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SUMÁRIO
1 - Considerações Iniciais ...................................................................................................................................... 2
2 – Audiência de instrução e julgamento ............................................................................................................... 2
2.1 - Abertura ................................................................................................................................................................ 3
2.2 - Tentativa de conciliação ....................................................................................................................................... 3
2.3 - Instrução ............................................................................................................................................................... 3
2.4 - Debates ................................................................................................................................................................. 7
2.5 - Decisão.................................................................................................................................................................. 8
2.6 - Documentação ................................................................
...................................................................................... 8
3 - Provas ........................................................................................................................................................... 10
4 - Teoria Geral das Provas ................................................................................................................................. 11
4.1 - Princípio da atipicidade dos meios de prova ...................................................................................................... 11
4.2 - Poderes Instrutórios do Juiz ................................................................................................................................ 12
4.3 - Princípio do convencimento motivado e da comunhão da prova....................................................................... 12
4.4 - Provas emprestadas............................................................................................................................................ 15
4.5 - Distribuição do ônus da prova ............................................................................................................................ 17
4.6 - Fatos que não dependem de prova..................................................................................................................... 23
4.7 - Demais dispositivos gerais de prova ................................................................................................................... 24
4.8 - Colaboração com a instrução ............................................................................................................................. 25
5 - Produção Antecipada da Prova ...................................................................................................................... 26
6 - Provas em espécie ......................................................................................................................................... 30
6.1 - Ata Notarial ........................................................................................................................................................ 30
6.2 - Depoimento pessoal e interrogatório. ................................................................................................................ 30
6.3 - Confissão ............................................................................................................................................................. 34
6.4 - Exibição de Documento ou Coisa ........................................................................................................................ 38
7 – Lista de Questões.......................................................................................................................................... 42
7.1 – Lista de Questões sem Comentários .................................................................................................................. 42
7.2 – Gabarito ............................................................................................................................................................. 60
7.3 – Lista de Questões com Comentários .................................................................................................................. 60
8 - Destaques da Legislação e Jurisprudência Correlata ........................................................................................ 98
9 - Considerações Finais.................................................................................................................................... 102
1
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 401.
tentativa de
abertura instrução debates
conciliação
decisão documentação
2.1 - ABERTURA
Aberta a audiência pelo magistrado, há o pregão a ser realizado pelo servidor auxiliar. Vejamos,
inicialmente, o art. 358, que traz a regra procedimental de abertura do ato:
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará
apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar.
O pregão consiste no ato pelo qual um auxiliar do juízo, na porta do local em que se dará a sessão,
identifica verbalmente os dados do processo, assim dando às partes, aos advogados e aos demais
interessados a oportunidade para dela participar2.
O primeiro ato a ser praticado na AIJ é a tentativa de conciliação pelo magistrado. Mesmo que
tenham havido outras tentativas de solução do conflito e as partes não tenham chegado nem perto
de um consenso, compete ao magistrado empregar técnicas com vistas à conciliação entre as partes.
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, INDEPENDENTEMENTE do emprego anterior
de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
2.3 - INSTRUÇÃO
Não havendo acordo, passa-se à colheita das provas. Para tanto, o magistrado deverá receber o
poder de polícia do ato processual. Esse poder de polícia justifica-se no dever de o magistrado
conduzir o procedimento de forma legal e legítima, sem abusos e violações de direitos pelas partes
e por terceiros envolvidos.
2
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 405.
Uma vez iniciada a AIJ, temos uma série de atos organizados em sequência que estão arrolados no
art. 361, do NCPC:
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MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 459.
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente:
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na
forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito;
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão
os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz.
Assim:
Segundo a doutrina4, essa é a ordem de produção de provas. Contudo, é possível que seja tomado
depoimento primeiro do réu em relação ao autor e, do mesmo modo, sejam ouvidas primeiramente
as testemunhas do réu antes das testemunhas da parte autora. Isso poderá ocorrer quando o
magistrado aplicar as regras de inversão do ônus da prova e também quando a audiência se destinar
à prova de que não ocorreu determinado fato constitutivo do autor.
De acordo com o art. 362, do NCPC, a audiência poderá ser adiada em três situações:
1ª SITUAÇÃO: convenção das partes.
2ª SITUAÇÃO: não comparecimento justificado da parte quando necessária a presença.
3ª SITUAÇÃO: atraso injustificado superior a 30 minutos.
De todo modo, quem der causa ao adiamento responderá pelas custas decorrentes de nova
realização do ato processual.
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
I - por convenção das partes;
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo SUPERIOR A 30 (TRINTA) MINUTOS do horário marcado.
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MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 460.
§ 1o O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à
instrução.
§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não
tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público.
§ 3o Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.
O art. 363, do NCPC, traz uma regra simples: se a audiência foi antecipada ou adiada, as partes serão
intimadas na pessoa do respectivo advogado.
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte,
determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da nova designação.
Em provas, já tivemos:
2.4 - DEBATES
Após a produção de provas, temos a fase de debates, que se destaca pela sustentação oral das partes
e dos interessados. O art. 364, do NCPC, trata da sustentação oral. Segundo a doutrina5:
Objetivando outorgar maior prestígio à palavra falada sobre a palavra escrita, haja vista adoção da técnica da
oralidade na conformação do processo civil brasileiro, nosso legislador prevê como regra debates orais para
fechamento da audiência de instrução e julgamento.
Veja o dispositivo:
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do
Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada
um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz.
§ 1o Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo,
dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso.
§ 2o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído
por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se
for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos.
Sobre a sustentação oral...
O art. 365, do NCPC, destaca que a AIJ, embora seja em regra una, pode ser dividida em partes.
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MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 461/2.
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de
perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes.
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo
dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial.
Vimos no §2º, do art. 364, do NCPC, que é possível a substituição da sustentação por apenas
memoriais escritos. No art. 366, por sua vez, trataremos especificamente dos referidos memoriais,
que são assegurados mesmo quando houver audiência.
Assim, se envolver questão complexa em que o juiz dispense as sustentações orais, temos que a
apresentação de memoriais observará, sucessivamente, o prazo de 15 dias a contar da seguinte
ordem: autor, réu e MP (se houver). Findo esse prazo, inicia-se o prazo do magistrado para, em 30
dias, proferir a sentença.
2.5 - DECISÃO
A decisão constitui o momento em que o magistrado irá, após conhecer dos fatos, das provas e das
argumentações das partes, proferir a sentença, decisão definitiva da fase de conhecimento.
De acordo com a doutrina6:
Feitas as alegações finais, oralmente, em mesa de audiência, completa-se a instrução e deve o juiz, desde logo,
proferir a sentença, oralmente. Mas o juiz pode optar por proferir a decisão por escrito, posteriormente, em seu
gabinete, quando deverá apresentá-la no prazo de trinta dias (art. 366, CPC).
Se proferida a sentença em audiência, as partes saem intimadas, correndo, a partir dessa data, o
prazo para apresentação de eventuais recursos.
Quando o magistrado, entretanto, se valer do prazo de 30 dias, após a prolação da sentença, temos
a intimação das partes. De todo modo, após a conclusão da AIJ, já se inicia o prazo de 30 dias para
sentença (prazo impróprio, pois não gera preclusão). Confira:
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo
de 30 (trinta) dias.
2.6 - DOCUMENTAÇÃO
Todos os atos praticados na AIJ serão documentados em um termo a ser confeccionado pelos
servidores auxiliares da justiça.
O art. 367, de pouca relevância para a prova, exige apenas a sua leitura atenta. Trata-se da ata da
audiência de instrução e julgamento que será registrada em termo:
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audiência, bem
como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato.
6
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 35.
§ 1o Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas, que serão
encadernadas em volume próprio.
§ 2o Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o escrivão ou chefe de
secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de disposição para cuja prática os advogados não
tenham poderes.
§ 3o O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do termo de audiência.
§ 4o Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em legislação específica e nas
normas internas dos tribunais.
§ 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde
que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica.
§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes,
independentemente de autorização judicial.
Para encerrar, lembre-se de que a AIJ é pública, a não ser quando houver restrição de acesso por
envolver fatos que possam violar a privacidade da parte ou conter questões de interesse público e
de segurança nacional, que justifiquem a restrição de participação na audiência.
Art. 368. A audiência será pública, RESSALVADAS as exceções legais.
A publicidade, com sede constitucional (art. 5º, LX), é princípio central do nosso Direito Processual
Civil. Há, entretanto, hipótese de limitação da publicidade quando envolver defesa da intimidade ou
interesse social.
Em síntese...
DEBATES
REGRA: 20 minutos, na seguinte ordem: a) autor; b) réu; e c) MP (se houver).
PRORROGAÇÃO: 10 minutos (a critério do juiz).
QUANDO HOUVER LITISCONSORTES OU TERCEIRO INTERVENIENTE: 30 minutos para ambos que será dividido de
forma igual (15 para cada), salvo convenção em sentido diverso.
QUESTÕES COMPLEXAS: memoriais escritos no prazo de 15 dias (prazos sucessivos).
Demais regras:
poder de polícia pelo magistrado (manutenção da ordem e do decoro, determinação para retirada em caso de
comportamento inconveniente, possibilidade de requisição policial, tratamento com urbanidade e registro em ata
dos requerimentos).
adiamento da audiência:
1º - convenção das partes;
2º - não comparecimento justificado da parte quando necessária a presença;
3º - atraso injustificado superior a 30 minutos.
3 - PROVAS
O estudo das provas é dividido em duas grandes partes: teoria geral e provas em espécie. São dois
grandes blocos de estudos que devem ser bem estudados e compreendidos.
PROVAS
De acordo com a doutrina7, podemos conceituar prova como meio retórico, regulado pela legislação,
destinado a convencer o Estado da validade de proposições controversas no processo dentro de
parâmetros fixados pelo direito e de critérios racionais.
Assim, a prova constitui um instrumento para a formação do convencimento do juiz sobre os fatos
que são objeto da atuação jurisdicional.
Esse instrumento de que se valem as partes para comprovar seus argumentos no processo possui
sede constitucional. De acordo com o art. 5º, LVI, da CF, o direito à prova é fundamental, sendo
inadmissíveis provas ilícitas.
O objetivo central da prova é alcançar a verdade. Contudo, em termos concretos, a verdade é
inatingível no processo, pois baseia-se em juízos de verossimilhança a partir daquilo que é produzido
7
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 464.
no contexto do processo. Assim, a partir das provas produzidas nos autos, o juiz irá definir as normas
que irão incidir concretamente dessumindo as consequências.
Desse modo, a prova tem natureza processual e é desenvolvida para reconstituir fatos pretéritos.
Esse princípio constitui a base do sistema de provas do Direito Processual Civil. Entende-se que o
legislador não abarca todos os meios de prova por absoluta impossibilidade. A sociedade e as
relações decorrentes dela são complexas, de forma que o NCPC estabelece que as possibilidades de
provas são abertas desde que:
sejam legais; e
moralmente legítimas.
Veja:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, AINDA
QUE não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz.
É importante relembrar que a Constituição, no art. 5º, LVI, estabelece que “são inadmissíveis, no
processo, as provas obtidas por meios ilícitos”.
Assim:
8
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e ampl.
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 250.
O art. 370, do NCPC, fixa a responsabilidade do magistrado para determinar as provas que serão
necessárias ao julgamento do mérito, podendo indeferir provas que entender inúteis ou que sejam
apenas protelatórias.
Esse poder é conferido ao magistrado para conduzir o processo à luz daquilo que as partes indicarem
e, também, de acordo com o que o magistrado entender pertinente. Isso porque a finalidade
principal do processo é chegar à decisão de mérito.
Veja:
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento
do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
As diligências inúteis são aquelas que nada podem acrescentar à parte que pretende produzi-las. As
diligências meramente protelatórias são aquelas que têm por finalidade atrasar o desenvolvimento
do processo.
Assim...
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MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 467.
O juiz é soberanamente livre para decidir à luz das provas produzidas, sem necessidade de
especificar os fundamentos que levaram àquela decisão. Esse sistema é prejudicial, pois viola
princípios democráticos e constitucionais.
A livre convicção gera subjetivismo e a falta de publicidade dos atos judiciais não indica esse sistema
de provas com sistemas democráticos.
4º - SISTEMA DA PERSUASÃO RACIONAL
Esse é o sistema adotado atualmente, conforme explicado acima.
•Embora livre para escolher a prova, o magistrado deve explicitar as razões do seu
convencimento.
A prova é confeccionada para ser utilizada dentro do processo em que os fatos foram retratados.
Contudo, admite-se, desde que preenchidas certas condições, que a prova seja utilizada em outros
processos. Transporta-se a prova do primeiro para o segundo processo a fim de que sejam utilizadas
como provas documentais.
De acordo com a doutrina10, a utilização da prova emprestada depende da:
a) produção regular no processo de origem;
b) observância do contraditório no processo de origem;
c) observância do contraditório no processo de destino.
Hoje, essa temática é expressa no NCPC.
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
Algumas informações relevantes:
A admissão da prova emprestada é faculdade do juiz;
O magistrado é livre para apreciar a prova emprestada, atribuindo fundamentadamente o valor que
entender razoável;
Deve ser observado o contraditório antes da decisão que admite a prova emprestada.
Aqui, novamente, é importante aprofundar um pouco.
Sempre houve dúvidas se, para admissão da prova emprestada, é
necessário haver alguma correlação (ou identidade) entre as partes do
processo atual e daquele que se pretende emprestar a prova.
No CPC73, não tínhamos disciplina especificando o uso da prova emprestada, de forma que
aplicávamos o entendimento dos tribunais, notadamente do STJ.
O STJ se manifestou no sentido de que a prova emprestada poderá ser utilizada independentemente
da identidade de partes. Confira o aresto11:
CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DISCRIMINATÓRIA. TERRAS DEVOLUTAS.
COMPETÊNCIA INTERNA. 1ª SEÇÃO. NATUREZA DEVOLUTA DAS TERRAS. CRITÉRIO DE EXCLUSÃO. ÔNUS DA
PROVA. PROVA EMPRESTADA. IDENTIDADE DE PARTES. AUSÊNCIA. CONTRADITÓRIO. REQUISITO ESSENCIAL.
ADMISSIBILIDADE DA PROVA. (...)
9. Em vista das reconhecidas vantagens da prova emprestada no processo civil, é recomendável que essa seja
utilizada sempre que possível, desde que se mantenha hígida a garantia do contraditório.
No entanto, a prova emprestada não pode se restringir a processos em que figurem partes idênticas, sob pena
de se reduzir excessivamente sua aplicabilidade, sem justificativa razoável para tanto.
10
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, 16ª edição, reform. e
ampl. com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 250.
11
EREsp 617.428/SP, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Corte Especial, DJe 17/06/2014.
12
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 368.
13
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 2, 11ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, 134.
14
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, reform. e ampl. de acordo
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 234.
15
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 470.
16
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 470.
17
WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. 2, reform. e ampl. de acordo
com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 234.
Na distribuição do ônus da prova, o legislador tome em conta aquilo que ordinariamente ocorre para supor que
cada um das partes é maior interessada e é quem está em melhores condições para fazer a prova do fato que
embasa sua posição jurídico-material ou que derruba a posição jurídico-material do adversário.
O art. 373, do NCPC, é muito importante, pois prevê a distribuição estática, mas confere
possibilidade de redistribuição desse ônus por decisão do juiz.
Por ônus, devemos compreender o dever ou o encargo de produzir as provas no bojo do processo.
A regra tradicional, que advém do CPC73, estabelece duas regras estáticas, ou seja, dois padrões
fixos do ônus da prova:
1º - o autor deve provar os fatos constitutivos do direito que alega em Juízo.
2º - o réu deve provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor.
Por exemplo, se o autor pede a condenação do réu pelos prejuízos causados pelo inadimplemento,
deverá provar os fatos que alega para a constituição em juízo do seu direito. Poderá indicar
testemunhas, apresentar o contrato referindo que não recebeu no momento e na forma combinados.
O réu, por sua vez, poderá apresentar, por exemplo, um fato extintivo do direito do autor tal como o
pagamento.
Essas regras são estáticas!
Veja os incisos do art. 373, do NCPC:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
O dispositivo acima traz uma regra de julgamento, que se destina a prestar auxílio para o magistrado
decidir o caso concreto. Não se trata de uma regra de instrução, pois as regras de distribuição do
ônus somente são utilizadas no caso de não haver provas suficientes para a decisão.
Essa conclusão é importante, pois a inversão do ônus da prova, por seu turno, se caracteriza como
regra de instrução.
Primeiramente...
ÔNUS DA PROVA
regra de
julgamento instrução
A inversão da regra estática de ônus da prova é considerada regra de instrução, por um motivo muito
simples, a parte que, pelas regras dos incisos do art. 373, não estava obrigada a provar determinado
fato, pode, por ocasião da inversão, tornar-se incumbida. Assim, ela somente poderá se desincumbir
desse ônus – apresentando provas – na fase instrutória.
Em termos práticos, podemos pensar da seguinte forma: O autor deve fazer prova dos fatos
constitutivos do seu direito. Contudo, na circunstância dos autos, o magistrado entende que é caso
de inversão, afirmando que cabe ao réu trazer os documentos alegados pela parte autora como
suficientes para provar o seu direito (por exemplo, apresentação de via do contrato). Essa regra não
deve ser aplicada no julgamento, mas na fase de instrução, a fim de que a parte ré possa apresentar
o documento, se houver, ou trazer outros elementos que comprovem que não existe contrato
estabelecido entre as partes.
Nesse contexto, o art. 357, III, do NCPC, estabelece que o juiz deverá fixar as regras de distribuição
do ônus no despacho que irá sanear o processo a fim de que as partes cheguem à instrução
plenamente cientes do que devem fazer para defesa dos seus interesses.
A regra estática, que consta dos incisos do art. 373, pode ser alterada conforme o §1º abaixo citado:
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, PODERÁ o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
O dispositivo acima consagra a distribuição dinâmica do ônus da prova, que permite ao juiz, em
decisão fundamentada, alterar a regra básica, atribuindo a responsabilidade (o ônus) de provar:
àquele que a lei específica prevê que deve provar os fatos;
a outra parte, quando verificado, no caso concreto, a impossibilidade de quem deveria fazê-lo;
a outra parte, quando verificado, no caso concreto, que a produção da prova por quem deveria fazê-lo for
extremamente difícil; e
àquele que tiver mais facilidade em obter a prova dos fatos discutidos.
Essas quatro hipóteses autorizam a distribuição de forma diversa das regras estáticas.
O NCPC, na realidade, encampou atendimento do STJ18 sobre o assunto:
PROCESSUAL CIVIL. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA. REGRA DE INSTRUÇÃO. EXAME ANTERIOR À PROLAÇÃO DA
SENTENÇA.PRECEDENTES DO STJ.
1. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a inversão do ônus da prova prevista no art. 6º, VIII, do CDC,
é regra de instrução e não regra de julgamento, sendo que a decisão que a determinar deve - preferencialmente
- ocorrer durante o saneamento do processo ou - quando proferida em momento posterior - garantir a parte a
quem incumbia esse ônus a oportunidade de apresentar suas provas. Precedentes: REsp 1395254/SC, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/10/2013, DJe 29/11/2013; EREsp 422.778/SP, Rel.
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 29/02/2012, DJe 21/06/2012.
2. Agravo regimental não provido.
18
AgRg no REsp 1450473/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, DJe 30/09/2014.
Ainda no que diz respeito à dinâmica de distribuição de prova que vimos acima, o §2º estabelece
duas situações em que não é possível a dinâmica de distribuição do ônus da prova: impossibilidade
ou excessiva dificuldade da parte se desincumbir da prova. Trata-se da vedação à “prova diabólica”.
A ideia do legislador é a de que a distribuição do ônus da prova não pode gerar para a outra parte
impossibilidade ou extrema dificuldade de provar.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo NÃO PODE gerar situação em que a desincumbência do encargo
pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
Para encerrar o estudo do art. 373, o §3º estabelece a possibilidade de as partes acordarem quanto
à distribuição do ônus da prova.
Antes mesmo de ler o dispositivo abaixo, é importante um esclarecimento:
o ônus da prova pode ser determinado pelo magistrado, pela lei ou decorrer
do acordo entre as partes.
Assim:
De acordo com a moderna teoria da distribuição dinâmica da prova, cada parte deverá produzir
a prova apta a demonstrar suas alegações, independentemente de quem tenha melhores
condições de o fazer.
Comentários
A assertiva está incorreta. A teoria que afirma que as partes devem comprovar as suas
alegações, independentemente de qual delas apresente melhores condições de fazê-lo, é a
teoria da distribuição estática do ônus da prova. A teoria dinâmica defende justamente o
contrário.
A seguir, mais uma questão:
(TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014/adaptada) Acerca da prova no
sistema processual civil, julgue.
É defeso aos sujeitos da relação jurídica deduzida em juízo estabelecer qualquer convenção
que distribua de maneira diversa o ônus da prova. Trata-se de regra legal indisponível para as
partes.
Comentários
A assertiva está incorreta. O §3º, do art. 373, estabelece que somente proíbe a distribuição
diversa do ônus da prova quando a convenção recair sobre direito indisponível da parte e
quando tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
Vejamos mais uma questão sobre o assunto:
(TJ-DFT/Juiz/2015/adaptada) Julgue a assertiva abaixo acerca do direito probatório no
processo civil.
Observadas algumas restrições, admite-se que as partes distribuam o ônus da prova por
convenção, hipótese essa considerada como típico negócio jurídico processual para parte da
doutrina que defende a existência dessa categoria jurídica.
Comentários
A assertiva está correta. Vejamos o art. 373, §3º, do NCPC.
Agora estamos quase entendendo a matéria! Vamos a mais uma questão:
(TRT8ªR-PA/AP/AJAJ/2016/adaptada) Com base nas normas processuais relativas às provas
no processo civil, julgue.
Situação hipotética: José propôs ação anulatória de infração de trânsito, alegando que ele e
seu veículo não estavam no local da autuação na hora indicada na multa.
Assertiva: Nessa situação, o réu terá o ônus de comprovar o fato contrário ao alegado por José,
haja vista que não se pode exigir do autor a prova de fato negativo.
Comentários
De acordo com as regras estáticas de distribuição do ônus da prova, o autor deve comprovar o
fato constitutivo do seu direito. Nesse caso, como alegou não estar no local dos fatos, deverá
impossibilidade de quem
deveria provar
dificuldade de acesso à
pelo magistrado (ope
prova por quem deveria
judicis) quando:
provar
Não é todo fato que depende de prova. A regra é que apenas fatos relevantes, controversos e
determinados sejam submetidos ao crivo probatório.
Fato Relevante É aquele que serve para influenciar o convencimento do juiz sobre a aplicação da norma ao
caso concreto.
Fato É aquele que é afirmado por uma das partes e negado por outra.
controvertido
Fato É aquele que é delimitado, que é preciso, cujos sujeitos processuais sabem exatamente o que
determinado se pretende provar.
O art. 374, do NCPC, traz alguns fatos que não dependem de prova:
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Vejamos cada um dos incisos:
Fatos notórios são aqueles que não dependem de prova para serem admitidos como verdadeiros
no processo. São fatos de conhecimento geral.
Por exemplo, na contagem de determinado prazo que se discute a preclusão ou não, considera-se
domingo como dia que implica prorrogação do prazo. É notório que domingo não será considerado
na contagem do prazo.
Fatos afirmados por uma das partes e confessado pela parte contrária.
Nesse caso, dispensa-se a produção de provas, pois uma parte alegou e a outra confessou que se
trata de fato verdadeiro não havendo necessidade de se provar.
Fatos admitidos no processo como incontroversos.
São fatos não impugnados pela outra parte. Nesse caso, não dependem de prova, não porque a
parte contrária confessou, mas que, por serem fatos que trazem veracidade, não foram rebatidos
pela parte contrária ao longo da instrução.
Fatos em cujo favor milita presunção legal de veracidade.
De acordo com a doutrina19, o legislador, quando tem ciência de que um fato é muito difícil ou até
mesmo impossível de ser provado em juízo, presume a sua ocorrência ou veracidade na lei,
dispensando a parte, portanto, da produção de prova a seu respeito.
19
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 475.
Essas presunções são, em regra, relativas, ou seja, admitem prova em contrário. Contudo, nada
impede que tenhamos presunções absolutas sobre as quais a prova é inócua.
•Fatos notórios são aqueles que não dependem de prova para serem admitidos como verdadeiros
no processo.
•Fatos afirmados por uma das partes e confessado pela parte contrária.
•Fatos admitidos no processo como incontroversos.
•Fatos em cujo favor milita presunção legal de veracidade.
O art. 375, do NCPC, trata de um campo subjetivo para avaliação dos fatos trazidos como
instrumento de prova. Veja:
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que
ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.
Essas regras, segundo entendimento doutrinário20:
constituem juízos hipotéticos de conteúdo geral oriundos da experiência, independentes dos fatos discutidos em
juízo e dos casos de cuja observação foram induzidas, e que, sobrepondo-se a esses, pretendem ajudar na
compreensão de outros casos.
O art. 376, do NCPC, prevê:
direito municipal
direito estadual
COMPETE À PARTE
PROVAR TEOR E VIGÊNCIA
DE direito estrangeiro
direito consuetudinário
20
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 475.
Estados são, em regra, pautados como Estados de Direito. De todo modo, encontramos aplicação do
direito consuetudinário no direito internacional.
Veja o dispositivo:
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a
vigência, se assim o juiz determinar.
O art. 377, por sua vez, trata dos efeitos sobre o processo quando houver emissão de carta
precatória, rogatória e auxílio direto. Esses mecanismos de cooperação internacional suspendem o
processo até retorno do ato processual requerido, quando o requerimento ocorrer antes do
saneamento do processo e a prova for imprescindível.
Isso ocorre porque o resultado dessa prova poderá determinar até mesmo a forma do curso da
instrução. Assim, antes de o magistrado fixar os pontos controvertidos sobre os quais o juízo
produzirá provas, deve-se aguardar a coleta da prova no ato de cooperação (nacional ou
internacional).
Uma observação é relevante: no caso da carta precatória ou da carta rogatória é possível que não
exista esse efeito suspensivo. Vale dizer, o processo seguirá não havendo suspensão. A não
suspensão ocorrerá em duas situações:
o juiz expedir a carta (precatória ou rogatória), sem efeito suspensivo; ou
não houver devolução do ato de cooperação no prazo assinado.
Nesses dois casos, o processo seguirá seu curso, independentemente da devolução da carta
precatória. Essas cartas poderão ser juntadas nos autos a qualquer momento.
Leia:
Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto SUSPENDERÃO o julgamento da causa no caso
previsto no art. 313, inciso V, alínea “b”, quando, tendo sido requeridos antes da decisão de saneamento, a prova
neles solicitada for imprescindível.
Parágrafo único. A carta precatória e a carta rogatória NÃO devolvidas no prazo ou concedidas sem efeito
suspensivo poderão ser juntadas aos autos a qualquer momento.
Para encerrar o conteúdo teórico dessa parte inicial, vamos analisar os arts. 378 a 380.
O art. 378, do NCPC, estabelece o dever da parte de colaborar com o Poder Judiciário em respeito
ao princípio da colaboração, previsto no art. 6º, do NCPC:
Art. 378. NINGUÉM se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade.
Esse dever de colaborar se estende a todos que participam do processo, sob pena de ser considerado
litigante de má-fé (art. 80, do NCPC).
Em face dessa regra geral do dispositivo acima, os artigos 379 e 380 estabelecem deveres da parte
e do terceiro.
A parte não pode ser obrigada a produzir prova contra si mesmo, mas deve observar alguns deveres,
como: comparecer em juízo, colaborar com a inspeção judicial ou atender ao que for determinado
pelo magistrado.
Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte:
I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;
II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária;
III - praticar o ato que lhe for determinado.
O terceiro que, eventualmente, atuar no processo, deverá informar o juízo sobre fatos que saiba e
exibir coisas ou documentos que tenha em seu poder.
Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa:
I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha conhecimento;
II - exibir coisa ou documento que esteja em seu poder.
Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento, determinar, além da imposição de multa, outras
medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias.
Desse dispositivo, devemos destacar o parágrafo único, que prevê que, se o terceiro não colaborar
quando solicitado pelo juízo, poderá ser multado, conduzido coercitivamente, entre outras medidas.
21
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 2, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 141.
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução
de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
São três as hipóteses trazidas. Vejamos cada uma delas:
A primeira prevê que será admitida a ação de produção de provas quando a parte não puder
aguardar o momento regular de realização de provas no processo. Assim, se aguardar até a
instrução, a prova pode se tornar impossível ou muito difícil de ser verificada.
O exemplo tradicionalmente citado nesses casos é o da oitiva de pessoa que esteja acometida de
doença grave. Nesses casos, com o receio do falecimento e tratando-se de testemunha central para
o deslinde da ação, admite-se a produção antecipada de provas.
A segunda hipótese tem caráter prático destacado: se a produção antecipada da prova permitir,
eventualmente, que as partes cheguem à solução do litígio, ela será determinada.
Por exemplo, se as partes estiverem de acordo que o pagamento dos danos de determinado acidente,
depende apenas da realização de perícia para aferir quem realmente foi o culpado, admite-se a
realização de tal prova em ação específica antecipada.
Na terceira hipótese temos a possibilidade de produção antecipada de prova para definir se a
parte irá, ou não, demandar contra o réu.
Por exemplo, a parte requerer antecipadamente a realização de uma prova a fim de delimitar a área
do terreno que possui de modo que possa pleitear abatimento do valor de imóvel que comprou
acreditando ser maior. A depender do resultado dessa ação, é possível que a parte interessada defina
se houve, ou não, violação ao pactuado no contrato de compra e venda.
Temos, ainda, uma quarta hipótese de utilização de ação autônoma de prova antecipada prevista
no §5º, do art. 381:
§ 5o Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum fato ou relação
jurídica para simples documento e sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua
intenção.
Admite-se a utilização da prova antecipada para justificar a existência de eventual fato ou
documento, quando não envolver situação conflituosa com terceiros. Nesse caso, requer apenas
que, na petição, a parte decline a intenção.
Dois questionamentos são relevantes nesse ponto: juízo competente e prevenção do juízo na
produção antecipada de provas.
De acordo com o §2º, abaixo citado, a produção antecipada de provas observa duas regras de
competência:
§ 3o Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que
relacionada ao mesmo fato, SALVO se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora.
§ 4o Neste procedimento, NÃO se admitirá defesa ou recurso, SALVO contra decisão que indeferir totalmente a
produção da prova pleiteada pelo requerente originário.
Além disso, prevê o §3º, do art. 382, do NCPC, que os interessados podem requerer a produção de
outras provas no mesmo procedimento, a não ser que isso implique demora na decisão do
requerimento originário de produção de provas.
Para encerrar o tópico referente à produção antecipada de prova, prevê o art. 383, do NCPC, que os
autos da ação de produção de provas antecipadas permanecerão em cartório pelo período de 1
mês para que os interessados possam extrair cópia ou certidão do processo. Decorrido o prazo, o
processo será entregue àquele que promoveu a ação. Registre-se que isso se aplica apenas aos
autos que tramitam em meio físico.
Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias e certidões pelos
interessados.
Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida.
Vamos sintetizar as principais informações dessa ação autônoma?
6 - PROVAS EM ESPÉCIE
Ata notarial22 é o instrumento elaborado por tabelião com o intuito de documentar fatos jurídicos.
No CPC73, a ata notarial era adotada como um meio atípico de prova. Contudo, devido ao fato de
que essa prova é cotidiana no Poder Judiciário, o NCPC trouxe expressamente regra para disciplinar
a aplicação dessa prova específica.
São exemplos de atas notoriais: o atestado de conservação de um determinado bem, o conteúdo de
determinado site da internet, a presença de certa pessoa em determinado local, a opinião caluniosa,
injuriosa ou difamatória proferida por alguém no Facebook, a perturbação da paz em determinado
condomínio em face do barulho excessivo etc.
Essa espécie de ação está prevista expressamente no art. 384, do NCPC:
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar
da ata notarial.
A força probatória da ata notarial decorre da fé pública na produção do documento, uma vez que
fica sob o encargo do tabelião de cartórios extrajudiciais. Assim, o que tiver sido atestado ou
documentado é presumido (relativamente) verdadeiro.
ATA
Dotado de fé pública.
NOTARIAL
22
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 487.
DEPOIMENTO
oitiva da parte requerida pela PARTE CONTRÁRIA
PESSOAL
Para corroborar a existência do interrogatório, temos o art. 139, VIII, do NCPC, que confere ao juiz o
poder de determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes para inquiri-las sobre
fatos da causa, contudo, não haverá possibilidade de incidir a confissão da parte.
23
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 155.
24
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 156.
25
JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e ampl., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 157.
Isso é importante porque representa outra distinção possível entre o interrogatório e o depoimento
pessoal. No depoimento pessoal incide a penalidade de confissão pela parte, o que não é admitido
no interrogatório.
A confissão em si será estudada adiante, na análise do art. 389 e seguintes do NCPC. Aqui, tratamos
apenas da pena de confesso. É a penalidade pelo não comparecimento ou pela ausência de
manifestação da parte. Assim, se o magistrado decidir intimá-la para interrogá-la a qualquer tempo,
na forma do art. 139, VIII, e a parte não comparecer ou, se comparecer, ficar em silêncio, não haverá
aplicação da pena de confesso.
Contudo, no depoimento pessoal, que depende de requerimento da parte contrária, haverá
incidência da pena de confesso quando a parte adversa:
Não comparecer, se intimada regularmente;
Mesmo que compareça, se recusar a depor.
Veja:
§ 1o Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não
comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
O §2º traz uma regra simples, porém, relevante. Esse dispositivo prevê que é vedado a quem não
prestou depoimento ouvir o depoimento da outra parte. Assim, se ambas as partes requererem o
depoimento na instrução será ouvido primeiramente o autor, situação em que o réu não poderá
participar do ato porque ainda não prestou depoimento. Contudo, o depoimento do réu poderá ser
acompanhado pelo autor, porque o autor presta necessariamente seu depoimento antes do réu.
Confira:
§ 2o É VEDADO a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte.
O §3º prevê a possibilidade de realização do depoimento pessoal por intermédio de
videoconferência, quando a parte a ser ouvida residir fora da comarca, da seção ou subseção:
§ 3o O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela onde
tramita o processo poderá ser colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a realização da
audiência de instrução e julgamento.
O art. 386 trata do caso da parte que deixa de responder a um questionamento sem motivo
justificado. Nesse caso, é possível a determinação, pelo magistrado, da recursa de depor. Essa
recusa, contudo, não é declarada na audiência de instrução e de julgamento, mas apenas na
sentença, após a análise das demais circunstâncias e provas produzidas no processo.
Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe for perguntado ou empregar
evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e os elementos de prova, declarará, na sentença, se houve
recusa de depor.
O “emprego de evasivas” constitui o relato da parte sem responder diretamente ao que lhe foi
perguntado com o intuito de desvirtuar a realidade ou para responder de forma vaga e incompleta.
Se o magistrado entender que a parte utilizou de discurso evasivo declarará que, na realidade, ela
se recusou a depor.
Veja, ainda, o art. 387, do NCPC:
Art. 387. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, NÃO podendo servir-se de escritos
anteriormente preparados, permitindo-lhe o juiz, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem
completar esclarecimentos.
O dispositivo acima prevê a possibilidade de a parte consultar breves notas ao longo do seu
depoimento pessoal, embora não possa utilizar de escritos preparados para a oitiva.
Para encerrar a análise do depoimento pessoal, devemos estudar com atenção o art. 388, que
estabelece situações sobre as quais a parte não é obrigada a depor.
Art. 388. A parte NÃO É OBRIGADA A DEPOR SOBRE FATOS:
I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;
III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou de
parente em grau sucessível;
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
Parágrafo único. Esta disposição NÃO se aplica às ações de estado e de família.
Assim:
A parte não é obrigada a depor sobre fatos criminosos ou torpes que forem imputados ao depoente.
Por exemplo, mesmo no processo cível, a parte não é obrigada a falar sobre a prática de crimes a ela
imputados. É importante registrar que a recusa, nesse caso, porque permitida expressamente pela legislação,
não poderá implicar qualquer prejuízo no processo civil.
A parte não é obrigada a depor sobre fatos que deve guardar sigilo em razão do estado ou profissional.
De acordo com a doutrina26, havendo dever de sigilo, a parte sequer poderá optar por depor porquanto, violado
o sigilo, pode a parte responder administrativa ou criminalmente. Após, se o seu depoimento for imprescindível
para o deslinde da controvérsia é que se poderá exigir-lhe esclarecimentos. Sendo o caso, não há que se falar
em ilicitude na quebra do dever de sigilo.
Por exemplo, sigilo do médico, do advogado, do padre, dotado de relação de confiança ínsita à ética de tais
relações.
A parte não é obrigada a depor sobre fatos que possam implicar desonra à pessoa depoente ou de seus
familiares.
Para a doutrina27 a desonra implica prejuízo à imagem, à reputação ou à honra do depoente, de seu cônjuge,
de seu companheiro ou de parente em grau sucessível. É necessário que o fato que gere desonra seja grave,
não se aplicando à regra de exclusão se o fato não é capaz de repercutir de modo decisivo para a honra, ou
reputação, ou imagem da pessoa.
A parte não é obrigada a depor sobre fatos que impliquem perigo de vida ao depoente ou a sua família.
Esse risco deve ser concreto e imediato e não fruto de mera ilação.
As exceções acima NÃO SE APLICAM ÀS AÇÕES DE ESTADO OU DE FAMÍLIA.
26
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 492.
27
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 493.
DEPOIMENTO
EXCEÇÕES: não
REGRA: a parte
se aplicam a
é obrigada a
ações de estado
depor
e de família
6.3 - CONFISSÃO
Esse meio de prova está disciplinado entre os arts. 389 a 395, do NCPC.
A confissão está intimamente ligada ao depoimento pessoal, pois a confissão nada mais é do que o
próprio reconhecimento voluntário da ocorrência de um fato contrário ao interesse da parte que
confessa e, por conta disso, favorável à parte contrária.
A confissão é intencional, ou seja, a parte deve pretender a confissão. Contudo, a parte pode
confessar espontaneamente ou por intermédio de provocações argumentativas. Ambas as formas
de confissão são admissíveis, segundo prevê o caput, do art. 390, do NCPC.
Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.
§ 1º A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por representante com poder especial.
§ 2º A confissão provocada constará do termo de depoimento pessoal.
Veja:
CONFISSÃO CONFISSÃO
ESPONTÂNEA PROVOCADA
A confissão é um ato individual de forma que eventuais pessoas que estejam no mesmo polo da
parte que confessa não serão afetados. Temos aqui a manifestação da autonomia dos litisconsortes.
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes.
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão
de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação
absoluta de bens.
Há, ainda, mais uma observação. Em relação aos bens imóveis ou direitos reais sobre bens imóveis,
a confissão de um dos cônjuges ou companheiro não valerá sem a confissão do outro cônjuge, a não
ser que o regime de casamento seja de separação absoluta. Portanto, a regra é que seja exigida
dupla confissão para a validade desse meio de prova. No caso de separação absoluta, a confissão
observa a regra geral da confissão individual.
O art. 393 fixa que a confissão é irrevogável. Apenas não prevalecerá a confissão se ela for anulada
quando identificado em ação específica, a ser promovida exclusivamente por quem confessou
(confitente), erro de fato ou coação. Portanto, a confissão pode ser objeto de ação anulatória que
somente pode ser proposta por quem confessou ou pelos herdeiros na hipótese de falecimento do
confitente.
Confira:
Art. 393. A confissão é irrevogável, mas PODE SER ANULADA se decorreu de erro de fato ou de coação.
Parágrafo único. A legitimidade para a ação prevista no caput é exclusiva do confitente e pode ser transferida
a seus herdeiros se ele falecer após a propositura.
Por fim, confira a leitura do art. 394, que é o suficiente para a nossa prova:
Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei NÃO exija
prova literal.
A exibição de documento ou coisa é disciplinado entre os arts. 396 a 404, do NCPC. Trata-se de meio
de prova comum no Direito Processual Civil que poderá ser requerido no bojo do processo e,
inclusive, em ação autônoma.
Esse documento ou coisa pode estar em poder da parte ou em poder de terceiro. Essa distinção é
fundamental para que possamos compreender o procedimento que será estudado.
É comum, por exemplo, a requisição de documento ou coisa que esteja em poder da Administração
Pública (terceiro), a fim de subsidiar um processo entre pessoas privadas.
Assim, sempre que for imprescindível a juntada desse documento ou coisa é possível se valer desse
instrumento de prova, por determinação do juiz. Veja:
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder.
A fim de tornar nosso estudo mais didático, vamos distinguir a análise:
Uma vez apresentado o requerimento, a parte contrária será intimada para se manifestar no prazo
de 5 dias. Após intimada, a parte poderá, basicamente, se manifestar com as seguintes alegações:
1º POSSIBILIDADE: apresentação ou requerimento de prazo para apresentação do documento ou coisa.
2º POSSIBILIDADE: a parte nega possuir o documento ou coisa.
Nesse caso, o juiz concederá à parte requerente a oportunidade de provar que a escusa é mentirosa.
As possibilidades acima são retiradas do art. 398, do NCPC:
Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (CINCO) DIAS subsequentes à sua intimação.
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o
requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade.
Temos, ainda, outras possibilidades:
3º POSSIBILIDADE: não manifestação.
Nesse caso, pressupõe-se que a parte tem o documento ou coisa e, pela não manifestação, considera-se
existente o meio de prova na forma relatada pelo requerente.
4ª POSSIBILIDADE: escusa da parte em entregar o documento ou coisa.
O art. 399, do NCPC, elenca três situações em que a recusa não será admitida:
a) parte tiver a obrigação de exigir o documento ou coisa;
b) o requerido tiver feito referência ao documento na sua defesa como instrumento de prova; e
c) for documento comum às partes (por exemplo, contrato).
Nesses casos, a recusa será considerada não manifestação.
Com isso, confira o art. 399, do NCPC e, na sequência, o art. 400, que traz as consequências da não
manifestação ou recusa injustificada.:
Art. 399. O juiz NÃO admitirá a recusa se:
I - o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;
III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da
coisa, a parte pretendia provar SE:
I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398 [5 dias];
II - a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias para que o documento seja exibido.
Portanto, no caso de não declaração ou recusa injustificada, o juiz admitirá como verdadeiros os
fatos que a parte requerente pretendia prova.
Antes de analisarmos as situações que envolvem documentos em poder de terceiros, é importante
destacar que o parágrafo único do art. 400, acima citado, trata da possibilidade de adoção de
medidas coercitivas, em face da não apresentação do documento ou coisa.
Assim:
indutivas
coercitivas
O JUIZ PODERÁ UTILIZAR
MEDIDAS
mandamentais
sub-rogatórias
EM PODER DA PARTE
EM PODER DE TERCEIRO
CONTRÁRIA
em 5 dias em 15 dias
O terceiro poderá:
1º POSSIBILIDADE: apresentar o documento ou requerer prazo para apresentação do documento ou coisa.
2º POSSIBILIDADE: não se manifestar ou se negar a apresentar o documento.
Se isso ocorrer, aplicamos a regra constante do art. 402, do NCPC, que prevê a possibilidade de o juiz designar
uma audiência específica para ouvir o terceiro.
Em seguida, o magistrado poderá ordenar que a parte entregue o documento no prazo de 5 dias e ressarça
eventuais despesas. Além disso, para assegurar a efetividade da ordem judicial, é possível que o magistrado
determine:
➢ a expedição de mandado de apreensão;
➢ com uso da força policial, se necessário;
➢ o responsável por não entregar o documento ou coisa responderá por crime e desobediência;
➢ podem ser aplicadas multas e medidas indutivas, coercitivas, mandamentais e sub-rogatórias.
Confira:
Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará
audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, o de testemunhas, e
em seguida proferirá decisão.
Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á que proceda ao
respectivo depósito em cartório ou em outro lugar designado, NO PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, impondo ao
requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.
Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se
necessário, força policial, sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa e
outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a efetivação
da decisão.
Para encerrar o tópico, confira o art. 404, do NCPC, que prevê situações em que a escusa do terceiro
é admitida:
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:
I - concernente a negócios da própria vida da família;
II - sua apresentação puder violar dever de honra;
III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou
afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal;
IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;
V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição;
VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas uma parcela
do documento, a parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída cópia reprográfica, de
tudo sendo lavrado auto circunstanciado.
Para a prova...
Comparando a exibição de documento e coisa pela parte contrária ou por terceiro, temos:
Intimado para se manifestar no prazo de 5 dias. Citado para se manifestar no prazo de 15 dias.
Admite-se a escusa:
• documentos concernentes à própria vida familiar
• violação dos deveres de honra
• desonra à parte ou ao terceiro (abrange parentes até 3º grau)
• sigilo em face do estado ou profissão
• motivos graves que justifiquem a entrega de documentos
• por previsão legal
7 – LISTA DE QUESTÕES
CESPE
1. CESPE/DPE-PE/2018
Não havendo processo anterior que trate da situação, a demonstração de que determinado
fato ocorreu em rede social acessível pela Internet poderá ser realizada com a juntada aos
autos
a) de declaração pessoal do autor.
b) de prova emprestada.
c) do computador.
d) da prova pericial.
e) de ata notarial.
2. CESPE/DPE-PE/2018
Na ação civil, relaciona-se ao pedido de exibição de documento ou coisa o pressuposto
processual consistente na
a) manifestação do Ministério Público sobre a existência de prejuízo, caso não ocorra a
exibição.
b) explicação, pelo autor, de que existe o objeto do pedido e de que ele se encontra em poder
da outra parte na relação processual.
c) demonstração, pelo autor, de que pretende conhecer documentos ou coisa para instruir
ação de terceiros.
d) existência de documento que comprove a repetição de processos que contenham
controvérsia acerca da mesma questão em direito.
e) relevância da questão de direito, que deve ter grande repercussão social, mesmo sem se
repetir em múltiplos processos.
3. CESPE/STJ/2018
Acerca do procedimento comum, julgue o item que se segue.
Por ser matéria de ordem pública, a distribuição diversa do ônus da prova não é possível por
convenção das partes.
4. CESPE/STJ/2018
A luz das disposições do Código de Processo Civil (CPC), julgue os próximos itens.
No que se refere à formação do conjunto de provas no processo, a possibilidade de o
magistrado atuar de ofício está expressamente prevista em lei e é compatível com a adoção,
pelo CPC, de um modelo de processo cooperativo.
5. CESPE/TCE-SC/2016
A respeito dos recursos, do cumprimento de sentença, da revelia e das provas, julgue o item
que se segue.
Caso o réu perceba, antes de proferida a sentença, que incidiu em erro ao confessar os fatos,
a revogação da prova deverá ser requerida incidentalmente.
6. CESPE/FUNPRESP-JUD/2016
Julgue o item a seguir, referente ao processo de conhecimento e ao cumprimento de sentença.
Para que qualquer das partes possa utilizar de prova emprestada, é necessário, entre outros
requisitos, que a parte contra quem a prova será produzida tenha sido parte também no
processo originário e que nele tenha sido observado o contraditório.
7. CESPE/TRE-RS/2015/adaptada ao NCPC
A prova é um meio hábil de confirmar a existência ou a inexistência de um acontecimento ou
de um ato, e, quando dirigida ao magistrado, visa dar solução ao caso posto em juízo. O CPC
estabelece regras acerca da prova e da sua produção. No que se refere à prova e às situações
que a envolvem, assinale a opção correta.
a) Segundo as regras processuais expressas relativas ao ônus da prova, incumbe ao autor
provar o fato constitutivo do seu direito, sendo lícita a convenção que distribui o ônus da prova
de maneira diversa, quando recair sobre direito indisponível da parte ou tornar excessivamente
difícil a uma parte o exercício do direito.
b) Da regra estática de distribuição do ônus da prova, extrai-se que quem alega o que não
aconteceu terá o ônus de provar o fato negativo, o que constitui o que a doutrina denomina
de prova diabólica. Em face disso, entende-se admissível que o magistrado
fundamentadamente redistribua o ônus da prova tendo em vista a facilidade de obtenção da
prova.
c) Em relação à distribuição do ônus da prova, o CPC aboliu a teoria estática do ônus da prova,
de forma que o magistrado deve, na decisão saneadora delimitar expressamente o ônus da
prova.
d) O direito processual civil positivado determina que os fatos notórios sejam provados por
quem os alega, sob pena de cercear a defesa daquele contra quem a prova é utilizada.
e) A confissão é a declaração de uma parte acerca da verdade dos fatos, que pode ser judicial
ou extrajudicial. Há confissão quando a parte admite a verdade de um fato contrário ao
adversário e favorável ao seu interesse.
8. CESPE/TJ-DFT/2015
A respeito da prova, julgue o item que se segue.
A confissão espontânea somente poderá ser realizada pela própria parte e, no caso de a ação
judicial versar sobre direito indisponível, não será válida para o julgamento da causa.
9. CESPE/TJ-DFT/2015
A respeito da prova, julgue o item que se segue.
O juiz pode, de ofício, em qualquer fase do processo, determinar o comparecimento pessoal
das partes, a fim de interrogá-las sobre questões que envolvem a causa.
10. CESPE/Telebras/2015
Valter, domiciliado em Brasília, ajuizou, perante a justiça comum da circunscrição judiciária de
Brasília, ação de cobrança de quantia certa contra Gustavo, domiciliado em Porto Alegre. Em
sua peça contestatória, Gustavo arguiu preliminar de incompetência territorial, e, no mérito,
requereu a improcedência do pedido em função de suposta dação em pagamento.
Considerando essa situação hipotética, julgue os item subsequente.
O ônus da prova compete a Gustavo, visto que ele apresentou fato modificativo do direito do
autor.
11. CESPE/TRE-GO/2015
Com base no que dispõe o Código de Processo Civil, julgue o item seguinte.
No direito processual civil, expressa disposição legal admite que o juiz aja de ofício e determine
a produção de prova, o que constitui exceção ao princípio conhecido como dispositivo.
12. CESPE/TRE-GO/2015
Julgue o seguinte item, relativos à resposta do réu e à teoria das provas no sistema processual
civil.
O juiz pode, de ofício, determinar o comparecimento pessoal das partes em qualquer fase em
que se encontrar o processo, com o intuito de interrogá-las sobre questões que envolvam a
causa, para seu correto deslinde e julgamento.
15. CESPE/TRE-BA/2010
Julgue os itens subsequentes, a respeito da prova, do ônus da prova, do tempo dos atos
processuais, dos recursos e suas espécies, da competência e da ação rescisória.
Para o CPC, o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito, e ao
réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Outras Bancas
17. FUNDEP/MPMG/2018
Assinale a alternativa INCORRETA sobre Provas:
a) A teoria estática do ônus da prova continua sendo a regra geral do sistema probatório. A
teoria dinâmica tem lugar quando, por exemplo, existir impossibilidade ou excessiva
dificuldade de cumprir o encargo estabelecido pelo legislador como regra geral; todavia, é
preciso que o magistrado assim o faça de forma fundamentada, e que permita que a parte
possa produzir as provas necessárias de modo a se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Além disso, tal decisão não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela
parte seja impossível ou excessivamente difícil.
b) As partes podem, por meio de negócio jurídico processual, distribuir o ônus da prova de
forma diversa da que foi estabelecida pelo legislador, desde que não recaia sobre direito
indisponível da parte, ou que torne excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
c) O direito à produção antecipada de prova será cabível quando a prova a ser produzida seja
suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito, bem
como quando o prévio conhecimento dos fatos possa evitar ou justificar o ajuizamento de ação.
d) O modo de existir e a existência de algum fato podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião. Dados representados por
imagem ou som gravados em qualquer tipo de mídia também poderão constar da ata notarial.
18. IBFC/TJ-PE/2017
Sobre as provas em direito processual civil, analise os itens abaixo.
I. É reconhecido o direito das partes de empregar todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa
e influir eficazmente na convicção do juiz.
II. O ônus da prova em direito processual civil incumbe a quem alegar o fato, sendo vedada a
inversão do ônus da prova sob qualquer hipótese.
III. Apenas os fatos notórios e aqueles admitidos no processo como incontroversos
independerão de prova.
IV. O juiz poderá se utilizar de prova emprestada de outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I e III são corretos.
b) Apenas II e IV são corretos.
c) Apenas II e III são corretos.
d) Apenas I e IV são corretos.
e) I, II, III e IV são corretas.
19. MPT/MPT/2017
Acerca da produção probatória, de acordo com o Código de Processo Civil (CPC), assinale a
alternativa INCORRETA.
a) As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente
legítimos, ainda que não especificados pelo CPC, para provar a verdade dos fatos em que se
funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
b) Incumbirá à parte, ainda que produzindo prova contra si, colaborar com o juízo na realização
de inspeção judicial que for considerada necessária.
c) Aplicar-se-á a distribuição dinâmica do ônus da prova nos casos já previstos em lei ou diante
de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou excessiva dificuldade de se
cumprir o encargo da distribuição legal do ônus da prova ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, desde que por decisão fundamentada.
Considere as seguintes afirmativas sobre o tema das provas no âmbito do Código de Processo
Civil. Assinale a alternativa INCORRETA.
a) Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova
de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte
a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
b) A carta precatória e a carta rogatória não devolvidas no prazo, ainda que concedidas sem
efeito suspensivo, não poderão ser juntadas aos autos.
c) O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que
ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas,
o exame pericial.
d) A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á
o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
e) Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da
verdade.
23. IESES/ALGÁS/2017
A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
a) Não haja nenhum fundado receio de que venha a tornar-se impossível o deslinde da
question.
b) O prévio conhecimento dos fatos não venha alterar a solução da demanda, mas venha a
agilizar o ajuizamento de ação.
c) A prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio
adequado de solução de conflito.
d) Haja fundado receio de que venha a tornar-se possível ou muito fácil a verificação de certos
fatos na pendência da ação.
24. MPE-PR/MPE-PR/2017
Sobre o regime das provas no Código de Processo Civil de 2015, assinale a alternativa incorreta:
a) O direito processual civil incorpora a regra da atipicidade dos meios de prova, desde que os
meios empregados pelas partes sejam legais e moralmente legítimos.
b) A prova deve constar dos autos do processo e o juiz pode valorá-la independentemente de
quem a produziu nos autos, devendo indicar na decisão as razões da formação de seu
convencimento.
c) O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o
valor que considerar adequado, observado o contraditório.
25. FUNECE/UECE/2017
No que diz respeito à produção antecipada da prova, assinale a afirmação verdadeira.
a) A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser
produzida ou do foro de domicílio do réu.
b) A produção antecipada da prova previne a competência do juízo para a ação que venha a
ser proposta.
c) O juízo estadual não tem competência para produção antecipada de prova requerida em
face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal ainda que, na localidade,
não exista vara federal.
d) Em qualquer caso, o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de
interessados na produção da prova ou no fato a ser provado.
26. MPE-RS/2017
Assinale a alternativa INCORRETA acerca do Ministério Público e da audiência de instrução e
julgamento, a teor do disposto no Novo Código de Processo Civil.
a) Intervindo nos processos como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público poderá produzir
provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.
b) Considerando o princípio da publicidade dos atos processuais, a audiência será sempre
pública.
c) O Ministério Público possui prazo em dobro para manifestação nos autos, não se aplicando
o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio
para o Ministério Público.
d) A audiência é una e contínua, todavia, havendo concordância das partes, na ausência de
perito ou de testemunha, poderá ser excepcional e justificadamente cindida.
e) O Ministério Público, atuando como fiscal da ordem jurídica, intervirá nos processos que
envolvam litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
28. IESES/TJ-MA/2016
Em relação a ata notarial é correto afirmar:
a) A ata notarial deve ser redigida em língua portuguesa, pois a redação no idioma nacional é
um dos seus elementos essenciais.
b) A ata notarial é um tipo de documento que declara a existência de fatos e negócios jurídicos,
devendo ter a assinatura de testemunhas que confirmem a veracidade dos fatos.
c) Ao notário é permitido lavrar atas notariais de seu interesse ou no interesse de seus
familiares em linha reta.
d) A atuação do tabelião na elaboração da ata notarial tem como objetivo convocar o
solicitante e as testemunhas, devendo ouvir suas declarações e as registrar, redigindo o
documento conforme seu entendimento dos fatos.
29. IESES/TJ-MA/2016
Assinale a alternativa correta:
a) A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata notarial lavrada por tabelião.
b) A ata notarial dispensa a qualificação das partes, pois o ato praticado em cartório tem fé
pública.
c) Para lavrar uma ata notarial ou escritura o tabelião deve exigir das partes documentos que
comprovem a existência de direitos que serão citados na ata, devendo ser respeitado o
princípio da ampla defesa e do contraditório.
d) A ata notarial e a escritura pública são documentos semelhantes, com a finalidade de
outorgar poderes a terceiros para pratica de atos jurídicos.
34. MPE-RS/MPE-RS/2016
Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações sobre o tema das provas,
segundo o disposto no Código do Processo Civil.
( ) A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser
produzida ou do foro de domicílio do autor.
( ) Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a
confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de
casamento for o de comunhão universal de bens.
( ) O juiz não admitirá a recusa de exibição se o documento, por seu conteúdo, for comum às
partes.
( ) Fazem a mesma prova que os originais os extratos digitais de bancos de dados públicos e
privados, desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as informações
conferem com o que consta na origem.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F – V – V – F.
b) F – V – F – V.
c) V – V – F – F.
d) F – F – V – V.
e) V – F – V – F.
35. MPE-PR/2016
Sobre a disciplina das provas e da sentença no Direito Processual Civil, como previsto pelo
Código de Processo Civil de 2015, assinale a alternativa correta:
a) Os meios de prova admitidos pelo direito processual civil são aqueles previstos
expressamente pelo Código de Processo Civil, sem qualquer exceção;
b) O Código de Processo Civil admite a possibilidade de o magistrado distribuir o ônus da prova
de modo diverso da regra geral, desde que o magistrado o faça no ato da sentença, de forma
fundamentada;
c) Quando o documento que se pretende utilizar como prova consistir em reprodução
cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo aos autos, devidamente degravados e
reduzidos ao formato de termo escrito;
d) Nos casos considerados de baixa complexidade, o Código de Processo Civil admite que a
sentença indique o ato normativo pertinente, sem explicar sua relação com a causa ou a
questão decidida;
e) Não se considera fundamentada a decisão que se limitar a invocar precedente ou enunciado
de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos.
39. MPDFT/MPDFT/2015
O novo Código de Processo Civil, aprovado pela Lei 13.105/2015 (CPC/2015), entrará em vigor
a contar de um ano de sua publicação oficial, em substituição ao CPC/1973. Sobre a aplicação
do novo diploma processual, julgue os itens a seguir:
I. A prova requerida no processo antes da vigência do novo código, isto é sob as regras
legislativas do CPC/1973, ao ser produzida na vigência do CPC/2015, regular-se-á pelo novo
diploma legal.
II. A contagem de prazos processuais em dias úteis, não mais em dias contínuos, estabelecida
pelo CPC/2015, incidirá nos prazos que iniciarão contagem a partir da vigência do CPC/2015.
III. Ao entrar em vigor, o CPC/2015 será aplicado aos processos que se iniciarem sob a sua
égide, mantendo-se o CPC/1973 para reger todos os processos iniciados em data anterior à
vigência do novo código
IV. Os atos processuais praticados sob a vigência do CPC/1973, em processos não sentenciados,
por exemplo, a citação de empresas públicas e privadas, não serão renovados devido à vigência
da nova disciplina processual do CPC/2015.
V. A norma processual do CPC/2015 não retroagirá e será aplicada imediatamente aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência do CPC/1973.
Assinale a alternativa que contém os itens CORRETOS:
a) I, II e IV.
b) III, IV e V.
c) I, III e IV.
d) II, IV e V.
e) I, IV e V.
40. FMP-RS/TJ-MT/2014
Sobre o direito probatório no processo civil, é correto afirmar que
a) não vige, no direito brasileiro, a regra da atipicidade dos meios de prova.
b) não vige, no processo civil, a regra da comunhão da prova.
c) vige, entre nós, a teoria da distribuição fixa do ônus da prova, que pode, contudo, ser
invertida e dinamizada, conforme o caso.
d) vige, entre nós, a teoria das normas que distribui o ônus da prova de acordo com a
capacidade de provar de cada uma das partes.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
41. UFMT/DPE-MT/2016
Em relação às provas no Código de Processo Civil (CPC/2015), assinale a afirmativa correta.
a) O Código de Processo Civil consagrou a posição jurisprudencial, adotada pelo Superior
Tribunal de Justiça, segundo a qual o ônus da prova é regra de julgamento.
b) A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que o prévio conhecimento dos
fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
c) A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o
décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.
d) A produção antecipada da prova previne a competência do juízo para a ação que venha a
ser proposta.
e) Ao juiz incumbe-lhe determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes,
para inquiri-las sobre os fatos da causa; havendo silêncio ou recusa em depor, incidirá a pena
de confesso.
42. QFAURGS/TJ-RS/2016
Na vigência do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei nº 13.105/2015, Gabriel
propõe ação de produção antecipada de prova pericial em face da Construtora Macondo S/A.
Alega, basicamente, em petição inicial, que preenche os requisitos legais e que a prova, caso
produzida, terá o condão de viabilizar a autocomposição das partes. Nesse caso, é correto
afirmar que a produção
a) deverá ser indeferida, uma vez que a justificativa de Gabriel não demonstra perigo de que
venha a se tornar impossível a verificação dos fatos.
b) deverá ser indeferida, uma vez que a medida judicial em questão só pode ser utilizada para
produção de prova oral.
c) deverá ser deferida, e, caso Gabriel queira propor ação indenizatória posteriormente, o juízo
da ação de produção antecipada já estará prevento para julgar a nova ação.
d) deverá ser deferida, e, havendo caráter contencioso, deverá o juiz determinar, inclusive de
ofício, a citação de interessados na produção da prova.
e) deverá ser indeferida, uma vez que o direito à prova encontra óbice no direito à livre
iniciativa da parte contrária.
43. IESES/BAHIAGÁS/2016
No tocante às provas a serem produzidas inovou o NCPC. Assinale a alternativa INCORRETA,
dentre as elencadas.
a) O NCPC em seu art. 439 dispõe que “a utilização de documentos eletrônicos no processo
convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e de verificação de sua
autenticidade, na forma da lei”
b) No artigo 381, incisos II e III do NCPC há duas previsões específicas, que estabelecem a
possibilidade de se pedir, no Judiciário, a produção antecipada de prova para os casos em que
a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a auto composição ou outro meio adequado
de solução de conflito; ou o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o
ajuizamento de ação.
c) No Novo CPC, os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os
órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual
o juiz está vinculado. Permanece a regra de que na localidade onde não houver inscrito no
cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e
deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico detentor do conhecimento
necessário à realização da perícia.
d) O NCPC inovou, trazendo tópicos importantes: arguição de falsidade documental; juntada
de documentos novos no processo e utilização de documentos eletrônicos. Desses o talvez seja
o mais importante o do Art. 435, que permite juntar aos autos documento novos em qualquer
momento do processo. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos
novos, destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los
aos que foram produzidos nos autos.
e) O artigo 372 do NCPC: “O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro
processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório”. Trata-
se de norma sem correspondência no atual CPC.
45. FAURGS/TJ-RS/2016
Na vigência do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei nº 13.105/2015, Fernando
propõe ação de exibição de documentos em face de Álvaro. Álvaro contesta a ação,
apresentando justificativa para não exibir. O juiz julga ilegítima a justificativa de Álvaro, por
considerar que o réu possui o documento, que tem dever legal de exibi-lo e que o documento
em questão é comum às partes e necessário para a instrução do feito. Nesse caso, é correto
afirmar que, em tese,
a) o juiz não poderia admitir como verdadeiros os fatos que, por meio do documento, Fernando
pretendia provar.
b) o juiz poderia determinar busca e apreensão do documento, mas não poderia utilizar
medidas coercitivas, como a multa diária, para constranger Álvaro a exibi-lo.
c) o juiz poderia adotar medidas como multa diária, busca e apreensão e restrição ao exercício
de direitos, para fazer com que o documento seja levado a juízo.
d) o juiz só poderia presumir a veracidade de fatos que não pudessem ser provados por outros
meios de prova, como a prova pericial, a testemunhal ou a ata notarial.
e) o juiz deveria ter determinado a exibição do documento, ainda que Álvaro tivesse
comprovado que a apresentação do documento violasse dever seu de honra.
46. IESES/TJ-PA/2016
Indique a alternativa INCORRETA:
a) O juízo de valores sobre fatos escapa ao alcance da ata notarial.
b) O instrumento notarial se presta a prevenir litígios e a abreviá-los, diante da qualidade da
prova que constituem.
c) O controle da lavratura da ata notarial é exclusivo do notário, por se tratar de ato unilateral
de sua exclusiva competência, sem que o requerente possa contestar ou refutar o que nela
constar.
d) O tabelião deve fazer um juízo de valor sobre os fatos por ele percebidos antes da lavratura
da ata notarial.
47. CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2015
No depoimento pessoal das partes, nos termos do Código de Processo Civil, a parte não poderá
servir-se de
a) consultas breves
b) processos mnemônicos
c) recordações longevas
d) escritos adrede preparados
e) indicações de datas
a) No depoimento pessoal, não é permitido à parte servir-se de notas breves para completar
esclarecimentos.
b) A parte não é obrigada a depor sobre fatos criminosos ou torpes que lhe forem imputados.
c) Não se admite confissão espontânea feita a mandatário, mesmo que com poderes especiais.
d) A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, terá eficácia inclusive nos casos em que a
lei exija prova literal.
e) A confissão é irrevogável e não poderá ser anulada se colhida em juízo.
7.2 – GABARITO
1. E 18. D 35. E
2. B 19. B 36. E
3. INCORRETA 20. A 37. E
4. CORRETA 21. E 38. A
5. INCORRETA 22. B 39. D
6. CORRETA 23. C 40. C
7. B 24. E 41. B
8. INCORRETA 25. A 42. D
9. CORRETA 26. B 43. D
10. CORRETA 27. C 44. D
11. CORRETA 28. A 45. C
12. CORRETA 29. A 46. D
13. D 30. D 47. D
14. INCORRETA 31. E 48. D
15. CORRETA 32. C 49. B
16. E 33. B
17. D 34. D
CESPE
1. CESPE/DPE-PE/2018
Não havendo processo anterior que trate da situação, a demonstração de que determinado
fato ocorreu em rede social acessível pela Internet poderá ser realizada com a juntada aos
autos
a) de declaração pessoal do autor.
b) de prova emprestada.
c) do computador.
d) da prova pericial.
e) de ata notarial.
Comentários
A alternativa E é correta e gabarito da questão, nos termos do art. 384, do NCPC:
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento
do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar
da ata notarial.
2. CESPE/DPE-PE/2018
Na ação civil, relaciona-se ao pedido de exibição de documento ou coisa o pressuposto
processual consistente na
a) manifestação do Ministério Público sobre a existência de prejuízo, caso não ocorra a
exibição.
b) explicação, pelo autor, de que existe o objeto do pedido e de que ele se encontra em poder
da outra parte na relação processual.
c) demonstração, pelo autor, de que pretende conhecer documentos ou coisa para instruir
ação de terceiros.
d) existência de documento que comprove a repetição de processos que contenham
controvérsia acerca da mesma questão em direito.
e) relevância da questão de direito, que deve ter grande repercussão social, mesmo sem se
repetir em múltiplos processos.
Comentários
Para que haja o pedido de exibição de documento ou coisa, a parte deve afirmar que o documento
ou a coisa estejam em poder da parte contrária. Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da
questão, conforme prevê o art. 397, III, do NCPC:
Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha
em poder da parte contrária.
3. CESPE/STJ/2018
Acerca do procedimento comum, julgue o item que se segue.
Por ser matéria de ordem pública, a distribuição diversa do ônus da prova não é possível por
convenção das partes.
Comentários
De acordo com o §3º, do art. 373, do NCPC, a distribuição diversa do ônus da prova também pode
ocorrer por convenção das partes. Vejamos:
§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
4. CESPE/STJ/2018
A luz das disposições do Código de Processo Civil (CPC), julgue os próximos itens.
No que se refere à formação do conjunto de provas no processo, a possibilidade de o
magistrado atuar de ofício está expressamente prevista em lei e é compatível com a adoção,
pelo CPC, de um modelo de processo cooperativo.
Comentários
A assertiva está correta. A assertiva se refere ao art. 370, NCPC:
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento
do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
O juiz dirige a produção de provas, atuando de forma cooperativa com as partes.
5. CESPE/TCE-SC/2016
A respeito dos recursos, do cumprimento de sentença, da revelia e das provas, julgue o item
que se segue.
Caso o réu perceba, antes de proferida a sentença, que incidiu em erro ao confessar os fatos,
a revogação da prova deverá ser requerida incidentalmente.
Comentários
A assertiva está incorreta. De acordo com o art. 393, do NCPC, a revogação da confissão deve ser
requerida por meio de ação própria, ou seja, não poderá ocorrer incidentalmente.
Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
Parágrafo único. A legitimidade para a ação prevista no caput é exclusiva do confitente e pode ser transferida a
seus herdeiros se ele falecer após a propositura.
6. CESPE/FUNPRESP-JUD/2016
Julgue o item a seguir, referente ao processo de conhecimento e ao cumprimento de sentença.
Para que qualquer das partes possa utilizar de prova emprestada, é necessário, entre outros
requisitos, que a parte contra quem a prova será produzida tenha sido parte também no
processo originário e que nele tenha sido observado o contraditório.
Comentários
O NCPC prevê, sobre a prova emprestada, em seu art. 372, o seguinte:
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
O contraditório, nesse caso, somente pode ter sido observado, de fato, se, no processo em que a
prova foi originalmente produzida, participou a parte contra a qual ela venha a ser utilizada.
Portanto, a assertiva está correta.
ATENÇÃO: essa assertiva contraria a regra expressa e o entendimento do STJ que diz que a prova
poderá ser emprestada independentemente de as partes do processo terem participado do
processo no qual a prova foi originariamente constituída.
7. CESPE/TRE-RS/2015/adaptada ao NCPC
A prova é um meio hábil de confirmar a existência ou a inexistência de um acontecimento ou
de um ato, e, quando dirigida ao magistrado, visa dar solução ao caso posto em juízo. O CPC
estabelece regras acerca da prova e da sua produção. No que se refere à prova e às situações
que a envolvem, assinale a opção correta.
a) Segundo as regras processuais expressas relativas ao ônus da prova, incumbe ao autor
provar o fato constitutivo do seu direito, sendo lícita a convenção que distribui o ônus da prova
de maneira diversa, quando recair sobre direito indisponível da parte ou tornar excessivamente
difícil a uma parte o exercício do direito.
b) Da regra estática de distribuição do ônus da prova, extrai-se que quem alega o que não
aconteceu terá o ônus de provar o fato negativo, o que constitui o que a doutrina denomina
de prova diabólica. Em face disso, entende-se admissível que o magistrado
fundamentadamente redistribua o ônus da prova tendo em vista a facilidade de obtenção da
prova.
c) Em relação à distribuição do ônus da prova, o CPC aboliu a teoria estática do ônus da prova,
de forma que o magistrado deve, na decisão saneadora delimitar expressamente o ônus da
prova.
d) O direito processual civil positivado determina que os fatos notórios sejam provados por
quem os alega, sob pena de cercear a defesa daquele contra quem a prova é utilizada.
e) A confissão é a declaração de uma parte acerca da verdade dos fatos, que pode ser judicial
ou extrajudicial. Há confissão quando a parte admite a verdade de um fato contrário ao
adversário e favorável ao seu interesse.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Conforme o art. 373, §3º, a distribuição diversa do ônus da prova
também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando recair sobre direito indisponível da
parte ou tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Prova diabólica é uma prova impossível ou
difícil de ser produzida, como a prova de fato negativo. O art. 373, caput, estabelece a regra estática
de que o réu deve provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor. Contudo, em determinadas situações, a prova de fato negativo pode se tornar difícil ou
impossível, o que pode conduzir a uma decisão interlocutória fundamentada do juiz invertendo o
ônus da prova na forma do §1º, do art. 373, do NCPC. De todo modo, se o magistrado entender que
não é caso de inversão do ônus da prova e a parte a quem incumbe fazê-la não conseguir produzi-
la, arcará com o ônus da prova, mesmo diante da referida prova “diabólica”.
A alternativa C está incorreta, pois as regras estáticas constituem a regra do nosso sistema, muito
embora haja regra expressa para flexibilização. Confira-se:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 374, I, não dependem de prova os fatos notórios.
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 389, há confissão, judicial ou extrajudicial, quando
a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
8. CESPE/TJ-DFT/2015
A respeito da prova, julgue o item que se segue.
A confissão espontânea somente poderá ser realizada pela própria parte e, no caso de a ação
judicial versar sobre direito indisponível, não será válida para o julgamento da causa.
Comentários
A assertiva está incorreta. Segundo o art. 390, §1º, a confissão espontânea pode ser feita pela
própria parte ou por representante com poder especial.
Porém, não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
Vejamos o art. 392:
Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
§ 1o A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos
confessados.
§ 2o A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o
representado.
9. CESPE/TJ-DFT/2015
A respeito da prova, julgue o item que se segue.
O juiz pode, de ofício, em qualquer fase do processo, determinar o comparecimento pessoal
das partes, a fim de interrogá-las sobre questões que envolvem a causa.
Comentários
O art. 139, VIII, do NCPC, prevê que o juiz dirigirá o processo incumbindo-lhe determinar, a qualquer
tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em
que não incidirá a pena de confesso.
Assim, a assertiva está correta.
10. CESPE/Telebras/2015
Comentários
A assertiva está correta. De acordo com o art. 373, do NCPC, o ônus da prova incumbe ao autor,
quanto ao fato constitutivo de seu direito e ao réu, quanto à existência de fato impeditivo.
11. CESPE/TRE-GO/2015
Com base no que dispõe o Código de Processo Civil, julgue o item seguinte.
No direito processual civil, expressa disposição legal admite que o juiz aja de ofício e determine
a produção de prova, o que constitui exceção ao princípio conhecido como dispositivo.
Comentários
A assertiva está correta. O art. 370, do NCPC, confere ao juiz a iniciativa de determinar a produção
das provas que entender necessárias à formação de seu convencimento, atribuindo o ônus à parte
que apresentar melhores condições de produzi-la.
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento
do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
12. CESPE/TRE-GO/2015
Julgue o seguinte item, relativos à resposta do réu e à teoria das provas no sistema processual
civil.
O juiz pode, de ofício, determinar o comparecimento pessoal das partes em qualquer fase em
que se encontrar o processo, com o intuito de interrogá-las sobre questões que envolvam a
causa, para seu correto deslinde e julgamento.
Comentários
A assertiva está correta. De acordo com o art. 139, VIII, o juiz dirigirá o processo, incumbindo-lhe
determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos
da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso.
b) Depende de prova fatos afirmados por uma parte e confessado por outa e admitidos como
incontroversos nos autos, ainda que para fins de certificação.
c) A título de depoimento, a parte pode ler em voz alta, na audiência, texto que tenha
preparado anteriormente para esta finalidade.
d) Verificada a inocorrência do efeito da revelia, poderá o juiz designar audiência.
e) Cada parte tem direito de assistir ao interrogatório da outra em audiência.
Comentários
As alternativas A e B estão incorretas, em face do que prevê o art. 374, do NCPC:
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
A alternativa C está incorreta. Segundo art. 387, a parte responderá pessoalmente sobre os fatos
articulados, não podendo servir-se de escritos anteriormente preparados, apenas poderá consultar
notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Não ocorrendo os efeitos da revelia, o juiz
ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.
Vejamos o art. 348.
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art.
344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.
A alternativa E está incorreta. O art. 385, §2º, prevê que é vedado a quem ainda não depôs assistir
ao interrogatório da outra parte.
§ 2o É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte.
Comentários
A assertiva está incorreta, dado que, de acordo com o §3º, do art. 373, do NCPC, as partes podem
convencionar sobre o ônus da prova, desde que não recaia sobre direito indisponível da parte ou a
prova se torne excessivamente difícil exercício do direito a uma das partes.
15. CESPE/TRE-BA/2010
Julgue os itens subsequentes, a respeito da prova, do ônus da prova, do tempo dos atos
processuais, dos recursos e suas espécies, da competência e da ação rescisória.
Para o CPC, o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito, e ao
réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Comentários
A assertiva está correta, pois se refere ao art. 373, do NCPC.
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Outras Bancas
O primeiro item está correto, pois, de acordo com o art. 381, I, do CPC, a produção antecipada da
prova será admitida nos casos em que haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou
muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação.
O segundo item está certo, porque depois de fixado o objeto da prova, o juiz determina de que
forma tal prova será produzida, deferindo os meios de prova requeridos pelas partes, como também
indicando a produção de provas por meios não pedidos, ou seja, de ofício, bem como os indeferindo
por serem inúteis ou meramente protelatórios. Neste sentido, o CPC:
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento
do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
O terceiro item está correto. De acordo com a doutrina e jurisprudência atuais, toda temática
relativa ao ônus da prova, inclusive as hipóteses de sua inversão, deve ser entendida como regra de
procedimento e não como regra de julgamento. Neste sentido é que se deve interpretar o final do
==12cf25==
17. FUNDEP/MPMG/2018
Assinale a alternativa INCORRETA sobre Provas:
a) A teoria estática do ônus da prova continua sendo a regra geral do sistema probatório. A
teoria dinâmica tem lugar quando, por exemplo, existir impossibilidade ou excessiva
dificuldade de cumprir o encargo estabelecido pelo legislador como regra geral; todavia, é
preciso que o magistrado assim o faça de forma fundamentada, e que permita que a parte
possa produzir as provas necessárias de modo a se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Além disso, tal decisão não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela
parte seja impossível ou excessivamente difícil.
b) As partes podem, por meio de negócio jurídico processual, distribuir o ônus da prova de
forma diversa da que foi estabelecida pelo legislador, desde que não recaia sobre direito
indisponível da parte, ou que torne excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
c) O direito à produção antecipada de prova será cabível quando a prova a ser produzida seja
suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito, bem
como quando o prévio conhecimento dos fatos possa evitar ou justificar o ajuizamento de ação.
Comentários
Vejamos alternativa por alternativa:
A alternativa A está correta. Como vimos em aula, a teoria estática de distribuição do ônus da prova
continua sendo a regra no CPC/15 (art. 373, caput, e seus incisos). Essa regra, contudo, convive com
a exceção, que é a teoria dinâmica de distribuição do ônus da prova, podendo o juiz, em situações
específicas, atribuir o ônus da prova de modo diverso do previsto no caput, e desde que por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe
foi atribuído. Essa exceção, por seu lado, também, deve observar limites (art. 373, § 1º). Além disso,
é verdade, também, que a decisão pela inversão do ônus da prova não pode gerar situação em que
a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil (art. 373, § 2º).
A alternativa B, também, está correta. Como diz a questão, as partes podem, por meio de negócio
jurídico processual, distribuir o ônus da prova de forma diversa da que foi estabelecida pelo
legislador, desde que não recaia sobre direito indisponível da parte, ou que torne excessivamente
difícil a uma parte o exercício do direito. Confiram o art. 373, § 3º, do CPC:
“§ 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito”.
A alternativa C, do mesmo modo, está correta. Em reprodução fiel do art. 381, incisos II e III, a
questão afirma que o direito à produção antecipada de prova será cabível quando a prova a ser
produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de
conflito, bem como quando o prévio conhecimento dos fatos possa evitar ou justificar o ajuizamento
de ação, o que está correto. Vejamos o dispositivo na sua integralidade:
“Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na
pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de
conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação”.
A alternativa D, por fim, está incorreta, e é o gabarito da questão. Apesar da correção das demais
alternativas ser inquestionável, na minha opinião, aqui a banca “forçou a barra”. A questão está
incorreta porque no art. 384, parágrafo único, o Código menciona dados representados por imagem
ou som gravados em “arquivos eletrônicos”, enquanto a banca fala em “qualquer tipo de mídia”.
Enfim... Confiram o dispositivo:
“Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento
do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar
da ata notarial”.
18. IBFC/TJ-PE/2017
Sobre as provas em direito processual civil, analise os itens abaixo.
I. É reconhecido o direito das partes de empregar todos os meios legais, bem como os
moralmente legítimos, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa
e influir eficazmente na convicção do juiz.
II. O ônus da prova em direito processual civil incumbe a quem alegar o fato, sendo vedada a
inversão do ônus da prova sob qualquer hipótese.
III. Apenas os fatos notórios e aqueles admitidos no processo como incontroversos
independerão de prova.
IV. O juiz poderá se utilizar de prova emprestada de outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas I e III são corretos.
b) Apenas II e IV são corretos.
c) Apenas II e III são corretos.
d) Apenas I e IV são corretos.
e) I, II, III e IV são corretas.
Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está correto, pois é o que dispõe o art. 369, do NCPC:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda
que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz.
O item II está incorreto. Quando houver dificuldade de cumprir o ônus da prova, o juiz poderá
atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada. Vejamos o
§1º, do art. 373, da Lei nº 13.105/15:
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
O item III está incorreto. O art. 374, da referida Lei, estabelece quais os fatos que não dependerão
de prova:
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
19. MPT/MPT/2017
Acerca da produção probatória, de acordo com o Código de Processo Civil (CPC), assinale a
alternativa INCORRETA.
a) As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente
legítimos, ainda que não especificados pelo CPC, para provar a verdade dos fatos em que se
funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
b) Incumbirá à parte, ainda que produzindo prova contra si, colaborar com o juízo na realização
de inspeção judicial que for considerada necessária.
c) Aplicar-se-á a distribuição dinâmica do ônus da prova nos casos já previstos em lei ou diante
de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou excessiva dificuldade de se
cumprir o encargo da distribuição legal do ônus da prova ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, desde que por decisão fundamentada.
d) Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao
julgamento do mérito.
e) Não respondida.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 369, da Lei nº 13.105/15:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda
que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz.
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 379, II, da referida Lei,
preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte colaborar com o juízo
na realização de inspeção judicial que for considerada necessária.
A alternativa C está correta, pois é o que dispõe o §1º, do art. 373, do NCPC:
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do §2º, do art. 367, do NCPC:
§ 2o Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e o escrivão ou chefe de
secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de disposição para cuja prática os advogados não
tenham poderes.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 361, da Lei nº 13.105/15, a ordem em que as
provas orais são produzidas estão alteradas. Vejamos:
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente:
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na
forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito;
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
A alternativa C está incorreta, pois aplica-se a mesma regra ao MP. É o que dispõe o §2º, do art. 362,
da referida Lei:
§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não
tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público.
A alternativa D está incorreta. Com base no §2º, do art. 364, do NCPC, o prazo será de 15 dias, e não
10.
§ 2o Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído
por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se
for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 359, do NCPC, independentemente do emprego
anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, o juiz tentará conciliar as partes.
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de
outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
A alternativa B está incorreta. Com base no art. 362, da Lei nº 13.105/15, a audiência poderá ser
adiada por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 minutos do horário marcado.
A alternativa C está incorreta. O parágrafo único, do art. 361, da referida Lei, estabelece que
enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os
advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz.
A alternativa D está incorreta. O prazo para o juiz proferir sentença é de 30 dias, e não 60. Vejamos
o art. 366, do NCPC:
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo
de 30 (trinta) dias.
A alternativa E é correta e gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 364, da Lei nº 13.105/15:
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do
Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada
um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme prevê o §1º, do art. 373, do NCPC.
A alternativa B é incorreta e gabarito da questão. De acordo com o parágrafo único, do art. 377, da
Lei nº 13.105/15, a carta precatória e a carta rogatória não devolvidas no prazo ou concedidas sem
efeito suspensivo poderão ser juntadas aos autos a qualquer momento.
A alternativa C está correta, conforme prevê o art. 375, do NCPC.
A alternativa D está correta, conforme prevê o art. 376, do NCPC.
A alternativa E está correta, conforme prevê o art. 378, do NCPC.
23. IESES/ALGÁS/2017
A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
a) Não haja nenhum fundado receio de que venha a tornar-se impossível o deslinde da
question.
b) O prévio conhecimento dos fatos não venha alterar a solução da demanda, mas venha a
agilizar o ajuizamento de ação.
c) A prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio
adequado de solução de conflito.
d) Haja fundado receio de que venha a tornar-se possível ou muito fácil a verificação de certos
fatos na pendência da ação.
Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 381, do NCPC:
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na
pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de
conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão.
Vejamos os erros das demais alternativas:
a) Não haja nenhum fundado receio de que venha a tornar-se impossível o deslinde da question.
b) O prévio conhecimento dos fatos não venha alterar a solução da demanda, mas venha a agilizar o ajuizamento
de ação.
d) Haja fundado receio de que venha a tornar-se possível ou muito fácil a verificação de certos fatos na pendência
da ação.
24. MPE-PR/MPE-PR/2017
Sobre o regime das provas no Código de Processo Civil de 2015, assinale a alternativa incorreta:
a) O direito processual civil incorpora a regra da atipicidade dos meios de prova, desde que os
meios empregados pelas partes sejam legais e moralmente legítimos.
b) A prova deve constar dos autos do processo e o juiz pode valorá-la independentemente de
quem a produziu nos autos, devendo indicar na decisão as razões da formação de seu
convencimento.
c) O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o
valor que considerar adequado, observado o contraditório.
d) O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que
ordinariamente acontece.
e) A regra do ônus da prova é aplicada somente em dimensão objetiva, servindo como regra
de julgamento a ser aplicada pelo magistrado em caso de dúvida sobre as alegações de fato
das partes.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 369, do NCPC:
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda
que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz.
A alternativa B está correta, pois é o que dispõe o art. 371, da Lei nº 13.105/15:
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e
indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
25. FUNECE/UECE/2017
No que diz respeito à produção antecipada da prova, assinale a afirmação verdadeira.
a) A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser
produzida ou do foro de domicílio do réu.
b) A produção antecipada da prova previne a competência do juízo para a ação que venha a
ser proposta.
c) O juízo estadual não tem competência para produção antecipada de prova requerida em
face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal ainda que, na localidade,
não exista vara federal.
d) Em qualquer caso, o juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de
interessados na produção da prova ou no fato a ser provado.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §2º, do art. 381, do
NCPC:
§ 2o A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro
de domicílio do réu.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 381, da Lei nº 13.105/15, a produção
antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta.
A alternativa C está incorreta. O §4º, do art. 381, da referida Lei, prevê que o juízo estadual tem
competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade
autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal.
A alternativa D está incorreta. Com base no §1º, do art. 282, do NCPC, o juiz determinará, de ofício
ou a requerimento da parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser
provado, salvo se inexistente caráter contencioso.
26. MPE-RS/2017
Assinale a alternativa INCORRETA acerca do Ministério Público e da audiência de instrução e
julgamento, a teor do disposto no Novo Código de Processo Civil.
a) Intervindo nos processos como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público poderá produzir
provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.
b) Considerando o princípio da publicidade dos atos processuais, a audiência será sempre
pública.
c) O Ministério Público possui prazo em dobro para manifestação nos autos, não se aplicando
o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio
para o Ministério Público.
d) A audiência é una e contínua, todavia, havendo concordância das partes, na ausência de
perito ou de testemunha, poderá ser excepcional e justificadamente cindida.
e) O Ministério Público, atuando como fiscal da ordem jurídica, intervirá nos processos que
envolvam litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme estabelece o art. 179, da Lei nº 13.105/15:
Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;
II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.
A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Embora a publicidade da audiência seja a
regra, há algumas exceções, nas quais a audiência será realizada de portas fechadas, sendo o acesso
restrito às partes e aos advogados. Vejamos o art. 368, da referida Lei:
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.
Essas exceções correspondem às hipóteses previstas no art. 189, caput, em que os processos
tramitarão em segredo de justiça.
A alternativa C está correta, pois é o que dispõe o art. 180, caput, combinado com o §2º, do NCPC:
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir
de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio
para o Ministério Público.
A alternativa D está correta, com base no art. 365, caput, da Lei nº 13.105/15:
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito
ou de testemunha, desde que haja concordância das partes.
A alternativa E está correta. O art. 178, III, da referida Lei, determina a intervenção obrigatória do
Ministério Público, na qualidade de fiscal da ordem jurídica, nas demandas que envolvam litígios
coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem
jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 370, do NCPC, caberá ao juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
A alternativa B está incorreta. Com base no art. 372, da Lei nº 13.105/15, o juiz poderá admitir a
utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,
observado o contraditório.
A alternativa C é correta e gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 376, da referida Lei:
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a
vigência, se assim o juiz determinar.
A alternativa D está incorreta. Segundo o parágrafo único, do art. 377, do NCPC, a carta precatória
e a carta rogatória não devolvidas no prazo ou concedidas sem efeito suspensivo poderão ser
juntadas aos autos a qualquer momento.
28. IESES/TJ-MA/2016
Em relação a ata notarial é correto afirmar:
a) A ata notarial deve ser redigida em língua portuguesa, pois a redação no idioma nacional é
um dos seus elementos essenciais.
b) A ata notarial é um tipo de documento que declara a existência de fatos e negócios jurídicos,
devendo ter a assinatura de testemunhas que confirmem a veracidade dos fatos.
c) Ao notário é permitido lavrar atas notariais de seu interesse ou no interesse de seus
familiares em linha reta.
d) A atuação do tabelião na elaboração da ata notarial tem como objetivo convocar o
solicitante e as testemunhas, devendo ouvir suas declarações e as registrar, redigindo o
documento conforme seu entendimento dos fatos.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O art. 192, da Lei nº 13.105/15, prevê o uso
da língua portuguesa em todos os atos praticados no processo.
Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.
A alternativa B está incorreta. A existência ou o modo de existir do fato declarado é atestado pelo
próprio tabelião. Não é exigido a assinatura de testemunhas para validar a ata notarial. Vejamos o
art. 384, caput, da referida Lei:
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento
do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 27, da Lei nº 8.935/94, ao notário é proibido
praticar qualquer ato de seu interesse ou no interesse de seus familiares em linha reta.
Art. 27. No serviço de que é titular, o notário e o registrador não poderão praticar, pessoalmente, qualquer ato
de seu interesse, ou de interesse de seu cônjuge ou de parentes, na linha reta, ou na colateral, consanguíneos ou
afins, até o terceiro grau.
A alternativa D está incorreta. A presença de testemunhas é dispensável no ato de elaboração da
ata notarial.
29. IESES/TJ-MA/2016
Assinale a alternativa correta:
a) A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata notarial lavrada por tabelião.
b) A ata notarial dispensa a qualificação das partes, pois o ato praticado em cartório tem fé
pública.
c) Para lavrar uma ata notarial ou escritura o tabelião deve exigir das partes documentos que
comprovem a existência de direitos que serão citados na ata, devendo ser respeitado o
princípio da ampla defesa e do contraditório.
d) A ata notarial e a escritura pública são documentos semelhantes, com a finalidade de
outorgar poderes a terceiros para pratica de atos jurídicos.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 384, do NCPC:
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento
do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
A alternativa B está incorreta. A ata notarial não dispensa a qualificação das partes, ainda que o ato
praticado em cartório pelo tabelião tenha fé pública.
A alternativa C está incorreta. Não são exigidos documentos comprobatórios da existência de
direitos alegados nem a abertura de contraditório e de ampla defesa. Visto que, na ata notarial, o
tabelião atesta a declaração fornecida pelas partes e não a veracidade do conteúdo desta
declaração.
A alternativa D está incorreta. Na ata notarial, o tabelião apenas atesta um fato que presenciou ou
que foi levado ao seu conhecimento. Enquanto, na escritura pública, o tabelião lavra um documento
contendo uma manifestação de vontade que constitui um negócio jurídico.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme estabelece o art. 373, §1º, do NCPC:
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
A alternativa B está correta, pois é o que dispõe o art. 370, da Lei nº 13.105/15:
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento
do mérito.
A alternativa C está correta, com base no art. 376, da referida Lei:
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a
vigência, se assim o juiz determinar.
Por fim, a alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o §4º, do art. 373,
do NCPC, a distribuição diversa do ônus da prova pode ser celebrada antes ou durante o processo.
Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está correto, conforme estabelece o art. 334, §4º, da Lei nº 13.105/15:
§ 4o A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
O item II está correto, nos termos do §3º, do art. 357, da referida Lei:
§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para
que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará
as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
O item III está correto, pois é o que dispõe o art. 359, do NCPC:
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de
outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão.
a) Até o trânsito em julgado da ação, poderá o Juiz conhecer de ofício, em qualquer tempo e
grau de jurisdição, a ausência dos pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e
regular do processo, a existência de perempção, litispendência ou coisa julgada, a ausência de
legitimidade ou interesse processual, bem como a intransmissibilidade da ação, por disposição
legal, em caso de morte.
b) A não regularização da representação processual pelo autor, no prazo fixado pelo Juízo de
primeiro grau, acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito.
c) São condições da ação, conforme previsão expressa, e, portanto, matéria de ordem pública,
sobre as quais o Juiz deve se pronunciar de ofício, a legitimidade de parte, o interesse
processual e a possibilidade jurídica do pedido.
d) É permitido ao Juiz decidir parcialmente o mérito em julgamento antecipado quando um ou
mais pedidos ou parcela deles se mostrarem incontroversos ou em condições de imediato
julgamento, podendo a parte liquidar ou executar, desde logo, a obrigação parcialmente
reconhecida, ainda que existente recurso interposto.
e) A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e áudio, podendo ser realizada a
gravação diretamente por qualquer das partes, ainda que sem autorização judicial.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme dispõe o §3º, do art. 485, do NCPC:
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de
jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
A alternativa B está correta, com base no art. 76, caput, combinado com o §1º, I, da Lei nº 13.105/15:
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá
o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.
§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Com a entrada em vigor do novo Código de
Processo Civil, a possibilidade jurídica do pedido deixou de ser considerada uma condição da ação.
A alternativa D está correta, pois se refere ao art. 356, I e II, combinado com o §2º, do NCPC:
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
A alternativa E está correta, nos termos do art. 367, §§ 5º e 6º, da Lei nº 13.105/15:
§ 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde
que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica.
§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes,
independentemente de autorização judicial.
Comentários
Vamos analisar os itens.
O item I está correto. O art. 404, do NCPC, estabelece as hipóteses em que se admite que a parte ou
o terceiro se escusem de exibir, em juízo, o documento ou a coisa. Vejamos:
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:
I - concernente a negócios da própria vida da família;
II - sua apresentação puder violar dever de honra;
III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou
afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal;
IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;
V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição;
VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
Os itens II e III estão corretos, conforme prevê o art. 402, da Lei nº 13.105/15:
Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará
audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, o de testemunhas, e em
seguida proferirá decisão.
Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
34. MPE-RS/MPE-RS/2016
Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações sobre o tema das provas,
segundo o disposto no Código do Processo Civil.
( ) A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser
produzida ou do foro de domicílio do autor.
( ) Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a
confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de
casamento for o de comunhão universal de bens.
( ) O juiz não admitirá a recusa de exibição se o documento, por seu conteúdo, for comum às
partes.
( ) Fazem a mesma prova que os originais os extratos digitais de bancos de dados públicos e
privados, desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as informações
conferem com o que consta na origem.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) F – V – V – F.
b) F – V – F – V.
c) V – V – F – F.
d) F – F – V – V.
e) V – F – V – F.
Comentários
Vamos analisar cada uma das afirmativas.
A primeira afirmativa é falsa. De acordo com o §2, do art. 381, do NCPC, a produção antecipada da
prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do
réu.
A segunda afirmativa é falsa. O parágrafo único, do art. 391, da Lei nº 13.105/15, estabelece que nas
ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um
cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de
separação absoluta de bens.
A terceira afirmativa é verdadeira, conforme prevê o art. 399, III, da referida Lei:
Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:
III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
A afirmativa IV é verdadeira, com base no art. 425, V, do NCPC:
Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais:
V - os extratos digitais de bancos de dados públicos e privados, desde que atestado pelo seu emitente, sob as
penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem;
Desse modo, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
35. MPE-PR/2016
Sobre a disciplina das provas e da sentença no Direito Processual Civil, como previsto pelo
Código de Processo Civil de 2015, assinale a alternativa correta:
a) Os meios de prova admitidos pelo direito processual civil são aqueles previstos
expressamente pelo Código de Processo Civil, sem qualquer exceção;
b) O Código de Processo Civil admite a possibilidade de o magistrado distribuir o ônus da prova
de modo diverso da regra geral, desde que o magistrado o faça no ato da sentença, de forma
fundamentada;
c) Quando o documento que se pretende utilizar como prova consistir em reprodução
cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo aos autos, devidamente degravados e
reduzidos ao formato de termo escrito;
d) Nos casos considerados de baixa complexidade, o Código de Processo Civil admite que a
sentença indique o ato normativo pertinente, sem explicar sua relação com a causa ou a
questão decidida;
e) Não se considera fundamentada a decisão que se limitar a invocar precedente ou enunciado
de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob
julgamento se ajusta àqueles fundamentos.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 369, do NCPC, as partes têm o direito de empregar
todos os meios legais, ainda que não especificados neste Código. Como vimos em aula, os meios de
prova evoluem e não são taxativos.
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda
que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz.
A alternativa B está incorreta. A primeira parte da alternativa está correta, pois o juiz pode distribuir
o ônus da prova de forma diversa da regra geral. Contudo, a distribuição do ônus da prova deverá
ser feita na instrução do processo para a obtenção de provas e não em sentença. Vejamos o art. 373,
§ 1º:
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
A alternativa C está incorreta, pois a exposição dos documentos que consistam em reprodução
cinematográfica ou fonográfica será feita em audiência, conforme parágrafo único do art. 434.
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar
suas alegações.
Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá
trazê-lo nos termos do caput, mas sua exposição será realizada em audiência, intimando-se previamente as
partes.
A alternativa D está incorreta, pois se isso for feito, a sentença será considerada como não
fundamentada. Vejamos o art. 489, do NCPC.
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa
ou a questão decidida;
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 489, §1º, V.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que:
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
Comentários
A alternativa A está correta, pois reproduz o art. 372, do NCPC.
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
A alternativa B está correta. Esse é o princípio da autonomia da vontade das partes, com relação
aos direitos que admitam autocomposição e é baseada no art. 190, do NCPC. De todo modo, trata-
se de entendimento ainda não consolidado, uma vez que a prova se destina aos autos do processo
e o magistrado tem o dever de conduzi-lo de forma a alcançar a verdade processual.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente
capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre
os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
A alternativa C está correta, pois reproduz o art. 369.
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda
que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e
influir eficazmente na convicção do juiz.
A alternativa D está correta, com base no art. 373, §1º. Como vimos, há o conceito de distribuição
dinâmica do ônus da prova e a possibilidade de distribuição desse ônus por parte do magistrado.
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
A alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. Ao juiz não é permitido fundamentar a sua
decisão em uma prova não submetida ao contraditório. Vejamos o art. 371, do NCPC.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e
indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Não é em qualquer caso que o juiz estará autorizado a inverter o ônus
da prova.
A alternativa B está incorreta. A confissão implica o reconhecimento dos fatos e não o
reconhecimento jurídico do pedido. Vejamos o art. 389, do NCPC.
Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu
interesse e favorável ao do adversário.
A alternativa C está incorreta. Não há necessidade de que a confissão extrajudicial seja renovada
em juízo para que produza efeitos.
A alternativa D está incorreta. O art. 404 prevê em quais hipóteses é vedado à parte ou a terceiro
se escusarem de exibir, em Juízo, documento ou coisa. A hipótese de sigilo profissional está entre
eles.
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:
I - concernente a negócios da própria vida da família;
II - sua apresentação puder violar dever de honra;
III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou
afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal;
IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;
V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição;
VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas uma parcela
do documento, a parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída cópia reprográfica, de
tudo sendo lavrado auto circunstanciado.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme o art. 370.
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento
do mérito.
Comentários
A questão faz referência à teoria dinâmica do ônus da prova, positivada pelo NCPC. Vejamos o art.
373, §1º:
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Como dissemos em aula, a possibilidade de distribuição do ônus da prova de forma dinâmica no
processo é uma das novidades do NCPC.
Desse modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
39. MPDFT/MPDFT/2015
O novo Código de Processo Civil, aprovado pela Lei 13.105/2015 (CPC/2015), entrará em vigor
a contar de um ano de sua publicação oficial, em substituição ao CPC/1973. Sobre a aplicação
do novo diploma processual, julgue os itens a seguir:
I. A prova requerida no processo antes da vigência do novo código, isto é sob as regras
legislativas do CPC/1973, ao ser produzida na vigência do CPC/2015, regular-se-á pelo novo
diploma legal.
II. A contagem de prazos processuais em dias úteis, não mais em dias contínuos, estabelecida
pelo CPC/2015, incidirá nos prazos que iniciarão contagem a partir da vigência do CPC/2015.
III. Ao entrar em vigor, o CPC/2015 será aplicado aos processos que se iniciarem sob a sua
égide, mantendo-se o CPC/1973 para reger todos os processos iniciados em data anterior à
vigência do novo código
IV. Os atos processuais praticados sob a vigência do CPC/1973, em processos não sentenciados,
por exemplo, a citação de empresas públicas e privadas, não serão renovados devido à vigência
da nova disciplina processual do CPC/2015.
V. A norma processual do CPC/2015 não retroagirá e será aplicada imediatamente aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência do CPC/1973.
Assinale a alternativa que contém os itens CORRETOS:
a) I, II e IV.
b) III, IV e V.
c) I, III e IV.
d) II, IV e V.
e) I, IV e V.
Comentários
Essa não é bem uma questão de prova, mas de direito intertemporal, todavia, vamos analisar cada
um dos itens.
O item I está incorreto. De acordo com o art. 1.047, do NCPC, as disposições de direito probatório
adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir
da data de início de sua vigência.
O item II está correto, com base no art. 1.046. Iniciada uma nova contagem de prazo em processo
em curso, deverá ser observada a regra contida no NCPC e não mais no CPC/73.
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes,
ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
O item III está incorreto. Conforme comentário acima.
Os itens IV e V estão corretos, pois está previsto no art. 14.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados
os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
40. FMP-RS/TJ-MT/2014
Sobre o direito probatório no processo civil, é correto afirmar que
a) não vige, no direito brasileiro, a regra da atipicidade dos meios de prova.
b) não vige, no processo civil, a regra da comunhão da prova.
c) vige, entre nós, a teoria da distribuição fixa do ônus da prova, que pode, contudo, ser
invertida e dinamizada, conforme o caso.
d) vige, entre nós, a teoria das normas que distribui o ônus da prova de acordo com a
capacidade de provar de cada uma das partes.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Os meios de prova não estão taxativamente previstos no NCPC, dessa
forma, vige o princípio da atipicidade dos meios de prova.
A alternativa B está incorreta. Como vimos, é possível a comunhão de provas por meio do instituto
da prova emprestada.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A distribuição da prova pode ser dinamizada
ou invertida em certas situações, pois o §1º, do art. 373, do NCPC, adotou a teoria da distribuição
dinâmica do ônus da prova.
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
A alternativa D está incorreta, pois como vimos são usadas as teorias estática e dinâmica de
distribuição do ônus da prova.
A alternativa E está incorreta, pois a alternativa C está correta.
41. UFMT/DPE-MT/2016
Em relação às provas no Código de Processo Civil (CPC/2015), assinale a afirmativa correta.
a) O Código de Processo Civil consagrou a posição jurisprudencial, adotada pelo Superior
Tribunal de Justiça, segundo a qual o ônus da prova é regra de julgamento.
b) A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que o prévio conhecimento dos
fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
c) A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o
décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.
d) A produção antecipada da prova previne a competência do juízo para a ação que venha a
ser proposta.
e) Ao juiz incumbe-lhe determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes,
para inquiri-las sobre os fatos da causa; havendo silêncio ou recusa em depor, incidirá a pena
de confesso.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 373, do NCPC, a inversão do ônus da
prova deve ocorrer na fase de saneamento do processo, e não na sentença, pois deve ser assegurada
às partes a possibilidade de se desincumbir do ônus probatório (regra de instrução), o que não é
possível quando a inversão ocorre como regra de julgamento.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 381, III.
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 442, a prova testemunhal é sempre admissível, não
dispondo a lei de modo diverso.
A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 381, §3º, a produção antecipada da prova não previne
a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta.
A alternativa E está incorreta. Conforme o art. 139, VIII, o juiz dirigirá o processo, incumbindo-lhe
determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos
da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso.
42. QFAURGS/TJ-RS/2016
Na vigência do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei nº 13.105/2015, Gabriel
propõe ação de produção antecipada de prova pericial em face da Construtora Macondo S/A.
Alega, basicamente, em petição inicial, que preenche os requisitos legais e que a prova, caso
produzida, terá o condão de viabilizar a autocomposição das partes. Nesse caso, é correto
afirmar que a produção
a) deverá ser indeferida, uma vez que a justificativa de Gabriel não demonstra perigo de que
venha a se tornar impossível a verificação dos fatos.
b) deverá ser indeferida, uma vez que a medida judicial em questão só pode ser utilizada para
produção de prova oral.
c) deverá ser deferida, e, caso Gabriel queira propor ação indenizatória posteriormente, o juízo
da ação de produção antecipada já estará prevento para julgar a nova ação.
d) deverá ser deferida, e, havendo caráter contencioso, deverá o juiz determinar, inclusive de
ofício, a citação de interessados na produção da prova.
e) deverá ser indeferida, uma vez que o direito à prova encontra óbice no direito à livre
iniciativa da parte contrária.
Comentários
Vamos analisar cada uma das alternativas.
Por se tratar de prova que possa evitar o surgimento de uma ação judicial por intermédio da
autocomposição, temos o atendimento da regra que consta do art. 381, II, do NCPC:
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de
conflito;
Desse modo, devemos desconsiderar as alternativas A, B e E, que falam do indeferimento.
Assim, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
Por fim, a alternativa C não pode ser considerada, pois não há prevenção entre o juízo responsável
por julgar a ação de produção de provas antecipada e a eventual ação posteriormente ajuizada, ante
o que disciplina o §3º do art. 381, do NCPC.
O fato de o art. 382 do NCPC exigir que haja menção precisa dos fatos sobre os quais a prova irá
recair, não justifica o indeferimento, haja vista que o enunciado não fala que não houve descrição
da prova, simplesmente fala que o peticionamento foi simples e direto.
43. IESES/BAHIAGÁS/2016
No tocante às provas a serem produzidas inovou o NCPC. Assinale a alternativa INCORRETA,
dentre as elencadas.
a) O NCPC em seu art. 439 dispõe que “a utilização de documentos eletrônicos no processo
convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e de verificação de sua
autenticidade, na forma da lei”
b) No artigo 381, incisos II e III do NCPC há duas previsões específicas, que estabelecem a
possibilidade de se pedir, no Judiciário, a produção antecipada de prova para os casos em que
a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a auto composição ou outro meio adequado
de solução de conflito; ou o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o
ajuizamento de ação.
c) No Novo CPC, os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os
órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual
o juiz está vinculado. Permanece a regra de que na localidade onde não houver inscrito no
cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e
deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico detentor do conhecimento
necessário à realização da perícia.
d) O NCPC inovou, trazendo tópicos importantes: arguição de falsidade documental; juntada
de documentos novos no processo e utilização de documentos eletrônicos. Desses o talvez seja
o mais importante o do Art. 435, que permite juntar aos autos documento novos em qualquer
momento do processo. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos
novos, destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los
aos que foram produzidos nos autos.
e) O artigo 372 do NCPC: “O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro
processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório”. Trata-
se de norma sem correspondência no atual CPC.
Comentários
A alternativa A está correta. De fato, corresponde ao art. 489, do NCPC.
Art. 439. A utilização de documentos eletrônicos no processo convencional dependerá de sua conversão à forma
impressa e da verificação de sua autenticidade, na forma da lei.
A alternativa B está correta. Vejamos o art. 381, que menciona em quais hipóteses a produção
antecipada da prova será admitida.
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na
pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de
conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
A alternativa C está correta, com base no art. 156, §§1º e 5º.
§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos
devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é
de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente
detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.
A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. O NCPC trata da arguição de falsidade
documental, da juntada de documentos novos no processo e da utilização de documentos
eletrônicos, porém, isso não corresponde a uma novidade na legislação, pois já são admitidos na
sistemática do CPC73.
A alternativa E está correta. De fato, corresponde ao art. 372.
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
IV. A distribuição do ônus da prova é dinâmica, fixada em princípio no próprio Código, mas
podendo ser alterada pelo juiz diante de peculiaridades da causa relacionadas à excessiva
dificuldade de cumprir o encargo segundo a regra geral.
a) Estão corretas apenas as assertivas I e III.
b) Estão corretas apenas as assertivas II e III.
c) Estão corretas apenas as assertivas I, II e IV.
d) Estão corretas todas as assertivas.
e) Nenhuma assertiva está correta.
Comentários
Vamos analisar cada um dos itens:
O item I está correto. Vejamos o art. 356, II, combinado com o art. 355, ambos do NCPC.
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art.
349.
O item II está correto, em face do que prevê o §4º, do art. 357, do NCPC:
§ 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para
que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará
as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a
15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
§ 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas.
O item III está correto, pois reproduz o art. 362, §2º, do NCPC:
§ 2o O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público
não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público.
O item IV foi considerado correto pela banca. Contudo, aparenta ser contraditório. Assim, a
princípio, a distribuição do ônus da prova é estático, contudo, o magistrado poderá, em situações
de impossibilidade ou de excessiva dificuldade, dinamizar o ônus da prova na forma do art. 373, do
NCPC. De todo modo, não foi o entendimento da banca.
Assim, a alternativa D é a correta e gabarito da questão.
45. FAURGS/TJ-RS/2016
Na vigência do Novo Código de Processo Civil, instituído pela Lei nº 13.105/2015, Fernando
propõe ação de exibição de documentos em face de Álvaro. Álvaro contesta a ação,
apresentando justificativa para não exibir. O juiz julga ilegítima a justificativa de Álvaro, por
considerar que o réu possui o documento, que tem dever legal de exibi-lo e que o documento
em questão é comum às partes e necessário para a instrução do feito. Nesse caso, é correto
afirmar que, em tese,
a) o juiz não poderia admitir como verdadeiros os fatos que, por meio do documento, Fernando
pretendia provar.
b) o juiz poderia determinar busca e apreensão do documento, mas não poderia utilizar
medidas coercitivas, como a multa diária, para constranger Álvaro a exibi-lo.
c) o juiz poderia adotar medidas como multa diária, busca e apreensão e restrição ao exercício
de direitos, para fazer com que o documento seja levado a juízo.
d) o juiz só poderia presumir a veracidade de fatos que não pudessem ser provados por outros
meios de prova, como a prova pericial, a testemunhal ou a ata notarial.
e) o juiz deveria ter determinado a exibição do documento, ainda que Álvaro tivesse
comprovado que a apresentação do documento violasse dever seu de honra.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O juiz poderia adotar medidas como multa
diária, busca e apreensão e restrição ao exercício de direitos, para fazer com que o documento seja
levado a juízo.
A respeito da exibição de documentos, o art. 400, em seu parágrafo único, do NCPC, dispõe:
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias para que o documento seja exibido.
Sendo que a multa diária corresponde a uma medida indutiva, a busca e apreensão a uma medida
sub-rogatória e a restrição ao exercício de direitos a uma medida coercitiva.
46. IESES/TJ-PA/2016
Indique a alternativa INCORRETA:
a) O juízo de valores sobre fatos escapa ao alcance da ata notarial.
b) O instrumento notarial se presta a prevenir litígios e a abreviá-los, diante da qualidade da
prova que constituem.
c) O controle da lavratura da ata notarial é exclusivo do notário, por se tratar de ato unilateral
de sua exclusiva competência, sem que o requerente possa contestar ou refutar o que nela
constar.
d) O tabelião deve fazer um juízo de valor sobre os fatos por ele percebidos antes da lavratura
da ata notarial.
Comentários
A alternativa A está correta, pois o tabelião deve atestar fatos, não emitir valores.
A alternativa B está correta, pois constitui justamente a finalidade da ata notarial.
A alternativa C está correta, embora o fundamento explícito esteja no art. 7º, III, da Lei nº 8.935/94,
podemos concluir isso a partir da ideia subjacente a esse meio de prova expressamente previsto no
NCPC. Apenas para ilustrar, confira:
Art. 7º Aos tabeliães de notas compete com exclusividade:
I - lavrar escrituras e procurações, públicas;
II - lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados;
III - lavrar atas notariais;
A alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. Ao tabelião de notas compete atestar a
existência ou o modo de existir de algum fato, ou seja, de atestar a declaração a ele feita, não lhe
cabendo emitir qualquer juízo de valor a respeito do que lhe é notificado.
47. CESGRANRIO/LIQUIGÁS/2015
No depoimento pessoal das partes, nos termos do Código de Processo Civil, a parte não poderá
servir-se de
a) consultas breves
b) processos mnemônicos
c) recordações longevas
d) escritos adrede preparados
e) indicações de datas
Comentários
De acordo com o art. 387, do NCPC, a parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados,
não podendo servir-se de escritos anteriormente preparados.
Art. 387. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos
anteriormente preparados, permitindo-lhe o juiz, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem
completar esclarecimentos.
Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 387, do NCPC, a parte responderá pessoalmente
sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos anteriormente preparados,
permitindo-lhe o juiz, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar
esclarecimentos.
A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 390, §1º, a confissão espontânea pode ser feita pela
própria parte ou por representante com poder especial.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 393, a confissão é irrevogável, mas pode ser anulada
se decorreu de erro de fato ou de coação. A legitimidade para a ação prevista no caput é exclusiva
do confitente e pode ser transferida a seus herdeiros se ele falecer após a propositura.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois se refere ao art. 391.
Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes.
Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão
de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação
absoluta de bens.
A alternativa E não pode ser assinalada, pois a alternativa D está correta.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 387, do NCPC, o juiz permite a consulta a notas
breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois se refere ao art. 388, I, da referida Lei:
Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos:
I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
A alternativa C está incorreta. O §1º, do art. 390, da Lei nº 13.105/15, estabelece que a confissão
espontânea pode ser feita pela própria parte ou por representante com poder especial.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 394, do NCPC, pois “a confissão extrajudicial,
quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal”.
A alternativa E está incorreta. De acordo com o art. 393, do NCPC, “a confissão é irrevogável, mas
pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação”.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e
indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
art. 372, do NCPC: prova emprestada
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado, observado o contraditório.
art. 373, do NCPC: distribuição do ônus da prova
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à
excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, PODERÁ o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo NÃO PODE gerar situação em que a desincumbência do encargo
pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.
art. 373, do NCPC: fatos que não dependem de prova
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos;
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
art. 381, do NCPC: produção antecipada de prova
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos CASOS em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na
pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução
de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
§ 1o O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando tiver por finalidade apenas a realização de
documentação e não a prática de atos de apreensão.
§ 2o A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do
foro de domicílio do réu.
§ 3o A produção antecipada da prova NÃO previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta.
§ 4o O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de
entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal.
§ 5o Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum fato ou relação
jurídica para simples documento e sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua
intenção.
art. 384, do NCPC: ata notarial
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a
requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar
da ata notarial.
art. 385 (caput e §§1º e 2º), do NCPC: depoimento pessoal
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada na
audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.
§ 1o Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não
comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
§ 2o É VEDADO a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte.
art. 388, do NCPC: não é obrigada a depor sobre fatos
Art. 388. A parte NÃO É OBRIGADA A DEPOR SOBRE FATOS:
I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;
III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou de
parente em grau sucessível;
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III.
Parágrafo único. Esta disposição NÃO se aplica às ações de estado e de família.
art. 389 e 392, do NCPC: confissão
Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu
interesse e favorável ao do adversário.
Art. 392. NÃO vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos
confessados.
§ 2º A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o
representado.
art. 393, do NCPC: irrevogabilidade da confissão
Art. 393. A confissão é irrevogável, mas PODE SER ANULADA se decorreu de erro de fato ou de coação.
Parágrafo único. A legitimidade para a ação prevista no caput é exclusiva do confitente e pode ser transferida
a seus herdeiros se ele falecer após a propositura.
art. 395, do NCPC: indivisibilidade da confissão
Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la
no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela
aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
art. 399, do NCPC: recursa da parte contrária em entregar documento
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Ricardo Torques
Aula 08
28
AgRg no REsp 1450473/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, DJe 30/09/2014.
Direito Processual Civil p/ TJ-PA (Analista - Direito e Oficial de Justiça)Com Videoaulas-Pós-Edital 101
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Ricardo Torques
Aula 08
9 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais de uma aula. Em nosso próximo encontro vamos finalizar o estudo de
provas.
Mantenham o foco nos estudos e, no que precisarem, estou à disposição no fórum.
Aguardo vocês no próximo encontro!
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum do Curso e por e-mail.
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
www.fb.com/dpcparaconcursos
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