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Universidade de Aveiro Departamento de Matemática

2020-2021 1.o semestre

Aula 11 -

Vetores e aplicações

Capı́tulo 3 ALGA - agrupamento I Aula 11


Produto interno em Rn

Sejam X = (x1 , . . . , xn ) e Y = (y1 , . . . , yn ) vetores de Rn .

O produto interno ou produto escalar de X e Y é o escalar

X · Y = x1 y1 + · · · + xn yn .

Em alternativa, pode usar-se a notação X| Y ou hX, Y i para X · Y .

Como X, Y são matrizes coluna, então


 
y1
h i 
 .. 
X · Y = x1 · · · xn  .  = X T Y.
 
yn

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Produto externo em R3

Sejam X = (x1 , x2 , x3 ) e Y = (y1 , y2 , y3 ) vetores de R3 .

O produto externo ou produto vetorial de X e Y é o vetor

X × Y = (x2 y3 − x3 y2 , x3 y1 − x1 y3 , x1 y2 − x2 y1 ).

Pode calcular-se X × Y , recorrendo ao determinante simbólico:


e e2 e3 e1 = (1, 0, 0)

1

x1
x2 x3
com e2 = (0, 1, 0) .

y1 y2 y3 e3 = (0, 0, 1)

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Produto externo em R3

Sejam X = (x1 , x2 , x3 ) e Y = (y1 , y2 , y3 ) vetores de R3 .

O produto externo ou produto vetorial de X e Y é o vetor

X × Y = (x2 y3 − x3 y2 , x3 y1 − x1 y3 , x1 y2 − x2 y1 ).

Pode calcular-se X × Y , recorrendo ao determinante simbólico:


ı  κ
ı = (1, 0, 0)

x1
x2 x3 com  = (0, 1, 0) .

y1 y2 y3 κ = (0, 0, 1)

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Produto externo em R3

Sejam X = (x1 , x2 , x3 ) e Y = (y1 , y2 , y3 ) vetores de R3 .

O produto externo ou produto vetorial de X e Y é o vetor

X × Y = (x2 y3 − x3 y2 , x3 y1 − x1 y3 , x1 y2 − x2 y1 ).

Pode calcular-se X × Y , recorrendo ao determinante simbólico:


e e2 e3 e1 = (1, 0, 0)

1

x1
x2 x3
com e2 = (0, 1, 0) .

y1 y2 y3 e3 = (0, 0, 1)

Exemplo

Calcular X × Y para X = (−1, 1, 0) e Y = (0, 1, 1).

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e
1 e2 e3
−1 0 −1 1

1 0
X × Y = −1 1 0 = e1 − e2 + e3
1 1 0 1 0 1


0 1 1
= e1 − (−1)e2 + (−1)e3
= (1, 1, −1)

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e
1 e2 e3
−1 0 −1 1

1 0
X × Y = −1 1 0 = e1 − e2 + e3
1 1 0 1 0 1


0 1 1
= e1 − (−1)e2 + (−1)e3
= (1, 1, −1)

(1, 1, −1) · (−1, 1, 0) = 0 e (1, 1, −1) · (0, 1, 1) = 0


e e2 e3
1
1 1 0 1 0 1
Y × X = 0 1 1 = e1
− e2 + e3
1 0 −1 0 −1 1


−1 1 0

= (−1, −1, 1)

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Propriedades do produto interno

X · Y = x1 y1 + · · · + xn yn .

Para quaisquer X, Y, Z ∈ Rn e k ∈ R,

1. X · X ≥ 0 e (X · X = 0 ⇔ X = 0Rn )

2. X· Y = Y · X

3. (k X)· Y = k (X · Y ) = X · (k Y )

4. (X + Y )· Z = X · Z + Y · Z

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Propriedades do produto externo

Para quaisquer vetores X, Y, Z ∈ R 3 e k ∈ R,

1. X × X = 0 R3

2. X × Y = −(Y × X)

3. (k X) × Y = k (X × Y ) = X × (k Y )

4. (X + Y ) × Z = X × Z + Y × Z

5. Fórmula de Lagrange:

X × (Y × Z) = (Z · X)Y − (Y · X)Z

6. Identidade de Jacobi:

X × (Y × Z) + Z × (X × Y ) + Y × (Z × X) = 0R3

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Produto misto em R3

Dados X = (x1 , x2 , x3 ), Y = (y1 , y2 , y3 ) e Z = (z1 , z2 , z3 ) ∈ R3 ,


x x2 x3
1

(X × Y ) · Z = y1 y2 y3 = X · (Y × Z)


z1 z2 z3

e este escalar diz-se o produto misto de X , Y e Z .

(X × Y ) · X = 0 = (X × Y ) · Y

X × Y é ortogonal a X e Y

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Regra da mão direita

Se aplicados no mesmo ponto,

X, Y e X× Y

formam um triedro direto, isto é, vale a regra da mão direita: se rodar a mão direita no

sentido do ângulo entre os vetores X e Y com

o indicador a apontar na direção do X

o dedo médio a apontar na direção do Y

o polegar aponta na direção do X × Y.

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Norma

= (x1 , . . . , xn ) ∈ Rn é
O comprimento ou norma de X
q
kXk = x21 + · · · + x2n .

Dado k ∈ R,
kkXk = |k|kXk e kXk2 = X ·X .

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Norma

O comprimento ou norma de X = (x1 , . . . , xn ) ∈ Rn é


q
kXk = x21 + · · · + x2n .

Dado k ∈ R,
kkXk = |k|kXk e kXk2 = X ·X .

Um vetor unitário é um vetor de norma um.

Dois vetores são colineares se um deles é um múltiplo escalar do outro.

Se X é não nulo, então


1
X
kXk
é um vetor unitário colinear a X .

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Desigualdade de Cauchy-Schwarz

Dados X, Y ∈ Rn ,
|X · Y | ≤ kXkkY k

e a igualdade ocorre na anterior desigualdade se e só se X, Y são colineares.

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Desigualdade de Cauchy-Schwarz

Dados X, Y ∈ Rn ,
|X · Y | ≤ kXkkY k

e a igualdade ocorre na anterior desigualdade se e só se X, Y são colineares.

Prova: Se X = 0Rn , então ocorre igualdade.


Se Y = kX , k ∈ R, então

|X · (kX)| = |k||X · X| = |k|kXk2 = kXkkkXk.

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Desigualdade de Cauchy-Schwarz

Dados X, Y ∈ Rn ,
|X · Y | ≤ kXkkY k

e a igualdade ocorre na anterior desigualdade se e só se X, Y são colineares.

Prova: Se X = 0Rn , então ocorre igualdade.


Se Y = kX , k ∈ R, então

|X · (kX)| = |k||X · X| = |k|kXk2 = kXkkkXk.

Nota: Dados x, y ∈ R,

2 2 2 x2 + y 2
(x ± y) = x ± 2xy + y ≥ 0 ⇔ |xy| ≤ .
2

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Desigualdade de Cauchy-Schwarz

Dados X, Y ∈ Rn ,
|X · Y | ≤ kXkkY k

e a igualdade ocorre na anterior desigualdade se e só se X, Y são colineares.

Prova: Resulta da nota anterior que

x21 + y12 x2n + yn


2
|x1 y1 + · · · + xn yn | ≤ |x1 y1 | + · · · + |xn yn | ≤ + ··· + .
2 2
Se X, Y são vetores unitários, então kXkkY k = 1 e

x21 + y12 + · · · + x2n + yn


2
kXk2 + kY k2
|X · Y | ≤ = = 1.
2 2
Se X, Y são não nulos e não unitários, aplica-se a anterior desigualdade aos vetores
X Y
unitários kXk , kY k para se obter o pretendido.

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Desigualdade triangular

Dados X, Y ∈ Rn ,
kX + Y k ≤ kXk + kY k.

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Desigualdade triangular

Dados X, Y ∈ Rn ,
kX + Y k ≤ kXk + kY k.

Prova: kX + Y k2 = (X + Y ) · (X + Y )

= X·X+X·Y +Y ·X+Y ·Y

= kXk2 + 2 (X · Y ) + kY k2

≤ kXk2 + 2 kXkkY k + kY k2

= (kXk + kY k)2

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Desigualdade triangular

Dados X, Y ∈ Rn ,
kX + Y k ≤ kXk + kY k.

Prova: kX + Y k2 = (X + Y ) · (X + Y )

= X·X+X·Y +Y ·X+Y ·Y

= kXk2 + 2 (X · Y ) + kY k2

≤ kXk2 + 2 kXkkY k + kY k2

= (kXk + kY k)2

Teorema de Pitágoras

Se X, Y são ortogonais, então kX + Y k2 = kXk2 + kY k2 . [FP 3 / 4.(b)]

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Ângulo entre vetores

Resulta da Desigualdade de Cauchy-Schwarz para vetores não nulos que

X· Y
∈ [−1, 1].
kXkkY k

Dados X, Y ∈ Rn não nulos, o ângulo entre X e Y é


X· Y
](X, Y ) = arc cos ∈ [0, π].
kXkkY k

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Ângulo entre vetores

Resulta da Desigualdade de Cauchy-Schwarz para vetores não nulos que

X· Y
∈ [−1, 1].
kXkkY k

Dados X, Y ∈ Rn não nulos, o ângulo entre X e Y é


X· Y
](X, Y ) = arc cos ∈ [0, π].
kXkkY k
y
Exemplo
V = (a,b)
Se X = (x, 0), V = (a, b), x, a, b > 0, então θ = ](X, V ) : b

a X ·V
cos θ = = . θ
kV k kXk kV k
X = (x , 0) a x

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Ângulo entre vetores

Resulta da Desigualdade de Cauchy-Schwarz para vetores não nulos que

X· Y
∈ [−1, 1].
kXkkY k

Dados X, Y ∈ Rn não nulos, o ângulo entre X e Y é


X· Y
](X, Y ) = arc cos ∈ [0, π].
kXkkY k

Exercı́cio 1 (c) i da FP3.

Dados X = (1, −2, 1) e Y = (−1, 1, 0),



−3 3 5π
](X, Y ) = arc cos √ √ = arc cos(− )= .
6 2 2 6

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Ângulo entre vetores

Resulta da Desigualdade de Cauchy-Schwarz para vetores não nulos que

X· Y
∈ [−1, 1].
kXkkY k

Dados X, Y ∈ Rn não nulos, o ângulo entre X e Y é


X· Y
](X, Y ) = arc cos ∈ [0, π].
kXkkY k

π
O ângulo entre vetores ortogonais é 2 .

O ângulo entre vetores colineares é 0 ou π .

Vetores colineares têm a mesma direção; têm ainda o mesmo sentido se o ângulo for 0.

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Produto interno e norma do produto externo

Sejam X, Y ∈ Rn não nulos e θ = ](X, Y ). Então

X · Y = kXk kY k cos θ

e, se n = 3,
kX × Y k = kXk kY k sin θ.

O vetor nulo é ortogonal e colinear a qualquer outro vetor.

Dados X, Y ∈ Rn ,

X· Y = 0 ⇔ X, Y são ortogonais

e, se n = 3,
X × Y = 0R3 ⇔ X, Y são colineares.

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Aplicações do produto externo

Área de um paralelogramo PX,Y com lados determinados por X, Y ∈ R3 :

área PX,Y = kX × Y k.

Prova: A altura do paralelogramo relativa à base determinada por X é

kY k sin θ com θ = ](X, Y )


Y

θ
área PX,Y = kXk kY k sin θ
X

Área de um triângulo 4X,Y com dois lados determinados por X, Y ∈ R3 :


1
área 4X,Y = kX × Y k.
2
[FP 3 / 7.(a)]

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Aplicações do produto externo

Área de um paralelogramo PX,Y com lados determinados por X, Y ∈ R3 :

área PX,Y = kX × Y k.

Prova: A altura do paralelogramo relativa à base determinada por X é

kY k sin θ com θ = ](X, Y )


Y

θ
área PX,Y = kXk kY k sin θ
X

Área de um triângulo 4X,Y com dois lados determinados por X, Y ∈ R3 :


1
área 4X,Y = kX × Y k.
2
[FP 3 / 7.(a)]

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Aplicação do produto misto

Volume de um paralelepı́pedo PX,Y,Z com arestas determinadas por X, Y, Z ∈ R3 :

volume PX,Y,Z = | (X × Y ) · Z |

é igual ao módulo do determinante da matriz de colunas X, Y, Z [ cf. Capı́tulo 2 ].

Prova: A altura do paralelepı́pedo relativa à base determinada


por X e Y é

kZk| cos θ| com θ = ](X × Y , Z)


X ×Y Z

θ θ
volume PX,Y,Z = kX × Y k kZk| cos θ|
Y
X

[FP 3 / 9.(a)]

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Aplicação do produto misto

Volume de um paralelepı́pedo PX,Y,Z com arestas determinadas por X, Y, Z ∈ R3 :

volume PX,Y,Z = | (X × Y ) · Z |

é igual ao módulo do determinante da matriz de colunas X, Y, Z [ cf. Capı́tulo 2 ].

Prova: A altura do paralelepı́pedo relativa à base determinada


por X e Y é

kZk| cos θ| com θ = ](X × Y , Z)


X ×Y Z

θ θ
volume PX,Y,Z = kX × Y k kZk| cos θ|
Y
X

[FP 3 / 9.(a)]

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Exercı́cios 9 (b) ii. da FP3

Calcule o volume do paralelepı́pedo com um vértice na origem e arestas dadas pelos

vetores (2, 1, 1), (2, 3, 4), (1, 0, −1).

Exercı́cio 7 (b) da FP 3.

Determine a área do triângulo de vértices (1, 0, 1), (0, 1, 1), (1, 1, 2).

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Exercı́cios 9 (b) ii. da FP3

Calcule o volume do paralelepı́pedo com um vértice na origem e arestas dadas pelos

vetores (2, 1, 1), (2, 3, 4), (1, 0, −1).


2 1 1 2 1


2
3 4 2 3 = −6 + 4 + 0 − 3 − 0 − (−2) = −3

1 0 −1 1 0

O volume do paralelepı́pedo é o módulo do determinante anterior, isto é, 3.

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Exercı́cio 7 (b) da FP 3.

Determine a área do triângulo de vértices

A = (1, 0, 1), B = (0, 1, 1), C = (1, 1, 2).

C
−→
X = AB = B − A = (−1, 1, 0) Y

−→
Y = AC = C − A = (0, 1, 1)
A X B

X × Y = (1, 1, −1) [calculado no inı́cio da aula]

A área do triângulo é

1 3
kX × Y k = .
2 2

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Distâncias

A distância entre dois pontos P, Q de Rn é

−→
d(P, Q) = kP Qk .

Para Q = (x1 , . . . , xn ) e P = (y1 , . . . , yn ),


p
d(P, Q) = (x1 − y1 )2 + · · · + (xn − yn )2 .

Dados F e G um ponto, uma reta ou um plano de R3 , a distância entre F e G é

d(F , G ) = min { d(P, Q) : P ∈ F, Q ∈ G} .

Se F ∩ G 6= ∅, então d(F , G ) = 0. De seguida, consideram-se F e G disjuntos.

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Distância de um ponto a uma reta

Dado a reta R de R3 e o ponto P 6∈ R , pretende-se a distância do ponto P à reta R .

I. Dado P o único plano ortogonal a R que contém P ,

d(P, R) = d(P, Q) com Q ∈ R ∩ P.

Note que Q é o ponto da reta R mais próximo do P .

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Distância de um ponto a uma reta

Dado a reta R de R3 e o ponto P 6∈ R , pretende-se a distância do ponto P à reta R .

II. Dado um ponto M ∈ R e um vetor diretor u da reta R ,


−−→
ku × M P k
d(P, R) =
kuk
−−→
é a altura do paralelogramo com lados u e M P , relativa à base determinada por u.

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Exercı́cio 16 (b) da FP3

Calcular a distância do ponto P = (−1, 1, 2) à reta F de R3 que contém os pontos

A = (1, 0, 0) e B = (0, 0, 1).

Pelo processo II.: Um vetor diretor da reta F é

−→
u = AB = B − A = (−1, 0, 1)

e
−→
AP = P − A = (−2, 1, 2).


e
1 e2 e3
−→
u × AP = −1 0 1 = ?

−2 1 2
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e
1 e2 e3
−1 1 −1 0

−→ 0 1
u × AP = −1 0 1 = e1 − e2 + e3
1 2 −2 2 −2 1


−2 1 2
= −e1 − e3
= (−1, 0, −1)
−→
A área do paralelogramo com lados determinados por u e AP é

−→ √
área Pu,−→
AP
= ku × AP k = 2

e a altura deste paralelogramo relativa à base determinada pelo u = (−1, 0, 1) é


−→ √
ku × AP k 2
d(P, F ) = = √ = 1.
kuk 2

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Distância de um ponto a um plano

Dado um plano P e o ponto P 6∈ P , pretende-se a distância do ponto P ao plano P .

I. Dada R a única reta ortogonal a P que contém P ,

d(P, P) = d(P, Q) com Q ∈ P ∩ R.

Note que Q é o ponto do plano P mais próximo do P .

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Distância de um ponto a um plano

Dado um plano P e o ponto P 6∈ P , pretende-se a distância do ponto P ao plano P .

II. Dado um ponto M ∈ P e vetores u, v não colineares do plano P ,


−−→
| (u × v) · M P |
d(P, P) =
ku × vk
−−→
é a altura do paralelepı́pedo de arestas u, v, M P relativa à base determinada por u, v .

v
M u

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Distância de um ponto a um plano

Dado um plano P e o ponto P 6∈ P , pretende-se a distância do ponto P ao plano P .

II. Dado um ponto M ∈ P e vetores u, v não colineares do plano P ,


−−→
| (u × v) · M P |
d(P, P) =
ku × vk
−−→
é a altura do paralelepı́pedo de arestas u, v, M P relativa à base determinada por u, v .

II’. Dado um ponto M ∈ P e um vetor


n não nulo ortogonal ao plano P ,

−−→
| n · MP |
d(P, P) = .
knk

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Distância de um ponto a um plano

Dado um plano P e o ponto P , pretende-se a distância do ponto P ao plano P .

III. Dado o ponto P = (x1 , y1 , z1 ) e a equação geral do plano P :

ax + by + cz + d = 0

tem-se |ax1 + by1 + cz1 + d|


d(P, P) = √ .
2 2
a +b +c 2

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Distância de um ponto a um plano

Dado um plano P e o ponto P , pretende-se a distância do ponto P ao plano P .

III. Dado o ponto P = (x1 , y1 , z1 ) e a equação geral do plano P :

ax + by + cz + d = 0

tem-se |ax1 + by1 + cz1 + d|


d(P, P) = √ .
2 2
a +b +c 2


Basta aplicar II’. com M = (x, y, z) ∈ P e n = (a, b, c), pois knk = a2 + b2 + c2 e
−−→
n · MP = (a, b, c) · (x1 − x, y1 − y, z1 − z)

= a(x1 − x) + b(y1 − y) + c(z1 − z)

= ax1 + by1 + cz1 − (ax + by + cz)

= ax1 + by1 + cz1 + d.

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Exercı́cio 15 (b) da FP3

Calcular a distância do ponto A = (3, 12 , − 27 ) ao plano P de R3 de equação geral

y + z = −1.

Pelo processo III.: Como a equação geral de P é

0x + 1y + 1z + 1 = 0

tem-se

|0 × 3 + 1 × 12 + 1 × (− 72 ) + 1| | − 2| √
d(A, P) = √ = √ = 2.
2 2
0 +1 +1 2 2

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Exercı́cio 15 (b) da FP3

Calcular a distância do ponto A = (3, 12 , − 27 ) ao plano P de R3 de equação geral

y + z = −1.

Pelo processo II’.: Um vetor normal do plano P é n = (0, 1, 1).

Por exemplo, M = (0, 0, −1) é um ponto do plano P ,


−−→
M A = A − M = (3, 12 , − 25 )

e
−−→
|n · M A| | 12 − 25 | | − 2| √
d(A, P) = = √ = √ = 2.
knk 2 2

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Distância de uma reta a um plano

Se a reta R e o plano P são estritamente paralelos, a distância da reta R ao plano P é

d(R, P) = d(P, P) com P ∈ R.

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Distância entre planos

Se P e P 0 são planos estritamente paralelos, a distância entre P e P 0 é

d(P, P 0 ) = d(P, P 0 ) com P ∈ P.

Estes dois últimos casos são redutı́veis à distância de um ponto a um plano.

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Distância entre retas estritamente paralelas

Retas estritamente paralelas têm interseção vazia e vetores diretores colineares.

A distância entre retas estritamente paralelas R e R 0 é

d(R, R 0 ) = d(P, R 0 ) com P ∈ R.

Duas retas disjuntas de R3 podem ser estritamente paralelas

ou enviesadas, isto é, não complanares.

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Distância entre retas enviesadas

Retas enviesadas têm interseção vazia e vetores diretores não colineares.

A distância entre retas enviesadas R e R 0 é

d(R, R 0 ) = d(R, P) = d(P, P) com P ∈ R,

em que P é o único plano estritamente paralelo a R e que contém R 0 .

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Ângulo entre retas

O ângulo entre as retas R10 e R20 com vetores diretores u e v , respetivamente, é

|u · v|
 
π
](R10 , R20 ) = arccos ∈ 0, .
kukkvk 2

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Ângulo entre planos

O ângulo entre os planos P1 e P2 é

](P1 , P2 ) = ](R1 , R2 ),

sendo R1 e R2 retas ortogonais aos planos P1 e P2 , respetivamente.

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Ângulo entre reta e plano

O ângulo entre a reta R e o plano P é


π
](R, P) = − ](R, R 0 ),
2
sendo R 0 uma reta ortogonal ao plano P .

θ = ∠(R, P) e α = ∠(R, R 0 ) são complementares


π
θ= −α
2

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Ângulo entre reta e plano

O ângulo entre a reta R e o plano P é


π
](R, P) = − ](R, R 0 ),
2
sendo R 0 uma reta ortogonal ao plano P .

Dados u um vetor diretor da reta R e n um vetor normal do plano P ,

|u · n| h πi
](R, P) = arcsin ∈ 0, .
kukknk 2

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Tarefa adicioanl

Resolver o Exercı́cio 21 da FP3.

Considere as retas F e G de equações vetoriais

(x, y, z) = (1, 2, 0) + α(−1, 0, 1), α ∈ R,

(x, y, z) = (0, 1, 0) + β(0, −1, 1), β ∈ R.

(a) Verifique que as retas F e G são enviesadas.

(b) Determine uma equação geral do plano que contém G e é paralelo a F .

(c) Calcule a distância e o ângulo entre as retas F e G .

Capı́tulo 3 ALGA - agrupamento I Aula 11

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