Você está na página 1de 51

Unidade II

Unidade II
5 PLANO DE CONTROLE DE EXPOSIÇÃO

Na década de 1980, o treinamento de segurança no laboratório clínico se concentrava no uso de


medidas de proteção contra riscos químicos e físicos, além de doenças contagiosas, como a tuberculose.
No entanto, a descoberta da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), causada pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV), e o aumento das infecções pelo vírus da hepatite B (HBV) e pelo
vírus da hepatite C (HCV) reforçaram o alarde para a segurança biológica e na prevenção, exposição e
transmissão desses agentes.

Cada empregador deve desenvolver um plano de controle de exposição (plano de controle de


infecção) para identificar todos os funcionários com potencial para exposição ocupacional a sangue
humano ou outros materiais potencialmente infecciosos (OMPIs). Um programa de treinamento deve
ser estabelecido para informar os funcionários sobre os riscos, e o treinamento deve ser documentado.

O empregador precisa atualizar e documentar o treinamento todo ano, e cada funcionário deve ter
acesso ao plano. Uma cópia é colocada em cada posto de enfermagem, no laboratório ou escritório.
O empregador possui várias responsabilidades com os funcionários, tais como: o funcionário deve ter
acesso adequado ao equipamento de proteção individual para as tarefas que executa, os rótulos e os
sinais de aviso devem ser usados para identificar riscos biológicos, entre outros.

O termo risco biológico se tornou comum, e um símbolo foi adotado e agora é muito usado para
indicar a presença ou condição de risco biológico. Os métodos de controle consistem em todos os
componentes considerados essenciais para uma tarefa ser realizada com segurança para o paciente e
o funcionário. Esses componentes incluem o uso de precauções‑padrão, EPIs, controle de engenharia e
controle de prática de trabalho.

Precauções‑padrão se referem a um método de controle de infecção no qual todos os pacientes,


todo o sangue humano e outros fluidos ou substâncias (incluindo órgão e tecidos moles) são tratados
como potencialmente infectantes. O EPI é um aparato, dispositivo ou equipamento especializado
usado por funcionários para se protegerem da exposição direta a materiais potencialmente infectantes.
Inclui luvas, jalecos resistentes, fluidos, proteção para o rosto ou máscaras, óculos de proteção e
óculos de segurança.

Os controles de engenharia são dispositivos e tecnologias usados para isolar o funcionário dos riscos.
Um exemplo de tal dispositivo é o uso de recipientes de risco biológico, desinfetantes adequados para a
superfície e as mãos, recipientes resistentes a materiais pontiagudos e agulhas de segurança.

68
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

Os controles de prática de trabalho referem‑se ao modo como a tarefa é executada. Essas práticas
efetivas são hábitos corretos e seguros de trabalho. O uso de controles da prática de trabalho reduz a
probabilidade de um funcionário ser exposto aos riscos. Alguns exemplos são lavar as mãos antes de
colocar luvas e após removê‑las ou em qualquer outro momento necessário; usar EPIs adequados ao
limpar derramamentos biológicos; remover e detectar EPIs quando deixar uma área de trabalho ou após
encerrar uma tarefa. Um importante controle da prática de trabalho é projetado para evitar a exposição
a patógenos vinculados pelo sangue por picadas acidentais com agulhas contaminadas (ESTRIDGE;
REYNOLDS, 2011).

A Norma Regulamentadora nº 32 (SÃO PAULO, 2014) tem por intuito indicar as diretrizes básicas
para a prática de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde,
assim como daqueles que fazem exercícios de promoção e assistência à saúde em geral. Essa norma tem
como medida de proteção garantir ao trabalhador o uso de material perfurocortante com dispositivo
de segurança, proibir o reencape e a desconexão manual de agulhas e assegurar que agulhas usadas
sejam imediatamente descartadas em recipientes acessíveis para materiais pontiagudos após o recurso
de segurança ser ativado. Essa norma mudou de modo significativo as práticas de flebotomia.

Figura 13 – Sinal de risco biológico

Saiba mais

Para conhecer mais sobre a Norma Regulamentadora nº 32, leia:

SÃO PAULO (Estado). Normas Regulamentadoras nº 7, nº 9 e nº


32. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 2014. Disponível em:
<http://www.saude.sp.gov.br/resources/crh/ggp/cartilhas/normas_
regulamentares.pdf>. Acesso em: 3 maio 2019.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). Portaria MTE


nº 485, de 11 de novembro de 2005. NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho
em Serviços de Saúde. Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/
biosseguranca/Bis/manuais/legislacao/NR-32.pdf>. Acesso em: 2 maio 2019.

69
Unidade II

5.1 Classificação de risco no transporte de material biológico

A identificação de risco do material biológico para transporte é aconselhada pela OMS,


destinada a governos e organizações internacionais apreensivos com a regulação do transporte de
mercadorias perigosas. Segundo a OMS, a identificação de risco biológico para o transporte deve
estar fundamentada nos seguintes princípios: no transporte, a barreira protetora é o sistema
de embalagens; os mecanismos infecciosos evidenciam os fatores que devem ser levados em
consideração quando se julga o risco de infecção por um agente patogênico específico.

Para fins de transporte, entende‑se por substâncias infecciosas ou infectantes os materiais


biológicos que contenham agentes patógenos ou estejam sob suspeita razoável de contê‑los. O
risco biológico em transporte deve ser compreendido como o nível de risco frente à exposição
a agentes biológicos durante os procedimentos de transporte. Esse risco deve ser avaliado pela
patogenia, modo e relativa facilidade de transmissão por meio de materiais biológicos, e também
pela possibilidade da doença em função da disponibilidade de tratamentos preventivos conhecidos
e eficazes, considerando os mecanismos de barreiras ao contato com material biológico durante
a atividade de transporte, como sistemas de embalagem, compartimentos definidos em veículos,
treinamento de pessoal e outros.

A OMS julga como produtos perigosos aqueles que apresentam riscos durante o transporte. Há nove
classes de produtos perigosos. Três dessas são importantes para o transporte de material biológico:
gases, substâncias tóxicas e infecciosas e coletânea de produtos perigosos.

5.2 Substância biológica da categoria A

A substância biológica da categoria A é uma substância infecciosa (material biológico infeccioso)


que se transporta de maneira que, ao existir exposição a ela, possa ocorrer uma infecção, resultando em
incapacidade definitiva e perigo de vida para seres humanos ou animais sadios.

A classificação das amostras biológicas em UN 2814 ou UN 2900 deve ser estabelecida no histórico
clínico conhecido do indivíduo (natureza humana ou animal) de origem do material, nos sinais e
sintomas e nas situações epidemiológicas locais, conforme a opinião de profissional habilitado para a
verificação dos fatores de risco em questão. Essa classificação se aplica a todos os modos de transporte:
aéreo, terrestre e aquaviário.

O transporte de material infectante perigoso demanda cuidados especiais e exigências específicas de


acordo com o modo de transporte usado. As culturas são amostras biológicas incubadas (com o propósito
de multiplicação/crescimento de patógenos); já as amostras clínicas são coletadas diretamente de seres
humanos ou de animais. Essa diferença é importante para a classificação das substâncias infecciosas,
que afetará diretamente a escolha da embalagem (ANVISA, 2016a).

70
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

Observação

Substâncias biológicas da categoria A são consideradas artigos


perigosos de alta consequência, que, potencialmente, podem ser utilizados
em um incidente terrorista. Como resultado, podem produzir sérios danos,
como acidentes ou destruição em massa. Cabe lembrar que a exposição
ocorre quando uma substância infecciosa é lançada fora das embalagens,
resultando em contato físico com os seres humanos ou animais.

Observação

UN 2814 é uma substância infectante que afeta seres humanos ou


infectious substance affecting humans, em inglês.

UN 2900 é uma substância infectante que afeta somente animais ou


infectious substance affecting animals only, em inglês.

5.3 Substância biológica da categoria B

Trata‑se de material biológico infeccioso ou potencialmente infeccioso que não se enquadra nos
critérios de inclusão da categoria A. Os critérios apresentados a seguir são definidos pela Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac) e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). São categorizadas
como categoria B as amostras de doadores e de pacientes, bem como as respectivas bolsas de sangue
total e hemocomponentes, com resultados reagentes, positivos, indeterminados ou inconclusivos para
marcadores de agentes infecciosos.

A seguir, são apresentados exemplos de amostras biológicas de risco mínimo, a depender da avaliação
clínica do indivíduo no qual foi coletado o material biológico:

a) amostra de sangue, soro, plasma ou urina para monitorar os níveis de


colesterol, de glicose, hormonais, do antígeno prostático específico (PSA) etc.;

b) amostras para testes de monitoramento funcional de órgãos como o


coração, o fígado ou os rins de seres humanos ou de animais com doenças
não infecciosas;

c) amostras para testes para verificar medicamentos;

d) amostras para testes de gravidez;

e) biópsias para detectar câncer;

71
Unidade II

f) testes para identificar anticorpos em seres humanos ou em animais, desde


que não haja suspeita de infecção (avaliação de imunidade induzida por
vacina, diagnóstico de doenças autoimunes etc.);

g) amostras coletadas de doadores de sangue, bem como bolsas de


sangue total para fracionamento, tecidos, células e órgãos após triagem
clínica e epidemiológica, por profissionais da saúde, em serviços/bancos
especializados;

h) amostras para testes de detecção de drogas ou álcool, sem suspeita de


infecção (ANVISA, 2015, p. 26).

5.4 Material biológico isento

Os requisitos determinados pela Anac (apud ANVISA, 2005) e adotados pela RDC nº 20/2014
(ANVISA, 2014b) para o transporte de material biológico isento são: os materiais biológicos humanos
não delimitados nas classificações anteriores, que sejam claramente isentos de agentes infecciosos ou
tenham sido sujeitos a procedimentos de neutralização/inativação/esterilização, tais como sangue e
componentes produzidos para transfusão, células, tecidos e órgãos para transplante, são classificados,
para fins de transporte, como materiais biológicos isentos.

As seguintes amostras biológicas não apresentam riscos infecciosos durante o processo de transporte,
sendo consideradas materiais biológicos isentos:

a) amostras que não contenham substâncias ou agentes [infectantes];

b) amostras que contenham micro‑organismos que não são patogênicos


para seres humanos ou para animais;

c) amostras em que todos os agentes patogênicos presentes estejam


neutralizados/esterilizados ou inativados de tal forma que não retratem
risco à saúde;

d) amostras ambientais (incluindo amostras de alimentos e de água) que


não configurem um risco significativo de infecção;

e) manchas de sangue seco, coletadas por meio da aplicação de uma gota de


sangue sobre um material absorvente ou mecanismo similar;

f) amostras biológicas designadas a testes de triagem de sangue oculto em fezes;

g) bolsa de sangue total ou hemocomponentes que tenham sido liberados


para fins de transfusão. [A bolsa de sangue total e hemocomponentes
com resultados negativos ou não reagentes para marcadores de agentes
72
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

infecciosos transmissíveis pelo sangue também é classificada, para fins de


transporte, como material biológico isento];

h) quaisquer células, tecidos ou órgãos liberados para a utilização em


transplantes ou enxertos (ANVISA, 2015, p. 29).

6 NORMAS TÉCNICAS DE ACONDICIONAMENTO, EMBALAGEM E TRANSPORTE


DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS

Qualquer procedimento realizado em laboratório de análises clínicas deve estar em conciliação com
a legislação, principalmente a detalhada na Lei n° 11.105/2005, que remete à biossegurança, com a
finalidade de reduzir os riscos importantes ao laboratório, evitando perigo à saúde de todos os envolvidos
(MARTY; MARTY, 2014).

Outros requisitos que devem ser seguidos para os procedimentos realizados em laboratório de
análises clínicas são determinados pela RDC n° 20/2014 da Anvisa (2014b), que regula as atividades
de transporte de material biológico sob a perspectiva da vigilância sanitária, produzindo as regras
para que serviços remetentes possam fazer essas atividades de transporte para outros serviços, como
serviços de hemoterapia, laboratórios clínicos, hospitais, clínicas, bancos de células, bancos de tecidos ou
similares, com o uso de infraestrutura para a logística de transporte própria ou de terceiros.

Outra norma utilizada para seguir os procedimentos de transporte e acondicionamento de


material biológico é a Portaria Conjunta Ministério da Saúde/Anvisa n° 370/2014 (ANVISA, 2014a),
que trata apenas do transporte de sangue e elementos no âmbito da hemoterapia. Também são
usadas normativas de outros órgãos reguladores do setor de transporte, como a Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Conselho Nacional de
Trânsito (Contran) e outros.

6.1 Substância biológica da categoria A: acondicionamento, rotulagem e


etiquetagem

Conforme a RDC nº 222, de 28 de março de 2018 (ANVISA, 2018), os RSS do grupo A que não
precisam ser obrigatoriamente tratados e os RSS após o tratamento são classificados como rejeitos e
precisam ser acondicionados em saco branco leitoso. Os rejeitos, tratados ou não, acondicionados em
sacos brancos leitosos devem ser encaminhados para a disposição final ambientalmente apropriada. Os
sacos para o acondicionamento de RSS do grupo A devem ser substituídos ao atingirem o limite de 2/3
(dois terços) de sua capacidade ou, então, a cada 48 horas, independentemente do volume, visando ao
conforto ambiental e à segurança dos usuários e profissionais.

Para o transporte de materiais biológicos da categoria A, devem ser solicitadas aos órgãos reguladores
de transporte orientações detalhadas de como realizar o adequado acondicionamento (embalagem)
desses materiais. Não é necessário exibir os nomes técnicos (nome do micro‑organismo em questão)
nas embalagens externas.

73
Unidade II

As embalagens devem conter as marcações e informações exigidas pela legislação vigente, a


saber: nome e endereço do remetente, assim como o nome e endereço do destinatário; nome e
número de telefone da pessoa responsável, que deverá ficar em prontidão 24 horas por dia, até
a remessa chegar, e deve ser capaz de conceder informações técnicas sobre o material biológico
transportado; designação correta da remessa (nome apropriado para transporte: substância infectante
que afeta seres humanos); código numérico da ONU (UN 2814); marca de embalagem homologada
(Anac)/certificada (Inmetro – ANTT); setas de orientação (obrigatórias somente quando a embalagem
primária contiver mais de 50 ml).

Para os transportadores aéreos, substâncias infecciosas da categoria A não devem ser carregadas na
aeronave no mesmo compartimento de animais, alimentos, rações ou outras substâncias comestíveis
destinadas ao consumo por seres humanos ou animais, exceto quando em relação à amostra infecciosa
da categoria A, os animais e os alimentos forem carregados em dispositivos de carga separados e quando
não ficarem um ao lado do outro, se armazenados a bordo da aeronave. Os operadores aéreos devem
ficar atentos a esse requisito, passível de fiscalização pela Anac.

Para os transportadores terrestres, as amostras infecciosas da categoria A devem ser mantidas


isoladas/separadas de gêneros alimentícios e de outros produtos de consumo humano ou animal durante
o transporte e nos locais de carga, descarga e transbordo. Várias regras aplicadas aos veículos terrestres
devem ser seguidas, como a disposição de painéis de segurança na parte externa, rótulos de risco em
veículos e equipamentos com tacógrafo. Durante o trânsito, o transportador deve portar uma ficha de
emergência e um kit de emergência (EPI básico – luva e capacete), além de cumprir outras exigências,
que devem ser consultadas junto à ANTT (ANVISA, 2016a).
Tampa
Receptáculo primário
(tubo com amostra) Material absorvente
Embalagem Registro do espécime (inclui a
secundária (estanque) lista enumerada do conteúdo)
Embalagem
externa
Etiqueta de
orientação do
pacote (não
imperativa
quando o
receptáculo
primário não
exceder 50 ml)

Marcação da
especificação da ONU

Figura 14 – Embalagem para categoria A

74
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

Na etiqueta de substância infecciosa da categoria A, a parte inferior deve incluir o termo substância
infectante, seguido da seguinte frase: “Em caso de danos ou vazamentos, informe imediatamente
a autoridade de saúde pública.” Na etiqueta de risco, outras observações devem conter o símbolo
(três meias‑luas crescentes superpostas em um círculo); a dimensão (losango com, no mínimo,
100 mm x 100 mm) – admite‑se que cada um dos lados tenha comprimento de, pelo menos, 50 mm
(embalagens menores); as inscrições (cor preta); o fundo (branco); e o número 6 no canto inferior
(ANVISA, 2016a).

Figura 15 – Etiqueta de substância infecciosa da categoria A

6.1.1 Instrução de embalagem 620 (PI 620)

A instrução de embalagem 620 (PI 620) é aceitável aos números ONU (UN) 2814 e 2900. São
autorizadas as embalagens que atendam às exigências técnicas legais e que tenham sido aprovadas
em um sistema constituído por três componentes: recipiente(s) primário(s), embalagem secundária e
embalagem externa rígida (ANVISA, 2016a).

6.1.2 Particularidades do transporte na categoria A

Substâncias infecciosas dessa natureza só podem ser expedidas, em caso de importação, após o
destinatário ter‑se assegurado, junto à Anvisa, de que tais substâncias biológicas podem ser importadas
legalmente. Da mesma maneira, para a exportação desse tipo de material, é importante garantir, junto
à autoridade sanitária do país destinatário, o cumprimento dos requisitos necessários para esse tipo de
transporte. Para o transporte aéreo, vale lembrar que nem todas as empresas aéreas têm autorização para
transportar substâncias da categoria A. Assim, deve‑se entrar em contato com a Anac para investigar tal
situação (ANVISA, 2016a).

6.2 Substância biológica da categoria B: acondicionamento, rotulagem e


etiquetagem

O material biológico da categoria B deve receber a marcação UN 3373. A indicação oficial de


transporte para amostras classificadas como UN 3373 é: “substância biológica da categoria B”, em
português, ou biological substance category B, em inglês. A marcação UN 3373 deve ser exibida na
superfície da embalagem externa, sobre um fundo de cor contrastante, e deve ser claramente visível

75
Unidade II

e legível. A marca deve estar sob a forma de um quadrado fixado a um ângulo de 45° (em forma de
losango), tendo cada um dos lados, pelo menos, 50 mm de comprimento. A largura da linha deve ser de,
pelo menos, 2 mm, e as letras e os números devem ter, pelo menos, 6 mm de altura. Não há etiqueta de
risco aplicável à substância biológica da categoria B.

Para o transporte de substância biológica da categoria B UN 3373, devem ser aplicadas as exigências
normativas vigentes referentes à Instrução de Embalagem 650 (apud ANVISA, 2016a). O sistema de
embalagens deve ser constituído por três componentes (ANVISA, 2016a):

• Embalagem primária: recipiente que entra em contato direto com o material biológico; pode
ser fabricado com vidro, plástico, metal etc. Ex.: tubos de coleta, bolsas de sangue total e de
hemocomponentes.
• Embalagem secundária, com capacidade para contornar e conter a embalagem primária; pode ser
constituída por saco plástico, saco plástico tipo bag, caixa de PVC, metal etc.
• Embalagem externa: recipiente com rigidez adequada; pode ser formada por papelão, PVC,
metal etc.

Receptáculo primário
(estanque a líquidos e sólidos)
Tampa impermeável

Grade ou similar
(esponja ou isopor)
Material absorvente
para embalagem

Embalagem
secundária Embalagem externa rígida
(estanque a líquidos
e sólidos) Desginação correta
da remessa (PSN)

Código numérico da
ONU (UN number)
Etiquetas de/para

Figura 16 – Embalagem para categoria B

6.2.1 Instrução de embalagem 650 (PI 650)

As amostras de doadores e de receptores, bem como as respectivas bolsas de sangue total e


hemocomponentes, devem ser acondicionadas em carregamentos normalmente enfrentados durante
o transporte, incluindo transbordo e armazenamento, além da subsequente movimentação manual
76
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

ou mecânica. As embalagens devem ser construídas e fechadas de modo a evitar qualquer perda de
conteúdo que possa ser causada em condições normais de transporte, por ação de vibração ou por
mudanças de temperatura, umidade ou pressão.

As embalagens devem conter as marcações e informações exigidas pela legislação vigente, a saber:
nomes, endereços e telefones do remetente, do transportador e do destinatário; nome e número
de telefone da pessoa responsável (que deverá ficar em prontidão 24 horas por dia, até a remessa
chegar) pelo conteúdo transportado, fornecidos em um documento escrito ou inscritos na embalagem
externa; classificação correta do material que será transportado (substância biológica da categoria B);
código numérico da ONU (UN 3373); se for utilizado gelo seco como material refrigerante, a etiqueta
de risco da Classe 9 deve ser sempre fixada na embalagem externa; frases de advertências, quando
aplicáveis; sinalização de modo e sentido de abertura, quando necessário; data e hora da conversação
do material biológico – essa informação não é requerida caso já esteja presente na documentação de
carga (ANVISA, 2016a).

6.2.2 Particularidades do transporte na categoria B

Para transporte aéreo, a embalagem primária deve ser estanque e não deve conter mais de 1 litro.
A quantidade máxima de substâncias biológicas da categoria B contida em uma única embalagem
externa permitida é de 4 litros. Essa quantidade máxima exclui o peso do gelo, do gelo seco ou do
nitrogênio líquido utilizado para refrigerar o artigo perigoso. Para transporte terrestre, não há limites
de quantidade máxima para o transporte de substâncias biológicas da categoria B (ANVISA, 2016a).

Saiba mais

Aprenda mais sobre a regulamentação para transporte de substâncias


infecciosas através da leitura do texto a seguir:

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.149, de 9 de junho de


2008. Torna pública a proposta de Projeto de Resolução “Regulamento
Técnico MERCOSUL para Transporte de Substâncias Infecciosas e Amostras
Biológicas entre os Estados Partes do MERCOSUL” (Revogação da Res. GMC
Nº 25/00). Brasília, 2008. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2008/prt1149_09_06_2008.html>. Acesso em: 3 maio 2019.

6.2.3 Material biológico isento: acondicionamento, rotulagem e etiquetagem

Os materiais biológicos isentos devem ser transportados em embalagens próprias definidas para os
materiais biológicos de risco mínimo ou outro mecanismo de embalagem que garanta a conservação
das propriedades biológicas do material. O sistema de embalagens utilizado para acondicionamento
de material biológico isento, tal como ocorre para elementos humanos de risco mínimo, não possui
preconização de testes a serem realizados. Não há limitação de quantidade aplicável ao material
biológico isento, e também não há etiqueta aplicável ao material biológico isento. Não deve ser usado
o símbolo de risco biológico para essa classe (ANVISA, 2016a).

77
Unidade II

Observação
Recomenda‑se que haja a inspeção do material biológico no ato do
recebimento das amostras coletadas, por pessoal competente para essa
tarefa de rastreamento. Para tanto, é necessário o estabelecimento de
critérios de aceitação, rejeição ou aceitação de amostras com restrições.
Nas situações em que a aceitação ocorrer sob restrições, recomenda‑se que
haja registros com a identificação do responsável pela sua liberação.

7 PROTOCOLO BÁSICO DE ACONDICIONAMENTO, EMBALAGENS E TRANSPORTES

Antes de acondicionar os materiais para o transporte, deve‑se conferir se as amostras e as


requisições estão de acordo com o protocolo estabelecido para cada exame. Para a maioria das
amostras biológicas, utilizam‑se procedimentos de refrigeração comum através de geladeiras,
freezers ou caixas térmicas (formadas por polipropileno) em conjunto com gelos recicláveis ou até
nitrogênio líquido.

Todas as embalagens devem ser identificadas com o tipo de amostra contida, o laboratório e
funcionários responsáveis, o local e a data de preparo e os dados do paciente. No caso de muitas
amostras transportadas em uma mesma remessa, como amostras de sangue de diversos pacientes, essas
devem ser acondicionadas em estantes e envolvidas em papel amassado ou plástico-bolha, de forma
que não fiquem em contato direto com o gelo e entre elas.

É importante sempre transportar amostras como as de escarro, fezes in natura e urina nos frascos
originais de coleta para reduzir a probabilidade de contaminação. Todos os envolvidos nos processos
dos materiais biológicos devem se adequar às condições de biossegurança (utilizando EPIs e protocolos
predeterminados), evitando qualquer contato com os materiais e possíveis danos a esses, no intuito de
reduzir os riscos pertinentes às ações (MARTY; MARTY, 2014).

O pessoal envolvido deve possuir equipamentos de proteção individual e de proteção coletiva, de


acordo com o risco inerente às atividades de manipulação do material biológico. Em situações normais,
durante o processo de transporte, a manipulação do material acontece ao longo do acondicionamento
no serviço de hemoterapia ou em outro serviço de saúde, em que tais profissionais estão sujeitos a um
maior risco. O pessoal que trabalha sob risco de exposição direta ao material biológico humano deve ser
vacinado, de acordo com as normas vigentes de saúde do trabalhador. Durante o trânsito do material
acondicionado em sistemas de embalagens, o risco é mínimo, visto que o pessoal não tem contato
direto, a não ser em casos de derramamento inesperado (acidentes, avarias etc.).

Os veículos contaminados por materiais biológicos devem ser lavados com água corrente e
tratados com desinfetantes apropriados em local adequado, da mesma forma que as embalagens
passíveis de reutilização. Dependendo da classificação de risco do material biológico transportado,
quando qualquer indivíduo responsável pelo acondicionamento, trânsito ou abertura da
embalagem de material biológico perceber que ela se encontra avariada ou vazando, deve evitar ou
78
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

reduzir o manuseio da embalagem; inspecionar as embalagens adjacentes para verificar se foram


contaminadas e separar as que possam ter sido contaminadas; informar as autoridades locais
(policiamento, corpo de bombeiros etc.) sobre o fato, quando for o caso; informar as autoridades
de saúde pública competentes (vigilância sanitária, vigilância epidemiológica etc.) e fornecer
informações sobre pessoas que possam ter sido expostas ao perigo de contaminação, quando for o
caso; e notificar o remetente e o destinatário (ANVISA, 2016a).

Observação

Amostras:

• Temperatura ambiente (mantidas em temperatura de 17 °C a 27 °C).


• Refrigeradas (mantidas em temperatura de 2 °C a 8 °C).
• Congeladas (mantidas em temperatura de – 20 °C).
• Criogênicos (compostos que congelam a uma temperatura extrema,
como o caso do nitrogênio líquido, – 196 °C).

7.1 Logística e transporte de amostras biológicas em laboratórios de apoio

Caso o laboratório clínico e o posto de coleta optem por terceirizar o transporte de material biológico,
deve haver um contrato formal que atenda aos critérios estabelecidos nas RDCs nº 302/2005
(ANVISA, 2005b) e nº 20/2014 (ANVISA, 2014b). Esse vínculo deve estar disponível nos estabelecimentos
participantes, ou seja, deve haver uma cópia do contrato, termo de responsabilidade, convênio ou outros
tipos de documentos formais com a transportadora, com o laboratório clínico e com o posto de coleta.

A responsabilidade pelo transporte é compartilhada por todos os envolvidos, mas é o laboratório


clínico e o posto de coleta remetente que definem as instruções escritas sobre o transporte, determinando
prazos, condições de temperatura e padrão técnico para garantir a integridade e a estabilidade do
material. O operador logístico deve conhecer e aplicar essas instruções, responsabilizando‑se por todas
as atividades inerentes à sua fase do processo, devidamente definidas em instrumento formal de
terceirização (ANVISA, 2016a).

7.1.1 Procedimentos preventivos em acidentes perfurocortantes

É aconselhável que o laboratório atenda às orientações e regulamentações estaduais, municipais ou


federais no que diz respeito ao atendimento à direção de resíduos de serviços de saúde. Assim, antes
de implantar e implementar o programa de gerenciamento de resíduos de saúde, é necessário conhecer
algumas características, em sua cidade, do aterro sanitário, do sistema de tratamento de águas
de esgoto, das empresas especializadas em transporte de resíduos especiais, de abrigo de lixo etc.
(ANDRIOLO et al., 2010).
79
Unidade II

A RDC nº 222, de 28 de março de 2018 (ANVISA, 2018), no seu Art. 3º, item LVIII, classifica os resíduos de
saúde conforme segue: resíduos de serviços de saúde do grupo E – resíduos perfurocortantes ou escarificantes,
tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, fios ortodônticos
cortados, próteses bucais metálicas inutilizadas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos
capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório
(pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri), além de outros similares.

O grupo E é identificado pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo branco, desenho e
contorno preto, junto da inscrição de resíduo perfurocortante, como demonstrado na figura a seguir:

Figura 17 – Resíduo perfurocortante

Segundo a RDC nº 222/2018 (ANVISA, 2018), para o grupo E, que envolve os materiais perfurocortantes,
recomenda‑se descartá‑los em recipientes identificados, rígidos, providos de tampa, resistentes
à acupunctura, à ruptura e ao vazamento. Os recipientes devem ser substituídos de acordo com a
demanda, quando o nível de preenchimento atingir 3/4 (três quartos) da capacidade ou de acordo com
as instruções do fabricante, sendo proibidos seu esvaziamento manual e seu reaproveitamento.

O recipiente de acondicionamento deve conter a identificação de todos os riscos presentes. As


seringas e agulhas, até mesmo as usadas na coleta laboratorial de amostra de doadores e de pacientes,
e os demais materiais perfurocortantes que não apresentem risco químico, biológico ou radiológico
não necessitam de tratamento prévio à disposição final ambientalmente adequada. É permitida a
separação do conjunto seringa‑agulha com o auxílio de dispositivos de segurança, sendo vedados a
desconexão e o reencape manual de agulhas.

Figura 18 – Caixa para descarte de material cortante ou perfurante

80
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

7.2 Indicadores laboratoriais em coleta de diversos materiais biológicos

Condições inadequadas de transporte de urina e tempo prolongado entre a coleta e a realização


do exame de urina de rotina propiciam alterações significativas em seus constituintes, podendo
comprometer a qualidade do resultado final. Em relação ao aspecto, em geral, ocorre turbidez por
proliferação bacteriana, o pH tende a aumentar pela produção de amônia por bactérias, a concentração
de glicose tende a diminuir pelo consumo de leucócitos e bactérias etc. Para minimizar essas alterações,
a amostra que não for examinada em até 2 horas após a coleta deve ser resfriada. É importante lembrar
que a amostra não deve ser mantida em contato direto com as embalagens de gelo utilizadas para
evitar seu congelamento, pois isso destrói os elementos celulares e inviabiliza a realização do exame
(ANDRIOLO, 2012).

A qualidade do resultado liberado pelo laboratório de microbiologia está diretamente relacionada


à qualidade da amostra biológica recebida e à sistemática de armazenamento e transporte utilizada.
Coleta, armazenamento, tempo e temperatura de transporte inadequados podem ocasionar falhas de
isolamento do agente etiológico causador da infecção, como favorecer o desenvolvimento da flora
contaminante do sítio anatômico coletado ou alterar o resultado das contagens de colônias nas culturas
quantitativas, muitas vezes induzindo a um tratamento inadequado.

Para minimizar esses impactos, o manual de procedimento das amostras biológicas deve contemplar
instruções claras: as amostras biológicas devem ser coletadas em meios de transporte e/ou frascos
adequados de acordo com o material e exame solicitado. Alguns exemplos são frascos de coleta
com boca larga e com tampa de rosca para a coleta de amostras de escarros, fezes ou urina; swabs com
meio de Stuart ou Amies de boa procedência para o isolamento de bactérias aeróbias e anaeróbias
facultativas; meio de Cary‑Blair, conservante para o isolamento de enteropatógenos. A temperatura
de transporte ideal está entre 20 e 25 °C ou refrigerada, entre 4 e 8 °C, dependendo do material, da
distância e do tempo de transporte (ZOCCOLI, 2012; OPLUSTIL et al., 2000).

A amostra fecal é biodegradada rapidamente em temperaturas acima de 25 °C, em que ocorre maior
proliferação de bactérias e fungos. Esse fator impacta na realização do exame protoparasitológico,
interferindo no preparo e na pesquisa microscópica dos parasitas. Junto com a temperatura, há outros
impactos, como o fator tempo entre a coleta e o processamento do exame, os interferentes e o número
de amostras coletadas.

É recomendável, mas não necessário, que as amostras fecais sejam refrigeradas para o transporte. Em
postos de coleta localizados em regiões muito quentes ou distantes, é possível conservar essas amostras
em maletas térmicas para o transporte, mantendo‑se a temperatura entre 4 e 8 °C, até chegarem ao
local da análise. Essa é uma recomendação que não deve ser dada ao paciente, ou seja, ele não deve
colocar a amostra na geladeira. Se não houver a possibilidade de as amostras serem enviadas no prazo
estabelecido, devem ser usados os conservadores (CASTILHO, 2012).

Alguns parâmetros laboratoriais sofrem alterações quando o tempo do processo de centrifugação


ultrapassa 2 horas. Uma amostra de sangue total coletada sem inibidor da glicólise e mantida à
temperatura ambiente sofre redução na concentração da glicose a uma velocidade média de
81
Unidade II

7% por hora. Já os níveis de potássio podem apresentar elevação à medida que ocorre o atraso na
centrifugação da amostra. Os tubos devem ser transportados, preferencialmente, na posição vertical
com a tampa voltada para cima, visando evitar o derramamento da amostra. Esse procedimento,
além de facilitar o processo de formação de coágulo, reduz o risco de agitação excessiva dos tubos
e, assim, de hemólise.

É importante evitar a agitação excessiva das amostras, assegurando que estão acondicionadas
adequadamente nos recipientes ou nas caixas de transporte, ou mesmo nos tubos pneumáticos, evitando
o risco de hemólise. A exposição à luz pode interferir na integridade das amostras para parâmetros como
bilirrubinas, Vitamina A e B6, betacaroteno e porfirinas. Assim, devem ser protegidas com papel‑alumínio
ou em frascos ou tubo âmbar.

A centrifugação, habitualmente, é realizada entre 20 e 22 °C. No entanto, os analitos instáveis


em temperatura mais elevada devem ser centrifugados sob refrigeração em torno de 4 °C. Os tubos
que contêm gel separador nunca devem ser recentrifugadas após a separação do soro ou plasma.
Após a centrifugação, as amostras precisam ser introduzidas rapidamente nos equipamentos
analisadores. Recomenda‑se que a retirada da tampa dos tubos centrifugados seja realizada
próximo ao momento da análise, minimizando os efeitos da evaporação e da concentração da
amostra (SUMITA, 2012a).

7.2.1 Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos em coleta laboratorial

Todo o pessoal que realiza a coleta de sangue, inclusive aquele que atua em unidades captadoras
de análises laboratoriais, à distância da unidade processadora de análises laboratoriais, deve receber
treinamento nas técnicas de coleta, seleção e uso dos equipamentos e materiais adequados, com o
registro dessa atividade. Recomenda‑se uma sistemática que permita que os coletadores recebam
informações sobre a qualidade das amostras coletadas por eles. Cabe ao funcionário tranquilizar o
paciente antes da coleta, para que seja realizada com sucesso. Caso o paciente esteja preocupado com
a intensidade da dor decorrente do procedimento, deve‑se agir com honestidade, explicando que a
sensação dolorosa produzirá um leve desconforto, mas de curta duração.

A principal forma de transmissão de agentes infecciosos na coleta se dá por contato. O contato pode
ser direto (respingos de materiais biológicos que atingem pele e mucosa, acidentes perfurocortantes
etc.) ou indireto (contato da pele com superfícies contaminadas, contato da mão contaminada com
mucosas ou pele que não esteja intacta).

A outra forma de transmissão possível é a inalação de aerossóis. A formação de aerossóis


também pode ocorrer durante a preparação das amostras. A Norma Regulamentadora Brasileira nº 32
ou NR‑32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde), de 11 de novembro de 2005,
estabelece as diretrizes para as medidas de proteção e saúde dos trabalhadores dos serviços de
saúde, bem como daqueles que realizam atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
A Norma ABNT NBR 14785:2001 trata dos requisitos de segurança no laboratório clínico aplicáveis
a todo o território nacional.

82
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

8 ORIENTAÇÕES PARA A DOAÇÃO DE SANGUE E TRIAGEM HEMATOLÓGICA

O propósito de uma transfusão sanguínea é possibilitar melhorias no estado fisiológico do receptor de


sangue. Os hemocomponentes são preparados, em geral, a partir de sangue coletado de indivíduos sadios,
em estabelecimentos conhecidos como serviços de hemoterapia. Essas coletas acontecem em serviços
com características próprias, como hemocentros coordenadores e demais serviços hemoterápicos da
rede de hemoterapia pública, privada ou conveniada. As coletas podem ocorrer em estruturas provisórias
ou em unidades móveis (ônibus), nas chamadas coletas externas, sob a responsabilidade de um serviço
de hemoterapia (ANVISA, 2016b).

Segundo a legislação brasileira, toda doação deve ser voluntária, altruísta e não remunerada, direta
ou indiretamente. De acordo com a motivação da doação de sangue, os doadores são classificados como:

• Doadores espontâneos: são aqueles movidos pelo sentimento de solidariedade. São os verdadeiros
altruístas. É comum se tornarem assíduos, participarem de campanhas promovidas e se
preocuparem em convencer outras pessoas a fazerem sua doação de sangue.

• Doadores de reposição: são os que procuram o banco de sangue por solicitação de um amigo
ou parente que necessita de sangue. O sangue doado será agregado ao estoque do serviço, e o
paciente receberá esse sangue.

• Doadores específicos: doam para um receptor específico, cujo tipo sanguíneo é igual ao deles. Ou
seja, o sangue que eles doam será transfundido em um determinado paciente.

• Doadores autólogos: na doação autóloga ou autotransfusão, o sangue doado é utilizado pelo


próprio individuo.

• Doadores de aférese: doam não o sangue total, mas determinado componente, como plaquetas.

A RDC nº 153, de 14 de junho de 2004 (ANVISA, 2004a), determina o regulamento técnico para os
procedimentos hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento,
o transporte, o controle de qualidade e o uso humano de sangue, e os seus componentes, obtidos do
sangue venoso, do cordão umbilical, da placenta e da medula óssea.

Segundo a RDC nº 153/2004 (ANVISA, 2004a), a doação de sangue deve ser voluntária, anônima,
altruísta e não remunerada, direta ou indiretamente. Por anonimato da doação, entende‑se a garantia
de que nem os receptores saibam de qual doador veio o sangue que ele recebeu nem os doadores saibam
o nome do paciente que foi transfundido com componentes obtidos a partir da sua doação, exceto em
situações tecnicamente justificadas.

O sigilo das informações prestadas pelo doador antes, durante e depois do processo de doação de
sangue deve ser absolutamente preservado. Todo candidato à doação de sangue deve assinar um termo
de consentimento livre e esclarecido, no qual declara expressamente consentir em doar o seu sangue
para utilização em qualquer paciente que dele necessite, além de consentir na realização de todos os
83
Unidade II

testes de laboratório exigidos pelas leis e normas técnicas vigentes. O doador deve, ainda, consentir que
o seu nome seja incorporado a um arquivo de doadores potenciais, se for o caso. Deve constar do termo
de consentimento a autorização para que o seu sangue, quando não utilizado em transfusão, possa ser
utilizado em produção de insumos e hemoderivados, autorizados legalmente.

Também se estabelecem os critérios para a seleção dos doadores. No dia da doação, sob supervisão
médica, um profissional de saúde de nível superior, qualificado, avalia os antecedentes e o estado atual
do candidato a doador para determinar se a coleta pode ser realizada sem causar‑lhe prejuízo e se
a transfusão dos hemocomponentes preparados a partir dessa doação pode causar problemas nos
receptores. Essa avaliação deve ser feita por meio de entrevista individual, em ambiente que garanta a
privacidade e o sigilo das informações prestadas. O doador de sangue ou componentes deve ter idade
de, no mínimo, 18 anos completos e, no máximo, 65 anos, 11 meses e 29 dias.

Exceto em circunstâncias especiais, que devem ser avaliadas e aprovadas pelo responsável técnico,
a frequência máxima admitida é de quatro doações anuais, para os homens, e de três doações anuais,
para as mulheres. O intervalo mínimo entre duas doações deve ser de dois meses, para os homens, e de
três meses, para as mulheres, respeitados os limites descritos anteriormente.

A temperatura axilar não deve ser superior a 37 ºC, e o peso mínimo para um candidato ser aceito
para a doação é de 50 kg. Indivíduos com peso abaixo desse limite podem ser aceitos, após avaliação
médica, desde que a quantidade de anticoagulante na bolsa de coleta seja proporcional ao volume a ser
coletado. O volume de sangue total a ser coletado não pode exceder 8 ml/kg de peso, para as mulheres;
e 9 ml/kg, para os homens. O volume admitido por doação é de 450 ml ± 50 ml, aos quais podem ser
acrescidos até 30 ml para a realização dos exames laboratoriais exigidos pelas leis e normas técnicas.

Não deve ser colhido sangue de candidatos que estejam em jejum prolongado. Como é comum aos
candidatos à doação comparecerem em jejum, o serviço deve oferecer um pequeno lanche antes da
doação para os candidatos que estejam em jejum e que não tenham nenhum outro motivo para serem
considerados inaptos. Não deve ser coletado sangue de candidatos que tenham feito refeição copiosa
e rica em substâncias gordurosas ou que tenham ingerido bebida alcoólica há menos de quatro horas.

A RDC nº 153/2004 (ANVISA, 2004a) relata alguns impedimentos de instituições públicas ou privadas,
os impedimentos temporários e os impedimentos definitivos, retirados do site da Fundação Pró‑Sangue/SP:

Requisitos básicos para doação de sangue

Impedimentos temporários

• Resfriado: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas.

• Gravidez.

• 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana.

84
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

• Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).

• Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.

• Tatuagem/maquiagem definitiva nos últimos 12 meses.

• Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis:


aguardar 12 meses.

• Qualquer procedimento endoscópico (endoscopia digestiva alta, colonoscopia,


rinoscopia etc.): aguardar 6 meses.

• Extração dentária (verificar uso de medicação) ou tratamento de canal (verificar


medicação): aguardar 7 dias.

• Cirurgia odontológica com anestesia geral: aguardar 4 semanas.

• Acupuntura: se realizada com material descartável, aguardar 24 horas; se realizada


com laser ou sementes, o candidato está apto para a doação; se realizada com
material sem condições de avaliação, aguardar 12 meses.

• Vacina contra gripe: aguardar 48 horas.

• Herpes labial ou genital: o candidato estará apto após o desaparecimento total


das lesões.

• Herpes‑zóster: o candidato estará apto após 6 meses da cura (vírus varicela‑zóster).

• Estados do Brasil como Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão,


Mato Grosso, Pará e Tocantins são locais onde há alta prevalência de malária. Quem
esteve nesses estados, deve aguardar 12 meses para doar, após o retorno.

• Quem esteve nos EUA, deve aguardar 30 dias para doar, após o retorno.

• Quem morou na Europa após a década de 1980, deve verificar aptidão para doação
pelo número (11) 4573‑7800.

• Malária: quem esteve em países com alta prevalência de malária, deve aguardar
12 meses após o retorno para doar (critério semelhante ao dos estados brasileiros
com prevalência elevada de malária).

• Febre amarela: quem esteve em região onde há surto da doença, deve aguardar
30 dias para doar, após o retorno; se tomou a vacina, deve aguardar 4 semanas; se
contraiu a doença, deve aguardar 6 meses após a recuperação completa (clínica
e laboratorial).
85
Unidade II

Impedimentos definitivos

• Hepatite após os 11 anos de idade: recusa definitiva; hepatite B ou C após ou antes


dos 10 anos: recusa definitiva; hepatite por medicamento: apto após a cura e
avaliação clínica; hepatite viral (A): após os 11 anos de idade, se trouxer o exame do
diagnóstico da doença, será avaliado pelo médico da triagem.
• Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis
pelo sangue: hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e
II e doença de Chagas.
• Uso de drogas ilícitas injetáveis.
• Malária.
Adaptado de: São Paulo ([s.d.]).

8.1 Procedimento de coleta

A sala de coleta deve ser um local limpo, confortável e agradável, que possibilite ao doador se
sentir seguro e à vontade. A ficha do doador, a unidade de sangue e os tubos‑pilotos que contêm as
amostras de sangue devem identificar adequadamente o doador e assegurar que as bolsas e os tubos
correspondam efetivamente àquele indivíduo.

O nome do doador não deve constar na etiqueta das bolsas de sangue, com exceção daqueles
destinados à transfusão autóloga, na qual o nome do doador pode aparecer. É permitido que as iniciais
do doador constem nas etiquetas. A identificação dos tubos para exames laboratoriais e das bolsas,
principal e satélites, deve ser feita por código de barra (ANVISA, 2004a).

A área escolhida para a punção venosa deve ser submetida a uma cuidadosa limpeza, a ser realizada
em dois tempos: a degermação e a antissepsia. A veia a puncionar não deve ser palpada após a preparação
da pele. Se isso precisar ser feito, todo o procedimento de limpeza da pele deve ser repetido.

A coleta de sangue deve ser realizada por profissionais de saúde treinados e capacitados, trabalhando
sob a supervisão de enfermeiro ou médico. Todo o material utilizado nesse procedimento deve ser
descartável, estéril e apirogênico. O tempo de coleta não deve ser superior a 15 minutos. Para a escolha da
veia a ser puncionada, deve‑se inspecionar e palpar a fossa antecubital dos dois braços do doador,
dando‑se preferência à veia cubital mediana. As amostras devem ser coletadas diretamente da veia do
doador, ao final da doação, assim que a bolsa com o sangue doado tiver sido separada, devendo ser
conferido se os rótulos da bolsa e dos tubos são iguais.

As amostras também podem ser coletadas por meio de dispositivos próprios integrados ao sistema
de bolsa de coleta. Nesse caso, a coleta pode ser no início ou durante a doação. O tubo coletor da bolsa de
coleta deve ser preenchido com sangue com anticoagulante e permanecer selado em segmentos para
futuras provas de compatibilidade transfusional. Tais segmentos do tubo coletor devem ser separáveis
da bolsa sem perda de sua esterilidade e rotulagem (ANVISA, 2016b).
86
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

As bolsas plásticas para acondicionamento de sangue humano e seus componentes devem ser
transparentes, sem pigmentos ou corantes, flexíveis, atóxicas, estéreis, apirôgenicas e relativamente
resistentes e compatíveis com o conteúdo sob condições normais de estocagem. Devem, ainda, conter
uma quantidade de solução anticoagulante adequada e ter aprovação dos órgãos responsáveis pelo
controle de qualidade no país.

Para facilitar o fracionamento de componentes em sistema fechado, existem bolsas duplas, triplas e
quádruplas, utilizadas de acordo com a complexidade de cada serviço. As bolsas para coleta de sangue
são compostas das seguintes partes: tubo de transferência ou segmento de transferência, que
conecta a bolsa de coleta a uma ou mais bolsas (ou bolsas satélites) para permitir a transferência dos
hemocomponentes em circuitos fechados; tubo coletor, tubo de coleta ou tubo piloto, que une a
agulha à bolsa de coleta e possibilita a passagem do sangue doador para a bolsa plástica (o tubo de coleta
não deve ser excessivamente longo, para evitar a coagulação do sangue antes de entrar em contato
com a solução anticoagulante); alça, local da bolsa que permite seu suporte durante a transfusão;
tubo de saída ou porto, onde se acopla o equipo de transfusão e/ou sistema de transferência; rótulos,
que devem estar bem aderidos às bolsas e conter o nome e endereço da instituição e a identificação
numérica ou alfanumérica da bolsa, mantendo‑se assim durante o período de estocagem e permitindo
uma adequada e correta identificação; e agulha, que tem grosso calibre (16), para permitir um bom
fluxo sanguíneo (LOPES, 2000).

Tubo de transferência
Tubo de coleta Tubo de saída
Lacre

Protetor

Capa
protetora
Agulha Alça de suspensão

Figura 19 – Conjunto de bolsas de coleta de sangue: bolsa primária e satélite

Os anticoagulantes devem ser empregados nas quantidades prescritas e recomendadas pelos


fabricantes das bolsas, em função do volume de sangue a ser coletado. O volume habitual de
anticoagulante em uma bolsa de coleta é de 60‑65 ml. Para esse volume de anticoagulante, deve‑se
utilizar a seguinte estratégia: coleta de 300 a 405 ml de sangue total – o concentrado de hemácias
produzido pode ser usado para a transfusão se for aplicado um rótulo assinalando “unidade de baixo
volume de concentrado de hemácias”. Um volume de sangue total inferior a 300 ml somente pode ser
usado para fins transfusionais se for obtido com uma quantidade de anticoagulante proporcional ao
volume coletado. Outros componentes não devem ser preparados a partir de unidades de baixo volume
(ANVISA, 2016b).

87
Unidade II

As soluções anticoagulantes aditivas (preservantes) aceitas pelo órgão americano de controle de


saúde (Food and Drugs Administration – FDA) são ACD (citrato ácido dextrose), CPD (citrato fosfato
dextrose), CPDA‑1 (citrato, fosfato dextrose e adenina), SAG‑M (CPD mais salina, dextrose, manitol e
adenina) e CP2D (citrato fosfato duplo dextrose). Tais soluções permitem um maior ou menor tempo de
estocagem do sangue coletado, e a escolha de cada uma depende das necessidades de cada serviço. As
instruções do fabricante devem ser seguidas rigorosamente (LOPES, 2000).

8.2 Reações adversas da transfusão

A RDC nº 153/2004 (ANVISA, 2004a). estabelece que devem ser oferecidos ao doador algum alimento
(lanche) e uma hidratação oral depois da doação, antes que ele se retire da instituição. O doador deve
permanecer, no mínimo, 15 minutos no serviço de hemoterapia, antes de ser liberado. Os doadores que,
após a doação, forem conduzir veículos automotores ou que forem transportados em motocicleta devem
ser alertados para que, na ocorrência de mal‑estar após deixarem o serviço de hemoterapia, façam parar o
veículo imediatamente.

Deve haver um ou mais POP com instruções específicas concernentes aos procedimentos a serem
seguidos quanto à identificação, à prevenção e ao tratamento das reações adversas nos doadores.
Qualquer reação deve ser registrada na ficha de triagem. Deve haver a disponibilidade de medicamentos
e equipamentos necessários para oferecer assistência médica ao doador que apresentar reações adversas,
além de uma área privativa para o atendimento do doador em caso de necessidade.

Caso o doador apresente alguma reação adversa, ele deve ser mantido nas dependências do serviço
durante o tempo necessário para sua completa recuperação. Ao final da coleta, deve ser fornecido um
folheto ao doador com informações sobre o destino do sangue doado, os efeitos adversos da doação e as
orientações de como ele deve proceder. Imediatamente depois da coleta, o sangue deve ser armazenado
a 4 ± 2 ºC, exceto se for ser usado como fonte de plaquetas. Nesse caso, deve ser armazenado a 22 ± 2 ºC,
por um período máximo de 8 horas, até que as plaquetas sejam separadas.

Saiba mais
Para conhecer melhor as reações adversas da transfusão, leia:
KUTNER, J. M.; KONDO, A. T. Complicações das transfusões de
produtos hemoterápicos. 1. ed. Barueri: Manole, 2010. Disponível
em: <https://www.einstein.br/Documentos%20Compartilhados/
Complica%C3%A7%C3%B5es%20das%20transfus%C3%B5es%20de%20
produtos%20hemoter%C3%A1picos.pdf>. Acesso em: 3 maio 2019.
FORTES, H. M. Procedimento operacional padrão nas reações transfusionais.
Cuiabá: Agência Transfusional – Hospital Universitário Júlio Muller; Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT), 2003. Disponível em: <http://www.ufmt.br/
ufmt/site/userfiles/file/hujm/Comissoes%20e%20Comites/POP%20_%20
Rea%C3%A7%C3%B5es%20Transfusionais.pdf>. Acesso em: 3 maio 2019.

88
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

8.3 Preparação de componentes sanguíneos

O sangue total (ST) é o sangue coletado sem nenhuma modificação ou processamento, por meio
de um sistema de bolsas plásticas, estéreis, apirogênicas e com solução anticoagulante‑preservante.
Após a coleta, o sangue total deve repousar por, aproximadamente, 2 horas, à temperatura entre
20 ºC e 24 ºC, ou deve ser acondicionado sob placas frias de butanodiol (elemento de resfriamento)
para posterior processamento.

O sangue total preserva suas propriedades por um período de tempo limitado. Atualmente, existem
poucas indicações de transfusão de sangue total. O concentrado de hemácias fornece, de forma eficaz,
a reposição de hemácias, com a vantagem de ser infundido um volume menor, não sendo necessário o
uso do sangue total.

O sangue total não precisa de processamento para a transfusão. O armazenamento e a estabilidade


do ST acontecem do seguinte modo: após a coleta do sangue total, este deve ser armazenado a uma
temperatura entre + 2 ºC e + 6 ºC. O tempo de armazenamento depende da solução anticoagulante
utilizada. Quando o sangue é coletado em bolsas com CPDA‑1, o tempo de armazenamento é de 35 dias;
quando é coletado em bolsas com CPD, o tempo é de 21 dias.

Após 24 horas do armazenamento do sangue total, microagregados podem se formar, há uma


queda dos níveis de Fator VIII e um aumento dos níveis de potássio, e as plaquetas e os granulócitos
perdem a viabilidade. O pH do plasma obtido do sangue total com mais de 24 horas diminui, tornando a
concentração hidrogeniônica menor. O controle da qualidade de bolsas de sangue consiste na inspeção
visual e na realização dos testes estabelecidos pela Portaria 1353, de 13 de junho de 2011, os quais
apresentam os seguintes parâmetros: alteração de cor; lipemia do sobrenadante; presença de coágulos;
e presença de vazamento (REDSANG‑SIBRATEC, 2011).

Segundo a Fundação Hemominas (2014) e conforme estabelecido pela RDC nº 153/2004 (ANVISA,
2004a), logo após o término da doação, o sangue passa por um processo de centrifugação em equipamento
especial; daí, ocorre a separação dos hemocomponentes que serão utilizados em transfusão, de acordo
com a necessidade dos pacientes. São eles:

Concentrado de hemácias (CHM) – é a parte vermelha do sangue que contém as hemácias, células
sanguíneas responsáveis pelo transporte do oxigênio para todo o corpo humano. É utilizado em anemias
agudas, como as causadas por hemorragias, que ocorrem, por exemplo, em acidentes ou cirurgias com
grande perda de sangue. O concentrado de hemácias é obtido a partir do sangue total, por centrifugação
ou sedimentação, por meio da remoção do plasma em sistema fechado ou pelo sistema de aférese. Para
a preparação do concentrado de hemácias, é necessário deixar o sangue total, após a coleta, em repouso
por, no mínimo, 2 horas, em temperatura entre + 20 ºC e + 24 ºC, para a desagregação espontânea das
células antes do procedimento de centrifugação.

Para melhor atender às indicações de transfusões, o CH pode sofrer modificações, conforme mostrado
a seguir:

89
Unidade II

Concentrado de hemácias lavadas

É o concentrado de hemácias obtido após a lavagem com solução fisiológica por meio de
procedimentos validados, com a finalidade de eliminar a maior quantidade possível de plasma. A
validade desse hemocomponente é de 24 horas após o início do processo de lavagem, e esse deve ser
armazenado em temperatura entre + 2º C e + 6º C.

Concentrado de hemácias desleucocitado

É o concentrado de hemácias obtido pela remoção de leucócitos utilizando‑se filtros específicos


para o procedimento. Quando a desleucocitação for realizada no período pré‑armazenamento, esta
deverá ocorrer em até 48 horas após a coleta do sangue total. O concentrado de hemácias é considerado
desleucocitado quando o teor residual de leucócitos na unidade for inferior a 5,0 x 106 leucócitos. Se
feito em sistema fechado, a validade corresponde à validade original do hemocomponente. Se feito em
sistema aberto, a validade corresponde a 24 horas após o início do processo de desleucocitação.

Concentrado de hemácias com camada leucoplaquetária removida

É o concentrado de hemácias obtido pela remoção do plasma e da camada leucoplaquetária e pela


diluição da hemácia em solução aditiva/preservante.

Concentrado de hemácias por aférese

É o concentrado de hemácias obtido de um único doador por meio de separadores celulares


automatizados, utilizando‑se a técnica de aférese.

Concentrado de hemácias irradiado

É o concentrado de hemácias obtido pelo procedimento de irradiação gama ou que garanta uma
dose mínima de 25 Gy sobre o plano médio da unidade. Esse procedimento tem a finalidade de inativar
funcionalmente os linfócitos viáveis nos produtos sanguíneos. O concentrado de hemácias irradiado
deve, preferencialmente, ser produzido até 14 dias após a coleta e armazenado por até 28 dias após a
irradiação, respeitando‑se a data de validade original do hemocomponente.

Observação

O concentrado de hemácias deve ser armazenado em temperatura


entre + 2 ºC e + 6 ºC. A estabilidade ou o tempo de armazenamento do
CH depende da solução anticoagulante/preservante. Quando coletado em
bolsas com CPDA‑1, o CH é estável por 35 dias; quando coletado em bolsas
com CPD, é estável por 21 dias. Na presença de soluções com aditivos (como
SAG‑Manitol), a estabilidade do CH é maior e se estende para 42 dias.

90
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

Concentrado de plaquetas (CP)

É um componente claro, que contém as plaquetas, células responsáveis por um dos mecanismos
de coagulação que impedem a continuidade do sangramento, formando um tampão nos vasos
sanguíneos. É utilizado em casos de alteração da função ou diminuição do número de plaquetas,
como ocorrem em leucemias e quimioterapia. O concentrado de plaquetas é uma suspensão de
plaquetas, em plasma preparado mediante dupla‑centrifugação de uma unidade de sangue total
coletada em tempo não superior a 15 minutos (preferencialmente, até 12 minutos). Também pode
ser obtido por aférese.

Cada unidade de concentrado de plaquetas obtido de sangue total contém, aproximadamente,


5.5 x 10 plaquetas em 40 a 70 ml de plasma (deve ser mantido um volume mínimo de 40 ml de plasma
por 5.5 x 10 plaquetas). Nas unidades obtidas por aférese, o conteúdo de plaquetas deve ser igual ou
maior que 3 x 10 (o correspondente a 6 a 7 unidades de plaquetas obtidas de sangue total), em um
volume de 200‑300 ml de plasma.

O modo de preparação para o plasma rico em plaquetas é centrifugar uma unidade de sangue
total, previamente mantida em temperatura de + 20 ºC a + 24 ºC por até 24 horas, para a separação
do concentrado de hemácias e plasma rico em plaquetas (PRP). O processo de centrifugação para a
obtenção de plasma rico em plaquetas deve ser validado em cada serviço.

Deve‑se realizar uma segunda centrifugação do plasma rico em plaquetas com extração do plasma
sobrenadante, mantendo um volume de 40 a 70 ml de plasma para o armazenamento ideal das plaquetas
por 5 dias. Para preparar o buffy coat (camada leucoplaquetária), é necessário centrifugar uma unidade
de sangue total, previamente mantida em temperatura de + 20 ºC a + 24 ºC por até 24 horas, para
a separação do concentrado de hemácias, buffy coat e plasma. O processo de centrifugação para a
obtenção dos concentrados de plaquetas por buffy coat deve ser validado em cada serviço.

Procede‑se a uma segunda centrifugação do buffy coat, mantendo um volume em torno de 40 a


70 ml de plasma para o armazenamento ideal das plaquetas por 5 dias. Caso necessário, podem ser
juntadas de 4 a 6 unidades de buffy coat para formar um pool, que, quando centrifugado, dá origem ao
concentrado de plaquetas por pool de buffy coat.

Para a preparação por aférese, o concentrado de plaquetas é obtido de um único doador por meio
de um separador celular automatizado, em que grandes volumes de sangue total são separados, de
modo que as plaquetas sejam retidas em bolsa própria, e o produto remanescente retorne ao doador.
O conteúdo de plaquetas deve ser igual ou maior que 3 x 1011 (o correspondente a 6 a 7 unidades de
plaquetas obtidas de sangue total).

Já o concentrado de plaquetas desleucocitado é obtido pela remoção de leucócitos por meio de filtros
específicos para essa finalidade ou pela remoção dos leucócitos durante o procedimento de aférese.
O procedimento pode ser feito em plaquetas únicas ou em pool. Considera‑se desleucocitado o concentrado
de plaquetas cujo conteúdo residual de leucócitos na unidade seja inferior a 5,0 x 106 leucócitos (aférese
ou pool de 6 a 7 unidades) ou 0,83 x 106 em cada unidade obtida de sangue total. A validade do
91
Unidade II

concentrado de plaquetas desleucocitado obtido em sistema fechado é a mesma do hemocomponente


original. Caso seja obtido em sistema aberto, a validade é de 4 horas.

Após o processo de centrifugação, as plaquetas obtidas de sangue total devem permanecer em


repouso por, aproximadamente, 2 horas para a desagregação espontânea. Após esse período, devem ser
acondicionadas e armazenadas em agitadores específicos. Os concentrados de plaquetas obtidos por
buffy coat e aférese não precisam de repouso após o preparo. É necessário acondicioná‑los e armazená‑los
em agitadores específicos. O concentrado de plaquetas deve ser armazenado em temperatura ambiente
(entre + 20 ºC e + 24 ºC) e mantido estável por 5 dias, sob agitação constante, garantindo, assim, a
melhor viabilidade do hemocomponente e a fisiologia celular.

Plasma fresco congelado (PFC)

É a parte líquida e clara do sangue, que contém fatores de coagulação responsáveis pelos outros
mecanismos de coagulação, além da plaqueta. É utilizado em sangramento e deficiência de vários
fatores de coagulação, como a que ocorre em grandes queimados e portadores de hemofilia B.

O plasma fresco (PF) é a parte líquida do sangue, constituído basicamente de água, aproximadamente
7% de proteínas (albumina, globulinas, fatores de coagulação e outras), 2% de carboidratos e lipídios.
É obtido após a centrifugação de uma bolsa de sangue total ou através de separadores celulares
automatizados, pela técnica de aférese. As propriedades de cada unidade de plasma fresco congelado
(PFC) contêm, ao menos, 70% da atividade dos fatores VIII e V de coagulação existentes na unidade
pré‑congelamento e um volume igual ou superior a 150 ml.

Por manter constantes suas propriedades quando conservado em condições ideais, o plasma fresco
apresenta grande importância para a medicina transfusional na reposição de fatores de coagulação
deficientes. É possível o fracionamento industrial de seus componentes, o que tem proporcionado um
grande avanço na terapêutica de várias doenças.

A estabilidade do PFC é dependente da temperatura e da velocidade do congelamento, bem como da


temperatura de armazenamento. O tempo máximo para o congelamento da bolsa deve ser de 2 horas,
e, durante o congelamento, a região interna central da unidade de plasma deve atingir a temperatura
de – 30°C. A validade do PFC também depende da temperatura de armazenamento: se armazenado
em temperatura entre – 18 ºC e – 30 ºC, a validade é de 12 meses; se armazenado em temperatura
de – 30º C ou inferior, a validade é de 24 meses.

Observação

O plasma fresco congelado (PFC) destinado ao fracionamento industrial


deve ser armazenado obrigatoriamente em temperatura inferior a – 20 ºC.

92
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

Crioprecipitado (CRIO)

É um precipitado originado do descongelamento do PFC em temperatura de 4 °C, rico em fator VIII,


fator XIII e fibrinogênio. É utilizado em pacientes com deficiência de fatores de coagulação (fibrinogênio
e outros). O sangue é rotulado de forma a permitir sua rastreabilidade (possibilidade de identificar a
origem do sangue doado, em caso de reações adversas no receptor), mas preservando o sigilo do doador,
conforme determina a legislação brasileira.

São realizados exames para a tipificação do sangue e a identificação de doenças transmissíveis.


Somente após a liberação dos testes laboratoriais, os hemocomponentes, devidamente estocados, são
distribuídos aos hospitais e às clínicas conveniadas. Cada unidade de CRIO com volume de 10 a 40 ml
contém a maior porção de fator VIII, fibrinogênio, fator XIII, fator de von Willebrand e fibronectina
presentes no plasma fresco.

A estabilidade é dependente da temperatura e da velocidade do congelamento, bem como da temperatura


de armazenamento. A validade desse hemocomponente, levando‑se em consideração a temperatura de
armazenamento, é de 12 meses, se armazenado em temperatura entre – 18 ºC e – 30 ºC, e de 24 meses,
se armazenado em temperatura de – 30 ºC ou menos.

Cada hemocomponente possui uma validade, como mostrado a seguir. As plaquetas, por exemplo, só
podem ser utilizadas por 5 dias após a coleta do sangue. É por isso que os doadores devem comparecer
regularmente. A redução no comparecimento afeta rapidamente o estoque de plaquetas necessárias a
pacientes com distúrbios de coagulação.

• Concentrado de hemácias (CHM) – 35 a 42 dias (depende da solução de conservação).

• Concentrado de plaquetas (CP) – 5 dias.

• Plasma fresco congelado (PFC) – 1 ano, se for armazenado em temperatura de – 20 ºC e mais


elevada que – 30 ºC, ou 24 meses, se for armazenado à temperatura de – 30 ºC ou inferior.

• Crioprecipitado (CRIO) – 1 ano.

A partir do fracionamento do plasma sanguíneo por processos físico‑químicos, é possível,


também, preparar hemoderivados, geralmente produzidos em escala industrial. Através desse
processo, são obtidos concentrados de fatores de coagulação, albumina e globulinas. Os principais
hemoderivados são albumina humana, imunoglobulina endovenosa sérica, fator VIII liofilizado e
fator IX liofilizado.

93
Unidade II

Hemocomponentes
Sangue total (ST)
Hemoderivados

Plasma rico em Concentrado de


plaqueta (PRP) hemácias (CH)

Concentrado de
plaquetas (CP) Plasma fresco
congelado (PFC) Plasma de 24 h (P24)

Crioprecitado
(CRIO)
Albumina Globulinas Concentrado
de fatores de
coagulação

Figura 20 – Fases de preparação de hemocomponentes e hemoderivados

Saiba mais

Leia os textos a seguir para entender melhor sobre o uso de


hemocomponentes:

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia para o uso de hemocomponentes. 1.


ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: <http://www.uel.br/
hu/hemocentro/pages/arquivos/guiahemocomponentes.pdf>. Acesso em:
3 maio 2019.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Validação


de processamento/produção de hemocomponentes. São Paulo, jul. 2016b.
Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/4048533/4748445/
Valida%C3%A7%C3%A3o+de+processamento+e+produ%C3%A7%
C3%A3o+de+hemocomponentes.pdf/4549bf65-62a7-4bae-a086-
76f9a50dba34>. Acesso em: 3 maio 2019.

94
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

8.4 Transporte, acondicionamento, rotulagem e etiquetagem nos


serviços de hemoterapia

Os hemocomponentes são preparados por mecanismos de centrifugação das bolsas de sangue


total, sendo considerados produtos biológicos lábeis destinados ao uso em pacientes ou encaminhados
ao processo de fabricação farmacêutica, no caso do plasma, para o fracionamento de proteínas de
valor terapêutico.

Para manter as suas propriedades biológicas fundamentais, realizam‑se técnicas de resfriamento


e manutenção de temperaturas bem definidas. Daí, surge o termo cadeia de frio do sangue, que
começa no momento que o sangue é coletado e continua até que seja transfundido. Se o sangue é
armazenado ou transportado fora dessas temperaturas por muito tempo, ele perde suas características
e, consequentemente, suas propriedades terapêuticas.

Outros fatores de grande preocupação são, por exemplo, o risco de contaminação microbiana,
quando o material é exposto a temperaturas mais altas, sendo esta uma condição para o
crescimento microbiológico, além do risco de deterioração do produto, se exposto a temperaturas
abaixo de zero. Essas considerações são, em linhas gerais, a primeira preocupação em relação
ao processo regulatório de transporte de sangue e componentes, visando garantir os meios de
conservação de suas propriedades terapêuticas e manutenção da qualidade do produto durante
o trânsito desse material.

Outro processo de transporte importante, nesse contexto, é o da amostra biológica para a


triagem laboratorial de doadores. Juntamente com a coleta das bolsas de sangue, ocorre a coleta
de amostras para a realização de testes laboratoriais que especificam e qualificam o sangue do
doador. Testes para a detecção de marcadores de agentes infecciosos transmissíveis pelo sangue
são realizados por diversas técnicas sorológicas e de biologia molecular, a fim de garantir que o
sangue coletado seja seguro para a transfusão.

Também são realizados os testes imuno‑hematológicos obrigatórios, com a perspectiva de evitar


ou diminuir eventos relacionados aos processos imunológicos transfusionais. Assim, essas amostras
colhidas devem ser transportadas até os respectivos laboratórios, de forma a assegurar a integridade e a
qualidade pré‑analítica, impedindo todos os tipos de interferências e erros laboratoriais.

As amostras de sangue colhidas dos pacientes (receptores) que se submetem à transfusão sanguínea
nos diferentes serviços de saúde devem seguir os mesmos cuidados referentes ao transporte até os
serviços de hemoterapia e serviços de saúde que realizarão os testes imuno‑hematológicos para prestar
a assistência hemoterápica. Várias rotas de transporte podem ocorrer, tanto internas quanto externas
aos serviços de hemoterapia, com a participação de remetentes, destinatários e transportadores diversos
(ANVISA, 2016b).

95
Unidade II

Lembrete
São categorizadas como categoria B as amostras de doadores
e de pacientes, bem como as respectivas bolsas de sangue total e
hemocomponentes, com resultados reagentes, positivos, indeterminados ou
inconclusivos para marcadores de agentes infecciosos. O material biológico
dessa categoria deve receber a marcação UN 3373. A designação oficial
de transporte para amostras classificadas como UN 3373 é: “substância
biológica da categoria B”.

Tubos (amostras) Coleta Bolsas de sangue

Transporte
Transporte
Processamento
Distribuição

Laboratórios:
Sortologia Hemocomponentes
Biologia molecular
Imuno-hematologia Transporte Transporte

Transporte
Transfusão Armazenamento

Centro de pesquisa Indústria


Transporte

Figura 21 – Ciclo do sangue

8.4.1 Transporte de sangue na hemoterapia

As diretrizes regulatórias para o transporte de materiais biológicos têm sua origem nas recomendações
do Comitê de Especialistas das Nações Unidas para o Transporte de Materiais Perigosos, um comitê do
Conselho Econômico e Social da ONU. No Brasil, o transporte de amostras biológicas é regulamentado
por diversos órgãos, de acordo com os tipos de transporte utilizados. As normas sanitárias que
tratam do transporte de sangue e componentes têm como objetivo agregar a preocupação com
o gerenciamento do risco na conservação das características biológicas às normas já existentes no
âmbito do transporte. Essas normas contêm, em geral, os princípios estabelecidos pela OMS, definidos
na Regulamentação para Transporte de Substâncias Infecciosas.

• Portaria Ministerial 2.712, de 12 de novembro de 2013 (BRASIL, 2013) – redefine o regulamento


técnico de procedimentos hemoterápicos e tem o objetivo de regulamentar a atividade
hemoterápica no país, de acordo com os princípios e as diretrizes da Política Nacional de Sangue,
96
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

Componentes e Hemoderivados, no que se refere à captação, proteção ao doador e ao receptor,


à coleta, ao processamento, à estocagem, à distribuição e à transfusão do sangue, de seus
componentes e derivados, originados do sangue humano venoso e arterial, para diagnóstico,
prevenção e tratamento de doenças.

• Portaria Conjunta Anvisa/SAS nº 370 (ANVISA, 2014a) – dispõe sobre o regulamento


técnico‑sanitário para o transporte de sangue e componentes. Tem por objetivo definir e
estabelecer requisitos sanitários para esse transporte, em suas diferentes modalidades e formas,
para garantir a segurança, minimizar os riscos sanitários e preservar a integridade do material.
Essa portaria se aplica a todo remetente, transportador, destinatário e demais envolvidos no
processo de transporte de sangue e componentes.

• RDC nº 34/2014 (ANVISA, 2014c) – estabelece os requisitos de boas práticas a serem cumpridas
pelos serviços de hemoterapia que desenvolvam atividades relacionadas ao ciclo produtivo do
sangue e componentes pelos serviços de saúde que realizem procedimentos transfusionais, a fim
de que sejam garantidas a qualidade dos processos e produtos, a redução dos riscos sanitários e a
segurança transfusional.

• RDC nº 20 (ANVISA, 2014b) – dispõe sobre o regulamento sanitário para o transporte de material
biológico humano, com o objetivo de definir e estabelecer padrões sanitários para o transporte
de material biológico em suas diferentes modalidades e formas. Essa norma é aplicada aos
remetentes, transportadores e destinatários de materiais biológicos de origem humana
relacionados a serviços e produtos sob vigilância sanitária. Conceitua material biológico
humano como tecido ou fluido constituinte do organismo humano, como excrementos, fluidos
corporais, células, tecidos, órgãos ou outros fluidos de origem humana ou isolados a partir desses.
Cabe ressaltar que a RDC nº 20/2014 é uma norma de vigilância sanitária que tem o objetivo de
definir e estabelecer padrões sanitários para o transporte de material biológico, para garantir
a segurança, minimizar os riscos sanitários e preservar a integridade do material transportado,
sem prejuízo do disposto em outras normas vigentes peculiares a cada material e modo de
transporte. Dessa forma, não há sobreposição da RDC nº 20/2014 às demais normas vigentes para
o transporte de material biológico, visto que se remete às particularidades exigidas de cada modo
de transporte. No caso do transporte terrestre, devem ser seguidos os requisitos preconizados
pela ANTT, assim como as diretrizes da Anac para o transporte aéreo e da Antaq para o aquaviário,
complementados pela RDC nº 20/2014.

O licenciamento sanitário ocorre quando o serviço de hemoterapia utiliza, no seu processo de


transporte, os serviços de uma empresa de transporte de passageiros e suas cargas (ônibus, empresa
aérea, trem de passageiros etc.). Essas empresas de transporte de passageiros e suas cargas são reguladas
e fiscalizadas pela ANTT (transporte terrestre), Anac (transporte aéreo) e Antaq (transporte aquaviário)
com normativas específicas aplicadas ao transporte de material biológico. Dessa forma, não são passíveis
de licenciamento pela Vigilância Sanitária (Visa).

A Visa responsável pelo local onde está sediado o remetente deve avaliar como se dá o transporte de
sangue e componentes, agregando à avaliação do serviço a infraestrutura de transporte (caso realizado o
97
Unidade II

transporte próprio) ou exigindo que a empresa transportadora contratada tenha licenciamento sanitário.
Já a Visa responsável pelo local onde está sediado o destinatário deve avaliar as condições de recebimento
do material biológico e exigir o licenciamento do serviço ou da empresa que realiza o transporte.

Ressalta‑se que cada situação deve ser avaliada junto às Visas envolvidas, para fins de padronização
desses fluxos e processos. O veículo transportador deve contar com condições adequadas de higiene
e limpeza, bem como dispor de mecanismo que assegure a integridade da embalagem terciária e do
material biológico transportado. Dispositivos de fixação das embalagens nos veículos devem ser usados
para garantir que estas permaneçam seguras durante o trânsito.

Observação

Fica a cargo da Vigilância Sanitária (Visa) local, de acordo com a


avaliação loco‑regional, determinar mecanismos de fiscalização específicos
para o controle sanitário e a orientação do processo de transporte. Cabe
lembrar que muitas Visas denominam o licenciamento sanitário também
como alvará sanitário ou licença de funcionamento.

8.4.2 Considerações técnicas sobre o processo de validação de transporte

O conjunto de embalagens e material refrigerante deve estar adequado às necessidades de controle


de temperatura para a conservação do material biológico. É essencial a validação do processo de
transporte, considerando‑se os seguintes fatores:

• Intervalo de temperatura de transporte:

— Sangue total: 1 a 10 °C (não produz plaquetas) e 20 a 24 °C (produz plaquetas).

— Concentrado de hemácias: 1 a 10 °C.

— Concentrado de plaquetas: 20 a 24 °C.

— Plasma: ≤ – 18 °C (armazenamento com finalidade de transfusão); ≤ – 20 °C (insumo


farmacêutico); permitem‑se variações controladas por 72 horas em até – 5 °C.

• Temperatura ambiente: o Brasil apresenta amplitude térmica de grande variação por cada região e
período do ano. Esse fator deve ser avaliado pelo serviço de hemoterapia na definição de critérios
de transporte, devendo ser considerado no processo de validação do transporte.

• Eficácia do isolamento térmico: o isolante térmico é uma estrutura ou material que dificulta a
dissipação do calor, mantendo, por um tempo determinado, a temperatura de conservação do
material transportado, devido à sua alta resistência térmica. Vários mecanismos são utilizados
como isolantes térmicos (por exemplo, o vácuo, a lã de vidro, o poliestireno, o poliuretano e outros).
98
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

O serviço precisa avaliar qual o mecanismo de embalagem que melhor atende ao seu propósito, de
acordo com a temperatura de conservação requerida dos materiais biológicos que deve transportar.

• Tempo do transporte e margem de segurança para atrasos: o tempo de transporte de sangue e


componentes é um fator crucial, devido ao caráter biológico dos produtos transportados. Não existe
um padrão para o tempo de transporte de sangue e componentes. Cada serviço deve estabelecer
o tempo de transporte que atenda às suas necessidades, considerando as margens de atraso para
definir sua validação. O Ministério da Saúde recomenda um tempo máximo de transporte de 24 horas
para hemocomponentes e de 18 horas para sangue total para procedimentos de processamento.

• No processo de validação do transporte, a quantidade de material refrigerante (gelo molhado, gelo


seco, gelo reciclável/reutilizável etc.) deve ser definida para cada modelo de acondicionamento,
considerando a quantidade de material biológico para garantir a conservação da temperatura pelo
tempo determinado. O gelo reciclável (gelox) deve ser pré‑acondicionado em temperatura adequada
e por tempo definido. Esses elementos devem ser considerados no processo de validação.

• A descrição e a configuração dos componentes das embalagens devem ser bem definidas no
processo de validação para cada tipo de material biológico.

Quadro 1 – Condições para o transporte de sangue total e hemocomponentes

Tempo máximo de
Hemocomponente Temperatura de transporte Substância resfriadora transporte
Para a produção de plaquetas: Gelo reciclável ou placas de 1,4
Sangue total 20 a 24 ºC; sem produção de 18 horas
butanodiol
plaquetas: 1 a 10 ºC
Concentrado de hemácias 1 a 10 ºC Gelo reciclável 24 horas
Temperatura próxima à Somente em condições de alta
Concentrado de plaquetas 24 horas
de armazenamento temperatura: gelo reciclável
Plasma fresco congelado
e crioprecipitado Manter congelado Gelo reciclável ou gelo seco 24 horas

Fonte: RedSang‑Sibratec (2011, p. 102).

Lembrete

Todos os serviços de hemoterapia devem possuir alvará/licenciamento


sanitário atualizado expedido pelo órgão de vigilância sanitária
competente (Vigilância Sanitária estadual ou municipal), mediante
avaliação das estruturas e dos processos envolvidos no serviço, segundo
a RDC nº 34/2014 (ANVISA, 2014c) e a Portaria nº 2.712/2013 (BRASIL,
2013). Entre outros itens, devem ser avaliados os processos de transporte
(acondicionamento, trânsito e recebimento) e as condições estruturais
dos veículos que realizarão o trânsito do material biológico.

99
Unidade II

Caixa externa rígida


Tipo de isolante
(exemplo: poliuretano)

Gelo reciclável (quantidade de


refrigerante devido)

Divisor de papelão (dispositivo


separados gelo/hemácias ou
plaquetas)

Saco plástico (embalagem secundária)

Termômetro (dispositivo de monitorameno


de temperatura)

Bolsa de sangue total/hemocomponentes


(embalagem primária)

Figura 22

Observação

O gelo, gelo seco ou outro material refrigerante deve ser colocado


em torno da embalagem secundária ou, alternativamente, em uma
sobre‑embalagem, de acordo com as orientações determinadas pelo
remetente (serviço de hemoterapia), com a finalidade de promover a
melhor conservação do material.

A validação do transporte é fundamental e inclui as etapas de acondicionamento, trânsito e


recebimento do material biológico. O padrão de acondicionamento, assim como a definição da faixa
de temperatura adequada para o transporte até o seu destino final, é de responsabilidade do serviço de
hemoterapia que acondiciona o material e deve estar de acordo com as normas vigentes e a literatura
aplicável. Essas informações são consideradas durante a etapa da validação e devem constar nos
procedimentos operacionais utilizados no serviço.

Quanto à conservação do material biológico, o conjunto de embalagens deve ser validado levando‑se
em consideração a quantidade e as características do material biológico transportado, bem como o tipo
e a quantidade de material refrigerante em relação ao tempo de transporte, incluindo os possíveis
atrasos e as condições da temperatura ambiente ao longo da rota.

100
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

Resumo

São muitos os pacientes que necessitam de transfusão de sangue. Toda


transfusão é um procedimento complexo, que oferece riscos de contaminação
do paciente por doenças transmissíveis pelo sangue, como a sífilis, a Aids,
as hepatites, a doença de Chagas e outras. Para minimizar esses riscos, são
necessários cuidados em todas as etapas do processo: na seleção e no registro
de doadores, na coleta, no processamento, no armazenamento e transporte
do sangue, na realização dos exames laboratoriais e na própria transfusão. Ao
mesmo tempo, existem os critérios de controle de qualidade e os cuidados de
biossegurança indispensáveis para o desempenho de suas tarefas.

Na maioria das vezes, o doador comparece à unidade hemoterápica


atendendo à solicitação de um amigo ou parente. Essas unidades também
promovem campanhas para conseguir um maior número de doadores. As
pessoas conscientes do valor do ato de doar tornam‑se doadores voluntários
e passam a comparecer regularmente às unidades.

Cada unidade estabelece sua rotina de triagem e seleção clínica de


doadores, de acordo com a demanda e com os recursos materiais e humanos
disponíveis, devendo cumprir as normas técnicas e a legislação vigente.

É obrigatória a identificação clara e inconfundível do doador. Para isso,


ele deve apresentar um documento de identidade com fotografia. São
registrados os dados pessoais: nome completo, data de nascimento, número
do documento de identidade, filiação, sexo, cor, profissão, data e destino
da doação. É importante anotar o endereço completo, com CEP e telefone,
de modo que ele possa ser localizado e, se necessário, convocado. Ao ser
registrado, o doador passa a integrar o cadastro de doadores e recebe um
número próprio.

As bolsas plásticas para o acondicionamento de sangue humano e


seus componentes devem ser transparentes, sem pigmentos ou corantes,
flexíveis, atóxicas, estéreis, apirôgenicas e relativamente resistentes e
compatíveis com o conteudo sob condições normais de estocagem. Devem,
ainda, conter uma quantidade de solução anticoagulante adequada
e ter aprovação dos órgãos responsáveis pelo controle de qualidade no
país. Para facilitar o fracionamento de componentes em sistema fechado,
existem bolsas duplas, triplas e quádruplas, utilizadas de acordo com a
complexidade de cada serviço. O sangue de cada doador é coletado em um
sistema fechado, estéril e apirogênico, constituído por uma bolsa primária
ou matriz conectada por tubos a bolsas satélites.

101
Unidade II

Todas as atividades críticas do processo de transporte devem


ser registradas, por meio físico ou eletrônico. A padronização dos
procedimentos de transporte tem por finalidade estabelecer condições
adequadas de envio de material biológico a outro serviço, no intuito de
prevenir, identificar e corrigir possíveis alterações ou danos ocorridos
durante o processo de transporte.

Os transportadores devem ser treinados nos procedimentos adequados


para reconhecer e tomar os devidos cuidados com as embalagens que
contenham materiais biológicos e para enfrentar os derramamentos e as
situações de acidentes com extravasamento de material biológico, como
os casos de colisão do veículo, derramamento de material biológico,
contaminação do veículo e do solo etc.

O conjunto de embalagens e material refrigerante deve estar


adequado às necessidades de controle de temperatura para a
conservação do material biológico. O material refrigerante (gelo, gelox
etc.) não pode estar em contato direto com as unidades de concentrados
de hemácias e plaquetas. A temperatura de conservação do sangue e
hemocomponentes é registrada durante o processo de transporte,
sendo monitorada por mecanismos que possibilitem a verificação de
seus valores fora do limite estabelecido.

A embalagem exclusiva contém o sangue total e os hemocomponentes


liberados para a transfusão. A embalagem externa de transporte de unidades
de sangue total e hemocomponentes para os procedimentos de transfusão
deve ser identificada com a descrição de que se trata de hemocomponentes
para transfusão (material isento). Esse tipo de material está isento das
normas de material perigoso, conforme discutido neste livro-texto.

Todos os serviços de hemoterapia devem possuir alvará/licenciamento


sanitário atualizado expedido pelo órgão de vigilância sanitária competente
(Vigilância Sanitária estadual ou municipal), mediante avaliação das
estruturas e dos processos envolvidos no serviço, segundo a RDC nº 34/2014
(ANVISA, 2014c) e a Portaria nº 2.712/2013 (BRASIL, 2013). Entre outros itens,
devem ser avaliados os processos de transporte (acondicionamento, trânsito
e recebimento) e as condições estruturais dos veículos que realizarão o
trânsito do material biológico. Especificamente sobre o transporte de sangue
e componentes, o serviço deve aplicar a RDC nº 20/2014 (ANVISA, 2014a) e
a Portaria Conjunta Anvisa/SAS nº 370/2014 (ANVISA, 2014b). Além dessas,
devem ser cumpridas as demais normas sanitárias estaduais e municipais
complementares às supracitadas normas sanitárias federais.

102
COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO

Exercícios

Questão 1. (Cespe, 2012) Acerca da higienização das mãos, assinale a opção correta.

A) As mãos colonizam uma microbiota residente e outra transitória, ambas passíveis de remoção
mecânica, com a higienização das mãos com água e sabão.

B) A higienização simples das mãos deve ter duração mínima de dois minutos e tem como finalidade
remover micro‑organismos.

C) A fricção antisséptica com o uso de preparações alcoólicas tem como finalidade reduzir a carga
microbiana das mãos. Nesse procedimento, as mãos devem secar livremente, sem utilização de
papel toalha.

D) A técnica de higienização antisséptica é igual à utilizada para a higienização simples das mãos,
divergindo apenas em relação ao tempo, que deve ser maior na higienização simples.

E) Apesar de se referir apenas à higienização simples das mãos, o termo lavagem das mãos foi
substituído por higienização das mãos, sendo esta a medida individual mais simples e mais barata
para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde, mesmo sem o uso
de antissépticos.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: a microbiota transitória é passível de remoção mecânica, enquanto a microbiota


residente (aderida às camadas mais profundas da pele) é mais resistente; logo, não será necessariamente
removida apenas com água e sabão.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: a duração do procedimento é de 40 a 60 segundos, e não 2 minutos, como afirma a alternativa.

C) Alternativa correta.

Justificativa: a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica tem por finalidade reduzir a
carga microbiana das mãos, podendo substituir a higienização das mãos com água e sabonete líquido
quando as mãos não estiverem visivelmente sujas.

103
Unidade II

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: a técnica de higienização antisséptica é igual àquela utilizada para a higienização


simples das mãos, substituindo‑se o sabonete comum por um associado a antisséptico. Contudo, o
tempo de fricção é o mesmo para ambos os procedimentos.

E) Alternativa incorreta.

Justificativa: recentemente, a expressão “lavagem das mãos” foi substituída por “higienização das
mãos”, englobando quatro tipos de higienização: higienização simples, higienização antisséptica, fricção
antisséptica e antissepsia cirúrgica das mãos.

Questão 2. (IBFC, 2016) Sobre as recomendações para o uso adequado do torniquete para a punção
e a coleta de sangue venoso, assinale a alternativa incorreta.

A) Não usar torniquete, continuamente, por mais de um minuto.

B) Ao garrotear, não pedir para o paciente fechar a mão.

C) Posicionar o torniquete com o braço para cima.

D) Não usar o procedimento “bater na veia com dois dedos” no momento da seleção venosa.

E) Posicionar o braço do paciente inclinando‑o para baixo, a partir da altura do ombro.

Resolução desta questão na plataforma.

104
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Segurança do paciente em serviços de


saúde: higienização das mãos. Brasília: Anvisa, 2009. p. 66-69. Adaptada. Disponível em: <http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/seguranca_paciente_servicos_saude_higienizacao_maos.pdf>.
Acesso em: 3 maio 2019.

Figura 2

MULLINS, C. A. Specimen collection. In: RODAK, B. F.; FRITSMA, G. A.; KEOHANE, E, M. Hematology:
clinical principles and applications. 4th ed. St Louis Missouri: Elsevier Saunders, 2012. p. 40.

Figura 3

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL (SBPC/ML). Gestão da fase


pré-analítica: recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. Rio
de Janeiro: Grafitto, 2010. p. 19.

Figura 4

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL (SBPC/ML). Gestão da fase


pré-analítica: recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. Rio
de Janeiro: Grafitto, 2010. p. 19.

Figura 5

SILVA, P. H. et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimento. Porto Alegre: Artmed, 2016, p. 4.

Figura 8

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL (SBPC/ML). Recomendações


da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e preparo da
amostra biológica. Barueri: Manole; Minha Editora, 2014. p. 48.

Figura 12

SELLORS, J. W.; SANKARANARAYANAN, R. Colposcopia e tratamento da neoplasia intra-epitelial


cervical: manual para principiantes. Lyon: International Agency for Research on Cancer, 2003. p. 11.

105
Figura 13

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). RDC nº 222, de 28 de março de 2018.


Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras
providências. Brasília, 2018. p. 26. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3427425/
RDC_222_2018_.pdf/c5d3081d-b331-4626-8448-c9aa426ec410>. Acesso em: 29 abr. 2019.

Figura 14

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Termos utilizados na expedição de substâncias infecciosas.


Brasília, 2011. p. 14. (Curso para Remetentes 2011). Disponível em: <https://www.who.int/ihr/biosafety/
module_i_shipping_terms_por.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2019.

Figura 15

AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (ANAC). IS nº 175-004. Revisão B. Orientações quanto aos
procedimentos para a expedição e transporte de substâncias biológicas e infectantes em aeronaves
civis. Brasília, 2017. p. 11. Disponível em: <https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/
boletim-de-pessoal/2017/33s1/anexo-i-is-no-175-004-revisao-b>. Acesso em: 7 jun. 2019.

Figura 16

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Termos utilizados na expedição de substâncias infecciosas.


Brasília, 2011. p. 16. (Curso para Remetentes 2011). Disponível em: <https://www.who.int/ihr/biosafety/
module_i_shipping_terms_por.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2019.

Figura 17

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). RDC nº 222, de 28 de março de 2018.


Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras
providências. Brasília, 2018. p. 27. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3427425/
RDC_222_2018_.pdf/c5d3081d-b331-4626-8448-c9aa426ec410>. Acesso em: 29 abr. 2019.

Figura 18

PITUCO, E. M.; JORDÃO, R. S.; NOGUEIRA, A. H. C. Manual veterinário de colheita e envio de amostras.
Rio de Janeiro: PANAFTOSA-Opas/OMS, 2010. p. 23. Adaptada. Disponível em: <http://www.fundepecgo.
org.br/home/wp-content/uploads/2018/01/ManualVeterinarioDeColheitaEEnvioDeAmostras.pdf>.
Acesso em: 10 jun. 2019.

Figura 19

BRASIL. Ministério da Saúde. Coleta de sangue de doadores. Brasília: Ministério da Saúde;


Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, 1998. p. 16. Disponível em:
106
<https://www3.ufpe.br/posact/images/PDF/curso_09_coleta_de_%20sangue_de_doadores.pdf>.
Acesso em: 10 jun. 2019.

Figura 20

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia para o uso de hemocomponentes. 1. ed. Brasília: Ministério
da Saúde, 2008. p. 16. Disponível em: <http://www.uel.br/hu/hemocentro/pages/arquivos/
guiahemocomponentes.pdf>. Acesso em: 3 maio 2019.

Figura 21

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Manual de vigilância sanitária para o


transporte de sangue e componentes no âmbito da hemoterapia. 2. ed. Brasília: Anvisa, 2016. p. 8.

Figura 22

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Manual de vigilância sanitária para o


transporte de sangue e componentes no âmbito da hemoterapia. 2. ed. Brasília: Anvisa, 2016. p. 43.

REFERÊNCIAS

Textuais

AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (ANAC). Transporte aéreo de artigos perigosos – substâncias
infecciosas. Brasília: Anac, 2012.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Higienização das mãos em serviços de


saúde. Brasília: Anvisa, 2005a.

___. Manual de vigilância sanitária sobre o transporte de material biológico humano para fins de
diagnóstico clínico. Brasília: Anvisa, 2015. Disponível em: <https://www.pncq.org.br/uploads/2015/
not%C3%ADcias/Manual%20de%20Transporte%20de%20Material%20Biolo_gico.pdf>. Acesso em:
11 jun. 2019.

___. Manual de vigilância sanitária sobre o transporte de material biológico humano para fins de
diagnóstico clínico. Brasília: Anvisa, 2016a.

___. Portaria Conjunta Anvisa/SAS nº 370, de 7 de maio de 2014. Dispõe sobre regulamento
técnico-sanitário para o transporte de sangue e componentes. Brasília, 2014a. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/4048533/4048644/Port+370_14+Transporte+de+sangue.
pdf/df2e55f2-2a95-43b5-89c5-ea9af240e595>. Acesso em: 6 jun. 2019.

___. RDC nº 20, de 10 de abril de 2014. Dispõe sobre regulamento sanitário para o transporte
de material biológico humano. Brasília, 2014b. Disponível em: <http://www.sbpc.org.br/upload/
conteudo/anvisa_rdc20_10abr2014.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2019.
107
___. RDC nº 34, de 11 de junho de 2014. Dispõe sobre as Boas Práticas no Ciclo do Sangue.
Brasília, 2014c. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2867975/
RDC_34_2014_COMP.pdf/283a192e-eee8-42cc-8f06-b5e5597b16bd?version=1.0>. Acesso em:
7 jun. 2019.

___. RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de
saúde. Brasília, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/
res0050_21_02_2002.html>. Acesso em: 11 jun. 2019.

___. RDC nº 153, de 14 de junho de 2004. Determina o Regulamento Técnico para os procedimentos
hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o
controle de qualidade e o uso humano de sangue, e seus componentes, obtidos do sangue venoso, do
cordão umbilical, da placenta e da medula óssea. Brasília, 2004a. Disponível em: <http://www.hemoce.
ce.gov.br/images/Artigos/rdc%20153_14.06.04_regtecprocedhemoterapicos.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2019.

___. RDC nº 189, de 18 de julho de 2003. Dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos
de análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde no Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária, altera o Regulamento Técnico aprovado pela RDC nº 50, de 21
de fevereiro de 2002 e dá outras providências. Brasília, 2003a. Disponível em: <http://abcdt.org.
br/wp-content/uploads/21-07-2003-rdc-189-altera-a-rdc-50.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2019.

___. RDC nº 222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos
Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Brasília, 2018. Disponível em: <http://
portal.anvisa.gov.br/documents/10181/3427425/RDC_222_2018_.pdf/c5d3081d-b331-4626-
8448-c9aa426ec410>. Acesso em: 29 abr. 2019.

___. RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005. Dispõe sobre Regulamento Técnico para
funcionamento de Laboratórios Clínicos. Brasília, 2005b. Disponível em: <http://portal.anvisa.
gov.br/documents/10181/2718376/RDC_302_2005_COMP.pdf/7038e853-afae-4729-948b-
ef6eb3931b19>. Acesso em: 29 abr. 2019.

___. RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento
de resíduos de serviços de saúde. Brasília, 2004b. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html>. Acesso em: 29 abr. 2019.

___. Serviços: consulta a bancos de dados. Brasília, 2003b. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/
scriptsweb/index.htm>. Acesso em: 3 maio 2019.

___. Validação de processamento/produção de hemocomponentes. São Paulo, jul. 2016b. Disponível


em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/4048533/4748445/Valida%C3%A7%C3%A3o+de+proc
essamento+e+produ%C3%A7%C3%A3o+de+hemocomponentes.pdf/4549bf65-62a7-4bae-a086-
76f9a50dba34>. Acesso em: 3 maio 2019.

ANDRIOLO, A. Exame de urina de rotina. São Paulo: Formato Clínico, 2015. (Guia Prático 2).
108
___. Quais os impactos que a temperatura de transporte e o tempo entre a coleta e a realização dos
exames têm sobre as amostras biológicas para exames de urina e o que fazer para diminuí-los? In:
MEIRA, C.; OLIVEIRA, D. Qualidade em laboratório clínico: 156 perguntas e respostas. 1. ed. São Paulo:
Sarvier, 2012.

ANDRIOLO, A. et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial


para coleta de sangue venoso. 2. ed. Barueri: Manole, 2010. Disponível em: <http://www.sbpc.org.br/
upload/conteudo/320090814145042.pdf>. Acesso em: 3 maio 2019.

ARAUJO, G. M. et al. Procedimento de gasometria arterial em unidade de terapia intensiva: relato de


experiência. Revista de Enfermagem, v. 11, n. 11, p. 72-79, 2015.

ARAUJO, M. R. E. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e interpretação dos


resultados. Journal of Infection Control, v. 1, n. 1, p. 08-19, 2012.

ATHERTON, J. C. Acid-base balance: maintenance of plasma pH. Anaesthesia and Intensive Care Medicine,
v. 4, n. 12, p. 419-22, 2003.

BASTOS, M. S.; BERNER, A. A.; RAMOS, E. R. P. Avaliação do grau de hemólise e sua interferência em
análises bioquímicas de amostras obtidas por diferentes técnicas de coleta de sangue venoso. In:
MOSTRA INTERNA DE TRABALHOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 5., 2010, Maringá. Anais... Maringá:
Centro Universitário de Maringá, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia para o uso de hemocomponentes. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde,
2008. Disponível em: <http://www.uel.br/hu/hemocentro/pages/arquivos/guiahemocomponentes.pdf>.
Acesso em: 3 maio 2019.

___. Ministério da Saúde. Laboratório de hemostasia: gestão da fase pré-analítica: minimizando erros.
Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/laboratorio_
hemostasia_gestao_fase_pre_analitica.pdf>. Acesso em: 3 maio 2019.

___. Ministério da Saúde. Manual de procedimentos básicos em microbiologia clínica para o controle
de infecção hospitalar: Brasília: Anvisa/Ministério da Saúde, 2000. (Módulo I).

___. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.149, de 9 de junho de 2008. Torna pública a proposta
de Projeto de Resolução “Regulamento Técnico MERCOSUL para Transporte de Substâncias
Infecciosas e Amostras Biológicas entre os Estados Partes do MERCOSUL” (Revogação da Res. GMC
Nº 25/00). Brasília, 2008. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/
prt1149_09_06_2008.html>. Acesso em: 3 maio 2019.

___. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.712, de 12 de novembro de 2013. Redefine o regulamento de


procedimentos hemoterápicos. Brasília, 2013. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2013/prt2712_12_11_2013.html>. Acesso em: 7 jun. 2019.

109
___. Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). Portaria MTE nº 485, de 11 de novembro de
2005. NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. Brasília, 2015. Disponível em:
<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/legislacao/NR-32.pdf>. Acesso em: 2 maio 2019.

___. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 6.538, de 22 de
junho de 1978. Dispõe sobre os Serviços Postais. Brasília, 1978. Disponível em <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L6538.htm>. Acesso em: 3 maio 2019.

___. Prevenção do câncer do colo do útero: manual técnico. Brasília, Ministério da Saúde, 2002.

CASTILHO, V. L. P. Quais os impactos que a temperatura de transporte e o tempo entre a coleta e a


realização dos exames têm sobre as amostras biológicas de parasitologia e o que fazer para diminuí-
los? In: MEIRA, C.; OLIVEIRA, D. Qualidade em laboratório clínico: 156 perguntas e respostas. 1. ed. São
Paulo: Sarvier, 2012.

CLINICAL LABORATORY STANDARDS INSTITUTE (CLSI). Procedures for the collection of diagnostic blood
specimens by venipuncture. CLSI H3-A6 document. 6th ed. Wayne, PA: Clinical Laboratory Standards
Institute, 2007.

COMPETÊNCIAS EM CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH). Minuta para revisão da portaria RDC/50
que estabelece os requisitos de projeto de edificações e de suas instalações para os estabelecimentos de
saúde. 21 jun. 2016. Disponível em: <https://www.ccih.med.br/minuta-para-revisao-da-portaria-rdc50-que-
estabelece-os-requisitos-de-projeto-de-edificacoes-e-de-suas-instalacoes-para-os-estabelecimentos-de-
saude/>. Acesso em: 11 abr. 2019.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução Conama nº 275, de 25 de abril de


2001. Disponível em: <http://www.unigranrio.com.br/_docs/comissao-residuos/resoluxo_275_de_01_.
pdf>. Acesso em: 11 jun. 2019.

CRUZ, I. C. F.; FIGUEIREDO, J. E. F. Procedimentos de enfermagem: incrivelmente fácil. 1. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

ESTRIDGE, H. B.; REYNOLDS, P. A. Técnicas básicas de laboratório clínico. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.

FIGUEIRA, M. C. et al. Manual de enfermagem: instituto materno-infantil professor Fernando Figueira.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

FLEURY MEDICINA E SAÚDE. Nem todo jejum é de 12 h. 4 ago. 2016. Disponível em: <http://m.fleury.
com.br/noticias/interna/jejum-para-exame>. Acesso em: 10 jun. 2019.

FONSECA, L. A. F. et al. Análise de leucócitos em urina de pacientes com uroculturas positivas. Revista
Brasileira de Análises Clínicas (RBAC), 2016. Disponível em: <http://www.rbac.org.br/artigos/analise-
de-leucocitos-em-urina-de-pacientes-com-uroculturas-positivas-48n-3/>. Acesso em: 3 maio 2019.

110
FORTES, H. M. Procedimento operacional padrão nas reações transfusionais. Cuiabá: Agência
Transfusional – Hospital Universitário Júlio Muller; Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),
2003. Disponível em: <http://www.ufmt.br/ufmt/site/userfiles/file/hujm/Comissoes%20e%20Comites/
POP%20_%20Rea%C3%A7%C3%B5es%20Transfusionais.pdf>. Acesso em: 3 maio 2019.

FUNDAÇÃO HEMOMINAS. Fracionamento. Belo Horizonte, 8 set. 2014. Disponível em: <http://www.
hemominas.mg.gov.br/doacao-e-atendimento-ambulatorial/hemoterapia/fracionamento>. Acesso em:
7 jun. 2019.

GAMBONI, M.; MIZIARA, E. F. Manual de citopatologia diagnóstica. Barueri: Manole, 2013.

GNUTZMANN, L. V. et al. Análise dos valores de referência do líquido cefalorraquidiano. Revista


Brasileira de Análises Clínicas (RBAC), 2016. Disponível em: <http://www.rbac.org.br/artigos/analise-
dos-valores-de-referencia-do-liquido-cefalorraquidiano-48n-3/>. Acesso em: 3 maio 2019.

HINRICHSEN, S. L. Biossegurança e controle de infecções: risco sanitário hospitalar. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2018.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Consenso: periodicidade e faixa etária no exame de


prevenção do câncer cérvico-uterino. Rio de Janeiro: ProOnco/Inca, 1988.

___. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Rio de Janeiro: Inca, 2011.

ISSA, J. S.; DIAMENT, J.; FORTI, N. Lipemia pós-prandial. Influência do envelhecimento. Arquivos
Brasileiros de Cardiologia, v. 85, n 1, p. 15-19, jul. 2005.

JURY, C.; NAGIA, Y.; TATSUMI, N. Collection and handling of blood. In: BAIN, B. J. et al. Dacie and lewis
pratical haematology. 11th ed. London: Churchill Livingstone Elsevier, 2012.

KHAWALI, C. Para garantir a segurança na identificação do paciente no laboratório de análises clínicas,


quais cuidados devem-se ter? In: MEIRA, C.; OLIVEIRA, D. Qualidade em laboratório clínico: 156
perguntas e respostas. 1. ed. São Paulo: Sarvier, 2012.

KUTNER, J. M.; KONDO, A. T. Complicações das transfusões de produtos hemoterápicos. 1. ed. Barueri: Manole,
2010. Disponível em: <https://www.einstein.br/Documentos%20Compartilhados/Complica%C3%A7%
C3%B5es%20das%20transfus%C3%B5es%20de%20produtos%20hemoter%C3%A1picos.pdf>. Acesso em:
3 maio 2019.

LABINFORMA. Revendo a coleta de sangue venoso: sequência de tubos. Informativo Digital, n. 6, jun.
2015. Acesso em: 11 jun. 2019.

LEVENTHAL, R.; CHEADLE, R. Parasitologia médica. São Paulo: Premier, 1997.

111
LIMA-OLIVEIRA, G. S. et al. Gestão de qualidade na fase pré-analítica parte I: análise crítica do CLSI
H3-A6. Revista brasileira de análises clínicas, v. 43, n. 2, p. 85-88, 2011.

LOPES, M. I. A doação de sangue. In: ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM NABUCO. Textos de
apoio hemoterapia. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000. v. 1.

LOPES, H. J. J. Garantia e controle da qualidade no laboratório clínico. Belo Horizonte: Analisa, 2003.

MACHADO, A. M. O.; MORALES JÚNIOR, A.; FRIGATTO, E. A. M. Manual de coleta: laboratório central
hospital São Paulo. São Paulo, 2017.

MARTY, E.; MARTY, R. M. Materiais, equipamentos e coleta: procedimentos básicos de análises


laboratoriais. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.

MCCALL, R. E.; TANKERSLEY, C. M. Phlebotomy and specimen considerations. In: BISHOP, M. L.; FODY,
E. P.; SCHOEFF, L. E. Clinical chemistry: techniques, principles, correlations. 6th ed. Philadelphia:
Lippincott Williams & Wilkins, 2010.

MELO, M. A. W.; SILVEIRA, C. M. Laboratório de hematologia: teorias, técnicas e atlas. 1. ed. Rio de
Janeiro: Rubio, 2015.

MOTTA, V. T.; CORRÊA, J. C.; MOTTA, L. R. Gestão de qualidade no laboratório clínico. Porto Alegre:
Médica Missau, 2001.

MULLINS, C. A. Specimen collection. In: RODAK, B. F.; FRITSMA, G. A.; KEOHANE, E. M. Hematology:
clinical principles and applications. 4th ed. St. Louis Missouri: Elsevier Saunders, 2012.

NARAYANAN, S. The preanalytic phase. An Important component of Laboratory medicine. American


Journal of Clinical Pathology, v. 113, n. 3, p. 429-452, 2000.

NEVES, D. P.; FILIPPIS, T. Parasitologia básica. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2014.

OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION (OSHA). Disposal of contaminated needles and
blood tube holders used for phlebotomy. Washington, 2015. Disponível em: <https://www.osha.gov/
dts/shib/shib101503.html>. Acesso em: 5 jun. 2019.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Manual de laboratório para o exame do sêmen


humano e interação esperma-muco cervical. 3. ed. São Paulo: Santos, 1994.

___. Manual de segurança biológica em laboratório. 3. ed. Genebra: OMS, 2004.

___. SAFE INJECTION GLOBAL NETWORK (SIGN). Diretrizes da OMS para a tiragem de sangue:
boas práticas em flebotomia. Genebra: OMS, 2008.

112
___. Treinamento para transporte de substâncias infecciosas. Brasília, 2011. (Curso para
Remetentes 2011).

OPLUSTIL, C. P. et al. Procedimentos básicos em microbiologia clínica. 1. ed. São Paulo: Sarvier, 2000.

PITUCO, E. M.; JORDÃO, R. S.; NOGUEIRA, A. H. C. Manual veterinário de colheita e envio de


amostras. Rio de Janeiro: PANAFTOSA-Opas/OMS, 2010. Disponível em: <http://www.fundepecgo.
org.br/home/wp-content/uploads/2018/01/ManualVeterinarioDeColheitaEEnvioDeAmostras.pdf>.
Acesso em: 10 jun. 2019.

REDE DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS PARA SANGUE E HEMODERIVADOS (REDSANG-SIBRATEC).


Manual para controle da qualidade do sangue total e hemocomponentes. São Paulo: RedSang-
Sibratec, 2011.

SÃO PAULO (Estado). Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo. Requisitos básicos para doação de
sangue. São Paulo, [s.d.]. Disponível em: <http://www.prosangue.sp.gov.br/artigos/requisitos_
basicos_para_doacao.html>. Acesso em: 6 jun. 2019.

SÃO PAULO (Estado). Normas Regulamentadoras nº 7, nº 9 e nº 32. São Paulo: Governo do Estado
de São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/crh/ggp/cartilhas/
normas_regulamentares.pdf>. Acesso em: 3 maio 2019.

SILVA, P. H. et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimento. Porto Alegre: Artmed, 2016.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL (SBPC/ML). Gestão


da fase pré-analítica: recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial. Rio de Janeiro: Grafitto, 2010.

___. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML):


coleta e preparo da amostra biológica. Barueri: Manole; Minha Editora, 2014.

STRASINGER, S. K. Uroanálise e fluidos biológicos. 2. ed. São Paulo: Editorial Médica


Panamericana, 1991.

SUMITA, N. M. As amostras devem ser centrifugadas nas unidades de coleta ou podem ser
enviadas para a unidade processadora sem centrifugação? In: MEIRA, C.; OLIVEIRA, D. Qualidade
em laboratório clínico: 156 perguntas e respostas. 1. ed. São Paulo: Sarvier, 2012a.

___. Quais os impactos que a temperatura de transporte e o tempo entre a coleta e a realização
dos exames têm sobre as amostras biológicas para exames de bioquímica e o que fazer para
diminuí-los? In: MEIRA, C.; OLIVEIRA, D. Qualidade em laboratório clínico: 156 perguntas e
respostas. 1. ed. São Paulo: Sarvier, 2012b.

113
VACUETTE DO BRASIL. Guia prático para coleta de sangue. Campinas, 2002. Disponível em: <http://
lidoc.ccb.ufsc.br/files/2013/10/Guia_de_Coleta_de_Sangue.pdf>. Acesso em: 3 maio 2019.

ZAITZ, C. et al. Compêndio de micologia médica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.

ZEIBIG, E. Parasitologia clínica: uma abordagem clínico-laboratorial. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

ZOCCOLI, C. M. Quais os impactos que a temperatura de transporte e o tempo entre a coleta e a


realização dos exames têm sobre as amostras biológicas para culturas e o que fazer para diminuí-los?
In: MEIRA, C.; OLIVEIRA, D. Qualidade em laboratório clínico: 156 perguntas e respostas. 1. ed. São
Paulo: Sarvier, 2012.

Sites

<www.anac.gov.br>.

<www.antaq.gov.br>.

<www.antt.gov.br>.

<www.anvisa.gov.br>.

<www.datasus.com.br>.

<www.hemominas.mg.gov.br>.

<www.pncq.org.br>.

<www.prosangue.sp.gov.br>.

Exercícios

Unidade I – Questão 1: FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Concurso Público 2010:
Tecnologista em Saúde Pública. Questão 37. Disponível em: <http://www.direh.fiocruz.br/site/arquivos/
provas-concurso-fiocruz-2010/tecnologista/Biosseguran%C3%A7a.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2019.

Unidade I – Questão 2: FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (FCC). Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região
(TRT 5ª): Analista Judiciário – Enfermagem 2013: Questão 53.

Unidade II – Questão 1: CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISA EM AVALIAÇÃO E SELEÇÃO E DE


PROMOÇÃO DE EVENTOS (CEBRASPE). TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE RONDÔNIA (TJ-RO). Analista
Judiciário – Enfermeiro 2012: Questão 49. Disponível em: <http://www.cespe.unb.br/concursos/
TJ_RO_2012/arquivos/TJRO12_010_16.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2019.

114
Unidade II – Questão 2: INSTITUTO BRASILEIRO DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO (IBFC). EMPRESA
BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES (EBSERH). Hospital Universitário Antônio Pedro da
Universidade Federal Fluminense (HUAP/UFF). Técnico em Enfermagem 2016: Conhecimentos
Específicos. Questão 38.

115
116
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Você também pode gostar