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Portanto esta idéia quanto ao crime chega a ser redundante, que a nada conduz,
pode por conseguinte ser reduzida a seguinte afirmação: “crime é crime”.
O conceito material, define o crime como uma ação ou omissão que se proíbe e
se procura evitar, ameaçando-a com pena, porque constitui ofensa (dano ou perigo) a
um bem jurídico individual ou coletivo. Sendo assim o crime constitui um desvalor
social. Segundo Luiz Alberto Machado (1987, p.78) o conceito material de crime busca
a essência do delito, mediante a fixação de limites legislativos de incriminação de
condutas.
Crime, segundo o conceito material, é a conduta praticada pelo ser humano que
lesa ou expõe a perigo o bem protegido pela lei penal de acordo com Edgard Magalhães
Noronha (1983, p.410).
A sociedade tenta classificar, o que foi citado anteriormente como sendo crime
pelo grande fluxo de informações realizada pela mídia, cujo interesse primário é atrair
audiência, proliferando toda a forma de fobias,terrores e medos, incitando a população a
definí-los como tal. E embora a discriminalização de uma conduta emane da
necessidade social apenas o legislador pode fazê-lo.
O conceito moderno material de crime defende que o crime seria um ato que
ofende ou ameaça um bem jurídico tutelado pela lei penal, contrario ao conceito radical
de crime material, que estabelece a proteção do bem material socialmente valioso (valor
juridicamente protegido) segundo Rudolf Von Ilhering, assim o crime seria a "infração
da lei do Estado, promulgada para proteger a segurança dos cidadãos, resultante de um
ato externo do homem, positivo ou negativo, moralmente imputável e politicamente
danoso” de acordo com Francesco Carrara (1956, p.45). Assim o conceito material
moderno de crime passa a englobar outros bens jurídicos além do material como por
exemplo o psicológico, moral, religioso, etc. E apesar de apresentar uma evolução em
relação ao parâmetro anterior, apenas é possível obter o a forma mais exata de
determinar o que é um crime através do conceito analítico de crime.
Na teoria finalista o dolo e a culpa integram a conduta que foi deslocada para o
tipo. Sendo assim o finalismo retirou o dolo (elemento subjetivo) e a culpa (elemento
normativo) da culpabilidade, transferindo a análise desses elementos para dentro do tipo
penal.
Para a bipartida, o crime é todo “fato típico, e ilícito”, logo, para esses, a
culpabilidade não faz parte do conceito analítico de crime, sendo então apenas um
pressuposto de aplicação da pena, logo, essa linha de raciocínio é seguida pelos
doutrinadores como: Flávio Augusto Monteiro de Barros, Renê Ariel Dotti, Damásio de
Jesus, Cleber Masson e Julio Fabrini Mirabete.
Já no finalismo o tipo continua a ser visto sob uma ótica material, e passa a
conter o dolo e a culpa, em conformidade com o conceito finalista da ação. A ilicitude,
passa a consubstanciar fundamentalmente no desvalor da ação. Por fim a culpabilidade
se torna juízo de reprovação embasado no livre arbítrio, sendo composta pela
imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e potencial de consciência da ilicitude,
o dolo e a culpa são deslocadas para o tipo.
Hanz Welzel (2001, p.69) diz que a tipicidade, a antijuridicidade e a culpabilidade são
os três elementos que convertem uma ação em delito. A tipicidade, a antijuridicidade e a
culpabilidade estão vinculadas logicamente de tal modo que cada elemento posterior do
delito pressupõe o anterior.