Você está na página 1de 5

RESUMO DE D.

CVIL III – 2ª AR

DA TROCA OU PERMUTA: é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja
dinheiro. Em regra, qualquer coisa ou objeto in commercium é suscetível de troca: móveis por móveis, móveis por
imóveis, coisa por coisa, coisa por direito, direito por direito. Tudo o que pode ser vendido ou trocado. É um negócio
jurídico Bilateral e oneroso, consensual, solene e comutativo (PREVISÃO: Art. 533, cc).
COMPRA E VENDA: tornou-se esta, em pouco tempo, responsável pelo desenvolvimento dos países e o mais
importante de todos os contratos, pois aproxima os homens e fomenta a circulação das riquezas. Para bens móveis,
tem-se a tradição. Para bens imóveis, prevalece o registro.
NATUREZA JURÍDICA DA COMPRA E VENDA - SINALAGMÁTICO OU BILATERAL PERFEITO: uma vez que gera
obrigações recíprocas: para o comprador de pagar o valor e para o vendedor, de entregar a coisa. CONSENSUAL:
porque se aperfeiçoa com o acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa. ONEROSO: pois ambos os
contratantes obtêm proveitos, ao qual corresponde um sacrifício. COMUTATIVO: porque de imediato se apresenta
certo o conteúdo das prestações recíprocas.
ELEMENTOS DA COMPRA E VENDA: são integrantes – a coisa, preço e o consentimento. A COISA, objeto da compra
e venda, deve atender a determinados requisitos, quais sejam, os de existência, individualização e disponibilidade. O
PREÇO, sem sua fixação, a venda é nula. O preço deve ser pago em dinheiro, subentendendo-se válido o pagamento
efetuado por meio de título de crédito, do qual conste o montante em dinheiro estipulado. Quando o pagamento é
estipulado parte em dinheiro e parte em outra espécie, a configuração do contrato como compra e venda ou como
troca é definida pela predominância de uma ou de outra porcentagem.
O CONSENTIMENTO pressupõe a capacidade das partes para vender e comprar e deve ser livre e espontâneo, sob
pena de nulidade. Não basta capacidade genérica para os atos da vida civil. Para vender exige-se também a
específica para alienar, pois o cumprimento da obrigação de entregar a coisa pressupõe o poder de disposição do
vendedor.
EFEITOS DA COMPRA E VENDA – EFEITOS PRINCIPAIS: GERAÇÃO DE OBRIGAÇÕES RECÍPROCAS E DA
RESPONSABILIDADE PELOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS E PELA EVICÇÃO: o descumprimento da obrigação de transmitir o
domínio, mediante tradição ou registro, caracteriza o inadimplemento, podendo o adquirente optar pelo
ajuizamento da ação de obrigação de fazer ou pela ação de adjudicação compulsória. Não haverá compra e venda se
for feita com a cláusula de nunca se fazer a tradição.
TRADIÇÃO REAL (OU EFETIVA): quando envolve a entrega efetiva e material da coisa, ou seja, quando o comprador
recebe a posse do material, tendo a coisa nas suas mãos ou em seu poder. SIMBÓLICA (OU VIRTUAL): quando
representada por ato que traduz a alienação, como a entrega das chaves de um apartamento vendido. É FICTA: no
caso do constituto possessório.
EFEITOS SECUNDÁRIOS OU SUBSIDIÁRIOS – RESPONSABILIDADE PELOS RISCOS: art. 492. Risco é o perigo que recai
sobre a coisa objeto da prestação, de perecer ou deteriorar-se por caso fortuito ou força maior. A coisa deve ser
entregue, na falta de estipulação expressa, no local em que se encontrava ao tempo da venda (art. 493). A norma é
de caráter supletivo, pois os contraentes podem estipular o que quiserem a respeito do lugar onde deva ocorrer a
tradição da coisa. REPARTIÇÃO DAS DESPESAS: dispõe estas no art. 490.
LIMITAÇÕES A COMPRA E VENDA: algumas pessoas sofrem limitações, decorrentes da falta de legitimidade, em
razão de determinadas circunstâncias ou da situação em que se encontram, que não se confundem com a
incapacidade. São pessoas maiores e dotadas de pleno discernimento, mas que, em face da sua posição jurídica,
ficam impedidas de comprar e vender até estarem devidamente legitimadas.
VENDA DE ASCENDENTES A DESCENDENTES (ART. 496): no caso de venda ao neto, todos os filhos vivos, incluindo o
pai ou a mãe doo comprador, seus tios e os demais netos do vendedor devem anuir. Inclui-se na proibição legal a
dação em pagamento do devedor a ascendente, pois envolve a alienação do bem. A ação para anular a venda de
ascendentes para descendentes prescreve em vinte anos, contados da data do ato (SÚMULA 494 – STF). A anulação
é relativa ao contrato de compra e venda, que é ato entre vivos e produz efeitos imediatamente após sua conclusão.
AQUISIÇÃO DE BENS POR PESSOA ENCARREGADA DE ZELAR PELOS INTERESSES DO VENDEDOR (art. 497): a
intenção é manter a isenção de ânimo naqueles que, por dever de ofício ou por profissão, têm de zelar pelos
interesses alheios. As proibições tem por fundamento a presunção de aproveitamento desleal da situação, na
aquisição de bens confiados à sua gestão ou administração, em virtude da especial posição das pessoas a que se
refere o texto. A proibição, no caso, é absoluta. As aludidas pessoas não podem comprar ainda que paguem o justo
preço ou valor maior, de nada importando as intenções que possam ter de beneficiar os proprietários. Enquanto
ditas pessoas estiverem no exercício dos cargos, funções ou múnus permanecerá a proibição.
VENDA DA PARTE INDIVISA EM CONDOMÍNIO (ART. 504): o condômino preterido pode exercer seu direito de
preferência pela ação de preempção, ajuizando-a no prazo decadencial de cento e oitenta dias, contados da data em
que teve ciência da alienação, e na qual efetuará o depósito do preço pago, havendo para si a parte vendida ao
terceiro.
VENDA ENTRE CÔNJUGES (ART. 499, 1.657, 1647 e 1648): um cônjuge, qualquer que seja o regime de bens do
casamento, exceto no da separação absoluta, só estará legitimado a alienar, hipotecar ou gravar de ônus reais os
bens imóveis depois de obter a autorização do outro, ou o suprimento judicial de seu consentimento.
VENDA MEDIANTE AMOSTRA (ART. 484): se a mercadoria entregue não forem tudo igual à amostra, caracteriza-se o
inadimplemento contratual, devendo o comprador protestar imediatamente, sob pena de o seu silêncio ser
interpretado como tendo havido correta e definitiva entrega. Se o vendedor não a entregaem perfeita
correspondência com a amostra, o protótipo ou modelo, pode o comprador recusá-la no ato do recebimento.
VENDA AD CORPUS (ART. 500): compreensiva de corpo certo e individuado, presume-se que o comprador teve uma
visão geral do imóvel e a intenção de adquirir precisamente o que se continha dentro das suas divisas. Se se admitir
que o comprador possa postular, nas vendas ad corpus, a resolução do contrato ou o abatimento do preço, não
haverá diferença entre ela e a venda: VENDA AD MENSURAM: quando se determina o preço de cada unidade, de
cada alqueire, hectare ou metro quadrado. Não pode ser pleiteada a resolução da avença, ou abatimento do preço,
se puder ser feita a complementação.
DA RETROVENDA (Art. 505): só pode ter por objeto bens imóveis, pois os móveis se transferem por simples tradição,
dificultando o exame da situação. O prazo máximo para o exercício do direito de retrato ou de resgate é de três
anos. O registro gera eficácia erga omnes, sendo oponível a terceiros que venham a adquirir imóvel do adquirente.
DA VENDA A CONTENTO E DA SUJEITA A PROVA (ART. 509): possui pacto adjetivo a contratos de compra e venda
relativos, em geral, a gêneros alimentícios, bebidas finas e roupas sob medidas. A compra e venda não se aperfeiçoa
enquanto não houver manifestação de agrado do potencial comprador. O aperfeiçoamento do negócio depende
exclusivamente do arbítrio, isto é, do gosto do comprador, não podendo o vendedor alegar que a recusa é fruto de
capricho. Se a coisa tiver as qualidades apregoadas e for adequada às suas finalidades, não poderá o adquirente,
depois de prová-la ou experimentá-la, recusá-la por puro arbítrio, sem a devida justificativa.
DA PREEMPEÇÃO OU PREFERÊNCIA (Art. 513...) o direito atribuído ao vendedor de se substituir ao terceiro nos
mesmos termos e condições em que este iria adquirir a coisa. O direito de preempção só será exercido quando se e
quando o comprador vier a revender a coisa comprada, não podendo ser compelido a tanto. Se o comprador
desrespeitar a avença, não dando ciência ao vendedor do preço e das vantagens que lhe oferecem pela coisa,
responderá por perdas e danos (art. 518). O pacto de preempção depende da existência de cláusula expressa, não se
admitindo preferência tácita.
DA VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO (art. 521-524): é a venda de coisa móvel, em que o vendedor tem a própria
coisa vendida como garantia do recebimento do preço. Só a posse é transferida ao adquirente. Embora o domínio e
a posse indireta permaneçam com o alienante, os riscos da coisa passam para o adquirente, mero possuidor direto.
DA VENDA SOBRE DOCUMENTOS (529...): a sua finalidade é dar maior agilidade aos negócios mercantis que
envolvam venda de mercadorias e, por sua natureza, pode ter por objeto apenas bens móveis. Há uma substituição
da tradição real pela simbólica. O comprador paga contra a entrega do documento representativo e reclama contra
o vendedor sobre vício ou defeito da coisa. Se a coisa estiver coberta por apólice de seguro, a perda ou deterioração
sub-roga-se no valor segurado. Eventual prejuízo decorrente de avaria será indenizado pela seguradora.
DA DOAÇÃO (CC, 538 ...): traços característicos: a) a natureza contratual; b) o animus donandi, ou seja, a intenção
de fazer uma liberalidade; c) a transferência de bens para o patrimônio do donatário; d) a aceitação deste. Tendo em
vista que a doação requer a intervenção de duas partes, o doador e o donatário, cujas vontades hão de se completar
para que se aperfeiçoe o negócio jurídico.
A liberalidade ou animus donandi é elemento essencial para a configuração da doação, tendo o significado de ação
desinteressada de dar a outrem, sem estar obrigado, parte do próprio patrimônio. A vantagem há de ser de natureza
patrimonial, bem como deve haver ainda aumento de um patrimônio à custa do outro. A aceitação é indispensável
para o aperfeiçoamento da doação e pode ser expressa, tácita, presumida ou ficta. Em regra, é gratuito, unilateral e
formal ou solene.
OBJETO DA DOAÇÃO: é, portanto, a prestação de dar coisa ou vantagens. Pode ser objeto da doação todo bem que
esteja in commercium, ou seja, qualquer coisa que tenha expressão econômica e incorpórea, consumível e
inconsumível.
ESPÉCIES DE DOAÇÃO – A) PURA E SIMPLES OU TÍPICA (VERA ET ABSOLUTA): quando o doador não impõe
nenhuma restrição ou encargo ao beneficiário, nem subordina a sua eficácia a qualquer condição. O ato constitui
uma liberalidade plena.
B) ONEROSA, MODAL, COM ECARGO OU GRAVADA (DONATIONE SUB MODO): aquela em que o doador impõe ao
donatário uma incumbência ou dever. Enquanto não verificada se cumpriu, o donatário não adquirirá o direito.
C) REMUNERATÓRIA: é feita em retribuição a serviços prestados, cujo pagamento não pode ser exigido pelo
donatário. Nesta modalidade, não há, assim, dever jurídico exigível pelo donatário. Contudo, o doador sente-se no
dever moral de remunerá-lo em virtude da prestação de um serviço que lhe prestou e, por alguma razão pessoal,
não exigiu ou a ele renunciou.
D) MISTA: é aquela em que se procura beneficiar por meio de um contrato de caráter oneroso (tem uma parcela de
valor, mas inferior – compra e venda + doação).
E) EM CONTEMPLAÇÃO DO MERECIMENTO DO DONATÁRIO (CONTEMPLATIVA OU MERITÓRIA): configura-se
quando o doador menciona, expressamente, o motivo da liberalidade, dizendo, por exemplo, que a faz porque o
donatário tem determinada virtude, ou porque é seu amigo, consagrado profissional ou renomado cientista.
F) FEITA AO NASCITURO: a aceitação será manifestada pelos pais, ou por seu curador quando o pai falecer a mãe
não detiver poder familiar. Sendo titular de direito eventual, sob condição suspensiva, caducará a liberalidade, se
não nascer com vida.
G) EM FORMA DE SUBVENÇÃO PERIÓDICA: trata-se de uma pensão, como favor pessoal ao donatário, cujo
pagamento termina com a morte do doador, não se transferindo a obrigação a seus herdeiros, salvo se o contrário
houver, ele próprio estipulado.
H) EM CONTEMPLAÇÃO DE CASAMENTO FUTURO (DONATIO PROPTER NUPTIAS): constitui liberalidade realizada
em consideração a núpcias próximas do donatário com certa e determinada pessoa. A doação não se resolve pela
separação, nem podem os bens doados para o casamento ser reivindicados pelo doador por ter o donatário
enviuvado ou divorciado e passado a novas núpcias.
I) ENTRE CÔNJUGES: podem ser doados por um cônjuge ao outro: no regime de separação absoluta, convencional
ou legal, todos os bens comuns.
J) EM COMUM A MAIS DE UMA PESSOA (CONJUNTIVA- 551): quando a doação é feita em comum a várias pessoas,
entende-se distribuída entre os beneficiados, por igual.
K) DE ASCENDENTE A DESCENDENTES (544): Para a liberalidade beneficiar um filho em detrimento dos outros, é
mister que o doador a inclua em sua quota disponível. L) INOFICIOSA (549): é a que excede o limite que o doador, no
momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
M) COM CLÁUSULA DE RETORNO OU REVERSÃO (547): não fosse essa cláusula, que configura condição resolutiva
expressa, os referidos bens passariam aos herdeiros do último. A cláusula de reversão só terá eficácia se o doador
sobreviver ao donatário.
N) MANUAL (541 § ÚNICO): é a doação verbal de bens móveis de pequeno valor. Geralmente constitui presente de
casamento, de aniversário, homenagem ou demonstração de estima.
O) FEITA A ENTIDADE FUTURA (554): a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. O prazo para a sua constituição é decadencial de dois anos: não
se prorroga nem se interrompe.
RESTRIÇÕES LEGAIS – A) DOAÇÃO PELO DEVEDOR JÁ INSOLVENTE (548,549,550,171): ou por ela reduzido à
insolvência, por configurar fraude contra credores, podendo a sua validade ser impugnada por meio da ação
pauliana, sem a necessidade de comprovar conluio entre doador e donatário. A regra busca proteger os credores do
doador.
REVOGAÇÃO POR DESCUMPRIMENTO DE ENCARGO (553): ocorre, na verdade, anulação, rescisão ou resolução. A
revogação da doação, entretanto, só pode ser pleiteada pelo doador e em juízo, sendo personalíssima a ação.
REVOGAÇÃO POR INGRATIDÃO DO DONATÁRIO (557, 558, 559, 560): somente se for pura e simples.
DA LOCAÇÃO DAS COISAS (565): é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a conceder à outra o uso e gozo de
uma coisa não fungível, temporariamente e mediante remuneração.
É o contrato bilateral e sinalagmático (476) porque envolve prestações recíprocas. É oneroso, um vez que a
obrigação de uma das partes tem como equivalente a prestação que a outra lhe faz. Se o uso e o gozo da coisa for
concedido gratuitamente, o contrato se desfigura, transformando-se em comodato.
É consensual, tendo em vista que se aperfeiçoa com o acordo de vontades, gerando um direito de crédito pessoal ou
pessoal. Não tem caráter personalíssimo nem para o locador nem para o locatário, uma vez que admite cessão e
sublocação, não se extinguindo pela morte de qualquer deles.
É comutativo, visto que não envolve risco: as prestações recíprocas são certas e não aleatórias. É, ainda, não solene
(576. § 1º) porque a forma é livre, ou seja, não lhe é essencial, somente exigida nos casos especiais. Pode, assim, ser
celebrado por escrito ou verbalmente. No entanto, para se convencionar uma garantia, como fiança, por exemplo, o
contrato deve ser obrigatoriamente por escrito. E, de trato sucessivo ou de exceção continuada porque se prolonga
no tempo. As prestações são periódicas e, assim, não se extingue com o pagamento.
ELEMENTOS DA LOCAÇÃO: são três elementos fundamentais: o objeto, o preço e o consentimento. O próprio
locatário poderá sublocar, com o consentimento prévio e escrito do locador (13 – 8.245). Vênia conjugal (3º).
OBRIGAÇÕES DO LOCADOR (566) – A) ENTREGA AO LOCATÁRIO A COISA ALUGADA (I): a entrega deve ser feita com
os acessórios. Se a entrega for feita sem qualquer reclamação, presume-se que a coisa foi recebida em ordem pelo
locatário.
B) MANTER A COISA NO MESMO ESTADO. PELO TEMPO DO CONTRATO (I): compete ao locador realizar os reparos
necessários para que a coisa seja mantida em condições de uso, salvo convenção em contrário.
C) GARANTIR O USO PACÍFICO DA COISA (II): deve o locador abster-se da prática de qualquer ato que possa
perturbar o uso e gozo da coisa, como também resguardar o locatário contra embaraços e turbações de terceiros
(568 e 1.197 – 22 da LI).
OBRIGAÇÕES DO LOCATÁRIO (569, 570): o emprego da coisa em uso diverso do ajustado ou daquele a que se
destina, ou de forma abusiva a ponto de danificá-la, autoriza o locador a rescindir o contrato, bem como a exigir
perdas e danos. Na falta de ajuste de prazo, o pagamento deve ser feito segundo o costume do lugar; na locação de
imóveis urbanos, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido (23 da LI). Na lei do inquilinato as obrigações estão
nos arts. 22 e 23.
LOCAÇÃO DE PRÉDIOS URBANOS: o término do prazo contratual constitui o locatário em mora, não sendo este
surpreendido com a ação de despejo. Não existindo o registro imobiliário do contrato (preferência – 30 dias para
aceitação: o descumprimento gera perdas e danos e deve haver depósito de 6 meses), o adquirente tem direito a
denúncia vazia, ainda que pendente ação renovatória, pois não se sujeita este à renovatória em curso, salvo se assim
desejar. Na regra dos 30 meses, a denúncia é vazia. Contudo, para os contratos inferiores há 30 meses, em virtude
da prorrogação automática para prazo indeterminado, o locador só poderá retomar o imóvel quando motivado
como alguma das hipóteses do art. 47 da LI (denuncia cheia = motivos), única hipótese.
GARANTIAS QUE PODEM SER EXIGIDAS PELO LOCADOR: A) CAUÇÃO: que pode ser em bens móveis ou imóveis, em
títulos e ações em dinheiro, não podendo, neste último caso exceder o equivalente a três meses de aluguel; B)
FIANÇA; C) SEGURO DE FIANÇA LOCATÍCIA; D)CESSÃO FIDUCIÁRIA DE QUOTAS DE INVESTIMENTOS. É vedada, sob
pena de nulidade, mais de uma dessas modalidades num mesmo contrato de locação (37, § único, e 38).
BENFEITORIAS: Tem-se as necessárias, que será sempre indenizada; as úteis, que dependem de autorização do
locador; e as voluptuárias, nunca indenizadas, pois são de mero deleite.
COBRANÇA ANTECIPADA: constitui contravenção penal a exigência de pagamento antecipado de aluguel, salvo a
hipótese de locação por temporada, ou se a locação não estiver assegurada por qualquer das referidas espécies de
garantia, caso em que poderá o locador exigir do locatário o pagamento antecipado, até o sexto dia útil do mês
vencido (20, 42 e 43).
NAS AÇÕES DE DESPEJO: Havendo a concessão de liminar, o locador deve fazer uma caução de 3 meses do valor do
aluguel, com fundamento no art. 59, § 3. O locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no
prazo de quinze dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e
mediante depósito judicial, incluído os aluguéis que venceram até a data do pagamento, multas, juros, custas e
honorários de advogado (62).
EM CASO DE PROCEDÊNCIA DA AÇÃO: tem 30 dias para desocupação voluntária; 15 dias se, entre a citação e a
sentença houver transcorrido quatro meses ou mais. Findo o prazo do despejo voluntário, este pode ser forçado (art.
65 LI).
AÇÃO RENOVATÓRIA (71 a 75): A) somente aos contratos de locação de imóveis destinados ao uso comercial ou
industrial. B) o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado. C) o prazo mínimo do
contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos. D) o locatário esteja
explorando atividade comercial, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos (51). Para que seja
ajuizada ação renovatória, tem-se o prazo de 1 ano a 6 meses anteriores ao final do contrato. Na redação original do
art. 74, o locatário, em caso de improcedência da ação renovatória, dispunha de mais seis meses para permanecer
no imóvel.
DO EMPRÉSTIMO: é o contrato pelo qual uma das partes entrega à outra coisa fungível ou infungível, com a
obrigação de restituí-la. COMODATO – 579: carrega consigo três características essenciais: gratuidade,
infungibilidade do objeto e o aperfeiçoamento com a tradição deste. A gratuidade decorre da própria natureza do
comodato, pois confundir-se-ia com a locação, se fosse oneroso. Em geral o contrato de comodato tem natureza
intuito personae, traduzindo um favorecimento pessoal do comodatário, embora essa circunstância não seja
essencial.
A infungibilidade do objeto implica a restituição da mesma coisa recebida em empréstimo. Se fungível ou
consumível, será mútuo. A necessidade da tradição para o aperfeiçoamento do comodato torna-o contrato real.
Somente com a entrega, e não antes, fica perfeito o contrato.
O comodato é, também, contrato unilateral, temporário e não solene. É unilateral porque, aperfeiçoando-se com a
tradição, gera obrigações apenas para o comodatário. O empréstimo é para uso temporário. Se for perpetuo,
transforma-se em doação.
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO COMODATÁRIO (582) - A) conservar a coisa. Não pode alugá-la, nem emprestá-la sem
autorização. Da obrigação de conservar a coisa emerge a de responder pelas despesas de conservação ou
necessárias, não podendo recobrar do comodante as comuns, feitas do uso e gozo da coisa. As despesas
extraordinárias devem ser comunicadas ao comodante, para que as faça ou o autorize a fazê-las.
B) usar a coisa de forma adequada: o uso inadequado constitui, também, causa de resolução do contrato. Se,
porventura, durante a utilização indevida, a coisa emprestada se danifica, ou se perde, responde o comodatário
pelos prejuízos.
C) restituir a coisa: deve esta ser restituída no prazo convencionado, ou, não sendo este determinado, findo o
necessário ao uso concedido. O comodatário incorrerá em mora quando se negar a restituir a coisa emprestada,
estando vencido o prazo estabelecido no contrato. Restituição da coisa (581).
DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO COMODANTE (579).
EXTINÇÃO DO COMODATO – A) pelo advento do termo convencionado ou, não havendo estipulação nesse sentido,
pela utilização da coisa de acordo com a finalidade para que foi emprestada.
B) pela resolução, por iniciativa do comodante, em caso de descumprimento, pelo comodatário, de suas obrigações,
especialmente por usá-la de forma diversa da convencionada ou determinada por sua natureza.
C) por sentença, a pedido do comodante, provada a necessidade imprevista e urgente (581).
D) pela morte do comodatário, se o contrato foi celebrado intuito personae, pois nesse caso as vantagens dele
decorrentes não se transmitem ao herdeiro.
E) pela resilição unilateral, nos contratos de duração indeterminada sem distinção ou finalidade específica.
F) pelo perecimento do objeto do contrato. Neste caso, o comodatário responderá por perdas e danos se a perda
ocorreu por sua culpa (583 e 499).

Você também pode gostar