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Índice
1Tipos
2Classificação
o 2.1Álcoois primários
o 2.2Álcoois secundários
o 2.3Álcoois terciários
3Nomenclatura
4Produção
o 4.1Gel
5Propriedades físicas de álcoois
6Reações de álcoois
7Consumo pelo ser humano
o 7.1Percepção Inicial
o 7.2Influência dos Neurotransmissores
o 7.3Efeitos do Álcool
o 7.4Consequências
o 7.5Álcool e seu Potencial de Dependência
o 7.6Álcool no Cérebro em Desenvolvimento
o 7.7Plasticidade do Sistema Nervoso
8Álcool Combustível
9Impacto Ambiental
10Ver também
11Referências
12Ligações externas
Tipos
O etanol, conhecido como álcool etílico, é o tipo de álcool mais comum. Está contido
nas bebidas alcoólicas, que é formado pela fermentação anaeróbica (sem ar) do
açúcar, é usado para limpeza doméstica, fabricação de formaldeído, aditivo de
gasolina e também é combustível para automóveis. A fórmula do álcool etílico é
CH3CH2OH e seu ponto de ebulição 78,5 C. 0
O metanol (álcool metílico) não deve ser ingerido e nem inalado, pois é extremamente
tóxico para o fígado e outras regiões do corpo. Uma pequena quantidade de 30 mL
desse álcool no organismo leva à morte. Uma quantidade de 15 mL causa cegueira. O
metanol é também usado como solvente, como anticongelante na gasolina e como
combustível em carros de alta potência. É frequentemente chamado de "álcool da
madeira", porque era produzido originalmente pelo aquecimento da madeira na
ausência de ar. A fórmula do metanol é (CH3OH) e seu ponto de ebulição 65,0 C. 0
Os dois exemplos acima são casos particulares de álcoois do tipo, (R-OH, em que R-)
é um radical alquila.
Álcool anidro é um álcool com até 1% de água (já que é difícil a obtenção de álcool
totalmente puro), e pode ser adicionado à gasolina para aumento da octanagem,
atuando como antidetonante, para que a gasolina possa ser comprimida no pistão do
motor carburante ao máximo e não entre em combustão antes de acionada a vela do
motor.
O álcool bornílico é obtido ligado com o hidroterpendio que corresponde a cânfora.
O propanol (álcool propílico) é um solvente industrial de fórmula CH3CH2CH2OH e seu
ponto de ebulição 97,4 C. 0
Classificação
Álcoois primários
Os álcoois primários têm o grupo hidroxila ou oxidrila ligado a um carbono primário, como
por exemplo o etanol. Sua fórmula geral é:
Álcoois secundários
A fórmula geral dos álcoois secundários é:
,
onde "R" representa um radical hidrocarboneto qualquer.[3]
Os álcoois secundários têm o grupo hidroxila ligado a um carbono secundário (isto é, um
átomo de carbono que está ligado a apenas dois outros átomos de carbono), como é o
caso do 2-propanol:
Álcoois terciários
Os álcoois terciários têm o grupo hidroxila ligado a um carbono terciário. Como o 2-metil-2-
propanol e o trimetilcarbinol. A fórmula geral é representada com "R", representa um
radical hidáocarboneto qualquer.
Nomenclatura
A nomenclatura da IUPAC utiliza o prefixo relativo ao número de carbonos da cadeia
principal, que deve incluir o grupo OH, que é indicado pelo sufixo -ol. Em álcoois de três
carbonos a posição do grupo hidroxila é indicada na cadeia, colocando o número no início
do nome ou antes do sufixo -ol. Se a cadeia for ramificada, é necessário indicar a posição
dos radicais, mantendo o menor número possível para o grupo OH e a presença de dois
grupos -OH é indicada pela numeração e pelo prefixo di, três grupos OH pelo prefix tri, e
assim por diante. Veja os exemplos:
exemplos de nomenclatura de álcoois
Produção
Ver artigo principal: Produção de álcool no Brasil
Caminhão transportando cana-de-açúcar
Gel
Para fins de higienização de ambientes e do corpo humano, é fabricado o álcool na versão
pastosa (álcool em gel), ou seja, contendo aditivos que conferem a forma de gel. As
vendas do álcool em gel no Brasil aumentaram muito em 2009, quando do auge da
epidemia da Gripe A. Possui entre 60% e 80% de etanol, concentração mais adequada
para ação como desinfetante, e é menos inflamável que o álcool etílico vendido de forma
convencional. É a principal forma de gel desinfetante.
No Brasil, além da confusão entre os termos "alcool" e "etanol", há uma grande confusão
devido à falta de rigor na padronização das unidades. São distintas as concentrações de
alcool em:
Quantidade: 70% 70° GL 70° INPM
Concentração de alcool em Grau Gay-Lussac, volume Grau INPM, massa em
Informa:
relação a não-alcool. em solução aquosa. solução aquosa.
Exceto pelo fato de o grau GL ser mais preciso e uma unidade química
padronizada, em geral "%" e "GL" serão sinônimos, ou seja, interpreta-se o "%"
como "percentual volumétrico em solução aquosa". Por exemplo um frasco de
álcool com 90° GL tem 90% em volume de álcool, e 10% em volume de água.
Já as unidades GL e INPM medem a razão entre grandezas diferentes, massa e
volume.[6] O álcool etílico possui densidade igual a 0,789 g/cm³, isso significa que a
massa de álcool presente numa solução 70 °INPM é maior que aquela massa
presente numa solução 70 °GL. Elas somente seriam iguais se a densidade fosse
igual a 1 (um). Na prática podemos usar a aproximação 70 °GL ~ 65° INPM, e 77°GL ~
70° INPM.[7]
Durante a Pandemia de COVID-19 também houve muito confusão quanto ao produto
mais efetivo na higienização. A OMS e a OPAS recomendam:
(...) nas formulações em gel, espuma e outras, a concentração mínima do álcool
deve ser de 70%, com atividade bacteriana comprovada por testes de laboratório
específicos.[8]
Algumas variantes padronizadas são utilizadas para ação germicida, como a
solução de álcool etílico a 77°GL com 5% de clorexidina.[7]
ponto de fusão
Álcool Ponto de ebulição (C)
(C)
metanol -97 65
etanol -114 78
1-propanol -126 97
2-propanol -89 83
1-butanol -114 118
2-butanol
-108 100
(sec-butanol)
2-metil-1-propanol
-108 108
(isobutanol)
2-metil-2-propanol
25 83
(terc-butanol)
Reações de álcoois
Os álcoois são ácidos fracos, com pKa entre de 16 a 19 e reagem com bases
fortes, como hidreto de sódio ou sódio e formam sais chamados alcóxidos, com a
fórmula geral RO-M +.
2 R-OH + 2 NaH → 2 R-O-Na + + H2
2 R-OH + 2 Na → 2 R-O-Na + + H2
A acidez dos álcoois é fortemente afetada pela solvatação. Na fase gasosa, os
álcoois são mais ácidos do que na água. O grupo OH não é um bom grupo de
saída em reações de substituição nucleofílica, portanto os álcoois neutros não
reagem nessas reações. Para a ativação da hidroxila, existem diversos métodos
disponíveis. O primeiro é a adição de ácido forte para protonar o oxigênio e
resultar no R-OH2+, em que o grupo de saída é água, muito mais estável.
Outra forma é a transformação em haletos de alquila (ou haloalcanos)
correspondentes. Álcoois terciários reagem com ácido clorídrico para produzir
haletos de alquila terciários, onde o grupo hidroxila é substituído por um átomo de
cloro através do mecanismo de substituição nucleofílica unimolecular, enquanto
álcoois secundários reagem lentamente e álcoois primários (exceção: álcool
benzílico) não reagem. Esta é a base do Teste de Lucas, usado para distinguir
álcoois terciários, secundários e terciários. Para a reação de álcoois primários,
pode ser utilizado o usando cloreto de tionila.[9] Os álcoois podem ser convertidos
em ésteres sulfônicos usando cloreto de tosila (cloreto de p-toluenosulfonila) e
depois reagir com outros nucleófilos.
Álcool e ácidos carboxílicos reagem na chamada esterificação de Fischer. A
reação geralmente requer um catalisador, como ácido sulfúrico concentrado:
R-OH + R'-CO2H → R'-CO2R + H2O
Os álcoois primários (R-CH2OH) podem ser oxidados em aldeídos (R-CHO) ou em
ácidos carboxílicos (R-CO2H). A oxidação de álcoois secundários (R1R2CH-OH)
normalmente termina no estágio de cetona (R1R2C = O). Os álcoois terciários
(R1R2R3C-OH) são resistentes à oxidação. A oxidação direta de álcoois primários
em ácidos carboxílicos ocorre normalmente através do aldeído correspondente,
que é transformado através de um hidrato de aldeído (R-CH (OH) 2) por reação
com água antes que possa ser oxidado ainda mais ao ácido carboxílico.
Percepção Inicial
O álcool é uma droga depressora do sistema nervoso central que causa
desinibição e euforia quando ingerido na forma de bebidas alcoólicas pelos seres
humanos. Em doses mais altas, o álcool é prejudicial a saúde, podendo
causar estupor e até coma.[10]
Efeitos do Álcool
Os efeitos do álcool são percebidos em dois períodos: um de estímulo e outro
de depressão. No primeiro período, o usuário se torna eufórico e desinibido. No
segundo momento, ocorre descontrole, falta de coordenação motora e sono.
[16]
Para aqueles que sofrem de alcoolismo, em caso de suspensão do consumo,
pode ocorrer a síndrome da abstinência, caracterizada por confusão mental,
visões, ansiedade, tremores e convulsões.[10][17]
Os efeitos agudos do consumo do álcool são sentidos em órgãos como
o fígado, coração, vasos sanguíneos e estômago. Segundo a OMS, o consumo de
álcool quando superior a 60 gramas por semana é considerado abusivo e
extremamente nocivo para a saúde. No mundo, 11,5 % dos consumidores de
álcool bebem em excesso semanalmente. Estima-se que pelo menos 2,5 milhões
de pessoas em todo o mundo morrem por ano por causa do consumo inadequado
de álcool.[18]
Consequências
Um consumo exagerado de álcool, principalmente em um curto espaço de tempo,
pode gerar falhas no sistema de registro cerebral, levando a pessoa a sofrer um
blecaute alcoólico. O chamado Transtorno Amnésico Alcoólico consiste em uma
perda de memória das situações que ocorreram durante esse consumo, e que no
dia seguinte a pessoa não se lembrará de quase nada. Isso ocorre porque
circuitos do hipocampo, área do cérebro que tem papel crucial em consolidar as
memórias do nosso cotidiano, são inibidos pelo álcool. Outra grave síndrome
neuropsiquiátrica associada ao consumo exacerbado do álcool é a Síndrome de
Wernicke-Korsakoff.[19]
A Cirrose é uma é uma condição médica em que o fígado deixa de funcionar
corretamente devido a lesões prolongadas, caracterizadas pela substituição do
tecido normal do fígado por tecido fibroso, isto é, há formação de tecidos de
cicatrização no lugar de células saudáveis no fígado.
Álcool Combustível
Ver artigo principal: Álcool combustível
Impacto Ambiental
Atualmente, há correntes que questionam o impacto ambiental do álcool
combustível, pelos severos danos do desmatamento necessário para abrir espaço
à monocultura de cana-de-açúcar e pelo efeito nocivo da queima da palhada,
necessária para se preparar a cana para a produção de álcool. Esses danos hoje
já se fazem sentir, apesar de a utilização do álcool ser ínfima se comparada aos
derivados de petróleo. Contudo, a queima da palhada está decaindo com o
aumento da mecanização da lavoura. Também deve-se levar em conta o fato de
que o efeito da queima é minimizado pela absorção de CO2 através
da fotossíntese realizada pela própria cana-de-açúcar.[25]
Ver também
Bebida alcoólica
Energia renovável
Programa Pró-álcool
Álcool (medicina)
Referências
1. ↑ «alcohols». IUPAC Gold Book. Consultado em 29 de janeiro de 2020
2. ↑ IUPAC Gold Book
3. ↑ Ir para:a b «Composição do Álcool». Cepa USP. Consultado em 17 de Janeiro de
2012
4. ↑ Ir para:a b «Produção do Álcool». Cepa USP. Consultado em 17 de Janeiro de 2012
5. ↑ «Composição do Álcool». Mezochi.net. Consultado em 17 de Janeiro de 2012
6. ↑ "NOTA OFICIAL (atualizada) Esclarecimentos sobre álcool gel caseiro, limpeza
de eletrônicos e outros", Conselho Federal de
Química. cfq.org.br/noticia registrada em 25/03/2020.
7. ↑ Ir para:a b "Eficácia da desinfecção com álcool 70% (p/v) de superfícies contaminadas
sem limpeza prévia", http://www.scielo.br/pdf/rlae/v21n2/pt_0104-1169-rlae-21-02-
0618.pdf
8. ↑ "Solução alcoólica será obrigatória em Estabelecimentos de Saúde: RDC 42",
OPAS. www.paho.org/bra?id=1601
9. ↑ Solomons, Graham (2018). Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC
10. ↑ Ir para:a b Scheidt, Letícia; Fries, Gabriel Rodrigo; Stertz, Laura; Cabral, João Carlos
Centurion; Kapczinski, Flávio; Almeida, Rosa Maria Martins de; Scheidt, Letícia;
Fries, Gabriel Rodrigo; Stertz, Laura (1 de setembro de 2015). «Ethanol during
adolescence decreased the BDNF levels in the hippocampus in adult male Wistar
rats, but did not alter aggressive and anxiety-like behaviors». Trends in Psychiatry
and Psychotherapy. 37 (3): 143–151. ISSN 2237-6089. doi:10.1590/2237-6089-
2015-0017
11. ↑ «RePORT ⟩ RePORTER». reporter.nih.gov. Consultado em 26 de abril de 2021
12. ↑ Volkow, Nora D.; Michaelides, Michael; Baler, Ruben (1 de outubro de
2019). «The Neuroscience of Drug Reward and Addiction». Physiological
Reviews (4): 2115–2140. ISSN 1522-1210. PMC 6890985
. PMID 31507244. doi:10.1152/physrev.00014.2018. Consultado em 26 de abril de
2021
13. ↑ de Almeida, RM; Cabral, JC; Narvaes, R. «Behavioural, hormonal and
neurobiological mechanisms of aggressive behaviour in human and nonhuman
primates». Physiology & Behvaior. doi:10.1016/j.physbeh.2015.02.053