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Procedimento Administrativo (artigo 61 da LPA)

Vários autores defendem a percepção do procedimento administrativo.


O prof, adolf Merkl defende que o procedimento administrativo é o modo de formação e
produção de decisões administrativas por aplicação de normas administrativas
superiores.
Já o prof. Adolfo Sandulle, define procedimento administrativo como aquele que visa
obrigar a administração a tomas boas decisões (legais e justas) por um lado, e por outro
lado, resolver litígios entre as partes. Para este autor, o procedimento administrativo é
constituído por 3 fases, nomeadamente: Preparatória, Constitutiva, Integrativa de
eficácia.
Concluindo, o procedimento administrativo é a sucessão ordenada de actos e
formalidades tendentes a formação e manifestação da vontade da AP ou à sua execução.
Sendo assim, podemos assumir que o procedimento administrativo é cumulativamente:
 Uma sequência ou conjunto de actos e formalidades que se encontram
organizados de uma forma sequencial e não desordenada;
 Uma sequência juridicamente ordenada, uma vez que é a própria lei que
determina quais ao actos a praticar, as formalidades a observar e os prazos a
cumprir;
 Uma sequência de actos e formalidades porque o procedimento engloba um
conjunto de actos e formalidades que é obrigatório respeitar;
 É um instrumento que tem por objecto a prática de um acto administrativo com
determinada finalidade;
 É um instrumento que tem por finalidade preparar a prática por parte da
administração de uma decisão final, seja um acto administrativo, um
regulamento ou um contrato.

Espécies do Procedimento Administrativo


a) Procedimento de iniciativa pública: aqui o início do procedimento é oficioso
ou seja é da iniciativa da AP;
b) Procedimento de iniciativa particular: o início do procedimento depende da
apresentação de um requerimento pelos particulares;
c) Procedimento decisório: visam a tomada de uma decisão administrativa;
d) Procedimento executivo: tem por finalidade assegurar o respeito pelos
efeitos de uma decisão administrativa;
e) Procedimento de 1º Grau: incidem pela primeira vez sobre uma situação de
facto;
f) Procedimento de 2º Grau: incidem sobre uma decisão administrativa
anteriormente tomada (na sequência de uma reclamação ou recurso
hierárquico);
g) Procedimento Comum: quando são regulados pela lei do procedimento e não
por legislação especial;
h) Procedimentos especiais: quando regulados por leis especiais;

Relevância do Procedimento Administrativo


Este tem dupla relevância: jurídico-constitucional e jurídico-administrativo.
1. Tem relevância jurídico-constitucional porque o procedimento
administrativo é imposto pela própria constituição. Isto decorre do artigo 253
da CRM, esta imposição decorre de dois princípios:
Princípio de Estado de direito: a AP deve tomar decisões eficazes, justas e
legais (art. 3 da CRM);
Princípio de Estado democrático: colhe-se na ideia de participação, isto é, os
particulares tem direito de participarem no procedimento administrativo
(artigo 250, 263 nº 3 e 271 da CRM)
2. Tem relevância jurídico-administrativo, porque ao longo do procedimento
pode haver uma decisão que o cidadão não concorde, este por sua vez pode
impugnar os actos administrativos incluindo os membros do júri.
Funções do Procedimento Administrativo
a) Metódica: consiste na ordenação da actividade administrativa
sequencialmente ordenada;
b) Garantia jurídica dos particulares: tem o seu cúmulo no princípio da
legalidade da administração (um procedimento justo);
c) Protecção jurídica: decorre pelo facto de que o procedimento administrativo
vem acrescer uma tutela procedimental prévia que permite os particulares
recorrerem dos vários actos anteriores aos da decisão final;
d) Eficiência: aqui não deve ser entendida por decisões rápidas, mas é
fundamentalmente a ideia da AP deve satisfazer os interesses públicos com
meros recursos;
e) Organizativa: traduz-se no facto de o procedimento funcionar como um
meio de coordenação, articulação dos vários meios da AP.

Regime jurídico do Procedimento Administrativo


A génese da lei do procedimento administrativo é a lei nº 14/2011 de 10 de
Agosto que revoga a RAU (Reforma Administrativa Ultramarina). O Decreto
30/2011 de 15 de Outubro e a CRM.

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