não se dará o jato de vapor.
O que o processo A, B, C, nos mostra é que se “ Abrandarmos a chama “, dos
pensamentos irados que estão a aquecer a nossa raiva, não haverá necessidade de se lançar fora e
com violência de jato essa raiva, então mantemo-nos abertos para detectarmos os primeiros sinais de
raiva.
7) Seguindo em frente:
Controlar nossos sentimentos é como controlar um carro. É mais fácil para a velocidade
de um carro que vai à 80 km/h do que aquele que vai à 120 km/h. da mesma forma é mais fácil
acalmar nossos sentimentos antes que eles realmente comecem a se tornar incontroláveis.
O que isto significa? É que cada um de nós tem que desenvolver uma maior consciência
dos sinais de nossa raiva, tal como cerrarmos os dentes ou ficarmos mal do estômago. As formas
como cada um de nós exterioriza sua raiva são diferentes.
Controlar a raiva que se sente através do processo A, B, C, exigirá provavelmente,
bastante prática até lhe trazer resultados. É por isto que alguns de nós se tornam especialistas em
ficar transtornados e enraivecidos. A raiva tornou-se a forma habitual de lidar com situações
problemáticas quando as coisas não correm como gostaríamos.
O que isto significa é que você irá precisar de muita prática para aprender a controlar a
raiva através do processo A, B, C, e desaprender seus velhos hábitos de sentir.
8) Conclusão:
5
“ EU SEGURO AS MINHAS MÃOS NAS SUAS E UNO O MEU CORAÇÃO AOS SEUS,
PARA QUE JUNTOS POSSAMOS FAZER TUDO AQUILO QUE SOZINHO EU NÃO CONSIGO,
MINHA GRATIDÃO FALA, QUANDO ME IMPORTO, QUANDO COMPARTILHO COM VOCÊS OS
CAMINHOS DE MINHA RECUPERAÇÃO, TUDO ESTARÁ BEM ENQUANTO OS LAÇOS QUE NOS
UNEM FOREM MAIS FORTES DO QUE AQUELES QUE NOS AFASTARIAM !!! “
Boa Prática !
6
PARA
Melody Beattie
Hazelden Foundation
Editora JCB Publicações Ltda
Copyright © 2014 Melody Beattie
Negação
CDD-717.4 07-7208
ii
Nota dos Editores à Tradução Brasileira:
Uma adicção consiste no uso habitual de substâncias alteradoras
do humor (medicamentos, álcool, drogas) ou de comportamentos
(excesso de trabalho, jogos, abuso de comida, internet, falar
demais, sexo, mania de limpeza, consumismo) que é caracterizado
pela tolerância à substância ou comportamento (sendo que um
crescente e contínuo uso à substância ou comportamento se
tornam necessários para obter o mesmo efeito) e pela perda de
controle (o uso continuado apesar de suas consequências
negativas).
A dependência química consiste na adicção ao álcool e/ou
outras drogas. É uma doença progressiva e, se não for tratada,
mortal.
Sobre a autora:
Melody Beattie é uma das mais competentes autoras de
autoajuda dos Estados Unidos, é conselheira e um nome familiar
nos círculos de recuperação a compulsões e vícios. Apresentou ao
mundo o termo “codependência”.
iii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 7
FERRAMENTA OU ARMA? .................................................................. 8
É PARTE DE UM PROCESSO ............................................................... 10
DETECTANDO OS GATILHOS DA NEGAÇÃO ...................................... 16
TRABALHANDO A NEGAÇÃO ............................................................ 21
v
INTRODUÇÃO
Página | 7
FERRAMENTA OU ARMA?
Página | 8
perder coisas importantes para elas. Mas que os outros
dificilmente veem como perdas.
Quando os adictos negam sua doença, continuam a
usar até a morte ou loucura. Os codependentes negam
que foram afetados pela doença e continuam sofrendo e
fazendo os outros sofrerem enquanto estiverem em
Negação.
As pessoas que negam a realidade não estão
admitindo nem resolvendo o problema, estão
eliminando a possibilidade de mudanças.
Nós usamos a negação para lidar com a dor ou
problemas, mas não lidar com eles não seria uma
aceitação melhor? A aceitação, assim como a
intervenção quando usada de forma correta e com
carinho são excelentes Ferramentas Terapêuticas. A
Negação pode ser o primeiro passo para a Aceitação.
Página | 9
É PARTE DE UM PROCESSO
Página | 10
Temos que facilitar reuniões visando o
desenvolvimento do paciente. Assim não haverá
confusão, a equipe pode se preparar antes de cada uma
e sempre iniciar um programa de recuperação
estimulando a necessidade de conscientização com a
Negação e Luto seguidas das reuniões de TRE.
O novo residente antes de qualquer coisa tem que
ver essas reuniões de conscientização para colocar a
mente dentro do lugar onde está, pois por pelo menos
um mês a cabeça dele vai, com certeza, se focar na rua,
pensando no que os companheiros estão fazendo,
lembrando aventuras, etc.
Estas reuniões vão trazer a mente do residente para
onde estão. Fazendo com que se interessem pelo
programa de recuperação. Tomam a consciência de que
a rua está na rua. Eles estão em outro lugar com os pés
no chão.
Podemos sofrer sempre que esperamos uma
mudança mesmo desejada. Para qualquer mudança
temos que deixar algo para traz de modo a abrir espaço
para o novo. Não tem regra que determine quanto
tempo vai ficar em cada uma das cinco fases e nem
quanto tempo leva todo processo.
Depende da natureza da perda e a que ponto está
preparado para lidar com ela, do tempo do Poder
Superior de cada um começar a agir. Porém, dura o
Página | 11
tempo necessário para atravessar o processo. Ajudar as
pessoas a crescerem é mais complicado do que fazer o
mesmo com jardins e hortas.
Apesar de poder colocar todas as fases no papel, a
nossa passagem por elas talvez não siga a mesma
sequência. Podemos viver várias ao mesmo tempo,
podemos voltar a fases antigas ou pular algumas, estar
em diferentes fases ao mesmo tempo. A aceitação
permanente pode ser necessária. Este é o jeito que nosso
Poder Superior trabalha em nós.
Página | 12
2. Raiva: esta fase é caracterizada pela inveja, por
transferir a culpa para outros, por ressentimentos
e muitas vezes por fúria. Esta raiva pode ser
especifica ou pode ser geral, pode ser racional ou
irracional, justificada ou injustificada, sensata ou
sem sentido. Podemos chutar o cachorro, gritar
com as crianças e lá dentro não estar com raiva de
nenhum deles. Estamos com raiva por causa da
nossa perda. Temos inveja daqueles que podem
tomar uma bebida antes do jantar sem terminar
recaído à meia noite. Da mesma modo que
precisamos da Negação, agora precisamos da
Raiva. Ela é combustível se não for trabalhada,
mesmo assim, precisamos saber lidar com ela.
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primeira vez: “Isto não pode ser verdade”, fomos
levados para este momento. É a essência da dor,
estar realmente de Luto. A dor emocional na sua
forma mais pura. Choramos pelo que perdemos, e
também pelo que vamos perder. Este estado de
tristeza pode levar horas, dias, semanas ou até
meses. Quando nos rendemos, este processo
começa. E a Depressão só passará quando o
processo for todo ultrapassado.
Página | 14
precisamos é nos permitir e aos outros, a
liberdade de lutar, sentir e falar sobre este
processo quando quisermos. Entender o processo
não vai tirar a necessidade de atravessá-lo, mas
vai ajudar a relaxar, ter menos medo e lidar com
ele, em vez de lutar contra ele. E entendendo este
processo podemos ser uma boa ajuda para os
outros.
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DETECTANDO OS GATILHOS DA NEGAÇÃO
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3. Negamos qualquer sentimento de perda: isto é a
repressão emocional. Podemos demonstrar e
agir como se não fosse importante. Aparentando
estar emocionalmente vazios.
4. Fuga mental: evitamos os acontecimentos,
mentalmente de várias maneiras. Dormir demais
para escapar. Ficar hiperativos, impulsivos,
obsessivos e compulsivos, ou focar em televisão,
rádio, jornais.
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3. Responde às situações de forma inadequada.
Alegria quando momento é de tristeza,
infelicidade ou raiva quando outro sentimento
seria mais apropriado.
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doente, mental ou fisicamente. Pode ter dores de
cabeça, dores no estômago, dores nas costas etc.
Pode diminuir a imunidade e ficar doente mais
vezes que o normal.
4. Não me importo.
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9. Nós fizemos, porque era sensato. (racionalização)
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TRABALHANDO A NEGAÇÃO
Página | 21
onde estão no seu processo de crescimento. Estas
autorizações dão força, energia e são de muita ajuda.
Porque a negação faz entrar em curto circuito os
padrões de comportamento e os processos de
pensamento e as emoções de uma pessoa, dar uma
ajuda deste tipo pode encorajar a maquina a recomeçar
a trabalhar.
Dar às pessoas a autorização para serem quem são
passageiros imperfeitos numa viagem - pode reduzir a
sua necessidade de usarem a negação. Não há problema
em ter problemas. Não há problema em resolver
problemas também. Uma autorização contrária que eu
dou às pessoas - especialmente a crianças que precisam
aprender e a pessoas que tem tendências destrutivas é:
“Não é aceitável magoar-se ou aos outros”. Isto pode ser
claro para nós, mas não o ser para eles.
Ouça se quiser. Deixe as pessoas saberem que está
disponível se elas quiserem falar. Falar ajuda as pessoas,
tiram coisas da cabeça e a arejam. É saudável ser ouvido,
cria aceitação.
Lembre-se que ajuda ouvir com seu coração assim como
com seus ouvidos. O que está ouvindo pode ser outra
forma de dizer: “tenho medo”, ”estou sofrendo”, “estou
confuso”.
Fale de você, das suas emoções e das suas
experiências: Falar dos seus sentimentos é sempre uma
Página | 22
boa maneira de lidar com eles. Vai ajudá-lo. E, partilhar
honestamente as suas emoções e experiências pode
ajudar outras pessoas também. Pode dar-lhes coragem
de fazer o mesmo, as suas vitórias podem dar-lhes
esperança. Se sentir que tem que falar de outra pessoa
seja gentil. As pessoas que estão sofrendo reagem bem
à gentileza: “Soa como se estivesse com problemas
apenas”. Melhor ainda, encontre algo de bom nesta
pessoa – uma qualidade, algo que esta pessoa tenha e
que você gosta e aprecia – e ofereça este elogio. Isto
pode ajudar mais do que imagina e você desenvolve um
bom traço de caráter.
Ofereça informação, literatura e referências: Isto
quer dizer pergunte à pessoa se ela quer ler um livro, um
folheto, uma apostila ou um artigo. Se a resposta for
não, então não insista. Lembre-se que há uma grande
diferença entre informação e conselho.
Não dê nem ofereça conselhos. Não ajuda e só serve
para deixar as pessoas furiosas. Mesmo que lhe seja
pedido não os dê. Uma boa resposta seria: “O que você
acha que deveria fazer?” Isto ajuda e ninguém leva a
mal.
Leia o livro azul de A.A. ou de N.A. e outras literaturas
do programa de Doze Passos: Contém muita sabedoria
que pode ajudar na identificação da pessoa que está
ajudando.
Página | 23
Demonstre empatia. Esta é uma palavra bonita que
significa se colocar no lugar do outro. Não quer dizer
auto piedade, quer dizer lembrar-se o que significa sofrer
uma perda tão grande que precise negá-la.
Se não consegue se lembrar de ter sofrido ou negado,
e se não consegue ter empatia, se ainda assim não
consegue lembrar-se, talvez você não seja a pessoa certa
para lidar com a pessoa que está sofrendo. Empatia
ajuda, e pode ajudar muito a reduzir a necessidade de
negar.
Evite julgar. As pessoas têm problemas, não são o
problema. Dizer ou acreditar que uma pessoa é má,
inferior, sem esperança, horrível ou orgulhosa não vai
ajudar. Mesmo que sinta isso em seu coração, se não o
disser não vai ser ouvido (mas não esqueça que o corpo
fala, então procure não demonstrar, ao invés disso
procure perceber se não existe alguma identificação
entre você e a pessoa que está tentando ajudar).
Especialistas acreditam que o medo, a culpa e a
vergonha são algumas das maiores barreiras que as
pessoas enfrentam para parar de negar.
Se juntarmos à culpa e a vergonha de uma pessoa –
se lhe dissermos que os seus piores receios são verdade –
isso não vai ajudar. Pode é aumentar a necessidade de
usar a negação.
Página | 24
Não discuta. Raramente isso ajuda uma pessoa a
parar de negar. Desvia a atenção e faz perder tempo e
energia. Você não pode apoiar ou concordar com a
negação, mas também não deve forçar uma pessoa a ver
a realidade. Às vezes ajuda dizer: “Está bem, pode ser
que tenha razão”. E deixar ir. Isto tira a pressão de você
e a coloca na outra pessoa de uma maneira positiva, e
que ajuda.
Deixe as pessoas lutarem com elas mesmas e
decidirem se tem razão. Sua batalha com a verdade e a
realidade é muito mais dura de vencer que uma batalha
com você mesmo. E quando esta batalha acabar vão ter
ganhado algo. Isto não quer dizer que não possa ter
raiva de quem está em negação. Você tem direito aos
seus sentimentos, e precisa senti-los e, às vezes,
comunicá-los. Mas gritar não é normalmente a melhor
maneira de fazê-lo.
Respeite as pessoas. Isto inclui acreditar que elas são
boas pessoas (mesmo que tenham problemas). Elas
podem pensar e podem resolver seus problemas. Isto
quer dizer que permitimos que façam essas coisas por si
mesmas. Pergunte-lhes o que elas creem que o
problema seja. Pergunte como querem resolvê-los. Não
temos que curar fazê-los ficarem melhor, controlar ou
salvar. Não temos que lhes dar conselhos, nem fazer
com que seus sentimentos desapareçam.
Página | 25
Não temos e não devemos nos envolver com suas crises
e consequências. Tais consequências são uma das
maneiras em que a realidade fala alto para aqueles que
estão em negação. Pare de salvá-los! Vai lhes fazer um
grande favor e a si mesmo.
Respeite-se. Ponha limites. Para sua saúde e bem
estar. Não faça coisas pelos outros que realmente não
quer fazer, que não sejam boas para você ou que não
sejam boas para eles. Procure ser assertivo.
Não deixe que uma pessoa que está em negação lhe
faça coisas que te façam mal. Isto não quer dizer para
dar ultimatos ou fazer jogos de poder (fazer algo para
obrigar uma pessoa a ter um comportamento qualquer
ou para “mostrar quem manda”). Isto quer dizer que
calmamente deve descobrir o que precisa fazer para
tomar conta de você e fazê-lo. Marque os limites.
Confronte com cuidado. Isto não é um trabalho de
confronto ou intervenção. Ambas são boas ferramentas,
quando usadas de forma conveniente. Ambas podem
igualmente ser perigosas – para nós e para as pessoas
que confrontamos. Despir uma pessoa de ilusões não é
um projeto casual. Se o assunto que está sendo negado é
sério a pessoa pode parar com a negação após ser
confrontada. Mas lembre-se – esta pessoa não vai
provavelmente evoluir calmamente para a aceitação.
Pode avançar para a segunda fase do processo, a raiva.
Página | 26
Podem surgir atos violentos quando situações como
essas acontecem.
Tenha cuidado, John Powell explica porque em seu
livro “Porque tenho medo de lhe dizer quem sou?” “A
vocação de endireitar pessoas, de lhes tirar as máscaras,
de forçá-los a enfrentar a verdade reprimida é uma
chamada extremamente perigosa e destrutiva. Ele não
pode viver com algo que realizou. De uma maneira ou de
outra, ele mantém-se psicologicamente intacto através
de uma forma de ilusão. Se essa ilusão for desmontada,
quem a vai reconstruir e por o ser humano de pé outra
vez?” Procure ajuda profissional se pensa que você, ou
alguém perto de você está tendo problemas com a
negação, ou se está considerando confrontar ou intervir
um caso difícil.
Desligue-se do comportamento difícil que está
tentando ajudar. Não leve as pessoas pessoalmente nem
os problemas delas com você. Não somos responsáveis
por outros adultos – não assuma responsabilidades por
eles ou por seus problemas. Em último caso e com toda
certeza cada pessoa é responsável pela sua negação. O
seu processo de negação é sua responsabilidade. Ocupe-
se das suas responsabilidades – de você e do seu
processo de aceitação.
Se não podemos controlar os outros, o que
aparentemente não podemos, então ao menos devemos
Página | 27
tentar controlar a nós próprios. Se lhe está sendo difícil
afastar-se de uma pessoa ou de um problema, pode
querer considerar o grupo de apoio. Peça ajuda.
Confie em você, no seu processo de aceitação e no
seu Poder Superior. Não existem regras absolutas para
lidar com a negação ou com as pessoas. Cada situação e
cada pessoa são únicas. Mas você pode pensar e
perceber como lidar com as situações que surgirem.
Você quer ajudar a alguém? Pergunte ao seu Poder
Superior. Peça que o use e lhe mostre o que fazer.
Empenhe-se em ser gentil, pensar claramente e em ter
amor nos seus encontros com pessoas. Esqueça-se da
perfeição.
Você nem sempre tem de fazer algo. As pessoas
reestruturam-se “caindo aos pedaços” – e o processo
muitas vezes começa pela negação. É assim que Deus
trabalha conosco. Abra mão do controle e deixe que
Deus o faça por você.
Página | 28
PARA
Peter C. McDonald
Hazelden Foundation
Editora JCB Publicações Ltda
Copyright © 2014, Peter C. McDonald
CDD-717.3 07-7209
ii
Nota dos Editores à Tradução Brasileira:
Uma adicção consiste no uso habitual de substâncias alteradoras
do humor (medicamentos, álcool, drogas) ou de comportamentos
(excesso de trabalho, jogos, abuso de comida, internet, falar
demais, sexo, mania de limpeza, consumismo) que é caracterizado
pela tolerância à substância ou comportamento (sendo que um
crescente e contínuo uso à substância ou comportamento se
tornam necessários para obter o mesmo efeito) e pela perda de
controle (o uso continuado apesar de suas consequências
negativas).
A dependência química consiste na adicção ao álcool e/ou
outras drogas. É uma doença progressiva e, se não for tratada,
mortal.
Sobre o autor:
O Rev. Peter C. McDonald é membro de uma equipe
multidisciplinar, que presta serviços a pacientes terminais e às suas
famílias. Ele realiza terapias espirituais e é facilitador em grupos de
apoio ao luto como um serviço à comunidade.
iii
Agradecimentos
v
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 9
PERDAS ASSOCIADAS AO LUTO ......................................................... 10
O PROCESSO DO LUTO ....................................................................... 14
OS CINCO ESTÁGIOS DO LUTO ......................................................... 15
CONCLUSÃO ........................................................................................ 21
vii
INTRODUÇÃO
Página | 9
AS PERDAS ASSOCIADAS AO LUTO
Página | 10
controlar o comportamento do adicto ou de
outras pessoas e perdem o controle do próprio
comportamento) poderão continuar com estas
atividades ou optar em deixá-las por algum
tempo, se isto for ajudar o adicto em sua
recuperação.
Página | 11
não era esse o caso. Verificamos que não se tinha
o controle sobre a adicção ou às situações. Se
conscientizar disso constitui um terrível golpe
para a maioria e destrói a autoestima e as ilusões
a seu respeito.
Página | 12
obriga a se transformar em qualquer coisa nova –
adulto, responsável, independente. Isso pode se
tornar assustador.
Página | 13
O PROCESSO DO LUTO
Página | 14
OS CINCO ESTÁGIOS DO LUTO
Página | 15
determinada altura torna-se decisivo encarar a
realidade e parar de negar a impotência, fazer o
Primeiro Passo, e admitir – mesmo que não se
aceite – a impotência.
Página | 16
beber ou a usar drogas. O problema com a raiva é
que ela pode se tornar destrutiva se não for
expressa de forma saudável. Pode se transformar
num ressentimento amargo e levar a beber ou se
drogar cada vez mais para fugir desse sentimento.
Sutil e invasiva, ela pode recair sobre os membros
da família ou manifestar-se no trabalho, e o
comportamento fica fora de controle. Pode
conduzir à violência. Pode transformar-se em
depressão (raiva de si mesmo) e levar ao
desespero ou até ao suicídio. Por isso é vital
admitir que a sente e partilhar este sentimento.
Página | 18
4. Negociação: É a tentativa desesperada para
manter o controle, para conseguir que as coisas
ocorram como se quer. Tentar controlar o uso é
negociar: “Se eu beber só uma ou duas latas
provo que me controlo, e portanto que não sou
impotente”. “Se eu beber só nos fins de semana,
isso significa que não sou impotente. Portanto
posso beber”. Ou uma esposa pode dizer: “Bem, o
convenci a não tomar outro copo, isso quer dizer
que tenho alguma influência sobre ele quanto ao
seu uso”. Negociar impede de enfrentar a
realidade e assim é uma forma de negação
também. Até certo ponto é bom pois ajuda a
realmente descobrir se controla ou não alguma
coisa. Mas também se torna destrutivo se lhe for
permitido permanecer nele por muito tempo pois
separa a realidade da perda. Deixa uma ilusão de
que ainda se tem o controle e impede de alcançar
a fase final do processo do luto.
Página | 19
seguir sua vida, o que é precisamente aquilo que
os Doze Passos querem dizer. Encontra-se a paz e
a serenidade, chega-se a um acordo com a
realidade. Não precisa de fé para admitir que é
impotente, mas precisa dela para aceitar a
impotência. A fé é o antídoto do medo, se tiver fé,
aconteça o que acontecer, tudo acabará ficando
bem, não se tem nada a temer. Pode-se aceitar o
estado de impotência sabendo que alguém ou
alguma coisa cuida de você, é aqui que entra o
Segundo Passo. “Viemos a acreditar que um Poder
superior a nós mesmos poderia devolver-nos à
sanidade”, tornando-nos assim capazes de aceitar
a nossa impotência. Podemos então decidir fazer
o Terceiro Passo e pedir ajuda. Tudo está
interligado.
Página | 20
CONCLUSÃO
Página | 21
PARA
Gayle Rosellini
PENSAMENTO
DESTRUTIVO
Gayle Rosellini
Hazelden Foundation
Editora JCB Publicações Ltda
Copyright © 2014, Gayle Rosellini
Pensamento Destrutivo
CDD-717.6 07-7206
iv
Nota dos Editores à Tradução Brasileira:
Uma adicção consiste no uso habitual de substâncias alteradoras
do humor (medicamentos, álcool, drogas) ou de comportamentos
(excesso de trabalho, jogos, abuso de comida, internet, falar
demais, sexo, mania de limpeza, consumismo) que é caracterizado
pela tolerância à substância ou comportamento (sendo que um
crescente e contínuo uso à substância ou comportamento se
tornam necessários para obter o mesmo efeito) e pela perda de
controle (o uso continuado apesar de suas consequências
negativas).
A dependência química consiste na adicção ao álcool e/ou
outras drogas. É uma doença progressiva e, se não for tratada,
mortal.
Sobre a autora:
Gayle Rosellini é uma escritora independente cujos trabalhos
sobre a dependência química e outros tópicos sobre saúde e
desenvolvimento pessoal aparecem em Alcoholism/The National
Magazine, U.S. Journal e outros periódicos. É também coautora do
livro Of Course You’re Angry, publicado pela Hazelden Educational
Materials.
v
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 9
ATITUDE CERTA CONTRA OS PENSAMENTOS DESTRUTIVOS ....... 11
ATITUDES COMUNS EM PENSAMENTOS DESTRUTIVOS ............... 13
Manipulação ........................................................................................ 14
Grandiosidade ..................................................................................... 17
Facilitação ........................................................................................... 19
O caso de Fábio Augusto .................................................................. 20
Rebeldia .............................................................................................. 23
DESAFIANDO OS PENSAMENTOS DESTRUTIVOS .......................... 27
Consciência ........................................................................................... 29
Compromisso ..................................................................................... 29
Ação ...................................................................................................... 30
Transformação ..................................................................................... 31
MUDANDO OS PENSAMENTOS DESTRUTIVOS ............................. 35
CONCLUSÃO ........................................................................................ 37
vii
INTRODUÇÃO
*Estimativa mundial.
Página | 9
Um doutorado em física nuclear não garante uma
sobriedade feliz. Nem tão pouco ganhar na loteria ou
ficar em primeiro lugar num concurso de beleza. Não é a
inteligência, a sorte ou beleza que nos mantém sóbrios!
A atitude faz a diferença na recuperação.
Página | 10
ATITUDE CERTA CONTRA OS
PENSAMENTOS DESTRUTIVOS
Página | 11
Todos nós sofremos disso uma vez ou outra e não
dura mais que os primeiros 30 dias de tratamento. Até
nos pode torturar, mesmo quando sóbrios, destruindo a
nossa recuperação.
Os 40%* que escorregam para um círculo de recaídas
são pensadores destrutivos por excelência.
Cada um de nós deve examinar o próprio
pensamento. Será que nossa atitude está sendo positiva
e construtiva ou praticamos pensamentos destrutivos?
Andamos fazendo reverência à recaída com atitudes
negativas? Estamos firmando a sobriedade com os
dentes fechados e uma infelicidade violenta?
Para conseguir uma recuperação bem sucedida para
nos sentir bem mental e fisicamente, precisamos ter a
cabeça no lugar com um pensamento claro e racional.
Para conseguir isso temos que reconhecer nossos
padrões de pensamentos destrutivos e aprender formas
de mudar esses padrões negativos em atitudes positivas.
*Estimativa mundial.
Página | 12
ATITUDES COMUNS EM PENSAMENTOS DESTRUTIVOS
Página | 14
Mas promessas não valem nada. A recuperação exige
ação! Mudança! Compromisso! Trabalho!
A manipulação põe em risco a sobriedade, porque
somos ingênuos para acreditar que ao repetir as
palavras e os slogans certos podemos adequadamente
substituir o trabalho, tantas vezes doloroso e difícil, de
olhar para dentro de nós próprios e mudar as crenças e
comportamentos errados que tornaram nossas vidas
desgovernadas.
A manipulação não dá resultados positivos. Podemos
ser capazes de enganar nosso terapeuta, nossa esposa,
patrão, e amigos com nossas fluentes palavras, mas a
menos que tornemos essas palavras em ações sinceras,
teremos que encarar a possibilidade mais que provável
da recaída!
Certas frases feitas são características da
manipulação:
Eu prometo não fazer de novo.
Desta vez aprendi a lição.
Eu acho os A.A./N.A. maravilhosos, mas não é pra mim.
Eu juro que ter sido apanhado dirigindo bêbado foi a
melhor coisa que me aconteceu.
Sei que nunca mais usarei.
Eu vou deixar de (beber, usar drogas, comer porcarias,
dirigir sem habilitação, perder a cabeça) assim que...
Eu farei tudo o que quiser desde que não me interne em
Página | 15
uma clínica.
Lembre-se, normalmente acreditamos na nossa
própria manipulação. Continuidade é o que distingue a
falsidade da manipulação e a sinceridade do verdadeiro
compromisso com a recuperação.
Não é o que dizemos que conta. Mas sim aquilo que
fazemos.
Devemos fazer as seguintes perguntas:
Será que estou priorizando as coisas que devo fazer ou
maneiras de melhorar e, no entanto, estou falhando
na forma de agir a estas coisas?
Será que realmente acredito que, embora outros
adictos precisem seguir os passos de um programa de
tratamento para se recuperarem isto, também, não se
aplica a mim?
Será que, às vezes, estou repetindo frases e slogans
sobre minha recuperação na esperança de ganhar a
aprovação das pessoas que me odeiam?
Será que faço promessas para melhorar o meu
comportamento e essas promessas nunca se
realizam?
Se a resposta é sim mesmo que seja só a uma destas
perguntas, estamos prejudicando nossa recuperação ao
entrarmos na manipulação.
O que é que nos leva a sabotar desta maneira? Por
uma única razão, porque tendemos a agradar aos
Página | 16
outros. Queremos ganhar a aprovação de nosso
terapeuta, esposa e família, dizendo-lhes aquilo que
pensamos que eles querem ouvir. Tornando-os
satisfeitos e fazendo com que nos tratem bem, e isso
nos faz felizes, pelo menos por pouco tempo.
Há outra razão mais egoísta para usarmos a
manipulação. É um processo eficaz para que as outras
pessoas deixem de nos aborrecer. Se dissermos o slogan
certo, podemos acalmar o terapeuta, ou a esposa que
continuam desconfiando de nossas atitudes.
A chave para sair da manipulação é a insinceridade.
Enganamos os outros várias vezes. E isso nos conduz a
outro de nossos problemas de atitude:
Grandiosidade
Página | 17
bares sem ser tentado a beber.
Grandiosidade é acreditar que podemos continuar a
andar por aí com os antigos amigos do “uso” sem ser
apanhado outra vez pela adicção.
Grandiosidade é acreditar que há outras pessoas que
podem precisar da muleta dos A.A./N.A., mas que nós
não precisamos de nenhum desses grupos de
espiritualidade.
Grandiosidade é acreditar que uma cerveja ou um
“pega” não nos vai fazer perder o controle.
Grandiosidade é acreditar que somos melhores, mais
espertos ou dignos que os outros.
Grandiosidade é acreditar que as regras são para os
outros e não para nós.
Grandiosidade é a crença falsa de que, de uma
maneira ou de outra, podemos por magica superar as
probabilidades de poder continuar preguiçosos e
exigentes, sem arriscar a recaída.
Grandiosidade é pensamento destrutivo.
Devemos nos perguntar o seguinte:
Será que posso frequentar bares porque sei que sou
forte o suficiente para não ser tentado a beber ou usar
drogas outra vez?
Será que provavelmente vou poder voltar a beber em
socialmente ou usar drogas moderadamente se eu
quiser?
Página | 18
Será que só eu penso que todas essas reuniões de
Doze Passos e as sessões de acompanhamento com
meu terapeuta são um tempo perdido?
Será que estar rodeado de todos esses adictos em
A.A./N.A. me prejudica?
Se respondermos sim a pelo menos uma destas
perguntas, estamos prejudicando nossa recuperação
com uma grandiosidade irreal.
É uma incoerência, mas os adictos podem ser
grandiosos mesmo sofrendo de um complexo de
inferioridade. Dependendo de como nos sentimos e da
situação, ficamos entre o falso orgulho e um ego
inchado de grandiosidade e uma depressão destruidora
e baixa autoestima.
Isto porque o que distingue tanto a baixa autoestima
como a grandiosidade é o desprezo.
Com baixa autoestima o desprezo volta para dentro
de nós. Com grandiosidade, nós visamos o exterior, as
outras pessoas e as regras da sociedade e da natureza.
Quando começamos a pensar que as regras não são para
nós, desenvolvemos outro problema de atitude.
Facilitação
Página | 19
culto com a esposa e filhos na Igreja Adventista do
Sétimo Dia? Será que aconteceu alguma coisa de mal
por não termos ido ao culto na semana passada? Além
disso, em um dia como o de hoje, é provavelmente mais
saudável estar ao ar livre tomando sol, do que ficar
enfiados numa sala. Quero dizer, qual é a importância
desta coisa de culto a Deus?
A importância é que o sucesso de nossa recuperação
depende muito do empenho em continuar “ativo” ao
compromisso com nosso Poder Superior. Quando
começamos a faltar ao que está marcado, a fugir dos
cultos ou arrumar desculpas, quando nos tornamos
menos cuidadosos em nosso empenho na recuperação,
começamos a facilitar.
Facilitar é uma forma de enganar. Começa devagar,
mas pode rapidamente se tornar em uma recaída.
Vejamos um exemplo de alguém que facilitou.
Página | 20
ajudar outras pessoas. Decidiu fazer um curso de
monitoria e coordenação, com duração de dez dias, na
FEBRACT, em Campinas, SP.
As exigências do emprego em uma comunidade
terapêutica não lhe deixavam com muito tempo para a
família e para se dedicar a sua própria recuperação.
Alguma coisa tinha que ceder. Pensando que podia ser
um marido e pai presente somente nos finais de semana,
Fábio Augusto passou a negligenciar sua própria
recuperação. Depois deixou de ir completamente, as
reuniões de N.A., mas mesmo assim tentou ler o seu
“texto básico”, uma vez por semana. Cerca de um mês
depois, a sua esposa começou a postar comentários no
facebook lamentando do pouco tempo que passavam
juntos e, então, Fábio Augusto a surpreendeu quando se
demitiu do serviço que prestava no centro terapêutico e
a levou ao melhor restaurante de comida oriental da
cidade.
De fato, Fábio Augusto sentia-se culpado por passar
tantos dias fora de casa, e assim esperava que aquele
jantar espetacular pusesse fim às queixas de sua esposa.
Ele estava revendo antigos amigos, e indo a bares e
lugares que sempre frequentou. Ele tinha certeza
absoluta de que sua esposa estava desconfiada, mas
também não pensava que estivesse fazendo nada de tão
errado, afinal, uma pessoa tem esse direito, não tem? E
Página | 21
ele conseguia estar quase totalmente limpo e bem na
maioria do tempo. Ele podia ter fumado crack todas as
noites que quisesse, mas recusou sempre de todas as
vezes que lhe ofereceram. O máximo que fez foi dar uns
“pegas”. Nem chegou a ficar “louco”, a droga era de
uma qualidade péssima. Que mal poderia fazer?
Em três semanas, Fábio Augusto estava totalmente
recaído. Facilitar pequenas mentiras o levou a completa
recaída.
Página | 22
Deixei de fazer o Décimo Passo ou evitei ter uma ação
positiva para corrigir minhas atitudes e desvios de
comportamento?
Respondendo sim a uma das perguntas estamos
prejudicando nossa recuperação por facilitarmos.
A chave para deixar a facilitação é se desculpar.
Podemos nos tornar peritos em combinar
manipulação, grandiosidade e facilitação para formar
uma péssima atitude que pode prejudicar nossa
recuperação. Um exemplo de nosso pensamento
negativo pode soar assim:
“Ah, penso que N.A. são formidáveis (manipulação),
mas não sou do tipo que precisa de todo esse apoio do
grupo para permanecer sóbrio (grandiosidade)”. Além
disso, eu preciso de todo o meu tempo disponível para
estar com minha família de modo a compensá-los pela
minha ausência quando me drogava (facilitação).
No curso normal dos acontecimentos, a família e os
amigos começarão a notar a atitude de facilitação.
Ficarão preocupados. E começarão a nos censurar, o
que fará aparecer nossa rebeldia.
Rebeldia
Página | 23
começa a dar ordens, mesmo quando estão certos e seja
para o seu bem, ficam hostis.
Para nós, a rebeldia é tão normal como respirar.
Parece que temos uma tendência nata para resistir e
opor à autoridade. E para nós, a autoridade pode ser
qualquer um, mulher, filhos, pais, terapeutas, padrinhos.
É qualquer pessoa que tenha influencia em nosso
comportamento.
Talvez nossa rebeldia venha, em parte, de nossa
grandiosidade. Nós queremos ter sempre razão. A nossa
grandiosidade nos engana, fazendo acreditar que temos
todas as respostas, que tudo correrá bem, se todos
fizerem as coisas como queremos.
Claro que nem sempre mostramos abertamente a
nossa rebeldia. Podemos nos mostrar agradáveis e
alegres por fora, mas por dentro estamos fazendo
planos de virar a situação e fazer o que quiser.
Por causa de nossa rebeldia e grandiosidade, não
somos muito bons em receber conselhos de nossos
terapeutas e de outras pessoas em recuperação que
conhecem o “esquema”, e que poderiam nos ajudar, se
lhes déssemos ouvidos em vez de filtrar tudo através
dos nossos egos inchados.
Deveríamos nos perguntar:
Me sinto como se outras pessoas estivessem sempre
tentando governar minha vida?
Página | 24
Faço promessas de melhorar meu comportamento,
quando na verdade não tenho intenção alguma de
mudar?
Será que às vezes penso que meu terapeuta ou
padrinho é doido ou pior que eu?
Se respondermos afirmativamente a uma destas
perguntas, estamos prejudicando nossa recuperação
com rebeldia.
O que nos prende à rebeldia é a imaturidade. Em
muitos aspectos somos como crianças grandes, Reis
Bebês. Queremos ser o centro das atenções e que todas
as nossas necessidades sejam imediatamente satisfeitas.
Ficamos zangados e ressentidos quando as pessoas que
nos odeiam não procedem como nós queremos.
Começamos a culpá-las por todos os nossos
problemas e gastamos tempo e energia tentando mudá-
las; para fazer tudo como queremos, para ficarmos
felizes. Isto é o que torna a rebeldia tão perigosa para a
nossa recuperação. Estamos tão ocupados tentando
controlar e mudar os outros de um modo tão arrogante,
que não temos a energia ou a visão necessárias para
mudarmos nós mesmos e nosso pensamento destrutivo.
Uma boa atitude é a resposta. A recuperação floresce
quando encaminhamos sem medo os nossos
pensamentos e ações, quando nos dedicamos a
reconhecer e a eliminar os hábitos destrutivos da
Página | 25
manipulação, da grandiosidade, da facilitação e da
rebeldia.
Estas quatro atitudes de comportamento promovem
crenças destrutivas que podem tornar nossas vidas
desgovernadas e infelizes mesmo quando estamos
sóbrios.
Mas podemos mudar! Podemos desafiar nosso
pensamento destrutivo e aprender novas e saudáveis
respostas para a vida. Podemos endireitar nosso
pensamento, pondo-o em seu lugar.
Página | 26
DESAFIANDO OS PENSAMENTO DESTRUTIVO
Página | 28
Consciência
Compromisso
Página | 29
recuperação.
Devemos examinar nossos planos para melhorar.
Estaremos facilitando? Tentando encontrar um caminho
mais fácil? A mudança não acontece facilmente, mas o
esforço não valerá a pena? O compromisso sincero é
vital para a nossa recuperação!
Ação
Página | 30
e crescer é agora a hora de agir.
Transformação
Página | 31
SINTOMAS DE RECAIDA SINAIS DE RECUPERAÇÃO
MANIPULAÇÃO COMPROMISSO
Chave: Falsidade Chave: Sinceridade
Falso Genuíno
Enganador Honesto
Crítico Tolerante
Fingido Sério
Exagerado Ponderado
Mentiroso Sincero
Falador Ativo
Inconstante Dedicado
Página | 32
SINTOMAS DE RECAIDA SINAIS DE RECUPERAÇÃO
FACILITAÇÃO VIGILANCIA
Chave: Manipulador Chave: Confiável
Irresponsável Responsável
Preguiçoso Enérgico
Suspeito Verdadeiro
Complacente Escrupuloso
Impulsivo Controlado
Descompromissado Pontual
Tortuoso Coerente
Passivo Ativo
Página | 33
Agora, olhemos para nós mesmos, o mais honesto
possível para nossos mais íntimos pensamentos e
sentimentos. Qual a lista de característica de
personalidade que melhor descreve o que gostaríamos
de ser? Qual a lista que melhor descreve como fomos e
como somos agora? Somos falsos, egoístas, suspeitos e
exigentes? Somos enganadores, arrogantes,
irresponsáveis, argumentativos e egocêntricos? Será que
o nosso pensamento é claro e racional ou estamos
afundados no pântano do pensamento destrutivo?
Página | 34
MUDANDO OS PENSAMENTOS DESTRUTIVOS
Página | 35
necessidades dos outros e sem se darem conta do
impacto de seu comportamento naqueles de quem mais
gostam. Buscando um pensamento claro aceitam a
responsabilidade pela sua recuperação. E se persistirem
com um pensamento destrutivo, culpam os outros pelos
seus problemas. O pensamento claro mantem a mente
aberta. Pensamentos destrutivos blindam a mente,
mantendo a pessoa assustada e na defensiva.
Qual o nosso pensamento?
Temos um pensamento claro ou um pensamento
destrutivo?
Sou arrogante na em falar sobre assuntos delicados e
difíceis?
A terapia para mim falhou porque descobri que era
mais esperto que o meu terapeuta?
Não preciso de um grupo de apoio para permanecer
limpo, porque aprendi tudo o que precisava e assim
posso detectar qualquer sinal de problema que
apareça.
Metade dos meus problemas se resolveria se me
deixassem em paz e me tratassem melhor.
Poderíamos concordar com apenas uma destas
afirmações? Poderíamos reconhecer os sintomas de
falsidade, arrogância, racionalização e egocentrismo
implícito nestas afirmações?
Página | 36
CONCLUSÃO
Página | 37
PARA
Cecil C.
Hazelden Foundation
Editora JCB Publicações Ltda
Copyright © 2014, Cecil C.
Grandiosidade
CDD-717.2 07-7210
ii
Nota dos Editores à Tradução Brasileira:
Uma adicção consiste no uso habitual de substâncias alteradoras
do humor (medicamentos, álcool, drogas) ou de comportamentos
(excesso de trabalho, jogos, abuso de comida, internet, falar
demais, sexo, mania de limpeza, consumismo) que é caracterizado
pela tolerância à substância ou comportamento (sendo que um
crescente e contínuo uso à substância ou comportamento se
tornam necessários para obter o mesmo efeito) e pela perda de
controle (o uso continuado apesar de suas consequências
negativas).
A dependência química consiste na adicção ao álcool e/ou
outras drogas. É uma doença progressiva e, se não for tratada,
mortal.
iii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 7
CARACTERÍSTICAS DA GRANDIOSIDADE ........................................ 9
DEFEITOS DE CARÁTER E SENTIMENTOS NEGATIVOS .................. 12
SUBMISSÃO COMPARADA À RENDIÇÃO ........................................ 16
CONHECENDO A SI MESMO ............................................................... 19
v
INTRODUÇÃO
Página | 8
CARACTERÍSTICAS DA GRANDIOSIDADE
Página | 11
DEFEITOS DE CARÁTER E SENTIMENTOS NEGATIVOS
Página | 14
A maioria destas emoções destrutivas leva ao
pensamento negativo. Para o compulsivo arrogante,
todas as pessoas estão erradas e não tem nunca o
direito de estarem certas. Um adicto como este sabe
que não há dois lados numa discussão com a esposa, o
patrão, o pastor, ou até com o policial e com o juiz.
Um fator dominante na personalidade grandiosa é a
teimosia. Em qualquer conflito, a maneira de ser do
adicto nunca é uma questão de opinião, mas sim um
fato e uma realidade. Apesar dos outros saberem que
ele muitas vezes está errado, o adicto nunca põe em
dúvida seu ponto de vista.
Página | 15
SUBMISSÃO COMPARADA À RENDIÇÃO
Página | 17
Ao ser submisso, o adicto pode conscientemente
sentir a necessidade de ajuda, mas estas meias medidas,
normalmente levam o adicto à recaída e nunca mais o
deixam tentar a abstinência necessária para permanecer
em sobriedade. Este engano pode desencorajar amigos
cuidadosos e família, mas a grandiosidade leva o adicto
a pensar: “Boa jogada esta de tirar estes pesos das
costas”. O fato de haver um constante conflito na mente
do adicto entre o consciente e o inconsciente é o que
mantém a esperança de que a grandiosidade pode ser
eliminada com sucesso.
Visto que a grandiosidade blinda a mente e inflama a
intolerância que tem das outras pessoas, assim como de
suas ideias e opiniões, qualquer indecisão da parte do
adicto arrogante é um progresso. É um passo na direção
da realidade se o adicto grandioso começar a dar como
resposta, “Eu não sei”, “Eu não percebo”, ou “Estou
mudando minha maneira de pensar”.
Um sinal de crescimento em termos de tolerância
mostra-se muitas vezes em expressões de culpa por
comportamento compulsivo. Se tal culpa pode ser
sentida, a consciência de responsabilidades pode
começar a agir. Este avanço pode levar aqueles que tem
egos doentios a pensar que cometer erros não é
catastrófico, desde que ele admita a responsabilidade
pelo ato e esteja disposto a fazer reparações, assim
como eliminar esses padrões de comportamento que
podem resultar numa repetição dos mesmos erros.
Página | 18
CONHECENDO A SI MESMO
Bernad Rangé
34
TEORIA BÁSICA
Dialética
Onde está a evidência que apóia a afirmação “Devo ser perfeito”? Não
há. E sobre “Acabei de cometer um erro”? Talvez isso possa ser
demonstrado. Mas e sobre isso ser “terrível”? Pode seguir-se daí que
“não tenho valor”? Obviamente não, embora pessoas que pensam
dicotomicamente puderem dizer que sim.
Os clientes raramente estão conscientes das premissas de seus
pensamentos. Mais freqüentemente, focalizam apenas as conclusões
que, se distorcidas, tendem a gerar problemas emocionais. O
pensamento racional envolve raciocínio lógico baseado em afirmações
empiricamente verificáveis. Se pensamos racionalmente, é improvável
chegarmos a conclusões que levem a sentimentos extremamente
perturbadores.
Valores
35
HEDONISMO RESPONSÁVEL
36
37
38
Resumindo, é possível discernir duas categorias principais de
perturbação psicológica: perturbações do ego e perturbação do
desconforto. Nas perturbações do ego, a pessoa se dana como
resultado de fazer exigências “masturbatórias” sobre si. os outros e o
mundo. Na perturbação do desconforto, a pessoa também faz
exigências sobre si. os outros e o mundo, mas tais exigências refletem
a crença de que condições confortáveis de vida “devem” existir.
Albert Ellis concorda com os teóricos da terapia cognitiva (Beck et al.,
1998; Burns, 1980) quanto ao papel das distorções cognitivas nas
perturbações psicológicas. Contudo, defende que elas sempre
decorrem de “devos”. Eis alguns exemplos de distorções (Dobson,
1988):
39
A MUDANÇA TERAPÊUTICA
40
• É melhor tentar fazer mais do que “se matar” para tentar fazer bem,
assim como é melhor focalizar-se no processo mais do que no
resultado.
• Ao tentar fazer algo, é melhor fazer pelo prazer de fazer bem-feito
mais do que para agradar alguém
• Uma coisa é tentar fazer bem alguma coisa pela satisfação que isso
dá; outra é tentar fazer perfeitamente bem. Uma coisa é tentar o seu
melhor; outra é tentar ser melhor do que os outros.
• Os esforços valem pela realização em si ou pela realização com a
satisfação que ela traz?
• Os erros, mais do que algo para se recriminar, são muito valiosos,
pois é por meio deles que se aprende. Aceite a necessidade de ter
que praticar muito se você quiser ter sucesso em alguma coisa, a
necessidade de se forçar a fazer as coisas que você tem medo de
fazer e o fato de que os seres humanos são limitados, e você,
particularmente, tem suas limitações específicas.
41
42
O “C”
43
1. Qual é a prova?
2. Onde está a evidência?
3. Que aconteceria se…?
4. Você pode agüentar?
5. Vamos ser cientistas: o que os dados mostram?
6. Por que ela deve fazer isso? Alguém tem que fazer?
44
13. Você pode se sentir feliz mesmo se não conseguir o que quer?
14. Qual é a probabilidade de uma conseqüência ruim?
45
Indicações terapêuticas
46
CONCLUSÕES
As importantes contribuições de Albert Ellis levaram-no a ser agraciado pela American Psychological
Association com o prêmio de Outstanding Life Achievement. Aqueles que se interessarem por sua
obra podem obter mais informações no site http://www.rebt.org.
47