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AJOGUN E 

ELÉNÌNÌÍ

Os Inimigos Ocultos e Declarados da Humanidade

Os Ajoguns são forças muito negativas, que tem como objetivo causar


doenças, acidentes, brigas, discórdias. Por isso, quando há sacrifícios (Ebó), é
comum cantarmos pedindo para que a água (elemento mais puro e benéfico
que existe) cubra e mate as discórdias , cubra e mate as doenças, cubra e mate
as maldições , etc. Em verdade, estamos pedindo para que a água cubra e
mate os poderes malignos do mundo, os Ajogun.

Diferente das Divindades que moram nos espaços do Orùn, regressando ao


aye por meio da manifestação, os Ajogun moram no Aye e não no orùn. Isso
acontece, pois os Ajoguns não conseguiram causar males no mundo dos
Deuses. Ou seja, os Ajogun moram no aye, pois aqui, diferente do orùn, eles
conseguem espalhar os males de forma indiscriminada.

Os Ajoguns estão sempre à espreita, esperando um momento adequado para


atuar. Por isso, é muito importante que as pessoas sempre se cuidem, por
meio de oferendas, magias medicinais e o que mais for necessário, conforme
prescrição do Sacerdote.

Quando algo de ruim surge no mundo, por exemplo, uma nova doença, isso
certamente foi motivado por Ajogun, entretanto, quando uma grande
descoberta em benefício à sociedade surge, foi motivada pelas forças positivas
que sempre prevaleceram, como os Orixás.

Quando, por exemplo, uma pessoa quebra um Ewó, ela está ajudando e dando
forças ao Ajogun.
O mesmo ocorre quando o sacerdote prescreve um sacrifício que é
negligenciado, a pessoa está dando forças ao Ajogun. Os seres malévolos são
conhecidos coletivamente como Ajogun – Guerreiros contra os Homens que
segundo a tradição abrange os Òfò – Prejuízos, Ègbà – Paralisia, Èjò –
Problemas, Èpè – Maldição, Èwòn – Prisão, Èse – qualquer outro maleficio que
possa afetar os seres humanos, entre outras energias maléficas. Entre os
Inimigos dos Homens estão as Àjé – Bruxas e os Osó – Bruxos que utilizam
seus poderes para fins maléficos.
Dentro da Cultura Iorubá acrescenta, ainda Àrùn – A Doença e Ìkú – A Morte,
mas a morte prematura e não a morte natural. Alguns mitos relatam Àrùn
como a esposa de Ìkú e que através desse casal mítico nasceram todas as
enfermidades existentes no mundo, que conseguiram escapar do mundo
sobrenatural, pois lá não tinha poder algum e muitos de seus filhos ainda se
mantem enclausurado no òrún, esperando uma oportunidade para se
estabelecer no àiyé.

Afim de mantermos afastados esses poderes sobrenaturais ruins de nossas


vidas, existe a necessidade de se manter em harmonia com os poderes
sobrenaturais bons, que são obtidos e fortalecidos através das oferendas e dos
sacrifícios as divindades que prestamos culto, sobre tudo os Ritos de Orí.
Aquele que se mantém em harmonia entre os dois mundos òrún – àiyé,
poderá contar com esses poderes benevolentes, que o protegerão contra os
planos perversos dos poderes do mal.

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