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Luck of the Draw

Shamrock Falls # 02
Kelley Vitollo

Sinopse:

Rowan McKinley não estava à procura de uma noite selvagem enquanto


estava de férias em Las Vegas, mas ela deixa isso de lado quando conhece o
jogador profissional de pôquer - e profissional sedutor - Breck Wilder. O charme
descontraído e as brincadeiras alegres de Breck atraem a reservada Rowan, e
embora ela sempre sonhasse com o tipo de amor eterno que seus melhores amigos
Sidney e Kade compartilham, ela vai se contentar com uma noite com o jogador
carismático.

Depois de sua louca aventura de uma noite, Breck nunca esperou ver a ruiva
misteriosa novamente. Então, quando ele aparece na pousada em Shamrock Falls
procurando fugir por algumas semanas e Rowan atende a porta, ele fica
atordoado. O estilo de vida rolling-stone de Breck e a história malfadada com as
mulheres significa que ele não está interessado em nada a longo prazo. Mas
quanto mais tempo ele fica na pousada, mais ele considera deixar cair sua
máscara de jogador e colocar todas as suas cartas na mesa... por Rowan.
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Dezembro/2013
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Se você pagou por esta obra,

VOCÊ FOI ROUBADO.


Para minha melhor amiga Wendy Higgins. Não havia outra escolha para a
dedicatória do livro Breck. Seu amor dele combina com o meu próprio. No caso de eu
nunca ter te dito, você salva a minha sanidade mental quase diariamente. Não há
ninguém que eu prefira compartilhar essa louca, incrível viagem com a escrita do que
com você. Amo você, garota.
Capítulo Um

R owan McKinley sentia como se estivesse

em um filme muito ruim. Ela sentou-se no bar de um hotel em Las Vegas, praticamente
chorando com sua bebida, porque ela estava sozinha - porque um de seus três irmãos,
que raramente ia para casa em Shamrock Falls para vê-la, também estava na Cidade do
Pecado, mas estava muito ocupado para arrumar um tempo com sua irmãzinha.

Ridículo? Sim. Ela sabia disso. Rowan estava ali porque tinha finalmente
alcançado seu sonho de abrir sua própria pousada, mas ela não conseguia parar de se
deter ao fato de que ela estava sozinha. Que seus pais haviam morrido e seus irmãos
ainda não tinham tempo para ela. Que ela estava com inveja de seus dois melhores
amigos do mundo, Sidney e Kade, que finalmente tinham admitido há alguns meses
que eles estavam apaixonados depois de anos de separação. Rowan estava tão feliz por
eles. Mas ela queria isso também.

Vê? Patético.

— Este assento está ocupado? — Uma voz masculina, ultra suave falou atrás
dela.

Rowan se virou, e sua respiração ficou presa na garganta para os olhos azuis
brilhantes que olhavam para ela. O cara tinha o cabelo preto com cerca de dois
centímetros de comprimento e uma sombra em seu rosto que dizia que ele não tinha
feito a barba hoje, mas isso apenas deu um toque a mais ao seu charme. Ele sorriu para
ela, um meio sorriso com uma covinha debaixo dele.

Problemas com um P maiúsculo. E ela não estava no clima para problemas.

— O gato comeu sua língua? — Ele perguntou, seu sorriso desaparecendo.

Rowan riu, ela não podia evitar. Que cantada clichê. — Por favor, não me diga
que isso realmente funciona com as mulheres.

Ela podia jurar que viu uma contração de seu sorriso em retorno.

— O quê? Eu estou ofendido. Você acha que isso é uma cantada? — Sr. Suave
sentou-se. — Eu não devo estar fazendo algo certo.

— Você precisa de mim, para escrever uma lista? — Se ele ia ficar a vontade
com ela, ele teria que lidar com seu humor.

Para sua surpresa, ele soltou uma gargalhada. Era uma espécie de risada
contagiante que a fez se afastar para que não se juntasse a ele. Ela não tinha vontade de
rir.

Ele inclinou-se para ela. — Você percebe que você fez o que nenhuma outra
mulher foi capaz de fazer antes?

Rowan inclinou a cabeça, tentando descobrir o que ele queria dizer. — Que é?

— Calar-me. Ignorar meus avanços. A escolha é sua.

Isso fez com que Rowan olhasse para ele novamente e revirasse os olhos. De
todas as coisas presunçosas do mundo que ele poderia dizer. Homens de Las Vegas
eram demais para ela. — Você tem problemas.

— Mas você está sorrindo. Você não estava sorrindo antes. Você deveria ficar
feliz que eu quebrei minha regra esta noite.

Ela não sabia de que regra ele estava falando, mas ela percebeu que ele estava
certo. Por mais que ela não quisesse, ela estava sorrindo. E se sentia bem.

***

— Eu não vou fazer isso! — Rowan se inclinou para trás em sua banqueta e
cruzou os braços. Que tipo de homem pede a uma mulher para tentar amarrar um cabo
de cereja com a língua? Algo assim não pode acabar bem.

— Você é covarde? — Ele zombou dela fazendo a mesma pose, inclinando-se


para trás, os braços cruzados, a única diferença era o sorriso em seus lábios. O homem
sorria mais do que ninguém que ela já conheceu. Provavelmente porque ele não tinha
sido sério sobre qualquer coisa nas poucas horas que eles estavam conversando.
— Eu não sou covarde. Ou tenho doze anos. Você não vai me ganhar dessa
maneira. — Ela estendeu a mão, pegou o Shirley Temple1 do bar, e tomou um gole.
Foi quando ela colocou a bebida no bar, que ela percebeu que se gabava de não ser
uma criança, enquanto claramente bebia uma bebida de criança.

Felizmente, Wilder (que tipo de nome é esse?) não a provocou por isso. — Eu
acho que você é. Você está com medo, Sua grande covarde. — Suas sobrancelhas se
ergueram enquanto ele também tomou um gole.

— Do que eu teria que ter medo?

— Que você não consiga fazer. Que você vá parecer ridícula tentando... Ou que
vai ser sexy...

Rowan preferiu ignorar o comentário sexy. Ela não queria entrar em um jogo de
flerte com esse homem - especialmente porque ela tinha a sensação de que ele fazia isso
muitas vezes.

— O que você disse que faz? — Ela perguntou.

Ele ergueu uma das sobrancelhas, dizendo-lhe que ele sabia o que ela estava
fazendo. — Eu te disse, eu sou um homem de apostas. Então você acaba de abrir sua
própria pousada, certo? E você está em Las Vegas para uma feira de hotelaria?

— Sim, eu já disse isso para você. Boa jogada de mudança de assunto, de


qualquer forma.

— Você é boa. — Ele piscou. — E eu tenho certeza que foi você quem mudou
de assunto primeiro.

— Eu não entendo por que você quer tanto que eu faça isso. E como eu disse
antes, eu não vou cair nas suas cantadas. Se você está procurando uma mulher para
levar para o seu quarto, você está procurando no lugar errado.

— Hey! — Wilder ergueu as mãos no ar. Ela duvidava que ele fosse tão inocente
como ele queria que ela pensasse. — Eu estou sendo muito bom. Eu estou sentado aqui
com você por três horas e ainda não dei em cima de você nenhuma vez.

Rowan levantou uma sobrancelha. — E sobre o comentário sexy? — Ela não


podia acreditar, mas ela estava realmente lutando contra um sorriso. Esse cara a
deixava louca, mas ele tinha esse tipo infeccioso de energia que ela não tinha percebido
que ela precisava até agora.

— Ok, então eu dei em cima de você algumas vezes, mas tudo como uma boa
diversão. Eu quero que você saiba que eu passei a me comportar melhor. Essa regra da

1
Shirley Temple – é uma bebida não alcoólica feita com água tônica, suco de laranja, cerejas e xarope de groselha.
qual te falei? Isto se refere a não ter nenhuma mulher. Eu diria a você o porquê, mas é
uma informação secreta.

Os dois riram. Com isso, a tensão dela aliviou um pouco.

O fato era que ela podia amarrar um cabo de cereja com a língua - muito bem.
Ela usou a habilidade para provocar os homens antes, mas isso era diferente. Esse cara
tinha mulherengo escrito nele todo, e a última coisa que ela precisava era se envolver
com alguém assim - mesmo que ela nunca tivesse que vê-lo novamente. E mesmo que
ele fosse muito lindo. — Eu quero ver você amarrar um cabo de cereja com a língua! —
Há! Tome isso.

Wilder arrancou a cereja do copo dela e Rowan suspirou. Ela não sabia por que
aquilo a chocou tanto.

— Eu pensei que você nunca pediria. — Ele piscou. — Está vendo? Eu não sou
um covarde.

Risos subiram em sua garganta. Ela nunca tinha ouvido um homem adulto
chamar tanto alguém de covarde em sua vida. E então, ela não sabia por que ela fez
isso, mas ela agarrou seu braço. — Espere. Não se atreva! Aposto que posso amarrar a
minha mais rápido do que você pode amarrar a sua. — Seu desafio nem sequer pareceu
surpreender Wilder, mas ela poderia mostrar a ele quando o vencesse. Quem se
importava se ela se jogou direto para suas mãos? Rowan nunca teria pensado nisso,
mas na realidade, ela estava gostando do jogo.

A garçonete se aproximou e Rowan se virou para ela. — Será que você pode nos
trazer uma tigela de cerejas?

— Uma tigela? — A mulher loira parecia um pouco chocada.

— Sim.

A garçonete balançou a cabeça, mas um sorriso apareceu, e com certeza, ela


voltou alguns segundos depois com uma tigela de cerejas. Agora Rowan só tinha a
esperança de que ela ainda pudesse fazer isso. Ela não tinha tentado nos últimos anos.

— No três? — Wilder perguntou. Ele tentou colocar a haste em sua boca, mas
ela o deteve com uma mão em sua perna. Calor subiu pelo braço com o simples toque,
fazendo com que Rowan tirasse a mão rapidamente. Definitivamente não é o tipo de
reação que ela precisava ter agora.

— Hum... Espere. Conte até três e então coloque o caule em sua boca, e nós
amarramos.

— Um — Disse Wilder.
— Dois — Ela continuou.

Ele sorriu. Um tipo de sorriso deslumbrante que a fez acreditar que ele realmente
conseguia exatamente o que queria com as mulheres.

— Três — Ele concluiu. Ela jogou a haste na boca e amarrou, sentindo-se mais
leve do que há um longo tempo.

***

O estômago de Rowan doía de tanto rir. Mas ela teve um recorde e isso é tudo o
que importava.

Outra hora se passou e, com ela, o cansaço se infiltrou. Rowan bocejou. Ela não
podia acreditar que ela tinha sentado aqui com esse cara a noite inteira e se esqueceu de
todo o resto, até mesmo do seu irmão. Ainda assim, era hora de ir para casa amanhã.
Hora de voltar à sua vida e esquecer um mulherengo paquerador que ela conheceu em
Las Vegas.

— Foi divertido, mas eu estou exausta. Foi muito bom conhecê-lo, Wilder. —
Rowan levantou-se e estendeu a mão. Uma pequena pontada de arrependimento a
atingiu. Ela tinha se divertido essa noite e não queria que isso acabasse.

A mão de Wilder era grande e quente, quando ele agarrou a dela, e ele balançou
fortemente antes de ficar em pé também.

— Eu estou indo para cima também. Vamos compartilhar um elevador.

— Eu estou indo para o meu quarto e você para o seu. — Ela reiterou. Para ele,
para si mesma, ou para ambos, ela não sabia. Ela não se sentiu muito confortável com
a confusão.

— São poucos os comentários que você fez. Você finge que sou eu, mas eu acho
que você é a pessoa convencida. — Ele brincou.

Ela balançou a cabeça, a mesma leveza enchendo-a. Ela não podia acreditar que
ela tinha começado a noite com tanta dor.

Eles caminharam até o elevador, as mãos de ambos indo para o número vinte e
dois. Oh meu Deus, ela pensou. Então, por que oh, meu Deus? Estar no mesmo andar
que ele não quer dizer nada.

— Você está realmente no vigésimo segundo andar? — Ela tinha reservado um


bom quarto. Ela merecia isso, era a sua primeira vez em Las Vegas.

— Sim.
Eles subiram juntos, o coração de Rowan batendo como um louco o tempo todo.
Ela realmente pulou quando o elevador apitou.

— Depois de você. — Wilder disse, e ela saiu. Sua voz passou por cima dela,
através dela, fazendo com que seu corpo fizesse todos os tipos de coisas felizes,
oscilantes que ela não queria pensar. Deus, ela estava atraída por aquele homem.

Ambos pararam ali. E não se mexeram. Por que ela não estava se movendo?

— Foi um prazer conhecê-lo. — Ela sorriu.

— Você já disse isso. — Ele usava um sorriso arrogante.

Ela não sabia quem se moveu primeiro, ela ou ele, mas de repente os seus lábios
estavam esmagados juntos. Não foi um beijo gentil, foi urgente, com fome, necessitado.
Ela continuava dizendo repetidamente em sua cabeça para parar, mas seus lábios
continuavam em movimento. Suas mãos continuavam sentindo. Era incrível como ela
podia sentir um beijo por toda parte. Como isso fazia seus dedos se enrolarem e prazer
correr por todo o seu corpo. Talvez até fazer alguns passos de dança também.

Wilder estava apoiado com os braços em volta dela, beijando e puxando-a pelo
corredor.

Ela continuou seguindo. Deus, este homem sabia beijar. Sua barba roçava seu
rosto, criando uma fricção deliciosa. O que estou fazendo? Ela se perguntou. Esta não
era ela.

Mas eu não quero parar.

Ela ouviu o clique de uma porta. Como diabos ele tinha aberto a porta sem se
afastar dela? Isso deveria ter lhe dito algo. Mas, ainda assim, ela continuou.

Wilder não quebrou o beijo e nem Rowan. Isso era estúpido, muito estúpido,
mas ela merecia uma noite de estupidez. Uma noite de diversão despreocupada que era
só para ela.

***

Ela estava na cama com um homem. Um homem muito nu.

O que há com os caras, afinal? Dê a um homem um orgasmo e ele estava


acabado. Será que isso realmente tira muito deles? Em todos os livros que ela leu ou
filmes que viu sempre havia uma segunda ou terceira rodada. Obviamente eles chamam
de ficção por uma razão.

Isso é uma coisa boa, ela lembrou a si mesma. Rowan pulou da cama e tirou sua
calcinha de um abajur.
Um maldito abajur!

Na ponta dos pés pelo quarto, ela encontrou seu sutiã sobre a TV.

O fato de que o homem com quem ela tinha tido o sexo mais selvagem de sua
limitada experiência (mesmo que fosse apenas uma vez!) estava desmaiado
definitivamente, “graças a Deus”, desmaiado. Ela não podia imaginar tentar falar com
ele depois das coisas que tinham feito. Suas bochechas aqueceram com o simples
pensamento. Puxando suas calças jeans debaixo da cama, Rowan empurrou os
pensamentos para longe.

A pior parte foi que ela não podia nem culpar a bebida.

Ela se moveu para o outro lado do quarto. Ela precisava de sua blusa. Onde
diabos estava sua blusa?

— Merda! — A mão de Rowan deu um tapa na boca, conforme o dedo do pé,


que ela quase arrancou, começou a pulsar. Seus olhos varreram a cama onde Wilder
estava deitado nu como no dia em que nasceu. Ele nem sequer teve a decência de se
cobrir.

Mas ele não estava acordado. Graças a Deus ele não estava acordado.

Rowan avistou vermelho debaixo da mesa. Sua blusa!

Ela agarrou-a e vestiu. Ainda não podia acreditar que ela tinha dormido com um
cara que ela não conhecia. Que ela deixou os olhos azuis e um homem de fala doce
fizesse sorrateiramente seu caminho até sua cama.

Ok... Talvez ela fosse a única que acabou em sua cama, mas isso era irrelevante.

A embalagem de camisinha dobrou sob seus pés enquanto ela caminhou até a
porta, fazendo-a estremecer. Sim, ela realmente fez isso. Sem sequer ter tempo para
encontrar seus sapatos, Rowan escapou do quarto do hotel, agradecendo a Deus que
ela nunca teria que ver Wilder novamente.

***

— Hey, Ace2. Você vai ganhar muito esta noite? — A mulher loira platinada
grudou a si mesma ao lado de Breck Wilder. Ele nunca a tinha visto antes, mas ela
segurou a mão dele como se tivessem sido presas juntas cirurgicamente.

Ele conteve um gemido. Isso não era nenhuma novidade.

— Meu nome não é Ace. — Jesus, o que acontecia com as pessoas que
assumiram que só porque ele jogava cartas, ele passaria a ser Ace? Ou Deuce3,

2
Ace – refere-se à carta Ás do baralho
Maverick4, ele ouviu tudo isso antes. Breck tentou puxar a sua mão, mas a garota não o
soltava por nada. Antes de um grande jogo, ele não queria nenhuma distração. Tudo o
que importava era manter a cabeça nas cartas, sua fisionomia inexpressiva intacta, e ele
definitivamente evitava mulheres por pelo menos uma semana de antecedência. O que,
obviamente, era difícil de fazer, especialmente considerando que a maior parte do
tempo ele não queria.

Apague isso. Costumava ser o que ele não queria. Agora - bem, ele não
conseguia parar de pensar numa certa ruiva flamejante.

De qualquer maneira, mesmo se ele estivesse afim de qualquer coisa que essa
mulher tivesse em mente, ele não estaria fazendo isso antes de jogar. Este era um
torneio muito curto e deveria durar apenas algumas horas, mas ele levava todos os
jogos que ele participava a sério. O patrocínio dependia disso. Não que ele jogasse por
eles.

Tudo o que importava era o pôquer, as cartas que ele negociava e como ele
jogava com elas. Era a única coisa que ele sempre teve. Não importa o que ele perdeu,
ninguém poderia levar o seu jogo para longe dele. E isso o fazia se sentir vivo, então, se
isso tirasse Breck de se concentrar nas cartas e somente nas cartas, é o que ele iria fazer,
não importa o quão bonita fosse uma mulher.

Com exceção de um mês atrás...

Ele empurrou Rowan de sua mente. Ela sumiu então, ele com maldita certeza,
não iria se preocupar com ela. Não que Breck se preocupasse mais com mulheres.
Inferno, ele não tinha nada a ver com as mulheres há alguns meses antes dela e agora,
um mês desde então. E as coisas estavam indo muito melhor para ele. Se você não
contar Taylor, uma mulher com a qual ele tinha passado um pouco de tempo, e o fato
de que ela roubou sua gata, Ace.

Ok, então Breck pode não ser chamado de Ace, mas ele usou o nome para sua
gata. Era adequado para ela, apesar de tudo.

Luzes brilhantes piscaram ao seu redor, o cheiro de álcool, cigarros, charutos e


transpiração agarraram-se ao ar, e ele adorou. Aquilo representava algo que era dele.

— Você estará ocupado após o torneio? — a mulher perguntou - seus olhos se


iluminaram com o brilho que lhe disse exatamente o que ela tinha planejado para a
noite deles. Breck esperou por isso, aquele pico de sua pulsação ou a agitação do
desejo. A mulher era linda e ela queria ter um bom tempo com ele. Mas aquilo não
veio.

3
Deuce – refere-se a ter uma mão com um par de dois do baralho
4
Maverick – refere-se a ter na mão as cartas Dama e Valete do baralho
— Não, obrigado. Eu estou sempre muito cansado depois de um torneio. — Ele
mentiu. Ele geralmente estava preparado e pronto para ir depois que ele jogava - depois
que ele ganhava.

A mulher fez beicinho e ele deu-lhe o sorriso que ele sabia que as mulheres
amavam. — Eu preciso ir. Eu tenho que ficar pronto para jogar. — Ela revirou os olhos
para ele e foi embora.

Foi melhor assim. Uma noite só costumava dar-lhe o que ele precisava, mas
agora aquilo só deixava frio e solitário, o que não fazia sentido. No entanto, não podia
evitar como que se sentia. A única outra opção era um relacionamento e ele
definitivamente não fazia aquilo. Estive lá, fiz isso, quebrei e destruí o grande
momento.

Breck empurrou esses pensamentos de lado. Todo o resto foi esquecido, exceto a
única coisa que sempre tinha sido bom para ele. O pôquer.

***

Adrenalina bombeava através de Breck. Eles estavam jogando por horas, mas ele
não sentia nada disso. Ele simplesmente olhou para o outro jogador, viu a sua testa
contraindo. Esta não foi a primeira vez que aconteceu e cada vez que fazia, o cara
estava blefando.

Está no papo, Breck pensou. Ele fez uma pausa, fazendo com que o outro
homem se contorcesse antes que ele colocasse tudo em cima da mesa.

E levasse tudo para casa, também.

Era nesses momentos que nada mais importava. Ele estava no topo do mundo -
poderia fazer qualquer coisa, e com a maldita certeza ele gostava disso.

Fim de jogo, tudo que ele queria era se preparar para dormir, então ele escapou
antes de sua entrevista pós-jogo. Ele ouviria de seu agente mais tarde, mas agora ele
não se importava.

Estupidamente, ele fez uma parada no bar para uma cerveja antes de ir para seu
quarto e agora era uma luta para passar através da multidão. Quando ele finalmente
conseguiu o elevador até seu andar, no segundo que as portas se abriram e ele entrou
no corredor, ele a viu. Não sua ruiva, Rowan. Inferno, ele desejava que fosse ela,
embora ele não soubesse o porquê. Talvez porque ela não levou a sua merda. Ela a
devolveu, mas de uma forma divertida, não de uma forma psicótica - ao contrário da
mulher na frente dele.

— Taylor. O que você está fazendo aqui?


— Com quem você estava falando antes do jogo, Breck? — Sua ex cruzou os
braços.

— Não é da sua conta. Onde está Ace?

— Ela é o motivo pelo qual você terminou comigo?

Ele suspirou. — Eu nem conheço essa mulher. Agora me diga onde está minha
gata. — Taylor lhe deu um sorriso malicioso.

Jesus. Por que essa merda sempre acontece com ele? Primeiro Bailey - dor bateu
em seu peito. Mesmo depois de todos esses anos, ele não conseguia lidar com o
pensamento de quando a perdeu - que foi exatamente por isso que ele não se deixou
chegar perto de outra mulher. Emocionalmente, pelo menos.

E agora isso. Ele sabia muito bem que Taylor realmente não se preocupava com
ele. Ela gostava de ganhar e ela não gostou do fato de que ele tinha sido o único a
dizer-lhe adeus. Fazia meses que ele havia saído com ela e ainda assim quando Ace
desapareceu, ele sabia exatamente quem tinha sido.

— É melhor eu ir. Eu só queria dizer oi. Max está esperando por mim. —
Taylor piscou para ele.

Ele não poderia se importar menos se ela estivesse aqui com Max, um dos outros
jogadores. Deixe-a passar para qualquer um dos caras que ela queira. Ele só tinha que
ter sua maldita gata de volta primeiro.

— Onde está a Ace? — ele perguntou novamente. Ele adotou informalmente a


gata depois de vencer seu primeiro torneio. Ele chegou em casa e ela estava andando na
frente de seu prédio e, louco como isso era, ele tomou isso como um sinal e Ace se
tornou sua. Ela era uma das únicas constantes em sua vida, e dane-se se ela não
significa muito para ele. Ela não esperava nada dele, apenas comida, água e atenção, e
ela o amava.

Ele definitivamente não confiava nessa mulher cuidando da Ace.

Miau.

Pela primeira vez, ele estudou a bolsa em seu braço e percebeu que era uma
daquelas pequenas para carregar cães. — Você a trouxe? Me dê a minha maldita gata
de volta! — Breck pegou a alça, mas Taylor se afastou. Droga, ela não está facilitando.

— Dê-me a gata, Taylor! — Ele sabia que soava ridículo, mas ele não se
importava.

— Não pode lidar com perder a única coisa na vida que você gosta além de
pôquer? — Taylor se virou para ele. Sim, a mulher louca tentou socá-lo. Breck se
esquivou dela e puxou ao mesmo tempo, tentando tomar cuidado para não machucá-
la, mas ainda disputando Ace. De alguma forma, ele tropeçou e Taylor caiu com ela.

Ace miou novamente, e ele segurava a sacola de modo que a gata não fosse
esmagada ou caísse no chão, mas Taylor estava em cima dele, gritando e se balançando
para longe.

Portas se abriram ao redor deles. As pessoas gritavam: — O que está


acontecendo! Parem com isso! Ele a está atacando!

Como eles conseguiram isso, considerando que ele estava em baixo, ele não
sabia. Sabendo que não havia nenhuma maneira no inferno que ele sairia dessa com
boa aparência, Breck parou de lutar e deixou sua ex chutar sua bunda.

Ele perdeu Bailey e acabou com uma mulher psicopata ladra de animais de
estimação em suas mãos. Era por isso que ele não tinha relacionamentos sérios. Graças
a Deus, a única mulher que realmente o fez sentir diferente, que tinha sido genuína,
tinha escapado dele. Não poderia ter terminado bem de qualquer maneira.

Ele estava finalizado para todas as mulheres. Tudo o que ele precisava era pegar
sua maldita gata de volta.

E um período de férias. Isso foi de repente para o topo de sua lista.

***

Rowan McKinley examinou a despensa que ela tinha acabado de organizar.


Não, não era realmente necessário, mas era bom fazer alguma coisa. Ela tinha que se
manter ocupada. Quão boa seria uma pousada, se não estivesse sempre em sua melhor
condição para o caso de um hóspede chegar? Não que ela tivesse muitos deles. O que a
deixou um pouco enjoada, mas coisas como essa levam tempo, certo? Destiny Knocks
era o seu sonho e não seria magicamente um sucesso do dia para a noite.

No entanto, ela esperava que isso levasse apenas mais uma noite ou duas. Na
verdade, ela não tinha muito mais noites para esperar. Dinheiro não cresce em árvores.

Ela virou-se, justamente quando o telefone tocou e ela estendeu a mão para ele.
Seu coração pulou, poderia ser um possível hóspede.

Infelizmente, o identificador de chamadas mostrou o número do escritório de


seu amigo Jace, onde ele estava trabalhando como advogado, desde que voltou para
Shamrock Falls. Ela pensou em ignorar a chamada, mas provavelmente era sua
assistente, Betsy. Ela não queria perder um telefonema de uma de suas amigas.

— Olá.
— Hey, Row. É o Jace. Ah... Espere um segundo. — Houve um barulho do
outro lado do telefone, como se ele o cobrisse. — Obrigado, Betsy, estes parecem
incríveis. Você é uma salva-vidas. Eu não sei o que eu faria sem você.

Rowan se encolheu ao ouvir suas palavras. Betsy era provavelmente a mais doce
e a mais tímida mulher que ela já conheceu, e Jace? Bem, ele gostava de mulheres e
gostava muito delas. Infelizmente, era bastante óbvio que Betsy tinha uma queda por
ele e, enquanto palavras como aquelas não significavam nada para ele, Rowan tinha a
sensação de que elas queriam dizer um monte de coisa para Betsy. Sua amiga nunca
iria admitir isso, porque ela não era esse tipo de pessoa, mas isso não significa que
Rowan não se preocupava com ela.

— Ei, desculpe por isso. Eu tenho um favor para lhe pedir. — A voz de Jace era
suave como o mel. Não era de se espantar que as mulheres tivessem problemas em
dizer não a ele.

— Você não está brincando com ela, Jace, está? — Ela interrompeu.

Jace gemeu. — Por que diabos as pessoas continuam me perguntando isso? Nós
trabalhamos juntos. Isso é tudo.

Rowan imaginou que ele estava certo. Ela não tinha visto Jace lhe mostrar
qualquer interesse real, mas ela precisava perguntar. — Só estou me certificando.
Então, sobre esse favor? — Jace não vinha para as pessoas em busca de ajuda muito
frequentemente, de modo que ela estava curiosa sobre o que era aquilo.

— Certo. Tenho um velho amigo da faculdade que está querendo ficar longe por
um tempo. Eu mencionei que você tem pousada e ele quer se hospedar. Não vai ser
uma visita curta. Provavelmente cerca de seis semanas, e é por isso que eu queria
perguntar, mas...

— Absolutamente! — Ela o cortou. — Não importa o tempo que ele precise. Eu


tenho o espaço e para ser honesta com você, eu estou precisando do dinheiro.

Doía admitir isso, mas ela sabia que Jace iria entender. Ele nunca faria mal para
seu próprio dinheiro, mas apesar de seu jeito mulherengo, ele tinha um grande coração.

Ela não sabia o porquê, mas isso fez Wilder e seus grandes olhos azuis pularem
em sua cabeça. Tão facilmente, suas bochechas coraram. Mas, então, lembrou-se que a
conexão deve ter sido o termo “mulherengo” em sua mente e ela fechou a porta em
todos os pensamentos dele.

— Você está aí, Row? — A voz de Jace a tirou desses pensamentos.

— Sim, você disse alguma coisa?

— Eu perguntei se você está bem. Você precisa de alguma coisa?


Engraçado. Mesmo que ela estivesse próxima de Jace agora, ela nunca teria
pensado que ela teria uma boa amizade com ele. Ele tinha estado alguns anos à frente
dela na escola e ele foi embora para a faculdade logo que se formou. Ele era próximo
de seus melhores amigos Kade e Sidney e, automaticamente, fez amizade com ela,
também.

Parecia que todo mundo estava voltando para casa. Sidney e Kade foram
embora após o ensino médio - Sidney para ser uma estrela em Hollywood e Kade para
Seattle, mas agora eles estavam em casa definitivamente e apaixonados um pelo outro.
Uma pequena pontada de inveja bateu em Rowan, que imediatamente a fez se sentir
culpada. Ela adorava ter seus amigos de volta em Shamrock Falls.

— Sim... Sim, eu estou bem. Eu não preciso de nada. — Nossa. O que havia de
errado com ela? De repente, ela sentiu toda chorosa.

— Ok. Eu tenho um caso que eu preciso trabalhar, então é melhor eu desligar.


Breck vai estar aí ainda hoje, tudo bem?

Hoje? Dê a uma garota algum aviso. — S-sim, tudo bem. Então, eu preciso
desligar, também. Tenho que preparar as coisas.

— Obrigado, Rowan. Eu te devo uma. — A linha desligou e Jace se foi.

Esse cara, Breck poderia ser a distração perfeita. Ela precisava de algo para
manter sua mente fora de Destiny Knocks e se perguntando se ela cometeu um grande
erro ao abrir tão cedo. Se pegar o empréstimo tinha sido ela usando seu coração, em
vez de seu cérebro. Nada a distraía como cozinhar - bem, exceto, talvez, a pesca, mas
Kade era seu companheiro de pesca e ele estava ocupado com Sidney e seu
bar/boliche, o Lucky’s.

Tomara que o seu hóspede goste de macarrão com queijo e de maçã crocante
caseira.

Rowan andou pela casa, certificando-se de que tudo estava bem. Enquanto ela
tirava o jantar do forno, a campainha tocou. Excitação deslizou por suas veias. Ela só
teve alguns clientes até o momento e com cada um deles, era como eletricidade se
movendo rapidamente em seu interior. Era emocionante conhecer pessoas diferentes,
cuidar delas. Ela sempre quis ser a pessoa que toma conta dos outros, fazer os outros
sentirem-se importantes. Ela nunca quis nada diferente disso e agora ela finalmente
tinha.

Rowan desligou o forno, tirou o avental, e caminhou até a porta. Por força do
hábito, ela passou os dedos pelo cabelo encaracolado vermelho para ter certeza que ela
parecia pelo menos um pouco arrumada antes de abrir a porta.

E seu coração parou.


Puta merda! Visões de beijos sensuais, mãos hábeis... E ela se esgueirando de um
homem nu encheram seu cérebro.

— Eu pensei que o seu nome fosse Wilder!


Capítulo Dois

N ossa. Que diabos foi isso? Considerando

que Rowan tinha rido com ele, dormido com ele, e, bem, fugido dele, ela não valia,
pelo menos, o nome verdadeiro?

Um sorriso puxou seus lábios. Um sorriso sexy. Esse meio sorriso arrogante com
a covinha que enviou um pico indesejado de calor correndo por ela. Na verdade, ele
parecia feliz em vê-la e tudo o que ela queria era calar os hormônios que eram
ridiculamente sensíveis a ele.

— Se não é a Houdini. Você está me perseguindo?

Perseguindo ele. Perseguindo ele? De todas as coisas idiotas que ele poderia dizer!
— Você é o único que está parado na minha porta. E se bem me lembro, foi você que se
aproximou de mim no hotel, também!

Porcaria. Por que ela tinha que ter trazido à tona aquela noite?

Wilder - ou qualquer que fosse seu nome - piscou para ela. — Você não estava
reclamando naquela noite. — Ele ainda tinha o sorriso no lugar. Ela nunca bateu em
ninguém em sua vida, mas ela queria socá-lo agora.

— Ótimo. Obrigada pela visita. Vejo você mais tarde! — Ela tentou fechar a
porta, mas ele colocou o seu pé dentro. E uma mala na mão. Ele planejava ficar com
ela. Como isso pode estar acontecendo?
— Eu não sei como você veio parar aqui também, mas eu providenciei para
ficar. O local é de propriedade de uma amiga de um amigo meu.

Ela apontou para si mesma. — Eu! É a minha propriedade. E você,


absolutamente, não vai ficar aqui.

Seu coração chutou e ela estava respirando pesadamente. Bom Deus, ela sentia
como se estivesse prestes a ter um colapso nervoso. Este dia poderia ficar mais
selvagem? Ugh. Apague isso. Apague essa palavra de seu vocabulário de uma vez por
todas.

— Ahhh, vamos lá. Vai ser divertido, Houdini5. — ele falou, inclinando-se mais
para dentro da porta em suas calças sensuais e sua estúpida camisa sexy de botão.

Ele estava brincando com ela. O brilho em seus olhos lhe disse isso, mas ainda
assim a irritou. — Sinto muito. Não foi tão divertido na primeira vez e eu tenho certeza
que não seria melhor na segunda.

Mais uma vez ela tentou empurrar a porta fechada, mas ele estendeu a mão para
detê-la. Ele suspirou, ficou em silêncio por alguns segundos antes de falar. — Olha...
Eu peço desculpas por ser um idiota. Eu não sabia que você estava aqui. Além do fato
de que você pode amarrar um cabo de cereja com a língua, eu não sei muito sobre
você, incluindo onde você mora, uma vez que você desapareceu e tudo mais. Mas esse
não é o ponto. Eu realmente estou procurando um lugar que eu possa fugir por cerca de
um mês. Eu poderia ir para outro lugar, mas seria bom sair com Jace novamente,
também. Eu estou te pedindo um favor aqui, Houdini.

— Seis semanas! Jace disse que você quer ficar aqui por mais de um mês. —
Não é como se isso fosse muito importante. — E por que você continua me chamando
de Houdini? — Ela tinha sido honesta sobre seu nome.

— Porque você sabe como desaparecer. — Outro sorriso. Rowan abriu a boca
para lançar algumas palavras bem escolhidas para ele, mas ele falou primeiro. — Eu
não dou a mínima para você. Sinto muito. Não podemos esquecer o passado? Eu vou
parar de te incomodar. Palavra de escoteiro. — Ele levantou dois dedos.

— Eu duvido que algum dia você foi um escoteiro. — Mas, caramba, ela estava
sorrindo novamente. Por que este homem a fazia sorrir?

Ele não respondeu. Merda.

— Nós não vamos... Não podemos... Eu não quero...

5
Uma referência ao maior ilusionista do mundo, Harry Houdini, que fazia as coisas e pessoas desaparecerem na sua
frente.
— E você me chamou de vaidoso a última vez que nos encontramos? Quem
disse que eu quero dormir com você de novo? — Ele disse em resposta à afirmação que
ela não tinha sido capaz dizer. Sua resposta fez suas bochechas corarem de vergonha.
Ok, talvez não só de constrangimento. Será que ele tem que ser tão sexy? — Não se
preocupe, de qualquer forma. Estamos de acordo aqui. Eu não estou à procura de
problemas e é isso que parece acontecer toda vez que estou envolvido com uma
mulher.

As mulheres eram problemas? Ele era o único com os grandes olhos azuis e
cabelos pecaminosamente pretos, aquele com as frases que ele sabia como usar e mãos
que - Ei, definitivamente não vá lá. — Desde que temos um entendimento. E eu só vou
deixar você fazer isso porque você é amigo de Jace. — E ela precisava do dinheiro. E...
Bem, ela dormiu com o cara. Os bons modos dizem que você não dá um chute na
bunda de um cara depois disso.

O que no mundo que ela tinha se metido?

Aparentemente sem saber que ela estava tendo um ataque cardíaco, Wilder
entrou na casa.

— Tem um cheiro incrível aqui. Ah, e você não tem problema com gatos, né?
Ou uma aversão ou fetiche com roubá-los?

Tontura a atingiu e, de repente, o mundo de Rowan ficou escuro.

***

— Ei, abra os olhos para mim. Está tudo bem aí? — Breck se sentou no chão
com a cabeça de Rowan em seu colo. Como diabos isso aconteceu, ele não sabia. De
todos os lugares que ele poderia acabar, como ele estava sentado ali com ela desmaiada
em seus braços?

Mais importante ainda, por que ela caiu assim?

Ele sabia que tinha um jeito com as mulheres, mas geralmente eles estavam se
desfazendo em seus braços ou amaldiçoando o chão que em que ele andava - não
desmaiando aos seus pés.

Os olhos de Rowan se agitaram em flashes de verde. — O que aconteceu? — Sua


voz era suave.

— Eu estava esperando que você pudesse me dizer isso. Foi por estar tão perto
de mim? Eu sei que sou bonito, mas não há nenhuma razão para desmaiar. — Com
isso, os olhos dela se abriram definitivamente. Ela lhe deu um olhar mortal que o fez
sentir como se tudo já estivesse bem, mas ele ainda não iria arriscar. — Quantos dedos
você vê? — Ele ergueu três no ar.
— Você não é tão bonito.

— Eu discordo e quantos dedos? — Seus olhos pareciam normais, somente um


pouco vidrados. Um sorriso inclinou os lábios, mas não parece que ela percebeu isso.
Não, essa mulher queria estar chateada com ele, mas ela não podia - o que deveria ser a
sua primeira pista para dar o fora de lá. Uma mulher mal-humorada como ela não seria
nada além de problemas. Uma mão perdida, se você quiser, e Breck não perdia mais.

— Quero dizer, talvez um sete de dez.

— Não. Apenas três dedos de cinco. Parece que eu vou ter que carregá-la.

Com isso, seus olhos se arregalaram. Ela não queria estar em seus braços e de
alguma forma ele tinha a sensação de que era porque ela tinha gostado demais de estar
lá da última vez.

— Não! Eu estava avaliando você.

Desta vez Breck levantou dez dedos.

— Dez. — Ela disse.

Ele piscou para ela. — Isso se parece mais comigo. Eu sabia que você pensava
que eu era sexy.

Ele não tinha nenhuma dúvida de que, se tivesse super poderes, esta mulher
estaria disparando fogo de seus olhos para ele. Tão mal-humorada como ele se
lembrava.

— De todas as coisas teimosas, vaidosas, arrogantes que você poderia dizer,


você sabe muito bem que não é o que eu quis dizer! — Rowan tentou sentar-se, mas ele
a impediu.

— Sem mais truques, Houdini. Desaparecer e fingir de morto são


extravagancias o suficiente. Deixe-me ajudá-la. Você desmaiou, lembra? — Breck
envolveu seus braços ao redor dela, mas ela tentou afastá-los.

— Não é permitido reprimir uma sensação.

Rowan mordeu o lábio. Seus olhos corriam em volta, confusos, e preocupação


estourou a vida dentro dele. — Você está doente? Você precisa de um médico? —
Suavemente, Breck se levantou, erguendo-a junto com ele. O fato de que ela não
discutiu enviou outra dose de preocupação pra ele. — Estou te levando para ser
examinada. — Ele estava dando a mulher um momento difícil, com certeza. Mas ele
não queria machucá-la.

Os olhos de Rowan se arregalaram. — Não, não. Eu estou bem. Eu acho que...


Eu só... Não comi hoje e estou hipoglicêmica. Fiquei correndo tentando me preparar
para quando você viesse - bem, não você em particular, mas meu hóspede. E eu não
pensei em comer — Ela falou rapidamente - urgente. Parecia que poderia muito
facilmente ser verdade, mas ele não iria arriscar. Não com a rapidez com que ela caiu e
a confusão ainda escrita por todo o rosto.

— Então eles vão nos dizer que você está bem. Não tem nenhum problema.

— Eu não tenho seguro saúde.

— Eu vou pagar. — Ele não ia se desviar disso.

— Pelo menos me coloque no chão! Eu posso andar, você sabe. E eu não


preciso do seu dinheiro. Eu sou capaz de cuidar de mim mesma.

— Não, você não pode, Srta. Independente. — Ele apertou o botão para
destravar a Mercedes. As janelas estavam abertas, mesmo que fosse setembro, em
Washington, porque Ace estava lá dentro. Esperava que não chovesse, mas não queria
simplesmente assumir que ele pudesse trazer a gata. — Entre.

No segundo em que ele a colocou no chão, ela se afastou dele. — Eu sou adulta,
você sabe. Eu posso tomar minhas próprias decisões. Eu não preciso de você - alguém
que eu não conheço, devo acrescentar. Para me manipular.

Ele sabia que faria dele um idiota, mas ele se inclinou para frente. — Querida,
você me conhece tão bem quanto uma mulher pode conhecer um homem, se você me
entende.

Com isso, ela virou para ele. Ele foi rápido o suficiente para pegar seu pulso.

— Seu idiota! Não fale comigo desse jeito.

Breck gemeu. Eles estavam chegando a lugar nenhum e ele não conseguiria
relaxar, até que ela fosse examinada. — Desculpe, mas eu não vou me dobrar a isso.
Você acabou desmaiando lá, e quem vai me garantir que você não vai ter isso de novo,
enquanto você estiver dirigindo. Não deixe que a sua raiva por mim a coloque em
risco. Você precisa cuidar de si mesma.

Ele não tinha certeza por que essas palavras penetraram em sua teimosia, mas
suas feições suavizaram e ela quase parecia envergonhada. — Você está certo. A última
coisa que eu preciso tão perto da abertura da Destiny Knocks é ficar doente. Mas não
você, tudo bem? Isso é apenas estranho. Você pode me levar até minha amiga e ela
pode me levar?

Ele acenou com a cabeça, mesmo que não fizesse muito sentido para ele. As
mulheres raramente faziam. Ele preferia levá-la a um médico mais rápido, mas se isso
era o que funcionava para ela, ele o faria. Ele precisava cortar seu desejo de cuidar das
pessoas pela raiz de qualquer maneira.
Quando Rowan estava com cinto de segurança no banco do passageiro, ele subiu
ao volante. A direção foi silenciosa, exceto quando ela lhe deu as direções. Eles
acabaram em um lugar chamado Lucky’s. Parecia que havia uma camada nova de tinta
branca no edifício - o sinal ostentando uma pista de boliche, bar e lanchonete.

— Eu consigo a partir daqui. Nós não trancamos a pousada, então você pode
voltar e Sidney me leva para casa.

— Isso não vai acontecer. — Ele estava ao redor do carro e abrindo a porta
alguns segundos mais tarde. Ele não confiava nela para ser examinada sem ter certeza
que seus amigos soubessem exatamente o que aconteceu.

— Alguém já lhe disse que você é mandão? — Perguntou ela, os braços


cruzados.

— Todo o maldito tempo. — Ele tentou colocar o braço em volta dela para
ajudá-la a andar, mas ela se afastou dele. Ficou na ponta da língua para dizer a ela que
ele tinha tocado muito mais do que o ombro, mas ele não queria irritá-la novamente. E
mesmo que ele não devesse, ele queria tocá-la mais uma vez. A mulher era linda de
morrer, com aquele olhar feroz no rosto e cabelo vermelho lindo.

Apesar de ser apenas no final da tarde, o lugar estava lotado. As pistas estavam
ocupadas e um casal de adolescentes trabalhava atrás do balcão de sapatos. Breck
reparou na forma que todos falavam uns com os outros e teve a sensação de que esta
era uma daquelas cidades onde seria impossível manter um segredo.

O edifício parecia ter sido recentemente remodelado. Breck lembrava vagamente


Jace mencionando algo sobre o trabalho no local. Ele seguiu Rowan através da pista de
boliche e área do bar, onde ela foi direto para um homem com o cabelo castanho
escuro. Ele era aproximadamente da mesma altura de Breck e imediatamente colocou
seus braços em torno dela em um abraço.

Ah, então ela tinha um namorado. É por isso que ela parecia tão chateada em
vê-lo. Cristo, ele havia sido o outro homem? Não. Rowan não parecia o tipo para isso,
e ele duvidava que ela fosse trazê-lo aqui se o relacionamento não fosse novo. Ainda
assim, uma decepção inexplicável o feriu no fato de que ela tinha namorado.

— Hey, Kade. Sidney está por aqui?

— Sim, ela está sentada no bar com Betsy e Jace. — O homem olhou por cima
da cabeça de Rowan para Breck. — Quem é este?

Breck não gostou de seu tom. — O cara que acabou de pega-la do chão, quando
ela desmaiou. — Depois virou para Rowan. — É ele que deveria levá-la ao médico,
Houdini?
— O que diabos aconteceu, Freckles? — Disse o homem ao mesmo tempo. —
Sente-se. — Ela o deixou ajudá-la até o balcão, Breck notou. Ele não tinha certeza do
porque aquilo o irritou.

No entanto Breck não seria dispensado tão facilmente. Ele estava bem ao lado
deles.

— Kade, este é Wilder. Wilder - Kade

— Breck. — Ele interrompeu.

— Huh? — Perguntou Rowan.

— Meu nome é Breck.

— Oh, eu esqueci. Você mentiu sobre isso.

Jesus, ela ainda vai discutir com ele? Antes que ele pudesse responder, eles se
encontraram com seus amigos. Jace estava sentado no bar entre uma morena e uma
mulher de cabelos negros.

— Breck Wilder! Qual é, cara? — Jace se levantou e eles apertaram as mãos.

— Ela desmaiou. — Ele disse em resposta, ao que Rowan lhe deu outro olhar
diabólico, antes de aliviar mais longe dele e Kade e mais para as mulheres — E viu? Eu
não menti para você sobre o meu nome. — Breck acrescentou.

— Oh meu Deus. Você está bem? — Uma das moças disse antes Rowan
pudesse responder a ele.

— Eu estou bem, Sidney.

Rowan tomou o assento de Sidney, quando ela se levantou e encostou-se em


Kade, que colocou seu braço ao redor dela e lhe deu um beijo carinhoso. Então o cara
não era amante de Rowan. Bom saber.

— Não, ela não está bem. — Ele disse. — Ela desmaiou do nada. Ela precisa ir
para o hospital, mas ela não me deixou levá-la.

Rowan assentiu com a cabeça. — Sim, senhor!

Oh, as coisas que ele poderia dizer a esse comentário. Mas ele não queria chateá-
la, então ele manteve sua boca fechada.

— Devo levar você? —Sidney perguntou. Os olhos de Rowan piscaram para ele,
como se ela não quisesse que ele visse sua resposta, mas disse que sim.

— Você quer que eu vá também, Freckles? — Kade perguntou.


— Não, não. Você precisa ficar aqui. Nós, garotas podemos lidar com isso.
Sinto-me uma espécie de boba por ver um médico e tudo mais. Eu estou bem agora.

— Não... — Breck começou, mas foi imediatamente cortado por Sidney e Kade
discordando ao mesmo tempo.

A terceira mulher, que não tinha dito uma palavra, no entanto, se levantou e
cada mulher colocou um braço em torno de Rowan antes delas irem embora.

***

— Então o que aconteceu? — Sidney perguntou enquanto elas dirigiram para o


hospital. Rowan não sabia como responder. Ela só estava lá de pé olhando para
Wilder. Chocada por ele estar ali. Confusa. Zangada. Quem sabe o que mais... E de
repente, ela se sentiu tonta. Mas para dizer isso para elas, ela teria que explicar que ela
já o conhecia, algo que ela não estava pronta para fazer.

Oh, eu estava um pouco chocada que o cara com quem dormi e abandonei e ele aparecer na
minha porta apenas não parecia bem para ela.

E ela não queria admitir, mas ela ainda se sentia um pouco tonta. Ela não estava
mentindo sobre a coisa da hipoglicemia, mas ela nunca tinha desmaiado. Inquietação
girava em torno de seu estômago e suas mãos começaram a tremer.

— Eu não sei. Jace ligou e perguntou se o amigo poderia ficar. Então,


estávamos ali conversando e eu desmaiei. — Tudo isso é verdade. Ainda assim, culpa a
atingiu por não contar tudo a suas amigas.

— Isso já aconteceu antes? — Betsy perguntou do banco traseiro.

— Não.

Ela deveria saber que ele era má sorte. Ele levou-a para cama e agora a fez
desmaiar, o idiota.

— Você deveria tê-lo deixado te levar, Freckles. Eu teria chegado lá. — Disse
Sidney.

Isso, provavelmente, teria sido a escolha mais inteligente, mas parecia muito
estranho tê-lo levando-a ao hospital. Isso era algo que as pessoas que você conhecia
faziam por você. Ou estranhos após um acidente ou algo assim. Não o seu caso de uma
noite. Falando sobre embaraço. A coisa toda era uma bagunça.

Rowan cobriu o rosto com as mãos e gemeu.

De repente, ela queria chorar. Mas ela não era chorona e não sabia de onde
aquilo vinha. — Eu nem conheço o cara... — Novamente, não é uma mentira. Ela não
sabia muito sobre ele. Ele era um flerte. Ele conhecia Jace. Ele a deixava louca. A fazia
rir, pensar todos os tipos de pensamentos impertinentes que não deveria, e era incrível
na cama. Isso era tudo o que ela sabia.

Felizmente elas pararam no hospital e ela não teve tempo para continuar. Betsy
insistiu em pegar uma cadeira de rodas para ela, que ela tentou lutar contra com unhas
e dentes.

— Eu estou bem. — Apesar de seus protestos, ela acabou na cadeira de rodas.

Quando elas entraram na sala de emergência, a enfermeira pegou suas


informações e, em seguida, levou-a para trás. Eles não estavam muito ocupados, e
Rowan fez uma oração silenciosa de agradecimento. Betsy e Sidney ficaram na sala de
espera, e ela prometeu chamar por elas, se ela precisasse de alguma coisa.

Ela poderia dizer que elas queriam voltar, mas Rowan estava acostumada a fazer
as coisas por conta própria. Um dos efeitos secundários de ficar em segundo plano,
enquanto crescia.

Ela tremeu quando ela trocou de roupa e colocou a camisola estúpida. O quarto
estava congelado e seu estômago estava uma bagunça enquanto ela respondia mais
perguntas da nova enfermeira. Isso já tinha acontecido antes? Ela tinha algum
problema de saúde? Como ela se sente? Ela havia batido com a cabeça? Ela poderia
estar grávida...

— Desculpe-me? — Ela perguntou, com o coração de repente triplicando sua


velocidade.

— Existe alguma chance de você estar grávida? — A enfermeira perguntou


novamente.

Rowan sacudiu a cabeça. Não. Ela não estava grávida. Não podia ser. A única
pessoa com quem ela tinha estado em um ano tinha sido Wilder e eles estavam
protegidos. Coisas como aquela simplesmente não aconteciam. — Não...

— Não há nenhuma chance mesmo? — A enfermeira de cabelos escuros


pressionou. Rowan estudou a parede em vez dela.

— Eu acho que há uma pequena chance. Houve... Alguém... Uma vez, mas
estávamos protegidos.

Ela arriscou um olhar para a enfermeira, que lhe deu um olhar que dizia que
uma vez era o suficiente. Mas ela acaba de terminar seu período. Ela não poderia estar
grávida se ela estava menstruando.

Meu período que estava mais leve e só durou dois dias...


Tontura a atingiu novamente. Não. De jeito nenhum. Ela não poderia estar
grávida. Não podia.

— O médico provavelmente vai querer fazer um teste só para garantir.

Rowan acenou com a cabeça, tentando parecer muito mais confiante do que se
sentia. Coisas como esta não acontecem na vida real. Não acontecem com ela. Parecia
um pesadelo. Ou um filme de mulherzinha.

Não, ela não poderia estar grávida. Ela ficaria bem. Tudo estaria muito bem.
Capítulo Três

—O que aconteceu? — Perguntou

Jace. Breck sentou-se no banco ao lado dele. Kade entrou por trás do bar e entregou-
lhes um refrigerante.

Breck pesou suas palavras. Ele era bom nisso. Provavelmente uma das razões
pelas quais ele se destacou com as cartas. Ele trabalhava rapidamente as coisas em sua
cabeça e tinha uma cara de blefe assassina. Agora, ele precisava sentir a situação antes
de soltar qualquer coisa. Pelo que ele podia dizer de Rowan até agora, ela
provavelmente iria matá-lo e ele não queria correr o risco de envergonhá-la dessa
maneira.

Mas, então, era provavelmente uma boa ideia que eles sabiam que ele a
conhecia. Algo assim poderia voltar e mordê-lo na bunda mais tarde. — Eu não tenho
certeza. Acho que foi o choque. Eu encontrei com ela em Las Vegas um tempo atrás e
conversamos um pouco. Talvez ela tenha se assustado ao me ver na sua porta. Tudo o
que sei é que em um minuto estávamos conversando e no outro ela caiu.

Preocupação inflamou nele novamente. Ela tinha sido tão inflexível sobre não ir
ao médico. Ele próprio deveria tê-la levado e não desperdiçado tanto tempo quanto ele
tinha em sua casa. — Elas vão ter certeza que ela realmente vai para o hospital, certo?

Jace e Kade riram, mas foi Kade quem falou. — Absolutamente. Sidney vai
insistir para que ela seja avaliada. — Ele puxou o banco de trás do balcão, sentou-se e
cruzou os braços. Breck conhecia aquele olhar, era possessivo, mas não de uma forma
romântica. Ele tinha visto o jeito com que Kade olhou para Sidney, mas isso era mais
uma forma de irmão mais velho ou pai. O tipo que limpa uma espingarda quando um
homem vem para pegar sua garota para um encontro.

Breck conteve um gemido, sabendo que esta informação provavelmente não


cairia bem. Esse cara, Kade, era a última coisa que ele precisava. Ele já tinha
problemas suficientes com as mulheres - ele não precisava de um guarda-costas vindo
sobre ele também. Ele abriu a boca para acalmar a preocupação do rapaz, mas Jace
falou primeiro. — Você a conheceu em Vegas?

Droga. Ele, também? O Jace que ele lembrava não estaria preocupado com uma
garota - Jace seria o cara que precisaria de aviso. Ele olhou entre os dois homens,
ambos o olhavam. Estava na ponta da língua manda-los para o inferno. Mas então se
lembrou de que ele realmente tinha dormido com ela depois de apenas conhecê-la por
algumas horas. Eles podiam não saber, mas eles tinham uma razão para fazer muito
mais do que questioná-lo.

— Ela estava na cidade para uma coisa de hotelaria. Nós nos conhecemos e
conversamos. Se servir de consolo, eu não acho que ela gostou muito de mim. — Tudo
o que ele disse era verdade. Ele só deixou de fora uma boa parte daquilo. Não que ele
deveria ter que responder a eles.

Kade parecia satisfeito com essa resposta. No entanto, os olhos de Jace o


estudaram mais - tentando entendê-lo. Eles perseguiram um monte de mulheres juntos
na faculdade. O homem sabia que ele tinha um motivo para se preocupar. — Está tudo
bem, estamos bem. As mulheres são as coisas mais distantes da minha mente agora.

Na verdade, ele tinha certeza que ele estava amaldiçoado onde eles estavam
preocupados. E ele definitivamente não precisava de qualquer má sorte em sua vida.

Falando de má sorte e mulheres, ele se lembrou de Ace. — Eu tenho que ir.


Minha gata está no carro. — Ele balançou a cabeça, percebendo que soou estranho.

Um grupo de rapazes foi até o bar. Quando Kade foi atendê-los, Jace se
levantou. — Eu vou sair com você. Vejo você mais tarde Kade.

Eles se dirigiram para a porta. Todo mundo ao redor deles vestia calça jeans e
camisa de mangas longas, mas Jace usava um terno. Breck estava em algum lugar entre
os dois em calças, uma camisa de botão, mas sem jaqueta.

Eles sobressaiam. Não que ele se importasse com isso.

— Esses são os seus amigos? — Perguntou Breck, o que era ridículo, uma vez
que era bastante óbvio. Ele estava esperando para confirmar o seu palpite sobre Kade.
— Sim. Betsy, Kade e Sidney. Eles vão se casar neste verão.

Breck acenou com a cabeça, um pouco mais satisfeito do que ele deveria estar
com aquilo.

Nuvens cinzentas haviam se multiplicado no pouco tempo que eles estavam lá


dentro. Ele tinha esquecido quão precário era o tempo em Washington. Levaria algum
tempo para se acostumar.

— Parece que vai chover. — Ele disse a Jace.

— Não talvez quase. Só depende de quando o céu decide abrir e cair sobre nós.
— Eles pararam quando chegaram ao carro alugado de Breck. — Que tal a verdade
sobre Rowan agora?

Droga. Ele deveria ter esperado por isso. Ele e Jace tinham passado tempo
demais juntos na faculdade de direito para Jace ser enganado. — Você sabe que eu não
tenho que responder a essa pergunta.

Jace cruzou os braços. — Você acabou de responder. Inferno, Breck. Só você iria
viajar para outro estado e, acidentalmente, acabar por ficar com alguém que você já
dormiu.

— Não foi assim. — No entanto, ele adivinhou mais ou menos como foi, mas
não parecia assim com ela.

— Então, eu suponho que você não vai ficar lá? Você é bem-vindo na minha
casa, mas... — As palavras de Jace pairaram no ar. Breck sabia que o avô de seu amigo
estava doente. Que ele estava morrendo, que era por isso que Jace tinha ido para casa,
em primeiro lugar. Não faria nada bem ao amigo ter Breck no caminho.

— Nós estamos bem... Eu acho. Foi um inferno de um choque, mas ela vai me
deixar ficar. — O que ele queria, provavelmente mais do que deveria. Ela era muito
tentadora. Lembrou-se de como era sua pele pálida, cremosa e da sensação dela sob
suas mãos. Isso não foi uma boa ideia.

Jace tomou um momento antes de falar. Ele era quase tão bom nisso quanto
Breck. — Eu não quero que ela se machuque. Ela é uma boa amiga. O tipo que está
procurando um felizes para sempre e merece isso.

Breck suspirou. Ele tinha a sensação de que era o caso. — Como eu te disse ao
telefone, eu só estou procurando um pouco de descanso e lazer. Eu não estava
brincando quando disse que pra mim chega de mulheres. Inferno, Jace. A última
mulher que eu passei um tempo roubou minha gata e a primeira mulher que despertou
algum interesse em mim em um maldito longo tempo desmaiou quando me viu. Tenho
certeza de que isso diz alguma coisa. — Adicione a tudo isso o fato de que ele viajava
metade do tempo. Isso não era algo que a maioria das mulheres queria em um homem.

As sobrancelhas de Jace se levantaram, Breck assumiu que era porque ele tinha
admitido estar interessado em Rowan. — Você me conhece, cara. Eu gosto de me
divertir. Nós nos divertimos muito juntos, mas nunca é sério para mim. Todas as
mulheres com quem saio sabem disso, mas... — Ele encolheu os ombros. — Eu estou
pensando que é hora de fazer uma pequena pausa.

— Uma pausa do tipo sossegar?

— Claro que não. — Isso não. Nunca mais.

— Tudo bem. Se você mudar de ideia, apenas não faça isso com ela. Na
verdade, com ninguém que seja minha amiga, ok?

Um pequeno choque passou por ele no aviso do seu amigo. Ainda assim, Breck
assentiu. Ele sabia que não mudaria de ideia. — Faça-me um favor e não mencione que
você sabe. Eu não quero envergonhá-la.

— Irritá-la, você quer dizer. — Jace disse com um sorriso. — Você não tem
sequer que dizer isso. Eu não iria trazer ao conhecimento dela.

Um trovão estalou acima deles.

— Quer ir comer em algum lugar? A chuva vai estar aqui a qualquer segundo.
— Disse Jace.

Breck sentiu um sorriso se espalhar por seu rosto. — Nah. Houdini disse que eu
era bem-vindo para voltar. — Ele podia não estar interessado em um relacionamento,
mas isso não significava que ele não podia se divertir um pouco com ela. A verdade é
que ele gostou do que ele sabia dela. Ela era interessante e ele não conseguia se lembrar
da última vez que ele tinha tido o tipo puro de diversão que ele teve com ela em Vegas -
antes mesmo de terem ido para o quarto.

Talvez virar uma nova página incluindo fazer alguns amigos, também. Ou, pelo
menos, dar-lhe o inferno. Isso seria muito divertido.

***

Rowan não conseguia parar de torcer as mãos. Seus pés não tocavam o chão
conforme ela se sentou na cama no quarto do hospital, então ela não podia ficar
batendo a perna no chão. Ela ainda não era capaz de parar de se mover, então ela
deixou seus pés balançarem. Se o médico não voltasse logo, ela surtaria.

— Olá, Srta. McKinley. — A médica fechou a cortina.

— Ei! — Sua garganta estava tão seca, era quase difícil de falar.
— Temos o resultado do seu exame. A enfermeira mencionou que você não
achava que havia possibilidade, mas o teste de gravidez deu positivo.

— Desculpe-me? — Ela não podia ter ouvido direito. Talvez ela tivesse batido
com a cabeça mais forte do que ela imaginava.

— Você está grávida, Srta. McKinley.

Oh Deus. Sua vida era um filme de mulherzinha. — Como... Como isso


aconteceu?

Ela não percebeu que tinha falado em voz alta até que a médica respondeu: — O
controle da natalidade não é cem por cento eficaz. Você não está tomando pílula e os
preservativos não são infalíveis.

Rowan escondeu o rosto entre as mãos. Puta merda. Ela engravidou de um caso
de uma noite com um cara chamado Wilder - em Vegas - e agora a médica estava lhe
dando uma lição de saúde como se tivesse dormido durante a aula de educação sexual.
Ou se escondeu no armário de vassouras com um rapaz.

Ela era uma cadela! Ok. Talvez não uma cadela. Os homens faziam esse tipo de
coisa o tempo todo e ela era por direitos iguais. É só que esses direitos costumam entrar
em vigor, quando ela estava conversando com uma de suas amigas sobre a vida delas -
e não a sua própria.

— Você pode me dizer mais uma vez? — Ela pediu estupidamente.

— O controle da natalidade...

— Não! — Ela já tinha entendido aquilo. Ou ela pensou que ela tinha. — Eu
estou realmente grávida?

Não era que ela não quisesse ter filhos. Ela queria. Mais do que qualquer coisa.
É que ela sempre esperou que o marido chegasse primeiro. Ou, pelo menos, um
namorado e não um cara qualquer. — Puta merda.

— Desculpe-me? — Perguntou a médica.

Rowan acenou com a mão. — Desculpe. — Wilder... Breck. Seja qual for seu
nome. Ele planejou ficar com ela. Viver em sua casa por seis semanas - e ela estava
carregando seu bebê. Inferno, ela ainda estava confusa sobre o nome dele e ele seria o
pai de seu bebê! Como ela se meteu nessa confusão?

— Esta gravidez é algo que você quer Srta. McKinley? Eu sei que é uma
surpresa...

— Não! — Rowan cortou. Ela podia não saber o que diabos ela estava fazendo,
mas sabia que ela manteria o bebê. Ela se certificaria que ele se sentisse o bebê mais
amado e desejado do mundo. — Eu vou ficar com ele. Eu... — De repente, ela se
sentiu como se pudesse desmaiar de novo, mas desta vez, era como se ela soubesse o
que estava acontecendo. Rowan tomou um par de respirações profundas para se
acalmar. — Eu desmaiei. Está...?

— Tudo parece estar bem. Seus níveis estão todos onde deveriam estar.

Quando a umidade escorreu em seu colo, Rowan percebeu que estava chorando.
Graças a Deus. Tudo o que podia pensar era que graças a Deus o bebê está bem. Meu
bebê. Sim, ela só sabia sobre o bebê por alguns minutos, mas, de repente, ela não queria
qualquer coisa no mundo, tanto quanto ela queria que essa criança. Não, não foi
planejado e não, ela não sabia muito sobre o pai, mas ela tinha uma vida dentro dela.
Ela planejaria muito bem como cuidar daquela vida. Seu bebê.

Crescendo com três irmãos turbulentos, foi fácil ser esquecida ou deixada para
trás. Rowan nunca deixaria esse bebê se sentir assim. E ela sabia que poderia fazer isso.
Crescer desaparecendo em segundo plano lhe ensinou a ser independente.

Mas ela ainda estava assustada como o inferno.

Um bebê? Ela sabia qualquer coisa no mundo sobre ser mãe?

— Você está bem? Você tem um namorado ou alguém que você gostaria que a
enfermeira chamasse?

Ela balançou a cabeça para a médica, incapaz de lembrar seu nome. Mais
lágrimas começaram a vir. Nossa. Será que os hormônios a afetam tão cedo? Ela nunca
foi muito de chorar. — Nenhum marido ou namorado. — Rowan enxugou os olhos e
endireitou-se.

A médica deu-lhe um sorriso. — Para aliviar a sua mente, vamos colocar a


máquina de ultrassom portátil. Nós não seremos capazes de ver muita coisa, mas eu
acho que isso vai fazer com nós duas nos sentirmos melhor.

Sim. Ela definitivamente queria isso. — Obrigada.

Poucos minutos depois, outra mulher entrou no quarto empurrando uma


máquina. Rowan se inclinou para trás na cama, sem parecer ansiosa por esta parte.
Aparentemente, sendo logo no início, eles precisariam fazer um ultrassom interno.

Assim que a tela veio à vida e ela viu... Bem, o que parecia um bando de borrões,
com um pequeno círculo no meio. Ainda assim, ela sabia o que era esse círculo. Era
dela. Uma pequena pessoa que ela poderia amar e segurar, que sempre saberia que ele
ou ela seria a pessoa mais importante em seu mundo.

Oh, meu Deus. Eu vou ser mãe.


Benditos hormônios. Seus olhos estavam vazando de novo. — É isso aí, né?
Aquele pequeno ponto no meio?

— Sim, é. Esse é o seu bebê. — A médica olhou para ela e sorriu. — Você tem
um médico da sua preferência para o pré-natal?

— Não. Eu... Não tinha ideia. Vou ligar pra alguém assim que eu chegar em
casa.

— Está tudo bem. — Sua médica agarrou a mão dela e a tensão de Rowan
diminuiu. — Você vai ficar bem. Nós vamos dar-lhe algumas referências, mas você é
bem-vinda para ligar para quem você quiser. Se você tiver um médico de família, talvez
peça a opinião dele ou dela. Tenha certeza de que isso seja um bom ajuste para você.
— Ela piscou. — Você está carregando uma carga preciosa aí e você precisa confiar em
seu médico. — A médica se levantou.

Isso era muito grande. Ela não tinha ideia de como escolher um médico para
cuidar de seu bebê.

— Tudo parece bem, mas vá com calma nas próximas 24 a 48 horas ok?

Rowan pôs a mão em sua barriga. — Eu vou. Obrigada, Dra. Robinson. — Ela
faria qualquer coisa que precisasse para ter certeza que seu bebê ficaria bem. Era sua
responsabilidade como mãe.

Uma mãe. Rowan... Uma mãe solteira. E então havia Wilder... Breck. Será que
ele queria ser pai? Será que ela quer que ele seja o pai de seu bebê? Ela nem conhecia o
cara. Mas eles estariam começando a conhecer um ao outro muito melhor. Eles tinham
que se conhecer.

Ela sentiu náuseas. Tudo em sua vida estava prestes a mudar.

***

— Você realmente está começando a me assustar, Freckles. O que o médico


disse? — Sidney mordeu o lábio enquanto dirigia.

Sardas. Será que seu filho as teria um dia? Ela costumava odiar as dela quando
era mais jovem. Sidney se deliciava com elas, e aquilo fez com que elas não fossem tão
ruins. Sidney e Kade começaram a chama-la de Freckles depois disso. Seus dois amigos
mais antigos do mundo. Quem seria isso, para seu filho?

— Olá? Agora você está me assustando ainda mais. Você está totalmente
viajando aí.

Isso fazia duas delas. Sim, a emoção vibrava através dela, mas havia uma boa
dose de medo a apertando. Ela poderia fazer isso. Ela faria qualquer coisa para o bebê,
mas porra... Ela acabou de abrir a Destiny Knocks. Ela teve que deixar Breck ficar com
ela só porque ela precisava do negócio. Breck. Um estranho. O pai de seu bebê.

— Rowan? — Betsy colocou a mão em seu ombro do banco traseiro. Ela havia
sido transplantada para Shamrock Falls, mas se encaixou com Rowan e Sidney. Ela era
uma boa amiga.

— Estou dando a volta. Vamos voltar para o hospital. Algo não está bem com
você, Row.

Ok, então provavelmente ela deveria dizer algo, mas o quê? Ela estava bem na
emergência, mas agora as coisas eram um pouco mais reais para ela. Ela tinha visto o
ponto na tela e agora se sentia trêmula. Isso era um bom sinal? Talvez elas devessem
voltar para o hospital. Só para ficar no lado seguro.

Mas, então, as mulheres grávidas deveriam se sentir estranhas, certo? O que


significava que ela precisava relaxar e abrir a boca para que Sidney não a levasse de
volta para o hospital. E cara, ela realmente precisava tirar isso do peito.

— Eu dormi com Wilder.

— O quê? — Sidney gritou.

— Ele só está na cidade há algumas horas! — Betsy adicionou a partir do banco


de trás, em seguida, ela suspirou como se ela não tivesse a intenção de dizer isso.
Honestamente, isso sempre chocou Rowan também, quando a mulher tranquila disse
algo como aquilo.

Então, ela começou a rir.

Depois que ela começou, ela não conseguia parar. Elas eram enormes,
gargalhadas que a faziam sentir cãibra no estômago. Oh! Ela se perguntava se seu bebê
podia sentir isso, o que a fez rir ainda mais.

— Definitivamente vou voltar para o hospital. — Sidney fez uma curva à


esquerda.

Finalmente, Rowan foi capaz de se acalmar o suficiente para respirar. — Não. —


Mais risadas. — Pare. — E então os risos apareceram ainda mais fortes. No momento
em que Sidney entrou no estacionamento da loja de departamentos, ela estava em
lágrimas novamente.

— Oh, querida. O que há de errado? — Sidney tentou alcança-la, mas Rowan


estava saindo do carro. Se ela ia fazer isso - dizer-lhes o que aconteceu - ela precisava
de ar.
Betsy e Sidney estavam bem atrás dela. Rowan encostou-se no novo Honda de
sua amiga, luzes acima da cabeça fazendo com que elas pudessem ver uma a outra. Ela
respirou fundo para tentar se acalmar. Ambas estavam na frente dela esperando, a
preocupação vincando seus olhos.

Quando relaxou o suficiente, ela disse. — Lembra-se daquela convenção de


hotelaria que eu fui?

A forma como os olhos de Sidney se abriram, fez com que Rowan soubesse que
ela estava entendendo. — Sim.

— Bem, eu estava no bar, certo? Eu estava chateada porque o meu irmão estava
lá a negócios e nós supostamente iríamos nos encontrar, mas ele cancelou comigo. Eu
não o vejo desde o funeral de nossa mãe! Nenhum dos meus irmãos, na verdade, além
de Thomas estar na mesma cidade que eu. Enfim, esse cara se senta e começa a falar
comigo. Na verdade, ele foi muito chato no início. Meio arrogante, mas você o viu no
Lucky’s - meio difícil não escutar quando um cara como aquele fala com você.

Droga. Ela estava se distraindo. Além disso, ela não queria pensar em Wilder -
ugh! Breck. — Depois de um tempo ele não era tão ruim. Ele ainda podia ser
repreendido por ser arrogante, mas nós jantamos e no momento que ele ficava muito
pretensioso, eu lhe disse onde ele poderia enfiar a sua arrogância. Eu não estou
brincando vocês, nós conversamos por horas. Este...

— Freckles! Vá direto ao ponto. — Sidney cruzou os braços.

Ponto. Sim, ela tinha um e ela precisava para chegar nele. — Finalmente eu
estava cansada demais para conversar mais, então eu disse a ele que eu precisava
encerrar a noite. Ele concordou e disse que estava indo para o seu quarto também.
Então fomos apertar o botão e adivinhem em que andar ele estava?

— Eu não sei o que aconteceu depois. Num minuto estávamos parados lá e no


próximo nós estávamos nos beijando e então nós estávamos em seu quarto. Eu sei, é
ridículo e perigoso e tudo mais, mas estávamos seguros!

Mas ela estava grávida. Melhor reformular. — Nós usamos proteção e depois ele
desmaiou. Então eu escapei e então hoje ele aparece na Destiny Knocks. Apenas
apareceu, mas ele é amigo de Jace e ele tinha arranjado para ficar comigo - sem saber
quem eu era, é claro. Quer dizer, eu nem conheço o cara, mas ele está lá e eu desmaiei
e a enfermeira perguntou se eu poderia estar grávida.

— O quê? — Sidney gritou.

— Oh meu Deus! — Betsy acrescentou.


Rowan saiu do carro e começou a andar de um lado para o outro. — Eu sei. Eu
não posso nem acreditar. Eu estou grávida. — Rowan voltou e encostou-se ao carro,
com medo que ela fosse desmaiar novamente. — Eu vou ter um bebê com o cara de
Vegas e ele vai ficar na minha casa. E ele é tão presunçoso! E o maior paquerador do
mundo e... — Onde ela estava indo com isso? — Então, sim... É isso. Estou grávida de
um lindo, cara arrogante que eu: A) Não conheço e B) Vai ficar na minha pousada e C)
pode ser um assassino. Ou um traficante de drogas. Eu ainda nem tenho certeza
exatamente de qual é o nome dele!

E ela estava obviamente ficando louca também. Ela não costumava ter surtos
assim. Embora, de qualquer forma, ela nunca esteve grávida de um traficante de
drogas, assassino.

— Você vai ter um bebê?

Rowan parou de andar ao som de intensa emoção na voz de Sidney. Ela olhou
para sua amiga, que tinha o rosto coberto de lágrimas e um sorriso. Ela passou a olhar
para Betsy, que trouxe as mãos para cobrir a boca, mas parecia feliz também.

De repente, o resto não importa.

Novamente.

— Sim. Eu vou ter um bebê!

E, em seguida, as três estavam se abraçando e pulando e gritando todas juntas,


ali mesmo no estacionamento do Shopping Center de Shamrock Falls.
Capítulo Quatro

B reck pediu a Jace para enviá-lo uma

mensagem de texto se ele soubesse como Rowan estava. Felizmente, ele parecia manter
um bom contato com sua assistente legal - Betsy, ele achava que seu nome era esse - e
ela lhe informaria se Rowan apenas tentou fazer muita coisa com o estômago vazio,
mas estava bem. Ele pediu uma pizza e parou na loja de bebidas para comprar uma
garrafa de vodca. Ela tinha bebido um copo com suco de cranberry na noite que se
conheceram.

Ele não tinha se aventurado no andar de cima, porque parecia errado, mas ele
trouxe Ace, embora ele a deixou em sua casinha, e colocou a pizza e a bebida sobre a
mesa da sala de jantar. Era uma daquelas mesas longas retangulares, que se sentavam
mais pessoas do que ele pensava que uma pessoa precisava. Ele se lembrou da que a
família de Bailey usava. Pelo menos Rowan tinha uma razão para isso. Ela deve ter um
monte de hóspedes.

Breck balançou a cabeça. Comparar Rowan à sua ex-esposa não ia fazer


qualquer bem a eles. Uma dor aguda perfurou seu peito quando ele pensou em como
ele tinha perdido sua mãe em um acidente de carro e a mulher com quem pensou que
ficaria para sempre, ambas em questão de dias.

Miau.
Ace compreendia. Breck sentou, estendeu a mão para dentro da gaiola e puxou-a
para seu colo. Ele com certeza esperava que Rowan não se importasse se ele a deixasse
livre nesta sala. Depois de Taylor, ele não queria deixar sua pequena menina para trás.

— O que você pensa sobre toda esta situação? — Ele sabia que estava sozinho
quando ele começou a fazer perguntas sobre a vida para Ace. Pelo menos ele não
precisava se preocupar com palavras saindo. Os gatos eram bons em manter segredos.

Ele ainda não conseguia superar o fato de que tinha sido Rowan a abrir a porta
para ele hoje. Ele mesmo quase desmaiou. Quais eram as chances disso?

Ele pensou como se sentiu quando riu com ela naquela noite. Breck realmente
nunca tinha tido isso. Isso tinha aliviado um pouco a dor dentro dele. Ele amava sua
vida, estar na estrada e se sentindo livre, mas ele sentia falta de rir com alguém
também. Rowan tinha trazido isso para ele.

Mas então ela se afastou dele - ele realmente esperava algo diferente? Bailey, a
única mulher que ele já amou, não o queria mais. Entrou em uma longa sequência de
coisas sem sentido e um gato roubado. Não, ele não estava mentindo quando disse a
Jace que ele não entraria nessa com outra mulher. Especialmente uma que queria mais
do que ele podia dar. Bailey queria isso - e ele não queria nada mais do que dar a ela - e
as coisas com ela acabaram piores do que com qualquer outra.

— O que há de errado comigo, Ace? Eu estou aqui me preocupando como um


adolescente.

Breck ouvi um carro parar na frente e sorriu para si mesmo. Ele fez mais um
carinho em Ace antes de colocá-la de volta na gaiola. Pensou em como seria bom dar a
Rowan um inferno. Desafiá-la a algo tão estúpido como amarrar um cabo de cereja.
Ele queria esse sentimento de volta - mesmo que fosse apenas temporário.

— É hora do show.

***

No segundo em que os faróis do carro de Sidney se afastaram da casa grande,


branca, de estilo vitoriano de Rowan, ela ouviu passos andando na lateral da casa. Ela
conheceria o som de Shakes vindo de qualquer lugar. Apesar de seu estado de espírito,
ela sentiu-se sorrindo com o pensamento. Até os passos de Shakes sempre soaram
diferente.

Ela tem ouvido aquilo sua vida toda. Quando ela era jovem, ele sempre trouxe
mimos para ela. Agora só sua visita já era suficiente. Todos em Shamrock Falls se
sentiam assim sobre o homem mais velho.
— Rowan? — Sua voz vacilante soou quando ele se aproximou. Ele não foi
nomeado Shakes à toa. O homem sempre teve um pouco de tremor em sua voz. Isso
ficava ainda mais evidente quando ele estava animado.

Demorou um pouco para alcançá-la. Ele não estava se locomovendo como ele
costumava fazer.

— Hey velho. — Ela brincou, enquanto os cabelos grisalhos e um sorriso


apareciam sob a luz da varanda.

— Ei, garota.

Rowan sinalizou em direção a seu banco, mas ele acenou para ela. — Como
você está? — Ela perguntou.

— O sol brilhou hoje. Os pássaros cantaram. Eu estou vivo. A vida é bela.

Isso era uma resposta típica de Shakes. Esqueça que por aí tem sido a tristeza
típica do Estado Washington. No mundo de Shakes, era sempre ensolarado. Ela
contava com seu sol sempre que estava se sentindo solitária.

Ele piscou para ela e, de repente, bateu-lhe que ela precisava contar suas bênçãos
como ele fez. A vida não tinha sido fácil para Shakes. Ele nunca teve muito dinheiro.
Sua esposa o deixou, mas ele nunca deixou isso o derrubar.

— Como é que você sempre faz eu me sentir melhor? — Ela perguntou.

Ele sacudiu o elogio. Ele sempre foi assim. Desde a época que seus pais estavam
por perto e ele iria passar um tempo com eles, ele sempre tinha tempo para Rowan
quando ninguém mais tinha. Mas, para ele, não era nada.

— Você não precisa de mim para nada, garota.

Isso não era verdade. Shakes a ajudou tirar um anzol de seu pé quando ela tinha
doze anos. Ele sempre ofereceu uma mão para ajudar não só a ela, mas a todos. —
Toda essa cidade precisa de você. Agora, o que você está fazendo? Você veio jantar? —
Muitas vezes ela cozinhava para ele. Todos na cidade se revezavam, uma vez que se
tornou mais difícil para ele fazer isso sozinho. Shamrock Falls era tudo que ele tinha.

— Não, não. Eu não vim aqui para jantar, mas eu queria passar por aqui de
qualquer maneira para que você soubesse.

— Você tem um encontro? — Rowan brincou.

Shakes piscou. — Talvez. — Os dois riram. Rowan olhou para a porta, feliz pela
distração. Ela não queria encarar quem estava lá dentro.
— Eu estou indo, garota. — Shakes disse. Queria pedir-lhe para ficar. Para
apoiá-la em toda essa coisa de bebê e com Breck, mas ela não podia se forçar a fazer
isso.

— Ok.

Ele cambaleou para longe de volta para a sua caminhonete que de alguma forma
ela não viu.

Ok, ela não deveria estar nervosa por entrar em sua própria casa, mas ela estava.
Ela olhou para a Mercedes. Sério? Por que Breck precisa alugar algo tão chique, afinal?
Talvez ele fosse um traficante de drogas! Apesar de que não faria sentido, considerando
que ele era amigo de Jace.

— Olá? — Ela agarrou um pedaço de papel na mão. Ela, Betsy, e Sidney tinham
bolado um plano. Elas concordaram que ela não podia simplesmente dizer a ele sobre o
bebê até que ela soubesse um pouco mais sobre ele. Isso é o que um bom pai
responsável faria. Então, todas elas concordaram com a rota de questionário que ela
havia sugerido.

Ainda assim, ela se sentiu mal por pedir a Sidney para manter esse segredo de
Kade. Kade mataria Wilder se descobrisse. E ela não queria o homem morto a menos
que houvesse um bom motivo.

Uma vez que ela soubesse mais a seu respeito, iria dizer a ele sobre o bebê. Se ele
não quisesse nada com eles, seria ótimo. Ela poderia fazê-lo por conta própria. Ela já
tinha feito muito por conta própria. — Olá? — Rowan chamou novamente.

— Querida, você está em casa! — Wilder caminhou até a entrada, com os


braços abertos e um sorriso que era ainda maior. Tinha a sensação de que ele estava
esperando por ela.

Rowan ignorou o modo como seu coração acelerou ao ver seu rosto com barba
por fazer, e revirou os olhos. Seria um longo período... — Espere. Quanto tempo você
vai se hospedar? — Ela sabia que ele disse a ela, mas descobrir que ela tinha um bebê a
caminho parecia mexer com seu cérebro.

Ele sorriu. — Está com medo de sentir minha falta?

Não ia ser fácil ter este homem sob seu teto. Ela não tinha certeza se ela queria
matá-lo ou beijá-lo.

Não. Não, não, não. Não haveria beijo onde ele estivesse envolvido. — Não, eu
estou tentando decidir quando vou fazer uma festa para comemorar.

Ele riu. Era um som rico e profundo que lhe deu arrepios.
— Você é boa. — Sua voz caiu ainda mais. — Embora eu já soubesse...

— Pare! — Ela levantou a mão. — Nem mesmo diga isso a menos que você
queira levar um tapa. — Bem, essa foi a primeira seleção na coluna “contras” de sua
avaliação. Wilder tentava encontrar uma maneira de trazer o seu caso de uma noite à
tona em cada chance que ele tinha.

— Você está certa. Sinto muito. Vamos lá, eu comprei uma pizza e algo para
beber. Ouvi dizer que você precisa colocar um pouco mais de comida em seu
estômago.

Rowan congelou. Ela não queria ter conversas sobre sua barriga com ele. — Não
há nada de errado com meu estômago. — Embora ela estivesse morrendo de fome. O
jantar seria a oportunidade perfeita para ela questioná-lo. — Oh, não! Eu esqueci que
eu tinha acabado de tirar a comida do forno, quando você chegou aqui! — Ela correu
para a cozinha.

— Devagar. Você desmaiou há algumas horas atrás. Você provavelmente deve


ter cuidado.

— Sumiu. — Disse ela quando ela entrou na cozinha. Não havia nada em cima
do fogão. Na verdade, parecia que poderia ter sido limpo.

— Eu coloquei na geladeira.

— Obrigada. — Bem, isso foi legal da parte dele. E inesperado.

— A comida está aqui.

Ela o seguiu em sua sala de jantar, ainda não sendo capaz de acreditar que ele
estava aqui e ela estava grávida. — Há um porta gato na minha sala de jantar. — O
cheiro de queijo e molho de pizza a atingiu, fazendo-a quase ignorar o animal.

— Eu não posso ficar, se ela não puder. — Ele encostou-se à parede.

— Wilder...

— Breck.

Ugh. Isso de novo. — Foi você que me disse que seu nome é Wilder. Não fique
arrogante quando eu usá-lo.

Ele apenas deu de ombros. — Isso foi antes.

Rowan suspirou. Eles não iam chegar a lugar nenhum assim, e independente do
seu nome ou o gato, era importante para ela descobrir mais sobre o homem que era o
pai de seu bebê. — Breck, eu não sou uma super-amante de gatos, mas eu acho que ela
pode ficar. Apenas a deixe no seu quarto, e você é responsável pela caixa de areia. Eu
vou te colocar na suíte com banheiro anexo. Somos só nós dois por enquanto.

— Me queria sozinho, não é? — Ele deu aquele sorriso torto com a covinha
abaixo do lado direito. Ela tinha certeza de que aquilo tinha roubado um milhão de
mulheres. Ela tinha. Mesmo agora, aquilo enviou arrepios correndo sobre sua pele. —
E você vai acabar amando Ace. Ela é igual a mim.

Rowan tentou fingir que não percebeu o sorriso. — Ouça, eu estou cansada e
com fome. Podemos brincar de flertar amanhã? Foi um longo dia.

O sorriso sumiu de seu rosto e ele parecia... Honestamente, ele parecia um pouco
preocupado. — Sim. Desculpe por isso. Sente-se. — Rowan ficou surpresa quando ele
puxou a cadeira para ela. Sentou-se, uma grande pizza de pepperoni na frente deles.
Havia pratos de papel e - merda. Álcool.

Breck sentou em frente a ela. Cada um colocou um pouco de pizza nos pratos de
papel. Ele tinha uma cerveja na frente dele. — Bebida? — Ele acenou com a cabeça em
direção à vodca.

Ela tirou uma garrafa de água de sua bolsa. — Não, obrigada. Eu não bebo
muito. — Então ela pegou uma caneta e colocou o papel sobre a mesa. — Sinta-se à
vontade para comer, mas eu tenho algumas perguntas padrão que faço a todos que
ficam aqui.

A maneira como ele estreitou os olhos, como se estivesse tentando ver dentro
dela, ela percebeu que ele não acreditava nela. Rowan ignorou. — Onde você mora? —
Ela perguntou.

— Em qualquer lugar, mas eu tenho uma casa em Los Angeles.

— Claro que sim. — Ela murmurou, mas felizmente ele não a questionou sobre
isso. E como diabos ele vive em qualquer lugar? Isso não fazia sentido. — O que você
faz?

— Jogo pôquer.

— Não, para ganhar a vida.

— Eu jogo pôquer.

Seu estômago caiu tão rapidamente como fez a caneta em sua mão. — Você joga
pôquer para viver? Isso é legal?

Sua pergunta não o perturbou. — Sim. Você não ouviu sobre torneios de pôquer?

Ela encolheu os ombros.


— Bem, eu os ganho. — Outro meio sorriso.

Arrogante, homem arrogante.

— Eu tenho uma licenciatura em Direito também. Mas eu não queria fazer o


exame da ordem, então eu não pratico.

O pai de seu bebê era um advogado jogador de pôquer. Ela pensou que era
melhor do que um traficante de drogas ou um assassino. Ainda assim, seu pai
provavelmente estava rolando no túmulo. Rowan pigarreou. — Você já foi preso?

— Não, a menos que você conte um golpe tolo na faculdade com Jace.

Oh. Meu. Deus. Ele havia sido preso?

— Não se preocupe. Tratava-se de papel higiênico e tinta spray. Nada muito


ruim.

Ela continuou. — Casado?

— Não. — Sua voz estava um pouco tensa nessa resposta.

— Filhos?

— Não que eu saiba.

— O quê! — Ela se levantou.

— Relaxa, eu estou brincando. Estou tentando soltá-la. Você não estava tão
tensa assim em Vegas.

Ela abaixou-se na cadeira novamente, tremendo ligeiramente. — Então,


realmente, você não tem filhos?

— Sem filhos.

Rowan começou a se sentir um pouco tonta, mas aquilo era, provavelmente, por
causa de sua próxima pergunta. — Você quer tê-los... Algum dia?

Ele inclinou a cabeça para ela e ela tentou esconder suas emoções. — O que isso
tem a ver com ficar aqui?

— Eu não sei, eu estou apenas curiosa. Sua reação me fez perguntar. Não está
no questionário.

Breck atirou o guardanapo para a mesa e se inclinou para trás. — Eu não sei
Houdini. Estou achando que não. As crianças necessitam de uma esposa, coisa que eu
não tenho e não quero. Nunca. — Ele deu de ombros, mas sua mandíbula estava
apertada, também. Seu corpo inteiro parecia tenso. — A maioria das mulheres que
conheço são psicóticas, companhia presente excluída. Além disso, minha vida
realmente não se adequa a uma família. Eu fico muito na estrada. Tenho muita coisa
acontecendo para amarrar-me.

Rowan quase não podia entendê-lo. Ele era um eco em seu cérebro nebuloso. Ele
nunca quis se casar - não que ela quisesse casar com ele, mas ainda assim. Ele não
queria filhos. Ou laços. Nunca. Não havia nenhuma maneira que ela pudesse lhe dizer
agora. — Você realmente jogar pôquer? — Mal espremeu os lábios.

— Sim. Não assiste ESPN? Eles fizeram um especial sobre mim...

O resto de suas palavras eram nada além de um borrão. Ela não conseguia
pensar. Não foi possível ouvir. De repente, ela não estava com fome. Tudo o que ela
queria fazer era se trancar em seu quarto e procura Breck Wilder no Google. E talvez
chorar mais um pouco. Em vez disso, ela deu uma mordida, porque ela se lembrou que
não tinha comido durante todo o dia, e a última coisa que ela queria era parecer óbvia.
Ou de alguma forma prejudicar o bebê.

— Você não gosta de pizza? Eu pensei que todo mundo gostasse de pizza. —
Breck parecia ter relaxado, inclinando-se para trás em sua cadeira.

— Eu gosto de pizza. Porque você acha que eu não gosto? — Ela estalou. Ugh.
Ela precisava relaxar.

— Umm, porque parece que você está tentando forçá-la para baixo? Ouça, você
tem certeza que está tudo bem se eu ficar aqui? Eu não quero fazer você se sentir
desconfortável. Eu posso ficar com Jace se for preciso

— Não! — ela gritou, fazendo-o saltar. — Quero dizer, não. — Disse Rowan
muito mais suavemente. Não, isso provavelmente não ia bem, e ele só fez isso bastante
óbvio com a coisa toda sobre crianças não ser bom para ele, mas ela não se sentia bem
em não lhe dar mais uma chance. Este aqui era o bebê deles, e como ela poderia
realmente conhecê-lo se ele ficasse em outro lugar? Ela tinha saído com muita gente
que pareciam seres humanos racionais e normais, até que ela passou mais do que
algumas horas com eles.

— Ahhh, você gosta de mim, Houdini? Não se preocupe. Eu não vou contar a
ninguém.

Rowan não queria sorrir, mas caramba, ela teve que morder as bochechas para
segurá-lo de volta. Ele era irritante. E um pouco cativante. — Alguém já lhe disse que
você é louco?

Com isso, Breck riu. — O tempo todo, Houdini. Todo o maldito tempo.
Acrescente isso à lista de razões pelas quais eu sou melhor sozinho. — Ele piscou.
Ele estava brincando, ela sabia disso, mas ainda assim causou uma tristeza que a
oprimiu. Ele amava sua vida. Queria que ela ficasse do jeito que estava, e aqui ela
carregava algo que o balançaria até seu núcleo.

— Eu estou cansada e ainda não me sinto muito bem. Eu vou te mostrar o seu
quarto. Uma vez que somos apenas nós, o café da manhã pode atrasar um pouco. Que
horas é bom para você?

— Você não tem que cozinhar café da manhã para mim. Nós não precisamos
jogar este jogo conforme as regras.

Sim, sim, eles precisavam. — Eu prefiro que seja assim. — Ela queria manter as
linhas traçadas entre eles. Esta era sua pousada e ele era seu hóspede.

— Se você diz. Nove está bom pra mim. Vamos limpar essa bagunça para que
você possa acertar ir descansar.

— Você não tem que...

— Ajudar? Eu sei, mas eu estou cansado e vai ser mais rápido dessa forma. —
Foi uma desculpa e ela sabia disso, mas tão cansada como estava, ela ia aceitar. Rowan
tinha passado através de um turbilhão hoje e ela não queria nada mais do que ficar
sozinha.

Bem, ela não estava mais realmente sozinha, estava? Ela colocou a mão em sua
barriga, debaixo da mesa, antes de se levantar. — Vamos começar, então.
Capítulo Cinco

B reck não tinha dormido bem na noite

passada. Ou as duas noites antes disso. Ele não sabia o que era. A cama era
confortável. Rowan decorou o quarto em tons ricos de terra, coisa que ele era grato.
Pode parecer ridículo, mas a última coisa que ele queria era ficar em algum tipo de
quarto florido. Ridículo que ele tinha estado aqui por três dias e ainda estava
dissecando o quarto.

O silêncio entre ele e Rowan o estava deixando louco. Ela era boa o suficiente, é
claro, e eles conversavam, mas ele sentiu a distância que ela segurava entre eles. O que
ele não sabia era o motivo. Ou por que ele se importava.

Ace se enrolou ao lado dele enquanto ele continuava deitado lá. A sala se encheu
de uma pontinha de algum tipo de perfume ao ar livre, quase como a chuva. Um olhar
em direção à janela disse-lhe que não estava molhado do lado de fora, mas parecia que
o céu pode se abrir a qualquer momento.

Surpreendentemente, ele sentia falta disso sobre Washington. Tinha sido uma
das coisas que ele pensou que iria odiar sobre o lugar quando ele veio para a faculdade,
mas ele acabou adorando. Breck não tinha pensado nisso nos últimos anos - inferno,
nem sequer tinha pensado sobre isso ontem - mas ele estava realmente com um pouco
de saudades da chuva de Washington.
Ele apostaria dinheiro no fato de que Rowan gostava da chuva também. Ele não
sabia por que se encaixava a ela, mas encaixava.

Breck levantou-se, Ace não se moveu um centímetro. Ele tinha uma caixa de
areia para ela no banheiro, junto com comida e água ao lado da mesa de cabeceira.

Olhando para o relógio, viu que ele tinha cerca de vinte minutos antes do horário
que disse a Rowan que desceria para o café da manhã. Ele tomou um banho rápido e
vestiu uma calça jeans azul e uma camisa térmica de manga comprida. Ele não se
incomodou em se barbear, já que ele planejava fazer praticamente nada além de vegetar
hoje. Era incrível como é bom fazer isso. Ele precisava do descanso e lazer mais do que
ele tinha imaginado.

Ele não ficou surpreso ao ouvir Rowan tilintar na cozinha quando ele desceu,
mas o que o chocou foi o homem sentado à mesa. Ele era mais velho, de cabelos
grisalhos, e Breck notou suas mãos tremendo quando ele puxou um copo aos lábios.

— Hey! Você deve ser o grande jogador de pôquer do momento! — Excitação


brilhou nas palavras do homem mais velho. — Você é a grande conversa na cidade.
Primeiro a nossa atriz chega em casa e, em seguida, temos um jogador.

Breck riu e estendeu a mão. Ele acreditava que a atriz sobre quem o homem
falou era Sidney. — Breck Wilder.

A mão do homem era frágil conforme Breck apertou. — Shakes.

Ele arqueou uma sobrancelha. — Sério? Eu gosto. Ele se adapta a você.

Com isso Shakes sorriu antes de apontar para a mesa. — Sente-se. Ela não vai
deixar você ajudar, por isso não se preocupe em perguntar. Sempre foi a Senhorita
Independente. Mesmo quando ela era uma menina, correndo ao redor com aquele rabo
de cavalo vermelho, tentando mostrar a seus irmãos que ela não se importava quando
eles a deixavam para trás.

Breck se perguntou sobre o último comentário, mas, em seguida, ele imaginou


uma mal-humorada Rowan tentando se mostrar aos meninos. Isso fez com que Breck
sorrisse. Sim, ele podia ver aquilo sobre ela. — Sei exatamente o que você está dizendo.
Ela é feita de fogo.

Breck se lembrou da única vez que teve Rowan em seus braços. O jeito que ela
tinha se desfeito, suas unhas cavando em sua pele enquanto ela o incendiava. Sim, ela
era definitivamente um incêndio.

Antes que ele se envergonhasse, Breck sentou-se à mesa de madeira escura de


frente para Shakes. Rowan tinha colocado uma tigela de frutas que não estava lá na
noite passada. — Você é amigo de Rowan? Família? — Ele perguntou, tentando puxar
conversa.

— Eu sou Shakes — Ele respondeu, como se isso fosse uma resposta. Breck
abriu a boca para perguntar o que ele queria dizer, mas o outro homem o interrompeu.
— E quem é você para a nossa menina?

Aborrecimento esfregou contra Breck. Obviamente, todo mundo nesta cidade


parecia pensar que era seu trabalho proteger Rowan. A pior parte era que nenhum deles
sabia a verdade. Ele tinha dormido com ela depois de falar com ela apenas por algumas
horas, e ele gostava de saber que as pessoas estavam aqui para ela. Ele não gostava da
ideia dela deixar estranhos ficarem nessa casa enquanto ela estava sozinha.

— Um hóspede - e um amigo — acrescentou no último minuto. Ele esteve na


cama com a mulher. Não parecia certo pelo menos não os denomina-los dessa forma.

— Amigos? — Shakes arqueou uma sobrancelha.

Antes que Breck pudesse perguntar-lhe o que era, Rowan entrou na sala. Ela
tropeçou quando o viu. Breck ficou de pé e estendeu a mão para ajudá-la, mas ela se
recuperou.

E suas bochechas estavam rosadas. Uma sombra tentadora, sexy que o fez sorrir.
Ele gostava de ter esse efeito sobre ela. Isso fez com que ele continuasse a alcança-la e
roçasse sua mão, só para tocá-la. Memorizar a sensação dela novamente. — Bom dia,
Houdini.

— Bom dia. — Ela puxou a mão para trás, esquivou-se, e colocou um prato na
frente de Shakes. — Pãezinhos caseiros de canela e uma quiche de presunto e ovos.
Tudo bem para vocês dois?

O estômago de Breck rosnou. Parecia melhor do que bem. — Tem um cheiro


delicioso. Sente-se e eu vou pegar nossos pratos.

— Obrigada, mas não.

Breck revirou os olhos. — Você não tem que me servir. — Ele estava
acostumado a fazer tudo por si mesmo - teve que fazer isso toda a sua vida. Mamãe
estava sempre lá quando ele estava crescendo, mas ela estava ocupada trabalhando
para que ela pudesse sustenta-lo, também. Breck aprendeu desde cedo a ser responsável
por si mesmo.

— Na verdade, eu tenho. Eu não estou fazendo isso só porque é você. É o meu


trabalho.

Oh sim. Ele havia esquecido. Agora ele se sentia como um idiota. — Ainda
assim, nós nos conhecemos e eu vou estar aqui por seis semanas, o que muda as coisas.
— Breck caiu para trás na cadeira, totalmente consciente de que ele estava fazendo
beicinho, e também não sabendo por que o incomodava que ela não estava apenas
fazendo porque era ele.

Rowan trouxe um prato para ele, mas não ficou para comer, o que só aumentou
sua frustração. Ela o estava evitando?

Shakes não disse muito mais, enquanto eles comiam. A comida era ainda mais
incrível do que cheirava e quando terminaram, Shakes se despediu, abraçando Rowan
antes de deixar Breck sozinho com ela.

Cruzando os braços, ele parou na porta da cozinha, observando-a deslizar ao


redor. Ela não estava particularmente sexy, vestindo um par de calças e um suéter, mas
ele não podia evitar estudar suas curvas. Para lembrar como se sentiu dobrado em
torno do seu corpo. Como ele tinha aprendido sobre ela com suas mãos... Sua boca.
Breck se mexeu desconfortavelmente, suas memórias um pouco reais. Memórias que
queria repetir. — Você tem planos para hoje? — Ele encontrou-se perguntando.

Ela olhou para ele como se não confiasse nele. — Por quê?

Eh. Ela queria jogar suas cartas desse jeito, ele jogaria as suas. Ele precisava de
um pouco de emoção para tentar tirar sua mente desta atração que tentava manter sob
controle. — Se você não estiver ocupada, eu pensei que talvez você não se importasse
se eu a deixasse nua e te beijasse da cabeça aos pés aqui no chão da cozinha. — Tanta
coisa para ignorar esses pensamentos...

Seu rosto empalideceu. Breck se perguntou se ele tinha ido longe demais, ou se
ela poderia desmaiar sobre ele novamente, mas Rowan se recuperou rapidamente,
pegando uma luva de forno e jogando-a nele.

— Seu grande idiota! Pare de brincar comigo desse jeito.

— Então, pare de procurar por um motivo oculto por trás de uma simples
pergunta. Ou você me odeia ou não consegue tirar o meu corpo sexy de sua cabeça, e
isso a está deixando louco.

Ela revirou os olhos para isso, e ele jogou a luva para ela. — Sério. O que você
vai fazer hoje? Eu nunca estive em Shamrock Falls antes e Jace está trabalhando. Eu
encontrei a loja ontem à noite, mas eu estou achando que poderia me perder se eu sair
por conta própria. Você não quer que eu me perca, quer Houdini? Então você teria que
usar sua magia para me encontrar.

Ela dobrou um guardanapo antes de responder. Toda a sala era decorada em


vermelho e branco. Mais uma vez, ele gostava.
— Eu provavelmente vou pescar. Eu não tenho mais nenhum hóspede chegando
e eu preciso de um de tempo para limpar a minha cabeça.

— Eu não pesco desde que eu era criança.

— Geralmente é algo que eu faço sozinha... Ou com Kade.

Esse pensamento colocou gelo em suas veias, mas então ele se lembrou que
Kade estava noivo de Sidney. — Vamos lá, o que aconteceu a hospitalidade de cidade
pequena? Fui criado em uma cidade pequena, você sabe. Nós nunca teríamos recusado
um pedido como esse. — Ele deu-lhe um sorriso. Aquele que geralmente o fazia
conseguir o que queria. Nada.

Isso não deveria acontecer. — Por favor?

Ela suspirou e, na verdade, parecia que ela estava pesando sua resposta.
Confusão ricocheteou dentro dele. Ele não entendia porque isso era um grande
negócio.

— Eu sei que as coisas são um pouco estranhas. — disse ele. — Eu não estou
pedindo nada mais do que um passeio de pesca, Rowan. Eu lhe disse onde minha
cabeça está agora. Eu não estou procurando me envolver com ninguém.

Sua expressão ficou escura. Não necessariamente brava, mas contemplativa.


Breck esperou.

— Sim... Sim, você pode vir. Estarei pronta em cerca de 30 minutos, ok?

Ele balançou a cabeça, sentindo algo acontecer entre eles que ele não entendia.
Algo que ele imaginava que ela sabia. — É um encontro. — ele piscou e logo em
seguida quis pisar nas palavras. Elas eram definitivamente erradas para usar.

***

Um encontro. Um encontro? O homem a estava deixando louca! Ela finalmente


se sentiu como se estivessem na mesma página, onde eles poderiam ficar a conhecer
um ao outros como adultos, e ele teve que acrescentar aquilo... Embora houvesse a
possibilidade de ela estar exagerando. Seus hormônios pareciam estar em todo o lugar.

Mas ela estava indo pescar com ele. Para alguns isso pode não parecer grande
coisa, mas para ela era. A pesca era coisa dela, algo que ela não fazia com um monte
de gente. Ela não estava mentindo quando disse que geralmente pescava sozinha ou
com Kade. Ambos usavam isso como sua maneira de trabalhar com o que estava
acontecendo em suas cabeças, e ela definitivamente tinha coisas para resolver.

Rowan se lembrou da primeira vez que ela tinha ido quando criança. Ela queria
ir com seus irmãos, que claro não a queriam por perto. Isso não era novidade, mas
ainda assim nunca deixou de chateá-la. Ela decidiu ir até o lago sozinha. Kade estava
lá. Seu pai costumava fazer Kade pescar com ele, e Kade não odiava ninguém do jeito
que ele odiava o pai, por isso era raro ele fizesse aquilo sozinho. Pesca não era algo que
Sidney estava interessada e, além disso, aquilo era coisa deles. Trazia paz a Rowan.

Agora ela estava deixando Breck ir com ela, o que fez seu coração
demasiadamente irregular para se sentir em paz. Mas, considerando que havia uma
parte dele dentro dela, aquilo era o mínimo que podia fazer. Ela devia a si mesma e a
seu bebê dar-lhe uma chance.

Além disso, ele iria embora em cinco semanas e meia. Pelo que o Google disse,
ele tinha um torneio se aproximando. Ah, e também o vinculou à celebridades atuais.
Atrizes! Como ela conseguiu se amarrar a este homem?

Isso não era importante. O que era importante era o seu bebê. Ela precisava
começar a conhecê-lo o mais breve possível. Daí ela o deixou ir com ela.

Rowan vestiu um de seus mais antigos pares de jeans e uma camiseta. Ela
penteou os cachos, prendendo-os em um rabo de cavalo e, em seguida, colocou um
boné, puxando seus cabelos através do buraco. Ela tinha capa de chuva em sua
caminhonete, mas sabia que Breck provavelmente não. Ela tinha que dizer a ele para
conseguir uma.

Ele estava sentado lá embaixo, quando ela chegou, vestindo a mesma coisa que
ele tinha mais cedo. — Esses sapatos podem ficar arruinados. Pode estar um pouco
barrento lá embaixo. — Disse ela. Rowan pegou um velho par de botas do armário e as
ergueu para ele ver.

— Eu vou ficar bem por agora. — Ele sorriu. — Eu prometo que não vou
quebrar lá fora. Fico feliz que você esteja preocupada comigo apesar de tudo.

Ela estremeceu seu sorriso indo direto através dela. O mínimo que ele podia
fazer era não ser tão sexy ao ser convencido. — Você é incorrigível.

— É você quem diz. — Ele pegou uma jaqueta do sofá, o que a fez se sentir um
pouco melhor.

Rowan e Breck saíram em direção a sua caminhonete. Ele subiu do lado do


passageiro, sem uma palavra e ela circulou para longe de sua casa. Nenhum deles falou
muito enquanto eles pegaram as ruas arborizadas, arejadas de Shamrock Falls, para o
meio do nada. Pinheiros estavam por toda parte onde os olhos podiam ver até Rowan
estacionar no pequeno ponto de cascalho, onde ela sempre estacionava antes de pescar.

— Temos que pegar um pouco de trilha através dos bosques.


Breck acenou com a cabeça e ela saiu. Ambos foram para carroceria de sua
caminhonete, que estava coberta. — Meus suprimentos estão aqui.

— Eu vou pegá-los. — Breck abriu a parte de trás. Ambos chegaram ao mesmo


tempo e, quando a mão dela tocou a dele, uma pequena faísca de eletricidade saltou
entre eles. Rowan recuou, não por causa da faísca, mas por razões completamente
juvenis que ela não quis analisar. Como aquilo disparou em seu braço. E permaneceu.
Porcaria. Tanta coisa para não analisar. — Você me deu choque. — ela murmurou.

Breck não respondeu. Apenas olhou para ela como se soubesse que a atração era
o que realmente a incomodava. Ela esperava que ele falasse sobre isso, mas ao invés
disso ele perguntou: — Você vem aqui muitas vezes sozinha?

A pergunta surpreendeu.

— Sim.

— Hm. — ele refletiu.

— É seguro. — Sua preocupação era boa, tanto quando ela desmaiou quanto
agora. Na verdade, ela apreciou a pizza e a limpeza de sua cozinha na outra noite
também. — Umm... Obrigada por se preocupar. Isso é gentil de sua parte.

Surpresa vincou em torno de seus olhos, mas ele apenas acenou com a cabeça
para ela. Nossa. Sua gratidão foi tão chocante?

— Há um cooler com isca e algumas cadeiras de acampamento dobráveis. Se


você quiser pegá-los, eu vou pegar as varas.

Sua testa enrugou quando ele olhou para ela.

Rowan encolheu os ombros. — Arrumei esta manhã.

— Olhe para você, uma típica Grisly Adams6, só que muito mais bonita.

O elogio à fez sorrir, mas ela tentou desligá-lo. Rowan se afastou com as varas.
O homem paquerava mais do que qualquer um que ela conhecia.

Foram apenas cerca de cinco minutos caminhando até a água. Eles se


estabeleceram e depois Rowan inclinou-se contra uma árvore quando ela começou a
colocar a isca em seu anzol.

— Eu não sei se se fico totalmente excitado ou se me sinto castrado aqui. —


Breck olhou no copo de minhocas.

6
James Capen "Grizzly" Adams foi um caçador estadunidense que se tornou notório por sua relação com os ursos
pardos.
Oh, isso era bom. Ela começou a rir. — O tubarão do pôquer grande, mau, está
com medo de uma minhoca? Você ganhou noventa e cinco por cento dos seus jogos,
mas vai deixar um pequeno inseto levar a melhor sobre você?

Com aquilo, seus olhos brilharam de choque para petulância. — Será que a
menina grande, durona que não quer nada comigo, me procurou na Internet? Como
você sabe com que frequência eu ganho?

Calor correu para as bochechas de Rowan. Ele ia interpretar aquilo de forma


errada.

Não importa o que ela dissesse, Breck apreciaria isso muito mais do que ela
queria. — Cala a boca. — ela respondeu.

— Você está corando, Houdini?

— Cale a boca. — Ela terminou de colocar sua minhoca no anzol.

— Está tudo bem. É o meu carisma natural. É impossível não ser afetado por
ele.

Ela segurou a vara para ele. — Você precisa que eu coloque sua isca no anzol,
menino bonito?

Breck deu aquele sorriso, que, infelizmente, fez seu coração tamborilar. Ele
ignorou a pergunta sobre a minhoca e se aproximou. A respiração de Rowan engatou
quando ele se inclinou em direção a ela, com a boca a um mero centímetro da sua
orelha. — Muitas antes de você sucumbir aos meus encantos, e muitas vão fazer o
mesmo depois.

Essas palavras acalmaram as rápidas batidas de seu coração. Ela não se deixaria
cair sob seu feitiço. Não quando ela tinha um bebê para pensar e não quando ele
obviamente fazia do ato de perseguir mulheres um esporte. E ela tinha sido estúpida o
suficiente para cair nessa.

Rowan se afastou. — Você chama isso de charme? Eu chamo de me assediar. Se


você não parar de paquerar, isso não vai funcionar.

Breck estendeu a mão para ela, mas ela se afastou. — Ei! Eu estava apenas
brincando.

— Bem, você brinca muito. Algumas coisas são sérias e você precisa aprender a
tratá-las dessa maneira.

As mãos de Rowan tremiam enquanto ela se afastava. Ela estava exagerando.


Ela sabia disso, mas também não conseguia encontrar uma forma de parar a si mesma.
Ela desejou como o inferno que eles não estivessem ali. Que ela pudesse só ir pra casa,
mas ela não conseguia parar de pensar na imagem difusa do ultrassom. Como ela
algum dia seria capaz de dizer a ele sobre o bebê se ele tratava tudo como um jogo?
Capítulo Seis

B reck não estava jogando sua mão muito

bem. Ele nem sequer sabia que jogo eles estavam jogando, mas era hora de ele ceder.
Ele deu a Rowan um minuto sozinha perto da água. Ou talvez ele estivesse dando a si
mesmo, também. A tensão entre eles parecia ir e vir - quando ela não estava ali, ele não
conseguia se lembrar de gostar mais de estar em torno de uma mulher, mas quando ela
aparecia sobre eles, era quase sufocante. Como neste momento.

Ele podia sentir a tensão saindo de Rowan. Ele era conhecido por colocar seu pé
em sua boca e este era um desses momentos. Ele não deveria provocá-la sobre sua noite
juntos.

Breck pegou as cadeiras e foi em sua direção, na esperança de aliviar o clima. —


Então, eu acabei esfaquear a pobre, pequena minhoca gorda, né?

Rowan já tinha sua linha na água. — Sim. — Sua voz estava tensa.

Ele abriu uma cadeira e ela sentou. Ele colocou a minhoca no anzol antes de
lançar sua linha na água e sentar-se ao lado dela. — A natureza é uma coisa engraçada,
né?

— É. — Outra resposta simples.


O silêncio arrastou para ele. Ele não sabia por que ele se importava tanto se ela
estava brava com ele, mas ele o fazia. — Então, qual é o negócio com Shakes? Ele ficou
cheio de rodeios quando eu perguntei esta manhã.

Breck esperou. Se perguntando se ela iria olhar para ele quando ela falasse. Se
leveza voltaria a sua voz, mas isso não aconteceu. Ela parecia triste.

— Todo mundo em Shamrock Falls conhece e ama Shakes. Sua esposa o


deixou, e a cidade tem praticamente tomado conta dele desde então. Ele era amigo
íntimo de meus pais, então eu cresci com ele por perto. Ele está ficando mais velho e
está passando um tempo difícil. Eu o alimento muito frequentemente.

— Isso é difícil... No entanto, é muito gentil de sua parte.

— Eu não sou a única que faz isso. — Ela olhava para a água e ele olhava para
ela, ambos frustrados e chateados com a tensão entre eles.

Ainda assim, ele pensou em Shakes e na facilidade que ele parecia estar na casa
de Rowan. Ele teve um sentimento que ela lhe alimentava mais frequentemente do que
os outros faziam. Rowan tomava conta das pessoas, ele percebeu aquilo sobre ela.
Quem cuidava dela, ele se perguntava?

Breck tentou manter a conversa. — É lindo aqui. — Lindo nem sequer começar
a descrevê-lo - o enorme lago. Verde, tanto quanto o olho pode ver ao seu redor,
encontrando o céu nublado acima.

— É.

— Tudo bem. Você está me matando aqui. Desculpe-me. Parece que eu já disse
isso um milhão de vezes, mas eu tenho que te dizer, não é só comigo. Estou disposto a
declarar um empate, se você puder trazer de volta aquela menina mal-humorada que
dava respostas para mim a torto e a direito. Você está malditamente quieta agora.

Suas bochechas se apertaram ao vê-la quase sorrir. — Um empate, hein? Agora


eu entendo as referências às cartas.

— Eu posso jogar um pouco mais em você, se isso vai fazer você sorrir.

Rowan suspirou. Ele pensou que isso significasse que ela estava cedendo um
pouco, mas ela ainda tinha aquele olhar perdido, fechado. — Eu não estou brava com
você. Eu só tenho muita coisa acontecendo e você está aqui, então eu continuo
descontando em você. E como eu disse, eu pesco para pensar então normalmente eu
fico quieta aqui.

Ele entendeu aquilo. Ele não queria estragar a tradição. De certa forma, o pôquer
era o mesmo para ele. Quando ele estava perdido em um jogo, ele não pensava ou
percebia qualquer coisa, exceto as cartas e os outros jogadores. Se isso fosse o mesmo
para ela, ele manteria sua grande boca fechada.

Além disso, quem sabe - talvez ele acabasse tirando algo de toda essa coisa se
pesca. — Silêncio? Eu posso fazer silêncio. Você nem vai saber que eu estou aqui. —
Breck virou-se para a água, e ambos estavam em silêncio enquanto pescavam.

Eles estavam lá por três horas, e nem Rowan nem Breck pegaram algo. Ou
baixaram suas guardas.

Quando a chuva finalmente fez uma aparição, começando com um fio lento, eles
empacotaram tudo e foram para a caminhonete de Rowan. Breck tinha o desejo de
pedir desculpas novamente, mas não achava que isso faria nenhum bem. Não porque
ele achasse que ela estava brava com ele, mas porque ela estava fechada para ele. E de
alguma forma machucada. Ele foi pego entre deixar aquilo de lado, porque
provavelmente não era uma boa ideia quebrar os muros, e encontrar uma maneira de
tentar fazer tudo certo.

Ele sentia falta de provocá-la. Sentia falta do quanto ela gostava mesmo quando
ela não queria que ele pensasse que ela o fazia.

O telefone estava tocando quando chegaram em casa. Rowan correu para dentro
para atender, Breck andando calmamente atrás dela. A vista era agradável. Seus
quadris eram curvilíneos. O local perfeito para colocar suas mãos, ele se lembrou. Eles
balançavam conforme ela fez seu caminho para a casa. Calor se enrolou dentro dele
enquanto ele a admirava.

Rowan deixava pequenas trilhas de lama em todo o piso da cozinha enquanto


ela falava com o que parecia ser um hóspede potencial. Ele a olhou, uma pequena
pontada no estômago só de pensar em ter alguém aqui com eles. Levaria algum tempo
para se acostumar com estranhos na casa.

Quando ela desligou o telefone, ela girou em direção a ele, com um sorriso de
orelha a orelha. Todas as evidências do cobertor desconfortável que eles tinham coberto
por horas tinha ido embora. Ela tinha pequenos círculos de vermelho nas bochechas
que combinavam com seu cabelo e com o boné, sardas, e sua excitação, ela parecia
muito jovem por um segundo.

— Então? — Breck solicitado.

— Tenho hóspedes chegando!

Ele estendeu os braços para um abraço e ela o surpreendeu ao saltar para eles.
Breck apertou-a com força. Ela se encaixava muito bem em seus braços.
Rowan riu. Ele não estava certo por que isso era um negócio tão grande para ela,
mas ele gostava de vê-la assim.

— Você não teve muitos hóspedes? — ele perguntou quando ele a colocou no
chão. Ele esperava que ela parecesse envergonhada, mas percebeu que ela estava muito
feliz para isso.

— Eu não abri há muito tempo. Quando nós... hummm... quando nos


conhecemos, eu estava prestes a abrir. Tem sido lento desde então e eu realmente estou
precisando do dinheiro. — Naquele momento, uma pequena sombra de alguma coisa
atravessou seu rosto.

Ele queria que aquilo fosse embora e que a felicidade voltasse. — Então, isso é
grande, hein? Precisamos comemorar. O que há para fazer aqui?

Ela voltou a sorrir, mas manteve um pouco de malícia. — Olhe para você,
tentando ser um cavalheiro.

— Hey! — Ele riu. — Eu sou sempre um cavalheiro. Eu até me ofereci para te


pagar uma bebida a primeira noite que nos conhecemos.

— Sim, para me embebedar! — Com isso, ela prendeu seu quadril com a dela.
Ou tentou, mas ela era muito menor do que ele.

Breck envolveu um braço ao redor dela e conduziu-a para as escadas. — Vá se


trocar. Eu sou um cavalheiro, mas não vou levar você para sair vestida desse jeito.

— Você sabe, eu sou uma mulher liberada. Eu não preciso de você para me
levar pra sair. Inferno, talvez eu seja a pessoa a levá-lo. — Com isso, ela piscou e
afastou-se.

Breck não conseguia parar de olhar para o local onde ela estava. A mulher
poderia ser como um fogo de artifício. Ele adorava vê-la brilhar.

***

No andar de cima, Rowan mandou uma mensagem tanto para Betsy quanto
para Sidney para se certificar de que elas estariam no Lucky’s. Sidney estava quase
sempre lá com Kade, já que o lugar estava mais cheio do que nunca. Sempre que ela
pudesse parar com a costura, Sidney estava lá ajudando. A parte interessante é que
Sidney estava quase tão ocupada com o seu próprio negócio de roupas, quanto Kade
estava com o Lucky’s.

Apesar de que seus amigos provavelmente estariam lá de qualquer maneira, ela


precisava ter certeza de que ela teria apoio. Uma garota não podia sair com o pai de seu
bebê, sem as garotas em seu encalço. Especialmente quando o pai não sabia que havia
um bebê a caminho.
Culpa apertou em torno da barreira ela tentou manter para trás. Ela odiava
mentir. Odiava manter algo tão importante escondido de Breck, mas ela tinha que
acreditar que ela estava fazendo a coisa certa. Ela precisava conhecê-lo antes que ela só
jogasse algo parecido com isso em seu colo.

Após a confirmação de suas duas amigas, Rowan entrou no chuveiro. Vestiu-se


em um jeans apertados, que estava um pouco mais apertado do que costumavam ser.
Ela precisaria deixar de usá-los em breve. Ela acrescentou um top e seu suéter favorito
sobre ele, vermelho com uma grande gola então ele ficava pendurado em seus ombros.

E sim, saltos. Claro que ela iria se arrepender mais tarde - não era a coisa mais
inteligente a usar durante o outono em Washington - mas quando algo de bom
acontecia, uma garota queria ficar bem, caramba.

Breck estava novamente esperando por ela quando ela chegou lá embaixo. Ao
contrário de quando eles foram pescar, ele havia trocado de roupa. Ele usava calças
pretas e uma camisa preta de mangas compridas, que era ligeiramente vistosa e sim,
quente. Era bom saber que os hormônios não afetaram sua capacidade de perceber um
homem de boa aparência quando via um. E Breck era definitivamente isso.

Ele havia se barbeado ela se viu sentindo falta da barba em seu queixo, mas ele
não se preocupou com o seu cabelo e ela gostava disso. O visual despenteado de
cabelos escuros era definitivamente o seu favorito.

Ela não tinha certeza de que sua mente deveria estar indo nessa direção, mas por
esta noite, ela queria apenas se divertir. Ser ela mesma, em vez de a pessoa deprimida
que ela se tornou nos últimos dois dias.

— Eu estava certo mais cedo. — Breck disse finalmente. Eles estavam a cerca de
três metros de distância um do outro, seus olhos sobre ele e os dele sobre ela.

— Sobre o que? — Rowan tentou ignorar que seu pulso disparou.

— Você está tentando me matar.

— Eu não me lembro de você dizendo isso.

Ele deu de ombros. — Mas você está. Você está testando minha força aqui.
Estou claramente em direção contrária a mulheres e relacionamentos, lembra?

Ela engasgou. Sim, ela sabia disso. — Se a sua força é testada tão facilmente,
talvez seja por isso as coisas não têm ido muito bem para você.

— Quem disse que é sempre assim? Talvez seja só você que levanta a aposta.

Engraçado como as suas palavras não a aborreceram agora. Só ter recebido o


telefonema para uma reserva a fez se sentir mais leve... Mais como ela mesma.
Independente do que aconteceu com Breck, ela iria encontrar uma maneira de fazer
isso por conta própria.

Rowan tentou rir daquilo. Ele era um flerte, ela sabia disso. Era exatamente
como ele era, mas de repente aquilo enviou calor inquietante através dela.

Ela esperava que sua voz saísse firme quando ela tentou ser tão despreocupada
quanto Breck e disse: — Você está sempre jogando um jogo. Talvez você não seja tão
bom jogador, mas você só acaba se dando boas chances.

Breck soltou uma gargalhada maior que a vida. — Touché, Houdini. — Ele
estendeu o braço para ela. — Vamos lá. Estou calando minha boca agora e nós vamos
nos divertir.

Rowan encontrou-se colocando o braço no dele e deixando-o levá-la para fora.

Mas suas palavras ainda não estavam muito longe de sua mente. Estou
claramente em direção contrária a mulheres e relacionamentos, lembra?

Eles foram no carro de Breck para o Lucky’s. Estava naturalmente chovendo


quando eles chegaram lá, então Breck parou e deixou-a descer na porta. Rowan
esperou por ele lá dentro.

Quando a porta se abriu e ele entrou, ele balançou a água fora de sua cabeça,
deixando-a voar para ela.

— Hey! — Qual era o ponto deixa-la na porta se ele iria molha-la?

A cabeça de Breck estava virada para baixo, mas ele olhou para cima o suficiente
apenas para vê-la e balançou as sobrancelhas. Ele tinha um delicioso olhar pecador em
seus olhos que enviou seus hormônios em alta velocidade. Um pouco de seu cabelo
estava grudado na testa e isso a fez relembrar aquela noite. A maneira como suor se
prendia a sua pele enquanto eles agarraram um ao outro.

Seus joelhos ficaram fracos.

— Você é tão infantil. — disse ela, brincando, tentando manter-se sob controle.
Era incrível como as coisas bobas que ele fazia a faziam sentir-se tão alegre, quando ela
deixava.

— Eu sou divertido. Vamos lá. Jace me mandou uma mensagem para se


certificar de que eu vinha com você.

— É claro que Jace está aqui. Estamos sempre aqui.

Rowan pulou quando sentiu a mão de Breck na parte baixa de suas costas. Ele
olhou para ela, levantando uma sobrancelha como ele sempre fazia. — Meu toque tem
um efeito em você, hein?
Sim. Sim ele tinha. — Sim, isso me dá urticária — ela atirou de volta para ele.

Com uma sacudida brincalhona de sua cabeça, ele caminhou em direção à seção
do bar do Lucky’s. Rowan serviu aqui por alguns meses antes de abrir sua pousada.
Desde então Kade contratou algumas outras pessoas para ajudar.

Ela viu Kade, juntamente com Sidney, Betsy, Jace, e uma mulher qualquer, que
era, sem dúvida, o sabor da semana de Jace. O homem era uma porta giratória para as
mulheres. Ela estava contente de ver Betsy em uma conversa com Sidney e esperava
que ela não estivesse deixando o encontro de Jace atingi-la.

Só então, Sidney olhou para cima e chamou sua atenção. Ela e Betsy correram
da mesa, pulando em sua direção. Uh oh. Ela sabia que seus olhares significavam
problemas. Elas estavam provavelmente com comichões para conhecer adequadamente
Breck.

Foi Sidney quem falou primeiro. Ela estendeu a mão. — Oi. Eu sou Sidney.

Rowan percebeu que sua testa enrugou, como se ele pudesse dizer que algo
estava acontecendo, mas ele tirou a mão de suas costas e apertou a de Sidney. — Breck
Wilder. — Sua voz era baixa, sexy.

— Você está dando em cima da minha amiga? — Rowan sacudiu a cabeça.

— O quê! — Ele olhou para ela com ar inocente.

— Você faz isso e nem percebe. Você usa essa voz baixa e sexy, toda vez que
fala com uma mulher.

— Você acha que é sexy? Se você achar, eu vou usá-la o tempo todo.

Betsy engasgou, mas um sorriso se escondeu atrás de seu choque. Como ela
poderia trabalhar com Jace e ser surpreendida por paqueras, Rowan não sabia. Em
seguida, Sidney deu uma risadinha. Grande. O flerte já tinha conquistado suas amigas.

Breck virou-se para Sidney agora. — Prazer em conhecê-la apropriadamente.


Você está noiva de Kade, certo? — Ele deu Rowan um olhar que dizia Ha! — E você é
Betsy? Jace mencionou você algumas vezes.

As bochechas de Betsy imediatamente se tingiram de vermelho. Rowan não


sabia se era porque Jace falou dela ou apenas porque Breck tinha esse efeito sobre as
mulheres.

Enquanto Breck falava com Betsy, Sidney abanou o rosto e boca, Oh meu Deus.
Sim, o homem era lindo. Ela sabia disso. Sidney agiu como se ela nunca tivesse visto
um homem bonito antes. Inferno, ela era noiva de um!

Rowan revirou os olhos.


— Se nos der licença Breck, precisamos conversar com a Freckles por um
minuto. — Sidney olhou para ele.

— Eu te vejo mais tarde, Freckles. — Breck sorriu antes de se afastar. Betsy e


Sidney cada uma enganchou um braço nos dela enquanto a levavam para o escritório
nos fundos.

— Ele é lindo! — Sidney gritou assim que a porta estava fechada. — Quero
dizer, eu notei no outro dia, mas eu estava preocupada com você, então eu não estava
plenamente na experiência.

— A experiência? — Rowan ecoou.

Suas amigas a ignoraram. — Você já contou a ele? — Betsy perguntou.

Rowan lutou para manter sua culpa de lado. Ela estava tentando fazer a coisa
certa. Ela teria tempo de sobra para contar-lhe uma vez que ela o conhecesse melhor.
— Não... Foram só alguns dias. — Acrescentou a segunda parte para tentar se sentir
melhor.

— Você descobriu alguma coisa sobre ele? — Perguntou Sidney.

— Ele é um jogador de pôquer profissional que ama sua liberdade, não quer ter
filhos ou sossegar. Nunca. — Suas amigas pareciam calmas. — Veja. Eu tenho uma
razão muito boa para não dizer a ele ainda. —

— Ele pode mudar de ideia — Betsy acrescentou. — Eu tenho certeza que é


fácil dizer que você não quer ter filhos, até você descobrir que você vai ter um.

Rowan suspirou. — Eu sei... Eu só preciso ter certeza. Eu não quero apressar


nada. É do meu bebê que estamos falando aqui. — Ela estava determinada a fazer o
bem por essa criança. Pelo filho deles.

— Vamos apenas ir lá para fora e nos divertir, hein? — Sidney agarrou a mão
dela e apertou. — Eu preciso ter certeza de que esse cara é bom o suficiente para minha
pequena sobrinha.

Rowan riu. — Você está convencida que é uma menina, não é?

— Absolutamente. Eu já até comecei a fazer as roupas de bebê. — A loja on-line


que Sidney tinha começado desde que se mudou para casa estava indo incrivelmente
bem. Ela trazia um carro cheio para os correios para enviar a cada semana. Rowan
imaginou um pequeno gorro rosa em vez das bolsas que eram os itens mais populares
de Sidney e sorriu.

Em seu caminho para fora do escritório, Rowan não poderia deixar de


acrescentar: — Ele é muito lindo, não é?
Capítulo Sete

B reck sentou-se com Jace, Kade, e Melissa,

o encontro de Jace. Ele viu quando ela se pendurou em cada palavra que Jace disse,
mas não da maneira que parecia realizar afeto real. Ele não conseguia parar de se
perguntar para onde as amigas de Rowan a haviam arrastado e o que elas estavam
falando. Ele não parava de olhar na direção que ele as viu, mas ainda não tinham feito
uma aparição.

— Eu reconheço esse olhar, homem — Kade disse.

Breck olhou para ele, se perguntando o que ele queria dizer. Ele não conhecia
Kade bem o suficiente para ler entre as suas palavras, então ele observou por digamos -
algum tipo de sinal que lhe dissesse o que ele queria dizer, ou como ele quis dizer isso.
— Que olhar é esse? — Ele tomou um gole de sua cerveja.

— Seus olhos. Eles estão procurando por Rowan. Eu já estive lá. — Ele tomou
um gole também.

Kade entendeu tudo errado. Sim, Rowan era bonita, mas ele não estava olhando
para ela daquela maneira. Ela somente... bem, ele tinha começado a pensar nela como
uma amiga e eles vieram aqui juntos, então ele não queria ficar separado dela a noite
inteira. — Não é o que você está pensando. Eu sequer conheço a mulher direito.

O que era verdade, mas realmente não parecia verdade. Ele sabia que ela poderia
ser sarcástica como o inferno. Que gostava de rir e tinha um grande sorriso. Ela gostava
de cuidar das pessoas, sabia cozinhar, não aceitava sua merda, e pescava para limpar a
cabeça.

Kade levantou sua cerveja e Breck foi em frente bateu sua garrafa com a de
Kade.

— O que estou perdendo aqui? — Ele perguntou calmamente, acenando com a


cabeça na direção de onde Jace estava tentando se afastar da mulher com quem ele
estava, mas ela o segurou firme. Música batendo através do bar enquanto Breck, Kade,
Jace e Melissa sentaram-se em duas mesas redondas juntas.

— Nada, cara — Kade respondeu.

— Ei, quando é que vamos montar um jogo? — Breck disse para Jace. — Não
me diga que você está com medo de jogar comigo.

Jace riu. Ele usava um terno, como era frequente, com seu cabelo loiro penteado
para trás. Suave - Aquela era a melhor maneira que ele poderia pensar para descrever o
seu velho amigo da faculdade de direito. — Vai sonhando. Você esquece que você me
ensinou a jogar. Conheço seus truques e posso ler as suas falas.

— Você não pode ler merda nenhuma. — Breck bufou.

Nesse momento, o celular de Melissa tocou. Ela levou o telefone até sua orelha e
conversou por um minuto antes de desligar. — Era a minha babá. Ela não está se
sentindo bem, eu preciso ir.

Jace se levantou. — Eu sinto muito em ouvir isso. Eu vou levá-la para fora. —
Então, para Breck, — Nós vamos continuar esta conversa quando eu voltar.

Os dois desapareceram no momento em que as mulheres voltaram para a mesa.

— Onde eles estão indo? — Rowan perguntou.

— Ele está levando sua amiga para fora. — Breck recostou-se na cadeira, agora
que Rowan estava de volta.

— Eu o amo, mas ele realmente precisa aprender um pouco de controle. — Ela


revirou os olhos.

— Você o ama, hein?

Ela bateu em sua perna e ele lutou contra a vontade de segurar a mão dela lá.
Jesus. Havia algo sobre essa mulher que o atraía em um nível totalmente diferente. Em
um nível que ele não queria agir sobre isso. Como Jace disse, ela era uma mulher para
sempre, e mesmo se ele quisesse experimentar um relacionamento novamente, ele não
tinha certeza de que sua vida de viagens se encaixaria a ela.
Opa! Por que diabos ele estava pensando sobre isso?

— Ele está melhorando... — Betsy acrescentou, puxando-o de seus


pensamentos. Cada par de olhos na mesa zerados com ela. — O quê? Ele está. — Ela
esfregou o dedo ao redor da borda do copo de água.

— Tudo bem, chega de falar sobre Jace. Acho que deveríamos falar sobre mim.
Eu sou muito mais interessante. — disse Breck.

Com isso todos na mesa riram, que era exatamente o que ele esperava.

— Eu ouvi isso. — Jace afrouxou a gravata enquanto se sentava. Ele parecia


cansado - mais do que Breck lembrava de ter visto antes. Ele sabia que a doença do avô
de Jace devia tomar muito dele.

Breck notou algumas mesas de sinuca na parte de trás da sala. Uma deles estava
aberta. Ele cutucou Rowan. — Jogue sinuca comigo, Houdini.

— O quê? Não. Eu não sou muito boa nisso.

— Jogue comigo de qualquer maneira.

— Chame a Betsy. Ela é um tubarão na sinuca!

— Hey! — Betsy empalideceu.

— O quê? Você é!

Jace entrou na conversa. — Nós vamos jogar em duplas. Vamos, Betsy. — Ele se
levantou e estendeu a mão para a outra mulher, que parecia como se ele pudesse
mordê-la.

— Você deveria jogar. Ele precisa de você. Ele é provavelmente o mais


lamentável jogador de sinuca que eu já conheci. — Breck levantou-se, estendendo a
mão para Rowan da mesma forma Jace fez com Betsy.

— Ai! — Ela balançou para frente e parecia que Sidney a tinha cutucado nas
costas. Rowan tentou se recuperar, agarrando sua mão e deixando-o ajudá-la. Betsy fez
o mesmo, apesar de que ela se soltou de Jace no momento que estavam de pé. Foi uma
estupidez dele, mas ele não deixou Rowan libertar-se.

O quarteto foi para a mesa de sinuca e Breck colocou dinheiro na máquina para
liberar as bolas. — Vamos montar e deixar vocês quebrarem. Eu não quero você
dizendo que trapaceamos quando acabarmos com vocês.

Jace mostrou o dedo do meio para ele.

— Vocês são como crianças grandes! — Rowan cruzou os braços.


— Você deveria ter nos visto na faculdade de direito. Teve uma vez - Oh, espere.
Não é nada. — Jace riu e Breck encontrou-se cruzando os braços. Maldito o homem
por tentar colocá-lo em apuros.

Breck terminou de montar as bolas. Os quatro pegaram os tacos de sinuca e Jace


acenou com a cabeça em direção à mesa. — Primeiro as damas — Disse a Betsy.

Breck observou como a mulher alinhou a bola com as outras. Seu curso era
suave conforme ela bateu na bola, quebrando o triângulo em pedaços e bateu em duas
sólidos e uma listra.

Uau.

Jace pigarreou, olhou para Breck e sorriu. — Se importa em tornar isso mais
interessante?

Eles iam perder. E Breck odiava perder.

Rowan não estava mentindo quando disse que não era muito boa na sinuca. Em
sua defesa, a culpa não era de Jace. Realmente, Betsy era a que estava a acabando com
eles. Breck era bom em ler as pessoas e quando ela errava, ela fazia isso de propósito.
Para Jace? Ele se perguntou. Tentando ajudá-lo a livrar a cara? Não que Jace fosse o
tipo de cara que não conseguia segurar uma vitória com a ajuda de uma mulher. Ele
estava muito feliz em ganhar, porque ele poderia se vangloriar.

Breck observou quando Rowan se inclinou sobre a mesa... Mirou e errou. Droga.

— Ugh! Sinto muito. — Rowan cruzou os braços. — Mas isso é culpa sua.

Breck não podia acreditar. Ela estava realmente fazendo beicinho. Seu lábio
inferior escapou. Ele queria lambê-lo. Em vez disso, ele riu. — Como você sabe disso?

— Porque eu te disse que eu não sou boa.

— Talvez não seja você que não é boa, mas é que Betsy é simplesmente incrível.
— Jace interrompeu.

Breck viu como Betsy olhou para ele com admiração. Ele se perguntou se Jace
percebeu isso, mas viu que Jace não percebeu quando ele continuou. — Bem, isso e o
fato da cabeça de Breck ser tão grande que ele tem que se concentrar tanto em segurá-
la, que ele não pode ter o tempo que ele precisa para fazer uma boa tacada.

Betsy riu alto. Breck nem sequer ficou ofendido por isto, porque era bom vê-la se
abrir. Com isso, Jace sorriu e puxou-a para seu lado. — Minha arma secreta.

— Você está deixando sua cabeça ficar um pouco grande aí, quando ela foi a
única que ganhou. — Breck apontou para Betsy e, em seguida, virou-se para Rowan. —
E você pare de me culpar e guarde esse lábio inferior antes que eu o morda. — Breck
fingiu mover a cabeça na direção de Rowan. Seus olhos se arregalaram tanto que ele
pensou que eles iam sair de sua cabeça.

Ele, obviamente, não foi o único a notar porque ambos, Jace e Betsy,
começaram a rir.

Rowan deu um soco no braço dele. — Você não é engraçado, seu grande idiota.
— Então, ela começou a rir também.

Quando eles se acalmaram, era a vez de Betsy. Ela limpou a maldita mesa e eles
ganharam.

— Graças a Deus que o jogo acabou. — Rowan tentou colocar seu taco para
longe como o resto deles.

Breck ignorou o enorme sorriso de Jace e falou diretamente para Rowan. —


Jogue comigo de novo. Vou te dar uma lição. — Realmente ele só queria passar mais
tempo com ela. Esperando que ela empurrasse aquele o lábio inferior sexy de novo e
que, talvez, ele tivesse uma desculpa para colocar as mãos sobre ela.

— Você não tem que me ensinar a jogar sinuca.

— Eu sei.

Jace alegremente colocou um braço em torno de Betsy novamente. Ela sorriu


timidamente, quando disse: — Vocês precisam de muita prática, se vocês quiserem nos
vencer.

— Eu não sou tão boa. — Foi uma das primeiras vezes que Breck a ouviu
realmente falar com Jace.

— Deixe-nos em paz. Eu vou jogar com Houdini.

Jace balançou a cabeça para ele, mas os dois caminharam de volta para a mesa
com Sidney e Kade. Breck colocou mais dinheiro e arrumou as bolas novamente.

— Nós realmente não temos que fazer isso. — Rowan se inclinou contra a
mesa. Suas roupas se agarravam à suas curvas de uma forma que um rapaz não poderia
deixar de apreciar. Ele teve que se segurar para não puxá-la para ele. — Você pode
jogar com Jace, se quiser. — Rowan acrescentou.

Breck enganchou o dedo em seu passador de cinto, fazendo exatamente o que ele
acabou de dizer a si mesmo que não deveria e puxou-a em sua direção. Ele ficou
surpreso quando ela veio sem luta. — Jogue comigo. — Ele sussurrou em seu ouvido.
Ele estava se torturando. Se provocando com o fruto proibido que ele nunca poderia ter
novamente, mas ele não podia parar. Ela era tão suave contra ele, do jeito que ele
gostava de uma mulher. Sua respiração soprou contra um de seus cachos. Até aquilo
fez seu corpo começar a responder. Cristo. A última coisa que ele precisava era ter uma
ereção no meio de uma aula de sinuca. Ainda assim, ele acrescentou. — Por favor?

Ela colocou a mão em seu estômago e ele respirou fundo. Esse simples toque
quase o teve dentro. Será que ela sentiu o mesmo - a atração entre eles que começou na
noite em Las Vegas e tinha crescido rapidamente nos poucos dias que ele estava aqui?
O fato era que metade do tempo ele estava apenas brincando com ela. Ele gostava de
flertar e gostava de fazê-lo com Rowan, mas parecia mais do que isso também. Ele não
conseguia se lembrar de alguma vez estar tão atraído por uma mulher como ele estava
por ela. Seu punho apertou em sua camisa. Eles estavam perto... Tão perto. Ele podia
sentir seu cheiro de baunilha e sentir o seu calor. Ele inalou, querendo mais. —
Rowan...

— Breck... — Era ele ou sua voz soou rouca de desejo?

— Sim.

— Você. É. Tão. Paquerador. — E assim, ela se afastou, ainda permanecendo


perto, mas não perto o suficiente para Breck. Ela o deixou praticamente ofegante. Esta
mulher era boa, sabia como jogar sua mão e tinha um inferno de um rosto impassível.

Ele descobriu que gostava daquilo - ser amigo dela, jogando este divertido jogo
de empurrar e puxar que ambos sabiam que não era nada mais do que isso.

Rowan tentou se afastar, mas Breck agarrou a mão dela e segurou-a contra ele.
— Você sabe que isso vai ter volta, não sabe?

— Eu não tenho ideia do que você está falando.

Oh, sim, ela tinha, e ambos sabiam disso. Breck deixou cair sua mão. — Agora
vamos para este jogo. Eu tenho uma ou duas coisas para te mostrar.

***

Ela era uma idiota. O que ela estava pensando, flertando com ele desse jeito?
Claramente ela não tinha pensado. Ele estava tão perto e cheirava tão bem. Ele tinha
dado a ela o sorriso que ela gostava, que era outra coisa que ela não tinha nada que
pensar quando se tratava de Breck Wilder, mas naquele momento, tudo o que ela
conseguia pensar era que ela queria dar-lhe uma dose de seu próprio remédio. Mostre-
lhe que ele nem sempre tem a mão superior como ele pensava - e talvez ela quisesse
sentir seu abdômen novamente também. As ondulações de músculo que ela se
perguntava como ele mantinha.

Burra, burra, burra, burra!

Eles tinham terminado o resto de seu jogo de sinuca e ela esperou por ele – que
ele flertasse, agarrasse-a, sussurrasse algo em seu ouvido, qualquer coisa, mas Breck
não tinha feito nada disso. Só deu suas dicas de sinuca, que deveria tê-la flutuando nas
nuvens, mas em vez disso, a deixou sentindo um pouco carente e também na borda,
perguntando quando ele iria atacar.

Rowan olhou para ele enquanto se dirigiam de volta para a casa. Ele não olhou
para ela e ela encontrou-se imaginando o que ele estava pensando - pensando sobre as
coisas que fez Breck Wilder uma pessoa de momento. Tinha que haver uma razão para
que ele tratasse tudo como um jogo - a razão pela qual ele não queria laços em sua vida
além do pôquer e Ace.

Era seu trabalho descobrir essas coisas. Isso é o que eles estavam fazendo aqui,
afinal. Não porque ela quisesse saber, mas porque ela precisava.

— Posso te perguntar uma coisa?

Ele olhou para ela e disse. — Posso blefar?

Claro. Outro jogo. — Não. Eu prefiro que você não responda de jeito nenhum
do que mentir.

Os olhos de Breck já estavam de volta na estrada. — Eu estava brincando. Fale.

Demorou alguns segundos para tentar colocar em palavras o que ela queria
dizer. Eram águas traiçoeiras perguntar sobre sua vida amorosa, sem fazê-lo questionar
o porquê da pergunta ou parecer que ela o queria.

— Na sua primeira noite aqui, quando chegamos na conversa de casamento e


bebês, você estava tão determinado quanto ao fato de você não quer nenhum dos dois.
Estou curiosa para saber o porquê.

— Você está me propondo casamento? — Havia riso em sua voz.

— Eu estou falando sério, Breck. Estou tentando conhecê-lo. Você vai ficar
comigo. Você é amigo de Jace.

— E seu.

— Meu o quê?

Ele olhou para ela novamente, mas ela não conseguia ler sua expressão no
escuro. — Eu sou seu amigo também, certo? Quero dizer, você me levou para pescar.
Isso tem que dizer que eu estou ficando sob sua pele um pouco.

Com aquilo ela sorriu. Ele era. Mas ela também sentiu um pouco de culpa
também. Ela não queria leva-lo para pescar com ela. Ela fez isso porque precisava. —
Sim, nós somos amigos. Mais uma razão pela qual eu estou curiosa sobre você.

Ah, e eu estou carregando seu bebê.


Breck gemeu e ela tinha a sensação de que sua pergunta atingiu um nervo. No
entanto, ela não recuou. Era importante para ambos e para o seu filho. Mas, ainda
assim, ela não queria manter algo assim dele. Rowan olhou para Breck e começou a
sentir-se mal do estômago. Não era que ela queria esconder isso dele - ela estava
começando a odiar aquilo. Ela só precisava ter mais de uma ideia sobre quem ou o que
Breck Wilder realmente era além do piadista, o paquerador que amava nada mais do
que pôquer. Certo?

— Eu não tenho sido um anjo, Houdini. Estar na estrada... Vivendo o tipo de


vida que eu vivo, houveram mulheres.

— Então é isso? Você só está interessado conseguir algumas?

— Não. Não é isso, mas acontece. Eu acho que você percebe o quão facilmente
isso pode acontecer. — Ela tentou responder a isso, mas ele continuou falando. — Isso
nunca acabou bem. Eu não tive a intenção de seduzir todas as mulheres com as quais
eu encontrei, mas eu não estava procurando nada permanente também. Vamos colocar
desta forma: a última mulher que eu passei mais do que uma noite acabou roubando
Ace e mantendo-a como refém. Eu fiquei celibatário por alguns meses depois que as
coisas acabaram com ela e a próxima mulher com quem eu estive escapou de mim
enquanto eu estava dormindo.

Mais culpa subiu na carga que ela já tinha. Então, fugir dele, provavelmente, não
foi a coisa mais educada que ela poderia ter feito. — Descul...

— Não. Eu não preciso de um pedido de desculpas. Eu só estou tentando


explicar porque eu sou do jeito que sou. Eu posso jogar cartas, mas a minha sorte é
uma merda quando se trata de mulheres.

Havia um tom escuro às suas palavras que lhe disse que ele não estava dizendo
tudo. Parecia muito com dor. — Há mais... Outro motivo, certo?

Ele suspirou. — Eu viajo muito. Eu não tenho que entrar em todos os jogos que
entro, mas eu gosto. Isso realmente não é o melhor estilo de vida para um
relacionamento.

Lágrimas ameaçaram cair dos olhos dela. Ele estava certo, não era o melhor
estilo de vida. De repente, era uma possibilidade muito real que Breck não estaria
nunca na vida de seu filho.

Rowan endireitou-se. Seria difícil, mas ela poderia fazê-lo. Ela iria amar seu bebê
o suficiente pelos os dois. — Isso é tudo?

Breck pausou. — Eu não estou com vontade de desnudar minha alma esta noite,
Houdini.
Suas palavras picaram quando ela sabia que não deveriam. Deixaria aquela parte
de lado, mas ela precisava de mais. Não era como se ela pudesse trazer o mesmo
assunto mais e mais - enquanto eles estavam falando sobre aquilo, ela tinha que
aproveitar.

— Então, você nunca pensou em querer mais... Um trabalho em que você não
viaje tanto? Alguém para vir para casa? Um pedaço de si para segurar... Você sabe,
crescer? — Acrescentou a última parte para que a conversa não parecesse tão pesada
quanto o peso que ela sentia em seu estômago.

Ele parou novamente e ela quase pensou que ele não ia responder. — Por que eu
deveria? Eu posso fazer o que eu quero, quando eu quero. Eu não preciso me preocupar
com alguém roubando meu gato ou me dando um tempo difícil. Eu sou livre...

Rowan respirou. Ela não queria ser a pessoa a prendê-lo onde ele não queria. Ela
não poderia ter o seu filho sentindo como se Breck não a quisesse.

— Eu não estou tentando soar como um idiota. Eu cuido das minhas


responsabilidades e não seria diferente se eu me encontrasse em uma situação onde
houvesse uma criança. Eu faria tudo direito.

Suas palavras foram ditas para fazê-la se sentir melhor, mas tudo o que elas
fizeram foi fazer o ponto oco dentro dela se aprofundar. Ela nunca deixaria seu bebê se
sentir como se ela fosse apenas uma responsabilidade. Seu filho seria sempre o mais
amado, a pessoa mais importante em todo o mundo, mesmo que fosse só dela. Não que
Rowan não soubesse que ela era amada, porque ela sabia. Em muitas maneiras, sua
infância parecia a imagem perfeita, mas ela sempre se sentiu como o adicional. A
última criança que não havia sido planejada e o que se perdeu na confusão. Seu bebê
nunca iria se sentir assim.

— Está bem. Eu não sei por que eu perguntei. — Esperava que não soasse como
se seu coração estivesse na garganta, porque ele estava. Ele realmente estava.

***

Rowan tentou não se sentir para baixo nos dias subsequentes. Ela não sabia qual
seria a resposta de Breck na outra noite, mas por alguma razão, aquilo a perturbou mais
do que ela pensava que iria. O que não era justo com ele. Ele não sabia por que ela
perguntou e ela não teve coragem de dizer a ele. Além de suas preocupações sobre
como ele se sentiria sobre o bebê, havia uma boa dose de medo misturado também.
Outra coisa que não era culpa dele, e ela teve que parar de descontar nele.

Às vezes, funcionava, ás vezes não.

Não ajudou o fato de ela passar metade de suas manhãs vomitando e tentando
esconder dele. Ela tinha ouvido as pessoas falarem sobre brilharem quando estavam
grávidas. Ela devia estar fazendo algo errado, porque ela não se sentia como se
estivesse brilhando de maneira alguma. Como poderia brilhar quando ela passava a
primeira parte de todas as manhãs com a cabeça no vaso sanitário?

Rowan subiu para ver se Breck tinha alguma toalha para ela lavar. A porta
estava semiaberta e ele estava sentado no chão com Ace em seu colo.

— Eu sinto muito que você não tenha muito espaço aqui, garota. — Ele
esfregou o pelo do gato laranja.

— Eu aposto que Rowan te amaria se ela lhe desse uma chance. Não diga a ela
que eu disse isso, mas ela pode ser muito teimosa.

O coração de Rowan deu uma sacudida inesperada ao vê-lo com seu gato. Ele a
amava. Sim, era algo simples, mas ela sentiu seus olhos começarem a arder. Droga. Por
que estar grávida a fazia chorar tanto?

— Hey. Você está me espionando? — Breck colocou Ace para baixo e veio até a
porta.

Rowan tentou segurar as lágrimas. — Não, eu só... Eu precisava ver se tinha


roupa para lavar e eu não queria interromper. — Interrompê-lo com o sua gata? Ela
poderia ter pensado em uma resposta mais ridícula?

— Está tudo bem. Ace não se importa de partilhar. — ele piscou.

— Você é tão mau. Dê-me as suas toalhas para que eu possa lavá-las e, em
seguida, esfregar as palavras da minha cabeça.

Breck riu e ela percebeu que estava sorrindo também. Ele pegou o cesto de roupa
suja, mas não deu para ela. — Eu vou lavar esses – não me sinto bem em tê-la fazendo
isso. Então eu vou sair por pouco tempo. Talvez vá ver Jace ou algo assim.

— Não é o seu trabalho lavar as toalhas.

— Obrigado, mas eu já sabia disso. Isso se chama ser legal. Eu não faço isso
muitas vezes por isso, se eu fosse você, eu iria tirar proveito.

Ela riu de novo e saiu do caminho. Breck fechou a porta atrás dele e ela sentiu
uma pontada de culpa por Ace. Primeiro os hormônios e agora a gravidez estavam
fazendo dela uma amante de gatos. Talvez não fosse tão ruim deixá-la sair... Mas, e se
ela tiver um hóspede que fosse alérgico?

Ela seguiu Breck das escadas para a máquina de lavar. Ela observou enquanto
ele ligou e começou a jogar as roupas dentro. Os músculos das costas flexionados
conforme ele fazia. Ela teve as unhas nesses mesmos músculos... Pare com isso!
Rowan desviou os olhos quando ele jogou em uma de suas toalhas vermelho
profundo. Ela notou uma camiseta branca misturada dentro. — Oh, pegue isso. Você
não quer que o vermelho manche a roupa branca —

— Obrigado, mãe. — Ele piscou para ela.

Se ele soubesse.

Ela o deixou depois disso e Breck fez o que ele disse, começou a lavar a roupa e,
em seguida, saiu. Uma vez que ela sabia que ele tinha ido embora, ela voltou a subir as
escadas. Rowan pensou na gata atrás da porta e suas entranhas se suavizaram
novamente. Ela mostraria a Ace que ela não era tão teimosa quanto Breck disse que ela
era. Ela só sentiu um pouco de culpa, abrindo a porta. Ace veio direito e ela sentou-se
no corredor, a gata no colo.

Ela sempre foi mais uma pessoa de cães, mas ela deixou Ace acaricia-la e a gata
ronronou. Ela lambeu a mão de Rowan e ela se sentiu um pouco desconfortável por
causa de sua língua áspera.

— Nada disso.

Como se a gata tivesse entendido, ela sentou-se e Rowan continuou a acariciá-la.

— Não diga ao seu pai que eu estava brincando com você, ok? Vou até deixar
você sair, se você quiser. — A gata ronronou mais alto.

Papai. Pela primeira vez, ela realmente se perguntou como seria se as coisas
fossem diferentes. Se ela e Breck fossem diferentes.
Capítulo Oito

B reck entrou no prédio de Jace para vê-lo

sentado na mesa da recepção conversando com Betsy. Eles não devem tê-lo ouvido
entrar, então ele os assistiu por um momento. Jace parecia relaxado... Mais relaxado
do que Breck tinha visto recentemente. Eles sempre se divertiram juntos, mas muitas
vezes ele sentiu que algo estava faltando para Jace. Como se ele mantivesse as pessoas
no comprimento do braço.

Mas aqui estava ele sentado, relaxado como nunca, conversando com a mulher
que Breck mal tinha ouvido murmurar mais do que algumas palavras. Aquela que
ficava vermelha toda vez que falava com Jace.

— Você vai ganhar. Eu não tenho nenhuma dúvida. — A voz de Betsy era
suave... Tímida, mas ela não poderia soar mais sincera.

— Espero que sim, B. Eu adoraria ter o seu tipo de fé. Eu só... Eu não poderia
lidar não conseguir para esta família.

— Você vai. — Ela sussurrou. — Eu sei.

Parecia loucura, mas havia algo quase íntimo sobre os dois. Ou talvez íntimo
não fosse a palavra certa, mas como eles estivessem na mesma sintonia - e não é algo
que seria de se esperar com eles. Eles não poderiam ser mais diferentes.
Breck pigarreou. Jace levantou-se lentamente e se virou. Sua gravata estava solta
e ele parecia preocupado - não o tipo de expressão que ele estava acostumado a ver no
rosto de seu amigo. Confiança, sim. Despreocupado, isso também. Mas não isso.

— Ei, cara. Eu apenas pensei em parar um pouco, mas se você está ocupado,
posso voltar depois.

— Não. Nós estamos bem. Eu tenho um pouco de tempo. — Jace deu um passo
em direção a seu escritório.

Breck olhou para Betsy, mas a mulher já estava afundada em seu computador
novamente. Ele seguiu Jace, fechando a porta. Jace se sentou na cadeira preta atrás de
sua mesa muito grande e Breck sentou-se na de visitantes.

— Como vai você? Tudo bem? — Ele perguntou.

— Sim. Só tendo um dia de folga. — Seu tom era apertado de uma maneira que
Breck sabia significava que ele estava pronto finalizar esta parte da conversa. Breck não
era se meter nos negócios das pessoas, mas Jace tinha feito isso com ele e hey: retorno
era uma merda.

— Parecendo terrivelmente acolhedor com a sua assistente. Há algo


acontecendo que você queira falar?

Os olhos azuis de Jace se estreitaram. — Você me viu com meu encontro na


outra noite, certo?

Breck cruzou os braços, se perguntando sobre a hostilidade na voz de seu amigo,


mas decidiu não importuna-lo com isso. — Estou apenas perguntando cara.

Jace suspirou, o que era o único sinal de fraqueza que o homem sempre mostrou.
— Sinto muito. Estou cansado das pessoas me importunando no que diz respeito a ela.
Eu não sou idiota e sei que ela sente algo por mim, mas eu também não sou burro o
suficiente para fazer algo a respeito. Ela não é meu tipo, e além disso, eu não faria nada
para estragar nossa relação de trabalho. Ela tornou-se... Eu acho que ela se tornou uma
amiga de alguma maneira. Ela cuida da merda por aqui e isso é algo que eu aprecio.

Breck se perguntou se seu amigo quis dizer que ela cuidava dele.

— E quanto a você e Rowan? Se alguém deveria estar respondendo perguntas


sobre uma mulher aqui, esse alguém é você.

Breck não gostava, de verdade, de ter as mesas viradas para ele. Ele considerou
suas palavras. Ele não podia dizer o mesmo que Jace, que Rowan não era o tipo dele.
Alguém pode pensar que ela não era. Ele esteve com atrizes e socialites, mas Rowan
era mais o tipo dele do que essas mulheres. — Não há nada para contar. Eu disse a
você porque eu estou aqui e não é por mulheres. Ela tem um quarto e eu estou usando.
Eu poderia dizer a mesma coisa sobre Rowan, que nos tornamos amigos e isso é tudo o
que existe e sempre existirá.

E mesmo isso era aumentar as coisas. Ele não tinha certeza que Rowan gostava
dele tanto quanto ele gostava dela. Ele parecia irritá-la metade do tempo, mas quando
ela se deixava ir - ele se recusava a acreditar que não era real. E mesmo que ele
soubesse que isso não iria levar a lugar nenhum, ele queria mais do que isso.

Como eu tinha com Bailey?

Ele a perseguiu. Eles eram jovens e tão diferentes, mas ele a queria e não desistiu
até que ela cedeu. E então ele se apaixonou. Pensou que ela tinha também. Ele teria
dado a ela qualquer coisa, mas ela obviamente queria alguém mais do que ele. Apesar
do anel que ele havia colocado em seu dedo e as mudanças que ele fez por ela.

Ele deveria correr. Correr agora, mas porra, se ele não se sentia assim. Ele sabia
o que estava fazendo. Ele nunca deixaria uma mulher chegar até ele de novo, como
Bailey tinha.

— Onde você está, cara? — Jace interrompeu seus pensamentos.

— Em lugar nenhum. Então o que há? Estou ansioso para fazer alguma coisa —
Ele não conseguia se lembrar da última vez que ele esteve inativo por tanto tempo. Ele
não contava pesca ou sair para Lucky’s.

Breck estava inquieto.

— Eu me sinto como um idiota, porque você veio até aqui, mas eu estou
fechado agora. Eu tenho algum trabalho para fazer neste caso e algumas coisas para
cuidar em casa.

— Não se preocupe. Eu entendo.

— Entretanto, ainda está de pé o pôquer na casa de Rowan. Eu não posso


esperar para chutar sua bunda.

Breck riu. Difícil. — Nos seus sonhos, homem. — Ele empurrou para seus pés.
— Vou sair. Vejo você em breve. Certifique-se de trazer sua carteira e não se sinta
muito apegado ao dinheiro dentro dela. — Embora soubesse que não iriam realmente
jogar por dinheiro, aquilo não o impediu de dar a Jace um momento difícil.

O outro homem levantou-se também, impediu Breck de sair, dizendo. — Ei...


Sobre Rowan. Eu estava apenas te deixando desconfortável. Se você mudar de ideia e
achar que pode estar interessado nela...
Breck não falou imediatamente, deixou a declaração de Jace pairar no ar.
Surpreendeu-lhe que Jace tocasse no assunto. Perguntou o que faria pensar que Breck
poderia querer algo mais.

Será que ele queria? Ele pensou por um segundo. Não - Ele amava sua vida e a
liberdade que isso o permitia ter. Ele não queria que isso mudasse.

— Eu acho que você tem trabalhado um pouco demais. Você está delirando. —
Breck piscou. Eles apertaram as mãos e Jace caminhou até a porta.

— Te vejo mais tarde. — disse Jace.

— Você também. Tchau, Betsy. — A mulher deu-lhe um aceno em resposta e


Breck saiu, se perguntando se Rowan iria deixá-lo arrastá-la para fora da casa.

Todo o caminho de volta para pousada, Breck tentou pensar em alguma maneira
de convencer Rowan a fazer alguma coisa com ele. Porque ele estava entediado.
Porque ele não conhecia a cidade muito bem - o que era uma desculpa ridícula, já que
era tão pequena. Mas ele sabia que ele ia precisar de alguma mão de obra se ele
quisesse levá-la para fora, porque Rowan tinha estado distante com ele desde a noite
eles foram para Lucky’s.

Provavelmente porque nunca sei quando parar. O flerte tinha sido estúpido, mas
ele gostou. E ele ainda tinha que dar o troco por ela tentar obter vantagem enquanto
eles estavam flertando também. Breck sempre creditava em suas fichas.

Quando ele entrou na casa, ela estava com o aspirador de pó. — Vamos fazer
alguma coisa. — Ele se inclinou contra a parede ao lado dela.

— O quê? Eu não tenho tempo. Estou tentando deixar a casa em ordem.


Lembra-se? Temos hóspedes chegando.

Ele não a alertou sobre o uso de nós.

— Não por alguns dias, certo? Eu vou ficar maluco.

Ela cruzou os braços e ele esperou que ela começasse a bater o pé no chão. Ela
era tão cuidadosa com as pessoas.

— Por que isso? Porque não há senhoras aqui para você escolher?

Breck se inclinou para frente. — Continue trazendo isso à tona e eu vou ser
forçado a acreditar que você está com ciúmes, Houdini.

Ela revirou os olhos. — Eu nunca conheci um homem mais imaturo do que


você. E eu estou saindo. Eu preciso ir às compras.
Isso não era o que ele tinha em mente, mas neste momento, ele iria aceitar. —
Eu também vou.

Surpresa brilhou em seus olhos. — Você não quer ir fazer compras comigo.

— Claro que eu quero. — O que era apenas uma mentira parcial. Compras de
supermercado realmente não soava como o que ele tinha em mente, especialmente
quando ele estava tão perto de Rowan. Ela mordeu o lábio inferior. Ele queria fazer
isso por ela. Mordiscá-la e beijá-la como ele tinha feito naquela primeira noite.

Não no caminho que os seus pensamentos devem ir, cara.

— Não, você não quer, mas se você estiver realmente tão entediado, você é
bem-vindo para vir comigo.

Ele sorriu. — Ótimo. Preciso comprar algum alimento para Ace também.

Com aquilo, as bochechas de Rowan ficaram cor de rosa.

— O quê?

— Eu coloquei isso na lista... Você sabe, apenas por precaução — Disse ela.

Breck passou um braço em torno dela e puxou-a para ele. — É melhor ter
cuidado. Você sabe que eles dizem que o caminho para o coração de um homem é
através de seu gato. Você está tentando me conquistar, Houdini?

— Sim. Eu realmente não consigo pensar em mais nada a não ser conquistar
você, Breck. É tudo que eu sempre pensei ou sonhei. Afinal de contas, você é Breck
Wilder. Você namora celebridades. Ganha no pôquer. Você é famoso. Uma mulher
seria louca por não querer você.

— Espertinha. — Breck murmurou, mordendo de volta o seu sorriso. Sim, esta


mulher definitivamente iria matá-lo, mas agora, ele não sentia que essa seria uma
maneira tão ruim de partir.

***

— Vá para longe! — Rowan olhou para trás para Breck, que segurava uma caixa
de arroz na mão.

Ele não faria isso. — Você não faria isso.

Ele levantou uma sobrancelha. Grande. Agora ele faria, só para provar um
ponto. — Breck, não.

Foi quando a caixa de arroz veio voando no ar em sua direção. Rowan moveu
um pouco o carrinho e a caixa caio dentro. Ela iria matá-lo. Ou morrer de vergonha. —
Você está me envergonhando. Pare com isso.
— Ninguém está neste corredor. Está tudo bem. O que mais precisamos? — Ele
tentou pegar a lista dela, mas ela puxou-a para trás.

— Você não vai pegar minha lista para que possa continuar jogando coisas no
carrinho. — Que tipo de pais eles seriam correndo e jogando coisas em um
supermercado?

— Então eu vou jogar coisas que não estão na sua lista no carrinho. Vamos,
Row. Se divirta um pouco. — Ele deu seu meio sorriso. O coração de Rowan acelerou.
As mãos dela de repente estavam trêmulas.

Breck aproveitou para pegar a lista da mão dela e começou a correr para longe.
Sim, havia um homem adulto correndo na loja e ela começou a persegui-lo
automaticamente. O tempo todo, ela estava se perguntando o que diabos ela estava
fazendo. Ela não fazia coisas como esta. Ou ela não deveria, de qualquer maneira. Ela
era adulta. Tinha acabado de começar um negócio. Estava grávida... Mas ainda assim
ela não poderia parar. Não conseguia esconder o sorriso que se espalhou em seu rosto,
também. O que ele fez com ela?

Breck derrapou ao virar no corredor em frente a ela.

— Eu estou com o carrinho. Isso não é justo! — Ela não pôde evitar gritar. Mas
ela também não conseguia conter o riso borbulhando fora de sua boca. Quando ela
virou o corredor, um saco de macarrão veio voando para ela e ela pegou.

— Pare. — Ela tentou dizer entre seu ataque de risos.

Breck continuou e ela continuou seguindo. Rowan não podia acreditar o quanto
ela estava se divertindo. Quem diria que um jogo de captura no supermercado poderia
ser tão divertido? Obviamente Breck podia.

Ele jogou mais algumas coisas do corredor no carrinho.

— Agora você sabe por que eu não vou ter filhos. Eu sou uma criança. — Disse
ele, brincando enquanto ela dobrava no corredor. O comentário atingiu-a com força,
fazendo Rowan tropeçar. Ela perdeu o controle do carrinho e se chocou com uma
exibição de Hamburger Helper. Todas as caixas caíram no chão.

Um dos trabalhadores do supermercado aproximou-se ao mesmo tempo. Todo o


seu corpo estava quente e ela queria rastejar para um canto e nunca mais sair. Fale
sobre vergonha. E ainda... Ela ainda estava sorrindo.

— Eu sinto muito. — Ela tentou dizer a ele, mas o homem tinha um sorriso no
rosto. Grande. Ele sabia o que estava fazendo. — Eu vou ajudá-la.

Breck já havia voltado, pego algumas das caixas e as segurava em seus braços.
O idiota estava com um sorriso de orelha a orelha.

— Tudo bem. — Disse o trabalhador. — Vamos tentar nos comportar na loja a


partir de agora.

O homem piscou e ela percebeu que o conhecia. Brandon costumava ser o


melhor amigo de seu irmão mais velho. Ela teve a maior queda por ele — costumava
sonhar em ser a princesa que Brandon viria a resgatar.

E ele sabia. O olhar em seu rosto lhe disse que ele poderia estar se lembrando
daquilo agora, também.

Breck parou ao lado de Rowan e colocou um braço ao redor dela. — Vou tentar
mantê-la sob controle da próxima vez.

Rowan esperou que ele tirasse o seu braço, mas ele não fez. — Ei. Não fui eu, foi
você! — Ela beliscou seu lado e, em seguida, perguntou o que diabos ela estava
fazendo. Ficar em torno dele a fazia querer se soltar e ser boba de uma forma que
nunca tinha experimentado antes.

— Quem estava com o carrinho? — Ele respondeu.

— Quem começou isso? — Quando ela percebeu como eles soavam, ela
balançou a cabeça. — Agora você está me transformando em uma criança. — Rowan
tentou se afastar, mas ele a segurou. Agarrou-a até um pouco mais apertado.

— Eu sou Brandon, um velho amigo de Row. — Brandon estendeu a mão.


Breck tinha que puxar o braço ao redor dela para apertá-la.

— Breck Wilder. — Foi tudo o que ele disse.

Brandon olhou para um e para outro. — Foi bom vê-la novamente, Rowan.
Talvez a gente possa sair para comer algo em algum momento.

Seu interior de treze anos de idade gritou, mas como ela poderia dizer sim a
Brandon quando ela estava grávida de outro homem? — É... Talvez...

Antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa, Breck a cortou. — Já que a
culpa foi minha, eu vou ajudar Brandon aqui a limpar essa bagunça.

Rowan estava pensando sobre a tensão em sua voz e em como Breck se colocou
entre ela e Brandon e começou a limpar.

Assim que eles terminaram, Breck conduziu-a para longe. — Eu acho que o cara
gosta de você. — Ele sussurrou perto de seu ouvido. Muito perto. Aquilo fez Rowan
arrepiar. Ela fechou os olhos por um instante, lembrando-se da sensação da barba
contra seu rosto.
— Não, ele é apenas um amigo do meu irmão. — O mesmo irmão que tinha
estado ocupado demais para encontrá-la em Vegas, deixando-a bem no colo de Breck.

— Não, Houdini. Ele quer você. Acredite em mim. No entanto, ele parece um
pouco mole demais para você.

Rowan olhou em sua direção e viu que ele estava com os braços cruzados. —
Continue dizendo coisas como essa e eu vou pensar que você está com ciúmes, Breck.
— Ha! Dois poderiam jogar naquele jogo. O jogo que ela parecia só jogar com ele.

Breck não se agitou, apenas deu de ombros. — Talvez eu esteja. Não significa
que eu vá fazer nada sobre isso. — Então, como se ele não tivesse apenas balançado
seu interior, ele olhou para a lista. — Vamos terminar as compras antes que você nos
arrume mais problemas.

Ela tinha a sensação de que ela já estava lá.


Capítulo Nove

B reck fechou o cooler que estava na parte de

trás da caminhonete de Rowan. — Eu não posso acreditar que você traz coolers com
você para ir às compras. — Ele balançou a cabeça, mas ele realmente podia acreditar.
Encaixava-se a ela por algum motivo.

— Você nunca sabe quando algo vai aparecer e eu gasto muito quando eu faço
compras, então eu não quero correr o risco de estragar qualquer um dos alimentos.

Ele encostou-se na caminhonete, observando-a. A mulher tinha algo a mais. Ele


não sabia o que pensar sobre ela. — Você é tão responsável. Você cresceu cuidando dos
outros? — Ele perguntou de repente, curioso sobre a sua vida.

— Não. Eu tinha uma família grande. Ninguém.

— Shh. — Breck levou o dedo em sua boca. Seus lábios eram tão macios e
cheios, ele queria que sua boca tomasse o lugar de seu dedo. — Jante comigo. Lá você
me conta. — O convite veio de repente, mas ele queria. Foi um prazer as palavras
terem saído dos seus lábios.

Ela saiu do seu alcance. — Eu não posso.

— Por que não? Nós já estamos aqui. Você inteligentemente trouxe coolers para
os alimentos refrigerados.
Aquelas palavras pareciam tomar o caminho errado. — Não tire sarro de mim.
Isso foi inteligente.

— Eu não estava. — Ele realmente não estava. Gostava daquilo sobre ela.
Gostava que ela sempre tivesse um plano e uma maneira de colocá-lo em ação. —
Agora, por que você não pode ir jantar comigo?

Ela olhou para o chão e ele sentiu a tristeza de Rowan. Ele não entendia aquilo,
mas ela estava lá.

— Eu não sei por quê. — Ela finalmente respondeu.

Essas palavras o rasgaram, por razões que ele não entendia.

— Você me levou para pescar com você.

Ela ponderou aquilo mais de um segundo antes de responder. — Isso foi


diferente.

Ele estudou-a, esperando para ver se ela iria explicar mais. Porque aquilo era
mais como um encontro, ele se perguntou? — É só uma refeição. Estou com fome.
Você provavelmente está com fome. Nós comemos juntos em casa de qualquer
maneira. A não ser que - Shakes esteja vindo hoje à noite — O senhor mais velho vinha
no café da manhã ou no jantar, um ou outro. Ele e Rowan eram próximos e Breck se
perguntava qual era a sensação. Ele cresceu em uma pequena cidade do Tennessee
como esta, mas ele e sua mãe não eram o tipo de família que as pessoas fossem muito
próximas. Não as pessoas que contavam. Embora não fosse como se fizessem alguma
coisa errada - eles eram apenas pobres em um lugar onde quase todo mundo era rico e
dinheiro descrevia o seu valor.

— Não... Shakes não está vindo.

— Bom. Vamos fazer uma refeição. Sua escolha porque eu não conheço os
restaurantes por aqui. Eu prometo que não vou jogar comida.

Ela sorriu e ele percebeu o quanto ele gostava daquilo. Como ela parecia doce
com aqueles grandes olhos verdes e aquele sorriso feliz. Aquelas sardas em seu nariz
que fizeram com que seus amigos a apelidassem. Elas a faziam parecer inocente, o que
geralmente não era algo que ele gostava em uma mulher, mas nela, ele gostava.

Bailey tinha sido inocente também...

A ideia surgiu em sua cabeça, contar-lhe sobre Bailey. Eles estiveram perto
daquela revelação na outra noite, quando voltavam para casa. Rowan não estaria em
sua vida por tempo suficiente para precisar saber sobre Bailey. Ele não sabia o que ele
estava pensando. — Vamos, Houdini.
— Eu... — Ela começou, mas parou. Então Rowan balançou a cabeça e
caminhou ao redor do lado do motorista da caminhonete. Breck aproximou-se e
sentou-se no banco do passageiro. Era apenas seis horas, mas sendo outono, já estava
escuro.

Breck estava se familiarizando com as estradas sinuosas e árvores que


compunham a pequena cidade. Um par de minutos depois estacionaram no que parecia
ser uma churrascaria chamada The Shamrock House. As letras eram em verde com um
trevo de quatro folhas no letreiro.

Isso estava indo um pouco além da borda se você perguntasse a ele.

— Será que isso funciona para você? Eles têm realmente boa comida.

— Parece ótimo. — Ele respondeu. Eles saíram do carro e Breck novamente


colocou a mão na parte baixa de suas costas enquanto caminhavam. Ele sentiu o
tremor, mas não sabia se era o seu toque ou o chuvisco que borrifava em torno deles.

Quando eles entraram, uma jovem que parecia ter vinte anos estava parada ali.
Ela sorriu para Rowan e, em seguida, seus olhos pousaram em Breck, em seguida, de
volta para Rowan.

Será que ela conhecia todo mundo que mora aqui? Ele imaginava que sim. Era
geralmente assim em cidades pequenas.

— Olá, Rowan. Como você está?

Breck não conhecia a menina, mas ele ainda podia ouvir as perguntas em sua
voz.

— Bem. Obrigada por perguntar.

Breck pensou em saltar e salvá-la da bisbilhotice da outra garota, mas ele esperou
para ver como ela lidaria com isso ou se ela simplesmente ignoraria completamente.

— Apenas dois lugares? — Ela perguntou. Breck olhou para o crachá para ver
que o nome dela era CeCe.

Essa era a parte que ele odiava em cidades pequenas. Todo mundo sabia dos
assuntos de todos e eles estavam sempre nisso. Foi da mesma forma quando ele e
Bailey começaram a namorar - ela era a menina rica favelizando com o filho único da
garçonete solteira. Uma vez que ele tinha se apaixonado por ela, ele não queria nada
mais do que provar que todos estavam errados. Para mostrar que ele a merecia, que era
por isso que ele tinha ido para a faculdade.

Para mostrar-lhes que ele era digno dela.


Ele confiava nela e em seu amor, mas ela tinha tomado essa confiança e
queimado tudo no inferno.

Jesus. Por que ele estava pensando em Bailey tanto hoje à noite?

Breck usou seu sorriso coquete. — Eu acho que a sua amiga quer saber quem sou
eu, Houdini.

Rowan olhou para ele com punhais em seus olhos. — Breck, este é CeCe. CeCe,
este é o famoso jogador de pôquer Breck Wilder. Ele sai com celebridades, não com
meninas de cidade pequena como nós. Ele é o maior paquerador que eu conheço e ele
também gosta muito de andar. Na verdade, ele me disse que quer ir andando para casa
depois do jantar então é melhor nos apressarmos e sentarmos para que ele possa
reservar a sua força.

Breck soltou uma gargalhada com isso. — Isso é jeito de tratar o seu hóspede?

— Você é mais um cara muito chato do que qualquer outra coisa.

— Ah, vamos lá, Houdini. Você sabe que me ama.

— Bem que você gostaria.

Breck olhou para cima para ver que CeCe tinha ido embora. Ela ficou cerca de
cinco metros de distância deles, com os menus na mão, esperando. — Vamos lá. —
Rowan disse com uma risada. — Primeiro você causa problemas no supermercado e
agora você está fazendo CeCe esperar.

— Você tem certeza que não quer que eu peça nenhum vinho? — Breck
perguntou. Eles pediram a sua comida, mas estavam esperando por ela chegar. Rowan
bebeu água. Ela não tinha bebido nada desde que ele chegou aqui. Não que ele
esperava que ela fosse uma pessoa que bebesse demais, mas ela tinha bebido na noite
em que se conheceram. Apenas um, sim, mas ainda assim.

— Não... não, está tudo bem.

Breck suspirou. Isso não estava certo. — Você sabe que eu não estou tentando
embebedar você, certo? Não é disso que se trata. Eu quero que você sinta como se você
pudesse relaxar comigo. Expliquei-lhe a outra noite onde minha cabeça está e - por que
você está rindo?

Ele poderia dizer que ela tinha tentado prendê-lo, mas uma vez que ele a alertou
sobre isso, ela deixou livre. Na verdade, agora ela não conseguia parar de rir e era
bastante difícil falar. Ele estava começando a se sentir um pouco irritado.

— Eu não tenho certeza o que foi que eu disse que poderia ser tão engraçado.
Finalmente, ela se acalmou o suficiente para falar. — Nem tudo é sobre você,
Breck. Eu não estou bebendo, mas não porque eu estou com medo de que um gole de
álcool vá me fazer querer rasgar suas roupas. No entanto, agradeço a preocupação.

Ótimo. Então, quando ela colocou dessa forma aquilo o fez soar como um idiota
arrogante. — Porque você já quer rasgar minhas roupas e você sabe que nada mais
poderia fazer com que você quisesse mais isso?

— Mais uma vez, não. — Rowan deu de ombros. — Eu nunca fui muito de
beber. Eu não sou do tipo que bebe sem motivo, embora isso não me incomode.
Quando eu bebo, normalmente é porque eu estou realmente pensando em beber.

— Exceto naquela noite. — Ele meditou. Ele não tinha certeza se ele esperava
que ela respondesse a pergunta ou não, mas ele se perguntou por que. Só então a
garçonete veio com a comida. Quando ficaram sozinhos novamente, Breck imaginou
que provavelmente seria melhor mudar de assunto. — Então, você ia me contar sobre a
sua família? — Ele cortou seu bife e deu uma mordida.

Em vez de lhe responder, ela perguntou: — Por que você está fazendo isso?

— Fazendo o quê? Tudo o que eu estou fazendo é comendo e conversando com


você.

Ela parecia insegura antes de responder. — Levando-me para sair. Perguntando


sobre a minha família.

— Você age como se nunca tivéssemos saído antes. Fomos para o Lucky’s. E
pescar. — Surpreendeu-lhe que ele quase entendeu o que ela quis dizer, no entanto.
Isso era diferente das duas outras ocasiões. A agitação em seu estômago e a alegria que
saiu de seu sorriso.

— No Lucky’s estávamos com meus amigos e não querendo soar como uma
idiota, mas eu não queria levá-lo para pescar. Eu só levei...

— Mas você quer estar aqui agora? — A questão fez seu pulso acelerar. Isso é o
que ela queria dizer e ele sabia disso. Que de alguma forma ela queria estar aqui com
ele, mas ela não queria. Dane-se se ele não sentisse o mesmo.

Rowan sacudiu a cabeça. — Não importa. Esqueça o que eu perguntei.

Breck abriu a boca para combater o ponto, mas se conteve. Ele não queria
dissecar a resposta ou como ele se sentia sobre isso também. Agora ele só queria
desfrutar dela. — Então, estamos de volta à minha pergunta sobre sua família.

— Não há muito a dizer.

— Só dizendo isso, me diz que há.


Ela balançou a cabeça. — Não, realmente. Eu tive ambos os pais na minha casa.
Eles eram apaixonados, tiveram uma vida decente. Eu tinha irmãos que eram
praticamente estrelas do rock em Shamrock Falls. Eu tive o tipo de infância que a
maioria das pessoas gostaria de ter.

— Parece bom. — Ele disse a ela. Ele quase manteve a boca fechada, mas ele
nunca tinha sido muito bom nisso. Além disso, ele realmente queria saber sobre ela -
sabe todas aquelas pequenas coisas que fez dela o que ela era. — Estou curioso sobre
uma coisa.

Rowan terminou de mastigar a comida antes de perguntar: — E o que é?

— Por que sua boca está dizendo uma coisa, mas seus olhos dizem outra.

***

Rowan sentiu como se seu coração estivesse vibrando. Ela tinha certeza de que
não era possível, mas aquilo não mudava o fato. Ela tinha sido a melhor amiga de
Sidney e Kade na maior parte de sua vida - tinha outros amigos, tinha saído com
pessoas - mas ninguém nunca leu entre as linhas da forma que Breck tinha acabado de
fazer. Ela se sentia culpada por ainda ter esses pensamentos, porque ela sabia como
tinha sorte. Sabia que sua vida tinha sido perfeita em várias maneiras, mas saber algo
nem sempre mudar suas emoções.

Quando se tratava de sua família, seu cérebro e seu coração não estavam sempre
ligados, o que novamente a fez sentir-se culpada. Quão egoísta ela era por sentir-se fora
do circuito só porque ela não tinha atenção?

Rowan se ajeitou na cadeira. Já a preocupava a forma que pequenos fogos de


artifício explodiram dentro dela quando ele a chamou para jantar. A forma como a
incomodou quando ela disse CeCe que ele namorava celebridades e não meninas como
ela. Ele estava certo sobre uma coisa - Ela queria estar aqui. Machucou o fato de leva-lo
para pescar porque era algo especial para ela, algo que ela só tinha feito porque
precisava conhecê-lo para seu bebê.

De alguma forma, o jantar parecia como se as paredes estivessem rachando.


Parecia que era mais para ela do que para o seu bebê, o que alimentou ainda mais a sua
culpa crescente.

E agora isso. Ele tinha que ver algo nela que ninguém tinha visto antes.

— Eu não queria fazer você se sentir desconfortável. Se você não quiser


responder, eu entendo.

Ela deve ter parecido realmente assustada porque não era uma atitude típica de
Breck. Ele a fez se sentir desconfortável de maneiras diferentes o tempo todo e isso não
o incomodava. E ela realmente queria responder-lhe. Queria, pela primeira vez em sua
vida, colocar seus sentimentos em palavras, em vez de apenas pensamentos.

— Não é isso. Eu não estava mentindo quando eu disse que tive sorte.

— Então o que é? — Ele colocou o garfo para baixo, segurando-a com os olhos.
Ele parecia quase dentro dela, como se ele não quisesse nada mais do que saber a
resposta para sua pergunta.

— Como estar perdida... — ela sussurrou. Era, não era? Como ela nunca disse
essas palavras antes? — Eu me sentia perdida na confusão. Meus pais eram um pouco
mais velhos. Eles não planejavam ter mais filhos. Meu pai realmente tinha uma
consulta para uma vasectomia um mês depois que descobriu que ela estava grávida.
Meus irmãos eram muito próximos e muito ocupados para mim. Meus pais estavam
fazendo algo que nunca pensaram que estariam fazendo de novo. — Ela suspirou, com
a mão querendo ir para a barriga, mas ela lutou para segurá-la sobre a mesa. — É
errado da minha parte mesmo dizer isso. Eu sei que eu era amada, mas...

— Não é errado, se é como você se sente.

— Quando eu penso nas coisas que outras pessoas passaram, é. — A mãe de


Sidney a tinha deixado. O pai de Kade tinha sido abusivo, e aqui ela estava se sentindo
para baixo, porque seus irmãos sempre a deixavam de fora. Porque ela não tinha fotos
de suas próprias festas como os meninos tinham, ou porque a mãe dela não ficava em
casa como ela fez com eles.

— Vamos falar de outra coisa. — Disse ela. — Eu não deveria ter sequer tocado
no assunto. — Ela não deveria ter dito a ele - não podia acreditar que ela fez isso. Este
era Breck. Ela mal conhecia que esse homem, mas ela disse-lhe algo que nenhum de
seus amigos sabia.

— Prefere falar de mim, não é? Eu entendo isso muito bem.

Era impossível não rir quando ele dizia essas coisas. Impossível sentir-se para
baixo quando ele era tão cheio de vida. Breck se juntou a ela e assim, o humor
melhorou. Eles terminaram sua refeição. Eles falaram sobre a comida e clima, Jace,
Betsy, Kade, e Sidney. Foi fácil... Confortável. Rowan não deixou Breck pagar, o que
ele não gostou muito, mas ele lidou com isso. Ela não conseguia se lembrar de quando
ela tinha se divertido tanto.

Quando a noite acabou, Breck parou antes de eles se separaram no topo das
escadas. — Eu entendo. — ele sussurrou. — Sentir-se sozinho ou indigno. — Ele
encolheu os ombros. — Eu entendo. — Breck entrou em seu quarto e Rowan ficou ali,
atordoada.

Ela tinha acabado de ver dentro do verdadeiro Breck. E ela queria ver mais.
***

— Há rumores de que você foi a um encontro com um novo cara bonitão. —


Sidney sorriu quando se sentaram em torno de sua mesa de cozinha.

Rowan olhou para Betsy, que disse: — Sim. Eu ouvi isso também.

Ela franziu a testa. Rowan adorava viver em Shamrock Falls. Sempre adorou e
sempre adoraria, mas se havia uma coisa que ela odiava, era o fato de que todos sabiam
da vida dos outros. Ou pensavam que sabiam. E eles não tinham problema
compartilhá-lo também.

Ela estava preocupada em como ela iria manter sua gravidez em segredo, uma
vez que ela teria a sua primeira consulta médica no próximo mês. Sim, havia as leis de
privacidade, mas a privacidade nem sempre era respeitada em Shamrock Falls.

O que ela faria se outras pessoas descobrissem antes de Breck? Sidney e Betsy
eram diferentes. Ela teria explodido se não tivesse dito a alguém, mas, ainda assim, se
senti mal. Ela ainda não tinha contado a seus irmãos.

— Não foi um encontro. Fomos às compras de supermercado e jantamos.

— Você está certa. Não soa como um encontro.

A cabeça de Rowan abocanhou com as palavras de Sidney. O que estava errado


com sua noite com Breck?

— Parece que vocês são casados! — Ambas as amigas tiveram um ataque de


risos. — Rowan e Breck, sentados em uma árvore. — Sidney brincou.

— Eu vou fingir que você não acabou de dizer isso. — Rowan cruzou os braços
e fingiu estar brava com a amiga. Ainda assim, algo dentro dela doía com essas
palavras. Eles eram o que ela sempre quis - encontrar um cara, tornar-se amiga dele, se
apaixonar, casar, ter filhos que ambos queriam mais do que qualquer coisa no mundo,
e viver felizes para sempre. Um pouco de filme Disney, sim, mas sonhos podem ser
assim, ela imaginava. Realidade não parece funcionar dessa forma.

— Estou com medo. — Ela admitiu.

Betsy foi a primeira a chegar ao seu lado, seguida por Sidney. — Eu sei que eu
posso, mas eu estou com medo de fazer isso sozinha, e eu estou com tanto medo de
contar a Breck. Eu quero que ele esteja lá para o bebê, mas eu quero que ele queira, não
que faça isso porque é uma obrigação. A cada dia eu me sinto mais culpada por não
contar a ele, mas quando ele finalmente começa a ser sincero comigo, ele vai para outra
razão pela qual ele não quer se estabelecer.
— Oh, querida. — Sidney ajoelhou-se ao lado dela. Betsy colocou a mão no
ombro de Rowan.

— Ele trata tudo como se fosse um jogo ou uma competição. É difícil saber
quando ele está sendo sincero. Tenho tanto medo de não lhe dizer e causar tanto a
Breck quanto a nosso bebê a perda de algo importante, mas estou com medo de dizer a
ele também. E se eu fizer e ele rejeitar o bebê? Ou ficar por perto, mas o nosso bebê
sempre se sentir mais como uma obrigação para ele do que uma pequena pessoa que ele
ama? — E se eu fizer?

Foi Betsy que respondeu. — Você vai ser a melhor mãe do mundo, Rowan
McKinley. Eu sei disso. Aconteça o que acontecer, o bebê vai ter muita sorte de tê-la
como mãe. — A paixão por trás das palavras de Betsy a surpreendeu. Parecia mais
pessoal - como se Betsy estivesse falando mais do que apenas de Rowan.

— Obrigada. — Rowan abraçou suas duas amigas. — Eu continuo sendo muito


emocional!

— Você tem uma razão muito boa. — Sidney apertou a mão dela. — Eu não
quero te pressionar, Row, mas eu realmente acho que você precisa dizer a ele. Eu
mantive meus sentimentos de mim mesma e de Kade e poderíamos ter perdido tanto.
Eu não quero que você cometa o mesmo erro.

— Isso é diferente. — Rowan acrescentou. — Eu não estou apaixonada por


Breck.

Sidney deu um sorriso triste. — Você nunca sabe o que o futuro trará. Eu lembro
de você me dizendo o que você quer em um homem e talvez você pudesse tê-lo aqui. Se
não... Bem, eu acho que você vai se sentir melhor depois de contar a ele sobre o bebê. É
importante, Freckles.

Rowan concordou. Assustada ou não, ela precisava resolver tudo isso. Rowan
olhou para o relógio. — Oh. Eu preciso começar a me mexer. Há um hóspede
chegando em breve e eu quero ter certeza que tudo está pronto.

— Eu preciso ir, também. Eu tenho um vestido para terminar antes de Kade


chegar em casa hoje à noite. — O sorriso no rosto de sua amiga aqueceu o coração de
Rowan. Ela adorava ver o quão apaixonados Sidney e Kade estavam. Se alguma vez
houve duas pessoas que nasceram um para o outro, eram eles. Eles liam um ao outro
como ninguém que ela já conheceu. Eles se completavam. Não como ela e Breck. Eles
eram opostos, Sidney e Kade se encaixam perfeitamente.

— Quais são seus planos? — Rowan perguntou Betsy, enquanto caminhavam


em direção à porta.
Ela encolheu os ombros. — Não muito... Eu tenho algo que eu preciso cuidar e
então eu vou trabalhar até tarde com Jace esta noite. Ele está em um caso difícil.

— Ah... — Rowan não sabia como responder a isso. Ela não sabia que Jace e
Betsy passaram um tempo juntos fora do expediente, a não ser com o seu grupo de
amigos.

— É só trabalho. — Mas Betsy não encontrou seus olhos. Seu cabelo castanho
caiu em seu rosto, e Rowan imediatamente se sentiu culpada. A mulher estava se
abrindo para elas muito mais, e ela não queria que ela se sentisse desconfortável.

— Eu sei. Ele tem muita sorte de tê-la. — E ele tinha. — Agora xô. Eu tenho
que começar a trabalhar.

Elas fizeram exatamente o que ela pediu, mas uma parte dela queria que elas não
tivessem feito. Sidney estava indo para casa com o amor de sua vida - seu melhor
amigo. Betsy tinha uma relação de trabalho significativa com Jace. Rowan odiava, mas
ela ficou lá sentindo deixado de fora mais uma vez.
Capítulo Dez

—V ocê é realmente um jogador de

pôquer? Como aqueles da TV? — A mulher sentada ao lado dele fez uma versão
diferente da pergunta pela terceira vez. Ela era uma mulher bastante atraente, com
cabelos escuros e grandes olhos castanhos, mas ele não estava com disposição para
conversar com a hóspede.

Breck gemeu, olhou através da mesa para que Rowan o ajudasse, mas ela não
fazia contato visual com ele. Ela sentou-se lá empurrando a comida em seu prato, seus
lábios virados para baixo, e ele não podia evitar se perguntar se ela não se sentia bem.

Em seguida, ele olhou para Shakes. O velho não tinha nenhum problema ao
olhar para Breck com aborrecimento.

Mas que diabos?

— Claro que sim. — Breck finalmente respondeu. Ele desejou como o inferno
que Rowan nunca houvesse lhe dito. — Eu ganhei mais vezes do que perdi, também -
Ai. — Sua canela doeu onde Shakes acabara de chutar. — O que?

— Este com certeza é um bom jantar, Rowan. — Shakes interrompeu.

— É. Tudo que você faz é incrível. — A canela de Breck ainda doía, mas ele
teve tempo para cumprimentá-la, esperando que isso mudasse de assunto.
— A ESPN cobriu os seus jogos várias vezes também. Ele é realmente muito
famoso no mundo do pôquer. — Rowan ainda não olhava para ele enquanto falava.
Ele estava a ponto de chamá-la sobre isso quando a sua hóspede começou a falar
novamente.

— Eu sempre quis aprender a jogar pôquer. Talvez você pudesse me ensinar?

Droga. Ele odiava ser forçado a ensinar pôquer. Pode parecer loucura, mas era
algo que ele era muito particular a respeito. Ele não gostava de ensinar qualquer um.
Era quase como doar uma parte de si mesmo.

Mas ele queria que isso fosse bem para Rowan também. Ele sabia que ela
precisava de negócios e a propaganda boca a boca era enorme. Ele odiaria dar uma
recusa à outra mulher e de alguma forma ferir Rowan. — Eu adoraria, querida. —
Breck sorriu para ela.

Rowan se levantou com tanta força, que sua cadeira quase caiu no chão. — Se
vocês me dão licença, eu preciso terminar a sobremesa.

No momento em que a porta pivotante da cozinha se fechou, Breck estava de pé.


Ele deu um passo em direção a ela quando Shakes falou. — Deixe-a lá, jovem
garanhão. Acho que ela precisa de alguns minutos para si mesma.

Ele sentou-se, ouvindo o outro homem, mas não gostou nem um pouco. Havia
alguma coisa acontecendo aqui e Breck queria chegar ao fundo da questão.

Depois do jantar, Rowan varreu com a sobremesa e foi para fora novamente.
Sua admiradora de pôquer não parava de falar o tempo suficiente para Breck poder
escapar. Quando Houdini entrou novamente pousou um baralho de cartas. — Eu vou
cuidar desses pratos de sobremesa para que você possa chegar ao seu jogo.

Droga. Não tinha como escapar agora. — Você quer jogar com a gente também,
Row?

— Não, obrigada. Divirtam-se. — Ela deu-lhe um sorriso que não alcançou seus
olhos. Ele inclinou a cabeça, tentando ver se podia ler sua fala - ver o que estava
acontecendo por trás daqueles grandes olhos verdes dela - mas ela se virou muito
rapidamente, saindo da sala.

— Tenho a sensação de que você vai ser um bom professor. — A voz melosa
estalou de volta como um elástico. Quase o atirou para o passado, para os jogos que
disputou e todas as paradas que ele fez. Ela era como muitas das mulheres que ele se
deparou. Jogando o cabelo para trás e para frente, sorrindo à toa. Ela costumava ser
aquela que ele tinha jogado o jogo de volta ao longo dos anos, ou para o inferno, às
vezes começava, mas agora ele não podia entrar no clima.
Breck passou uma hora ensinando cartas para a mulher, mas sua mente não
estava no jogo. Não foi por isso que ele veio para Shamrock Falls, e quando seu celular
tocou, o número de Jace piscando na tela, Breck se levantou. — Eu sinto muito
terminar isso tão cedo. É uma chamada de negócios que eu tenho que atender.

E então ele se foi. Assim que ele estava atrás da porta da cozinha, silenciou a
chamada. Ele ligaria de volta para Jace mais tarde, mas Breck ainda passou pela porta
que dava para a varanda. Ele queria ter certeza de que a hóspede não o seguiu.

Quando ele contornou a varanda, ele viu que Shakes estava com Rowan. O
homem mais velho a abraçou. Seu abraço como de um pai. Rowan estava de costas
para Breck, um cobertor envolto em torno dela, e, ao vê-la, sentiu um pouco da tensão
sair de seu corpo.

— Você vai ficar bem, garota. Você é mais forte do que você imagina. — Ele
ouviu Shakes dizer. Ao mesmo tempo, os olhos de Breck encontraram os dele. O
homem apertou o ombro de Rowan.

— Obrigado, Shakes. Eu não sei o que eu faria sem você. — Rowan disse a ele.

Outro abraço e, em seguida, ele desapareceu na noite.

— Hey. — Breck caminhou em sua direção.

— Hey. Já terminou o jogo com sua amiga?

— Ela não é minha amiga. — Clique, clique, clique. Tudo começou a se


encaixar no lugar. Rowan estava chateada porque ela achava que ele estava flertando
com a mulher. Breck parou entre ela e a porta. Isso não era uma coisa boa. Seus
instintos apertaram ao redor dele como uma corda, puxando-o para voltar para dentro.

No passado, Bailey era a única mulher cujo ciúme pode ter chegado a ele.
Bailey, a quem ele amava. Por quem ele tinha desistido de tudo para se casar. A mesma
mulher que pulverizou seu coração. E agora, lá estava ele, com Rowan, outra mulher
que ele teria que deixar. Ele tinha torneios organizados com patrocinadores contando
com ele e uma vida lá fora, que não envolvia a se estabelecer.

Mas dane-se se ele não daria mais um passo em direção a Rowan. E depois
outro. Ele não sabia de onde isso estava vindo, mas ele não a queria machucada - ou
com raiva. — Não aconteceu nada lá dentro. Eu não sei o que você está pensando...

— Eu não estou pensando em nada. — Disse ela, interrompendo-o. — Não é da


minha conta. Eu estava apenas fazendo uma pergunta.

Ah, sua pequena feiticeira teimosa. Claro que ela não iria admitir nada. — Ok,
então você não estava. — Não que alguém pudesse culpa-la - o olhar que ela atirou nele
quando ele se aproximou o fez ver que não era o momento de brincar.
Breck encostou-se no parapeito de madeira, como ela fez. Não havia outra casa
por milhas. Apenas escuridão e que ele sabia, na luz, seria verde cercado por nuvens.
— Só para você saber, eu não queria lhe ensinar coisa alguma. Eu queria que ela me
deixasse em paz, mas eu me preocupei que poderia estragar alguma coisa para você. Eu
sei que você estava animada por ter um hóspede. Imaginei que ser bom poderia ser
uma coisa boa para você.

Ela ficou em silêncio por alguns instantes e ele se perguntou se ele tinha se
expressado errado. Se de alguma forma ele acabou parecendo um idiota arrogante
novamente. Finalmente, ela falou. — Não é da minha conta. — Rowan reiterou. —
Mas... Obrigada.

A vulnerabilidade em sua voz virou suas entranhas. Ele se preocupava com essa
mulher. Muito. A amizade havia crescido para significar algo para ele. E apesar do fato
de que todo o seu corpo se tornava ciente no instante que ela entrava na sala ou que
notava a cada dia como ela era bonita - ou talvez por causa disso - amizade seria tudo
que eles poderiam ter. Ele precisava ter certeza que ela sabia disso.

— Como eu disse anteriormente, Houdini. Mulheres e eu? Não funciona. Isso


nunca acaba bem e...

Ela virou a cabeça, parecendo envergonhada. — Não faça isso. Por favor? Estou
tendo uma noite de folga. Eu não preciso de você para dizer qualquer coisa para me
fazer sentir melhor.

Rowan se virou para ir embora, mas Breck a alcançou. Ela parou, suspirou e
virou-se para ele. Jesus, ela era realmente bonita, com todos aqueles cachos vermelhos
escuros. — Talvez eu precise dizer isso para mim.

Não havia talvez sobre isso. Ele gostava daquela mulher de uma forma que ele
não tinha se permitido em um longo tempo. Fazia coisas para ouvi-la rir e gostava de
estar ao seu redor. Quando foi a última vez que ele realmente gostou de passar o tempo
com alguém? Realmente gostou, por motivos que não eram físicos ou porque era um de
seus amigos? Quando foi a última vez que estar com outra pessoa não o fez sentir mais
solitário do que estar sozinho?

— Eu tive somente um relacionamento real na minha vida, Houdini, e terminou


em desastre. Fora isso, tudo foi diversão. Eu gosto da diversão. Necessito de diversão.
O resto é correr risco demais.

Ela parecia meditar um pouco sobre essas palavras. — Você não está disposto a
correr o risco por alguma coisa? Eu não estou dizendo que eu estou pedindo, mas...

— Não. — Ele de repente odiava essa palavra.


— Eu acho que é uma coisa boa você me irritar, então. Você é muito trabalho
para eu me apaixonar, de qualquer maneira. — Suas palavras eram brincalhonas, mas
isso não pareceu completamente verdadeiro. Ou talvez fosse apenas uma ilusão, que
depois do que ele disse a ela, ele não tinha o direito de esperar.

— Eu sou um muito bom amigo de pesca, porém, e se você precisar de alguém


para ir fazer compras com você, eu sou seu cara.

— Eu acho que vou passar essa segunda parte.

— O azar é seu. — Ele encolheu os ombros.

— Está ficando frio. Eu vou para dentro. Eu preciso ter certeza que minha
hóspede não precisa de mais nada.

Breck assentiu e Rowan foi até a porta antes de se virar. — Eu não estou dizendo
por mim, Breck. Eu quero me certificar que você saiba disso, mas... mas é uma pena.
Há algumas coisas que estão lá fora que valem o risco. Na verdade, tudo o que importa
vale.

Ela não lhe deu chance de responder, apenas entrou furtivamente para dentro de
casa, fechando a porta silenciosamente atrás de si.

Breck sentiu-se mais solitário do que nunca.

***

— Nós podemos ter perdido na sinuca, mas estamos detonando e fazendo nosso
nome hoje à noite.

Rowan revirou os olhos e Breck se inclinou para frente e tirou todas as fichas em
direção a eles. Jace, Betsy, Kade, e Sidney estavam sentados à mesa com eles. Era
apenas seu grupo na casa desde que sua hóspede tinha ido embora.

— Você quer dizer que você está ganhando. Estou somente acompanhando. Eu
nem sabia como jogar até que você me ensinou. — Nos dois dias que se seguiram após
seu bate-papo do lado de fora, as coisas tinham ficado estranhas entre eles. Ela se sentiu
estranha e sem saber como agir. Breck deve ter também, mas ele compensou sendo
ainda mais tolo e paquerador do que o habitual, o que resultou nela se sentindo mais
nervosa. Aquilo não estava funcionado.

Ela ainda não conseguia nem dizer o que tinha acontecido entre eles - se
aconteceu alguma coisa. O que ela sabia era que ela não tinha nada que ter falado o
que falou para ele ou ter percebido as pequenas manchas azuis escuras em seus olhos.
Como a barba em seu rosto parecia um tom mais claro do que o cabelo escuro na
cabeça. Como parecia e como seus músculos se moviam.
Ou entrar escondida em seu quarto para visitar Ace quando ele estava fora, só
porque ela a fazia se sentir mais perto dele. Ela não precisava se sentir perto dele. Ou
talvez ela precisasse, uma vez que estariam sempre conectados pela a vida dentro dela.

Vergonha cobriu-a com outra camada.

— Você está brincando? — Breck a tirou de seus pensamentos. — Você está


indo muito bem. Você pegou rapidamente, Houdini.

Pôquer foi o que finalmente os fez voltar ao normal. Breck lembrou que Betsy,
Jace, Kade, e Sidney estavam chegando para um jogo e perguntou se ela queria que ele
lhe ensinasse algumas coisas antes que eles aparecessem. Eles haviam praticado por
algumas horas antes de seus amigos chegarem.

Ele estava em seu elemento aqui, ela notou.

— Alguma vez pensou se é porque você é um profissional, seu burro? — Jace


jogou suas cartas na mesa.

— Eu pensei que você havia dito que sabia meus segredos? Que você poderia me
bater.

Jace fez uma careta e Breck continuou. — Vamos lá, amigo. Você não é o único
a perder para nós. Você está apenas perdendo um pouco mais do que o resto. — Breck
jogou uma ficha de pôquer conforme Jace jogou para ele.

— Sim, cara. Até eu estou batendo você. — Kade adicionou antes de uma ficha
voar para ele também. Os homens começaram a brigar e bater caixas como só homens
podiam fazer. Rowan gostava de observá-los. Era quase perfeita a maneira que Breck se
encaixava com Jace e Kade. Ela esperava que fosse assim com Jace, uma vez que eram
amigos, mas era quase como se ele conhecesse Kade desde sempre.

Teve a sensação de que era um sinal de que o seu jogo de pôquer acabou. Sua
suposição foi confirmada quando Breck recostou-se na cadeira, seu ombro roçando o
dela e disse: — Então, como vai o trabalho, Jace?

Os olhos de Betsy correram para Jace e depois para longe. Era estranho vê-los,
Rowan pensou. Eles, obviamente, trabalhavam bem juntos e embora ela soubesse que
Betsy tinha sentimentos muito forte por ele, havia mais do que uma paixão lá. Como se
eles fossem amigos de uma forma que o resto deles não via.

Coisa que ela assumiu estar relacionada a eles trabalhando juntos. Fazia sentido.

— Eh. Você sabe como é. — Jace finalmente respondeu.

— Encontrando trabalho suficiente para mantê-lo ocupado aqui?


— Mais do que isso. — Jace tomou um gole, e Rowan observou Breck para ver
se encontrava qualquer surto de interesse. Ele disse-lhe que tinha a sua licenciatura em
Direito. Era algo que ele sempre quis fazer ou ele gostava muito de pôquer? Não que
houvesse algo de errado com isso, mas ela queria saber mais sobre ele. Tudo sobre ele.
E não apenas para seu bebê, também.

— E você, Freckles? — Kade os cortou — Você percebe que estamos sentados


em seu sonho agora? Você conseguiu. Nós não poderíamos estar mais orgulhosos de
vocês. — Ele estendeu a mão e agarrou a mão de Sidney. Sua amiga murmurou te amo
para ela.

Os olhos de Rowan começaram a ficar turvos. Eles estavam sentados bem no


meio do seu sonho, não é? Havia momentos em que ela ainda não conseguia acreditar.
As coisas podem não ter acontecido do jeito que ela gostaria, mas ela ainda tinha feito
isso.

E ela tinha coisas ainda mais incríveis para fazer no futuro.

Rowan agradeceu Kade, de repente se sentindo horrível que ele não sabia a
verdade. Este era seu amigo. Breck era o pai. O que ela estava fazendo mentindo para
todo mundo que ela tanto amava?

Ela ficou ainda mais surpresa quando Breck estendeu a mão e apertou-lhe o
joelho. Ela saltou. Era uma coisa tão simples, apenas uma maneira para ele dizer que
estava orgulhoso dela também. Ela podia ver Kade fazendo isso com Sidney e não
importa quão pequeno, o gesto demonstrava uma intimidade que de repente fez uma
das lágrimas realmente rolar pelo seu rosto.

— Você está vazando. — Jace disse.

— Jace. — Betsy gritou e então ela deu um tapa em seu braço.

A mesa inteira ficou em silêncio. Rowan faria algo assim. Sidney faria, mas
pareceu tão fora do personagem para Betsy... Mas bastante incrível também. Betsy não
parecia pensar assim, no entanto. Rowan nunca a tinha visto com o rosto tão vermelho.

— Primeiro você me mantém na linha no escritório e agora aqui também. Eu


acho que eu vou ter que te dar um aumento, B. — Jace olhou para ela e piscou.

Rowan soltou a respiração que ela nem sabia que estava prendendo. Abençoado
seja Jace por fazer seu desabafo soar bem. Kade foi o único a rir primeiro, seguido por
Sidney, Rowan e Breck. Ela não sentia mais vontade de chorar. Ela estava com medo
além da imaginação, e era possivelmente, a maior mentirosa do mundo, mas sentia-se
muito sortuda de estar na mesma sala que essas pessoas agora.

Mesmo que um deles a confundisse como o inferno.


Capítulo Onze

B reck viu as luzes desaparecem rua abaixo.

Era cerca de oitos horas ainda, mas a chuva começou a cair e os amigos de Rowan
quiseram sair antes que ficasse ruim. Água caía ao lado da casa. O vento soprava
contra as janelas tão forte que as sacudia. Foi, provavelmente, uma boa ideia eles terem
ido - ele odiaria imaginar um deles na rua se as coisas ficassem piores.

Voltou para a mesa, ainda com fichas de pôquer e todos os tipos de alimentos
que Rowan tinha feito para a noite. Todos os tipos de petiscos e não o que ele
normalmente tinha em um jogo de pôquer, porque era tudo muito, muito extravagante
para aquilo, mas ele gostou. Na verdade, ele não conseguia se lembrar da última vez
que ele teve uma noite mais agradável.

— Você cozinhou então eu vou limpar. — Disse ele quando ela desceu as
escadas. Ela tinha se trocado e colocado um par de calças de pijama de flanela, uma
camiseta e... — Você usa óculos? — Ele estava ali há algumas semanas e esta foi a
primeira vez que ele a tinha visto usando a armação preta.

— Eu costumo usar lentes de contato, mas os meus olhos estão doendo hoje.

Ele a tinha visto chorar antes e queria perguntar o porquê. Queria limpar as
lágrimas, na verdade, mas sabia que não era o seu lugar.
— Sexy. Você parece aquelas bibliotecárias safadas. — Ele brincou com ela. Ela
soltou uma risada suave que passou através dele, instalou-se em alguns dos pequenos
recantos e fendas em seu interior.

— Você é mau, e eu não pareço sexy. Estou de pijama, um rabo de cavalo e


óculos. Eu pareço deselegante, mas tudo bem, porque eu me sinto confortável e isso é
tudo que importa.

Ela pegou um dos pratos deixados sobre a mesa. Breck se aproximou e colocou a
mão sobre a dela. Ela definitivamente parecia sexy. Um brilho rosa cobria as sardas
bonitinhas. — Eu disse que ia limpar.

— Você é um...

— Hóspede. Eu sei. Mas eu também sou seu amigo e um hóspede que vai ficar
tempo suficiente para que possa contribuir e ajudar.

Ele arrancou-lhe a mão para fora do prato e o pegou. — Vá relaxar ou algo


assim. Você está sempre fazendo coisas para as outras pessoas. Tire uma folga.

Ela inclinou a cabeça para o lado e o inferno se ele não achava que ela ia
começar a chorar de novo, mas ela não o fez. — Não há problema em aceitar a ajuda,
sabia?

Demorou alguns segundos, mas, em seguida, seus lábios vermelhos se


estenderam em um pequeno sorriso e disse. — Tudo bem. Eu costumo gostar de
acender a lareira quando chove.

Merda. Ele não queria que ela acendesse o fogo também. Talvez isso o fizesses
soar machista, mas parecia que era algo que ele devesse fazer por ela.

— Vou Acender o fogo primeiro. Então vou limpar.

— Eu posso fazer isso.

— Eu não duvido que possa.

— Eu vivo aqui sozinha, Breck. Você não tem que bancar minha babá. Termine
a mesa e eu vou acender o fogo. Lembra-se? Eu vi você tentar colocar uma isca em um
anzol. Eu não estou muito certa de quanto eu confio em você com esse material
adequado ao ar livre.

Ele era homem o suficiente para que o comentário não o atingisse. — Pirralha.

Não demorou muito tempo para Breck limpar a bagunça na mesa e colocar
todos os pratos na máquina de lavar. A chuva caía mais forte do que nunca. Trovões
batiam por cima da casa. Apagando as luzes, Breck entrou na sala para ver Rowan
sentada em um cobertor, em frente à lareira muito grande. Ela tinha um par de
travesseiros ao redor dela, de costas para ele.

Ele ficou lá e olhou, imaginando coisas demais para sequer compreender todas
elas. O que ela estava pensando? Será que ela se importa que ele ficasse aqui até o seu
próximo torneio? Será que ele ainda quer ficar aqui tanto tempo? E o que havia naquela
mulher que o virava no avesso? Ele não sabia qual lado era para cima ou para baixo ou
o que qualquer um que significasse.

— Se importa se eu me juntar a você?

— Claro. — Disse ela, sem olhar para trás. Ele tirou seus sapatos e sentou-se ao
lado dela no chão e, enquanto Rowan, olhava para as chamas.

— Eu costumava me sentar em frente à lareira o tempo todo quando eu era


criança. Era a fonte mais barata de calor, que era o que precisávamos. Eu não tive uma
lareira desde que eu saí de casa. — Ele não tinha certeza de onde aquelas palavras
tinham vindo.

— Sério? — Finalmente, ela olhou para ele. — Eu acho que isso é uma tragédia,
Breck. Mesmo por nenhuma razão além de construir uma para honrar as memórias
antigas. Você tem se agarrar a elas.

Ele sorriu para aquilo, mesmo que ele não tivesse certeza se concordava. Todas
as memórias só o faziam ficar com raiva. Lembrando-se das coisas que ele perdeu não
foi como ele escolheu viver a sua vida. — Eu vou ter que lembrar disso.

— Mentiroso.

Ele riu. — Você me conhece muito bem aqui, Houdini.

Assim como ele estava começando a conhecê-la também. Sabia pelo jeito que ela
mordeu o lábio que ela estava pensando em alguma coisa. Possivelmente preocupante.

Um trovão gritou ao longe e Rowan deu um salto.

— Não me diga que você tem medo de tempestade. — Ele sorriu para ela.

Ela balançou a cabeça. — Não. Estou preocupada com Shakes. Sua casa é antiga
e a tempestade está forte. Tenho certeza de que ele está bem, mas eu tentei ligar para
ele e ele não respondeu.

— Tenho certeza que ele está bem. — Mas Breck não tinha certeza de que ele
estava. Ela estava ficando sob sua pele, o que fez seu peito se fechar. Ele lutou tanto
para não deixar ninguém chegar até ele por tanto tempo. Na verdade isso era uma
mentira - ele nunca teve que lutar muito. Aquilo simplesmente nunca aconteceu. O
caso aqui era o oposto. Ela parecia encontrar seu caminho passando a sua placa de
“não ultrapasse”.

O celular de Rowan tocou e ela foi ficou de pé antes de terminar. — Olá? —


Silêncio. — Oh, graças a Deus. Eu estava preocupada. Obrigada por ligar, Sid.

Ela desligou o telefone. — Sidney disse que parou para verificar Shakes e o levou
para casa com eles. Ela sabia que eu iria me preocupar.

— Vocês são próximos? — Breck disse, embora soubesse a resposta.

Rowan deu de ombros. — Quando eu me sentia deixada de fora quando era uma
criança, Shakes tentou ter certeza que eu não o me sentisse. Ele ouvia-me como um pai
faria.

Um clarão iluminou o espaço do lado de fora antes que as luzes se apagassem.


— Oh! — Rowan deu um grito assustado e, à luz do fogo, ele viu as mãos voarem para
o peito, como se seu coração estivesse batendo forte.

— Você tem um gerador? — Ele perguntou.

— Eu tenho, mas nem sempre funciona bem. — Ela olhou para o chão. — Eles
não são baratos, você sabe.

Breck se levantou e caminhou até ela. — Hey. Eu sou a última pessoa a dar-lhe
um sermão por algo assim. Nós vamos dar um jeito. — Ele queria consertá-lo para ela,
mas sabia que ela provavelmente não iria deixá-lo. Ele iria encontrar um jeito. —
Lanternas?

Ela revirou os olhos. — Obviamente.

Sim. Ele deveria saber melhor. Ele sabia que podia e, provavelmente, deveria
subir as escadas e ir para a cama, mas ele estava bem acordado. Acordado e curioso. —
Eu vou fazer um acordo com você. Você passa um tempo comigo aqui em baixo.
Vamos pegar as lanternas, talvez um pouco de comida ou qualquer outra coisa. Estou
muito ligado para dormir e na próxima vez que você precisar de um companheiro de
pesca, eu vou com você. — Havia uma enorme possibilidade de que ela não quisesse
que ele fosse como da outra vez, mas ele imaginou que ia tentar de qualquer maneira.

— Um acordo, hein? Esta é uma das suas coisas de pôquer?

— Talvez.

— Tudo bem. — Ela encolheu os ombros. — Eu duvido que eu possa dormir de


qualquer maneira.

— Eu acho que você simplesmente não quer ficar longe de mim.


— Eu acho que eu vou te dar um soco! — Mas ela estava sorrindo, e ele
também.

Eles acabaram na cozinha. Ela lhe deu uma lanterna e manteve uma para si
mesma. — Vou acender algumas velas na sala de estar. — Disse ela enquanto pegava
os fósforos.

— Vamos pegar um pouco mais daquele molho que você fez também. Ele
estava incrível.

Seus olhos se iluminaram e ela o pegou da geladeira, bem como algumas frutas.
Breck pegou os chips e eles voltaram para o cobertor.

— Você vai me matar, Houdini, mas eu preciso pegar Ace. Eu não quero que
ela fique sozinha lá em cima no escuro. — Ele sabia que ela não gostava de gatos, mas
não era justo com Ace também. — Vou colocá-la em sua gaiola, se você quiser.

— Não! Eu... — Ela olhou para longe e seu estômago afundou. — Eu tenho
uma confissão a fazer.

— O que é? — Ele se abaixou.

— Eu meio que gosto de sua gata... Eu a deixo sair quando você não está em
casa.

Ele mordeu a língua para que ele não risse. Oh, isso era bom. — Você está tão
determinada a manter o seu domínio sobre Ace que você escondeu o fato de que você
gosta da minha gata e a deixa sair? Isso é confuso, querida. — Mas ele gostava. Ele
próprio tinha uma confissão a fazer.

— Eu não tive a intenção de começar a gostar dela, e eu sabia que você ia fazer
comentários sobre isso. Agora se apresse e pegue-a antes que ela fique com medo.

Breck levantou-se, sacudindo a cabeça. Mulher louca. — Eu vou pegá-la, mas eu


tenho uma confissão a fazer também.

Ele a deixou imaginar o que seria por alguns segundos. — Eu a deixo sair
quando você não está aqui. — Com isso, ele fez exatamente o que ela disse. Subiu para
pegar sua gata para que ele pudesse voltar e passar a noite com as duas garotas.

Ele trabalhou duro para enterrar a preocupação de que Rowan iria tirar algo
dele. Não sua gata... Mas o seu coração, e caramba se ele deixaria completamente
alguém entrar o suficiente para que fosse pisado novamente.

***

— Então, você gosta da minha gata, não é?


Rowan não parou de acariciar o animal em seu colo, mas ela revirou os olhos
para Breck. — Você dá a tudo um contexto sexual. O sexo está sempre em sua mente?
— Ela olhou para seu corpo longo e magro. Seus olhos travessos e a barba por fazer
que ele deixava crescer mais frequentemente. Ela tinha que admitir que isto estava em
sua mente. Talvez fosse outra coisa de hormônio da gravidez que ela não sabia. Tudo o
que ela sabia era que ela não conseguia olhar para ele sem sentir um peso em seu
interior.

Um anseio que a fez se sentir quente e tonta ao mesmo tempo.

Ou talvez ela estivesse pegando um resfriado. Essa poderia ser uma possibilidade
também.

— O quê! — Breck fingiu choque. — Eu não disse nada de uma forma sexual.
Talvez seja a sua mente que está sempre pensando em sexo. Eu deveria cobrir as
orelhas da pobre Ace. — Ele fingiu chegar para a gata e ela deu um tapa na mão dele.

— Deixe Ace em paz. Ela está confortável.

Em seu lado, Breck deitou no cobertor enquanto Rowan sentou-se de pernas


cruzadas ao lado dele. Sua cabeça repousava em sua mão, com o braço dobrado
conforme ele a olhava de frente. Eles ainda estavam sem luz, mas com o fogo e as velas
eles podiam ver bem. Ela chamou a empresa de energia elétrica e eles estavam
trabalhando em fazê-la voltar.

— Você não vai roubar a minha gata, não é? Eu passei por isso uma vez e Ace
não gostava de Taylor do jeito que ela gosta de você.

Curiosidade cravou dentro dela. Ela sabia que provavelmente não iria gostar,
mas ela queria saber mais sobre Breck e seu passado com as mulheres. Ela precisava,
disse a si mesma, mas aquilo era só em parte verdade. O fato é que, embora ela
soubesse que tinha que contar a ele sobre o bebê - e contar logo - aquela já não era a
única razão pela qual ela queria informações dele.

— Conte-me sobre ela. — Pediu a ele.

Breck gemeu. — Nós vamos realmente botar para fora os nossos


relacionamentos passados? Eu não tenho tanta certeza de que é uma boa ideia,
Houdini.

O apelido usado para irritá-la, mas agora ela descobriu que realmente gostava. —
Então você estava em um relacionamento sério com essa mulher?

— Não. Inferno, não. Eu disse que eu não tenho relacionamentos.

— Ah. Como eu poderia esquecer? Mesmo na primeira noite que nos


conhecemos eu poderia dizer isso. — Rowan de repente estremeceu mesmo que ela não
estivesse com frio. Será que ela realmente havia enganado a si mesma ao acreditar em
algo diferente? Que ela de repente descobriria que era uma mentira ou que ele mudasse
de ideia?

— Isso não é justo. Não era só eu naquela noite, Row. — Breck mudou e se
sentou. — Além disso... Aquilo foi diferente. Não vou fingir que eu sei por que, mas
com Taylor, nós saímos algumas semanas, mas eu sempre soube o que era. Assim que
terminou, aquilo tudo parou. É mais difícil do que você pensa lá fora.

— Eu pensei que você adorasse isso? A liberdade?

— Eu gosto, eu gosto. Não foi isso que eu quis dizer. — Ele coçou a cabeça e ela
achou que poderia ser a primeira vez que ela viu Breck Wilder sem palavras. — Pôquer
pode ser como esportes ou bandas. Eu tenho representação. É mais para me conseguir
patrocínios, mas quando eu os consigo, tenho que participar de torneios para os
patrocinadores. Na maioria das vezes, eu adoro ir. Mas há alguns aspectos que todos
parecem os mesmos depois de um tempo. As coisas que costumavam tomar a borda
fora ou... Eu acho que mantem a solidão longe, começam a torna-las pior.

A mão de Rowan parou em Ace. Essa estava junto com sua admissão na outra
noite sobre a solidão. Ela não sabia o que pensar sobre isso.

— Depois de Taylor, eu simplesmente não senti mais o empate para o drama.


Inferno, Houdini, se você pudesse ter visto algumas das situações que eu me meti, você
entenderia. Não é algo que eu conscientemente decidi fazer, mas eu parei de desfrutar
de um monte de regalias que eu costumava, se você sabe o que quero dizer.

Ele piscou. Homens.

— Eu acho que eu sei.

Ele riu e ela também, mas as perguntas ainda nadavam em torno de seu cérebro.

Foi estúpido. Tão estúpido de sua parte perguntar isso, mas ela não conseguia se
conter. — O que mudou na noite que nos conhecemos?

Distraidamente, Breck estendeu a mão e acariciou Ace. Suas mãos se tocaram,


sua mão áspera em comparação com a dela. Ela gostou do contraste entre os dois
muito mais do que deveria.

Rowan puxou a mão de volta.

Isso estava ficando fora de controle. Não, não isso. Ela. Você precisa dizer a ele.

Mas o que aconteceria quando ela contasse? Como poderia explicar ter
escondido dele nessas semanas?

— Eu honestamente não sei, querida.


Sua respiração ficou presa no carinho, mas ele não percebeu.

— Eu só fui conversar e então você era tão atrevida e ardente que eu não podia
ir embora.

— Oh! Minha culpa! — Ela tentou fingir que não sentia como se fosse desmaiar.

— Foi sua culpa. Eu estava paquerando casualmente. Eu tinha estado em


abstinência há meses, quero que você saiba. Tenho certeza que seus pequenos lábios
encontraram os meus primeiro.

— Oh meu Deus! — Ela cobriu o rosto. Ela não podia acreditar que ele tinha
ido lá. Que ela e Breck estavam realmente aqui sentados casualmente brincando sobre
sua uma noite juntos na cama.

— Não seja tímida. Eu sou difícil de resistir. — Ele brincou, o que só a deixava
mais envergonhada.

— Essa não era eu. Você tem que saber isso. Eu ainda não consigo acreditar...
— Que o seu bebê pode crescer sem pai por causa dela. Que ela se colocou nesta
situação em primeiro lugar. Sim, eles tinham usado proteção, mas nunca era 100 por
cento eficaz. O que ela estava pensando?

— Ei. Nada disso. Não há nada de errado com o que aconteceu entre nós. Nós
dois somos adultos. Adultos lindos que...

Ela puxou as mãos dela. — Você é tão convencido.

— Ei! Eu disse nós dois!

E assim, eles estavam rindo e ela sabia que parte da conversa acabou. Ainda
assim, havia muito mais que ela queria saber. Queria ou precisava, ela não sabia, mas
não tinha certeza se importava neste momento.

Ele olhou para ela e ela podia ver aquilo em seus olhos. O desejo. Ele pode ser
convencido, mas ele achava que ela era linda também. O Senhor sabia que ele achava.

A mão de Breck deixou Ace e encontrou seu rosto. Ela deveria se afastar, mas
ela não fez. Ela só se sentiu. Deixou-o tocá-la e fechou os olhos, tentando consolidar na
memória a maneira como ele olhou para ela. Ele provavelmente tinha feito o mesmo a
centenas de outras mulheres. Aquilo não significava nada real. Ela sabia disso, mas
queria saborear de qualquer maneira.

Quando Rowan abriu os olhos, Breck estava inclinado para mais perto... Tão
perto. Oh Deus, ele ia beijá-la. E ela planejava deixá-lo. Ela não era forte o suficiente
para detê-lo.
Logo antes que seus lábios roçassem os dela, um trovão bateu novamente. Era
apenas a distração que Rowan precisava para se afastar. Mas ainda assim, Breck não a
deixou ir. Ele não estava mais se aproximando dela e sabia que o momento havia
terminado.

— Po-por que você não tem relacionamentos, Breck? — Ela sussurrou antes que
perdesse a coragem. — Tem que haver uma razão.

Outro suspiro dele quando ele abaixou a mão. — Você não quer ouvir a minha
história triste.

— Sim. Eu quero saber.

Breck parou, um olhar duro em seu rosto. — Ela era uma mentirosa. Eu pensei -
inferno, eu pensei que estávamos apaixonados, mas era tudo mentira.

Rowan respirou. Não era como se ele tivesse dado muito a ela, mas ela sabia que
ainda não era fácil para ele.

E ela era uma mentirosa também.

— Vamos falar de outra coisa, Houdini. Jogue cartas comigo. Eu vou te mostrar
uma ou outra coisa. Você precisa trabalhar em sua cara de blefe. Você morde seu lábio
quando você não tem uma boa mão.

Ela esperava que sua voz saísse firme - esperava que ele não pudesse dizer que
seus pensamentos estavam à deriva no espaço, a um milhão de quilômetros de
distância. — Você poderia dizer isso depois de jogarmos somente algumas vezes?

Ele acenou com a cabeça. — Você joga com as suas cartas perto de seu peito. Eu
costumava fazer isso também.

— Como é que você parou? — Disse ela, sem fôlego. Ela não tinha mais certeza
se eles estavam falando sobre cartas.

— Eu blefo. Eu ganhei alguns e perdi outros, mas estou sempre no controle da


minha mão. Eu sei quando dobrar e quando jogar a mão para fora.

Não, definitivamente não estavam falando mais sobre o pôquer.


Capítulo Doze

B reck se sentou em uma velha e raquítica

cadeira dobrável, de frente para o lago, Rowan ao lado dele. Ambos tinham suas varas
de pesca na água. Ela estava certa - desta vez, foi relaxante. Podia imaginar vir aqui
para pensar como ela fazia. Como ambos estavam provavelmente fazendo agora. Ele
arriscou um olhar para ela. Sua mandíbula não estava definida. Seu corpo não estava
apertado. Ela parecia tão à vontade como se sentia.

Era tão diferente da última vez que tinham vindo pescar. Ela mesma tinha
sugerido que eles deveriam vir desta vez, algo que ele não esperava. Eles estavam aqui
durante horas, tranquilos. Havia algo em sentar em silêncio com outra pessoa, com ela
que parecia diferente... Parecia especial.

Eles passaram o dia anterior, um dia depois da tempestade, separados. Ela tinha
alguns negócios da pousada para cuidar e ele precisava tentar limpar sua cabeça.

Aquilo não tinha funcionado. A verdade é que, a mulher estava começando a


significar algo para ele e ele não tinha certeza do que queria fazer. Ele sabia qual era a
coisa certa - dizer adeus, mas ele nunca tinha sido muito bom em fazer o que devia. Ele
gostava muito daquela pequena emoção da aventura. Aquele choque que o atingia
quando quebrava as regras.

No entanto, ele sentiu como se estivesse jogando uma mão perdida. Se ele
decidisse não resistir a Rowan, se ela não acabar batendo o inferno fora dele, ele se
conhecia bem o suficiente para saber que não poderia realmente colocar todas as cartas
na mesa. Ele disse que ela as mantinha perto de seu peito, o que era verdade. Era algo
que ele ainda fazia. Não conseguia se conter e não via como eles tinham qualquer
chance real de qualquer maneira. Suas vidas eram muito diferentes.

Mas então, se ele não o fizesse, ele provavelmente ficaria louco, porque caramba,
havia algo sobre a mulher que o fazia selvagem. A forma como os cachos saltavam ou
como sua respiração tinha ficado presa quando ele quase a beijou na outra noite.

O cuidado que ela mostrava com as outras pessoas e aquele espírito ardente que
ele esperava que ela nunca domasse.

Breck reajustou-se na cadeira. Sim. Ele estava definitivamente começando a


sentir muito por essa mulher.

— O que há de errado? — Perguntou Rowan.

— Nada. — Tudo.

— Você está franzindo a testa.

Seu nariz enrugou quando ele olhou para ela. — O quê? Você é Sherlock agora?
Eu pensei que você gostasse de pensar quando você pesca? — Ele estava sendo
ranzinza e ele sabia disso, mas ele não estava acostumado a não ter o que queria.
Provavelmente porque ele não queria nada - pelo menos nada que realmente
importasse - em um longo tempo.

— Desculpe-me. Eu só estava tentando ser amigável.

Merda. Agora, ele se sentia mal. Breck empurrou a cadeira dela de brincadeira.
— Não fique brava, Houdini. Quer que eu lhe de um dos meus sorrisos? Eu vou fazer
isso por você. É uma dificuldade, mas...

Rowan se virou e empurrou sua cadeira, mas muito mais forte do que ele tinha
feito com a dela. A coisa estúpida quebrou e antes que ele percebesse, sua bunda bateu
no chão. Ele tentou ficar bravo. Queria, mas não conseguiu fazer com que isso
acontecesse. Então, em vez disso ele soltou uma gargalhada. Rowan se juntou a ele
também, sentada toda confortável em sua cadeira, um gorro de malha na cabeça. Ela
não deveria ser tão sexy, mas era.

— Tendo uma boa viagem? — Ela brincou.

Oh. Ela achava que era engraçado, não é? Breck agarrou o braço da cadeira e a
inclinou. Ele a pegou de surpresa e ela começou a cair. Ele iria pegá-la. Ele sabia que
ia, então a deixou continuar - ou queria que ela continuasse assim ele a sentiria em seu
colo.
E ela caiu. Exatamente onde ele queria. Ela era tão suave e ele não pôde deixar
de se lembrar de como era a sensação de explorá-la com as mãos... com a sua boca.
Como os arrepios subiam em sua pele que ele tocasse. A forma como a respiração dela
estava quente em seu pescoço. Eles se divertiram naquela noite, mas tinha sido mais do
que isso. Ele soube disso quando a conheceu e ele sabia disso agora, mesmo que ele
não gostasse de admitir.

Então, em vez de deixar-se pensar sobre isso, Breck se inclinou para frente. O
tempo todo ele sabia o quão estúpido era aquilo, mas, francamente, ele não se
importava. Ele lidaria com as consequências mais tarde. E ele não iria deixar algo
como um trovão detê-lo dessa vez.

Ele colocou sua mão em formato de concha em seu rosto e continuou. Um


gemido silencioso escapou do fundo garganta dela, o que só o fez urgente por mais.

Mais perto. Breck sussurrou seus lábios contra sua boca suavemente. Muito
suavemente para que ela pudesse deixá-lo saber se ela não quisesse aquilo. Uma vez,
duas vezes, deu-lhe dois beijos de boca fechada no canto dos lábios. Ele deixou sua
língua escapar, pronto para levá-la ao próximo nível quando ela murmurou. — Espere.

Merda. — Espere? — Ele perguntou para ter certeza.

— Sim.

Breck continuou a segurá-la no colo e encostou a testa na dela. — Por quê? —


Ele sabia a resposta antes de fazer a pergunta.

Rowan não se mexeu. Não se afastou. Seus lábios estavam a poucos centímetros
do seu enquanto estavam sentados lá. — Um milhão de razões. Vegas, o fato de que
você disse que não quer nada com as mulheres, e... coisas.

Ela estava certa. Droga, ele sabia que ela estava certa, mas ele não queria que ela
estivesse. Pela primeira vez desde que ele era um garoto de dezoito anos idiota e com
meleca de nariz, queria que não houvesse esses obstáculos entre ele e uma mulher.
Ainda assim, ele encontrou-se dizendo. — É apenas um beijo.

— Isso não pararia por aí e nós dois sabemos disso, Breck. — Eles não se
moveram, as cabeças ainda estavam juntas, ele sentado na terra molhada.

— Isso seria tão ruim assim? — Outra questão que ele sabia a resposta.

Rowan suspirou. — Talvez... Se as coisas fossem diferentes. Eu quero um


melhor amigo, Breck. Alguém que eu posso dizer tudo, que eu ame e que realmente me
ame também. Você não quer laços. Você disse isso. Você não está se aquietando em
um lugar, e você não confia nas mulheres. Eu não estou dizendo que você me deve
respostas, mas você nem sequer confia em mim o suficiente para me contar sobre quem
foi que te machucou no passado.

Tudo o que ela disse bateu mais um prego no seu caixão. Através de seu peito.
Porque suas palavras não poderiam ser mais verdadeiras. Mesmo pela primeira vez ele
não queria que elas fossem, elas eram.

— Você pode me dizer honestamente que qualquer uma dessas coisas mudou?
Se você pudesse, eu...

— Eu não posso. — Ele não conseguia nem deixa-la terminar. Ele tinha esse
obstáculo dentro dele e ele não sabia como destruir a maldita coisa. — Talvez... Mas
ainda não. — Jesus, isso soou tão fraco, mas ela merecia honestidade. Ele não sabia se
ele poderia chegar onde precisava estar, mas ele considerou tentar.

Ela inclinou a cabeça como se isso a surpreendesse. Seus olhos verdes olharam
para ele - através dele, e dane-se se ele não queria dizer-lhe que ele poderia fazê-lo
agora.

— Isso é mais do que eu esperava. — Ela sussurrou, parecendo mais triste do


que antes. — Nós precisamos conversar, Breck. Há... Merda, há algo que eu preciso...

Foi como se alguém apertasse um botão no céu e a chuva caiu sobre eles sem
nenhum aviso. Não era um chuvisco suave, mas uma chuva forte, como ter balde após
balde despejado sobre eles.

— Droga! — Breck ficou de pé, ajudando Rowan. — Chove muito aqui! —


Rapidamente, os dois estavam encharcados até os ossos. O cabelo que estava preso
debaixo de seu boné ficou preso ao rosto e pescoço. Parecia um rato afogado...

E ele queria beijá-la novamente.

No meio da tempestade, Rowan riu. — É outubro em Washington. O que você


esperava?

Em vez disso, ele disse a ela. — Corra para a caminhonete. Eu vou pegar tudo e
te encontro lá.

Mas, como ele sabia que ela faria, ela balançou a cabeça e rapidamente arrumou
tudo antes de correr para a caminhonete - encharcados, mas juntos.

***

Rowan estava congelando. O aquecimento estava ligado no máximo enquanto a


caminhonete batia nas poças de água em seu caminho para casa. Bem, a casa dela. Não
de Breck.
Rowan não conseguia se concentrar em nada. Tudo o que podia pensar era o
fato de que ele quase a beijou novamente. Que desta vez seus lábios tinham escovado
os dela e foi tão doce - e muito diferente daquela noite juntos em Las Vegas.

Ela queria que ele fizesse novamente. Não queria que ele parasse desta vez. Se
ela fosse honesta, ela admitiria que queria mais do que isso, e ela não se referia apenas
a sexo também.

Ela se preocupava com Breck Wilder. Ele se tornou um amigo. Um bom amigo,
e se as coisas fossem diferentes, ela apostava que poderia ser mais - mesmo que fosse
apenas temporário.

No entanto, sua situação não permitia aquilo. Eles já tinham muita coisa
acontecendo entre eles para acrescentar algo mais do que isso. Como o fato de que ele
não sabia que parte dele crescia dentro dela e ela estava escondendo dele.

Não mais. Ela lhe diria. Ela tinha que fazer.

Não importa o que aconteceu, Breck merecia saber, e ela teria que contar a ele.

— Quando cheguei a Shamrock Falls, eu pensei que sentia falta da chuva de


Washington, mas agora não tenho tanta certeza. — Ele brincou. Rowan tentou rir,
porque ela sabia que deveria, mas foi uma luta.

Mentirosa, mentirosa, mentirosa era tudo que ela podia pensar.

— Eu realmente gosto. É refrescante. Ajuda um pouco se você estiver melhor


preparado para isso. — Ele continuou, uma vez que não sabia que ela estava
praticamente tendo um colapso nervoso.

No momento em que parou na calçada, ela sabia que algo estava errado. — Oh,
não! Eu acho que a janela do porão quebrou! — Ela mal parou a caminhonete antes de
saltar para fora. Foi automático. Ela nem sequer pensou nisso. Esta era a sua casa e sua
vida. E ela sempre cuidou de que era dela.

Rowan correu para a casa e para as escadas do porão. Ace, que ela disse que
poderia ficar solta na casa, correu na direção oposta. O lugar estava inundado em cerca
de um metro de água. Rowan queria chorar; pânico fez seu pulso acelerar. Ela desceu
um degrau quando sentiu uma mão agarrar-lhe o braço.

— Não é seguro ir correndo lá embaixo, Houdini. A água está subindo


rapidamente.

Preocupação cravou dentro dela. — Eu tenho coisas importantes no porão,


Breck. Memórias. — Todas deixadas para trás por ela. Coisas familiares, todas
empilhadas em caixas.
— Querida...

— É importante.

Breck amaldiçoou. — Não vá até lá ainda, ok? Deixe-me ver o que posso fazer.
Prometa-me. — Seu coração batia como um louco. Aquele porão estava cheio do seu
passado. As coisas que ela queria compartilhar com seu bebê um dia.

— Eu não estou brincando aqui.

— Ok. Eu não vou. Apenas... — Apenas o que, ela não sabia. Breck se inclinou
e beijou seu nariz.

— Fique aqui.

Rowan estava no topo das escadas, enquanto observava a água subir. Não
deveria ser um grande negócio. Ela sabia disso, mas ainda levou tudo dentro dela ouvir
Breck e ficar onde estava. As caixas lá em baixo a faziam sentir ligada a sua família.
Rowan se agarrou a grade, à beira das lágrimas. Seu coração realmente doía.

Barulho de martelo iniciou no exterior da casa. Rowan olhou para o porão para
ver que Breck tinha colocado uma placa sobre a janela e a água parou de verter para
dentro. Havia ainda um fio lento, mas era melhor do estava. Ela ouviu mais barulho.
Mais batidas. Ele devia estar molhado lá fora, o que fez culpa se misturar com sua
preocupação frenética.

Poucos minutos depois, um Breck encharcado entrou. A água escorria por todo
o chão. Suas roupas estavam presas ao seu corpo, o cabelo colado à cabeça. Gotas
caíam fora dele - mesmo a partir da ponta de seu nariz e cílios.

Ele era bonito.

— Não é uma solução permanente, mas vai funcionar por hora. Precisamos
cuidar disso, o mais rápido possível.

Tudo que Rowan podia fazer era dar um aceno de cabeça. — Obrigada. Eu
realmente aprecio isso. Vá para cima e se seque.

— E você?

— Eu preciso mover algumas coisas.

— Nenhum dos seus truques de mágica hoje, Houdini. Eu vou ajudar.

Ele passou por ela e desceu as escadas. Não demorou muito tempo com os dois
trabalhando juntos. Breck não a deixava erguer nada muito pesado, o que ela
concordou porque provavelmente não era seguro para o bebê, de qualquer maneira.
Eles trabalharam juntos colocando suas caixas para cima.
Foi uma parceria, entre os dois. Breck testava e dava a ela as caixas leves e, em
seguida, levantava as pesadas ele mesmo.

Aquilo a lembrou de como Sidney e Kade eram.

O pensamento fez seu coração cair. Ou explodir, ela não tinha certeza de qual.
Entre todas as pessoas, como poderia querer isso com a única que não teria vontade de
retribuir? Sem mencionar que, ele provavelmente iria acabar odiando-a quando ele
descobrisse que ela estava mentindo para ele no último mês.

Lágrimas brotaram de seus olhos. O que ela fez?

— Hey. O que há de errado? Acho que terminamos a tempo. Vai ficar tudo bem.

Isso a fez querer chorar mais. Ele estava sendo tão incrivelmente doce com ela e
ela não sabia o que aquilo significava. Era do jeito que ele era? Ou era porque ele estava
começando a sentir algumas das mesmas coisas que ela sentia por ele? Ela não sabia o
que ela queria dizer. Tudo que ela sabia era que precisava se forçar a abrir a boca e
dizer-lhe a verdade, mas cada vez que ela tentava, estalava fechada novamente.

Se ela lhe dissesse, ela poderia perdê-lo. Rowan não sabia quando isso
aconteceu, mas aquilo se tornou um de seus maiores medos.

— Você está tremendo. Vamos lá, terminamos aqui. Você precisa ir lá para cima
e entrar em algumas roupas secas.

Ela sacudiu-o. — Está tudo bem... Eu posso fazer isso. Obrigada, de qualquer
maneira. Não estou me sentindo muito bem. Provavelmente vou deitar pelo resto da
noite. — Ela estava deixando Breck cuidar dela, mas era hora de cuidar de si mesma.
Especialmente desde que ela logo estará cuidando de alguém, tudo por conta própria.
Com apenas a si mesma para culpar.

Sua testa enrugou, mas ele disse. — Ok. Está com fome?

— Não, não. Apenas cansada. Vejo você amanhã ok? Falaremos amanhã.
Obrigada. Por tudo, Breck. Apenas... Obrigada.

E sem outra palavra, ela passou por ele e subiu as escadas.


Capítulo Treze

B reck estava entediado. E inquieto. Ele

nunca tinha ficado em um lugar por tanto tempo. Ao mesmo tempo em que ele estava
apreciando suas férias, ele se coçava para se mexer também.

Adicione o que estava acontecendo entre ele e Rowan e aquilo não era uma boa
combinação. Definitivamente não é a que ele estava acostumado. Rowan não tinha
deixado seu quarto e ele tinha tomado banho, trocado de roupa, limpado a água e
agora andava ao redor da casa, incomodado. Sim, incomodado. O que estava errado
com ele?

Irritado consigo mesmo, ele pegou o celular e ligou para Jace. Seu amigo
atendeu após o terceiro toque. — Você está ocupado? — Ele perguntou.

— Não. Por que eu acho que isso poderia tanto ser uma coisa boa quanto ruim?

Breck riu com a forma como Jace o conhecia. Mesmo que eles não tivessem se
visto muito ao longo dos anos, eles tinham compartilhado o preparatório e, em seguida,
a faculdade de direito juntos e ele percebeu aqueles eram alguns dos anos mais
importantes que um cara tinha.

— Talvez porque sempre entramos em apuros quando saímos e eu realmente


preciso sair de casa. — Breck disse a ele.
Jace não hesitou, fazendo Breck saber quanto o outro homem poderia precisar
da mesma coisa. — Parece bom. Vou buscá-lo em trinta minutos. — Com isso, Jace
desligou o telefone.

Sem precisar ser dito, eles estavam de acordo que não iriam para o Lucky’s. Ele
não sabia por que, mas ele precisava de um pouco de distância de tudo que o lembrava
de Rowan, e Jace parecia precisar a mesma coisa: Espaço.

Eles foram para um bar parecido com um pequeno buraco na parede há cerca de
30 minutos de distância. O lugar não era tão bem cuidado como Lucky’s, mas os
homens realmente não precisavam disso hoje à noite. Breck precisava era de uma
bebida e uma maneira de esquecer... Bem, ele não tinha exata certeza do que.

Eles encontraram uma pequena cabine na parte de trás. Era um bar country, as
pessoas com chapéus e as mulheres em um monte de saias jeans azuis salpicando o
salão.

— Você já esteve aqui antes? — Breck perguntou quando eles sentaram.

— Não, mas isso vai servir.

Ele acenou com a cabeça. A garçonete veio, também vestindo uma saia jeans, e
perguntou o que eles queriam. — shots? — Perguntou Breck.

— Shots. — Jace confirmou.

Ele pediu a cada um deles dois shots de tequila. Quando as bebidas vieram, eles
brindaram, lamberam o sal de suas mãos, beberam, e, em seguida, chuparam seus
limões. — Ufa. Essa foi forte. — Breck sentiu como se estivesse respirando fogo.

— Você pode dizer isso de novo. — Jace acrescentou.

Sem outra palavra, cada um tomou sua segunda dose. Queimou o seu caminho
até a boca do estômago. Breck encostou-se, deixando-se desfrutar da sensação de ser
transportado para longe, ou pelo menos estar muito nebuloso para realmente pensar
muito. Deixe Jace arruinar isso.

— Você se preocupa com ela, não é? — Perguntou Jace.

Inferno. Ele achou que ia conseguir adiar mais que isso. — Sim.

— É o suficiente?

Jace era quase tão bom em ler as pessoas como ele. Era uma das coisas que
fizeram dele um advogado tão mortal. Isso teria feito de Breck bom também, mas ele
nunca teve a certeza se era isso que ele queria. Era algo que ele começou para Bailey.
— Eu não sei, cara. Eu nem tenho certeza do que é ou poderia ser. Inferno...
Parte de mim quer saber, mas a outra não tem certeza de que posso ir até lá. — Sexo
ele poderia fazer. Diversão que ele poderia ter, mas seria mais do que isso com ela. Até
mesmo a primeira vez tinha sido. E mais chamado para confiança. Não apenas coisas
superficiais, mas confiança, que ele não tinha certeza que ele tinha isso dentro de si
para as mulheres.

Era um limbo que Breck não sabia se poderia sair. Perder Bailey o havia
quebrado. Voltar para casa quando sua mãe tinha acabado de ser morta em um
acidente de carro para descobrir que Bailey havia lhe traído. Que ela estava com outro
homem. O tipo de homem que seus pais queriam para ela em vez de Breck.

Ele poderia lidar com um monte de coisas, mas traição não era uma delas.

— Rowan é uma boa mulher, isso é certeza absoluta. — Jace disse. — Se


pretendesse me estabelecer, seria com alguém como ela. Ou... — Jace deixou essa frase
pairar no ar. — Mas eu não vou e não quero, por isso não importa. Isso é sobre você.

— Eu estou bem em lidar com seus problemas. Fale.

— Boa tentativa. — Jace se virou e sinalizou a garçonete mais uma vez, pedindo
outra dose para cada um.

Eles tomaram no momento que elas chegaram. Algo estava incomodando muito
Jace, mas Breck imaginou que seria difícil fazê-lo falar. Inferno, Breck conhecia Jace há
anos, mas realmente não sabia muito sobre ele. Não a respeito de seu passado.

— Eu não quero que você a machuque. — O copo de Jace bateu na mesa.

— Eu não vou. — Jesus aquilo o fez parecer mole, mas ele queria perguntar, e
quanto a ele? E se ele se machucasse?

— Ela vai querer um para sempre, ou pelo menos a perspectiva disso. Se você
acha que não pode lidar com isso, não tente fazer.

Inferno, Breck não estava nem mesmo certo que era possível. Não com ele. —
Eu não vou fazer nada até que eu saiba o que eu quero. Eu não sou um idiota. — Ele
estalou, sem realmente querer. Esta não era a fuga mental que ele esperava obter -
embora provavelmente soubesse o tempo todo que ele não teria.

— Ela é alguma coisa. — Ele encontrou-se dizendo. — Tal como um fogos de


artifício. A mulher me choca ou me coloca no meu lugar pelo menos uma vez por dia.
Ela fica confortável em um jeans velho, colocando isca num anzol, mas porra ela é
linda toda arrumada ou na cozinha assando alguma coisa.

Jace riu. — Não deixe ela te ouvir dizer isso. Soou muito machista.
Ele fez um sinal com o dedo para o seu amigo, sentindo-se muito tonto. — Você
sabe que não é isso que eu quis dizer.

— Eu tenho certeza que eu acabei de ouvir descalça, grávida, e na cozinha.

Breck ignorou isso. Ele não sentia vontade de rir esta noite. Ele realmente não
sabia o que ele queria e não gostava de estar nessa situação de maneira alguma. A
verdade é que a ideia de deixar a pequena pousada deixava um gosto ruim na boca. Ele
gostava de pescar com ela no lado, de ter Shakes em algumas refeições. Era normal. O
tipo de vida que sua mãe sempre quis e o que ele pensou que ele teria com Bailey.

Mas ao invés disso ele se hospedava em hotéis muitas vezes e viajava. O que, por
um lado, ele amava, mas ele também se cansava daquilo às vezes.

A ideia de arrancar a sua pela raiz outra vez, entretanto - mudar o que ele era por
uma mulher só para que ela o esfaqueasse pelas costas - fez todos os músculos do seu
corpo ficarem tensos. Não, ele não tinha certeza se ele poderia ir lá novamente, mesmo
se quisesse.

O que ele ainda não sabia se queria. Eu poderia me estabelecer?

— Cristo, eu nunca te vi assim, homem. — Jace disse a ele.

Ele nunca se sentiu assim. — Alguma vez lhe pareceu que você está indo e indo
e nunca chega a lugar nenhum? — Ele perguntou. — Quero dizer, eu tenho tudo o que
quero e eu adoro isso, eu sei, mas... Mesmo antes de Rowan parecia que faltava alguma
coisa. Eu não me sinto mais assim.

Ele gostaria que ele tivesse outro shot. Sabia que ambos provavelmente beberam
tantas doses quanto podiam para se soltar a fim de até mesmo falar como estavam
fazendo em primeiro lugar. Ele realmente não era emotivo. Especialmente com outro
homem, amigo ou não.

— Meu avô está morrendo. — Jace moveu os cotovelos na mesa, a cabeça entre
as mãos. Ele nunca tinha visto seu amigo parecer tão rasgado. — Eu já sabia disso,
todo mundo sabe disso, mas não vai demorar muito. Nós nunca fomos próximos,
mesmo tendo me criado, mas eu simplesmente não consigo superar o fato de que ele
está morrendo e, em seguida, vai ser apenas eu. Ele é a única família que eu tenho.

Breck não sabia o que dizer sobre isso. — Merda, cara. Sinto muito. — Ele se
sentia como um idiota, sentado ali lamentando sobre sua vida amorosa, quando Jace
estava lidando com isso.

— Betsy diz que eu deveria falar com ele antes que ele se vá. Conversamos, mas
não sobre quando eu estava crescendo. Eu... Eu não sei se eu posso.
— Eu acho que ela está certa. — Disse Breck a Jace contente que ele a tivesse
como amiga. Parecia que ele se abriu para ela de uma forma que ele não fez com
muitos outros.

— Inferno. Olhe para nós. Chorando em nossas bebidas como um par de


canastrões. — Jace se endireitou.

— Não, merda. — Breck apontou o dedo para a garçonete, sinalizando que eles
queriam mais duas doses. — Vamos lá, cara. Eu tenho bebido com você desde a escola.
Vamos ter um pouco de diversão.

***

Breck sentou-se no lado oposto do banco de trás como Jace. Eles decidiram que
era mais seguro tomar o táxi e Jace iria pegar uma carona de volta para seu carro na
parte da manhã.

A cabeça de Breck já doía, fazendo-o saber que ele se sentiria um milhão de


vezes pior na manhã seguinte. Tequila não era sua amiga. E uma corrida de táxi até tão
longe não era barato, também.

O motorista parou em frente a pousada em primeiro lugar. Breck puxou a


carteira, mas Jace fez-lhe sinal para guardá-la. — Deixe isso comigo. Você nos cobre da
próxima vez.

Breck concordou e agradeceu-lhe, em seguida, estendeu a mão para a alça. Ele


colocou um pé no chão do lado de fora quando Jace o parou.

— Você já sabe o que quer homem. Tudo que você tem a fazer é lutar por isso.
Conheço Row há muito tempo e ela é diferente com você. Não seja um covarde. Seria
bom ter você por perto por tempo indeterminado.

Breck riu. Jace estava certo. Agora, ele só tinha que fazer algo sobre isso. Ela
valia a pena o risco.

— Você é sempre tão sentimental quando está bêbado? — Ele brincou com seu
amigo.

— Só não me lembre sobre isso amanhã.

Breck saiu do carro. — Obrigado, cara. — E então ele bateu a porta e foi para
casa.

***

Rowan se agarrou ao balcão, sentindo-se tonta. Sua cabeça estava nebulosa, seu
nariz estava entupido, e ela estava toda dolorida, mas ela ainda lavou as mãos antes de
separar os ingredientes que ela precisava para cozinhar o jantar de hoje à noite. O
telefone a tinha acordado esta manhã com hóspedes inesperados. Ela não queria nada
mais do que ficar na cama o dia todo, mas não podia dizer não ao casal. Ela também
ainda tinha Breck aqui para pensar.

Breck.

O homem que ela não conhecia, até recentemente, mas aquele por quem ela
estava começando a se apaixonar. O pai de seu filho ainda não nascido.

Aquele para quem ela mentiu compulsivamente.

Estúpida, estúpida, estúpida.

Agora não era o momento de deixar seu coração conduzi-la. Ela precisava
pensar com a cabeça. Mesmo que Breck tentou beijá-la, ele também deixou bem claro
que ele não queria amarras. Sem vínculos. Liberdade.

Ele também ri comigo, fala comigo, me ajuda quando eu surto por caixas cheias
de memórias.

Rowan sacudiu a cabeça, o que só fez uma outra onda de vertigem a atingir. Ela
estava doente. Miseravelmente doente.

Ela lavou as mãos novamente antes de abrir o saco de farinha. Ouviu a porta da
cozinha se abrir atrás dela, mas não teve energia para se virar. Ou talvez coragem.
Porque somente saber que Breck estava no cômodo com ela, de repente fez seu coração
correr.

— Hey, Houdini. — Sua voz era grossa, mas não com luxúria. Parecia que ele
estava doente também.

— Oh, não! Você está doente? — Ela virou-se para tentar ajudá-lo. Deve ter sido
porque ambos ficaram molhados ontem. Ela prendeu a respiração quando o viu em
jeans, sem camisa, o botão de cima da calça desabotoado. Seu cabelo escuro estava
uma bagunça, despenteado desta maneira e isso. Ele definitivamente precisava fazer a
barba, mas ela sempre gostou disso. Seus olhos estavam inchados, mas não levou
muito longe sua beleza.

Breck Wilder era lindo. Sim, ela sempre soube disso, mas isso nunca a atingiu tão
forte até este segundo.

— Hey... O que há de errado? — Sua testa tinha aquelas rugas de confusão que
ultimamente apareciam com frequência. No entanto, não foi isso que a atingiu. O que
ela não conseguia parar de pensar era como ele sabia. Ele a viu por cinco segundos e
sabia que algo estava errado.

Talvez isso significasse apenas que ela parecia uma porcaria.


— Eu me sinto terrível. Parece que você também. — Sua voz soava áspera
mesmo para seus próprios ouvidos.

Breck parecia se recuperar. — Eu estou bem. Você precisa sentar-se. O que há de


errado? Você precisa ir ao médico?

Ele estendeu a mão para ela, mas Rowan tentou livrar-se dele. — Eu estou bem.
É apenas um forte resfriado. Nós - eu tenho hóspedes chegando. Eu preciso ter certeza
de que haverá jantar e depois arrumar o quarto. Eu estava pensando em coloca-los no
que fica a direita do seu. O que você acha? — Ela não sabia por que ela perguntou isso.
Ele provavelmente não poderia se importar menos.

— Grande escolha no quarto, mas não é isso que importa agora.

Rowan estremeceu quando os lábios de Breck desceram contra sua testa. O


instinto a fez tentar se afastar, mas ele falou contra ela. — Fique quieta. Eu não estou
tentando tirar vantagem de você, Houdini. Quero ver se você se está quente.

Decepção não tinha desculpa para o sentimento que disparou através dela.

— Você está ardendo em febre, querida. Você precisa ir pra cama.

Outro tijolo rachou na parede que ela tentou manter entre eles. — Eu vou ficar
bem.

— Assim como seus hóspedes. Você precisa descansar.

Parte dela queria discutir. Queria dizer a ele que podia fazê-lo por conta própria,
porque ela podia. Ela sabia disso. Não era o fato de precisar de alguém... Era sobre
querer alguém. Alguém que estivesse lá para ela. Ela sabia que Sidney faria o mesmo.
Kade, Jace, Betsy, mas era diferente com Breck e dane-se se não se sentia bem. — E os
hóspedes? Este é o meu trabalho. Eu preciso me acostumar com isso.

Breck não tinha se afastado dela. Ele ainda estava tão perto que ela podia senti-
lo. Sentir o cheiro dele. E aquilo realmente ajudou.

— Eu sei que pode ser um choque, mas há momentos em que me ter por perto
realmente vem a calhar. Quero dizer, além do fato de que eu sou lindo e um bom
partido.

Rowan riu, o que fez disparar a dor em sua cabeça. — Oh Deus. Isso dói. Não
me faça rir.

— É isso aí. Vou levá-la para a cama. — Suas palavras a fizeram sentir quente,
embora ela estivesse tão fria.

Rowan não discutiu quando Breck a ergueu em seus braços. Ela não se deixou
pensar, apenas colocou os braços ao redor de seu pescoço e colocou a cabeça contra seu
peito. Sentiu-se bem. De uma maneira que ela estava com medo de dissecar. Tudo que
ela sabia era que ele queria estar aqui para ela e ela queria deixá-lo. Pela primeira vez
ela queria depender de alguém.

Ela não tinha percebido como estava cansada, até que ele começou a andar.
Sentia-se sem peso. Como se ela não pudesse se manter por si própria, mesmo se
tentasse.

— O quarto...

— Eu vou cuidar disso.

— Jantar...

— São nove da manhã. Eu vou dar um jeito.

— E sobre...

— Shh. — Breck a silenciou. — Você vai descansar, certo? Eu vou cuidar de


tudo.

Descansar. Sim, ela precisava descansar. Rowan fechou os olhos. Sentiu Breck
deitá-la na cama. Cobertores. Sim, ela estava com frio. Muito frio.

— Eu já volto.

Parecia apenas um segundo quando ele disse. — Abra a boca, querida. Eu quero
medir a sua temperatura.

Ela fez o que ele disse a ela. Breck amaldiçoou. — 38.9o C. Você tem uma
aspirina?

Com aquilo, ela se levantou. Mais dor em sua cabeça. — Não, não. Tylenol. Isso
é tudo que eu posso tomar. — Ela leu e descobriu que era a única coisa segura durante
a gravidez. — A aspirina me dá dor de estômago. — Mais mentiras.

— Onde está o Tylenol? — Perguntou ele, de costas para ela.

— Meu armário do banheiro. — Com isso, ela se deitou novamente. Breck


trouxe o remédio e água.

— Se a febre subir mais, vou te levar ao médico. — Ele disse a ela e mesmo ela
se sentindo muito mal, ela sorriu.

— Tudo bem. — Ela não iria discutir com ele. Era melhor para o bebê.

— Durma. Eu estarei de volta para verificar você em pouco tempo. — Seus


lábios pressionaram contra sua testa novamente. Passos se afastando.
— Espere. — Ela sussurrou. — Você não está doente também?

— Eu estou bem. Vamos apenas nos preocupar com você. — Houve um clique
de uma porta se fechando e o mundo de Rowan ficou escuro.

— Abra. Preciso tirar sua temperatura novamente.

Rowan ouviu as palavras como se estivessem vindo de longe. Eles eram abafadas
e ela não podia ter certeza de que ela sequer as havia ouvido, mas seus olhos doíam
muito para olhar, então ela só abriu a boca. Fechou quando o termômetro estava lá
dentro.

— Baixamos para 37.8o C. — A mão de Breck afastou os cabelos do rosto.


Rowan aninhou-se. — Tome mais dois comprimidos de Tylenol. — Ele deixou cair em
sua mão. Ela abriu os olhos apenas o suficiente para colocá-los na boca, beber e engolir
e, em seguida, eles fecharam novamente.

— Eu trouxe um visitante. Ela estava preocupada com você.

O ronronar a fez sorrir conforme Ace se aconchegava ao seu lado. Em seguida,


Rowan se afastou de novo...

***

— Mais uma vez, Houdini. — Ele sussurrou em seu ouvido, rompendo seu
sono.

Rowan deixou seus olhos se agitarem. Ela se sentia um pouco melhor, mas ainda
fora do ar. Seu corpo doía, mas parecia que a febre tinha ido embora. — Ei.

Breck se sentou na cama ao lado dela. — Aí está você. Parece que você está
voltando. — Como ele tinha feito antes, afastou os cabelos de seu rosto. Desta vez, ela
estava alerta o suficiente para vê-lo, enquanto ele fazia isso. Rowan estremeceu.

— Vamos verificar a sua temperatura novamente. Você não parece quente, mas
é melhor prevenir do que remediar.

Rowan lutou para encurralar as borboletas que travavam guerra em seu


estômago - de um lado emoção, do outro medo. — Eu posso fazer isso.

Desta vez, ela pegou o termômetro dele e o colocou em sua própria boca.
Quando ele apitou, ela verificou. — 37o C.

— Bom. — Breck inclinou-se e pegou uma tigela de sopa da mesa de cabeceira.


— O jantar foi ótimo. Simpática senhora e seu marido. Eu disse a eles sobre o Lucky’s.
Eles desceram por algumas horas e devem estar de volta em breve. Shakes esteve aqui
para o jantar também. Achei que você gostaria de saber. Imaginei que estaria
preocupada, uma vez que você não o tem visto há alguns dias. Ele estava preocupado
como o inferno. Veio verificá-la duas vezes, mas você estava dormindo.

Rowan não tinha certeza se havia mais alguma parede. Breck tinha a derrubado
no chão. O tipo de cara que ela nunca pensou que ela gostaria. Mulherengo que jogava
pôquer para viver e nunca quis uma esposa ou filhos. Quem gostava de viajar e tinha
um estilo de vida quase transitória. O mesmo homem que havia tomado conta dela o
dia todo. Quem pescou com ela em um silêncio confortável. Que havia se tornado seu
amigo... Todas as coisas que ela sempre quis.

Com as mãos trêmulas, ela pegou a tigela e tomou o caldo com uma colher. Era
de galinha e macarrão, a sua favorita. Ela gemeu. — Esta é delicioso. Onde você
conseguiu isso?

Breck encolheu os ombros. — Eu sou um homem de muitos talentos, Houdini.

Ela quase se engasgou com o próximo gole de caldo. — Você cozinhou isso? O
macarrão parece caseiro.

— E é. Eu não poderia dar a Destiny Knocks uma reputação ruim, poderia?


Você nunca iria me perdoar.

Agora ele passou com um trator sobre os escombros, que costumavam ser a
parede. — Você cozinha?

— Sim. Minha mãe trabalhava muito, por isso veio a calhar. Ela gostava de
cozinhar, e quando ela estava de folga, ela me ensinava. Era a nossa coisa. Eu não faço
muito mais isso... — Ele virou-se, sua mão esfregando Ace, que ainda estava ao seu
lado.

O peito de Rowan expandiu. — Está delicioso. Obrigada.

— Não tem problema. Eu também chamei alguém sobre o porão. A janela está
arrumada. Porém, ele precisa de alguns melhoramentos, querida. Precisamos verificar
isso.

Ela assentiu embora não conseguisse pensar em nada agora. Nada além do fato
de que ele não tinha apenas cuidado dela e seus hóspedes, mas da sua casa também.
Como uma espécie de marido...

— Parece que você vai desmaiar. Eu vou deixar você descansar um pouco mais.
Eu estou fazendo bolo de cenoura para mais tarde. Você me transformou em uma dona
de casa — Breck se levantou e ela queria pedir-lhe para ficar, mas não conseguiu fazer
isso.

Ele chegou à porta antes de ela dizer. — Espere!


Ele parou e se virou. — Sim?

— Obrigada... Por tudo. Por ser meu amigo e cuidar da minha casa... E de mim.
Isto significa...

— Shh. — Disse ele. — Talvez eu tenha um motivo oculto. Da próxima vez que
brincarmos de médico, vai ser muito mais divertido.

Com isso, ele fechou a porta, mas Rowan não conseguia desviar o olhar. Ela
realmente foi e fez isso. Ela havia se apaixonado por alguém que também se tornou um
de seus amigos mais próximos. O pai de seu bebê. Três das coisas que ela sempre quis,
ela encontrou em Breck Wilder.

Era tudo uma mentira. E ela não tinha ninguém para culpar além de si mesma.

Ela colocou a tigela para baixo, se enrolou com Ace, e chorou.


Capítulo Quatorze

N a manhã seguinte, Breck estava deitado

na cama, pensando em Rowan. Ele se levantou para tomar banho e pensou nela.
Vestiu-se e pensou nela. Considerou se barbear, mas depois se lembrou de como ela
esfregou seu rosto com barba por fazer e decidiu mantê-lo.

Ele estava plenamente consciente de repente ele tinha transformado em um tolo


emotivo, mas ele não podia evitar. Tudo o que podia pensar era como miserável que
ela parecia. Como quando ele foi verificá-la e a ouviu gemer durante o sono, como ele
estava preocupado. Nada como um resfriado para fazer você perceber o quanto você se
preocupa com alguém.

Sim, definitivamente, um tolo.

Não era como se ela tivesse alguma doença horrível ou qualquer coisa. Ele
estava de ressaca como o inferno quando ele tinha acordado também, mas nada disso
teve importância quando ele viu como ela estava doente.

E ele gostou. Ele não tinha mimado ninguém desde Bailey e ele realmente
gostava de cuidar dela. Gostou muito de conversar com os hóspedes na pousada.

Ele não esperava nenhuma dessas coisas, mas decidiu continuar com isso. Então,
foi o que ele fez. Seguir seu instinto para cuidar da pousada e de Rowan. Por mais que
odiasse admitir, Jace tinha razão. Ele não ia segurar mais. Ele iria deixar e ver aonde
isso iria dar.
Isso poderia funcionar, se ela quisesse. Não era o mesmo que com Bailey. Ele
não estava passando por cima de quem ele era. Ele ainda podia jogar pôquer, se ela não
se importasse com as viagens. O benefício de seu trabalho era que não importava onde
ele morava. Não importa para você. Mas será que importa para ela?

Breck empurrou esse pensamento de lado. Ele não gostava da ideia de ela
comandar este lugar sozinha. O que ela teria feito se ele não estivesse aqui ontem? Não
iria incomodá-lo estar em casa com mais frequência. Claro, ele se sentia inquieto ao
longo do tempo, mas isso era normal. Eles podem fazer funcionar. Inferno, talvez ela
ainda quisesse ir com ele.

Agora ele tinha a esperança de que ele não estivesse fazendo algo sem pensar.

Ele era conhecido por fazer isso.

Breck saiu pela porta e desceu as escadas. Quando ele se aproximou da sala de
jantar, as vozes o fizeram parar.

— Eu quero pedir desculpas mais uma vez por estar indisponíveis ontem. —
Essa era de Rowan.

— Não, não. Não se preocupe com isso. Tudo foi fantástico. — Breck sorriu
para a resposta da outra mulher.

— Eu estou tão contente de ouvir isso.

— Esta pequena cidade é tão doce. Nós realmente gostamos da noite passada no
Lucky’s e seu marido não poderia ter sido mais útil. Aquela sopa? Você é uma mulher
de sorte. Eu queria que meu marido pudesse cozinhar assim.

Breck se segurou, à espera de resposta de Rowan. Imaginou seu rosto, aquelas


sardas vermelho-escuras que combinavam com seu cabelo. Ele apostava que ela lambeu
os lábios. Inquieta. Será que ela vai corrigir a mulher em seu erro ou vai deixar pra lá?

Ele não podia esperar mais para descobrir.

Breck entrou na sala. — Sou bastante incrível, não sou, querida? — Ele passou o
braço em volta da cintura de Rowan e puxou-a para mais perto. Sua mão se encaixa
bem em seu quadril.

Ela ficou apenas brevemente tensa, mas não teve a chance de falar porque sua
hóspede saltou pela primeira vez. — Um encanto, você. Vocês dois formam um casal
lindo.

— Eu tenho que concordar com você sobre isso — Breck acrescentou. Ele sabia
que Rowan iria matá-lo por isso mais tarde, mas ele não podia parar. Era muito
divertido. — Eu tive que persegui-la por um tempo, mas eventualmente, eu a peguei.
Sou um homem determinado.

Os músculos de Rowan se apertaram ainda mais.

— Oh! Isso é tão doce. Ele é um protetor, querida.

— Certa de novo. — Breck brincou.

Finalmente Rowan falou. — Ele é alguma coisa.

Breck reprimiu uma risada. Ela definitivamente iria matá-lo. Ele não podia
esperar. Ele adorava quando ela ficava ardente com ele.

Com um sorriso, a mulher de cabelos escuros recuou. — Eu vou encontrar o


meu Bill. Vocês dois tenham um dia maravilhoso e obrigada mais uma vez por tudo.

— Obrigado. Foi um prazer e nós esperamos que vocês nos considerem


novamente se estiverem na área. — Rowan virou-se e acenou. No momento em que a
porta da frente fechou, ela bateu em seu braço.

Ele riu. — O que eu fiz?

— Se eles voltarem, eu vou ter que explicar a eles onde você está!

Breck sorriu. — Talvez você não vá precisar. — Ele se afastou dela, observando
sua reação. Seus olhos se arregalaram, mas ela não falou. — Eu estou morrendo de
fome. — Acrescentou rapidamente. — Você quer que eu faça o café da manhã?

— Isso é tudo que você tem a dizer? Você é muito impulsivo, Breck.

Havia uma ponta de seriedade em sua voz, mas ela sorriu para ele também.

— Está tudo bem. Não é uma grande coisa, querida. Eu prometo a você, não é o
fim do mundo.

Rowan suspirou e seguiu para a cozinha. Eles fizeram panquecas e comeram


juntos. Ela disse que queria a conta do conserto do porão e Breck fingiu que daria a ela.
Ele sabia que o dinheiro estava curto para ela e o fato era que para ele não. Ele não se
importava ajudá-la. Ele gostava.

Uma vez que os pratos estavam vazios, Rowan afastou-se. Ele podia ver as rodas
girando em sua cabeça e não sabia se isso era uma coisa boa ou não.

— Eu queria agradecer mais uma vez. Não apenas por ontem, mas por tudo.
Você foi ótimo, Breck.

Essas palavras o atingiram no peito. — Desculpe-me? Eu não ouvi direito.


— Você é uma criança.

— Você gosta disso. E não há razão para me agradecer. Eu gosto. Eu gosto de


estar aqui. Você pode não ser capaz de se livrar de mim. — Ele tentou rir essas
palavras, apenas testando as águas para ver como ela iria reagir.

Ela sorriu. Não era um sorriso enorme, mas estava lá e ele tomou isso como um
bom sinal. Ainda assim, ele viu a cautela em seus olhos. Como ela o estudou como se
estivesse esperando o soco que não ia dar. — Como se um figurão como você gostaria
de ficar em uma pequena cidade como Shamrock Falls.

— Talvez eu tenha uma razão.

Ela olhou para baixo e ele não podia evitar, mas se perguntar o que ela estava
pensando. — Eu estava pensando... Talvez pudéssemos jantar juntos esta noite.

— Jantamos juntos todas as noites. — Ele se sentia como um idiota


pressionando-a, mas ele precisava. Ambos precisavam daquilo, porque ele queria seguir
em frente com ela, mas ambos eram teimosos e ele ainda tinha aquela voz em sua
cabeça que ele não podia calar. Se ele a pressionasse, talvez ela o pressionasse de volta
quando ele precisasse.

Rowan pegou os pratos e entrou na cozinha, Breck bem atrás dela. Ela os
colocou sobre o balcão, de costas para ele e dane-se se ele pudesse parar de pé direto
contra ela - a sua frente para as costas dela.

E ela se apoiou nele. Os ombros em seu peito. Seus quadris bem onde ele poderia
agarrá-los, e ele fez. Seu traseiro cheio de curvas bem onde ele gostava muito.

— Você sabe o que quero dizer. — Ele não esperava que ela fosse a primeira a
falar sobre o que era.

— Eu sei, e eu adoraria jantar com você, querida. Aonde você quer ir? — Breck
se inclinou para frente, então sua boca estava ao seu ouvido. Ele inalou o cheiro do seu
cabelo e sua pele. Rowan virou um pouco e seus lábios acabaram tão perto dos dele.

— Aqui. Precisamos ficar aqui.

Ele gostou da ideia. — Perfeito.

Breck se inclinou, seus lábios tão perto de sua boca, ele podia sentir sua
respiração. Ele não iria parar dessa vez. Ele precisava beijá-la novamente. Precisava
arrastar a língua para baixo da linha do queixo como fez naquela primeira noite. Ele
queria que ela se desfizesse em seus braços novamente, porque ele nunca tinha visto
nada tão bonito como Rowan ter seu prazer. Lembrou-se do rubor de suas bochechas e
suas unhas enquanto elas cavavam em sua pele. Como lisa e perfeita era a sensação de
estar dentro dela. Ela se ajustava nele. Dane-se se ela não se sentia como se fosse feita
para estar com ele.

— Nós precisamos conversar, Breck. Há algo... Eu tenho que lhe dizer algo
importante, antes de ir mais longe.

— A conversa pode esperar.

— Estou com medo. — Ela sussurrou. Ele queria beijar aquele medo para longe.

— Não há nenhuma razão para ter medo. Eu não vou te machucar. Apenas
relaxe e deixe-se sentir, Houdini.

Ela mordeu o lábio, mas deu um pequeno aceno de cabeça. Ele sabia que ela o
queria fisicamente, podia ver isso em seus olhos, mas essa pequena decisão, a confiança
que ela deu, significava o mundo para ele.

Eles já tinham perdido muito tempo. Breck colocou a mão em concha em seu
rosto e virou-a, e, em seguida, sua boca encontrou a dela. Ele brincava com os lábios
abertos muito lentamente. Não foi como o beijo rápido, frenético que tinham
compartilhado em Las Vegas. Saboreou-a. Tudo sobre ela - mordiscou os lábios
explorando todas as fendas de sua boca.

Rowan fez o mesmo, puxando seu cabelo e dane-se se ela não gemeu.

Foi lindo.

Breck deslizou a outra mão até a parte baixa de suas costas, puxando-a contra
ele. Ele a queria tão perto quanto ela pudesse estar. Ele queria estar envolto dentro
dela.

Rowan deu outro pequeno gemido e, em seguida, a porta bateu e eles se


afastaram.

— Eu não estou interrompendo nada, estou? — Shakes cambaleou para dentro


com um grande sorriso bobo no seu rosto envelhecido. Breck queria ficar bravo com o
homem mais velho, mas não conseguiu. Ele era extremamente simpático.

— Você quer que eu responda isso honestamente?

— Breck. — Rowan chiou, mas ela tinha as mãos fechadas em sua camisa e não
soltava. Ele não tinha certeza de que ele queria que ela soltasse e chocou o inferno fora
dele que isso não o assustou. Se ela acabasse o querendo do jeito que ele a queria, ele
não iria deixar nada ficar entre eles.

E todas as vezes que ele achava que tinha má sorte com as mulheres, ele pensou
que talvez fosse apenas porque não era ela.
— Eu esqueci que você estava vindo. — Rowan se afastou dele. — E o jantar...
Você está pensando em ficar aqui?

Ele pensou ter ouvido decepção em sua voz. Ele sabia que ele sentia, mas então
Shakes disse. — Não, não. Eu estou bem esta noite. Vou para Mae. A mulher louca
não aceitaria um não como resposta!

— Quem é Mae? — Perguntou Breck.

— A tia de Sidney. — Disse Rowan. — Você tem certeza, Shakes? Você sabe
que você é sempre bem vindo aqui.

Rowan se aproximou de Shakes e colocou a mão em seu ombro. O outro homem


agarrou-a e apertou. — Tenho certeza, garota. Você faz o suficiente por mim.

— Eu adoro fazer isso, você sabe. Você é minha única família aqui. — Sua voz
se suavizou. Breck sabia que ela realmente não tinha parentesco com ele, mas era claro
quanto Shakes significava para ela.

O telefone tocou, interrompendo Rowan. Shakes acenou para ela e ela saiu do
balcão e passou para a outra sala para atender. Breck virou-se para Shakes que não
parecia mais tão feliz.

— Eu amo essa menina como uma filha. Ela é especial. Dá muito a todos em
sua vida e tem um grande coração. Não o quebre. Ame-a direito. Ela... Ela merece.

As palavras não surpreenderam Breck em tudo, mas a resposta dele sim. — Eu


não vou machucá-la.

— Ela merece o amor, então se você não puder dar isso a ela, afaste-se agora. —
Foi a única vez que Breck tinha ouvido a voz do homem mais firme. Naquele
momento, você não saberia que seu apelido era Shakes.

Quando Breck começou a responder, Shakes balançou a cabeça. — Só faça o


bem por ela.

— Eu vou. — Breck disse. — E ei, não me deixe interromper sua rotina. Se você
veio para passar um tempo com ela, você é bem-vindo.

— Eu sei, mas parece-me que vocês dois têm algumas coisas para trabalhar. A
coisa mais importante aqui é a menina. Você só cuide dela, ou você vai ter que lidar
comigo. — Com isso, ele se virou e saiu.

***

Rowan nunca tinha estado tão nervosa em sua vida. Era isso. Esta noite ela
estaria dizendo Breck algo que poderia, finalmente, fazê-lo afastar-se dela. Afastar-se
deles. De volta à sua vida de liberdade que ele obviamente amava. O pensamento
balançou suas vísceras, afundando tanto seu coração quanto sua mente.

Mas ela tinha que fazê-lo. Não só porque Breck merecia saber e o bebê merecia
ter um pai, mas porque era a única maneira de eles terem uma chance de avançar. Se
ele ainda quisesse uma chance.

E se ele não quisesse uma chance?

Ou se ele ficasse apenas pelo o bebê? Sentindo-se obrigado a ficar com ela?

Rowan abriu a geladeira e colocou a tigela dentro, tentando distrair-se. Ela


decidiu fazer frango parmesão, salada Caesar, e pão de alho caseiro. Ela esperava
Breck que gostasse.

Ele tinha saído há pouco tempo para ver Jace e ela estava agradecida. Rowan
precisava desse tempo para colocar a cabeça no lugar. Quando ela olhou para o balcão,
ela se lembrou de seu beijo - a maneira como seu corpo moldava perfeitamente ao dela.
Ela beijou poucos homens em sua vida e nenhum deles a fez sentir da maneira que
Breck fez quando seus lábios possuíam os dela. Isso fez os dedos de seus pés enrolarem,
seu coração bater, tudo dentro dela querer mais, mais, mais.

O que foi, provavelmente, como eles tinham conseguido chegar nesta situação,
em primeiro lugar. Seus lábios tinham sido suaves conforme a beijavam em toda parte.
Sua pele queimava com as memórias.

Definitivamente não é o que ela precisava estar pensando agora.

Rowan verificou o relógio e viu que ela ainda tinha 20 minutos. Era ridículo
mas, ela correu para cima para se trocar. Rowan colocou sua camisa preta favorita. Ela
moldava ao seu corpo e olhando para baixo, viu a pequena elevação em sua barriga,
que era o seu bebê. Não era grande. Ninguém iria notar. Ainda faltava muito para isso,
mas aquilo fez sua névoa sobre os olhos. Ela teria sua própria família.

Rapidamente, Rowan vestiu um bom jeans, escovou os cabelos e colocou um par


de brincos. Ela não podia acreditar que ela estava se arrumando para jantar em sua
própria casa com um homem que estava aqui há mais de um mês, mas ela estava.

Assim que ela chegou ao fim da escada, seu celular tocou. O nome de Breck
brilhava na tela e isso fez borboletas voarem dentro dela.

— Olá.

— Ei, querida. Eu estou no meu caminho de volta. Você precisa que eu pegue
alguma coisa?
Rowan se inclinou contra a parede. Algo tão pequeno bateu em todos os lugares
que importavam. — Não... Eu estou bem. Obrigada.

— Não tem problema. Pensei em tentar marcar alguns pontos.

Ela sorriu, embora ele não pudesse vê-la. — Você não marcou bastante
ultimamente?

— Eu não sei. Você me diz.

Tum, tum, tum. Seu coração quase bateu para fora de seu peito. — Sempre
flertando.

— Vou tomar isso como um sim. Vejo você em cerca de cinco minutos,
Houdini. — Houve riso em sua voz, antes que ele desligasse.

Rowan colocou o telefone em cima da mesa e tomou algumas respirações


profundas para se preparar para a conversa mais importante de sua vida.

***

— Estava delicioso. — Breck disse a ela enquanto abaixava o garfo. Eles


conversaram sobre nada importante, enquanto comiam - o clima, pesca, culinária.

Seu estômago estava em nós e não do tipo bom. Era hora de abrir a boca e dizer-
lhe o que ela precisava, mas em vez disso ela disse: — Eu vou colocar os pratos na
cozinha e então talvez possamos acender a lareira novamente?

Ela diria a ele lá. Isso era melhor - mais pessoal do que sentados em frente à
mesa extragrande.

Rowan levantou-se e Breck a seguiu. Ele fez isso antes que ela tivesse a chance
de se mover, arrancou o prato da sua mão e deixou seus dedos à deriva em seu braço.
O material de sua camisa estava entre eles, mas sua mão ainda deixou um rastro
escaldante em sua trilha.

— Por que você me chamou para jantar hoje à noite, querida?

Ela observou-o respirá-la e foi uma das coisas mais sexys que ela já tinha visto.
Como se ele não conseguisse o suficiente dela. Breck fechou os olhos e beijou o canto
de sua boca.

— Há algo que eu preciso falar com você. — Outro beijo. Seus ossos
derreteram, escorriam até ao chão em uma poça.

— Breck... — Ela sussurrou, sabendo que se ela não tomasse o controle, ela não
faria o que precisava. — Eu primeiro. É realmente importante.
Um estrondo na porta a fez saltar. — Oh meu Deus. Isso realmente me assustou.
— Ela apertou seu peito.

— Tão embrulhada em mim, não é? — Breck deu aquele sorriso que ela amava.

— Segure esse pensamento, cabeção. Eu vou atender a porta. — Ela esperava...


Rezava que não fosse Shakes ou qualquer outra pessoa que iria interromper a sua noite.
Ela precisava fazer isso antes que perdesse a coragem.

Breck se aproximou por trás dela conforme ela abria a porta. Kade, Sidney,
Betsy, e Jace todos estavam do outro lado com expressões sérias. O peso sobre o peito
de Rowan imediatamente começou a esmagá-la. — O que há de errado? — Ela
perguntou.

Breck agarrou seus ombros por trás, como se ele soubesse que ela iria precisar de
apoio. Rowan deixou-se inclinar contra ele, muito grata por tê-lo lá.

— Querida. — Sidney começou, mas cortou. Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
Sidney entrou e a abraçou, apertou tudo fora dela e Rowan começou a chorar também.

O que quer que fosse a mudaria para sempre.

Os outros três entraram. Kade tocou a parte traseira de sua cabeça. Puxou ela e
Sidney para ele e Rowan não conseguia parar de se perguntar onde estava Breck. Ela
não o sentia mais a tocando. Ela precisava dele.

— Freckles. — Começou Kade. — Eles encontraram o corpo de Shakes,


querida. Tia Mae foi vê-lo. Eles acham que foi um ataque cardíaco.

Os joelhos de Rowan cederam. Um gemido escapou de sua boca.

Shakes. Shakes se foi.

Ela o conhecia toda a sua vida. Ele era como uma família para ela e agora ele se
foi.

Ela não sabia como ela saiu do abraço de Sidney e Kade, mas de repente Breck
estava lá. Levantando-a do chão. Quando ela acabou no chão? Seus braços foram ao
redor dela enquanto ele a pegou.

— Eu cuido dela. — Ela ouviu Breck dizer, mas ela não conseguia parar de
chorar. Não conseguia parar de enterrar o rosto em seu peito.

— Ela precisa de seus amigos. — Isto veio de Kade. Rowan queria dizer que ela
estava bem, que Breck era seu amigo, mas ela não era capaz de verbalizar.
— Deixe-o, Kade. Ele vai cuidar dela. — Jace o cortou. E então Breck estava
indo embora com ela. Subiram as escadas e ela chorava. Ele a deitou na cama. E ela
chorava.

Enrolou-se ao lado dela, os lábios em seu cabelo. — Shh. Eu estou aqui, querida.
Sinto muito. Muito mesmo, baby.

Mais lágrimas. Seu coração estava quebrando - desmoronando como uma casa
que está sendo demolida.

Shakes parecia como a única família que ela tinha perto. Ele sempre esteve lá,
jantando com ela, ou passando o tempo com sua família conforme ela cresceu. Outra
onda de choro saiu dela. Ele se foi. Ele a deixou. Como Shakes poderia morrer?

Breck se enrolou ao seu lado e puxou-a contra ele. Seus peito se tocaram sua
mão continuou se movendo. Continuou correndo pelo cabelo, pelas costas. As palavras
eram impossíveis então ela fechou seus punhos na camisa dele, tentando dizer o quanto
ela o apreciava. O quanto ela precisava dele. Que não havia mais ninguém no mundo
que ela preferiria ter com ela agora.

Tudo o que podia pensar era que Shakes se foi. Morto. Ela tinha perdido seus
pais, seus irmãos se afastaram, e agora alguém que significava muito para ela se foi. E
uma vez que ela admitisse sua traição para Breck... Ele poderia ir também.

Ela apertou com mais força. Abraçada tão perto quanto ela poderia e rezou para
não perder a outra pessoa nunca mais.
Capítulo Quinze

B reck não teve que abrir os olhos para saber

que o outro lado da cama estava vazio. Ele segurou-a durante horas na noite passada.
Ela só chorou por um curto período de tempo, mas ela não o soltou, e ele não a soltou
também. Rowan não falou, mas ele continuava dizendo a ela que estaria tudo bem.
Que ele estava lá para ela e que ele sentia muito.

Sentia muito mesmo. Ele não conhecia muito bem Shakes, mas ele podia ver o
quanto o homem mais velho amava Rowan e o quanto ela o amava também.

Abraçando-a, ele também percebeu que tinha se apaixonado por ela.

Não apenas se preocupava com ela. A mulher tinha tomado posse de seu
coração, e ele estava bem com isso. Inferno, ele estava em êxtase com isso.

Breck rolou, e se empurrou para fora da cama. Se ele a conhecesse, ela estaria na
cozinha, tentando fingir que estava tudo bem. Cuidando de negócios ao invés de cuidar
de si mesma.

Ele não estava surpreso ao descer as escadas e vê-la no telefone. Ela já tinha se
vestido para o dia e andava para trás e para frente. Ele podia dizer pela conversa que
ela estava fazendo arranjos para o funeral.
Quando ela desligou, Breck caminhou até ela e colocou os braços ao redor de
sua cintura. Rowan ficou tensa instantaneamente. Droga. — Hey. Como vai você hoje?
— Perguntou ele.

— Ocupada. — Ela apertou sua mão rapidamente e então se afastou. — O


funeral é depois de amanhã. Minha casa provavelmente estará cheia com metade da
cidade. Eu preciso ir às compras de supermercado para que eu possa começar a
cozinhar agora. — Seus olhos verdes não olharam para ele uma vez enquanto falava.

— Tem certeza que você quer cozinhar? Isso é muito para lidar agora. Eu posso
arrumar alguém para fazer...

— Não! — Ela cortou. — Você não precisa gastar dinheiro por mim. Eu tenho
tudo sob controle.

Dane-se se ele não queria fazer isso melhor para ela. Breck tentou mover-se em
direção a ela novamente, mas ela se esquivou dele e pegou as chaves. Ele estaria
mentindo se dissesse que não doeu. — Eu tenho muita coisa para fazer. — Ela moveu-
se para a porta da cozinha.

— Dê-me cinco minutos. Vou correr lá em cima, trocar de roupa e, em seguida,


vou às compras com você.

— Eu não posso... Eu... — Ela olhou para o chão, a dor aparecendo na queda
de seus ombros e a curva das costas. Mesmo na maneira como ela estava vestida com
um par de calças de moletom e uma camiseta.

— Querida.

— Sinto muito. Eu só... tenho que ir — Sem olhar para trás, ela correu para fora
da cozinha. Breck encostou-se ao balcão e tentou descobrir o que diabos aconteceu. E
tão egoísta como ele era, ele também não podia parar de se perguntar o que ela teria
dito na noite passada. Se talvez ela sentisse por ele o mesmo que ele sentia por ela.

***

Breck deixou Rowan ter o resto do dia para si mesma. Ela passou a maior parte
dele nas compras e depois foi direto para a cozinha. Ela se movia, como se estivesse no
piloto automático. Como um robô com nada emocional acontecendo por trás de seus
olhos, e aquilo o matou.

Ele não sabia o que fazer, se era mesmo o seu papel estar lá para ela, mas Cristo
era o que ele queria. Mas ele não queria piorar a situação, então, decidiu dar-lhe esse
primeiro dia. Mas quando ele saiu de sua cama na manhã seguinte, ele não estaria
dando a ela mais espaço.
Breck novamente encontrou-a na cozinha. Seus olhos estavam inchados, o rosto
rosado. Não como se tivesse chorado, mas como se ela estivesse exausta. Será que ela
não dormiu nada? Será que ela chorou ou se lamentou além da primeira noite?

— Bom dia. — Cansado de jogos, Breck se aproximou e beijou sua bochecha.


Rowan novamente congelou e ele tentou não levar para o lado pessoal. Ela estava
sofrendo. Ela tinha perdido alguém importante para ela.

Breck sentiu como se estivesse perdendo-a... Ainda que, alguma vez ele
realmente a teve?

— Ei. — Rowan ocupou-se de puxar os ingredientes para fora da despensa.

— O que estamos fazendo? — Perguntou Breck.

Ela espiou pela porta para ele. — Umm... eu estou fazendo sobremesas hoje.

— Nós.

— Desculpe-me?

— Nós estamos fazendo sobremesas hoje. — Breck disse a ela.

— Você não tem que ajudar.

— Eu nunca pensei que eu tinha que fazer, e você diz isso demais. Eu vou te
dizer mais uma vez: não há problema em aceitar a ajuda.

Ele esperou por isso. Para ela sorrir ou dar-lhe uma merda, mas se alguma coisa,
ela parecia ainda mais triste do que antes. Ele queria torná-lo melhor. Beijá-la, abraçá-
la e acariciar seus cabelos vermelhos.

— Obrigada. — Disse ela, ignorando a segunda metade do que ele disse.

— Rowan. Precisamos conversar, querida. Eu sei que você está sofrendo.

Ele só deu dois passos mais perto dela antes que ela levantasse a mão. — Eu não
posso. Não agora, Breck. Eu apenas não posso fazer isso agora.

Ele suspirou antes de caminhar até a pia para lavar as mãos. Realmente, tudo o
que ele queria fazer era envolver seus braços em volta dela. Encontrar uma maneira de
tirar toda a sua dor, se ela deixasse.

***

Sidney sentou-se de um lado de Rowan e Breck do outro, amontoados na parte


de trás do carro de Sidney, que Kade dirigia. O funeral tinha acabado de terminar e
agora todo mundo estava voltando para sua casa para celebrar a vida de Shakes.
Shakes. Amigo de seus pais. O homem que ela tinha conhecido toda a sua vida
estava morto.

Breck não tinha deixado seu lado em momento algum. Não era isso que ele veio
fazer aqui – não era o relaxamento ou a escapada que alguém iria querer - ainda assim,
sua mão estava fechada sobre a dela e tinha sido assim o dia todo. Era para fazê-la se
sentir melhor. De certa forma fez, de uma forma em geral, tudo o que fez foi fazer ela
se sentir mais culpada.

Ela se ajeitou na cadeira, tentando erguer discretamente a mão da dele, mas


Breck não a deixou ir. Isso a fez amá-lo mais.

— Como você está indo? — Disse Sidney ao seu lado. A forma como a amiga
perguntou, ela sabia que Sidney não quis dizer só sobre Shakes.

— Eu não sei — Rowan respondeu com sinceridade. Ela não tinha certeza de
que ela sabia de muita coisa mais. Ou talvez ela nunca soubesse.

Sidney suspirou e apoiou a cabeça no ombro de Rowan. — Eu acho que você


tem potencial para ter tudo o que você sempre quis e eu não poderia estar mais feliz por
você.

Rowan parou de respirar. Seus olhos correram para o lado, mas Breck não estava
prestando atenção a elas. Tinha se barbeado, seu rosto suave, queixo quadrado e forte.
E Deus, ela queria que ele a abraçasse novamente. Que dissesse a ela que tudo estaria
bem. Ela queria saber qual seria a sensação de ter a mão em sua barriga, enquanto
conversavam e sorriam com o bebê dentro. O bebê deles.

Rowan apertou a mão dele. Ele virou-se, dando-lhe o sorriso que sempre causou
arrepios nela. Ela queria devolvê-lo, para mostrar-lhe o quanto ele significava para ela,
mas ela não podia. Ela não merecia isso depois do modo que o traiu.

Kade entrou na entrada da garagem e estacionou em frente. Ela tinha duas


geladeiras cheias de comida para as pessoas que estariam bem atrás deles.

Ela tinha muito que fazer agora para perder-se em Breck e seus sonhos de uma
família real.

Ele abriu a porta para eles. Ela tentou não deixar que seus olhos ficassem. Doeu
olhá-lo, machucou pensar em perdê-lo da maneira que todos pareciam flutuar para fora
de sua vida.

Isso tudo pode acabar em breve.

Ela sabia que Sidney estava logo atrás dela enquanto se dirigia para a porta. Um
olhar para trás lhe disse Jace estacionou com Betsy. Os homens ficaram do lado de
fora, enquanto suas amigas a seguiram para dentro. Rowan imediatamente começou a
puxar recipientes embalados e pratos de comida fora da geladeira. — Eu já arrumei as
mesas. Eu coloquei uma etiqueta em cada um por isso sabemos o que colocar onde.

— Rowan. — Disse Sidney.

— Espero ter comida suficiente. Tenho certeza que a casa vai estar cheia.

— Freckles.

Rowan tentou ignorar a amiga. Ela precisava passar por isso. Não podia deixar-
se quebrar.

— Há pratos de papel e copos na garagem. Vou correr para pegá-los


rapidamente.

Mas ela não podia se mover porque Betsy a tinha agarrado e puxado para um
abraço. Aquilo a assustou tanto que Rowan não teve a chance de se afastar. Betsy
apertou-a com força e Rowan não conseguia parar abraça-la de volta.

Betsy não falou e nem ela. Quando ela sentiu seus olhos começarem a
lacrimejar, Rowan deu um pequeno aperto antes de se afastar. Ambas amigas olharam
para ela com os olhos molhados.

— Eu sei... Eu sei. Eu estou bem. Eu só tenho tanta coisa em minha mente com
Shakes, Breck e - Sim. Vai ficar tudo bem. Eu vou ficar bem. — Ela virou-se em direção
à garagem, mas até mesmo para seus próprios ouvidos, suas palavras soavam como
uma mentira.

***

— Bob Dylan! Venha aqui! — Rowan viu quando a tia de Sidney, Mae
perseguiu seu cão que por sua vez estava perseguindo Ace através de sua sala de estar.
Eles eram pequenos, então corriam espremidos ao redor dos pés das pessoas, sem que a
maioria deles percebesse. Ace subiu as escadas, mas Bob Dylan, estando um pouco
acima do peso, não poderia fazê-lo tão rapidamente. Tia Mae agarrou-o, abraçando-o
como se ele tivesse sido o único traumatizado em vez de Ace, enquanto o Velho
Senhor Wilson, que costumava ser o homem mais amargo na cidade e agora era o
namorado de Mae, preocupa-se sobre ela.

Foi a coisa mais linda que ela já tinha visto.

A casa de Rowan nunca esteve tão cheia. Ela desejava que fosse por um motivo
que ela pudesse desfrutar. Breck a tinha evitado a maior parte da tarde - ou talvez tenha
sido ela quem o evitou. Ela não podia dizer com certeza. Na verdade, ela só não queria
pensar sobre isso.
— Está completamente triste aqui dentro! — Tia Mae caminhou através da
multidão. A mulher de sessenta e poucos anos subiu na mesa de café da Rowan
(Rowan encolheu) e anunciou. — Shakes iria querer que isso fosse uma festa. Ninguém
amava esta cidade e as pessoas aqui da maneira que Shakes amava, e eu acho que é
uma vergonha estarmos andando e chorando ao invés de celebrar tudo o que ele foi
para nós.

Deixe para tia Mae dizer o que precisava ser dito. Ela ordenou a atenção de
todos na sala.

— Eu acho que eu vou primeiro. — Mae sorriu. — Eu lembro de uma vez – foi
há cerca de vinte anos atrás - nós tivemos uma tempestade muito ruim. Minha
caminhonete ficou presa na lama. Foi antes de todo mundo andar com telefones
ligados às suas cabeças e minha Sidney e eu estávamos sentadas no carro por uns bons
vinte minutos. Sid era jovem e eu não queria fazê-la andar na chuva. De repente,
alguém veio e bateu na janela. Eu não tenho nenhuma ideia de como ele sabia que
estávamos presas, mas Shakes nos levou para casa e, em seguida, pegou a caminhonete
quando a tempestade acabou. Homem incrível.

Tia Mae fungou, enxugou os olhos e, em seguida, Velho Senhor Wilson a


ajudou a descer da mesa.

Rowan ficou surpresa quando Amanda Baker deu um passo ao lado. Ela tinha a
idade de Rowan. Eles nunca realmente foram próximas e ela se vestia mais como se
estivesse indo para um clube ao invés de um funeral.

— Quando eu era criança, eu quebrei meu braço ao cair de uma árvore. Mamãe
estava feliz que eu estava bem, mas um pouco chateada porque ela me disse para não
subir lá. Paramos na lanchonete para pegar o jantar e eu estava chorando. Shakes me
comprou um milk-shake de morango, que sempre foi o meu favorito.

Velho Senhor Wilson falou em seguida.

— Shakes e eu costumávamos passar horas e horas pescando juntos. Ele estava


sempre lá quando eu precisava ir pescar e antes de minha esposa falecer, ele costuma
assumir a culpa quando ela ficava chateada se ficássemos fora por muito tempo. —

Sidney ficou de pé. — Quando eu voltei a Shamrock Falls pensando que era
apenas para um período de férias, Shakes sabia que eu ia ficar. Ele sabia que eu
pertencia a esse lugar antes mesmo que eu soubesse.

Rowan não conseguia parar de buscar Breck naquele momento. Seus olhos se
encontraram e ela se perguntou o que ele estava pensando. Perguntou-se se seria
possível que ele pertencesse a esse lugar, como Sidney pertencia.
Kade falou sobre como Shakes, por vezes, poderia chegar no pior momento, mas
outras vezes ele vinha justamente quando ele era necessário. E assim por diante. As
pessoas falavam sobre como Shakes havia impactado suas vidas. Rowan tinha tantas
histórias que poderia contar. Por que não podia fazer qualquer uma delas sair?

Tia Mae olhou para ela, balançando a cabeça como se quisesse dizer para
Rowan ter a sua chance, mas ela não podia.

De repente, ela desejou que tivesse contato a ele sobre o bebê. Ela tinha estado
perto de fazê-lo naquela noite na varanda, quando pensou que Breck estava flertando
com sua hóspede, mas ela não contou. Ela tinha dado a ele respostas superficiais,
apenas como se ela tivesse um grande problema. Não sabia o que fazer. Assim por
diante e assim por diante. E ele tinha dado seu apoio e fé em apenas isso. Mas ele teria
adorado saber que ela seria mãe.

Agora, ela nunca poderia dizer-lhe, porque ela tinha escolhido manter tudo para
si mesma.

O choro tentou se libertar, mas Rowan mordeu-o de volta para baixo. Ela se
virou para ir embora e correu batendo no peito de Breck. Ele pegou a mão dela, mas ela
escapou à sua volta e se afastou. Ela não podia fazer isso.
Capítulo Dezesseis

B reck inclinou-se na soleira da porta da

casa, Rowan estava no quintal dizendo adeus ao último dos convidados. Ele odiava
que ela estivesse lá fora no frio. Cada dia que passava, parecia ficar mais e mais frio em
Shamrock Falls.

Seus amigos ainda estavam na casa e ele não podia evitar, mas esperava que
fossem embora em breve. Havia tantas coisas que queria dizer para a mulher, mas não
sabia por onde começar. Tudo o que ele podia fazer era vê-la até que ouviu alguém
andando atrás dele.

Ele se virou para ver Kade.

Ele esperava uma conversa em algum momento ou outro. Ele descobriu que
agora era o melhor, enquanto ela estava ocupada e não saberia.

— Lá atrás. — Foi tudo que Breck disse. Ele atravessou a cozinha, Kade não
muito atrás dele. Eles saíram para a varanda de trás, longe de ouvidos ou olhos
indiscretos.

— Ela é uma boa mulher — Kade começou.

— Você acha que eu não sei disso?

— Ela é minha melhor amiga.


— Você acha que eu não sei isso também? Nós conversamos, sabia? — Por um
lado, ele apreciava seu amigo intercedendo por ela, mas o incomodava muito.
Ninguém precisava proteger Rowan dele e se alguém tivesse que proteger, ele queria
que fosse ele.

Como se eles soubessem que algo estava acontecendo, Jace e Sidney se


aproximaram por trás dele. Betsy ficou de fora no fundo.

— Nós a amamos. Nós apenas não queremos que ela se machuque. — Isto veio
de Sidney.

Jace deu um passo para perto — Vocês precisam se afastar. Breck sabe o que está
fazendo. — Jace olhou para ele como se desse a Breck um aviso para não fazer dele um
mentiroso.

— Nós não podemos nos afastar. Você não entende, Jace. Você não sabe tudo.
— Sidney interrompeu.

Ah, então Rowan havia dito a seus amigos sobre Vegas e agora eles queriam
defendê-la.

— Ainda assim, não é da nossa conta. — Jace disse simplesmente.

Breck tinha tido o suficiente sobre isso. Tudo o que importava agora era Rowan
e a última coisa que ela precisava era que eles brigassem por ela.

— Ela é adulta. O que há entre nós é o nosso negócio...

— Mas... — Sidney tentou cortá-lo.

— Mas eu gosto do fato de vocês se preocuparem com ela. Estou feliz que ela os
tem, mas vocês não precisam protegê-la de mim. Eu estou apaixonado por ela. — Foi a
primeira vez que ele falou essas palavras em voz alta desde Bailey. Seu pulso pulou,
mas não sabia se era medo, excitação ou uma combinação dos dois. — Eu a amo. —
Disse ele novamente, testando as palavras em sua língua.

As mãos de Sidney foi para a sua boca e ela começou a chorar. Kade cruzou os
braços, acenando com a cabeça como se ele apreciasse o gesto, mas ainda não tinha
certeza se ele acreditava.

Jace deu um tapa nas costas dele, sorrindo. Foi bom ter o apoio de seu amigo.

— Agora, se vocês me dão licença, eu vou encontrar Houdini. Se estiver tudo


bem com ela, eu apreciaria um pouco de espaço esta noite. Ela precisa chorar e ela
precisa de alguém para cuidar dela, nada do que está acontecendo agora.

Breck caminhou de volta para dentro para encontrar a sua mulher, mesmo que
ela não soubesse ainda que ela era sua.
Rowan fechou a porta atrás de seus amigos, então se inclinou contra ela e
respirou fundo. Breck estava entre ela e a sala de jantar, não a ponto de deixá-la escapar
novamente. — Como você está, Houdini? — Ele tentou ser leve, mas sua voz soou
áspera até mesmo para seus próprios ouvidos. Aquilo tinha sido difícil para todos eles.

— Bem. Estou temendo ir lá e limpar a cozinha.

— Então, não vá. — Breck entrou na frente dela. Ele enfiou o dedo sob o queixo
e inclinou a cabeça para que ela olhasse para ele. — Eu sei que este não é o melhor
momento para fazer isso, mas eu preciso saber por que você está me evitando.

— Eu não estou. — Ela balançou a cabeça.

— Você e eu sabemos que isso não é realmente o que importa agora. Você está
ferida. Eu percebo isso. Eu não quero nada mais do que estar aqui para você, mas eu
não posso fazer isso se você não se deixa olhar nos olhos. Olhe para mim, querida.

Seus olhos se fecharam.

— Olhe para mim. — Ele implorou.

Seus olhos se agitaram, mas ela fez o que ele pediu. Quando ela olhou para ele,
viu que seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Cristo, venha aqui. — Breck puxou-a para seu peito. — Não há problema em
se deixar ir, você sabe. Você não tem que fazer isso sozinha.

— Não? — Ela sussurrou e essas palavras partiram seu coração. — Eu sempre


me senti tão sozinha...

— Não. Você não está sozinha. Você tem tanta gente aqui para você. Você tem
Sidney... Kade.

— Eles não precisam de mim. Eles têm um ao outro. Kade vai cuidar dela e ela
dele.

— Jace... Betsy.

Eu.

Ela balançou a cabeça. Ele não sabia por que eles não fariam. Ele queria dizer
que ela tinha sua família, mas inferno, ele nem sequer sabe onde seus irmãos estavam.
Ele deveria ter perguntado. Todo esse tempo e ele ainda não tinha feito a ela uma
simples pergunta.

Um irmão estava em Nevada, mas o que dizer do resto?

— Eu não quero perder mais ninguém. Eu não quero...


— Shh. — Breck esfregou a mão para cima e para baixo suas costas. — Você
não vai perder mais ninguém, querida. Há tantas pessoas que te amam.

Ele a amava, mas assustou o inferno fora dele lhe dizer isso agora. Ele não
queria estragar tudo.

— Sinto muito. Eu sinto muito — Disse ela em seu peito e ele a apertou. Ele
não sabia por que ela estava se desculpando, mas Breck lhe disse repetidas vezes que
estava tudo bem.

— Eu só queria... Deus, eu apenas sempre quis a minha vez. Alguém que me


amasse por completo. Eu fiz uma confusão.

Ela estava divagando e ele não sabia de onde aquilo veio, mas ela obviamente
precisava desabafar e ele a deixou, dizendo-lhe que estaria tudo bem mais e mais. — As
pessoas te amam.

Rowan se afastou o suficiente para olhar para ele. Seus olhos estavam
vermelhos. O rosto molhado. — Eu queria o que Sidney e Kade tem. Eu sempre quis
alguém com quem eu pudesse ir pescar e rir. Alguém que me amasse e então... Então
estraguei tudo e, em seguida, eu não podia mais fazer isso. Eu queria fazer a coisa
certa... E então Shakes... E tudo o que posso pensar é...

Ela parava de falar cada vez que começava uma frase. Não era possível obter as
palavras passando as lágrimas. Breck não sabia o que isso tinha a ver com Shakes, mas
ele tinha a maldita certeza que amava sua mulher e queria que ela soubesse disso.

Melhor hora ou não, ele precisava que ela soubesse.

— Esse sou eu. Deixe-me ser o único a dar isso a você.

Ele nunca sentiu o corpo dela enrijecer tão rapidamente. — Eu...

Breck passou as mãos por seus cabelos. Pelo rosto, apenas necessitando tocá-la.
— Deixe-me te amar. — Com isso, ele cobriu sua boca com a dele. Ele provou as
lágrimas. Ele esperava como o inferno que ele não estivesse fazendo a coisa errada
aqui.

Todo o corpo de Rowan se afrouxou contra ele. Seus braços em volta do seu
pescoço e isso o fez urgente. Disse-lhe que ela precisava disso tanto quanto ele.

Breck a pegou. Suas pernas em volta de sua cintura. Ele não parou de beijá-la
enquanto subia as escadas. Ele segurou seu traseiro, segurando e beijando-a. Sentia-se
tão bem, tão bem em seus braços. Ele não poderia imaginar não tê-la aqui. Não poderia
imaginar qualquer outra pessoa em seu lugar.
Rowan deslizou para baixo de seu corpo e se apoiou em seus pés. A boca dele se
arrastou mais baixo em seu pescoço, beijando-a atrás da orelha. Ele queria a sua boca
em todos os lugares dela. Queria abraçá-la e falar com ela. Queria tudo.

— Breck... — Disse ela, deixando a cabeça cair para trás para lhe dar melhor
acesso. Breck aproveitou. Ele era provavelmente o maior idiota do mundo para fazer
isso agora, mas ele não estava mentindo quando disse que queria amá-la. E agora ele
queria mostrar a ela o quanto.

— Eu tenho sido tão horrível para você. Eu... Por favor.

Nada mais importava agora. Nada além deles. — Está tudo bem. Eu não vou a
lugar nenhum. Eu vou deixar me compensar.

Quando ele deu a ela seu sorriso, ela devolveu. Breck pressionou seus lábios nos
dela novamente.

***

Isto foi tão diferente de sua primeira vez. Não houve movimentos apressados.
Sem roupas sendo jogadas. Breck a beijou suavemente... Ternamente. Enxugou as
lágrimas, aquelas que derramou por causa de como ela o enganou. Ele beijou-as.

Ele lentamente desabotoou a blusa. Beijou cada ombro, moveu as alças do sutiã,
antes de deslizar para baixo os braços.

Rowan tremia por dentro e por fora. Seu coração explodia de amor por este
homem. O sutiã caiu no chão. Breck caiu de joelhos, beijando sua barriga enquanto ele
desabotoava a calça. Isso a fez sentir-se ansiosa e triste ao mesmo tempo. Ela amava
seus lábios ali, onde o bebê estava, mas Deus, que tipo de pessoa era ela que ela ainda
não tinha contado a ele?

Quando seus dedos alcançaram em sua calcinha, ela não conseguia pensar em
mais nada. Ela passou as mãos pelo cabelo.

— Você tem certeza? — Breck sussurrou contra sua pele sensível. — Isto pode
não ser o melhor momento para...

— Por favor — Murmurou Rowan. Ela olhou para ele, Breck olhando para ela,
e ela nunca tinha estado mais segura de nada em sua vida. — Sim. Eu preciso de você.

E então ele sorriu. Deus, ela amava aquele sorriso.

Ele desceu sua calcinha por suas pernas e ela ajudou-o a despir-se. Breck beijou
quando ele a apoiou na cama. Prazer, amor, paixão tudo criou uma tempestade perfeita
dentro dela. A categoria cinco do furacão que ela esperava que não fosse destruí-los.
Então ele se deitou e cobriu o corpo dela com o dele e, mesmo que tivesse feito
isso antes, era diferente. Desta vez, eles estavam fazendo amor.

Rowan colocou a cabeça contra o peito de Breck. Ele tinha seu braço ao redor
dela, seus dedos fazendo círculos sobre sua pele nua. Esse sentimento excitante
disparou através dela, desde os dedos dos pés até o peito, tudo por causa de algo tão
simples como o toque dele.

Isso era a sensação de estar apaixonada. Ter a pessoa que significava mais para
você do que qualquer pessoa no mundo. Ela quis comemorar e amaldiçoar ao mesmo
tempo. Queria admitir tudo, mas temia.

— Obrigada. — Foi o que ela estabeleceu.

Breck riu. — Eu sei que eu sou bom, mas isso não é motivo para me agradecer.

Ela não pôde deixar de sorrir também. O homem era louco. — Você sabe que
não é isso que quero dizer. Você foi incrível, Breck. Você já fez muito por mim. Você se
tornou meu amigo, meu...

— Amante? — Sua mão nunca parou de se mover.

— E mais. — Amante não era uma palavra forte o suficiente.

Breck rolou e se deitou em cima dela novamente. Um braço estava em ambos os


lados de sua cabeça enquanto olhava para ela. — Você não tem que me agradecer. Eu
estou onde eu quero estar. Eu nunca pensei... Eu não esperava estar aqui de novo, mas
eu estou e é o que eu quero. Eu estarei aqui para você sempre se você me deixar,
Houdini. Você lançou um feitiço em mim.

Ele a beijou.

— Eu me apaixonei por você.

Seu coração se partiu e se sentiu cheio simultaneamente. Sim, ele praticamente


disse isso antes, mas isso era diferente. — Eu também te amo.

E, caramba, ela estava chorando de novo. Ela não queria nem culpar os
hormônios dessa vez. Apenas felicidade. — Mas o que acontece com sua vida? Sua
liberdade? Há tanta coisa que eu tenho para te dizer. Eu...

— Mais tarde. Eu quero você de novo. — Ele sorriu.

Rowan suspirou, seu corpo simultaneamente vindo a vida. Precisando e


querendo ele. — Prometa-me que no café da manhã vamos conversar.

— Prometo. Agora chega de falar. — Breck piscou. — A menos que seja sobre
sexo.
Os dois riram, e toda a tensão que sentia foi embora quando ele empurrou dentro
dela, exatamente onde ela queria que ele estivesse.
Capítulo Dezessete

B reck beijou ombro nu de Rowan. Ela se

mexeu, sorriu em seu sono, mas continuou a acariciar o travesseiro. Ela era tão linda.
Ele tocou os cachos vermelhos, incapaz de acreditar que ele estava aqui, mas realmente
feliz que ele estava também. Quando ele olhou para ela, ele não viu dor, traição -
Bailey. Tudo o que ele viu foi Rowan. E ele amava o que via.

Será que ela iria deixá-lo ficar aqui? Ele podia ajudá-la a tocar a pousada. Ele ia
falar com o seu agente. Ele ainda teria que cumprir os contratos com seus
patrocinadores atuais, mas depois ele poderia desacelerar tanto quanto ele quisesse.
Talvez Rowan fosse assistir a seu próximo jogo, se eles não tivessem hóspedes em
Destiny Knocks.

Uau. Ele realmente deve estar apaixonado, porque aqui estava ele planejando a
sua vida quando ele nem sabia o que ela queria. Mas ele acreditava nela. Ele não
deixaria seu medo de má sorte ficar entre eles.

Breck ouviu o celular de Rowan tocar ao longe. Ele escapou da cama para
silenciá-lo. Ela tinha passado por tanta coisa nos últimos dias, ele queria que ela tivesse
seu descanso.

Breck caminhou até a cômoda e se atrapalhou com o telefone. A tela se


iluminou, anunciando o nome de um consultório médico.
Suas entranhas se transformaram em gelo, o que não fazia sentido. Então, ela
tinha um consultório médico, ligando para ela? O que havia de errado com isso?

Breck apertou o botão para desligá-lo.

Ele estava acordado agora, então ele puxou a calça de ontem e desceu as
escadas. Para fazer seu café da manhã, ele disse a si mesmo. Ela disse que queria falar
com ele no café da manhã.

Mas e se ela estivesse doente? Ela desmaiou no primeiro dia que o viu. Cristo. O
que diabos ele faria se fosse isso que ela queria falar com ele? Dizer a ele que ela estava
doente. Então eu vou cuidar dela. Ele a amava e faria qualquer coisa por ela.

Na cozinha, Breck puxou a lista telefônica de uma gaveta. Inferno, ele sabia que
isso era errado. Era uma invasão de privacidade, mas ele estava preocupado. Ele
deveria fechar o livro, mas ao invés disso ele olhou para o nome do médico que tinha
lido na tela.

Obstetrícia e Ginecologia.

O menor impulso o teria derrubado logo em seguida.

Havia um milhão de razões diferentes para que ela pudesse ir para o


ginecologista, mas ele sabia. De alguma forma ele sabia, porra. O desmaio, não
querendo que ele fosse para o hospital com ela, a recusa em beber álcool. Querendo
falar com ele.

Cristo... Será que ela estava carregando seu bebê? O coração de Breck bateu em
sua caixa torácica. Não. Ele tinha usado proteção. Ele sempre tinha a certeza de estar
seguro.

Será que ela esteve com outra pessoa?

Os músculos no corpo de Breck tencionaram tanto, que parecia que poderiam


quebrar. Puta merda. Isso estava acontecendo novamente? Mas ele e Rowan não
estavam juntos.

Ela poderia ter dito a ele. Ela deveria ter me contado.

Ela o traiu. Assim como Bailey.

***

Rowan tentou alcançar Breck, mas ele não estava na cama. Sentando-se, ela viu
que ele não estava no quarto também. Ela não conseguia parar o sorriso que se
espalhou em seu rosto quando ela pensou na noite passada. Nele. Neles.

De quanto ela o amava.


Rowan colocou a mão em sua barriga. — Ei, aí dentro. Eu sei que
provavelmente você está se perguntando o que estou fazendo, mas a mamãe vai fazer
isso direito. Eu vou falar com o papai hoje e eu sei que ele vai ficar tão animado sobre
você como eu estou.

Ela acreditava nisso. Tinha que acreditar.

Rowan colocou a sua calça de ioga e uma camiseta. Nervos a atacaram, mas sua
esperança lutou. Ela não ia deixar isso passar outro dia. E Breck entenderia.

Ela parou na porta do quarto dele quando ela o viu se movendo dentro.

— Ei, você... — O sorriso caiu de seu rosto. Breck estava completamente


vestido e fazendo suas malas. Ace miou de sua gaiola em sua cama.

— Você pretendia me contar algum dia?

Ela nunca ouviu a sua voz tão apertada. Ele não olhou para ela.

Rowan sentiu como se ela pudesse vomitar. Ele descobriu. De alguma forma, ele
descobriu.

— Eu sinto muito. Eu sei que eu fui uma covarde. Eu quis te dizer um milhão
de vezes, mas eu estava com medo. Eu juro que não ia esconder por mais tempo. Eu ia
te contar esta manhã, Breck.

Seus membros tremeram e náuseas atingiram seu estômago novamente quando


ela entrou no quarto. Ela tinha maldita certeza que não ia cair sem lutar aqui. Ela
amava aquele homem e ela tinha que fazê-lo entender isso. Rowan estendeu a mão e
tocou-lhe o ombro. — Sinto muito. Eu sei.

— De quem é?

Sua mão caiu dele. — O que você quer dizer com de quem é? É seu. Não é como
se eu saísse por aí dormindo com os caras o tempo todo.

Ele virou-se e a raiva em seu rosto lhe disse que isso era de alguma forma pior.
Oh Deus. Ela tinha razão o tempo todo! Ele não iria querer seu bebê.

— Desculpe-me? — Sua boca estava franzida.

— É seu. É claro que é seu! — Por favor, Deus, deixe ele queira o nosso bebê.
Mesmo que ele não me queira, deixe ele queira o bebê. Os pensamentos guerrearam
com a raiva branca e quente por ele lhe perguntar de quem era o bebê.

— Eu vou ser pai? — Ele perguntou. A raiva parecia ter desaparecido de sua
voz, sendo substituído por... Admiração.
— Sim. Nós vamos ter um bebê. — Ela tentou sorrir para ele. Esperava, rezava
para que ele o devolvesse. — Eles me disseram quando eu fui para o hospital e está
tudo bem. Tenho certeza. Eu prometo. Tenho uma consulta chegando e...

— E você não me contou? Eu estive aqui por quase seis semanas e você nunca
pensou em me dizer que você estava carregando o nosso bebê! — Raiva, mais uma vez
substituiu sua admiração. Ela podia ver o suor na testa dele e queria chorar, mas ela
segurou-o de volta. Era pior do que ela pensava que seria. Ele estava com tanta raiva.

E tão certo.

— Eu sei. Sinto muito. Sinto muito. Eu estava com medo e eu não sabia o que
fazer! Você me disse que não queria filhos e...

— E eu não sabia, Rowan. Você não acha que teria feito diferença? — Breck
andou pelo quarto.

— Eu sei, mas eu estava tentando fazer a coisa certa. Eu queria ser a melhor
mãe que posso ser e eu não sabia nada sobre você. E eu tentei. Eu tentei tanto para
descobrir sobre você, porque eu sabia que você precisava saber, mas você só ficava
dizendo como você não queria laços e como sua vida não era o melhor para isso. Eu
queria conhecê-lo primeiro. — Desculpas. Mesmo para ela, tudo soava como
desculpas.

— E, obviamente, eu não passei no teste, já que eu tinha que descobrir olhando


para o nome de um médico em uma lista telefônica — A dor estava de volta em sua
voz e aquilo a matou.

— Você passou. Você passou. Eu queria dizer na noite em que Shakes... E, em


seguida, na noite passada. Eu ia dizer-lhe esta manhã. Eu não poderia esconder isso de
você por mais tempo. Não depois... Depois que eu tinha me apaixonado por você.

Ela desejou que ele a olhasse, mas ele estava de costas para ela novamente.
Fechando a mala, os ombros tensos. Não vá, não vá, não vá. Vire-se. Diga-me que
você nos quer.

— Breck...

— Você mentiu para mim, Rowan. Você manteve a verdade de mim. Escondeu
o fato de que meu bebê está dentro de você. — Breck pegou sua bolsa e se virou. — Eu
confiei em você. Mesmo que eu não quisesse. Mesmo que eu não me deixasse confiar
ou me preocupar com outra mulher desde que eu era um garoto de dezenove anos de
idade e minha esposa dormiu com outro homem. Fui para casa quando minha mãe
morreu e descobri que ela me traiu e agora você fez exatamente a mesma coisa!
Esposa? De repente, suas palavras de ontem fizeram mais sentido. Eu não
esperava estar aqui de novo.

— Você disse que queria me conhecer, e talvez, talvez eu possa entender isso,
mas eu pensei que você me conhecesse agora. Se você acha que eu iria me afastar de
você e nosso bebê, então não é o meu verdadeiro eu que você está vendo quando olha
para mim.

Ele estava certo, mas... — Você foi casado? — Por que ele não disse isso a ela?

— Você realmente vai me perguntar isso quando você escondeu um bebê de


mim?

O coração de Rowan se partiu em dois. Ela sabia que ela tinha guardado algo
enorme dele, mas ele não era inocente também. Ele não confiava nela.

— Você não me ama. — Disse Rowan. — Você pode pensar que você sim, mas
você não me ama. Ou talvez você possa me amar, porque Deus sabe que eu te amo,
mesmo que eu tenha mentido. E eu vou admitir plenamente mentir para você e estar
errada, mas como você pode sentar aí e me julgar quando você escondeu algo de mim
também? Como você pode dizer que confiava em mim, quando você não tem fé o
suficiente em mim para compartilhar o fato de que você foi casado? O que ela fez para
você? Contei-lhe tudo sobre mim, Breck, e você se casou e eu não sabia disso?

— E parece que eu estava certo, porque estamos aqui. — Ele colocou os óculos
escuros e ela queria pedir-lhe para não ir. Dizer a ele que o amava e que precisava dele,
mas ela não era a única que estava errada aqui.

— Temos muito que conversar. — Fique. Fale comigo.

— Eu tenho que pegar um avião. — Breck pegou a gaiola de Ace.

— Você ainda tem um pouco de tempo antes de seu torneio, certo? Por que você
não fica e...

— Estou indo embora. E você pode não saber isso sobre mim, mas não há
nenhuma maneira que eu vá me afastar deste bebê. Eu quero saber tudo. Eu vou ser
uma parte da vida dela. Eu posso estar saindo agora, mas você não vai se livrar de
mim.

E então ele se foi.

E tudo o que ela conseguia pensar era que ele tinha chamado o bebê de ela,
também.
Capítulo Dezoito

Um mês mais tarde

B reck se sentou no sofá em sua suíte de

hotel. Ele tinha conseguido uma com cozinha. Em todos os anos que ele tinha viajado
para torneios, ele nunca deu a mínima para cozinha em seu quarto. Não sabia por que
ele fez agora, mas talvez ele quisesse cozinhar para si algo de bom para o jantar. Ele
deveria ter a cozinha aqui apenas no caso. Até tinha o material para frango parmesão
na geladeira. Um mês longe dela e ele ainda era um tolo. Sentia falta da vida
doméstica, de uma refeição caseira.

Ele passou por todos os seus textos guardados como um adolescente golpeado
pelo amor. Aquele em que Rowan tinha agradecido por ele ter chamado alguém para
olhar seu gerador. Ele não podia acreditar que ele tinha esquecido enquanto ele ainda
estava lá. Onde ela o atualizava sobre sua consulta.

Dado a ele a data.

Em pouco mais de um mês ela descobriria se era um menino ou uma menina.


Ele já sabia que era uma menina, mas não sabia como.

O pensamento o fez sorrir. Será que ela teria o cabelo vermelho-fogo e


personalidade de Rowan? O que ela teria dele? Seus olhos. Seu sorriso. O quê?
Ele estava tentando manter-se ocupado desde que ele foi embora. O primeiro
torneio que ele já tinha programado e, em seguida, ele conseguiu outro. Mas isso não
estava funcionando.

Os dedos de Breck permaneciam sobre a tela para lhe dizer que ele estaria lá para
o ultrassom. Ele estaria. Não havia nenhuma maneira que ele iria perder aquilo, mas
ele ainda não podia contar a ela. Ele estava muito chateado. Muito ferido. Muito
traído.

Ele ainda não conseguia descobrir o que o fez pensar que as coisas seriam
diferentes desta vez. Rowan poderia não ter roubado sua gata, mas ela roubou seu
coração. E ela o pisoteou no chão.

Ela podia não tê-lo traído, mas ela traiu sua confiança, o que era ainda pior.
Porque ele a amava ainda mais.

Droga! Estava deprimido.

Breck atirou o telefone no sofá. Se ele o segurasse, ele iria quer olhar para os
textos. Ele precisava dar o fora deste quarto. Limpar sua cabeça, o que foi um dos
motivos que ele estava aqui.

Pôquer.

Ele perdeu Rowan. Mesmo Ace o estava esnobando esses dias. Ela não subia e
sentava no colo dele mais e se ele não soubesse, ele acharia que ela sentia falta de
Rowan também. Mas ele ainda tinha cartas.

Seu próximo torneio seria em dois dias. Talvez fosse a hora de ele quebrar sua
própria regra de sem mulheres. Aquilo, obviamente, não lhe fizera muito bem de
qualquer maneira. Breck entrou no quarto e se trocou. Ele sairia. Conheceria uma
mulher - uma mulher que ele não podia fazer nada, além de ter um bom tempo e fazer-
se esquecer de tudo sobre estar apaixonado. Aquilo funcionou com Bailey. Teve que
funcionar agora também.

Na saída, ele não conseguia parar de pegar o celular. Se ela precisasse dele, ele
queria ter certeza de que ela tinha uma maneira de entrar em contato com ele.

Pelo bebê.

Ele estava no bar por cerca de dez minutos, em sua primeira bebida, quando a
mulher se aproximou dele. Cabelo preto, pernas longas. Linda.

— Este assento está ocupado? — Ela perguntou.

— Agora está. — Breck puxou a banqueta para ela.


Sentou-se e o barman se aproximou deles. — Eu vou querer outro uísque. E o
que a senhora quiser.

— Allison. — Ela sorriu. — E eu vou tomar um gin e tônica. — Ela virou-se


para ele. — E você é?

— Wilder. — Cristo parecia estranho usar esse nome novamente. Era o nome
que ele usava para caçar.

— Eu gosto disso.

Eles conversaram por cerca de 45 minutos. Ela era enfermeira em um hospital.


Será que ela cuidava dos bebês, ele se perguntou? Breck não tinha terminado sua
bebida. Não tinha sido capaz de tolerar por algum motivo, então ele balançava ao redor
do vidro.

— Isso não está funcionando para você, não é? — Perguntou a mulher. Aquilo o
chocou. Ele quase perguntou o que era, mas ele sabia o que ela queria dizer. Ele não
estava dentro dela. Ele deveria estar. Breck queria estar, mas ele não estava.

— Não. Sinto muito. Eu sou... — Era muito patético dizer que ele estava
apaixonado por outra pessoa.

— Sim. Eu também. Meu marido faleceu há seis meses. Esta é a primeira vez
que eu realmente saio. Eu pensei... Eu pensei que se eu conhecesse outra pessoa,
poderia me fazer esquecer.

— Eu sinto muito pela sua perda. — Disse a ela.

— Não está tudo bem, mas não é culpa sua. E quanto a você?

— Eu tive um caso de uma noite com uma mulher que escapou de mim. Eu
acidentalmente encontrei com ela um mês depois. Estávamos ficando juntos, nos
tornamos amigos, nos apaixonamos e depois descobri que ela estava grávida e nunca
me contou.

Allison riu sem graça. — Uau. Eu não sei como responder a isso.

— Você e eu.

— Se você ainda a ama, você não pode perdoá-la? — Perguntou Allison.

Poderia? Ele não sabia. Ele não tinha sido capaz de perdoar Bailey. Mas Rowan
não era Bailey. Ela era tudo. Ela e o bebê. — Eu não sei. Eu sei que é uma resposta
idiota, mas eu não sei. Minha primeira esposa... Ela me traiu. Eu tentei de tudo para
ser o que ela queria e ela me traiu com outra pessoa de qualquer maneira. E agora
Rowan... A primeira vez que eu me deixei apaixonar por alguém, isso acontece? Isso
deve me dizer alguma coisa.
Ele não podia acreditar que ele estava dizendo a essa mulher tanto sobre si
mesmo, mas dane-se se ele não tinha necessidade de colocar aquilo pra fora.

— Isso é difícil. Eu posso ver porque você está chateado. Sabendo que você
tinha passado por algo assim antes e não dizendo a você... Isso é muito desagradável.

Breck olhou para o líquido marrom em seu copo. O topo preto do bar. As luzes
apagadas dos acessórios marrons. Qualquer lugar, menos para ela. — Ela não sabia. —
Ele murmurou.

— O quê?

— Eu não contei a ela.

— Então você mentiu para ela também?

— Foi diferente. — Ele estalou.

— Ah... eu sinto muito. Devo ter entendido mal. Eu pensei que você era
apaixonado por ela. Você não era? Não queria o bebê?

Raiva cravou em Breck. — Agora espere um maldito minuto. Eu não disse isso.
É claro que eu a amava. Eu ainda a amo, e eu não quero nada mais do que ter nosso
bebê. É que simplesmente...

— É simplesmente nada. — Allison estendeu a mão e pegou a mão dele. Breck


queria afastá-la porque ele não se sentia bem, a mão de outra mulher na sua. — Meu
marido foi tirado de mim. Eu faria qualquer coisa para tê-lo de volta. Não importa se
ele mentiu para mim - especialmente se eu mesma não estivesse acessível. Lembre-se
disso. Você tem uma chance de uma família que eu nunca tive. Preston morreu antes
que pudéssemos ter filhos. Se você a ama, se você ama o bebê, não jogue isso fora.

Allison virou-se e bebeu o resto de sua bebida. Breck fez o mesmo antes de se
levantar. Ele não poderia tirar sua história da cabeça. Não podia tirar Rowan de sua
cabeça.

— Obrigado. Mais uma vez, sinto muito pela sua perda. Desejo-lhe toda a
felicidade do mundo.

— Faça a coisa certa. Isso vai me fazer feliz.

Breck colocou a mão em seu ombro. Ele tinha um monte coisas para pensar. —
Eu vou tentar.

***
— Obrigada! Eu espero que vocês voltem. — Rowan acenou um adeus para os
hóspedes que estavam deixando Destiny Knocks. Era um belo casal da sua idade e seu
filho. Eles entraram em uma SUV e ela continuou lá enquanto se afastavam.

Ela suspirou. Estremeceu. Fazia frio, mas ela não podia sair da porta. Não
queria ver o fogo queimando na lareira que a lembrava do piquenique no tapete com
Breck. Queria que a família voltasse para que ela pudesse fingir que é o que eles têm:
ela, Breck e o bebê. Seria Ação de Graças em alguns dias. Ela desejou que eles
pudessem passar juntos.

Ele respondeu a suas mensagens com obrigado, ok, etc., mas isso era tudo. Oh, e
ele mandou alguém para consertar seu gerador, o que a tinha feito explodir em
lágrimas. O pobre eletricista provavelmente pensou que ela era louca.

Ela sentia falta Breck. A casa não era a mesma sem ele. Ela sentia falta de Ace.
Até pensou em ter um gato, mas sabia que não seria a mesma coisa.

Ela os queria. Sua família.

Rowan entrou quando ouviu um carro parar na calçada. Ela olhou através da
chuva, esperando que de alguma forma fosse Breck, mas era o carro de Jace que parou
na frente de sua casa. Ele correu para dentro, pasta sobre a cabeça para se proteger da
chuva.

— Hey, Freckles, — Ele disse quando chegou à varanda. Rowan inclinou a


cabeça para ele. Ele nunca a chamou disso antes. Era o nome que Kade e Sidney
usavam por ela.

— Oi. — Terror ameaçou tomar posse dela. Se ele estava aqui, teria que ser por
causa de Breck. — Entre.

Ele usava seu terno preto típico, molhado da chuva. Seu cabelo loiro penteado
para trás, como sempre.

— Quer uma xícara de café? — Ela perguntou enquanto eles foram para a sala
de jantar.

— Não, obrigado. Eu não tenho muito tempo. Betsy está segurando as pontas
no escritório.

Rowan sorriu. — Ela te ajuda muito.

— É o trabalho dela. — Jace assentiu. Sentou-se e Rowan sentou em frente a


ele. — Você realmente o ama?

Ela riu. — Indo direto ao ponto, por que não?

— Eu não acho que você iria gostar se eu te insultasse fazendo rodeios.


— Então, não me insulte com perguntas ridículas. É claro que eu o amo.

Jace sorriu e ela tinha a sensação de que respondeu corretamente. — Ele te ama
muito. Ama o bebê também. — Ela não escondeu sua gravidez após Breck ir embora.
Ela queria que todos soubessem sobre o bebê.

— Eu não duvido de você em qualquer uma dessas afirmações. Eu o conheço,


Jace. Eu sei que ele não iria mentir sobre o que ele sente, mas o fato é que eu o
machuquei e me amando ou não, eu não tenho certeza que ele pode confiar em mim.
Não depois de Bailey.

Jace suspirou e apoiou os cotovelos sobre a mesa. — Eu conheci Breck, quando


ele era um calouro e continuamos a faculdade de Direito juntos. Ele costumava a
chutar todas as nossas bundas no pôquer. Adorava isso mesmo naquela época. Eu sabia
que ele era casado, que quando começou a escola tinha uma esposa em casa, mas ele
planejava levá-la lá em breve. Eu pensei que ele estava louco por amarrar-se tão jovem.
Então, quando ele foi para casa, porque a mãe dele morreu, ele voltou separado. Eu
não sei o que aconteceu. Tinha que ser algo grande, mas isso é tudo que eu sabia.
Inferno, eu só descobri quando que ele se foi e nós conversamos sobre isso.

— Foi certo ele esconder isso de você? Não. Mas ele ainda lhe disse. Eu o
conheço há anos e nunca tive os detalhes até agora. Somos homens, Freckles. Nem
sempre é fácil para nós. Eu posso te dizer uma coisa, porém: ele te ama ferozmente. Ele
nunca me disse o que aconteceu com Bailey todos esses anos, mas nos falamos agora e
ele me disse o quanto te ama.

Rowan não encontrou os olhos de Jace. Ela estava muito ocupada pensando
sobre o que ele disse.

— Eu não vou lhe dizer o que fazer, porque, honestamente, eu sou apenas a
pessoa errada para isso, mas se vocês acabarem juntos, eu quero que seja, porque isso é
o que você tanto deseja.

— Então por que você está aqui? — Rowan tentou ser leve, o que Jace pareceu
entender. Ele enfiou a mão no bolso e tirou um pedaço de papel. — Apenas no caso de
você não ter tempo para pesquisar no Google. — Jace piscou. Ela ia matar Breck por
dizer a Jace que ela pesquisou Breck.

Seu amigo foi embora. Rowan olhou para o papel. Tudo o que estava escrito era
o nome de um torneio, a data de amanhã, a hora e o canal que seria transmitido na TV.

Ela não iria assistir na TV. Ela jogava para ganhar, colocaria todo o seu dinheiro
em sua família.
Capítulo Dezenove

B reck nunca tinha jogado um jogo fatal de

pôquer em sua vida. Ele precisava ganhar este torneio. Ele tinha muito na linha. Breck
estava apostando muito no amor e precisava chegar à TV depois de fazer a sua
entrevista. E ele esperava como o inferno que Rowan estivesse assistindo.

Eles foram até os últimos dois jogadores. Breck os analisou. Os olhos de Larry
correram para suas cartas, para os jogadores, e depois voltar para suas cartas. Ele não
tinha nada.

Breck levou em Gordon. O homem não se incomodava. Seus olhos não


vagavam. Postura reta, obviamente tentando como o inferno não mostrar nada. Foi
quando ele viu. Os cantos de sua boca inclinaram-se ligeiramente. Não muito, mas o
suficiente para Breck perceber e foi como um soco no estômago.

Breck pediu uma carta. O crupiê deu-lhe outra. Breck puxou a ponta até olhar
para ela. Seus olhos se fecharam e ele exalou.

Cara de pôquer, homem. Se controle.

Breck empurrou mais fichas para o centro da mesa.


— Estamos aqui com Breck Wilder, o vencedor desta noite. Como está se
sentindo, cara? — O repórter segurou o microfone para Breck.

— Estou me sentindo muito nervoso, se eu estiver sendo honesto. — Breck


podia ver a confusão no rosto de seu entrevistador.

— Nervoso? Agora, por que não acredito nisso? Você é um dos melhores
jogadores de pôquer do ranking do jogo. Você tem alguns grandes patrocinadores e
ganhou o suficiente dessas coisas e eu não posso ver você nervoso em sentar nessa
cadeira.

O homem estava certo. — Não é isso. É... Posso ter o microfone por um
segundo? — Breck o tomou dele. As luzes estavam em seu rosto. Pessoas circulavam ao
seu redor. O lugar estava cheio de atividade, câmeras de segurança. Ele não se
importava.

— Vocês sabem que eu sou um homem de apostas. Eu coloco tudo lá fora cada
vez que me sento à mesa. Eu não jogo pelo seguro, e isso é o que me faz vencer. Mas a
pura verdade de Deus é... Eu sou uma farsa. Eu arrisco aqui, então eu não tenho que
levá-los em minha vida pessoal.

A sala estava praticamente em silêncio agora, todos tentando descobrir o que ele
estava falando. Na TV, nada menos que em cadeia nacional.

— Eu costumava usar merda... — Oops. Aquilo iria ser censurado. — Eu


costumava usar desculpas para não me deixar chegar perto de ninguém. Usava o
passado para não avançar, má sorte - de um nome e eu usava. Então eu conheci esta
mulher incrível.

Houve um coletivo — Oh! — Na sala como se todos acabassem de descobrir o


que isso estava acontecendo.

— Eu usei as mesmas desculpas com ela. Certifiquei-me que ela soubesse que eu
não queria ficar perto de ninguém, porque eu sabia que ela era a única que eu poderia
chegar perto... E então aconteceu de qualquer maneira. Eu me apaixonei por ela, mas
eu não fui honesto. Ainda me mantive fechado para ela. Então... Um erro dela e eu
corri. Eu a acusei de coisas que eu sei que ela não é.

Ele respirou fundo. — Eu não vou mais correr.

Breck olhou para a câmera de TV, esperando que Rowan estivesse vendo isso. —
Se você está assistindo, Houdini, eu te amo. Você é tudo para mim. Você e o bebê. E eu
estou voltando para casa.
Silêncio em torno dele. Finalmente, o homem ao lado dele pegou o microfone
novamente. — Uau... Eu não sei o que dizer. Nós nunca tinha experimentado isso
antes. Houdini?

Breck riu. — Ela é minha mágica. Minha melhor amiga. Minha companheira de
pesca. Eu a amo. — Mais uma vez, ele falou para a câmera. Para Rowan. — E só
queria acrescentar, eu não sou tão ruim assim mesmo.

***

Rowan riu e limpou as lágrimas de seus olhos. Seu homem muito, muito louco.
Que tinha acabado de admitir amá-la na TV em rede nacional, mas não conseguia
impedir-se de construir o seu próprio ego também. Deus, ela o amava.

Rowan correu através do lobby do cassino. Ela sorriu para o recepcionista


quando ela escorregou por ele. Ela tinha se tornado como as mulheres de seu passado.
Ela não podia acreditar que tinha subornado alguém para descobrir o andar de Breck.

Não podia acreditar que aquilo funcionou.

Rowan andava no elevador até o último andar. Uma suíte, claro. Ela esperou em
frente à sua porta, com as mãos tremendo como louca. Era bobagem. Ela sabia que o
homem a amava. Ela o amava, mas ela ainda estava morrendo de medo.

Ou talvez fosse apenas emoção.

Todos os tipos de pensamentos pulavam ao redor em sua cabeça. E se ele não


viesse imediatamente? E se ele voltou para casa? E se, e se, e se.

O elevador zumbiu.

Breck saiu. Ele tirou seu fôlego. A barba escura por fazer no rosto que ela amava.
Seus olhos felizes. Alto, magro, musculoso, e dela. Houve um flash de confusão
momentânea no rosto dele, mas então ele sorriu seu sorriso favorito.

— Você está me perseguindo, Houdini? Como você descobriu em que quarto


estou?

— Eu lhes disse que era sua esposa. — Sem vergonha. Ela segurou seus olhos e
sim, um outro sorriso.

— Gosto da maneira como sua mente funciona.

Ele a alcançou, mas eles não se tocaram, ambos nervosos e inseguros de como
reagir. — Venha e fale comigo. — Disse ele.

— Obrigada. — Ela o seguiu. O quarto era decorado em vermelho e preto. Seu


favorito.
— Lembra-me da cozinha de casa. — Ele jogou o cartão-chave para baixo. —
da pousada, quero dizer.

— Eu sinto muito — Os dois disseram ao mesmo tempo.

Depois, os dois riram.

— Posso falar primeiro? — Perguntou Rowan. Ela precisava tirar isso. Breck
assentiu.

— Eu sei que o que eu fiz foi errado. No começo eu realmente queria fazer a
coisa certa, e depois que eu comecei a conhecê-lo, eu estava com medo... Medo de que
se eu dissesse ia te perder. Eu não poderia lidar com o pensamento sobre a minha vida
sem você, Breck.

— Querida. — Ele deu um passo na direção dela.

— Espere. Eu... — Rowan parou. — Eu não só estava com medo de perder


você. Eu estava com medo de você só me amar por causa do bebê. Eu sei que é horrível
e egoísta. Eu queria que você amasse o bebê e eu sabia que você o faria, mas eu queria
que você me amasse por mim também. Não por causa de qualquer outra coisa... Só eu.
Eu odeio admitir isso. Eu sei que é errado...

— Não é errado, se é como você se sente. — Ele disse a ela as mesmas palavras
de antes. — Eu acho que é compreensível. E eu não vou fingir que não doeu... Mas eu
entendo. — Desta vez, quando ele se aproximou dela, ela deixou. Breck passou os
braços ao redor da cintura dela e puxou-a para ele. — Eu não fui justo com você
também. Eu me segurei por causa da Bailey. Isso não foi culpa sua e eu descontei em
você. Eu não pude perdoá-la pelo que ela fez, Houdini, mas eu não consigo não
superar isso com você. Nós pertencemos um ao outro. Eu não posso ficar sem você.

— Eu amo o nosso bebê. Eu não posso esperar para começar uma família com
você, mas você tem que saber que eu também te amo. Como eu disse, você é tudo para
mim. Não há como se livrar de mim agora.

— Eu não quero me livrar de você.

Rowan engasgou quando Breck caiu de joelhos. Ele enfiou a mão no bolso e
tirou um anel. — Eu nunca esperei entrar naquele bar e me apaixonar. Eu nunca
esperei ter uma família ou outra mulher, mas eu quero tudo isso com você. Você nunca
sabe o que vai acontecer. A vida é um jogo e eu estou disposto a colocar tudo isso em
nós. Eu costumava pensar que eu tinha má sorte com as mulheres, mas vê-la pela
primeira vez? Essa foi a melhor coisa que poderia ter acontecido para mim. Se eu não
ganhar outra mão na minha vida, eu já sou um vencedor. Eu já ganhei a sorte do
sorteio.
— Nós... Nós ganhamos. — Ela passou a mão pelo cabelo. — Eu te amo.

— Case-se comigo.

— Tão impulsivo.

— Esta é a decisão mais certa que eu já tomei.

— E a sua carreira? Sua vida? — Ela precisava perguntar.

— Você e o bebê são a minha vida. Pôquer não vai a lugar nenhum. Eu ainda
posso pegar jogos de vez em quando, mas eu quero você. Eu quero a nossa vida em
Shamrock Falls.

— Sim. — Não havia outra opção. Nada que ela quisesse mais.

Rowan tentou ajoelhar-se com ele, mas ele a impediu. Os braços de Breck foram
em torno de sua cintura, sua bochecha contra seu estômago. — O que você acha aí,
bebê? Mamãe e papai vão se casar. — Sua voz se quebrou enquanto ele falava.

Deus ela o amava. Adorava ouvi-lo falar com seu filho.

Breck olhou para ela. — Nós vamos ter um bebê? Juntos. — Seus olhos
brilhavam.

— Sim. Eu te amo.

Breck levantou-se e beijou-a tão apaixonadamente que seus joelhos ficaram


fracos.

— Vamos lá. — Disse ele, quando ele se afastou. — Vamos arrumar as malas,
pegar Ace e seguir para Las Vegas. Eu não posso esperar mais para que você seja
minha esposa.

Rowan riu. — Agora?

— Bem, vai demorar um pouco para chegar ao aeroporto. E para pegar um voo.
Jace, Betsy, Kade, e Sidney vão ter que trocar suas passagens. Eu esperava ter que
voltar para Shamrock Falls primeiro, mas...

— Você já tinha planejado isso?

— Eu gosto de estar preparado.

— E você tinha tanta certeza de que eu diria que sim? — Era uma loucura que
ela amasse tudo que ele fez para ela?

Breck ficou sério. — Se você não estiver pronta, eu vou esperar. Não importa
quanto tempo for preciso.

LTDSF02KV002
Rowan sacudiu a cabeça. Ela estava pronta. Ela agarrou sua mão. — Vamos
fazer as malas.

Tudo o que ela sempre quis estava bem na ponta dos seus dedos. Ela ia pegar
firme, e nunca mais soltar.

Fim

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