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Lucena Junior
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Recurso é um meio processual colocado à disposição das partes


do Ministério Público e de um terceiro, a viabilizar, dentro da mesma re-
lação jurídica processual, e dentro de certo prazo, a anulação, a reforma,
a integração ou o aclaramento da decisão judicial impugnada. (ABELHA,
Marcelo. “Manual de Direito Processual Civil” 4a ed. Revista dos Tribunais,
São Paulo, 2008, p. 511)
2.  Reexame necessário da decisão judicial
As decisões total ou parcialmente desfavoráveis à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal, aos Mu­nicípios, às autarquias e às fundações
de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem
atividade econômica estão, obri­gatoriamente, sujeitas ao duplo grau de
jurisdi­ção, sob pena de não produzirem efeitos práticos.
3.  Efeitos
3.1.  Devolutivo
No processo do trabalho, os recursos terão efeito meramente de-
volutivo, salvo as exceções previs­tas em lei, permitida a execução provi-
sória até a penhora (CLT, art. 899)
Você 3.2.  Suspensivo
vai colher É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário
mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente
SÓ ou ao vice-presidente do tribunal recorrido. (TST, Sum 414, I)
Após a apresentação do requerimento, a eficácia da decisão recor-
O que rida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção
de seus efeitos:
Plantar - Houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e
Então vamos plantar conhecimento para a - Ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
gente colher aprovação no domingo. 4.  Prazo dos recursos
No processo do trabalho, em regra, os recursos têm o prazo de 8

PROCESSO DO TRABALHO dias, exceto:


1) embargos de declaração - 5 dias;
Questões sobre Teoria Geral dos Recursos
2) recurso extraordinário - 15 dias;

Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX 3) recurso de revisão - 48 horas.


4.1.  Prazo em dobro para apresentar os recursos
Considere as quatro situações jurídicas a seguir.
Possuem prazo em dobro para recorrer:
(i) A Instituição ABCD é uma entidade sem fins lucrativos.
(ii) Rosemary é uma empregadora doméstica. 1) o Ministério Público;
(iii)O Instituto Sonhar é uma entidade filantrópica. 2) a Administração Pública Direta e Indireta, desde que, não explo-
(iv) Mariana é uma microempreendedora individual. rem atividade econômica.
Considere que todas essas pessoas são empregadoras e têm reclama- 4.2.  Início do prazo recursal
ções trabalhistas ajuizadas contra si e que nenhuma delas comprovou É deflagrado com a intimação da decisão à parte. A intimação da
ter as condições para ser beneficiária de justiça gratuita. Assinale a decisão pode ser realizada em audiência, na Secretaria do Juízo, via postal
opção que indica, nos termos da CLT, quem estará isento de efetuar o ou mediante publicação no órgão oficial.
depósito recursal para recorrer de uma sentença desfavorável proferi- 4.3.  Início da contagem do prazo recursal
da por uma Vara da Justiça do Trabalho. Com a reforma trabalhista do ano de 2017, os prazos passaram a
A) A Instituição ABCD e o Instituto Sonhar, somente. ser contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão
B) Todos estarão dispensados do dia do vencimento.
C) Instituto Sonhar, somente. OBS.: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publi-
D) Mariana e Rosemary, somente. cação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será
contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expe-
diente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir. (TST, SUM 01)
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXV
OBS.: Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do pra-
Em sede de reclamações trabalhista duas sociedades empresárias fo- zo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente.
ram condenadas em primeira instância. A Massa Falida da Calçados (TST, SUM-262 - I)
Sola Dura Ltda. e a Institutos de Seguros Privados do Brasil, sociedade 4.4.  Interrupção do prazo recursal
empresária em liquidação extrajudicial. Acerca do depósito recursal, Com a interrupção, o prazo do recurso para de contar e sendo su-
na qualidade de advogado das empresas você deverá perada a causa da interrupção, o prazo começa a contar do zero.
A) deixar de recolher o depósito recursal e custas nos dois casos, já que
Exemplo: A apresentação dos embargos de declaração interrom-
se trata de massa falida de empresa em liquidação extrajudicial. pem o prazo para interposição de outros recursos
B) deixar de recolher o depósito recursal e as custas no caso da massa
CLT, art. 897-A – [..] § 3º - Os embargos de declaração inter-
falida, mas recolher ambos para a empresa em liquidação extrajudi-
rompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer
cial. das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação
C) recolher nos dois casos o depósito recursal e as custas, sob pena de da parte ou ausente a sua assinatura.
deserção. 4.5.  Suspensão do prazo recursal
D) deixar de recolher o depósito recursal no caso da massa falida, mas Com a suspensão, o prazo do recurso para de contar e sendo su-
recolher ambos para a empresa em liquidação extrajudicial e as custas perada a causa da suspensão, o prazo começa a contar de onde parou.
para a massa falida. Exemplo: O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do
Tribunal Superior do Trabalho suspendem os prazos recursais. (TST, SUM
Teoria Geral dos Recursos 262 - II)
Novidade: Com a reforma trabalhista de 2017, as férias dos ad-
1.  Conceito de recurso
vogados que já eram previstas no art. 220 do CPC de 2015, passaram a
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constar no art. 775-A da CLT, assim, os prazos ficam suspensos nos dias 2) As entidades filantrópicas;
compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro. Durante esse pe-
ríodo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. 3) As empresas em recuperação judicial (CLT, art. 899, § 10);
5.  Preparo recursal 4) Empregado;
No processo do trabalho há exigência não só do recolhimento das 5) os entes de direito público externo (TST-IN nº 3,X);
custas como também do depósito recursal.
6) a União, os Estados, o Distrito Federal, os municípios, as au-
OBS.: REGRA - O recolhimento do valor da multa imposta como tarquias e as fundações de direito público que não explorem atividade
sanção por litigância de má-fé (art. 81 do CPC de 2015 – art. 18 do CPC econômica (TST-IN nº 3, X);
de 1973) não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de
natureza trabalhista. (TST, OJ 409 da SDI-1) 7) O Ministério Público do Trabalho;

OBS.: EXCEÇÃO - Constitui ônus da parte recorrente, sob pena de 8) A massa falida (TST-IN nº 3, X; Súmula 86 do TST) e;
deserção, depositar previamente a multa aplicada com fundamento nos
9) A herança jacente (TST-IN nº 3, X).
§§ 4º e 5º, do art. 1.021, do CPC de 2015 (quando o agravo interno for
declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação 5.2.4.  Recursos que necessitam do depósito recursal
unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o O depósito recursal deve ser realizado nos seguin­tes recursos:
agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento
do valor atualizado da causa), à exceção da Fazenda Pública e do benefi- a) ordinário;
ciário de justiça gratuita, que farão o pagamento ao final. b) de revista;
5.1.  Custas
c) de agravo de petição, salvo quando já estiver ga­rantido o juízo;
Na hipótese de recurso, o pagamento das custas pro­cessuais deve
ocorrer no prazo alusivo ao recurso. d) agravo de instrumento (50% do valor do depósi­to recursai do
recurso que se busca destrancar);
Na fase de conhecimento, as custas incidirão à base de:
e) embargos de divergência no TST;
- 2%,
f) extraordinário.
- Observado o mínimo de RS 10,64 e
5.2.5.  Erro no pagamento do depósito recursal
- O máximo de 4 vezes o limite máximo dos benefícios do Regi­me Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou
Geral de Previdência Social (CLT, art. 789). do depósito recursai, somente haverá deserção do recurso se, concedido
5.2.  Depósito recursal o prazo de 5 (cin­co) dias previsto no§ 2° do art. 1.007 do CPC de 2015, o
O depósito recursal tem cabimento apenas das de­cisões condena- recorrente não complementar e comprovar o valor devido (TST, OJ nº
tórias em pecúnia (Súmula n° 161 do TST). Assim, não é exigível o depósi- 140 da SDI-1).
to recursal nas sentenças meramente declaratórias (ex., reconhecimento 5.2.6.  Limite do depósito recursal
do vínculo empregatício), constitutivas e condenatórias que não sejam É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente,
em pecúnia. em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atin-
O depósito recursal deve ser feito (pagar e comprovar o pagamen- gido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qual-
to) no prazo do re­curso. quer recurso. (TST, SUM 128, I)
5.2.7.  Aproveitamento do depósito recursal
A interposição antecipada do recurso, não preju­dica o prazo para
efetivação do depósito (Súmula nº 245 do TST). Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o de-
pósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a
OBS.: No caso de agravo de instrumen­to, porém, o depósito re- empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (TST,
cursal deve ser feito no ato da interposição do recurso. SUM 128, III)
5.2.1.  Forma de pagamento 6.  Assinatura do recurso
Ele é realizado em pecúnia (dinheiro), podendo ser substituído Todo recurso deve ser assinado pela parte ou seu advogado, con-
por: tudo, o TST por meio da OJ 120 da SDI-1, entende que:
- Fiança bancária ou - É válido o recurso assinado, ao menos, na petição de apresenta-
- Seguro garantia judicial (CLT, art. 899, §11). ção ou nas razões recursais.

O depósito recursal quando feito em dinheiro é realizado em conta - Verificada a total ausência de assinatura no recurso, o juiz ou o
vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança (CLT, relator concederá prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício.
art. 899, § 4°). Descumprida a determinação, o recurso será reputado inadmissível (art.
932, parágrafo único, do CPC de 2015).
5.2.2.  Desconto no pagamento do depósito recursal
7.  Recurso Adesivo
Atente-se para o fato de que o depósito recursal pode ser recolhi-
do pela metade para os seguintes reclamados: O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e
cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de
1) entidades sem fins lucrativos;
- Recurso ordinário (art. 895), de
Exemplo: Associa­ções religiosas, entidades sindicais, clu-
bes, condomínios residenciais etc.
- Agravo de petição (art. 897), de
2) empregadores domésticos; - Revista (art. 896) e de
3) microempreendedores individuais; - Embargos (art. 894),
4) microempresas; e É desnecessário que a matéria nele veiculada no recurso adesivo
esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária. (TST,
5) empresas de pequeno porte (CLT, art. 899, § 9º). SUM-283)
5.2.3.  Dispensa no pagamento do depósito recursal
Questões sobre Recursos em Espécie
Estão dispensados do recolhimento do depósito recursal:
1) Os beneficiários da justiça gratuita; Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX
OJ nº 269 da SDI-1 do TST - I - O benefício da justiça gratuita Wilma foi dispensada sem justa causa e recebeu a indenização corres-
pode ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, des- pondente do ex-empregador. Ela, no entanto, alega ter direito a uma
de que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no prazo equiparação salarial com um colega que realizava as mesmas ativida-
alusivo ao recurso;
des. Em razão disso, Wilma procura você, como advogado(a), e, com
II – Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado sua assessoria, dá início a um acordo extrajudicial com o ex-emprega-
na fase recursal, cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente dor. O acordo é materializado em documento, especificando o valor e
efetue o preparo (art. 99, § 7º, do CPC de 2015).
a identificação da parcela, sendo assinado pelas partes e seus respecti-
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vos advogados, e levado à Justiça do Trabalho para homologação. Con- B) Francisco poderá interpor de imediato Recurso Ordinário no prazo
tudo, a juíza do caso nega-se a homologar o acordo, argumentando de 8 dias.
que ele seria lesivo à trabalhadora, proferindo decisão nesse sentido. C) Sendo as decisões interlocutórias irrecorríveis, Pedro deverá impe-
Diante disso, e de acordo com a norma legal, assinale a opção que in- trar Mandado de Segurança.
dica a medida processual adequada para buscar a reforma da decisão D) O recurso cabível para tentar reverter a decisão é o Agravo de Pe-
proferida. tição.
A) Não há medida cabível, por se tratar de decisão interlocutória.
B) Recurso Ordinário. Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVIII
C) Mandado de Segurança. No curso de uma ação trabalhista que se encontra em fase de exe-
D) Novo pedido de homologação de acordo extrajudicial idêntico, mas cução de sentença, a executada, citada para pagar e garantir o juízo,
agora dirigido para outra Vara. apresentou exceção de pré-executividade almejando a nulidade de
todos os atos, uma vez que não havia sido regularmente citada. Após
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX regular trâmite, o juiz julgou procedente a exceção de pré-executivi-
Augusto foi empregado de uma lavanderia por 2 anos, tendo sido dade e anulou todos os atos processuais praticados desde a citação,
desligado em setembro de 2018. Após receber as verbas da ruptura, concedendo ainda prazo para a reclamada contestar a reclamação
procurou um advogado com a intenção de ajuizar reclamação traba- trabalhista. Sobre a hipótese, assinale a opção que indica o recurso
lhista para postular horas extras não recebidas durante o pacto labo- cabível, a ser manejado pelo exequente, contra a decisão da exceção
ral. Após a entrevista e colheita de todas as informações, o advogado de pré-executividade.
de Augusto entrou em contato com a ex-empregadora na tentativa de A) Apelação.
formular um acordo, que, após debatido e negociado, teve sucesso e B) Recurso Ordinário.
foi reduzido a termo. Então, as partes ajuizaram uma homologação de C) Agravo de Instrumento.
acordo extrajudicial na Justiça do Trabalho, em petição conjunta assi- D) Agravo de Petição.
nada pelo advogado de cada requerente, mas que não foi homologado
pelo juiz, por este entender que o valor da conciliação era desfavorável Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVIII
ao trabalhador. Desse modo, o magistrado extinguiu o feito sem re- Prolatada a sentença em uma reclamação trabalhista, o autor opõe
solução do mérito. Diante da situação e dos termos da CLT, assinale a embargos de declaração no 3º dia contado da publicação e afirma que
afirmativa correta. existe erro material no julgado, pois o número do processo encontra-
A) Agiu corretamente o juiz, porque não há previsão desse tipo de -se equivocado, assim como o nome das partes. Diante da situação
demanda na Justiça do Trabalho. retratada e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
B) As partes poderão interpor recurso ordinário da decisão que negou A) O juiz não precisará dar vista dos embargos à parte contrária, dian-
a homologação desejada. te da natureza do erro.
C) Augusto e seu ex-empregador deverão propor novamente a ação, B) A Lei é omissa a respeito, daí porque o juiz usará da equidade para
que deverá ser levada à livre distribuição para outro juízo. ver se é o caso de conferir vista à parte adversa.
D) Nada poderá ser feito na ação proposta, porque o juiz não é obriga- C) Havendo, no caso em exame, possibilidade de efeito modificativo
do a homologar acordo. do julgado, a parte contrária poderá se manifestar em 8 dias.
D) Independentemente do recurso e seu efeito perante o julgado, é di-
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX reito da parte contrária se manifestar sobre os embargos em 10 dias.
Em sede de impugnação à sentença de liquidação, o juiz julgou im-
procedente o pedido, ocorrendo o mesmo em relação aos embargos à Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVII
execução ajuizados pela executada. A princípio, você, na qualidade de Em uma reclamação trabalhista, o autor afirmou ter sido vítima de
advogado(a) da executada, entendeu por bem não apresentar recurso. discriminação estética, pois fora dispensado pelo ex-empregador por
Contudo, foi apresentado o recurso cabível pelo exequente. Diante não ter querido raspar o próprio bigode. Requereu, na petição inicial,
disso, assinale a afirmativa correta. tutela de urgência para ser imediatamente reintegrado em razão de
A) A parte exequente interpôs agravo de petição, e a executada poderá prática discriminatória. O juiz, não convencido da tese de discri-
interpor agravo de petição na modalidade de recurso adesivo. minação, indeferiu a tutela de urgência e determinou a designação
B) Ambas as partes poderiam interpor agravo de petição na hipótese, de audiência, com a respectiva citação. Como advogado(a) do autor,
porém não mais existe essa possibilidade para a executada, pois esta assinale a opção que contém, de acordo com a Lei e o entendimento
não apresentou o recurso no prazo próprio. consolidado do TST, a medida judicial a ser manejada para reverter a
C) A parte autora interpôs recurso de revista, e não resta recurso para situação e conseguir a tutela de urgência desejada.
a parte executada. A) Interpor recurso ordinário seguido de medida cautelar
D) A parte autora apresentou recurso ordinário, e a executada poderá B) Nada poderá ser feito, por tratar-se de decisão interlocutória, que é
apresentar agravo de petição. irrecorrível na Justiça do Trabalho.
C) Impetrar mandado de segurança.
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVIII D) Interpor agravo de instrumento.
Francisco trabalhou em favor de uma empresa em Goiânia/GO. Após
ser dispensado, mudou-se para São Paulo e neste Estado ajuizou re- Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXV
clamação trabalhista contra o ex-empregador. Este, após citado em Em determinada Vara do Trabalho foi prolatada uma sentença que,
Goiânia/GO, apresentou petição de exceção de incompetência territo- após publicada, não foi objeto de recurso por nenhum dos litigantes.
rial logo no segundo dia. Em razão disso, o juiz suspendeu o processo Quinze meses depois, uma das partes ajuizou ação rescisória perante
e conferiu vista ao excepto. Em seguida, proferiu decisão acolhendo o Tribunal Regional do Trabalho local, tendo o acórdão julgado im-
a exceção e determinando a remessa dos autos ao juízo distribuidor procedente o pedido da rescisória. Ainda inconformada, a parte de-
de Goiânia/GO, local onde os serviços de Francisco foram prestados seja que o TST aprecie a demanda. Assinale a opção que indica, na
e que, no entendimento do magistrado, seria o juízo competente para hipótese, o recurso cabível para o Tribunal Superior do Trabalho.
julgar a reclamação trabalhista. Diante da situação retratada e do en- A) Recurso Ordinário.
tendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta. B) Recurso de Revista.
A) O reclamante nada poderá fazer por se tratar de decisão interlo- C) Recurso Especial.
cutória. D) Agravo de Instrumento.
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1) Decisão que ACOLHE EXCEÇÃO de incompetência territorial,


com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIV se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º,
Contra ato de Juiz do Trabalho que determinou a antecipação de ho- da CLT.
norários periciais do seu cliente, mesmo não tendo ele condições fi- 2) Da decisão que julga parcialmente o mérito nos termos do art.
nanceiras para arcar com esse custo, você, na defesa dos interesses do 356 do CPC.
cliente, impetrou mandado de segurança contra o ato judicial, mas, 3.  Recurso de revista
por unanimidade, não teve a segurança concedida. De acordo com a 3.1.  Prazo
CLT, assinale a opção que indica o procedimento a ser adotado para O recurso de revista deve ser interposto no prazo de 8 dias úteis.
tentar reverter a decisão. 3.2.  Cabimento
A) Interpor Recurso Ordinário para o TST.
Recurso de revista é um meio processual colocado à disposição das
B) Interpor Agravo de Instrumento para o STF. partes, a viabilizar, dentro da mesma relação jurídica processual, e dentro
C)Interpor Agravo Interno para o próprio TRT. do prazo de 8 dias úteis, a impugnação decisões proferidas em grau de
D) Nada mais pode ser feito, porque se trata de decisão irrecorrível. recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do
Trabalho, solicitando a correta aplicação da Lei em seu aspecto objetivo.
3.2.1.  Procedimento ordinário
Recursos em Espécie Derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa
da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno
1.  Embargos de declaração ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Tra-
1.1.  Cabimento balho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou
Segundo o art. 897-A, cabe embargos de declaração da sentença súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal;
ou acórdão, devendo seu jul­gamento ocorrer na primeira audiência ou
Proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afron-
sessão subsequente a sua apresentação, nas seguintes hipóteses:
ta direta e literal à Constituição Federal.
1) omissão; 3.2.2.  Procedimento sumaríssimo
2) obscuridade; Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será
admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudên-
3) contrariedade; cia uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do
4) manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal.
recurso. Atenção!!! Não se admite recurso de revista por contrariedade a
1.2.  Prazo Orientação Jurisprudencial.
Os embargos de declaração devem ser apresentados no prazo de 3.2.3.  Processo de execução
cinco dias. Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou
É em dobro o prazo para a interposição de embargos declaratórios por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo inci-
por pessoa jurídica de direito público. (TST, OJ 192, SDI-1) dente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na
hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.
1.3.  Efeito modificativo
Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente Entretanto, cabe recurso de revista por violação a lei federal, por
poderá ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas exe-
desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias.(CLT, Art. cuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam
897-A - § 2º) a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei nº
12.440, de 7 de julho de 2011.
Admite-se efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e 3.3.  Não cabe recurso de revista.
contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupos-
3.3.1.  Para reexame de fatos e provas
tos extrínsecos do recurso.
SÚMULA 126 DO TST - Incabível o recurso de revista ou de
É passível de nulidade decisão que acolhe embargos de declaração embargos (arts. 896 e 894, “b”, da CLT) para reexame de fatos e
com efeito modificativo sem que seja concedida oportunidade de mani- provas.
festação prévia à parte contrária. (TST, OJ 142, SDI-1) 3.3.2.  Por divergência jurisprudencial oriunda do mesmo tribunal
1.4.  Interrupção do prazo recursal OJ n. 111 SDI-1 do TST - Não é servível ao conhecimento de
Os embargos de declaração interrompem o pra­zo para interposi- recurso de revista aresto oriundo de mesmo Tribunal Regional do
ção de outros recursos, por qual­quer das partes, salvo quando: Trabalho, salvo se o recurso houver sido interposto anteriormente à
vigência da Lei nº 9.756/98.
1) intempestivos; 3.3.3.  Acórdão proferido em agravo de instrumento
2) irregular a representação da parte; ou SÚMULA 218 DO TST - É incabível recurso de revista inter-
posto de acórdão regional prolatado em agravo de instrumento.
3) ausen­te a sua assinatura (CLT, art. 897-A, § 3°). 3.3.4.  Jurisprudência ultrapassada
2.  Recurso ordinário CLT, Art. 896, § 7º - A divergência apta a ensejar o recurso
2.1.  Introdução de revista deve ser atual, não se considerando como tal a ultrapas-
Recurso ordinário é um meio processual colocado à disposição das sada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo
partes do Ministério Público e de um terceiro, com a proposta de viabili- Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência
zar, dentro da mesma relação jurídica processual, e dentro do prazo de 8 do Tribunal Superior do Trabalho.
dias úteis, a anulação ou a reforma, da decisão judicial impugnada. 3.3.5.  De ente público que não apresentou recurso ordinário
2.2.  Prazo TST, OJ n° 334 da SDI-1- Quando o ente público que não in-
O recurso ordinário deve ser interposto no prazo de 8 dias úteis. terpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira ins­tância,
ressalvada a hipótese de ter sido agrava­da, na segunda instância, a
2.3.  Cabimento condenação imposta.
Cabe recurso ordinário para a instância superior: 3.4.  Pressuposto específico
3.4.1.  Prequestionamento
1) Das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos.
O Recurso de Revista é baseado em divergência jurisprudencial,
2) Das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regio- devendo assim o acórdão ser claro e expresso sobre a tese jurídica que
nais, em processos de sua competência originária, quer nos dissídios adota para manter ou modificar a decisão de primeira instância, sem que
individuais, quer nos dissídios coletivos. isso signifique obrigação de fazer referência a determinado preceito nor-
mativo .
OBS.: É importante saber que na Justiça do Trabalho, nos termos
do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso SÚMULA N. 297 do TST - PREQUESTIONAMENTO. OPOR-
imediato. Contudo, cabe recurso ordinário das seguintes decisões inter- TUNIDADE. CONFIGURAÇÃO
locutórias.
I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na de-
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cisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. No processo do trabalho, o agravo de instrumento tem a função
específica de destrancar o recurso trancado total ou parcialmente, ou
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja
seja, cabe das decisões que denega­rem a interposição do recurso (CLT,
sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios ob-
art. 897, b).
jetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão.
5.2.  Prazo
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada
O agravo de instrumento deve ser interposto no prazo de 8 dias
no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar
úteis.
tese, não obstante opostos embargos de declaração.
É necessário o prequestionamento como pressuposto de admis- 5.3.  Preparo
sibilidade em recurso de natureza extraordinária, ainda que se trate de O depósito recursal no agravo de instrumento corresponderá a
matéria de ordem pública. Nesse sentido: 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar
(CLT, art. 899, § 7°). O pagamento deve ser comprovado no ato da inter-
TST, OJ n. 62, SDI-1- É necessário o prequestionamento posição do recurso.
como pressuposto de admissibilidade em recurso de natureza ex-
traordinária, ainda que se trate de incompetência absoluta. 6.  Agravo de petição
6.1.  Cabimento
OBS.: Se a violação nasce na própria decisão recorrida é desneces-
sário o prequestiona­mento (TST, OJ 119 da SDI-1). O agravo de petição está previsto no art. 897, alínea “a” da CLT, sen-
do utilizado para impugnar as decisões judiciais proferidas no curso do
3.4.2.  Transcendência processo de execução. Assim, cabe das sentenças de:
A transcendência passo a ser exigido após a reforma trabalhista
de 2017, sendo um requisito de admissibilidade do recurso de revista, 1) Embargos à execução
cujo ônus da demonstração é do recorrente e que deve ser explicitado 2) Embargos de terceiro
em tópico preliminar na petição recursal. A análise de sua existência é
feita exclusivamente pelo TST. 3) Quando o juiz acolhe a exceção de pre-executividade e
CLT, Art. 896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso 4) Quando o juiz da execução acolher ou rejeitar o incidente de des-
de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendên- consideração da personalidade jurídica.
cia com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, 6.2.  Competência para julgamento
social ou jurídica
A competência sera do Tribunal Regional do Trabalho.
§ 1º São indicadores de transcendência, entre outros: 6.3.  Prazo
I - econômica, o elevado valor da causa; O agravo de petição deve ser interposto no prazo de 8 dias úteis.
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurispru- 6.4.  Pressuposto especial
dência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Não será admitido agravo de petição genérico, devendo ser indi-
Tribunal Federal; cado pelo agravante, sob pena de não conhecimento do apelo, as maté-
rias e os valores impugnados, bem como da fundamentação da irresig-
III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direi-
nação. (CLT, art. 897, § 1º)
to social constitucionalmente assegurado;
7.  Preparo
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da inter-
A artigo 789-A da CLT prevê o pagamento de custas em caso de
pretação da legislação trabalhista.
interposição de agravo de petição, pagas ao final pelo executado. Contu-
§ 2º Poderá o relator, monocraticamente, denegar segui- do, a Súmula 128, II do TST, declara não ser necessário o depósito recursal
mento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, para se interpor agravo de petição, bastando que o juízo esteja garantido
cabendo agravo desta decisão para o colegiado. com a penhora ou nomeação de bens.
§ 3º Em relação ao recurso que o relator considerou não ter Exceção: Na fase de execução, da decisão interlocutória que aco-
transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre lher ou rejeitar o incidente de desconsideração da personalidade jurídi-
a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. ca, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo.
§ 4º Mantido o voto do relator quanto à não transcendência Questões sobre Execução Trabalhista
do recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que
constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX
§ 5º É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em No decorrer de uma reclamação trabalhista, que transitou em julgado
agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a
e que se encontra na fase executória, o juiz intimou o autor a apresen-
transcendência da matéria.
tar os cálculos de liquidação respectivos, o que foi feito. Então, o juiz
§ 6º O juízo de admissibilidade do recurso de revista exer- determinou que o cálculo fosse levado ao setor de Contadoria da Vara
cido pela Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se
à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não
para conferência, tendo o calculista confirmado que os cálculos esta-
abrangendo o critério da transcendência das questões nele veicu- vam adequados e em consonância com a coisa julgada. Diante disso, o
ladas. juiz homologou a conta e determinou que o executado depositasse vo-
4.  Embargos de divergência no TST luntariamente a quantia, sob pena de execução forçada. Diante dessa
4.1.  Cabimento narrativa e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
No processo do trabalho, cabem embargos de divergência, das A) Equivocou-se o juiz, porque ele não poderia homologar o cálculo
decisões: sem antes conceder vista ao executado pelo prazo de 8 dias.
- Das Turmas que divergirem entre si ou B) Correta a atitude do magistrado, porque as contas foram conferidas
- Das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou
e foi impressa celeridade ao processo do trabalho, observando a dura-
ção razoável do processo.
- Contrárias a súmula do TST ou C) A Lei não fixa a dinâmica específica para a liquidação, daí porque
- Orientação jurisprudencial do TST ou cada juiz tem liberdade para criar a forma que melhor atenda aos an-
- Súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.
seios da justiça.
D) O juiz deveria conceder vista dos cálculos ao executado e ao INSS
4.2.  Competência para julgamento
pelo prazo de 5 dias úteis, pelo que o procedimento adotado está er-
A competência sera do Tribunal Superior do Trabalho, por meio da
SDI.
rado.
4.3.  Prazo
Os embargos de divergência devem ser interpostos no prazo de Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX
8 dias úteis. O juiz, em sede de execução trabalhista, intimou a parte para cumprir
5.  Agravo de instrumento despacho, determinando que o exequente desse seguimento à execu-
5.1.  Cabimento ção, indicando os meios de prosseguimento na execução, já que não
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foram encontrados bens no patrimônio do réu. Com fundamento na D) O juiz tem a faculdade de abrir vista ao executado por 10 dias, mas
legislação vigente, assinale a afirmativa correta. não obrigação de fazê-lo.
A) O processo ficará parado aguardando a manifestação do exequente
por período indefinido de tempo. Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXV
B) A declaração de prescrição somente poderá ocorrer por requeri- Jéssica trabalhou na sociedade empresária Móveis Perfeitos Ltda. por
mento da parte contrária. 4 (quatro) anos, quando foi dispensada sem justa causa, sem receber
C) A prescrição intercorrente ocorrerá após dois anos, se a parte não as verbas resilitórias. Em razão disso, ajuizou reclamação trabalhista
cumprir com o comando judicial. pelo rito ordinário postulando os direitos relativos à sua saída, além
D) O juiz deverá intimar novamente a parte, a fim de dar início ao de horas extras, equiparação salarial, adicional de insalubridade e
curso do prazo prescricional. indenização por dano moral porque foi privada da indenização que
serviria para pagar as suas contas regulares. Na audiência designada,
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVII após feito o pregão, a sociedade empresária informou, e comprovou
A sociedade empresária Alfa S. A. está sendo executada na Justiça do documentalmente, que conseguira no mês anterior a sua recuperação
Trabalho e, em 13/03/2018, recebeu citação para pagamento da dívida judicial, motivo pelo qual requereu a suspensão da reclamação traba-
que possui em relação a um processo. Mesmo citada, a sociedade em- lhista por 180 dias, conforme previsto em Lei, sob pena de o prosse-
presária permaneceu inerte, pelo que, no 10 dia contado da citação, guimento acarretar a nulidade do feito. Diante da situação concreta e
o juízo iniciou, a requerimento do exequente a tentativa de bloqueio dos termos da legislação em vigor, assinale a afirmativa correta.
pelo sistema Bacen-Jud e, paralelamente, inscreveu o nome do execu- A) A sociedade empresária está correta, porque, em havendo conces-
tado no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT). Diante são de recuperação judicial, a Lei determina a suspensão de todas as
da situação apresentada e dos termos da CLT, assinale a afirmativa ações.
correta. B) A Lei não traz nenhuma previsão a respeito, daí porque ficará a
A) A atitude do magistrado está correta, eis que não houve o paga- critério do prudente arbítrio do juiz deferir a suspensão processual
mento voluntário da dívida no prazo legal, sendo a inserção imediata requerida.
no BNDT uma adequada medida coercitiva judicial. C) A sociedade empresária está equivocada, pois a suspensão da re-
B) A Lei deixa ao arbítrio do juiz determinar a partir de quando o clamação trabalhista somente ocorreria na fase executória, o que não
nome do devedor deve ser inserido em cadastro restritivo de crédito, é o caso.
inclusive no BNDT. D) O Juiz do Trabalho, tendo sido deferida a recuperação judicial, deve
C) A Justiça do Trabalho não atua mais com inserção e retirada do suspender o processo, declarar sua incompetência e enviar os autos à
nome de devedores no BNDT, pelo que a atitude do magistrado é inó- Justiça Estadual.
cua e contrária às regras da CLT.
D) A decisão que determinou a inserção do nome do devedor no BNDT
está equivocada, porque somente poderia ocorrer 45 dias depois de ele
não pagar, nem garantir o juízo.
Execução trabalhista
1.  Conceito
Segundo Gajardoni1, o processo de execução é voltado para a efe-
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVI tivação do direito já reconhecido, e, para alcançar esse fim, se o devedor
Uma entidade filantrópica foi condenada em reclamação trabalhis- não adimplir voluntariamente a sua obrigação, é necessário realizar cer-
ta movida por uma ex-empregada, em fevereiro de 2018. A sentença tos atos para transferir os bens do devedor para o credor, ou então trans-
transitou em julgado e agora se encontra na fase de execução. Apre- formá-los em dinheiro para o pagamento da quantia devida.
sentados os cálculos e conferida vista à executada, o juiz homologou a 2.  Aplicação subsidiária da Lei de execução fiscal
conta apresentada pela exequente. Em relação à pretensão da entidade No caso omissão de normas na fase de execução, a lei de execu-
de ajuizar embargos de devedor para questionar a decisão homologa- ção fiscal (Lei 6.830/80) será aplicada subsidiariamente. Caso esta Lei
tória, assinale a afirmativa correta. também esteja omissa, será aplicado o direito processual comum como
fonte subsidiária.
A) Não há necessidade de garantia do juízo, no caso apresentado, para
2.1.  Multa do art. 523 do CPC
o ajuizamento de embargos de devedor.
B) Se a executada deseja questionar os cálculos, deverá garantir o juí- Não se aplica o processo do trabalho a multa prevista no art. 523, §
1º, do CPC/2015, pois, não há omissão na CLT para autorizar a incidência
zo com dinheiro ou bens e, então, ajuizar embargos de devedor. subsidiária da norma processual civil.
C) A executada, por ser filantrópica, poderá ajuizar embargos à execu-
ção, desde que garanta a dívida em 50%. Nesse sentido, o TST se manifestou ao julgar o processo: IRR -
1786-24.2015.5.04.0000 - Fase Atual: IRR (Lei 13.015/2014 - Recurso Re-
D) A entidade filantrópica não tem finalidade lucrativa, daí por que petitivo - Tramitação Eletrônica).
não pode ser empregadora, de modo que a execução contra ela não se
INCIDENTE DE RECURSO DE REVISTA REPETITIVO. TEMA
justifica, e ela poderá ajuizar embargos a qualquer momento. Nº 0004. MULTA. ARTIGO 523, § 1º, CPC/2015 (ARTIGO 475-J,
CPC/1973). INCOMPATIBILIDADE. PROCESSO DO TRABALHO - A
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXV multa coercitiva do art. 523, § 1º, do CPC de 2015 (art. 475-J do CPC
de 1973) não é compatível com as normas vigentes da CLT por que
Em reclamação trabalhista já na fase de execução, o juiz determinou se rege o Processo do Trabalho, ao qual não se aplica.
que o autor apresentasse os cálculos de liquidação, determinação esta 3.  Início da fase de execução
que foi cumprida pelo exequente em fevereiro de 2018. Então, o calcu- A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de
lista do juízo analisou as contas e entendeu que elas estavam corretas, ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que
pelo que o juiz homologou os cálculos ofertados e determinou a cita- as partes não estiverem representadas por advogado. (CLT, Art. 878)
ção do executado para pagamento em 48 horas, sob pena de execução.
Considerando a narrativa apresentada e os termos da CLT, assinale a Parte com advogado Parte sem advogado
afirmativa correta.
A) Agiu corretamente o juiz, porque as contas foram atestadas pelo O exequente deve solicitar
O juiz pode iniciar a execução
calculista como corretas. o início da fase de execu-
de ofício
B) Equivocou-se o magistrado, porque deveria obrigatoriamente con- ção
ferir vista dos cálculos ao executado. 4.  Títulos executivos
C) Uma vez que o juiz do Trabalho tem amplo poder de direção e con-
trole do processo, sua decisão está amparada na norma cogente. 1 Processo Civil para concursos de técnico e analista dos Tribunais. 6ª
Ed. Ano 2017, Juspodivm. Pág. 473.
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4.1.  Judiciais ao mês, contados do ajuizamento da reclamatória e aplicados pro


rata die, ainda que não explicitados na sentença ou no termo de
Segundo o art. 876 da CLT, são títulos executivos judiciais:
conciliação.
(1) As decisões judiciais com transito em julgado; Fazenda Pública em juízo - índice da caderneta de poupança.
(2) As decisões judiciais das quais não tenha havido recurso com TST, OJ n. 7 do TP, item II – A partir de 30 de junho de 2009,
efeito suspensivo; atualizam-se os débitos trabalhistas da Fazenda Pública, mediante a
(3) Os acordos, quando não cumpridos. incidência dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplica-
dos à caderneta de poupança, por força do art. 5º da Lei nº 11.960,
4.1.1.  Competência para julgamento dos títulos judiciais de 29.06.2009.
É competente para a execução dos títulos executivos judiciais o Fazenda Pública em juízo como litisconsorte - 1% ao mês.
Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver conciliado ou julgado originaria-
mente o dissídio. (CLT, art. 877) TST, OJ 382 da SDI-1 - A Fazenda Pública, quando condena-
da subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas devidas pela em-
4.2.  Extrajudiciais
pregadora principal, não se beneficia da limitação dos juros, prevista
Segundo o art. 876 da CLT - parte final e ainda, art. 13 da IN 39/2016 no art. 1º-F da Lei nº 9.494, de 10.09.1997.
do TST e art. 114, VII da CF, são títulos executivos extrajudiciais: 5.5.  Apresentação dos cálculos
(1) Os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério Segundo o § 1o-B do art. 879, as partes deverão ser previamente
Público do Trabalho; intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da con-
tribuição previdenciária incidente.
(2) Os termos de conciliação firmados perante as Comissões de
Conciliação Prévia; 5.5.1.  Cálculos complexos - Nomeação de perito
Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá no-
(3) Os cheque e a nota promissória emitidos em reconhecimento mear perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho,
de dívida inequivocamente de natureza trabalhista; o valor dos respectivos honorários com observância, entre outros, dos
(4) As execuções fiscais das multas aplicadas pelo Ministério do critérios de razoabilidade e proporcionalidade (CLT, art. 879, § 6o)
Trabalho e Emprego. 5.6.  Manifestação dos cálculos
5.  Liquidação de sentença 5.6.1.  Obrigação de abir prazo
A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá (obrigação e não
de obrigação certa, líquida e exigível.(CLT, Art. 783) faculdade) abrir às partes prazo comum de oito dias para impugnação.
(CLT, art. 879, § 2o)
5.1.  Métodos de liquidação
5.6.2.  Impugnação específica
Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a
sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por A impugnação deve ser fundamentada com a indicação dos itens e
artigos. (CLT, Art. 878) valores objeto da discordância. (CLT, art. 879, § 2o)
5.2.  Respeito a coisa julgada 5.6.3.  Preclusão
Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liqui- Conforme determinado pelo § 2º do art. 879 da CLT, incumbe às
danda nem discutir matéria pertinente à causa principal. (CLT, Art. 879 § partes manifestarem-se tempestivamente acerca de todos os itens e va-
1º) lores objeto da discordância, sob pena de preclusão, quando lhes é confe-
rido prazo para apresentação prévia de impugnação aos cálculos.
Contudo, não viola a coisa julgada, a inclusão dos juros de mora e a
correção monetária na fase de liquidação de sentença, ainda que omisso 5.6.4.  Decisão irrecorrível
o pedido inicial ou a condenação, segundo a súmula 211 do TST. Não é possível a interposição de recurso imediatamente da deci-
são de homologação dos cálculos proferida na fase de liquidação prevista
5.3.  Aplicação da correção monetária
no art. 879 da CLT.
5.3.1.  Índice aplicado
O TST já fixou entendimento de que aplica-se o índice oficial de re- Após a homologação dos cálculos, o juiz determinará que a exe-
muneração básica da caderneta de poupança (TR) para atualização mone- cutada efetue o pagamento do valor homologado no prazo de 48 horas,
tária dos débitos trabalhistas até 24/03/2015, e a partir de 25/03/2015, o conforme art. 880 da CLT.
Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA -E). Após efetuar o pagamento, a empresa tem o prazo de 5 dias para
5.3.2.  Aplicação do índice apresentar Embargos à Execução, podendo dentro dos Embargos, abrir
5.3.2.1.  Verbas trabalhistas um capítulo/tópico e rediscutir o cálculo novamente, conforme entendi-
mento do art. 884, caput e parágrafo 3º da CLT.
Na atualização monetária dos débitos trabalhistas será aplicado os
índices de correção monetária ocorre na forma da súmula nº 381 do TST, Caso a empresa não apresente embargos, o prazo para o exequen-
ou seja, a correção monetária incide a partir do primeiro dia do mês sub- te impugnar os cálculos é contado do recebimento do alvará judicial, caso
sequente ao da prestação dos serviços.
o executado efetue o pagamento e não apresente embargos à execução.
TST, SUM 381 - O pagamento dos salários até o 5º dia útil do 6.  Citação e pagamento
mês subsequente ao vencido não está sujeito à correção monetá- 6.1.  Citação
ria. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção 6.1.1.  Regra - Oficial de Justiça
monetária do mês subsequente ao da prestação dos serviços, a
partir do dia 1º. Na fase de execução, a citação será feita pelos oficiais de justiça.
5.3.2.2.  Danos morais (CLT, art. 880, § 2°)
A atualização monetária das condenações por dano moral, a atuali- 6.1.2.  Exceção - Edital
zação monetária é devida a partir da data da decisão de arbitramento ou Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48
de alteração do valor, conforme entendimento do enunciado da súmula (quarenta e oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital,
nº 439 do TST. publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou
5.4.  Aplicação dos juros Juízo, durante 5 (cinco) dias. (CLT, art. 880, § 3°)
Os juros de mora incidem sobre a importância da condenação já 6.2.  Pagamento
corrigida monetariamente conforme entendimento do enunciado da sú- 6.2.1.  Prazo
mula nº 200 do TST. Os juros incidem desde o ajuizamento da ação, nos Segundo o art. 880 da CLT, iniciada a execução, será expedido man-
termos do art. 883 da CLT. dado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo
5.4.1.  Percentuais no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se
tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais de-
Particulares - 1% ao mês. vidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta
Lei nº 8.177/91, art. 39 – [..] a execução, sob pena de penhora.
6.2.1.1.  Penhora
§ 1° - Aos débitos trabalhistas constantes de condenação
pela Justiça do Trabalho ou decorrentes dos acordos feitos em re- Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que
clamatória trabalhista, quando não cumpridos nas condições ho- determina penhora em dinheiro do executado para garantir crédito exe-
mologadas ou constantes do termo de conciliação, serão acresci- quendo, pois é prioritária e obedece à gradação prevista no art. 835 do
dos, nos juros de mora previstos no caput, juros de um por cento CPC de 2015. TST, (Sum 417, I)
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6.2.1.1.1.  Bens impenhoráveis excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a


constrição observar o disposto no art. 528, § 8º, e no art. 529, § 3º.
Não pode haver penhora sobre os bens referidos no art. 833 do
CPC. Informativo 168 do TST - Na hipótese em que o ato
impugnado foi proferido na vigência do CPC de 2015, não ofen-
CPC, Art. 833. São impenhoráveis: de direito líquido e certo dos impetrantes a penhora de 15% dos
proventos de aposentadoria para pagamento de créditos traba-
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, lhistas efetuada nos termos do art. 833, § 2º, do CPC de 2015. O
não sujeitos à execução; entendimento consagrado na Orientação Jurisprudencial nº 153
da SBDI-II não se aplica ao caso em concreto porque a diretriz ali
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que
definida restringe-se às penhoras efetuadas quando em vigor o
guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou
CPC de 1973. Sob esse fundamento, a SBDI-II, à unanimidade,
os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a conheceu do recurso ordinário dos impetrantes, e, no mérito,
um médio padrão de vida; negou-lhe provimento. TST-RO-20605-38.2017.5.04.0000, SBDI-
-II, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, 17.10.2017
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do
executado, salvo se de elevado valor; 6.2.1.1.1.1.  Penhora sobre o bem de família – Lei 8.009/90.
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, Segundo o art. 1º da Lei 8.009/90, o imóvel residencial próprio
as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por
pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por li- qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra
beralidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus
sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
profissional liberal, ressalvado o § 2o; Informativo TST n° 9 -EXECUÇÃO - AÇÃO RESCISÓRIA.
IMÓVEL DESOCUPADO EM RAZÃO DE MUDANÇA PROVISÓ-
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os
RIA DECORRENTE DE PROBLEMAS DE SAÚDE. ÚNICO IMÓVEL
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exer- DA EXECUTADA. BEM DE FAMÍLIA. Impenhorabilidade. Consti-
cício da profissão do executado; tui-se bem de família o único imóvel residencial pertencente à
VI - o seguro de vida; executada e afetado à subsistência da entidade familiar, ainda
que esteja desocupado em razão de mudança provisória para
VII - os materiais necessários para obras em andamento, sal- outra cidade decorrente de problemas de saúde. Com esse fun-
vo se essas forem penhoradas; damento, a SBDI-II, por maioria, deu provimento ao recurso ordi-
nário da executada para julgar procedente a ação rescisória, com
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- fundamento no art. 485 966 , V, do CPC. e desconstituir o acór-
de que trabalhada pela família; dão rescindendo: e. em juízo rescisório, reconhecer a condição
de bem de família do imóvel penhorado e declarar a nulidade da
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas constrição. julgando procedentes os embargos à execução. Ven-
para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência so- cido o Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, relator, que nega-
cial; va provimento ao recurso por não vislumbrar violação literal dos
arts. 1o e 5o da Lei n° 8.009/90. TST-RO-1059-48.2012.5.12.0000.
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o SBDI-II, rei. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, red. p/ acórdão
limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. 16.12.2014.
Informativo TST n° 11 – EXECUÇÃO - MANDADO DE
SEGURANÇA. PENHORA EM CONTA POUPANÇA ATÉ O LI- Entendimento do STJ sobre o assunto:
MITE DE QUARENTA SALÁRIOS MÍNIMOS. ART. 649 833, X, STJ - SUM 364 - O conceito de impenhorabilidade de bem de
DO CPC. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do art. 649 833, X, do
família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras,
CPC. é absolutamente impenhorável, até o limite de 40 salários
separadas e viúvas.
mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. Na
espécie, houve determinação de penhora/bloqueio de valores STJ, SUM 449 - A vaga de garagem que possui matrícula pró-
depositados em contas-poupanças. via Bacenjud, sem a obser- pria no Registro de Imóveis não constitui bem de família para efeito
vância da diretriz consagrada no dispositivo de lei mencionado.
de penhora
Assim, tendo em conta que é possível conhecer de mandado
de segurança impetrado contra ato judicial que. embora com- STJ, SUM 486 - É impenhorável o único imóvel residencial
porte recurso, provoque receio de dano irreparável ou de difícil do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida
reparação, como no caso concreto, a SBDI-II, por unanimidade, com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da
deu provimento a recurso ordinário para conceder parcialmen- sua família. 
te a segurança, a fim de sustar a ordem de bloqueio de valores
creditados nas contas-poupanças do impetrante, liberando-se
6.2.1.1.2.  Penhora nos bens do sócio retirante
eventuais valores já penhorados a esse titulo que não excedam Para haver a responsabilidade do sócio retirante, deve haver a des-
o limite estabelecido no art. 649 833. X, do CPC. tomados em consideração da personalidade jurídica prevista no art. 133 e seguintes
seu conjunto. TST-RO-179-34.2012.5.20.0000. SBDI-II,_ rei. Min. do CPC. Ainda, declarada a desconsideração da personalidade jurídica,
Delaíde Miranda Arantes. 24.2.2015 os sócios retirantes somente devem ser chamados a responder pelos
Informativo TST n° 22 - Execução - CONTA POUPAN-
passivos trabalhistas no caso de restar infrutífera a execução em face da
ÇA UTILIZADA COMO CONTA CORRENTE. VALORES PASSÍ- pessoa jurídica devedora e dos sócios atuais.
VEIS DE PENHORA. ART. 649 833, X, DO CPC. NÃO INCIDÊN- Nesse sentido:
CIA. A impenhorabilidade de que trata o art. 649 833, X, do CPC
não alcança valores depositados em conta poupança quando CLT, Art. 10-A - O sócio retirante responde subsidiariamente
esta é utilizada como conta corrente, sem o cunho de economia pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao período em
futura e segurança pessoal. No caso, registrou-se que os valores que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos
em depósito eram empregados em necessidades corriqueiras ou depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguin-
como suporte a transações financeiras efetuadas na conta cor- te ordem de preferência:
rente. Sob esse entendimento, a SBDI-II, por unanimidade, co-
nheceu do recurso ordinário e, no mérito, negou-lhe provimento. I - a empresa devedora;
TST-RO-20598-85.2013.5.04.0000, SBDI-II, rei. Min. Luiz Philippe
Vieira de Mello Filho, 16.2.2016. II - os sócios atuais; e

XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por III - os sócios retirantes.


partido político, nos termos da lei;
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamen-
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliá- te com os demais quando ficar comprovada fraude na alteração so-
rias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução cietária decorrente da modificação do contrato.
da obra. 6.2.2.  Ausência de pagamento
6.2.2.1.  Garantia do juízo com bens
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dí-
vida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua O executado que não pagar a importância reclamada poderá
aquisição. garantir a execução mediante depósito da quantia correspondente, atua-
lizada e acrescida das despesas processuais, apresentação de seguro-ga-
§ 2º- O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica rantia judicial ou nomeação de bens à penhora, observada a ordem
à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, preferencial estabelecida no art. 835 do CPC (CLT, art. 882)
independentemente de sua origem, bem como às importâncias
6.2.2.2.  Penhora
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Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se- 3) quitação da dívida;


-á penhora dos bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importân-
cia da condenação, acrescida de custas e juros de mora, sendo estes, em 4) prescrição da dívida (prescrição intercorrente);
qualquer caso, devidos a partir da data em que for ajuizada a reclamação CLT, Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no proces-
inicial.(CLT, art. 883) so do trabalho no prazo de dois anos.
6.2.2.3.  Meios indiretos de execução
§ 1° A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se
A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser leva- quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no cur-
da a protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de prote- so da execução.
ção ao crédito ou no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT),
nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo de quarenta e cinco dias § 2° A declaração da prescrição intercorrente pode ser reque-
a contar da citação do executado, se não houver garantia do juízo. (CLT, rida ou declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição.
art. 883-A) 5) inexigibilidade do título judicial fundado em lei ou ato normativo
7.  Embargos à execução declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplica-
7.1.  Introdução ção ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal,
em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
Peça de defesa autônoma do executado, destinada a desconstituir
o título executivo, declarar a inexi­gibilidade da obrigação ou a nulidade da OBS.: Se a decisão do STF for proferida após o trânsito em julgado
execução. da decisão exequenda, caberá ação rescisória. (CPC, art. 525, § 15).
Só pode ser apresentado após a garantia integral do juízo. Segun- 7.3.1.  Impugnação à decisão de liquidação
do o § 6° do art. 884 da CLT (acrescentado pela reforma trabalhista de Nos termos do § 3º do art. 884 da CLT, o exequente po­derá, no
2017), é desnecessário a exigência de garantia da execução ou de penho- mesmo prazo dos embargos à execução, apresentar impugnação à de-
ra, para a apresentação de embargos à execução pelas entidades filan- cisão de liquidação, demonstrando, de forma fundamentada, sua insur-
trópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas gência quanto à decisão, desde que, tenha se manifestado dos cálculos
instituições. no prazo de 8 dias dado pelo magistrado na fase de liquidação (CLT, Art.
879, § 2º)
Ainda, a Fazenda Pública em juízo (União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, Autarquias e Fundações Públicas de direito público) goza da 7.4.  Produção de prova testemunhal
prerrogativa da impenhorabilidade dos bens públicos. Desta forma, se Segundo o § 2º do art. 884 da CLT, se na defesa tiverem sido arro-
não pode haver penhora de bens da Fazenda Pública, não há que se falar ladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal, caso julgue
em garantia do juízo.” necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das
provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
Tem previsão no art. 884 da CLT, de seguinte teor:
Sendo assim, tanto o embargante como o embargado poderão ar-
CLT, Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os
rolar até 3 testemunhas. Desse modo, em havendo prova oral a produzir,
bens, terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar embargos, ca-
deve o Juiz do Trabalho designar audiência de instrução e julgamento dos
bendo igual prazo ao exequente para impugnação.
embargos à execução.
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cum- 7.5.  Competência para julgamento
primento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da divida.
Em regra, a competência para julgamento dos embargos à execu-
§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, ção é do juízo da execução.
poderá o Juiz ou o Presidente do Tribunal, caso julgue necessários
seus depoimentos, marcar audiência para a produção das provas, a
Contudo, quando a execução for por carta precatória, os embar-
qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
gos do executado serão oferecidos no Juízo deprecado (quem recebeu
a carta), que os remeterá ao Juízo deprecante (quem enviou a carta),
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado para instrução e julgamento. Porém, quando os embargos tiverem por
impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exequente igual di- objeto vícios ou irregularidades de atos do próprio Juízo deprecado, ca-
reito e no mesmo prazo. ber-lhe-á unicamente o julgamento dessa matéria, conforme art. 20 da
Lei 6.830/80.
§ 4º - Julgar-se-ão na mesma sentença os embargos e as
impugnações à liquidação apresentadas pelos credores trabalhista OBS.: No caso de apresentação de embargos de terceiro na exe-
e previdenciário. cução por carta precatória, os embargos serão oferecidos no juízo de-
precado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já
§ 5º - Considera-se inexigível o título judicial fundado em lei devolvida a carta (art. 676, parágrafo único, do CPC de 2015), conforme
ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribu- entendimento da súmula 419 do TST.
nal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatí-
veis com a Constituição Federal. 7.6.  Recurso cabível
Da sentença de embargos cabe Agravo de Petição.
§ 6° A exigência da garantia ou penhora não se aplica às en-
tidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a 8.  Execução em face da massa falida e empresa em recuperação
diretoria dessas instituições. judicial
7.2.  Prazos 8.1.  Competência
Os embargos à execução devem ser interpostos nos seguintes A Justiça do Trabalho tem competência para processar e julgar as
prazos: empresas falidas e em recuperação judicial normalmente. A incompetên-
cia do Justiça do Trabalho aparece após a liquidação do crédito, conforme
1) Para a Fazenda Pública: 30 dias. entendimento do § 2º do art. 6 da Lei 11.101/2005.
Lei 9.494/97Art. 1º-B - O prazo a que se refere o caput dos Art. 6º - A decretação da falência ou o deferimento do pro-
arts. 730 do Código de Processo Civil, e 884 da Consolidação das cessamento da recuperação judicial suspende o curso da prescri-
Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio ção e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive
de 1943, passa a ser de trinta dias. aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
2) Para os demais executados: 5 dias
§ 2º - É permitido pleitear, perante o administrador judicial,
7.2.1.  Início do prazo habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da rela-
O início do prazo se inicia com a intimação da penhora que garan- ção de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as
tiu o juízo, ou no dia útil seguinte da garantia espontânea do juízo. impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas
perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédi-
7.2.2.  Prazo para o contraditório to, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor deter-
O embargado terá o prazo de 5 dias para apresentar impugnação minado em sentença.
aos embargos. O art. 768 CLT, prevê até mesmo a que os processos na fase de
7.3.  Matérias de defesa conhecimento contra a empresa falida, deve ter prioridade de tramitação.
Nos termos do art. 884, § 1º, da CLT, as matérias de defesa que CLT, Art. 768 - Terá preferência em todas as fases proces-
podem ser levantada nos embargos são: suais o dissídio cuja decisão tiver de ser executada perante o Juízo
1) cumprimento da decisão; da falência.
Após a liquidação do crédito, deverá ser expedida certidão para ha-
2) cumprimento do acordo;
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bilitação do crédito no juízo universal. damente convidada, deixar de comparecer (por meio de carta com aviso
de recebimento, telegrama, notificação extrajudicial etc.).
Questões sobre o Rito Sumaríssimo
Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determi-
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX nar sua imediata condução coercitiva.

Em sede de reclamação trabalhista proposta por Sávio, os pedidos li- Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente impos-
ta (princípio da celeridade processual), será deferida prova técnica - pe-
quidados somaram valor inferior a 40 salários mínimos nacionais. A ricial, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e
ação foi movida em face do ex-empregador e da União, em razão de nomear perito, devendo as partes ser intimadas a manifestar-se sobre o
alegação de responsabilidade subsidiária. Sobre o caso apresentado, laudo, no prazo comum de 5 dias.
assinale a opção que indica o procedimento a ser seguido. 5.  Audiências
A) A ação correrá sob o rito sumaríssimo, pois cabível o rito especial A apreciação do dissídio deverá ocorrer no prazo máximo de 15
para qualquer parte na Justiça do Trabalho, desde que o valor da causa dias do seu ajuizamento.
seja compatível. Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do
B) A ação correrá sob o rito ordinário, porque, em que pese o valor da processo dar-se-ão no prazo máximo de 30 dias, salvo motivo relevante
causa, figura ente de direito público no polo passivo. justificado nos autos pelo juiz da causa.
C) A ação correrá no rito ordinário, mas, caso a primeira ré não seja 6.  Sentença
encontrada, não será possível realizar a citação por edital, em vista de A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com
a segunda ré ser a União. resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o rela-
D) A ação correrá no rito sumaríssimo, e, em caso de prova testemu- tório (art. 852-1 da CLT).
nhal, cada parte terá direito a ouvir até três testemunhas. 7.  Recursos
O recurso ordinário será imediatamente distribuído, uma vez rece-
bido no tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de 10 dias,
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVII
e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta
Juca ajuizou ação trabalhista em face da sua ex-empregadora, empre- para julgamento, sem revisor.
sa privada do ramo de mineração. Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será
Paulo também ajuizou ação, mas em face de seu exempregador, uma admitido recurso de revista por contrariedade à súmula de jurisprudência
empresa de prestação de serviços, e do Município de Nova Iguaçu, uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, súmula vinculante e violação
no Rio de Janeiro, para quem prestou serviços, requerendo a respon- direta à Constituição da República, por ausência de previsão no art. 896,
§ 9.º, da CLT.
sabilização subsidiária. Os respectivos advogados atribuíram o valor
correspondente a 20 salários mínimos à causa de Juca e de 15 salários OBS.: Não cabe recurso de revista por contrariedade por contra-
mínimos à causa de Paulo. Diante disso, assinale a afirmativa correta. riedade a OJ.
A) A causa de Juca correrá sob o procedimento sumaríssimo e a de Questões sobre o Competência
Paulo, sob o ordinário.
B) Ambas as causas correrão sob o procedimento sumaríssimo. Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX
C) Ambas as causas correrão sob o procedimento ordinário. Considere as situações a seguir.
D) A causa de Juca correrá sob o procedimento ordinário e a de Paulo, I. Victor é um artista mirim e precisa de autorização judicial para po-
sob o sumaríssimo. der participar de uma peça cinematográfica como ator coadjuvante.
II. A empresa FFX Ltda. foi multada por um auditor fiscal do trabalho
e deseja anular judicialmente o auto de infração, alegando vícios e
Rito sumaríssimo nulidades.
III. O empregado Regis teve concedido pelo INSS auxílio-doença co-
1.  Objetivo
mum, mas entende que deveria receber auxílio-doença acidentário,
Tornar o Processo do Trabalho mais célere.
daí porque pretende a conversão judicial do benefício.
2.  Aplicação IV. Jonilson, advogado, foi contratado por um cliente para o ajuiza-
É aplicado aos dissídios individuais, cujo valor não exceda a quaren- mento de uma ação de despejo, mas esse cliente não pagou os honorá-
ta vezes o salário-mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação
(art. 852-A da CLT).
rios contratuais que haviam sido acertados.
Diante da norma de regência acerca da competência, assinale a opção
3.  Não aplicação
que indica quem deverá ajuizar ação na Justiça do Trabalho para ver
Não se aplica:
seu pleito atendido.
1) Aos dissídios coletivos. A) Victor e Jonilson
2) Quando a Administração pública estiver em juízo. B) Regis e a empresa FFX Ltda.
C) Victor e Regis
3) Quando os pedidos não forem certos e determinado.
D) Apenas a empresa FFX Ltda.
4) Quando necessitar de uma citação por edital.
Se o pedido não for liquidado ou não forem indicados o nome e o Competência material da Justiça do Trabalho
endereço corretos do reclamado, a reclamação será arquivada e o recla-
mante será condenado ao pagamento de custas, calculadas sobre o valor 1.  Competência Material
da causa, não sendo possível a emenda à inicial. De início já alerto que a justiça do trabalho não será competente
para processar e julgar:
4.  Provas
Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julga- Ações penais - O Supremo Tribunal Federal decidiu que a
mento, ainda que não requeridas previamente. Justiça do Trabalho não tem competência para julgar ações crimi-
nais (ADIN 3.684) A liminar foi deferida com efeito ex tunc (retroati-
Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifes- vo), para atribuir interpretação conforme a Constituição, aos incisos
tar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, I, IV e IX de seu art.114, declarando que, no âmbito da jurisdição da
salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz (como ocorre nas hipó- Justiça do Trabalho, não está incluída competência para processar e
teses em que a reclamada apresenta um número excessivo de documen- julgar ações penais.
tos).
Ação de cobrança de honorários contratuais - A Justiça do
As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, compa- Trabalho é incompetente para decidir sobre honorários advocatícios
recerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de contratuais, decorrentes de contrato de prestação de serviços fir-
intimação. mado entre cliente e advogado para a defesa de direitos, conforme
a Súmula n° 363 do STJ.
Somente será deferida intimação da testemunha que, comprova-
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Ação solicitando complemento de aposentadoria paga por sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindi-
entidade de previdência privada - Por meio dos julgamentos dos catos e empregadores. (CF, art. 114, III)
Recursos Extraordinários de n. 586453 e 583050 C. STF decidiu que
a competência para o julgamento de processos sobre complemen- 6) Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data - A Justiça
tação de aposentadoria é da Justiça Comum quando o valor é pago do Trabalho possui competência para processar e julgar o os mandados
por uma entidade de previdência privada, sob o fundamento de que de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado
esse pedido, deriva de uma relação previdenciária autônoma, não envolver matéria sujeita à sua jurisdição.
sendo, portanto, decorrente da relação de trabalho a legitimar a
competência da Justiça Laboral.
7) Mandado de segurança, habeas corpus e habeas data - A Justiça
do Trabalho possui competência para processar e julgar os mandados de
Ações solicitando autorização do trabalho artístico de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado en-
crianças e adolescentes - O STF já pacificou entendimento que volver matéria sujeita à sua jurisdição. (CF, art. 114, IV)
compete à Justiça Comum Estadual (juízo da infância e juventude)
apreciar os pedidos de alvará visando a participação de crianças e 8) Conflitos de competência entre órgãos com jurisdição traba-
adolescentes em representações artísticas (ADIN 5326/DF). lhista - A Justiça do Trabalho possui competência para processar e julgar
os conflitos de competência apenas entre órgãos com jurisdição traba-
Agora, passamos a analisar os casos de competência da Justiça do lhista, ressalvando o disposto no art. 102, I, o, da Carta Maior (CF, art. 114,
Trabalho: V)
1) Ações oriundas da relação de trabalho - A Justiça do Trabalho CPC, Art. 66 - Há conflito de competência quando: I - 2 (dois)
possui competência para processar e julgar as ações oriundas das rela- ou mais juízes se declaram competentes: II - 2 (dois) ou mais juízes
ções de trabalho (art. 114, I, da CF/1988). se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a compe-
Relação de trabalho corresponde ao vínculo jurídico por tência: III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da
meio do qual uma pessoa presta serviços para outrem, mediante o reunião ou separação de processos.
pagamento de um valor como contraprestação. Súmula n. 420 do TST - Não se configura conflito de com-
Exemplo: Um pedreiro, um encanador ou qualquer outro petência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a
prestador de serviço autônomo que não receber pelos serviços ele vinculada
prestados, embora não seja empregado celetista em razão da au- 1º REGRA
sência de subordinação, deverá ajuizar ação perante a Justiça do
Trabalho. Competência do TRT – quando o conflito for entre:
2) Entes de direito público externo - A Justiça do Trabalho possui Varas do trabalho da mesma região.
competência para processar e julgar Entes de direito público externo
2º REGRA
OBS.: O TST entende que o ente de direito público exter-
no possui “imunidade de execução”, ou seja, embora a Justiça do Competência do TST – quando o conflito for entre:
Trabalho possua competência para processar e julgar demanda en-
volvendo ente estrangeiro, não possui competência para executar TRTs;
seus julgados.
Varas do Trabalho de Regiões diversas.
OJ 416 do TST - As organizações ou organismos internacio-
nais gozam de imunidade absoluta de jurisdição quando amparados TRT e Vara do Trabalho a ele não vinculada.
por norma internacional incorporada ao ordenamento jurídico brasi- 3º REGRA
leiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário rela-
tiva à natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá Competência do STJ – quando o conflito for entre:
a jurisdição brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de
imunidade jurisdicional TRT e TJ;
3) Servidores da administração pública - A Justiça do Trabalho pos- TRT e TRF;
sui competência para processar e julgar as ações envolvendo os entes da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Juiz do Trabalho e Juiz de direito não investido na jurisdição
Federal e dos Municípios, sem estabelecer qualquer ressalva (CF, art. 114, trabalhista;
I)
Juiz do Trabalho e TJ;
OBS.: A Justiça do Trabalho não possui competência para
julgar causas que sejam instauradas entre servidores e o Poder Pú- Juiz do Trabalho e TRF;
blico, quando vinculados por típica relação de ordem estatutária ou
de caráter jurídico-administrativo, ou seja, que possuem Lei própria, Juiz Estadual e TRT;
não sendo regidos pela CLT. (STF, ADIN 3.395-6) Nesse caso a com-
petência será da Justiça Federal ou Estadual. Juiz Federal e TRT.
OBS.: A Justiça do Trabalho não possui competência para 4º REGRA
julgar causas que sejam instauradas entre servidores temporários
Competência do STF – quando o conflito for entre:
e o Poder Público, quando vinculados por típica relação de ordem
estatutária ou de caráter jurídico-administrativo, ou seja, teve legis- TST e qualquer tribunal.
lação autorizando a contratação temporária. (STF,Rcl: 19368 PA )
4) Ações que envolvam o exercício do direito de greve - A Justiça 9) Ações de indenização por dano moral ou patrimonial - A Jus-
do Trabalho possui competência para processar e julgar as ações envol- tiça do Trabalho possui competência para processar e julgar as ações de
vendo o exercício do direito de greve. (CF, art. 114, II) indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho. (CF, art. 114, VI)
Súmula Vinculante 23 do STF - A Justiça do Trabalho é com-
Súmula Vinculante 22 do STF - A Justiça do Trabalho é com-
petente para processar e julgar ação possessória ajuizada em de-
petente para processar e julgar as ações de indenização por danos
corrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da
morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propos-
iniciativa privada.
tas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda
Súmula n. 189 do TST - A Justiça do Trabalho é competente não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da pro-
para declarar a abusividade, ou não, da greve mulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.

OBS.: A justiça comum, federal ou estadual, é competente Súmula n. 392 do TST - Nos termos do art. 114, inc. VI, da
para julgar a abusividade de greve de servidores públicos celetistas Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para
da Administração pública direta, autarquias e fundações públicas. processar e julgar ações de indenização por dano moral e material,
STF. Plenário. RE 846854/SP, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de aciden-
Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1º/8/2017 (repercussão ge- te de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas
ral) (Info 871) pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.

OBS.: Dano moral em ricochete - O STF entende que é com-


5) Ações sobre representação sindical - A Justiça do Trabalho pos- petência da Justiça do Trabalho apreciar pedido de indenização por
sui competência para processar e julgar as ações sobre representação danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho
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em ação ajuizada pelos dependentes do trabalhador falecido, uma gar uma indenização substitutiva caso esta não forneça as guias do
vez que a causa do pedido de indenização continua sendo o aciden- seguro-desemprego.
te sofrido pelo empregado falecido. (STF - RE 924188/DF)
Ações sobre quadro de carreira - Compete à Justiça do Tra-
OBS.: Ação entre Empregado x INSS - É importante alertar balho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face
que em relação às ações acidentárias, ou seja, lides previdenciárias de empregadores para apreciar reclamação de empregado que
derivadas de acidente de trabalho promovidas pelo trabalhador se- tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira conforme
gurado em face do INSS em que este solicita algum benefício pre- enunciado da súmula 19 do TST. O empregado pode por exemplo
videnciário (auxílio doença acidentário ou aposentadoria por invali- solicitar que a empresa seja condenada a enquadrar correto o em-
dez, por exemplo), a competência será da Justiça Comum e não da pregado no quadro de carreira.
Justiça do Trabalho, nos termos do art. 109, I da CF.
Ações de homologação de acordo extrajudicial - Compete
OBS.: Ação regressiva entre INSS x Empresa - A Previdência à Justiça do Trabalho processar e julgar ações de homologação de
Social com base no art.120 da Lei 8.213/91, poderá ajuizar ação re- acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Tra-
gressiva em face do empregador perante a Justiça Federal (CF, art. balho, conforme art. 652, “f” da CLT.
109, I) nos casos de acidente de trabalho causado por negligência
deste empregador, por não cumprir as normas de segurança e saú- Ações entre trabalhadores portuários contra o OGMO
de do trabalho. - Órgão Gestor de Mão de Obra - Compete à Justiça do Trabalho
processar e julgar ações entre trabalhadores portuários e os traba-
10) Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos lhadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão de Obra - OGMO
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho - A - decorrentes da relação de trabalho, conforme art. 652, V da CLT.
Justiça do Trabalho possui competência para processar e julgar as ações
anulatórias e executórias relativas às penalidades administrativas impos- Ações de inquéritos para apuração de falta grave - Com-
tas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de traba- pete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações de inquéritos
lho (CF, art. 114, VII). para apuração de falta grave para demissão de alguns empregados
portadores de estabilidade (Dirigente Sindical [TST, Sum 379], por
OBS.: A PFN - Procuradoria da Fazenda Nacional possui le- exemplo), conforme art. 652, “b” da CLT.
gitimidade para propositura da ação de execução para cobrança
das multas impostas pelos órgãos de fiscalização das relações de Ações entre empregados e empresas falidas - Compete
trabalho. à Justiça do Trabalho processar e julgar ações empregados e em-
presas falidas, até o momento de apuração do respectivo crédito
11) Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos
(fase de liquidação de sentença). Após isso, o Justiça do Trabalho
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho - A
não tem mais competência, devendo o exequente fazer a habilita-
Justiça do Trabalho possui competência para processar e julgar a execu-
ção do seu crédito, no juízo falimentar, conforme Art. 6º, § 2º da Lei
ção, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, o, e li, e
11.101/2005.
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir (CF, art.
114, VIII). Ação solicitando complemento de aposentadoria paga
diretamente pelo empregador - Compete à Justiça do Trabalho
OBS.: A sentença do juiz tem que ser condenatória. Além
processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de em-
disso, deve condenar a reclamada a pagar parcelas salariais, pois
pregadores para solicitar complemento de aposentadoria, quando a
somente incidirá a contribuição previdenciária sobre as parcelas de
complementação for paga diretamente pelo ex-empregador, sem a
natureza salarial, e não sobre as parcelas de natureza indenizatória.
intermediação de uma entidade de previdência privada.
CLT, art. 876 – [..] Parágrafo único. A Justiça do Trabalho
executará, de ofício, as contribuições sociais previstas na alínea a
do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Fe- COMPETÊNCIA RELATIVA EM RAZÃO DO LUGAR
deral, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação
constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar. 1.  Regra
(Reforma Trabalhista) A competência territorial na Justiça do Trabalho é, como regra, o
local da prestação dos serviços pelo empregado (CLT, art. 651, caput).
Súmula Vinculante 53 do STF -- A competência da Justiça do
Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição Federal alcança CLT, Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e
a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, re-
objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acor- clamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que
dos por ela homologados. tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
2.  Exceção 1
Súmula n. 368 do TST - I - A Justiça do Trabalho é compe-
tente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A Entretanto, tratando-se de empregado contratado em determina-
competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contri- do lugar para prestar serviço em outra local, este empregado, quando for
buições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em apresentar reclamação trabalhista na justiça do trabalho, poderá optar
pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, em ajuizar no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos res-
que integrem o salário de contribuição. pectivos serviços (CLT, art. 651, § 3°).

Súmula nº 454 do TST- Compete à Justiça do Trabalho a CLT, art. 651, §3º - Em se tratando de empregador que pro-
execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Aci- mova realização de atividades fora do lugar do contrato de traba-
dente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a lho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da
seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina celebração do contrato ou da prestação dos respectivos serviços.”
ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empre-
gado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº
3.  Exceção 2
8.212/1991).
O TST vem permitindo o ajuizamento da reclamação trabalhista
12) Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho - A
no domicílio do reclamante quando a reclamada for empresa de grande
Justiça do Trabalho possui competência para processar e julgar outras
porte e prestar serviços em âmbito nacional, em homenagem ao princí-
controvérsias decorrentes da relação de trabalho (CF, art. 114, VIII), tais
pio constitucional do amplo acesso à jurisdição e ao princípio protetivo do
como: trabalhado, conforme informativos 132 e 146 do TST.
Ações sobre o PIS - Compete à Justiça do Trabalho processar 4.  Exceção 3
e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores
O TST também permite o ajuizamento da ação trabalhista foro do-
relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social - PIS,
micílio dos reclamantes na hipótese de ação ajuizada por viúva e filhos
conforme enunciado da súmula 300 do TST, ou seja, o empregado
menores de ex-empregado falecido em decorrência de acidente de tra-
solicita que a empresa seja condenada a pagar uma indenização
balho, na defesa de direito próprio, aplicando por analogia, o disposto no
substitutiva decorrente do não cadastramento do empregado no
art. 147, I e II do Estatuto da Criança e do Adolescente, de seguinte teor:
PIS e também para o pedido de obrigação de fazer consistente na
imposição para o cadastramento no PIS. ECA, Art. 147. A competência será determinada:

Ações sobre o Seguro Desemprego - Compete à Justiça do I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em
face de empregadores relativas ao não fornecimento das guias do II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à
seguro-desemprego conforme enunciado da súmula 389, I do TST, falta dos pais ou responsável.
ou seja, o empregado solicita que a empresa seja condenada a pa- Nesse sentido, o informativo TST n° 123 de seguinte teor;
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Informativo TST n° 123 - ACIDENTE DE TRABALHO. FA- [..]


LECIMENTO DO EMPREGADO. AÇÃO MOVIDA POR VIÚVA E FI-
LHOS MENORES. PRETENSÃO DEDUZIDA EM NOME PRÓPRIO. c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a
COMPETÊNCIA TERRITORIAL. LOCAL DO DOMICÍLIO DOS RE- remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se
CLAMANTES. AUSÊNCIA DE DISCIPLINA LEGAL ESPECIFICEI NA vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, §
CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO DISPOSTO NO ART. 147,1, DO 2º, da CLT.
ECA. Na hipótese de julgamento de dissídio individual movido por Se o juiz não acolher a exceção, o processo retomará seu curso nor-
viúva e filhos menores de ex-empregado falecido em decorrência de mal no local onde foi ajuizado a ação.
acidente de trabalho, na defesa de direito próprio, admite-se excep-
CLT, Art. 800, § 4º - Decidida a exceção de incompetência
cionalmente a fixação da competência territorial pelo foro do local
territorial, o processo retomará seu curso, com a designação de au-
do domicílio dos reclamantes. Aplicação analógica do disposto no
diência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante
art. 147, I, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), diante da
o juízo competente.
ausência de disciplina legal específica na CLT. No caso, ressaltou-se
que por se tratar de situação excepcional, a qual refoge à regra do 6.6.  Juiz não pode conhecer de ofício
caput do art. 651 e parágrafos, da CLT — em que a competência Alerto que o juiz não pode alegar de ofício de incompetência terri-
territorial define-se pelo local da prestação dos serviços do empre- torial. Caso não seja arguida a exceção, o juiz de incompetente passa a ser
gado, e, excepcionalmente, pela localidade da contratação —, cum- competente para resolver a lide.
pre ao órgão jurisdicional colmatar a lacuna mediante a aplicação de
TST, OJ 149- SDI-2 - Não cabe declaração de ofício de in-
norma compatível com o princípio da acessibilidade. Sob esse en-
competência territorial no caso do uso, pelo trabalhador, da facul-
tendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos,
dade prevista no art. 651, § 3º, da CLT. Nessa hipótese, resolve-se
por divergência jurisprudencial e, no mérito, por maioria, deu-lhes
o conflito pelo reconhecimento da competência do juízo do local
provimento para reconhecer a competência da Vara do Trabalho de
onde a ação foi proposta.
Manaus, local do domicílio dos reclamantes. Vencidos os Ministros
Aloysio Corrêa da Veiga, relator, Guilherme Augusto Caputo Bastos
e Márcio Eurico Vitral Amaro. TST-E-RR-86700-15.2009.5.11.0007,
SBDI-I, rei. Min. Aloysio Corrêa da Veiga. red. p/ acórdão Min. João
Oreste Dalazen. 12.11.2015.
5.  Outros casos de competência previsto na legislação:
QUANDO FOR PARTE NO DISSÍDIO AGENTE OU VIAJANTE CO-
MERCIAL - A competência será da Vara da localidade em que a empre-
sa tenha agência ou filial e a está o empregado esteja subordinado e, na
falta, será competente a vara da localização em que o empregado tenha Questões sobre o Audiência Trabalhista
domicílio ou a localidade mais próxima. (CLT, art. 651, § 1º)
EMPREGADO BRASILEIRO QUE TRABALHA NO EXTERIOR - A
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX
ação deve ser proposta perante a vara onde o empregador tenha sede O réu, em sede de reclamação trabalhista, ajuizada em 20/04/2018,
no Brasil ou também onde o empregado foi contratado antes de ir para o apresentou defesa no processo eletrônico, a qual não foi oferecida sob
exterior. (CLT, art. 651, § 2º) sigilo. Feito o pregão, logo após a abertura da audiência, a parte autora
6.  Exceção de incompetência relativa em ração do lugar manifestou interesse em desistir da ação. Sobre a desistência da ação
Com a Reforma Trabalhista do ano de 2017, foi alterado o procedi- pela parte autora, assinale a afirmativa correta.
mento da exceção de incompetência relativa em ração do lugar, passando A) O juiz deverá, imediatamente, homologar a desistência.
a ter o seguinte procedimento: B) Não é possível desistir da ação após a propositura desta.
6.1.  Prazo C) Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante
A exceção deve ser apresentada no prazo de cinco dias úteis a con- não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.
tar da notificação, antes da audiência, conforme nova redação do art. 800 D)O oferecimento da defesa pelo réu em nada se relaciona à questão
da CLT.
da desistência de pedidos ou da demanda.
CLT, Art. 800. Apresentada exceção de incompetência
territorial no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da
audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir- Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX
-se-á o procedimento estabelecido neste artigo. Em março de 2019, durante uma audiência trabalhista que envolvia a
6.2.  Suspensão do processo principal sociedade empresária ABC S/A, o juiz indagou à pessoa que se apre-
Apresentada a exceção, será suspenso o processo e não se realiza- sentou como preposto se ela era empregada da empresa, recebendo
rá a audiência inaugural a que se refere o art. 843 da CLT.
como resposta que não. O juiz, então, manifestou seu entendimento
CLT, Art. 800, § 1º - Protocolada a petição, será suspenso de que uma sociedade anônima deveria, obrigatoriamente, fazer-se
o processo e não se realizará a audiência a que se refere o art. 843 representar por empregado, concluindo que a sociedade empresária
desta Consolidação até que se decida a exceção.
não estava adequadamente representada. Decretou, então, a revelia,
6.3.  Manifestação do exceto
excluiu a defesa protocolizada e sentenciou o feito na própria audiên-
Após a suspensão do processo, será feita a intimação o reclaman-
te e os litisconsortes se houver, para manifestação no prazo comum de
cia, julgando os pedidos inteiramente procedentes. Diante desse qua-
cinco dias. dro e do que prevê a CLT, assinale a afirmativa correta.
A) Nada há a ser feito, porque uma S/A, por exceção, precisa conduzir
CLT, Art. 800, § 2º - Os autos serão imediatamente conclu-
sos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os litiscon-
um empregado para representá-la.
sortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias. B) O advogado da ré deverá interpor recurso ordinário no prazo de
6.4.  Produção de provas 8 dias, buscando anular a sentença, pois o preposto não precisa ser
Se for necessário o depoimento do excipiente e ou de testemu- empregado da reclamada.
nhas, estes vão ser ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver C) O advogado da ré deverá impetrar mandado de segurança, porque
indicado como competente. a exigência de que o preposto seja empregado, por não ser prevista em
CLT, Art. 800, § 3º - Se entender necessária a produção de Lei, violou direito líquido e certo da empresa.
prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o direito de o ex- D)Uma vez que a CLT faculta ao juiz aceitar ou não como preposto
cipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precató- pessoa que não seja empregada, o advogado deverá formular um pe-
ria, no juízo que este houver indicado como competente.
6.5.  Recurso
dido de reconsideração judicial.
Se o juiz acolher a exceção, cabe recurso ordinário no prazo de 8
dias úteis. Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVII
TST, SUM 214 - Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. Seu escritório foi contratado pela empresa Alumínio Brilhante Ltda.
893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso para assisti-la juridicamente em uma audiência. Você foi designado(a)
imediato, salvo nas hipóteses de decisão: para a audiência. Forneceram-lhe cópia da defesa e dos documentos,
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e afirmaram que tudo já havia sido juntado aos autos do processo ele- audiências?
trônico. Na hora da audiência, tendo sido aberta esta, bem como os Não, pois os atos processuais serão praticados em dias úteis das 6
autos eletrônicos do processo, o juiz constatou que a defesa não estava (seis) às 20 (vinte) horas.
nos autos, mas apenas os documentos. Diante disso, o juiz facultou- Art. 770 da CLT - Os atos processuais serão públicos salvo
-lhe a opção de apresentar defesa. Nos exatos termos previstos na CLT, quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão
você deverá nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
A) entregar a cópia escrita que está em sua posse. Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo
B) aduzir defesa oral em 20 minutos. ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente.
C) requerer o adiamento da audiência para posterior entrega da de- O horário de 6 às 20 horas é valido até mesmo para a prática de
fesa. atos processuais eletrônicos?
D) requerer a digitalização da sua defesa para a juntada no processo. Não, pois a prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em
qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVI (CPC, Art. 213)
Uma sociedade empresária ajuizou ação de consignação em pagamen- 2.  Necessidade da audiência
to em face do seu ex-empregado, com o objetivo de realizar o depósito A audiência é necessária no processo do trabalho?
das verbas resilitórias devidas ao trabalhador e obter quitação judicial
da obrigação. No dia designado para a audiência una, a empresa não Sim, pois na audiência vai ser feita:
compareceu nem se justificou, estando presente o ex-empregado. 1º Tentativa de conciliação.
Indique, de acordo com a CLT, o instituto jurídico que ocorrerá em CLT, Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente pro-
relação ao processo. porá a conciliação.
A) Revelia. Apresentação de defesa.
B) Remarcação da audiência.
CLT, Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte
C) Arquivamento. minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quan-
D) Confissão ficta. do esta não for dispensada por ambas as partes.

Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita


Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXVI pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência.
Em sede de reclamação trabalhista, o autor forneceu o endereço da ré Diferente no CPC, pois lá o juiz julgará antecipadamente o pedido,
na inicial, para o qual foi expedida notificação citatória. Decorridos proferindo sentença com resolução de mérito, quando não houver ne-
cinco dias da expedição da citação, não tendo havido qualquer comu- cessidade de produção de outras provas ou o réu for revel e, ocorrer o
efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma
nicado ao juízo, houve a realização da audiência, à qual apenas com- do art. 349.
pareceu o autor e seu advogado, o qual requereu a aplicação da revelia
e confissão da sociedade empresária-ré. O juiz indagou ao advogado Depois de contestado o reclamante pode desistir da ação?
do autor o fundamento para o requerimento, já que não havia nenhu- Não, porque oferecida a contestação, ainda que eletronicamente,
ma referência à citação no processo, além da expedição da notificação. o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da
ação. (Parágrafo 3° no art. 841 da CLT)
Diante disso, na qualidade de advogado do autor, à luz do texto legal
da CLT, assinale a opção correta. OBS.: Se a contestação for apresentada em sigilo, o recla-
A) Presume-se recebida a notificação 48h após ser postada, sendo o mante poderá desistir da ação sem o consentimento do reclamado
até a primeira tentativa de conciliação (art. CLT, 846)
não recebimento ônus de prova do destinatário.
B) A mera ausência do réu, independentemente de citado ou não, en-
seja revelia e confissão. 3.  Citação / Notificação
C) Descabe o requerimento de revelia e confissão se não há confirma- Como é feita a citação da parte reclamada no processo do
ção no processo do recebimento da notificação citatória. trabalho?
D) O recebimento da notificação é presunção absoluta; logo, são cabí- A citação será feita em registro postal com franquia. Contudo, se
veis de plano a revelia e a confissão. o reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado,
far-se-á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar
o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. (Pa-
Audiência Trabalhista rágrafo 1° no art. 841 da CLT)
1.  Introdução OBS.:Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito)
É aplicado ao processo do trabalho as regras de conciliação e horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entre-
mediação do CPC? ga após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destina-
tário. (TST, SUM 16)
Em razão de o processo do trabalho possuir regra própria no tocan-
te às audiências, não se aplica as regras de conciliação e mediação do art.
334 do CPC conforme determinado no art. 2°, IV da IN n° 39/2016 do TST. 4.  Prazo para audiência
Quando vai poder ser pautada a 1º audiência trabalhista?
TST, IN 39/2016Art. - 2° Sem prejuízo de outros, não se apli-
cam ao Processo do Trabalho, em razão de inexistência de omissão Após o protocolo da ação, a secretaria da vara, remeterá uma via
ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Pro- da petição ao reclamado, sendo este notificado, para comparecer a au-
cesso Civil: diência trabalhista, depois de 5 dias (CLT, art. 841). Ou seja, a audiência
poderá ser pautada depois de 5 dias de citação.
IV - art. 334 (audiência de conciliação ou de mediação);
As audiências são públicas no processo do Trabalho? E que horas A Fazenda Pública tem o mesmo prazo?
elas podem ser pautadas?
Não, no processo do trabalho a Fazenda Pública tem prazo 4 vezes
As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e maior conforme determinação do inciso II art. 1º do Decreto-Lei 779/49.
realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixa-
Atenção! No processo civil, o prazo da Fazenda Pública é em dobro
dos, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cin-
conforme art. 183 do CPC.
co) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente. (CLT, Art. 813)
CPC, Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os
CLT, Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua;
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito pú-
mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no
blico gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações
mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
Se a empresa não pagar as verbas incontroversas na primeira
Os atos processuais devem ser praticados no mesmo horário das
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audiência, tem alguma consequência? mento da parte na audiência. (TST, OJ 245 da SDI-1)
Tem sim, ela será condenada a pagar as verbas incontroversas E o juiz, pode chegar atrasado?
acrescidas de cinquenta por cento, conforme determinação do art. 467
da CLT. O juiz tem uma tolerância de 15 minutos.

CLT, Art. 467 - Em caso de rescisão de contrato de trabalho, CLT, art. 815, par. único - Se, até 15 (quinze) minutos após
havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o a hora marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os
empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do compare- presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro
cimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, de registro das audiências.
sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento”.
Quem não paga essa multa mesmo não pagando as verbas 7.  Ausência do reclamante na audiência inaugural
incontroversas na primeira audiência? O que acontece se o reclamante faltar a audiência inaugural?
(1) A Fazenda Publica em juízo. A ausência do reclamante à audiência inaugural, importa o arqui-
Exceção: Sociedade de Economia Mista e as Empresas Públicas. vamento da reclamação trabalhista. Ainda, o reclamante será condenado
ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consoli-
(2) A Massa Falida. dação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no
prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente jus-
TST, SUM 388 - A Massa Falida não se sujeita à penalidade
tificável. (CLT, art. 844)
do art. 467 e nem à multa do § 8º do art. 477, ambos da CLT.
OBS: A jurisprudência do TST, entende que não se aplica o entendi- O pagamento das custas é condição para a propositura de nova
mento da Súmula nº 388 do TST aos casos em que a empresa Reclamada demanda. (CLT, art. 844, § 3°) Esse também é o entendimento do TST,
encontra-se em recuperação judicial. senão vejamos:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEI 13.467/2017. RITO SU- RECURSO DE REVISTA DO AUTOR - ARQUIVAMENTO DA
MARÍSSIMO. RECLAMADA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. MULTA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - AUSÊNCIA INJUSTIFICADA DO
DOS ARTIGOS 467 E 477 DA CLT. TRANSCENDÊNCIA. Não há RECLAMANTE NA AUDIÊNCIA - PAGAMENTO DE CUSTAS PRO-
transcendência da causa relativa à condenação da reclamada em CESSUAIS COMO CONDIÇÃO PARA A PROPOSITURA DE NOVA
recuperação judicial ao pagamento da multa dos arts. 467 e 477, DEMANDA, AINDA QUE BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA -
§8º, da CLT, tendo em vista ser entendimento desta Corte que a COMPATIBILIDADE DO ART. 844, §§ 2º E 3º, DA CLT COM O ART.
Súmula nº 388 do TST só traz isenção em relação à massa falida. 5º, CAPUT, XXXIV, “A”, XXXVI, LV E LXXIV, DA CF - TRANSCEN-
Transcendência do recurso de revista não reconhecida e agravo de DÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. 1. Nos termos do art. 896-A, §
instrumento desprovido. [..] (AIRR-910-86.2018.5.06.0007, 6ª Tur- 1º, IV, da CLT, constitui transcendência jurídica da causa a existência
ma, Relator Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, DEJT 06/12/2019). de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista
ainda não solvida pelo TST. 2. In casu, o debate jurídico que emerge
da presente causa diz respeito à compatibilidade dos §§ 2º e 3º do
5.  Poder de polícia do juiz art. 844 da CLT, introduzidos pela Lei 13.467/17, que determinam o
O que significa poder de polícia? pagamento de custas processuais pelo demandante, em casos de
arquivamento da reclamação por ausência injustificada do autor na
É o poder que o juiz tem de manter a ordem nas audiências, po- audiência, ainda que beneficiário da justiça gratuita, sendo o referi-
dendo mandar retirar do recinto os assistentes que a perturbarem. Nesse do recolhimento condição para propositura de nova ação, frente aos
sentido o art. 360 do CPC: princípios da isonomia, do amplo acesso à jurisdição, da irretroa-
tividade da lei, do contraditório, da ampla defesa e da assistência
CPC, art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbin-
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem a insuficiência de
do-lhe:
recursos, esculpidos no caput e nos incisos XXXIV, “a”, XXXVI, LV
I - manter a ordem e o decoro na audiência; e LXXIV do art. 5º da Constituição Federal, questão que, inclusive,
encontra-se pendente de análise pela Suprema Corte em sede de
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se controle concentrado de constitucionalidade (ADI 5.766/DF, Rel.
comportarem inconvenientemente; Min. Roberto Barroso). 3. Conforme se extrai do acórdão recorrido,
o Autor, que litiga sob o pálio da justiça gratuita, além de não ter
III - requisitar, quando necessário, força policial;
comparecido na audiência, não apresentou justificativa para a sua
IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os mem- ausência, o que ensejou a sua condenação ao pagamento de custas
bros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pes- processuais no importe de R$ 310,59 (trezentos e dez reais cinquen-
soa que participe do processo; ta e nove centavos). 4. Como é cediço, a Reforma Trabalhista, pro-
movida pela Lei 13.467/17, ensejou diversas alterações no campo
V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos do Direito Processual do Trabalho, a fim de tornar o processo laboral
apresentados em audiência. mais racional, simplificado, célere e, principalmente, responsável,
sendo essa última característica marcante, visando coibir as deno-
6.  Comparecimento das partes em audiência minadas “aventuras judiciais”, calçadas na facilidade de se acionar
a Justiça, sem nenhum ônus ou responsabilização por postulações
Como vai ser o comparecimento das partes em audiência? carentes de embasamento fático. 5. Não se pode perder de vista
Empregado. o crescente volume de processos ajuizados nesta Justiça Especia-
lizada, muitos com extenso rol de pedidos, apesar dos esforços
O empregado reclamante deve comparecer pessoalmente. Con- empreendidos pelo TST para redução de estoque e do tempo de
tudo, nas reclamatórias plúrimas e nas ações de cumprimento, os em- tramitação dos processos. 6. Nesse contexto, foram inseridos os §§
pregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato de sua categoria. 2º e 3º no art. 844 da CLT pela Lei 13.467/17, responsabilizando-se
o empregado, ainda que beneficiário da justiça gratuita, por acionar
Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente a máquina judicial de forma irresponsável, até porque, no atual ce-
comprovado, não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, nário de crise econômica, por vezes a reclamada é hipossuficiente,
poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mes- assumindo despesas não só com advogado, mas também com des-
ma profissão, ou pelo seu sindicato. locamento inútil, para ver a sua audiência frustrada pela ausência
Empregador. injustificada do autor. 7. Percebe-se, portanto, que o art. 844, §§ 2º
e 3º, da CLT não colide com o art. 5º, caput, XXXIV, “a”, XXXVI, LV e
O empregador reclamando pode fazer-se substituir pelo gerente, LXXIV, da CF, ao revés, busca preservar a jurisdição em sua essên-
ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas cia, como instrumento responsável e consciente de tutela de direi-
declarações obrigarão o proponente. O preposto a que não precisa ser tos elementares do ser humano trabalhador, indispensáveis à sua
empregado da parte reclamada. sobrevivência e à da família. 8. Ainda, convém ressaltar não ser coe-
rente a conclusão de que a imposição de pagamento de custas pro-
OBS.: O TST, por meio do art. 12, §3ºda IN 41/2018, passou
cessuais, inclusive como condição para ajuizamento de nova ação,
a entender que não é possível a cumulação das condições de advo-
prevista nos §§ 2º e 3º do art. 844 da CLT, obsta o trabalhador de
gado e preposto ao mesmo tempo.
ter acesso ao Poder Judiciário, até porque a própria lei excepciona
A parte (empregado ou empregador) pode chegar atrasada na da obrigação de recolher as referidas custas aquele que comprovar
audiência? que a sua ausência se deu por motivo legalmente justificável, pres-
tigiando, de um lado, o processo responsável, e desestimulando,
Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de compareci-
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de outro, a litigância descompromissada. 9. Por todo o exposto, não tor não está assistido pelo sindicato de classe.
merece reforma o acórdão regional que manteve a condenação do
B) Haverá condenação em honorários de, no mínimo, 10% e de, no
Autor ao pagamento de custas, restando incólumes os dispositivos
apontados como violados na revista. Recurso de revista não conhe- máximo, 20% em favor do advogado.
cido.(RR nº 1000095-94.2018.5.02.0068, 4ª Turma do TST, Rel. Ives C) Haverá condenação em honorários de, no mínimo, 5% e de, no má-
Gandra Martins Filho. j. 27.11.2019, Publ. 29.11.2019). ximo, 15% em favor do advogado.
Se o empregado faltar duas vezes a audiência inaugural, tem D) Somente se a assistência do advogado do autor for gratuita é que
penalidade? haverá condenação em honorários, de até 20%.
O reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arqui-
vamento por ausência na audiência inaugural, incorrerá na pena de per-
da, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça Honorários de Sucumbência
do Trabalho. Penalidade conhecida como perempção.
1.  Introdução
Nos termos do art. 791-A da CLT, ao advogado, ainda que atue em
8.  Ausência do reclamado na audiência inaugural causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o
O que acontece se o reclamado faltar a audiência inaugural? mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor que resultar da liquida-
ção da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
O não comparecimento do reclamado importa revelia, além de mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
confissão quanto à matéria de fato.
TST, OJ 348 da SDI-1 - Os honorários advocatícios, arbitra-
Mas se o advogado estiver presente na audiência inaugural sem o dos nos termos do art. 11, § 1º, da Lei nº 1.060, de 05.02.1950, de-
preposto, será mesmo assim aplicada a revelia? vem incidir sobre o valor líquido da condenação, apurado na fase
Sim, será aplicada a revelia. Contudo, serão aceitos a contestação de liquidação de sentença, sem a dedução dos descontos fiscais e
e os documentos eventualmente apresentados. (CLT, art. 844, § 3°) previdenciários.
2.  Proibição da compensação de honorários
Quais os outros casos que não vão ser aplicado a pena de Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de
confissão quanto a matéria de fato nos casos de revelia? sucumbência, sendo vedada a compensação.
Segundo o § 4º do art. 844 da CLT, a revelia não produz confissão 3.  Honorários x justiça gratuita
quanto a matéria: O art. 791-A, § 4°, da CLT determina que, vencido o beneficiário
(1) havendo pluralidade de reclamados, algum deles contes- da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em
tar a ação; outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de
(2) o litígio versar sobre direitos indisponíveis; exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos sub-
sequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor
(3) a petição inicial não estiver acompanhada de instrumen-
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos
to que a lei considere indispensável à prova do ato;
que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse
(4) as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem prazo, tais obrigações do beneficiário.
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante
dos autos. Questões sobre Meios de Prova
Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIV
9.  Ausência da parte na audiência de prosseguimento Rodolfo Alencar ajuizou reclamação trabalhista em desfavor da socie-
E se o reclamante e o reclamado faltarem a audiência / seção de dade empresária Sabonete Silvestre Ltda. Em síntese, ele afirma que
prosseguimento? cumpria longa jornada de trabalho, mas que não recebia as horas ex-
A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contes- tras integralmente. A defesa nega o fato e advoga que toda a sobrejor-
tada a ação em audiência, não importa arquivamento do processo.(TST, nada foi escorreitamente paga, nada mais sendo devido ao reclamante
SUM 9) no particular.
A ausência do reclamado não importará revelia. Na audiência designada, cada parte conduziu duas testemunhas, que
começaram a ser ouvidas pelo juiz, começando pelas do autor. Após o
Contudo, pode ser aplicada a pena de confissão à parte que, ex-
pressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiên-
magistrado fazer as perguntas que desejava, abriu oportunidade para
cia em prosseguimento, na qual deveria depor. (TST, SUM 74, I) que os advogados fizessem indagações, e o patrono do autor passou a
fazer suas perguntas diretamente à testemunha, contra o que se opôs
Lembre-se que a prova pré-constituída nos autos pode ser levada
em conta para confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC),
o juiz, afirmando que as perguntas deveriam ser feitas a ele, que, em
não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas poste- seguida, perguntaria à testemunha. Diante do incidente instalado e de
riores.(TST, SUM 74, II) acordo com o regramento da CLT, assinale a afirmativa correta.
A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa so- A) Correto o advogado, pois, de acordo com o CPC, o advogado fará
mente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do po- perguntas diretamente à testemunha.
der/dever de conduzir o processo. (TST, SUM 74, III) B) A CLT não tem dispositivo próprio, daí porque poderia ser admiti-
do tanto o sistema direto quanto o indireto.
10.  Razões finais
C) A CLT determina que o sistema seja híbrido, intercalando pergun-
tas feitas diretamente pelo advogado, com indagações realizadas pelo
Qual o prazo que a parte tem par aduzir alegações finais?
juiz.
Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em D) Correto o magistrado, pois a CLT determina que o sistema seja in-
prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o direto ou presidencial.
juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando
esta, será proferida a decisão. (CLT, Art. 850)

Questões sobre o Honorários de Sucumbência Meios de Prova


Questão - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX 1.  Ônus da prova
Em reclamação trabalhista ajuizada em fevereiro de 2018, os pedidos Como funciona o ônus da prova no processo do trabalho?
formulados por Paulo em face do seu ex-empregador foram julgados A CLT adota a teoria estática do ônus da prova, ou seja, incumbe
totalmente procedentes. Em relação à verba honorária, de acordo com ao autor provar os fatos constitutivos do seu direito e ao réu quanto aos
a CLT, sabendo-se que o patrocínio de Paulo foi feito por advogado fatos modificativos, extintos e impeditivos do direito do autor.(CLT, Art.
818)
particular por ele contratado, assinale a afirmativa correta.
A) Não haverá condenação em honorários advocatícios, porque o au- O Juiz pode inverter o ônus da prova?
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Segundo o §1º do art. 818 da CLT, o juiz poderá atribuir o ônus da Quando deve ser produzido a prova documental?
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada,
caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do As partes devem juntar documentos com a petição inicial (CLT, Art.
ônus que lhe foi atribuído, quando: 787) e em audiência, até o encerramento da instrução processual.

(1) Nos casos previstos em lei; ou OBS.: O indeferimento do pedido de juntada de documen-
tos em audiência caracterizaria cerceamento de defesa. (RR nº
(2) Diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibili- 2856-54.2013.5.12.0055, 2ª Turma do TST, Rel. Maria Helena Mall-
dade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste mann. j. 28.08.2019, Publ. 30.08.2019).
artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário. É possível a juntada de documentos para fins de prova até o encer-
Qual momento processual o juiz deve inverter o ônus da prova? ramento da instrução processual, consoante o art. 845 da CLT, desde que
seja observado o contraditório e a ampla defesa, tendo em vista o
A decisão de inversão do ônus da prova deverá ser proferida antes disposto no art. 845 da CLT.
da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamen-
to da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direi- Na fase recursal é possível juntar documentos?
to admitido. (CLT, §2º do art. 818) A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando
O que seria prova diabólica? provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se re-
ferir a fato posterior à sentença. (TST, SUM n. 8 do TST).
Prova diabólica é a chamada prova impossível ou excessivamente
difícil de ser produzida. O advogado pode declarar autêntico os documentos juntados?

Essa prova é permitida no processo? O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado
autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. Con-
A CLT, vedou a prova diabólica, conforme §3º do art. 818 da CLT tudo, impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será
intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original,
CLT, Art. 818 – [..]
cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar
§ 3º - A decisão referida no § 1º deste artigo não pode gerar a conformidade entre esses documentos. (CLT, Art. 830)
situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja im- 3.  Prova testemunhal
possível ou excessivamente difícil.
Quem pode ser testemunha?
Quais os principais entendimentos do TST sobre o ônus da prova?
Pode ser testemunha toda pessoa física capaz, estranha e isenta,
Segue os principais entendimentos do TST sobre ônus da prova. com relação às partes, que vem a juízo trazer as suas percepções senso-
riais a respeito de um fato relevante para o processo do qual tem conhe-
Súmula n. 6, VIII, TST - É do empregador o ônus da prova
cimento próprio.
do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial.
Não pode depor como testemunha a testemunha que for parente
Súmula n. 16, TST - Presume-se recebida a notificação 48
até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes,
(quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebi-
não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples infor-
mento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de
mação. (CLT, Art. 829)
prova do destinatário.
O fato de ter processo contra o mesmo empregador, torna a
Súmula n. 212, TST - O ônus de provar o término do con-
testemunha suspeita?
trato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o des-
pedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando
relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. ou de ter litigado contra o mesmo empregador.(TST, SUM 357)
Súmula n. 254, TST - O termo inicial do direito ao salário- Se a parte não for isenta?
-família coincide com a prova da filiação. Se feita em juízo, corres-
ponde à data de ajuizamento do pedido, salvo se comprovado que Você pode apresentar contradita.
anteriormente o empregador se recusara a receber a respectiva
O que seria contradita?
certidão.
É a impugnação da testemunha pela parte contrária, arguindo-lhe a
Súmula n. 338, TST – I, TST - É ônus do empregador que
incapacidade, impedimento ou suspeição.
conta com mais de 20 (vinte) empregados o registro da jornada de
trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação in- Qual o momento para a parte alegar a contradita?
justificada dos controles de frequência gera presunção relativa de
veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova A contradita deve ser arguida após a qualificação da testemunha e
em contrário. antes do compromisso, sob consequência de preclusão.

Súmula n. 338, TST – III, TST - Os cartões de ponto que Quantas testemunhas cada parte pode ouvir?
demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos Depende do rito do processo, ou seja:
como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às ho-
ras extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada (1) Rito Ordinário - 3 testemunhas para cada parte.
da inicial se dele não se desincumbir.
CLT, Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais
Súmula n. 385, TST – I, TST - Incumbe à parte o ônus de de 3 (três) testemunhas, salvo quando se tratar de inquérito, caso
provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).
local que autorize a prorrogação do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, (2) Rito Sumaríssimo - 2 testemunhas para cada parte.
do CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar a existência de
feriado local e não o comprovar no momento da interposição do CLT, Art. 852-H, § 2º - As testemunhas, até o máximo de
recurso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e jul-
que seja sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), gamento independentemente de intimação.
sob pena de não conhecimento se da comprovação depender a (3) Inquérito Judicial - 6 testemunhas para cada parte.
tempestividade recursal;
É preciso entregar um rol prévio de testemunha igual na área
Súmula nº 460 do TST - É do empregador o ônus de com- cível?
provar que o empregado não satisfaz os requisitos indispensáveis
para a concessão do vale-transporte ou não pretenda fazer uso do Não, no processo do trabalho o reclamante e o reclamado compa-
benefício. recerão à audiência acompanhados das suas testemunhas, apresentan-
2.  Prova documental do, nessa ocasião, as demais provas (CLT, Art. 845), ou seja, “as testemu-
nhas comparecerão à audiência independentemente de notificação ou
O que seria prova documental?
intimação.” (CLT, Art. 825),
Segundo a doutrina num primeiro momento, a de prova escrita, de
Caso a testemunha não compareça mesmo a parte tendo feito o
um conjunto de palavras e expressões que usam o papel como suporte.
convite para ela comparecer a audiência, o que deve ser feito?
Mas não se restringe a isso, e abrange outras formas de representação
material, como a mecânica, a fotográfica, a cinematográfica, a fonográ- O juiz vai fazer a imitação da testemunha para que ela compareça a
fica e outras (CPC, art. 422). Além dessas, pode-se acrescentar o docu- próxima audiência. Contudo é importante saber:
mento eletrônico, disciplinado pela Lei n. 11.419/2006.”
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(1) Rito Ordinário - A parte não precisa comprovar que fez o convite 195, § 2º, da CLT, ainda que ocorrida a revelia da reclamada. (RR nº 1448-
a testemunha, sendo assim, apenas entrega ao Juiz o nome completo e o 02.2012.5.08.0014, 8ª Turma do TST, Rel. Dora Maria da Costa. unânime,
endereço da testemunha. DEJT 21.11.2013).
(2) Rito Sumaríssimo -A parte precisa comprovar que fez o convi- Tem outros pedidos que necessitam da prova pericial no processo
te a testemunha, porque só será deferida intimação de testemunha que, do trabalho?
comprovadamente convidada, deixar de comparecer.
Sim. Nos casos de pedido de acidente do trabalho e doenças ocu-
E se mesmo intimada pelo juízo, a testemunha não comparecer? pacionais.
Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determi- Quando a perícia vai ser desnecessária ?
nar sua imediata condução coercitiva, além das penalidades do art. 730
da CLT. Sera desnecessária quando:

O que acontece se a testemunha mentir em juízo? (1) O local de trabalho estiver desativado.

A testemunha respondera pelo crime de falso testemunho previs- TST, OJ 278 DA SDI-1 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
to no art. 342 do CP. O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no PERÍCIA. LOCAL DE TRABALHO DESATIVADO - A realização de
processo em que ocorreu o ilícito, a testemunha se retrata ou declarar a perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando
verdade. não for possível sua realização como em caso de fechamento da
empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios de prova.
A testemunha pode ainda, ser condenada pelo Juiz do Trabalho a (2) Já teve o pagamento espontâneo do adicional de periculosida-
pagar uma multa superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por de e insalubridade.
cento) do valor corrigido da causa. (CLT, Art. 793-D) A execução da multa
prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos autos. TST, SUM 453. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGA-
MENTO ESPONTÂNEO. CARACTERIZAÇÃO DE FATO INCONTRO-
A testemunha que mentiu tem direito ao contraditório? VERSO. DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE QUE TRATA O ART. 195
Após a colheita da prova oral, a aplicação de multa à testemu- DA CLT - O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por
nha dar-se-á na sentença e será precedida de instauração de incidente mera liberalidade da empresa, ainda que de forma proporcional ao
mediante o qual o juiz indicará o ponto ou os pontos controvertidos no tempo de exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo
depoimento, assegurados o contraditório, a defesa, com os meios a ela legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida
inerentes, além de possibilitar a retratação. (IN 41/2018 do TST - Art. 10.) pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do traba-
lho em condições perigosas.
O que eu preciso saber mais sobre a prova testemunhal? (3) Fatos forem notórios.
Precisa saber que: (3.1) Função de vigilante.
(1) O juiz providenciará para que o depoimento de uma testemu- CLT, Art. 193 - [..]
nha não seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.
(CLT, Art. 824) II - roubos ou outras espécies de violência física nas ativida-
des profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.
(2) Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor
em hora de serviço, será requisitada ao chefe da repartição para compa- (3.2) Função de motociclista
recer à audiência marcada. (CLT, Art. 823) CLT, Art. 193 - [..]
(3) As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas § 4º São também consideradas perigosas as atividades de
faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, trabalhador em motocicleta.
quando devidamente arroladas ou convocadas. (CLT, Art. 822)
(3.3) Bombeiro civil.
TST, SUM 155 - AUSÊNCIA AO SERVIÇO - As horas em que
o empregado falta ao serviço para comparecimento necessário, Lei 11.901/2009 – Art. 6º - É assegurado ao Bombeiro Civil:
como parte, à Justiça do Trabalho não serão descontadas de seus III - adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) do
salários. salário mensal sem os acréscimos resultantes de gratificações, prê-
mios ou participações nos lucros da empresa;
3.1.  Prova pericial (4) For utilizado prova emprestada.
Quando vai ser necessário a produção da prova pericial? Segundo a doutrina, prova emprestada é a prova de um fato, pro-
O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de duzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão,
conhecimento técnico ou científico. (CPC, Art. 156). No Processo do Tra- depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro pro-
balho, as perícias são realizadas por um único perito da confiança do Juiz cesso, por meio de certidão extraída daquele.
(Art. 3º da Lei n. 5.584/70). A prova pericial consiste em exame, vistoria CPC, Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova
ou avaliação. (CPC, Art. 464) produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar
adequado, observado o contraditório.
O juiz fica vinculado ao laudo pericial?
Quem paga o perito do Juízo?
O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua
convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos. (CPC, art. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da
479). parte sucumbente na pretensão objeto da perícia. A responsabilidade
ocorre ainda que a parte sucumbente seja beneficiária da justiça gratuita.
CPC, Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo A União responderá pelos honorários do perito, somente quando o bene-
com o disposto no art. 371, indicando na sentença os motivos que ficiário não obtiver em juízo créditos capazes de suportar os honorários
o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do do perito, ainda que em outro processo. Por fim, foi permitido o juízo de-
laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito. ferir parcelamento dos honorários periciais. (CLT, Art. 790-B)
CPC, Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, O juiz pode exigir o pagamento antecipado dos honorários
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na periciais por uma das partes do processo?
decisão as razões da formação de seu convencimento.
Quando vai ser necessário a produção da prova pericial? É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários
periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo
Como já dito, sera necessário quando a prova do fato depender de cabível o mandado de segurança visando à realização da perícia, indepen-
conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito. dentemente do depósito. (TST, OJ 98 da SDI-2)
No processo do trabalho, o juiz determinara a produção da prova Assim, o juízo não poderá exigir adiantamento de valores para rea-
pericial quando a parte fizer em sua peça inicial o pedido de insalubridade lização de perícias.(CLT, Art. 790-B § 3º).
ou periculosidade, o juiz designará perito habilitado.
Quem paga o perito assistente?
Mesmo no caso de revelia?
A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve
Para a caracterização da insalubridade na atividade laboral, é im- responder pelos respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto
prescindível e imperativa a realização da perícia técnica, por força do art. da perícia. (TST, SUM 341)
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Qual o prazo o assistente técnico nomeado pela parte tem para de técnico de manutenção. De segunda a sexta-feira, ele trabalha das
entregar o seu laudo pericial? 8h às 17h, com uma hora de almoço, e, aos sábados, das 8h às 12h,
O assistente deve entregar o laudo no mesmo prazo do perito no- sem intervalo. Ocorre que, por reivindicação de alguns funcionários,
meado pelo juiz (parágrafo único do art. 3º da Lei n. 5.584/70). a empresa instituiu um culto ecumênico toda sexta-feira, ao final do
expediente, cujo comparecimento é facultativo. O culto ocorre das 17h
DIREITO DO TRABALHO às 18h, e Renato passou a frequentá-lo. Diante dessa situação, na hipó-
tese de você ser procurado como advogado(a) em consulta formulada
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII por Renato sobre jornada extraordinária, considerando o enunciado e
Uma sociedade empresária do ramo de informática, visando à redu- a legislação trabalhista em vigor, assinale a afirmativa correta.
ção de custos, decidiu colocar metade de seus funcionários em tele- A) Renato não faz jus a qualquer valor de horas extras.
trabalho, com possibilidade de revogação, caso não desse certo. Sobre B) Renato tem direito a uma hora extra semanal, pois o culto foi insti-
o regime de teletrabalho, com base na legislação trabalhista em vigor, tuído pela empregadora.
assinale a afirmativa correta. C) Renato tem direito a uma hora extra diária, de segunda a sexta-fei-
A) Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o ra, em razão do horário de trabalho das 8h às 17h.
presencial por determinação do empregador, garantido o prazo de D) Renato tem direito a nove horas extras semanais, sendo cinco de
transição mínimo de 15 dias, com correspondente registro em aditivo segunda a sexta-feira e mais as 4 aos sábados.
contratual.
B) Os materiais fornecidos pelo empregador para a realização do te- TEMPO À DISPOSIÇÃO
letrabalho representam utilidades e integram a remuneração do em- 1.  Introdução
pregado. CLT, Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em
C) A jornada do empregado em teletrabalho que exceder o limite que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou
constitucional será paga como hora extra. executando ordens, salvo disposição especial expressamente consigna-
D) A empresa pode implementar, por vontade própria, o teletrabalho, da.
sendo desnecessária a concordância expressa do empregado, já que § 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador,
seria mais vantajoso para ele. não será computado como período extraordinário o que exceder a jorna-
da normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o
do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria,
TELETRABALHO buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou
más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas de-
4.  CONCEITO
pendências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras:
Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderan-
temente fora das dependências do empregador, com a utilização de tec- I - práticas religiosas; II - descanso; III - lazer; IV - estudo; V - ali-
nologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se mentação; VI - atividades de relacionamento social; VII - higiene pessoal;
constituam como trabalho externo. (CLT, Art. 75-B) VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de
realizar a troca na empresa.
O comparecimento às dependências do empregador para a reali-
zação de atividades específicas que exijam a presença do empregado no CLT, Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados
estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho. em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, des-
de que não seja fixado expressamente outro limite.
5.  ANOTAÇÃO NA CTPS
2.  MINUTOS DE ANTECEDEM OU SUCEDEM A JORNADA
A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá
constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especifi- CLT, Art. 58 § 1º - Não serão descontadas nem computadas como
cará as atividades que serão realizadas pelo empregado.( CLT, Art. 75-C) jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos
6.  ALTERAÇÃO DO CONTRATO diários.
(1) Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de
3.  HORAS IN ITINERE
teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em
aditivo contratual. IMPORTANTE - CLT, Art. 58 § 2º - O tempo despendido pelo em-
pregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de traba-
(2) Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para lho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte,
o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de tran- inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada
sição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.
contratual.
7.  DESPESAS Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII
As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manu- Em determinada localidade, existe a seguinte situação: a convenção
tenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestru- coletiva da categoria para o período 2018/2019 prevê o pagamento de
tura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como adicional de 70% sobre as horas extras realizadas de segunda-feira
ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em
contrato escrito.(CLT, Art. 75-D) a sábado. Ocorre que a sociedade empresária Beta havia assinado
8.  ACIDENTE DE TRABALHO
um acordo coletivo para o mesmo período, porém alguns dias antes,
prevendo o pagamento dessas horas extras com adicional de 60%. De
O empregador deverá instruir os empregados, de maneira expres-
sa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de evitar doenças e acordo com a CLT, assinale a opção que indica o adicional que deverá
acidentes de trabalho.(CLT, Art. 75-E) prevalecer.
9.  AUSÊNCIA DE CONTROLE DE JORNADA A) Prevalecerá o adicional de 70%, por ser mais benéfico aos empre-
Não podemos, porém, deixar de citar que o inciso III do art. 62 da
gados.
CLT exclui os empregados que trabalham a distância do capítulo “Da Du- B) Diante da controvérsia, valerá o adicional de 50% previsto na Cons-
ração do Trabalho”. Isso significa que esses trabalhadores, mesmo que tituição Federal.
controlados, passam a não ter direito a hora extra, intervalo intrajornada, C) Deverá ser respeitada a média entre os adicionais previstos em am-
intervalo interjornadas, hora noturna e adicional noturno. bas as normas coletivas, ou seja, 65%.
CLT, Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste D) Valerá o adicional de 60% previsto em acordo coletivo, que preva-
capítulo: lece sobre a convenção.
( ... )

IlI - os empregados em regime de teletrabalho. NEGOCIAÇÃO COLETIVA


Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII 1.  CCT - CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO
CLT, Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de ca-
Renato trabalha na empresa Ramos Santos Ltda. exercendo a função
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ráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de > QUEM PODE SER CONSIDERADO DOMÉSTICO: Ao emprega-
categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho do doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma
aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações indivi- contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à
duais de trabalho. pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois)
2.  ACT - CORDOS COLETIVOS DE TRABALHO dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei.(Art. 1º da LC 150/2015)
CLT, Art. 611, § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de > QUEM NÃO PODE TRABALHAR COMO DOMÉSTICO: É vedada
categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de traba-
empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem con- lho doméstico. (Art. 1º § único da LC 150/2015)
dições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes
respectivas relações de trabalho. > DURAÇÃO DO TRABALHO - A duração normal do trabalho do-
méstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) se-
CLT, Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de traba- manais, observado o disposto nesta Lei. (Art. 2º da LC 150/2015) É facul-
lho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: tado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horário
de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininter-
CLT, Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de ruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repou-
trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coleti- so e alimentação. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto
va de trabalho. no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso
O acordo é um ato jurídico celebrado entre sindicatos e empresas, semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados
as cláusulas que vierem a ser por ele avençadas estarão mais próximas da compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno. (Art. 10
realidade das partes do que aquelas estabelecidas em convenção, que se da LC 150/2015)
destinam a toda uma categoria. > TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS: O trabalho não com-
> O art. 620 contraria o princípio da norma mais favorável. pensado prestado em domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem
prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. (Art. 2º, §8º da LC
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII 150/2015)

Gilda e Renan são empregados da sociedade empresária Alfa Calça- > CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO: É facultada a con-
dos Ltda. há 8 meses, mas, em razão da crise econômica no setor, o tratação, por prazo determinado, do empregado doméstico: I - mediante
contrato de experiência [não poderá exceder 90 (noventa) dias - poderá
empregador resolveu dispensá-los em outubro de 2018. Nesse sentido, ser prorrogado 1 (uma) vez, desde que a soma dos 2 (dois) períodos não
concedeu aviso prévio indenizado de 30 dias a Gilda e aviso prévio ultrapasse 90 (noventa) dias]; II - para atender necessidades familiares
trabalhado de 30 dias a Renan. Em relação ao prazo máximo, previsto de natureza transitória e para substituição temporária de empregado do-
na CLT, para pagamento das verbas devidas pela extinção, assinale a méstico com contrato de trabalho interrompido ou suspenso. experiência
[não poderá exceder 2 (dois) anos]; (Art. 4º e 5º da LC 150/2015)
afirmativa correta.
A) Ambos os empregados receberão em até 10 dias contados do tér- > ANOTAÇÃO DA CTPS: A Carteira de Trabalho e Previdência So-
mino do aviso prévio. cial será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo empregado
ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e oito)
B) Gilda receberá até o 10º dia do término do aviso e Renan, até o 1º horas para nela anotar, especificamente, a data de admissão, a remunera-
dia útil seguinte ao término do aviso prévio. ção. (Art. 9º da LC 150/2015)
C) Gilda e Renan receberão seus créditos em até 10 dias contados da
> VIAGEM COM O PATRÃO: Em relação ao empregado respon-
concessão do aviso prévio. sável por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem,
D) Gilda receberá até o 1º dia útil seguinte ao término do aviso prévio serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no perío-
e Renan, até o 10º dia do término do aviso. do, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia. O
acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem será con-
dicionado à prévia existência de acordo escrito entre as partes. A remune-
RESCISÃO ração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por
1.  PRAZO PARA PAGAMENTO DA RESCISÃO cento) superior ao valor do salário-hora normal. (Art. 11 da LC 150/2015)
CLT, Art. 477 - Na extinção do contrato de trabalho, o empregador > CARTÃO DE PONTO: É obrigatório o registro do horário de tra-
deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, balho do empregado doméstico por qualquer meio manual, mecânico ou
comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento eletrônico, desde que idôneo. (Art. 12 da LC 150/2015)
das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
> INTERVALO PARA REFEIÇÃO: É obrigatória a concessão de in-
[..] tervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma)
hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo
§ 6º A entrega ao empregado de documentos que comprovem a escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minu-
comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como tos. Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo
o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou re- poderá ser desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles
cibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.
término do contrato. (Art. 13 da LC 150/2015)
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII > HORÁRIO NOTURNO: Considera-se noturno, para os efeitos
desta Lei, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas
Paula trabalha na residência de Sílvia três vezes na semana como pas- do dia seguinte. A hora de trabalho noturno terá duração de 52 (cinquenta
sadeira. Em geral, comparece às segundas, quartas e sextas, mas, se e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. A remuneração do trabalho notur-
necessário, mediante comunicação prévia, comparece em outro dia no deve ter acréscimo de, no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor
da semana, exceto sábados, domingos e feriados. A CTPS não foi assi- da hora diurna. (Art. 14 da LC 150/2015)
nada e o pagamento é por dia de trabalho. Quando Paula não compa- > INTERJORNADA E DSR: Entre 2 (duas) jornadas de trabalho deve
rece, não recebe o pagamento e não sofre punição, mas Sílvia costuma haver período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. É
sempre pedir que a ausência seja previamente comunicada. Paula devido ao empregado doméstico descanso semanal remunerado de, no
mínimo, 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos
procura você, como advogado(a), com dúvida acerca da sua situação domingos, além de descanso remunerado em feriados. (Arts. 15 E 16 da
jurídica. À luz da legislação específica em vigor, assinale a opção que LC 150/2015)
contempla a situação de Paula.
> DESCONTOS NO SALÁRIO: É vedado ao empregador domésti-
A) Paula é diarista, pois trabalha apenas 3 vezes na semana. co efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de ali-
B) Paula é autônoma, porque gerencia seu próprio trabalho, dias e ho- mentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com
rários. transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento
C) Paula é empregada eventual. em viagem. É facultado ao empregador efetuar descontos no salário do
D) Paula é empregada doméstica. empregado em caso de adiantamento salarial e, mediante acordo escrito
entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência
médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada,
ESTUDO RÁPIDO - EMPREGADO DOMÉSTICO não podendo a dedução ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário. Po-
derão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput
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deste artigo quando essa se referir a local diverso da residência em que COMENTÁRIOS / ESTUDO DO TEMA
ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido
expressamente acordada entre as partes. As despesas referidas no caput CLT, Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou
deste artigo não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneração de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução
para quaisquer efeitos. O fornecimento de moradia ao empregado do- dos seguintes direitos:
méstico na própria residência ou em morada anexa, de qualquer natureza,
não gera ao empregado qualquer direito de posse ou de propriedade so- III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fun-
bre a referida moradia. (Art. 18 da LC 150/2015) do de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);

> APLICAÇÃO SUPLETIVA DA CLT: Observadas as peculiaridades Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI
do trabalho doméstico, a ele também se aplicam as Leis nº 605, de 5 de
janeiro de 1949, no 4.090, de 13 de julho de 1962, no 4.749, de 12 de agos- Jorge era caixa bancário e trabalhava para o Banco Múltiplo S/A. Rece-
to de 1965, e no 7.418, de 16 de dezembro de 1985, e, subsidiariamente, a bia salário fixo de R$ 4.000,00 mensais. Além disso, recebia comissão
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). (Art. 19 da LC 150/2015) de 3% sobre cada seguro de carro, vida e previdência oferecido e acei-
> FGTS OBRIGATÓRIO: É devida a inclusão do empregado domés- to pelos clientes do Banco, o que fazia concomitantemente com suas
tico no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O empregador atividades de caixa, computando-se o desempenho para suas metas e
doméstico depositará a importância de 3,2% (três inteiros e dois décimos da agência. Os produtos em referência não eram do banco, mas, sim,
por cento) sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada emprega- da Seguradora Múltiplo S/A, empresa do mesmo grupo econômico do
do, destinada ao pagamento da indenização compensatória da perda do
emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador. Nas hipóteses de empregador de Jorge. Diante disso, observando o entendimento ju-
dispensa por justa causa ou a pedido, de término do contrato de trabalho risprudencial consolidado do TST, bem como as disposições da CLT,
por prazo determinado, de aposentadoria e de falecimento do emprega- assinale a afirmativa correta.
do doméstico, os valores previstos no caput serão movimentados pelo A) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a re-
empregador. Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores previs-
tos no caput será movimentada pelo empregado, enquanto a outra meta-
muneração de Jorge, por se tratar de liberalidade.
de será movimentada pelo empregador. (Art. 22 da LC 150/2015) B) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a re-
muneração de Jorge, porque relacionados a produtos de terceiros.
> AVISO PRÉVIO: O horário normal de trabalho do empregado
durante o aviso prévio, quando a rescisão tiver sido promovida pelo em-
C) Os valores recebidos a título de comissão devem integrar a remu-
pregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário neração de Jorge.
integral. É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) D) Os valores recebidos a título de comissão não devem integrar a re-
horas diárias previstas no caput deste artigo, caso em que poderá faltar muneração de Jorge, uma vez que ocorreram dentro do horário nor-
ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 7 (sete) dias corridos (Art. mal de trabalho, para o qual Jorge já é remunerado pelo banco.
24 da LC 150/2015)
> LICENÇA MATERNIDADE: A empregada doméstica gestante COMISSÃO
tem direito a licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuí-
zo do emprego e do salário. (Art. 25 da LC 150/2015) TST, Súmula 93 - Integra a remuneração do bancário a vantagem
> ESTABILIDADE GRAVÍDICA: A confirmação do estado de gravi- pecuniária por ele auferida na colocação ou na venda de papéis ou valores
dez durante o curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo mobiliários de empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico, se
do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o consen-
a estabilidade provisória prevista na alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato timento, tácito ou expresso, do banco empregador.
das Disposições Constitucionais Transitórias. (Art. 25 da LC 150/2015) CLT, Art. 457, § 1 - Integram o salário a importância fixa estipulada,
> TRIBUTO: SIMPLES DO DOMÉSTICO: O Simples Doméstico as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.
assegurará o recolhimento mensal, mediante documento único de arre- CLT, Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é
cadação, dos seguintes valores: I - 8% (oito por cento) a 11% (onze por exigível depois de ultimada a transação a que se referem
cento) de contribuição previdenciária, a cargo do segurado empregado
doméstico, nos termos do art. 20 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; § 1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigí-
II - 8% (oito por cento) de contribuição patronal previdenciária para a se- vel o pagamento das percentagens e comissões que lhes disserem res-
guridade social, a cargo do empregador doméstico, nos termos do art. 24 peito proporcionalmente à respectiva liquidação.
da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; III - 0,8% (oito décimos por cento)
de contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do § 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica a percep-
trabalho; IV - 8% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS; V - 3,2% ção das comissões e percentagens devidas na forma estabelecida por
(três inteiros e dois décimos por cento), na forma do art. 22 desta Lei; e este artigo.
VI - imposto sobre a renda retido na fonte. (Art. 34 da LC 150/2015)
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI
> DATA DE PAGAMENTO DO SALÁRIO: O empregador doméstico
é obrigado a pagar a remuneração devida ao empregado doméstico e a
Paulo é policial militar da ativa da Brigada Militar do Rio Grande do
arrecadar e a recolher a contribuição prevista no inciso I do art. 34, assim Sul. Como policial militar, trabalha em regime de escala 24h x 72h.
como a arrecadar e a recolher as contribuições, os depósitos e o imposto Nos dias em que não tem plantão no quartel, atua como segurança
a seu cargo discriminados nos incisos II, III, IV, V e VI do caput do art. 34, em uma joalheria de um shopping center, onde tem que trabalhar três
até o dia 7 do mês seguinte ao da competência. (Art. 35 da LC 150/2015) dias por semana, não pode se fazer substituir por ninguém, recebe
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII remuneração fixa mensal e tem que cumprir uma rotina de 8 horas a
cada dia laborado. Os comandos do trabalho lhe são repassados pelo
O sindicato dos empregados em tinturaria de determinado municí-
gerente-geral da loja, sendo que ainda ajuda nas arrumações de es-
pio celebrou, em 2018, acordo coletivo com uma tinturaria, no qual,
toque, na conferência de mercadorias e em algumas outras funções
reconhecendo-se a condição financeira difícil da empresa, aceitou a
internas. Paulo não teve a CTPS anotada pela joalheria. Diante dessa
redução do percentual de FGTS para 3% durante 2 anos. Sobre o caso
situação, à luz das normas da CLT e da jurisprudência consolidada do
apresentado, de acordo com a previsão da CLT, assinale a afirmativa
TST, assinale a afirmativa correta.
correta.
A) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, razão pela
A) É válido o acerto realizado porque fruto de negociação coletiva, ao
qual Paulo tem vínculo empregatício com a joalheria, independen-
qual a reforma trabalhista conferiu força legal.
temente do fato de ser policial militar da ativa, e de sofrer eventual
B) Somente se houver homologação do acordo coletivo pela Justiça do
punição disciplinar administrativa prevista no estatuto do Policial
Trabalho é que ele terá validade em relação ao FGTS.
Militar.
C) A cláusula normativa em questão é nula, porque constitui objeto
B) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, mas Pau-
ilícito negociar percentual de FGTS.
lo não poderá ter vínculo empregatício com a joalheria, em razão da
D) A negociação acerca do FGTS exigiria que, ao menos, fosse pago
punição disciplinar administrativa prevista no estatuto do Policial
metade do valor devido, o que não aconteceu no caso apresentado.
Militar.
C) Não estão presentes os requisitos da relação de emprego, uma vez
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que Paulo poderá ser requisitado pela Brigada Militar e não poderá coletiva da categoria de Felisberto é silente a respeito, assinale a afir-
trabalhar nesse dia para a joalheria. mativa correta.
D) Estão preenchidos os requisitos da relação de emprego, sendo A) Há direito ao pagamento de horas extras, porque a compensação de
indiferente à relação de emprego uma eventual punição disciplinar horas teria de ser feita por acordo coletivo ou convenção coletiva, não
administrativa prevista no estatuto do Policial Militar, mas Paulo não se admitindo acordo particular para tal fim.
pode ter vínculo empregatício com a joalheria tendo em vista que a B) Não existe direito ao pagamento de sobrejornada, porque as partes
função pública exige dedicação exclusiva. podem estipular qualquer quantidade de jornada, independentemen-
te de limites.
VÍNCULO DE EMPREGO C) A Lei é omissa a respeito da forma pela qual a compensação de
horas deva ser realizada, razão pela qual caberá ao juiz, valendo-se de
TST, Súmula 386 - Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é bom senso e razoabilidade, julgar por equidade.
legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e
empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penali-
D) A situação não gera direito a horas extras, porque é possível esti-
dade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar. pular compensação semanal de horas, inclusive por acordo particular,
como foi o caso.
Requisitos para configurar uma relação de emprego:
Pessoa natural: Somente a pessoa física pode ser conside- COMPENSAÇÃO DE JORNADA
rada empregada.

Não eventual: Ocorre quando o trabalhador se fixa a um de- UM ANO: Exige que o ajuste do banco de horas por meio de con-
terminado tomador de serviços de forma habitual, ou seja, por um venção coletiva ou acordo coletivo. Nesse caso, as horas extras, podem
lapso de tempo razoável. ser compensadas no prazo máximo de 1 ano. Nesse sentido, o § 2º do
art. 59 da CLT:
Subordinação: Ocorre quando o trabalhador decorrente da
limitação contratual da autonomia da sua vontade, para o fim de CLT, Art. 59, § 2º - Poderá ser dispensado o acréscimo de
transferir ao empregador o poder de direção sobre a atividade que salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o
desempenhará. excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período
Pessoalidade: O empregado não pode se fazer substituir por máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho pre-
outro empregado. A relação de emprego é intuitu personae em ra- vistas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
zão do trabalhador. SEIS MESES: Não exige que o ajuste do banco de horas por meio
Onerosidade: O empregado presta serviços em troca de de convenção coletiva ou acordo coletivo, podendo o ajuste ser ajusta-
uma remuneração. do por acordo individual escrito. Nesse caso, as horas extras, podem ser
compensadas no prazo máximo de 6 meses. Nesse sentido, o § 5º do art.
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI 59 da CLT:
Considerando a grave crise financeira que o país atravessa, a fim de CLT, Art. 59, § 5º - O banco de horas de que trata o §2° deste
evitar a dispensa de alguns funcionários, a metalúrgica Multiforte artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que
Ltda. pretende suspender sua produção por um mês. O Sindicato dos a compensação ocorra no período máximo de seis meses.
Empregados da indústria metalúrgica contratou você para, como ad- UM MÊS: O ajuste do banco de horas, pode ser ajustado por acor-
vogado, buscar a solução para o caso. Segundo o texto da CLT, assinale do individual, tácito ou escrito. Nesse caso, as horas extras, podem ser
compensadas no prazo máximo de um mês. Nesse sentido, o § 6º do art.
a opção que apresenta a solução de acordo mais favorável aos interes- 59 da CLT:
ses dos empregados.
CLT, Art. 59, § 6º - É lícito o regime de compensação de jor-
A) Implementar a suspensão dos contratos de trabalho dos emprega-
nada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a
dos por 30 dias, por meio de acordo individual de trabalho. compensação no mesmo mês.
B) Conceder férias coletivas de 30 dias. O parágrafo único do art. 59-B da CLT, estabelece que a prestação
C) Promover o lockout. de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação
D) Implementar a suspensão dos contratos de trabalho dos emprega- de jornada e o banco de horas.
dos por 30 dias, por meio de acordo coletivo de trabalho.
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI

FÉRIAS Em 2018, um sindicato de empregados acertou, em acordo coletivo


com uma sociedade empresária, a redução geral dos salários de seus
CLT, Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados em 15% durante 1 ano. Nesse caso, conforme dispõe a
empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou CLT,
setores da empresa.
A) uma contrapartida de qualquer natureza será obrigatória e deverá
§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais ser acertada com a sociedade empresária.
desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. B) a contrapartida será a garantia no emprego a todos os empregados
§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará envolvidos durante a vigência do acordo coletivo.
ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de C) a existência de alguma vantagem para os trabalhadores para vali-
15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os dar o acordo coletivo será desnecessária.
estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida.
D) a norma em questão será nula, porque a redução geral de salário
§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comu- somente pode ser acertada por convenção coletiva de trabalho.
nicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissio-
nal, e providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho.
REDUÇÃO DE SALÁRIO
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI
CF, Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
Felisberto foi contratado como técnico pela sociedade empresária outros que visem à melhoria de sua condição social:
Montagens Rápidas Ltda., em janeiro de 2018, recebendo salário cor-
VI – irredutibilidade do salário, salvo disposto em convenção ou
respondente ao mínimo legal. Ele não está muito satisfeito, mas es- acordo coletivo”.Se reduzir precisa dar garantia de emprego aos empre-
pera, no futuro, galgar degraus dentro da empresa. O empregado em gados.
questão trabalha na seguinte jornada: de segunda a sexta-feira, das
CLT, Art. 611-A - § 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salá-
10h às 19h48min com intervalo de uma hora para refeição, tendo as- rio ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho
sinado acordo particular por ocasião da admissão para não trabalhar deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada
aos sábados e trabalhar mais 48 minutos de segunda a sexta-feira. durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.
Com base na situação retratada e na Lei, considerando que a norma
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Lucas trabalhava em uma empresa estatal, cuja norma interna regula- de trabalho, conforme o §4º do art. 71 da CLT.
mentar previa a necessidade de sindicância administrativa para apu- 4.  REDUÇÃO DO INTERVALO PARA REFEIÇÃO
ração de falta e aplicação de suspensão. Após quatro anos de contrato Após a reforma trabalhista do ano de 2017, o art. 611-A DA CLT,
sem qualquer intercorrência, em determinada semana, Lucas faltou passou a autorizar a redução do intervalo intrajornada por meio de con-
sem qualquer comunicação ou justificativa por dois dias consecuti- venção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, devendo ser respeitado
o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas.
vos. Diante disso, logo após o seu retorno ao trabalho, seu superior
hierárquico aplicou a pena de suspensão por três dias. Na qualidade Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV
de advogado de Lucas, que tem interesse em manter o emprego, você Lúcio foi dispensado do emprego, no qual trabalhou de 17/11/2017 a
deverá requerer 20/03/2018, por seu empregador. Na sociedade empresária em que tra-
A) a rescisão indireta do contrato por punição excessiva. balhou, Lúcio batia o cartão de ponto apenas no início e no fim da jor-
B) a nulidade da punição, pois não foi observada a norma regulamen- nada efetiva de trabalho, sem considerar o tempo de café da manhã,
tar da empresa. de troca de uniforme (que consistia em vestir um jaleco branco e tênis
C) a conversão da suspensão em advertência. comum, que ficavam na posse do empregado) e o tempo em que jogava
D) a ausência de nexo de causalidade e o decurso de tempo entre a pingue-pongue após almoçar, já que o fazia em 15 minutos, e poderia
punição e a falta. ficar jogando até o término do intervalo integral. Você foi procurado
por Lúcio para, como advogado, ingressar com ação pleiteando horas
PUNIÇÕES DO EMPREGADO extras pelo tempo indicado no enunciado não constante dos controles
TST, SUM 77 - PUNIÇÃO - Nula é a punição de empregado se não
de horário. Sobre o caso, à luz da CLT, assinale a afirmativa correta.
precedida de inquérito ou sindicância internos a que se obrigou a empre- A) Lúcio não faz jus às horas extras pelas atividades indicadas, pois as
sa por norma regulamentar. mesmas não constituem tempo à disposição do empregador.
O empregador pode aplicar: B) Lúcio faz jus às horas extras pelas atividades indicadas, pois as
mesmas constituem tempo à disposição do empregador, já que Lúcio
A penalidade de advertência, que pode ser verbal ou escrita e não estava nas dependências da empresa.
tem previsão na CLT, entretanto decorre do costume (Art. 8ª da CLT).
C) Apenas o tempo de alimentação e café da manhã devem ser consi-
A penalidade de suspensão. Esta penalidade, não pode ultrapassar derados como tempo à disposição, já que o outro representa lazer do
o prazo máximo de 30 dias e durante o período da suspensão, o empre- empregado.
gado não trabalha e também não recebe a remuneração correspondente
aos dias de suspensão. A suspensão está prevista na CLT em seu art. 474, D)Apenas o tempo em que ficava jogando poderá ser pretendido como
de seguinte teor: hora extra, pois Lúcio não desfrutava integralmente da pausa alimen-
CLT, Art. 474 da CLT - A suspensão do empregado por mais
tar.
de 30 (trinta) dias consecutivos importa na rescisão injusta do con-
trato de trabalho. JORNADA DE TRABALHO
Pode ainda, o empregador aplicar a penalidade de dispensa por jus-
ta causa prevista no art. 482 da CLT para as penas mais graves. Refere-se ao tempo que o empregado põe à disposição do seu em-
pregador, em virtude do contrato de trabalho, prestando serviços efeti-
A penalidade de multa, EM REGRA não é admitida no Direito do vamente ou aguardando as suas ordens, ao longo de um dia de trabalho.
Trabalho por contrariar o princípio da intangibilidade salarial previsto no
art. 462 da CLT. A exceção ocorre, ao atleta profissional (art. 48, III da Lei Entretanto, não será considerado tempo à disposição do emprega-
dor, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal,
9.615/98) e do trabalho intermitente.
em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas,
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para
exercer atividades particulares, tais como: práticas religiosas, descanso,
Primeira Fase - Jorge trabalhou para a Sapataria Bico Fino Ltda., de lazer, estudo, alimentação, atividades de relacionamento social, higiene
16/11/2017 a 20/03/2018. Na ocasião realizava jornada das 9h às 18h, pessoal, troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade
com 15 minutos de intervalo. Ao ser dispensado ajuizou ação traba- de realizar a troca na empresa. (CLT, art. 4º)
lhista, reclamando o pagamento de uma hora integral pela ausência O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência
do intervalo, além dos reflexos disso nas demais parcelas intercorren- até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, cami-
tes do contrato de trabalho. Diante disso, e considerando o texto da nhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo
empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser
CLT, assinale a afirmativa correta. tempo à disposição do empregador.
A) Jorge faz jus a 45 minutos acrescidos de 50%, porém sem os refle-
xos, dada a natureza jurídica indenizatória da parcela. IMPORTANTE - Não serão descontadas nem computadas como
jornada extraordinária as variações de horário no registro de ponto não
B) Jorge faz jus a 45 minutos acrescidos de 50%, além dos reflexos, excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos
dada a natureza jurídica salarial da parcela. diários.
C) Jorge faz jus a uma hora integral acrescida de 50%, porém sem os
reflexos, dada a natureza jurídica indenizatória da parcela. Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV
D) Jorge faz jus a uma hora integral acrescida de 50%, porém sem os Jerônimo Fernandes Silva foi admitido pela sociedade empresária
reflexos, dada a natureza jurídica salarial da parcela. Usina Açúcar Feliz S.A. em 12 de fevereiro de 2018 para exercer a fun-
ção de gerente regional, recebendo salário de R$ 22.000,00 mensais.
INTERVALO INTRAJORNADA Jerônimo cuida de toda a Usina, analisando os contratos de venda dos
produtos fabricados, comprando insumos e materiais, além de geren-
1.  TEMPO ciar os 80 empregados que a sociedade empresária possui. A sociedade
Regra geral é o intervalo de no mínimo 1h e, no máximo 2h, para empresária pretende inserir cláusula compromissória de arbitragem
todo trabalho cuja duração exceda de 6h. Para as jornadas superiores a 4h
e que não ultrapassem 6h, o intervalo será de 15min. no contrato de trabalho. Diante da situação retratada e dos preceitos
da CLT, assinale a afirmativa correta.
2.  NÃO COMPUTADOS NA DURAÇÃO DO TRABALHO
A) A cláusula compromissória de arbitragem pode ser estipulada no
Os intervalos de descanso não serão computados na duração do
trabalho.
momento da contratação, desde que o empregado manifeste concor-
dância expressa.
3.  INTERVALO NÃO CONCEDIDO
B) A cláusula compromissória de arbitragem é viável, se o empregado
Com a reforma trabalhista do ano de 2017, a não concessão ou
a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
for portador de diploma de nível superior.
alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de C) Não cabe arbitragem nas lides trabalhistas individuais, pelo que
natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de nula eventual estipulação nesse sentido.
50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal D) É possível a estipulação de cláusula compromissória de arbitragem,
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desde que isso seja homologado pelo sindicato de classe. de seguridade, e não ao incremento de um benefício para o segurado ou
seus dependentes”. (RE 381367, RE 827833 e RE 661256, Rel. para acór-
dão Min. Dias Toffoli, julgados em 26/10/2016 (repercussão geral).
ARBITRAGEM
Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV
A reforma trabalhista do ano de 2017, passou a permitir por meio
do art. 507-A da CLT, que o empregado que recebe remuneração superior Ferdinando trabalha na sociedade empresária Alfa S.A. há 4 anos,
a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regi- mas anda desestimulado com o emprego e deseja dar um novo rumo
me Geral de Previdência Social, se concordar expressamente ou por sua à sua vida, retornando, em tempo integral, aos estudos para tentar
iniciativa, poderá por meio do contrato de trabalho, ajustar cláusula com- uma outra carreira profissional. Imbuído desta intenção, Ferdinando
promissória de arbitragem, subtraindo do Judiciário Trabalhista as lides
desses trabalhadores. procurou seu chefe, em 08/03/2018, e apresentou uma proposta para,
de comum acordo, ser dispensado da empresa, com formulação de um
A arbitragem já era permitida antes da reforma trabalhista do ano distrato. Diante do caso apresentado e dos termos da CLT, assinale a
de 2017 para as lides de direito coletivo, conforme par. 1º do art. 114 da
CF - frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. afirmativa correta.
A) A realização da extinção contratual por vontade mútua é viável,
A arbitragem não pode ser confundida com o empregado hiperssu-
ficiente (super empregado) previsto no art. 444, p. único da CLT.
mas a indenização será reduzida pela metade e o empregado não rece-
berá seguro desemprego.
SUPER EMPREGADO B) A ruptura contratual por consenso pode ser feita, mas depende de
homologação judicial ou do sindicato de classe do empregado.
CLT, Art. 444- [..]
C) O contrato não pode ser extinto por acordo entre as partes, já que
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste falta previsão legal para tanto, cabendo ao empregado pedir demissão
artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação,
com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos co-
ou o empregador o dispensar sem justa causa.
letivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e D) O caso pode ser considerado desídia por parte do empregado, ge-
que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máxi- rando então a dispensa por justa causa, sem direito a qualquer inde-
mo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. nização.
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DISTRATO
Efigênia foi empregada da sociedade empresária Luz Eterna S.A.,
exercendo, por último, o cargo de chefe do setor de Recursos Huma- O distrato é a extinção do contrato por comum acordo.
nos. Após décadas de dedicação à empresa, Efigênia se aposentou por Está regulamentado no art. 484-A da CLT, que foi incluído pela Lei
tempo de contribuição e saiu do emprego por vontade própria, rece- nº 13.467, de 2017:
bendo a indenização legal. Ocorre que, após seis meses da jubilação,
CLT, ART. 484-A - O contrato de trabalho poderá ser extinto
Efigênia passou a sentir falta da rotina que o seu trabalho gerava e por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão de-
também do convívio com os colegas de trabalho, daí porque mani- vidas as seguintes verbas trabalhistas:
festou desejo de retornar ao mercado de trabalho. Ciente disso, a ex-
I - por metade:
-empregadora ofereceu novamente o emprego a Efigênia, nas mesmas
condições vigentes antes da aposentadoria, já que ela era excelente a) o aviso prévio, se indenizado; e
empregada e tinha profundo conhecimento das rotinas do setor de b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tem-
RH. Com base na situação retratada e na Lei, assinale a afirmativa po de Serviço, prevista no § 1º do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de
correta. maio de 1990:
A) Uma vez que Efigênia se aposentou, ela não pode assumir emprego II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
na mesma sociedade empresária na qual se jubilou, por vedação legal
§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo
expressa, sob pena de nulidade do segundo contrato. permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fun-
B) Se Efigênia voltar a trabalhar na sociedade empresária, o seu con- do de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art.
tracheque terá o desconto do INSS mensal, sendo irrelevante que ela 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta
seja aposentada. por cento) do valor dos depósitos.
C) A ex-empregada pode voltar a trabalhar porque sua liberdade é ga- § 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput
rantida pela Constituição da República, mas deverá optar entre rece- deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-De-
ber o salário do empregador ou a aposentadoria pelo INSS, já que não semprego.

é possível o acúmulo. Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXV
D) O tempo trabalhado antes da aposentadoria, caso seja quitado pela Em março de 2015, Lívia foi contratada por um estabelecimento co-
sociedade empresária, será considerado para fins de pagamento de mercial para exercer a função de caixa, cumprindo jornada de segun-
adicional por tempo de serviço no segundo contrato. da-feira a sábado das 8h às 18h, com intervalo de 30 minutos para
refeição. Em 10 de março de 2017, Lívia foi dispensada sem justa cau-
APOSENTADORIA sa, com aviso prévio indenizado, afastando-se de imediato. Em 30 de
março de 2017, Lívia registrou sua candidatura a dirigente sindical
Decreto nº 3.048/99 - Art. 181-B. As aposentadorias por idade,
tempo de contribuição e especial concedidas pela previdência social, na e, em 8 de abril de 2017, foi eleita vice-presidente do sindicato dos
forma deste Regulamento, são irreversíveis e irrenunciáveis. comerciários da sua região. Diante desse fato, Lívia ponderou com a
direção da empresa que não seria possível a sua dispensa, mas o em-
A desaposentação é expressamente proibida pelo art. 18, § 2º da
Lei nº 8.213/91, cuja redação novamente se transcreve: O aposentado pregador insistiu na manutenção da dispensa afirmando que o aviso
pelo Regime Geral de Previdência Social – RGPS que permanecer em ati- prévio não poderia ser considerado para fins de garantia no emprego.
vidade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação al- Sobre a hipótese narrada, de acordo com a CLT e com o entendimento
guma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.
exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado.
A) O período do aviso prévio é integrado ao contrato para todos os
Os aposentados que voltam a trabalhar pagam contribuição previ- fins, daí porque Lívia, que foi eleita enquanto o pacto laboral estava
denciária não porque esses recursos serão utilizados em seu favor, mas em vigor, não poderá ser dispensada sem justa causa.
sim para ajudar na concessão de benefícios previdenciários que serão
concedidos a outras pessoas que eles nem conhecem, face o princípio da B) Não se computa o aviso prévio para fins de tempo de serviço nem
solidariedade (CF, art. 3, I). anotação na CTPS do empregado e, em razão disso, Lívia não terá di-
reito à estabilidade oriunda da eleição para dirigente sindical.
Nesse sentido, votou o Min. Teori Zavascki: “essas contribuições
efetuadas pelos aposentados destinam-se ao custeio atual do sistema C) O aviso prévio é computado para todos os fins, mas, como a candi-
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datura da empregada ocorreu no decorrer do aviso prévio, Lívia não nas CIPAs não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como
terá garantia no emprego. tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou fi-
nanceiro.
D) A Lei e a jurisprudência não tratam dessa situação especial, razão
pela qual caberá ao magistrado, no caso concreto, decidir se o aviso 2.4.  CIPEIRO REPRESENTANTE DO EMPREGADOR
prévio será computado ao contrato. IMPORTANTE - A estabilidade provisória, prevista nos arts. 10, II, a,
do ADCT e 165 da CLT, para os membros titulares e suplentes da CIPA não
alcança os membros indicados diretamente pelo empregador, conforme
PRINCIPAIS ESTABILIDADES NO EMPREGO decisão abaixo,
1.  DIRIGENTE SINDICAL 2.5.  NECESSIDADE DE INQUÉRITO JUDICIAL
CF, Art. 8, VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a Segundo entendimento do TST, não há necessidade de ajuizamen-
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sin- to de inquérito judicial para apuração de falta grave para dispensar o em-
dical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, pregado cipeiro portador de estabilidade, por justa causa tipificada em
salvo se cometer falta grave nos termos da lei. um dos itens do art. 482 da CLT.
1.1.  COMUNICAÇÃO DO EMPREGADOR 3.  EMPREGADA GESTANTE
Súmula 369, I do TST - É assegurada a estabilidade provisória ao Art. 10, inciso II, do ADCT - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem
empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da justa causa: alínea “b” da empregada gestante, desde a confirmação da
candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto gravidez até cinco meses após o parto.
no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer 3.1.  GRAVIDEZ NO CURSO DO AVISO PRÉVIO
meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho. CLT, Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no
1.2.  LIMITAÇÃO AO NÚMERO DE DIRIGENTE E SUPLENTES curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio
Súmula 369, II do TST - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade
Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposi-
alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número ções Constitucionais Transitórias.
de suplentes. 3.2.  DESCONHECIMENTO DO ESTADO GRAVÍDICO
1.3.  CATEGORIA DIFERENCIADA Súmula 244, I do TST - O desconhecimento do estado gravídico
Súmula 369, III do TST - O empregado de categoria diferenciada pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização de-
eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa corrente da estabilidade (art. 10, II, “b” do ADCT).
atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi IMPORTANTE - O Plenário do Supremo Tribunal Federal reconhe-
eleito dirigente. ceu por 8 votos a 1, ao julgar o RE 629.053 com repercussão geral, que
1.4.  EXTINÇÃO DA EMPRESA mulheres grávidas devem ter estabilidade a partir da confirmação da gra-
Súmula 369, IV do TST - Havendo extinção da atividade empresarial videz, e não somente após a comunicação ao empregador. Desta forma,
no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a ficou mantido o entendimento do item I da Súmula 244 do TST.
estabilidade. 3.3.  GRAVIDEZ NO CONTRATO A PRAZO DETERMINADO
1.5.  REGISTRO DA CANDIDATURA NO AVISO PRÉVIO Súmula 244, III do TST - A empregada gestante tem direito à esta-
Súmula 369, V do TST - O registro da candidatura do empregado a bilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Dis-
cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que posições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão
indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra mediante contrato por tempo determinado.
do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. EXEMPLO: Contrato de experiência.
1.6.  NECESSIDADE DE INQUÉRITO JUDICIAL 3.4.  ESTABILIDADE NOS CASOS DE ADOÇÕES
Súmula 379 do TST - O dirigente sindical somente poderá ser dis- CLT, Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no
pensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteli- curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio
gência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade
1.7.  AUSÊNCIA DE ESTABILIDADE provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposi-
1.7.1.  MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO ções Constitucionais Transitórias.
OJ. 365 da SDI-1 do TST - Membro de conselho fiscal de sindicato Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao em-
não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, pregado adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para
VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos fins de adoção.
da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da
3.5.  ESTABILIDADE PARA QUEM DETIVER GUARDA DO FILHO EM
gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).
CASO DE FALECIMENTO DA GENITORA
1.7.2.  DELEGADO SINDICAL
LEI COMPLEMENTAR Nº 146, DE 25 DE JUNHO DE 2014 - Art. 1o - O
OJ. 369 da SDI-1 do TST - O delegado sindical não é beneficiário da direito prescrito na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições
estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é dirigi- Constitucionais Transitórias, nos casos em que ocorrer o falecimento da
da, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção genitora, será assegurado a quem detiver a guarda do seu filho.
nos sindicatos, submetidos a processo eletivo.
3.6.  NECESSIDADE DE INQUÉRITO JUDICIAL
2.  CIPEIRO REPRESENTANTE DOS EMPREGADOS
Segundo entendimento do TST, não há necessidade de ajuizamen-
Art. 10, II, a, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias to de inquérito judicial para apuração de falta grave para dispensar a em-
- Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o Art. 7º, I, pregada gestante portadora de estabilidade, por justa causa tipificada em
da Constituição; II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: um dos itens do art. 482 da CLT.
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de
prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano 4.  DIRETOR DE COOPERATIVA
após o final de seu mandato; Lei n. 5.764/71, art. 55 - Os empregados de empresas que sejam
eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, go-
2.1.  SUPLENTE DA CIPA
zarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo artigo 543
Súmula 339, I do TST - O suplente da CIPA goza da garantia de em- da Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei n. 5.452, de 1° de maio
prego prevista no art. 10, II, “a”, do ADCT a partir da promulgação da Cons- de 1943).
tituição Federal de 1988.
O art. 55 da Lei n. 5.764/71 assegura a garantia de emprego apenas
2.2.  EXTINÇÃO DO ESTABELECIMENTO aos empregados eleitos, pois tal dispositivo prevê que esses diretores te-
Súmula 339, II do TST - A estabilidade provisória do cipeiro não rão as mesmas garantias asseguradas aos dirigentes sindicais no art. 543
constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos mem- da CLT, ou seja, os diretores possuem estabilidade provisória no emprego
bros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a em- até 1 (um) ano após o final do seu mandato.
presa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária,
4.1.  SUPLENTE DO DIRETOR DE COOPERATIVA
sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período es-
tabilitário. TST, OJ 253 da SDI-1 - ESTABILIDADE PROVISÓRIA. COOPERATIVA.
LEI Nº 5.764/71. CONSELHO FISCAL. SUPLENTE. NÃO ASSEGURADA -
2.3.  DEMISSÃO DO CIPEIRO O art. 55 da Lei nº 5.764/71 assegura a garantia de emprego apenas aos
Art. 165 da CLT – Os titulares da representação dos empregados empregados eleitos diretores de Cooperativas, não abrangendo os mem-
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bros suplentes. contrato de trabalho. Observe, que apesar do protesto judicial ser válido
4.2.  NECESSIDADE DE INQUÉRITO JUDICIAL na Justiça do Trabalho, OJ n. 392 da SDI-I/TST, a ação já estava prescrita,
quando de sua apresentação.
A doutrina e a jurisprudência, entendem que é necessário apuração
da falta grave por meio de inquérito judicial no caso de dispensa por justa 1.  Prazo. Prescrição bienal total
causa do diretor de cooperativa. O prazo prescricional para ingressar com a reclamação trabalhista
5.  REPRESENTANTES DOS EMPREGADOS MEMBROS DA COMISSÃO é de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho. (CF, art. 7º, XXVIII)
DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA 2.  Prazo. Prescrição quinquenal parcial
CLT, Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a pres-
composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará crição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente ante-
as seguintes normas: riores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e,
não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção do contrato. (TST,
§1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados SUM 308, I)
membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até
um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos 3.  Prazo. Prescrição quinquenal total
termos da lei. CLT, art.11, §2° - Tratando-se de pretensão que envolva pedido de
6.  EMPREGADO REABILITADO E EMPREGADO COM DEFICIÊNCIA prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do
pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja
Art. 93 da Lei 8.213/91, §1º - A dispensa de pessoa com deficiência também assegurado por preceito de lei. (Alteração pela Reforma Traba-
ou de beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de contrato lhista).
por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imo-
tivada em contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer OBS: A suspensão do contrato de trabalho, em virtude da percep-
após a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário ção do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, não impede a
reabilitado da Previdência Social. fluência da prescrição quinquenal, ressalvada a hipótese de absoluta im-
possibilidade de acesso ao Judiciário. (TST, OJ 375)
7.  COMISSÃO DE REPRESENTANTES DOS EMPREGADOS
CLT, Art. 510-D - O mandato dos membros da comissão de repre- 4.  Prescrição do FGTS
sentantes dos empregados será de um ano. Em regra, é quinquenal a prescrição do direito de reclamar contra
o não-recolhimento de contribuição para o FGTS, observado o prazo de
§ 3º - Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do dois anos após o término do contrato. (TST, SUM 362, I)
mandato, o membro da comissão de representantes dos empregados
não poderá sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que 5.  Causa que suspende a prescrição
não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. CLT, art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da
provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo
O art. 510-A da CLT, foi acrescentado pela Lei 13.467/2017, e de- que lhe resta, a partir da tentativa frustada de conciliação ou do esgo-
termina que nas empresas com mais de 200 empregados é assegurada a tamento do prazo previsto no art. 625-F. CLT, Art. 855-E - A petição de
eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promo- homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da
ver-lhes o entendimento direto com os empregadores. ação quanto aos direitos nela especificados. Parágrafo único. O prazo
8.  ESTABILIDADE DO ACIDENTADO prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado
Art. 118 da lei 8.213/91 - O segurado que sofreu acidente do traba- da decisão que negar a homologação do acordo. (Alteração pela Reforma
lho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do Trabalhista).
seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença 6.  Causa que interrompe a prescrição
acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. CLT, art. 11, §3º - A interrupção da prescrição somente ocorrerá
8.1.  PRESSUPOSTOS DA ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incom-
Súmula 378, II do TST - São pressupostos para a concessão da es- petente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produ-
tabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção zindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos. (Alteração pela
do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, Reforma Trabalhista).
doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução O protesto judicial é medida aplicável no processo do trabalho, por
do contrato de emprego. força do art. 769 da CLT e do art. 15 do CPC de 2015. O ajuizamento da
8.2.  ESTABILIDADE PARA OS ACIDENTES NO CONTRATO DE ação, por si só, interrompe o prazo prescricional, em razão da inaplicabili-
EXPERIÊNCIA dade do § 2º doart. 240 do CPC de 2015 (§ 2º do art. 219 do CPC de 1973),
incompatível com o disposto no art. 841 da CLT. (TST, OJ 392)
Sum 378 do TST - III - O empregado submetido a contrato de tra-
balho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego 7.  Causa que impede o início da contagem da prescrição
decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. CLT, art. 440 - Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre
8.3.  NECESSIDADE DE INQUÉRITO JUDICIAL nenhum prazo de prescrição.
Segundo entendimento do TST, não há necessidade de ajuizamen- 8.  Momento para alegar a prescrição
to de inquérito judicial para apuração de falta grave previsto no art. 853 Não se conhece de prescrição não arguida na instância ordinária
da CLT, para dispensar o empregado portador de estabilidade acidentária (Vara e TRT) (TST, SUM 153). No processo de conhecimento, o juiz não
por justa causa. pode conhecer de ofício. Entretanto, em se tratando de prescrição inter-
corrente (prescrição da fase de execução) o juiz pode conhecer de ofício.
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV
9.  Prescrição intercorrente (prescrição da fase de execução)
Um empregado de 65 anos foi admitido em 10/05/2011 e dispensado Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no pra-
em 10/01/2013. Ajuizou reclamação trabalhista em 05/12/2016, pos- zo de dois anos. A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se
tulando horas extras e informando, na petição inicial, que não have- quando o exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da
ria prescrição porque apresentara protesto judicial quanto às horas execução. A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou
extras em 04/06/2015, conforme documentos que juntou aos autos. declarada de ofício em qualquer grau de jurisdição. (CLT, art. 11-A)
Diante da situação retratada, considerando a Lei e o entendimento Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV
consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.
Uma instituição bancária construiu uma escola para que os filhos dos
A) A prescrição ocorreu graças ao decurso do tempo e à inércia do
seus empregados pudessem estudar. A escola tem a infraestrutura ne-
titular.
cessária, e o banco contratou as professoras que irão dar as aulas nos
B) A prescrição foi interrompida com o ajuizamento do protesto.
primeiros anos do Ensino Fundamental. Não existe controvérsia entre
C) A prescrição ocorreu, porque não cabe protesto judicial na seara
empregador e empregadas acerca do enquadramento sindical. Diante
trabalhista.
dessa situação, assinale a afirmativa correta.
D) A prescrição não corre para os empregados maiores de 60 anos.
A) Sendo o empregador das professoras um banco, elas são bancárias
e estão vinculadas à convenção coletiva dessa categoria profissional.
PRESCRIÇÃO: B) O professor integra categoria conexa, cabendo às professoras defi-
O ocorreu a prescrição, uma vez que o empregado tem prazo de nir a que sindicatos pretendem se filiar.
dois anos para ingressar com ação trabalhista a contar do termo final do C) Uma vez que a atividade desenvolvida pelas professoras não é ban-
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cária, caberá à Justiça do Trabalho definir as regras que deverão per- B) A análise deverá ser feita por cada estado da Federação, sendo obri-
mear os seus contratos. gatório o ponto se houver mais de 10 empregados no espaço geográ-
D) As professoras não são bancárias, porque integram categoria di- fico do estado.
ferenciada. C) O empresário não precisará manter controle escrito, porque tem
menos de 10 empregados por estabelecimento.
CATEGORIA DIFERENCIADA D) A Lei é omissa a respeito, daí porque, a título de cautela, é recomen-
dável que seja marcado o controle, podendo haver a pré-assinalação
1.  Conceito
da pausa alimentar.
A CLT em seu art. 511 § 3º, esclarece que “categoria diferenciada é
a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções dife-
renciadas por força de estatuto profissional especial ou em consequência CONTROLE DA JORNADA DE TRABALHO
de condições de vida singulares”
1.  Obrigação de ter cartão de ponto
Portanto, categoria profissional diferenciada é aquela formada por De acordo com a nova redação do § 2º do art. 74 da CLT, para os
profissionais que se distinguem dos demais por não serem regidos pelas estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória
mesmas normas jurídicas e por desempe nharem função totalmente dis- a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico
tinta em uma empresa. ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial de
Não se beneficiam do regime legal relativo aos bancários os em- Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assina-
pregados de estabelecimento de crédito pertencentes a categorias pro- lação do período de repouso.
fissionais diferenciadas.(TST, SUM 117) O TST entende que à expressão “estabelecimento”, contida no art.
O vigilante, contratado diretamente por banco ou por intermédio 74, § 2º, da CLT, volta-se para cada local de prestação de serviços, e não
de empresas especializadas, não é bancário. (TST, SUM 257) para a totalidade do empreendimento, caso em que o legislador utilizaria
a expressão “empresa”, contida no art. 2º da CLT.
2.  Estabilidade
[..] RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. ART. 74, § 2º,
TST, SUM 388, III - O empregado de categoria diferenciada eleito
DA CLT. CONTROLE DE JORNADA. CONCEITO DE “ESTABELECI-
dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa ativida-
MENTO”. Segundo o art. 74, § 2º, da CLT, “para os estabelecimentos
de pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito
de mais de dez trabalhadores”, será obrigatório o registro de jorna-
dirigente.
da. A alusão à expressão “estabelecimento” volta-se para cada local
3.  Aplicação da CCT ou ACT de prestação de serviços, e não para a totalidade do empreendi-
Aplicação de CCT ou ACT - Empregado integrante de categoria mento, caso em que o legislador utilizaria a expressão “empresa”,
profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador contida no art. 2º da CLT. Desse modo, não havendo mais de 10
vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi empregados no estabelecimento onde se deu a prestação de ser-
representada por órgão de classe de sua categoria. (TST, SUM 374) viços pelo Reclamante, não está a Reclamada obrigada a colacionar
os registros da jornada de trabalho. Recurso de revista conhecido
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV e provido. (RR - 2526-16.2013.5.09.0128, Relator Ministro: Mauricio
Godinho Delgado, Data de Julgamento: 21/10/2015, 3ª Turma, Data
Sílvio é empregado da sociedade empresária Onda Azul Ltda. e, em de Publicação: DEJT 23/10/2015)
determinado dia, no horário de almoço, ao se dirigir a um restaurante 2.  Negociação coletiva
para fazer sua refeição, foi atropelado por um veículo, sofrendo lesões A Reforma Trabalhista do ano de 2017, determinou por meio do in-
que o afastaram do serviço por 30 dias, inclusive com recebimento de ciso X do art. 611-A da CLT que: “A convenção coletiva e o acordo coletivo
benefício previdenciário. Diante da situação apresentada, assinale a de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem
afirmativa correta. sobre: modalidade de registro de jornada de trabalho.”
A) O fato não caracteriza acidente do trabalho, porque não aconteceu 3.  Ônus da prova
na empresa nem em deslocamento a serviço. É ônus do empregador que conta com mais de20 (vinte) emprega-
B) O fato caracteriza acidente do trabalho, e, ao retornar, Sílvio tem dos o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A
não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presun-
garantia no emprego de 12 meses. ção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida
C) A Lei é omissa a respeito, daí porque caberá ao juiz, no caso concre- por prova em contrário. (TST, SUM 338,I) - Modificada de acordo com a
to, dizer se o evento foi acidente de trabalho. Lei 13.874/2019
D) A empresa será obrigada a ressarcir o empregado, porque tem o 4.  Cartões de ponto inválidos
dever de fornecer alimentação. Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída
uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da
ACIDENTE DE TRABALHO prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevale-
cendo a jornada da inicial se dele não se dele não se desincumbir. (TST,
O horário de almoço não é considerado como tempo à disposição SUM 338,III)
do empregador (CLT, art. 71, § 2º), contudo, nos termos do art. 21, § 1º, da 5.  Ausência de controle de jornada
Lei n. 8.213/91, é considerado acidente do trabalho aquele que ocorre nos Não vão ter controle de jornada: O objetivo do art. 62, da CLT é
períodos destinados a refeição ou descanso. excluir a obrigação de o empregador remunerar, como extraordinário, o
Caracterizado o acidente do trabalho, o empregado tem garantia (1) trabalho externo incompatível com a fixação de horário,
de emprego por 12 meses a contar da cessação do benefício previdenciá-
rio (art. 118, Lei n. 8.213/91). (2) quem está em regime de teletrabalho e,
Nos termos da Súmula n. 378, I, TST, são pressupostos para a con- (3) o trabalho prestado pelos ocupantes de cargo de confiança.
cessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente Lembro que o empregado que exercer o cargo de confiança, deve receber
percepção do auxílio-doença acidentário, o que ocorreu no caso indicado uma gratificação de no mínimo 40%.
na questão.
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV
Carlos, professor de educação física e fisioterapeuta, trabalhou para a
Um empresário explora o ramo de farmácias e drogarias, possuin- Academia Boa Forma S/A, que assinou sua CTPS. Cumpria jornada de
do 18 filiais divididas por dois estados da Federação. Cada filial tem segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, com uma hora de intervalo para
5 empregados, todos com CTPS assinada. O empresário, desejando almoço. Ao longo da jornada de trabalho, ele ministrava quatro aulas
saber se precisa manter controle escrito dos horários de entrada e saí- de ginástica com 50 minutos de duração cada, e, também, fazia aten-
da dos empregados, procura você para, como advogado, orientá-lo. dimentos fisioterápicos previamente marcados pelos alunos da Aca-
Diante da situação retratada e com base na CLT, assinale a afirmativa demia, na sociedade empresária Siga em Boa Forma Ltda., do mesmo
correta. grupo econômico da Academia, sem ter sua CTPS anotada. Dispensa-
A) O controle de ponto deverá ser mantido, porque a empresa possui do, Carlos pretende ajuizar ação trabalhista. Diante disso, em relação
mais de 10 empregados.
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ao vínculo de emprego de Carlos assinale a afirmativa correta. no artigo 2º, § 2º, da CLT. De acordo com esta vertente - misto das teorias
A) O caso gera a duplicidade de contratos de emprego, sendo as em- doutrinárias da solidariedade ativa e passiva - todas as componentes do
grupo econômico são, ao mesmo tempo, empregadoras e garantidoras
presas responsáveis solidárias dos débitos trabalhistas. de crédito em relação aos contratos de trabalho por quaisquer delas fir-
B) O caso gera a duplicidade de contratos de emprego, sendo as em- mados. Consequência deste acatamento é que se mostra irrelevante o
presas responsáveis subsidiárias dos débitos trabalhistas. fato de pessoa jurídica coligada não ter integrado o polo passivo da ação,
C) O caso gera duplicidade de contratos de emprego, cada empresa pois observada a impossibilidade de satisfação pela beneficiária direta da
com sua responsabilidade. mão de obra, é juridicamente possível posterior ingresso de outra em-
presa do grupo, exclusivamente para responder pelo crédito exequendo,
D) O caso não gera coexistência de mais de um contrato de trabalho. inclusive com a despersonalização de sua pessoa jurídica, uma vez que,
na qualidade de coempregadora, é sempre responsável pelos direitos ad-
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV vindos do contrato de trabalho. Tal posicionamento restou sedimentado
com a revogação da Súmula nº 205, flagrantemente contraditória com a
José trabalhou como despachante para a sociedade empresária Vi- de nº 129, esta sim em perfeita consonância com o espírito protetor ema-
nhos do Sul Ltda. Frequentemente ele reparava que, nas notas de nado pelo legislador no citado dispositivo. (AP nº 02543200947202003
(20101088790), 10ª Turma do TRT da 2ª Região/SP, Rel. Rilma Aparecida
despacho, constava também a razão social da sociedade empresária Hemetério. unânime, DOe 27.10.2010)
Vinhos e Sucos de Bento Gonçalves Ltda. Os CNPJs das sociedades
2.1.  Ativa
empresárias eram distintos, assim como suas respectivas personali-
dades jurídicas, porém, os sócios de ambas eram os mesmos, sendo Não há duplicidade de contratos de trabalho quando o emprego
presta serviços para várias empresas do mesmo grupo econômico. Nes-
certo que a sociedade empresária Vinhos e Sucos de Bento Gonçalves se sentido o TST pacificou entendimento por meio da Súmula 129.
Ltda. era sócia majoritária da sociedade empresária Vinhos do Sul
TST, SUM-129 - A prestação de serviços a mais de uma em-
Ltda., além dos sócios pessoas físicas. Com base no caso narrado, as- presa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de
sinale a opção que apresenta a figura jurídica existente entre as socie- trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de
dades empresárias e o efeito disso perante o contrato de trabalho de trabalho, salvo ajuste em contrário.
João, em caso de eventual ação trabalhista. Qualquer pagamento recebido pelo empregado pelas empregas
A) Trata-se de consórcio de empregadores, havendo responsabilidade integrantes do grupo econômico, deve integrar sua remuneração, se fo-
solidária. rem resultantes da prestação de serviços. Esse é o entendimento do TST
por meio da Súmula 93;
B) Trata-se de consórcio de empregadores, havendo responsabilidade
subsidiária. Súmula nº 93 do TST - Integra a remuneração do bancário a
C) Trata-se de grupo econômico, havendo responsabilidade solidária. vantagem pecuniária por ele auferida na colocação ou na venda de
papéis ou valores mobiliários de empresas pertencentes ao mesmo
D) Trata-se de grupo econômico, havendo responsabilidade subsidiá- grupo econômico, se exercida essa atividade no horário e no local
ria. de trabalho e com o consentimento, tácito ou expresso, do banco
empregado.
GRUPO ECONÔMICO 2.2.  Passiva
A solidariedade do grupo também é passiva, pois todas as empre-
1.  Introdução sas do grupo econômico respondem de forma solidária [sem benefício de
Ocorre grupo econômico quando as empresas estão ligadas en- ordem] pelos créditos trabalhistas).
tre si, ou seja, quando há “empresa-mãe e empresas-irmãs”. Nesse caso,
cada uma dessas empresas possui personalidade jurídica própria, isto é, Contudo, conforme prevê o §3° acrescentado pela reforma traba-
CNPJ próprio, quadro de pessoal próprio, exercem atividades econômicas lhista, não há caracterização do grupo econômico apenas pela mera iden-
diversas. tidade de sócios entre as empresas, sendo necessária a demonstração do
preenchimento de três requisitos:
Nesse sentido:
a) interesse integrado;
Art. 2º da CLT - [..]
b) a efetiva comunhão de interesses; e
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora,
cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a
c) a atuação conjunta das empresas integrantes.
direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV
mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo eco-
nômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decor- Solange é comissária de bordo em uma grande empresa de trans-
rentes da relação de emprego. porte aéreo e ajuizou reclamação trabalhista postulando adicional de
Segundo Henrique Correia (Direito do Trabalho para os concursos periculosidade, alegando que permanecia em área de risco durante o
de analista do TRT e MPU. 11 ed. Juspodivm) , com a aprovação da Re- abastecimento das aeronaves porque ele era feito com a tripulação a
forma Trabalhista, a nova redação do § 2° do art. 2° da CLT estabelece o
reconhecimento de duas formas de grupo econômico: bordo. Iracema, vizinha de Solange, trabalha em uma unidade fabril
recebendo adicional de insalubridade, mas, após cinco anos, sua ativi-
Grupo econômico por subordinação: Essa modalidade já era pre- dade foi retirada da lista de atividades insalubres, por ato da autorida-
vista na redação anterior do dispositivo em apreço. No caso, o grupo
pode ser formado na hipótese de existência de hierarquia entre as em- de competente. Sobre as duas situações, segundo a norma de regência
presas. Para a prova de formação do grupo econômico por subordinação, e o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.
é indispensável, portanto, demonstrar que há uma relação de controle A) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema
entre uma ou mais empresas em relação às demais integrantes. perderá o direito ao adicional de insalubridade.
Grupo econômico por coordenação: A Reforma Trabalhista inovou B) Solange tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema man-
ao prever a possibilidade de formação de grupo econômico por coorde- terá o adicional de insalubridade por ter direito adquirido.
nação. De acordo com o novo dispositivo, mesmo que as empresas guar- C) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema
dem cada uma sua autonomia, estará configurado o grupo econômico.
manterá o direito ao adicional de insalubridade.
A reforma trabalhista do ano de 2017 , vedou a equiparação sala- D) Solange tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema per-
rial de empresas do mesmo grupo econômico que ficam localizadas em derá o direito ao adicional de insalubridade.
estabelecimento empresarial distintos, pois, o caput do art. 461, fala em
mesmo estabelecimento empresarial.
CLT, Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabele- 1.  Introdução
cimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de
Segundo o art. 193da CLT, são consideradas atividades ou opera-
sexo, etnia, nacionalidade ou idade.
ções perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do
2.  Responsabilidade do grupo econômico Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de traba-
Em face dos termos do Enunciado nº 129, conclui-se que o c. TST lho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do
adotou a tese da responsabilidade dual no que diz respeito ao disposto trabalhador a:
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I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos
limites de tolerância; II - com a utilização de equipamentos de proteção in-
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades pro- dividual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo
fissionais de segurança pessoal ou patrimonial. a limites de tolerância. (CLT, Art. 191)
§ 4º São também consideradas perigosas as atividades de traba- O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de peri-
lhador em motocicleta. culosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade
2.  Percentual do adicional de periculosidade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do
O trabalho em condições de periculosidade assegura ao emprega- Trabalho.(CLT, Art. 194)
do um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acrés-
cimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII
da empresa. Um empregado recebeu o contracheque de determinado mês com
3.  Proibição de cumulação com outros adicional descontos, a título de contribuição confederativa e de contribuição
O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que sindical. Por não ser sindicalizado, reclama junto ao empregador con-
porventura lhe seja devido. tra ambas as subtrações e este encaminha caso ao setor jurídico para
Serão descontados ou compensados do adicional outros da mes- análise. Diante da situação retratada, de acordo com a CLT e o enten-
ma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acor- dimento consolidado do TST e do STF, assinale a afirmativa correta.
do coletivo. A) O desconto de contribuição sindical não é válido, mas o da contri-
4.  Tripulantes de demais empregado do avião buição confederativa está correto, posto que obrigatório.
Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de B) Os descontos são inválidos e, portanto, não pode ser obrigado a
transporte aéreo que, no momento do abastecimento da aeronave, per- contribuir.
manecem a bordo não têm direito ao adicional de periculosidade a que C) O desconto de contribuição sindical é válido, mas o da contribuição
aludem o art. 193 da CLT e o Anexo 2, item 1, “c”, da NR 16 do MTE. (TST,
SUM 447) confederativa, não, porque o empregado não é sindicalizado.
D) As subtrações são válidas, porque o empregado, mesmo não sendo
5.  Exposição intermitente
sindicalizado, beneficia-se da convenção coletiva.
Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto
permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições
de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, PRINCIPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL
assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo
extremamente reduzido. (TST, SUM 364 - I) Vedam-se descontos no salário, exceto nos casos previstos em lei
ou norma coletiva.
6.  Redução do percentual por CCT ou ACT
Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de traba- 1.  Descontos permitidos - Art. 462, § 1º da CLT
lho fixando o adicional de periculosidade em percentual inferior ao esta- Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários
belecido em lei e proporcional ao tempo de exposição ao risco, pois tal do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de disposi-
parcela constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, ga- tivos de lei ou de contrato coletivo.
rantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º,
da CLT). (TST, SUM 364 - II) Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito,
desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de
CLT, Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção dolo do empregado.
coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a su- 2.  Descontos proibidos
pressão ou a redução dos seguintes direitos: XVIII - adicional de 2.1.  Contribuição sindical
remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas;
As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais repre-
sentadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contri-
1.  Introdução
buição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste
Segundo o art. 189 da CLT, serão consideradas atividades ou ope- Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas.(CLT, Art. 578)
rações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos
de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima O desconto da contribuição sindical está condicionado à autoriza-
dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do ção prévia e expressa dos que participarem de uma determinada catego-
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. ria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do
sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo
2.  Previsão na NR do MTE
este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação.(CLT,
Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pe- Art. 579)
ricial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo
necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elabo- IMPORTANTE - O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu no
rada pelo Ministério do Trabalho. (TST, SUM 448 - I) dia 29/06/2018 por 6 votos a 3, declarar a constitucionalidade do
ponto da Reforma Trabalhista que extinguiu a obrigatoriedade da
A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo contribuição sindical.
de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar 2.2.  Contribuição confederativa de empregados não filiados ao
à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional sindicato - SV 40 STF
de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da
NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização IMPORTANTE - A Contribuição Confederativa de que trata o art. 8º,
de lixo urbano.(TST, SUM 448 - II) IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respec-
tivo.
3.  Ausência de direito adquirido
A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII
da autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicio- A sociedade empresária Gardênia Azul Ltda. aprovou acordo coletivo
nal, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade sa-
larial. (TST, SUM 248) junto ao sindicato de classe dos seus empregados prevendo um plano
de cargos e salários. Nele, as promoções seriam feitas no máximo a
4.  Fornecimento de EPI
cada dois anos, exclusivamente pelo critério de antiguidade. No pe-
A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de apare-
lhos protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo ríodo de vigência dessa norma, Walter ajuizou uma ação requerendo
exclui a percepção do respectivo adicional. (TST, SUM 80) equiparação salarial a Fernando, referente ao período do acordo cole-
tivo. Diante da situação concreta e da jurisprudência consolidada do
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador
não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar TST, assinale a afirmativa correta.
as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, en- A) O pedido de equiparação salarial não é possível juridicamente por-
tre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. que a sociedade empresária possui plano de cargos e salários.
(TST, SUM 289) B) A equiparação salarial é possível se atendidos os demais requisitos
A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: I - com legais, porque o plano de cargos e salários em questão não tem vali-
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dade. aprovei­ta da pouca instrução dos empregados, envolve-os em dívidas


C) A observância ou não ao acordo ficará a cargo de cada juiz, porque com a finalidade de impossibilitar o desligamento do trabalhador. Tem-se
aqui o regime de “servidão por dívidas” (truck system), vedado pelo orde-
inexiste previsão legal ou jurisprudencial a respeito. namento jurídico, conforme o art. 462, § 2, da CLT.
D) O plano de cargos e salários, por ser fruto de negociação coletiva e
atender aos requisitos legais, precisa ser observado pelo magistrado. Del Credere corresponde a parte contratante poder descontar do
representante comercial determinado valores na hipótese da venda ou da
transação ser desfeita ou cancelada.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL O art. 43 da Lei nº 4.886/65 prevê textualmente que: “Art. 43. É
CLT, Art. 5 – A todo trabalho de igual valor corresponderá salário vedada no contrato de representação comercial a inclusão de cláusulas
igual, sem distinção de sexo. del credere.

Art. 7, XXX da CF - proibição de diferença de salários, de exercício IMPORTANTE - Somente no caso de “insolvência do comprador” é
de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou que o empregador pode estornar a comissão que houver pago (art. 7 da
estado civil; Lei 3.207 /1957), pois o empregador é quem corre o risco do empreendi-
mento, não se admitindo a adoção da chamada cláusula stare del credere.
1.  Requisitos Desse modo, o trabalhador faz jus à comissão mesmo que o comprador
CLT, Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual simplesmente não pague a compra ou devolva o bem adquirido.
valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento em-
presarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacio- Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII
nalidade ou idade. Um grupo econômico é formado pelas sociedades empresárias X, Y
§ 1° Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que e Z. Com a crise econômica que assolou o país, todas as empresas do
for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre grupo procuraram formas de reduzir o custo de mão de obra. Para
pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador evitar dispensas, a sociedade empresária X acertou a redução de 10%
não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja
superior a dois anos. dos salários dos seus empregados por convenção coletiva; Y acertou
2.  Impedimento de equiparar salários
a mesma redução em acordo coletivo; e Z fez a mesma redução, por
acordo individual escrito com os empregados. Diante da situação re-
§ 2° Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o em-
pregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por tratada e da norma de regência, assinale a afirmativa correta.
meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de A) As empresas estão erradas, porque o salário é irredutível, conforme
cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou regis- previsto na Constituição da República.
tro em órgão público. B) Não se pode acertar redução de salário por acordo coletivo nem por
§ 3° No caso do § 2° deste artigo, as promoções poderão ser feitas acordo individual, razão pela qual as empresas Y e Z estão erradas.
por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, C) A empresa Z não acertou a redução salarial na forma da lei, tornan-
dentro de cada categoria profissional. do-a inválida.
3.  Paradigma readaptado D) As reduções salariais em todas as empresas do grupo foram nego-
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de de- ciadas e, em razão disso, são válidas.
ficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência
Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
4.  Vedação de paradigmas remotos COMENTÁRIOS / ESTUDO DO TEMA
IMPORTANTE - § 5° A equiparação salarial só será possível entre
empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a REDUÇÃO DO SALÁRIO
indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâ- A Constituição Federal, em hipótese que representa verdadeira
neo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria. exceção, apenas autoriza redução do salário, em situações efetivamente
5.  Discriminação necessárias (como para a manutenção do emprego), sempre por meio da
§ 6° No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou negociação coletiva.
etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais Determina o art. 7, inciso VI, da Constituição, ser direito dos traba-
devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% lhadores urbanos e rurais a: “irredutibilidade do salário, salvo o disposto
(cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral em convenção ou acordo coletivo”
de Previdência Social.
O art. 503 da CLT, que possibilita o empregador reduzir,
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - independente­mente de negociação coletiva, os salários de seus empre-
gados, não foi recepcionado pela constituição de 1988.
Um representante comercial ajuíza ação na Justiça do Trabalho pe-
dindo a devolução de descontos. Ele explica que sua comissão sobre ESTABILIDADE
as vendas é de 5%, mas que pode optar pelo percentual de 10%, desde Segundo o § 3º do art. 611-A da CLT, se for pactuada cláusula que
que se comprometa a pagar o valor da venda, caso o comprador fique reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo
inadimplente. Alega que sempre fez a opção pelos 10%, e que, nos ca- de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa
imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.
sos de inadimplência, teve de pagar o valor do negócio para depois
tentar reaver a quantia do comprador, o que caracterizaria transferên- Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII
cia do risco da atividade econômica. Diante do caso apresentado e da
Os irmãos Pedro e Júlio Cesar foram contratados como empre-
lei de regência, assinale a afirmativa correta.
gados pela sociedade empresária Arco Doce S/A e lá perma-
A) A prática é válida porque o representante não é empregado nos
neceram por dois anos. Como foram aprovados em diferen-
moldes da CLT, além de ter sido uma opção por ele tomada.
tes concursos públicos da administração direta, eles pediram
B) O caso traduz um truck system, sendo que a lei limita o prejuízo do
demissão e, agora, com a possibilidade concedida pelo Governo,
representante comercial a 50% da venda não paga.
dirigiram-se à Caixa Econômica Federal (CEF) para sacar o FGTS.
C) A norma de regência é omissa a respeito desta situação, razão pela
Na agência da CEF foram informados que só havia o depósito de FGTS
qual é válida, na medida em que se trata de relação de direito privado.
de 1 ano, motivo por que procuraram o contador da Arco Doce para
D) A situação caracteriza a cláusula del credere, vedada pela Lei de
uma explicação. O contador informou que não havia o depósito por-
Representação Comercial.
que, no último ano, Pedro afastara-se para prestar serviço militar
obrigatório e Júlio Cesar afastara-se pelo INSS, recebendo auxílio-
CLÁUSULA DEL CREDERE E TRUCK SYSTEM -doença comum (código B-31). Diante desses fatos, confirmados pelos
O Truck System e a cláusula Del Credere são vedados pela legisla- ex-empregados, o contador ponderou que não havia obrigação de a
ção trabalhista brasileira. empresa depositar o FGTS durante 1 ano para ambos. Sobre a questão
retratada e de acordo com a legislação em vigor, assinale a afirmativa
Truck System consiste na coação moral, em que o empregador, se
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correta. João era proprietário de uma padaria em uma rua movimentada do


A) A sociedade empresária tem razão na justificativa de Júlio Cesar, centro da cidade. Em razão de obras municipais, a referida rua foi
mas está errada em relação a Pedro. interditada para veículos e pedestres. Por conta disso, dada a ausência
B) A sociedade empresária está errada em relação a ambos os empre- de movimento, João foi obrigado a extinguir seu estabelecimento co-
gados. mercial, implicando a paralisação definitiva do trabalho. Acerca da
C) No que tange a Pedro, a sociedade empresária está certa, mas, no indenização dos empregados pela extinção da empresa, à luz da CLT,
tocante a Julio Cesar, não tem razão. assinale a afirmativa correta.
D) A pessoa jurídica está correta em relação a Pedro e a Júlio Cesar. A) Caberá indenização ao empregado, a ser paga pelo Município.
B) Caberá indenização ao empregado, a ser paga pela União.
SUSPENSÃO ESPECIAL DO CONTRATO C) Caberá indenização ao empregado, a ser paga pelo empregador,
sem possibilidade de ressarcimento.
A legislação trabalhista prevê duas formas de suspensão especial D) Tratando-se de motivo de força maior, não há pagamento de inde-
do contrato de trabalho, senão vejamos:
nização.
(1) Afastamento pelo INSS – Auxilio doença acidentário.
(2) Prestação do serviço militar obrigatório. FATO DO PRÍNCIPE
Nesses dois casos o empregador recolhe FGTS 8% - art. 15, § 5º da A questão trata do fato do príncipe, previsto na CLT, art. 486.
Lei 8.036/90
CLT, art. 486 No caso de paralisação temporária ou de-
Lei 8.036/90 - Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos finitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal,
os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que
cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspon- impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento
dente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês da indenização, que ficará a cargo do governo responsável.
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas
O factum principis trabalhista é definido como ato de império da
de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a
administração pública, interferindo na iniciativa privada, provocando a
que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modifi-
paralisação temporária ou definitiva da ativi­dade empresarial. O fato do
cações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
príncipe pode, ainda, impedir o exercício de toda uma atividade (proibição
§ 5º - O depósito de que trata o caput deste artigo é obri- de fabricação de armas de fogo, por exemplo), quando decorrer de um
gatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar ato normativo geral (lei em sentido amplo).
obrigatório e licença por acidente do trabalho.
No factum principis o legislador resolveu retirar do empregador a
E efetua a contagem do tempo de serviço – art. 4ª § 1º CLT. responsabilidade pelo pagamento da indenização. A indenização referida
CLT, Art. 4º, §1º - Computar-se-ão, na contagem de tempo
no texto legal é aquela do art. 478 (um mês de remuneração por cada ano
de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos
de serviço) para os ainda estáveis (vide comentários ao art. 477 da CLT).
em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando servi-
Para os não estáveis, a indenização devida pelo Estado será de 40% sobre
ço militar e por motivo de acidente do trabalho.
o FGTS, conforme art. 18, § 1 °, da Lei nº 8.036/90.

INTERRUPÇÃO DO CONTRATO A intervenção do ente público, decorrente da alegação de factum


principis prevista no § 1 ° do art. 486 da CLT, é de natureza sui generis,
CLT, Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao ser- não se enquadrando em qualquer modalidade de intervenção nominada
viço sem prejuízo do salário: no CPC.

I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do côn- CLT, art. 486 § 1º - Sempre que o empregador invocar em
juge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua sua defesa o preceito do presente artigo, o tribunal do trabalho
carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência eco- competente notificará a pessoa de direito público apontada como
nômica; responsável pela paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30
(trinta) dias, alegue o que entender devido, passando a figurar no
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; processo como chamada à autoria.
III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da pri- Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII
meira semana; - Primeira Fase
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de Cristóvão trabalhava na sociedade empresária Solventes Químicos
doação voluntária de sangue devidamente comprovada;
S/A como motorista de empilhadeira. Ocorre que, em uma viagem de
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar lazer feita nas férias, Cristóvão sofreu um acidente automobilístico e
eleitor, nos termos da lei respectiva. veio a óbito. Cristóvão deixou viúva, com quem era casado há 28 anos
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências pelo regime da comunhão parcial de bens, e cinco filhos, sendo três
do Serviço Militar referidas na letra “c” do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de deles maiores de 21 anos e capazes, e dois menores de 21 anos. Diante
agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). da tragédia ocorrida, a sociedade empresária calculou as verbas devi-
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas das em razão da extinção contratual decorrente da morte e pretende
de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino supe- efetuar o pagamento a quem de direito. De acordo com a legislação de
rior. regência, assinale a opção que contempla os beneficiários dessa verba.
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que compa- A) Somente a esposa e os filhos menores, por serem dependentes pre-
recer a juízo. videnciários passíveis de habilitação junto ao INSS, dividirão igual-
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de mente a verba decorrente do contrato de trabalho.
representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial B) A viúva e todos os filhos são sucessores, motivo pelo qual a verba
de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. deverá ser rateada igualmente entre todos, conferindo-se isonomia.
IMPORTANTE - X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas C) A viúva, por ser herdeira e meeira, ficará com 50% da indenização
médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua pela ruptura do contrato de trabalho, dividindo-se o restante, igual-
esposa ou companheira; mente, entre os filhos.
IMPORTANTE - XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho D) A Lei não é clara sobre quem deve receber a indenização, razão pela
de até 6 (seis) anos em consulta médica. qual caberá ao juiz, no caso concreto e verificando a necessidade de
IMPORTANTE - XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de cada herdeiro, fazer a divisão justa e equânime.
trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer devida-
mente comprovada. Legitimidade dos Herdeiros
Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII Falecido o empregado, a Lei n º 6.858/80 prevê um procedimento
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simplificado de habilitação pelos herdeiros habilitados perante a Previ- 2.  SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO
dência Social, conforme seu art. 1 °, in verbis: IMPORTANTE - TST, SUM159 - I - Enquanto perdurar a substituição
Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empre-
e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo gado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. II - Vago o
de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a
pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos depen- salário igual ao do antecessor.
dentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação 3.  PARCELAS QUE NÃO INTEGRAM O SALÁRIO
específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores IMPORTANTE - Com a reforma trabalhista do ano de 2017 (Lei
previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de 13.467/2017) as seguintes parcelas deixaram de ter caráter salarial:
inventário ou arrolamento.
1) Gratificações sem previsão na Lei;
TEMAS QUE DEVEM SER ESTUDADOS
2) Ajuda de custo;
1.  SALÁRIO IN NATURA
3) Diárias para viagem;
IMPORTANTE - Segundo o art. 458 da CLT, no salário in natura co-
nhecido também como salário utilidade, ocorre a substituição de parte 4) Prêmios;
paga em dinheiro por utilidades que seriam adquiridas pelo empregado.
Segundo o art. 458 da CLT, além do pagamento em dinheiro, compreen- 5) Alimentação - OBS: Não pode ser fornecida em dinheiro.
de-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, Nesse sentido:
vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do con-
trato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Não será CLT, Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do em-
permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. pregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago
diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço,
Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a as gorjetas que receber.
ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da ha-
bitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a § 1º - Integram o salário a importância fixa estipulada, as gra-
utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família. (CLT, tificações legais e as comissões pagas pelo empregador.
art. 458, §4). Note que a habitação poderá ser conjunta, sem distinção
inclusive se gênero, contudo, uma mesma família não poderá dividir ha- § 2º - As importâncias, ainda que habituais, pagas a título
bitação com outra família. de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento
em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram
1.1.  REQUISITOS a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de
IMPORTANTE - São requisitos concomitantes do salário utilidade: trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo
(CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do trabalho. 11.ª ed. Rio de Janeiro: São trabalhista e previdenciário.
Paulo: MÉTODO, 2015)
§ 4º - Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas
a) concessão de uma utilidade; pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro
a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho
b) que a utilidade seja benéfica; superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas ativida-
c) que seja concedida de forma graciosa, habitual e fornecida pelos des. 
serviços prestados (PELO TRABALHO); Outras parcelas que não possuem caráter salarial:
d) que não haja lei retirando a natureza salarial da parcela. 1) Participação nos lucros.
Nesse sentido, a Súmula 367 do TST: Art. 7º, XI da CF - participação nos lucros, ou resultados,
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação
SÚMULA 367 DO TST – I - A habitação, a energia elétrica e na gestão da empresa, conforme definido em lei;
veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indis-
pensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, 2) Direito de imagem
ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado CLT, Art. 456-A - Cabe ao empregador definir o padrão de
também em atividades particulares. II - O cigarro não se considera vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uni-
salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. forme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras
1.2.  NÃO SERÁ IN NATURA e de outros itens de identificação relacionados à atividade desem-
Art. 458, §2º da CLT – Para os efeitos previstos neste artigo, não penhada.
serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo 3) Fornecimento/manutenção de equipamentos e reembolso de
empregador: despesas
I - vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos CLT, Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade
empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos
tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação
II - educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de tercei-
do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas
ros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anui-
pelo empregado, serão previstas em contrato escrito.
dade, livros e material didático;
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste
III - transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retor-
artigo não integram a remuneração do empregado.
no, em percurso servido ou não por transporte público;
IV - assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada direta-
mente ou mediante seguro-saúde; 4.  CONTRATO INTERMITENTE
IMPORTANTE - Com a reforma trabalhista de 2017, foi criado o tra-
V - seguros de vida e de acidentes pessoais; balho intermitente.
VI - previdência privada; Segundo o § 3º do art. 443 da CLT, considera-se como intermitente
VII - (VETADO). (inciso acrescentado pela Lei n.º 10.243, de 19-06- o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordina-
01, DOU 20-06-01) ção, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação
de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, in-
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. dependentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador,
exceto para os aeronautas, que são regidos por legislação própria.
Foi incluído pela Lei 13.467/2017, o § 5º ao art. 457 da CLT, que diz
que “o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odon- 4.1.  CARACTERÍSTICAS
tológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medi- 4.1.1.  FORMA ESCRITA
camentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas CLT, Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser cele-
médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em brado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de traba-
diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário lho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àque-
do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para le devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a
efeitos do previsto na alínea q do § 9º do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de mesma função em contrato intermitente ou não.
julho de 1991”.
4.1.2.  PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS SEM CONTINUIDADE
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CLT, Art. 443, §3º - Considera-se como intermitente o contrato de


trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é con-
tínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços
e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independente-
mente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para
os aeronautas, regidos por legislação própria.
4.1.3.  QUALQUER TIPO DE ATIVIDADE
CLT, Art. 443, §3º - Considera-se como intermitente o contrato de
trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é con-
tínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços
e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independente-
mente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para
os aeronautas, regidos por legislação própria.
4.1.4.  PRAZO DE 3 DIAS PARA O EMPREGADOR CONVOCAR O
EMPREGADO
CLT, Art. 452-A, § 1º - O empregador convocará, por qualquer meio
de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual
será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.
4.1.5.  PRAZO DE 1 DIA ÚTIL PARA O EMPREGADO ACEITAR
CONVOCAÇÃO
CLT, Art. 452-A § 2º Recebida a convocação, o empregado terá
o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no
silêncio, a recusa.
4.1.6.  RECUSA DO EMPREGADO
CLT, Art. 452-A § 3º - A recusa da oferta não descaracteriza a subor-
dinação para fins do contrato de trabalho intermitente.
4.1.7.  MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA OFERTA
CLT, Art. 452-A § 4º - Aceita a oferta para o comparecimento ao tra-
balho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no
prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração
que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.
4.1.8.  PAGAMENTO DA REMUNERAÇÃO
CLT, Art. 452-A § 6º - Ao final de cada período de prestação de
serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes
parcelas:
I - remuneração;
II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; 
III - décimo terceiro salário proporcional; 
IV - repouso semanal remunerado; e
V - adicionais legais.
4.1.9.  VEDAÇÃO AO SALÁRIO COMPLESSIVO.
CLT, Art. 452-A § 7º - O recibo de pagamento deverá conter a dis-
criminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas referidas
no § 6º deste artigo.
TST, SUM 91 - SALÁRIO COMPLESSIVO - Nula é a cláusula contra-
tual que fixa determinada importância ou percentagem para atender en-
globadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador.
4.1.10.  FÉRIAS DO EMPREGADO
CLT, Art. 452-A, § 9º - A cada doze meses, o empregado adquire
direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, perío-
do no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo
empregador.
CLT, Art.134, § 1º Desde que haja concordância do empregado, as
férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles
não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão
ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.
4.1.11.  PERÍODO DE INATIVIDADE – NÃO É TEMPO À DISPOSI-
ÇÃO
CLT, Art. 452-A, § 5º - O período de inatividade não será conside-
rado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar
serviços a outros contratantes.

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